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Tomás Antônio Gonzaga

Cartas chilenas

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Tomás Antônio Gonzaga

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Poesia: Expressão mais intensa da vida que, por meio de uma

criação linguística e rítmica, expõe a essência do homem.

Tomás Antônio Gonzaga teve participação ao lado de outros poetas na Inconfidência Mineira, contrária à cobrança de impostos altíssimos sobre a exploração do ouro. Seu conjunto de liras Marília de Dirceu se enquadra como uma das melhores obras do período e faz par com as Cartas Chilenas na alta produção do poeta.

Cartas Chilenas é um conjunto de poemas, escritos em versos decassílabos e brancos, com uma metrificação parecida com a da epopeia, e circularam anonimamente em Vila Rica, entre 1787 e 1788, seus versos assumem um tom satírico.

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Exposições estilísticas, temáticas e biografias

Descrições narrativas de um período da história do Brasil. (Inconfidência Mineira)

Cliches árcades/ Neoclássicos.

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Inutilia Truncat: cortar o inútil da vida e da arte;

Fugere Urbem: fugir das cidades; Locus Amoenus: a natureza aprazível e

delicada; Áurea mediocritas: “vida mediana”, ideal de

vida burguês; Carpe diem: “aproveitar o dia”   

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Versos decassílabos Boa qualidade Humanidade Amor Arte poética

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Marcada por dúvidas

  As Cartas Chilenas são 13 cartas escritas por Critrilo

(pseudônimo do autor que por muito tempo ficou obscuro)

relatando os desmandos, atos corruptos, nepotismo, abusos

de poder, falta de conhecimento e tantos outros erros

administrativos, jurídicos e morais quanto pudessem ser

relatados em versos decassílabos do "Fanfarrão Minésio" ( o

governador Luís Cunha Meneses) no governo do "Chile" (a

cidade de Vila Rica). 

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   Elas são sempre dirigidas a "Doroteu"

(que tem uma epístola após as 13 cartas), ninguém mais do que Cláudio Manuel da Costa.

            As Cartas chilenas, por outro lado, completam a obra de Gonzaga.

            São poemas satíricos que circularam em Vila Rica pouco antes da Inconfidência Mineira

.             Esses poemas eram escritos em versos

decassílabos e tinham a estrutura de uma carta, assinada por Critilo e endereçada a Doroteu, residente em Madri. 

Cartas Chilenas

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Nessas cartas, Critilo, habitante de Santiago do Chile (na verdade Vila Rica), narra os desmandos e arbitrariedades do governador chileno, um político sem moral, despótico e narcisista, o Fanfarrão Minésio (na realidade, Luís da Cunha Meneses, governador de Minas Gerais até pouco antes da Inconfidência). 

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  Estes poemas foram escritos numa linguagem bastante satírica e agressiva, e sua verdadeira autoria foi discutida por muito tempo. 

            Após os estudos de Afonso Arinos e, principalmente, do trabalho de Rodrigues Lapa, a dúvida acabou: Critilo é mesmo Tomás Antônio Gonzaga e Doroteu é Cláudio Manuel da Costa.

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 O nome Cartas Chilenas deve-se ao artifício usado para situar os acontecimentos no Chile. O poema está dividido em treze cartas dirigidas pelo poeta Critilo a seu amigo Doroteu ; das cartas 7ª e 13 ª só ficaram fragmentos. 

 Cunha Meneses foi satirizado sob o pseudônimo Fanfarrão Minésio, e Joaquim Silvério dos Reis, que viria a delatar os inconfidentes, aparece como Silverino; todos os personagens reais, já devidamente identificados pelos estudiosos, aparecem com pseudônimos.

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As cartas começaram com a narrativa da chegada de Cunha Meneses, a Vila Rica, isto é, do Fanfarrão Minésio ao Chile. Surgem os retratos caricaturas do governador e de seus cúmplices mais chegadas. Ainda conta-se a posse do Fanfarrão e sua atitude prepotente, humilhando, as outras autoridades.

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"Amigo Doroteu, prezado amigo,Abre os olhos, boceja, estende os braçosE limpa das pestanas carregadaso pegajoso humor, o sono ajunta.Critilo, o teu critilo é quem te chama;Ergue a cabeça da engomada fronha,Acorda, se ouvir queres causas raras."

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Na segunda carta, os atos do governador são apresentados como demagógicos, caprichosos e arbitrários, tomando decisões que deviam caber à justiça. A partir de terceira carta, surgem em episódios atos de desmando desprezo e humilhação às outras autoridades e aos ilustres da terra.

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 A restrição mais frequente feita às Cartas refere-se a suas desigualdades de estilo aos excessos de alusões circunstanciais ou indignações panfletárias. Tais restrições têm contribuindo para a subestimação da sátira; no entanto, bem vistas as coisas são argumentos insustentáveis quando se compara esse pretenso rigor à tolerância com que são aceitas tantas insignificâncias sentimentais do Romantismo brasileiro.

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Escritas às vésperas da rebelião da Inconfidência as Cartas Chilenas são narrativa crítica de um período importante da sociedade colonial.

  A terceira Carta contam as injustiças e violências que Fanfarrão executou por causa de uma cadeia, a que deu principio.

" Agora, Doroteu, ninguém passeia,todos em casa estão, e todos buscamdivertir a tristeza que nos peitosinfunde a tarde, mais que a noite feia."

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" Pretende, Doroteu, o nosso chefeerguer uma cadeia majestosa

que passa escurecer a velha famada torre da Babel e mais dos grandes,

custosos edifícios que fizeram,para sepulcros seus, os reis do Egito. "

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A quinta carta contam as desordens feitas nas festas que se celebraram nos desposórios do nosso sereníssimo infante com a sereníssima infanta de Portugal.

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CARTAS CHILENAS (1789)  Obra de cunho satírico crítico; Escrita em forma de epístolas (13 cartas );

versos decassílabos; Uso de criptônimos ( nomes trocados); Critilo: Gonzaga; Doroteu: Cláudio; Luís da

Cunha Meneses: Fanfararrão; Crítica aos demandos políticos do

governador; Críticas pessoais: não há oposição explícita à

metrópole ou ao sistema.

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Clássicos: HORÁCIO, VIRGÍLIO E PETRARCA.

O poeta vê um mundo impossível de ser visto por um homem comum.

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CARACTERÍSTICAS DA OBRA  Neoclássico equilibrado; Simplicidade: tom familiar e prosaico; Fingimento poético: afetação e

simulação;

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Tomás Antônio Gonzaga ‐ Nasceu em Portugal em 1744 e morreu em 1810, na África, para onde tinha sido desterrado por seu envolvimento na Inconfidência Mineira. Viveu alguns anos no Brasil, depois foi estudar Direito em Portugal, regressando em 1782 como ouvidor de Vila Rica. Sob o pseudônimo árcade de Dirceu, escreveu poesias líricas em que fala de seus amores por Marília, nome criado por ele para se referir à jovem Maria Dorotéia de Seixas. 

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Essas poesias formam o livro Marília de Dirceu, em que aparece frequentemente o desejo de uma vida em contato com a natureza, entre pastores, numa existência simples e feliz. Insiste na brevidade da vida, na passagem do tempo que tudo destrói, acentuando a busca do prazer e o gozo do momento presente. Além disso, escreveu ainda uma obra satírica em versos: Cartas chilenas, que circularam sob forma manuscrita em Vila Rica, e cuja autoria só recentemente foi atribuída a Tomás Antônio Gonzaga. 

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Nessas cartas, o autor satiriza Luís da Cunha Meneses por suas arbitrariedades como governador da capitania de Minas. Os nomes das pessoas e da região são substituídos por outros: Minas Gerais é o Chile; Vila Rica é Santiago; o autor se dá o nome de Critilo e o destinatário é Doroteu; o governador é chamado de Fanfarrão Minésio.

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Neoclassicismo é um movimento artístico que se desenvolveu especialmente na arquitetura e nas artes decorativas. Floresceu na França e na Inglaterra, por volta de 1750, sob a influência do arquiteto Palladio (palladianismo), e estendeu-se para o resto dos países europeus, chegando ao apogeu em 1830.  Inspirado nas formas greco-romanas, renunciou às formas do barroco (que não tinha tido grande repercussão na França e na Inglaterra)  revivendo os princípios estéticos da antiguidade clássica.