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COESÃO TEXTUAL

Coesão Textual

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COESÃOTEXTUAL

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EXEMPLOEXEMPLO

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Resgate do IbirapitangaOs índios chamavam este vegetal de cor vermelha de Ibirapitanga. Os europeus - principalmente franceses e portugueses que fizeram muitas guerras disputando a árvore no Litoral brasileiro -, o denominavam pau brasil, comparando-o a uma brasa saída do fogo. Além de tudo, a planta fornecia uma tinta de boa qualidade, que servia para tingir tecidos.Hoje, quase extinto, o pau brasil está renascendo, no litoral da Paraíba, através do Projeto de Preservação Ambiental e Difusão do Pau Brasil, patrocinado pela Cia. Usina São João, de Santa Rita, a 12 Km da capital. (...)

GOUVÊA, Hilton. A União. João Pessoa/27de abril de 2007

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Ao ler o texto, é possível perceber a conexão entre seus vários segmentos e compreender que todos estão interligados entre si. Como vimos, os enunciados não estão superpostos de forma caótica, jogados aleatoriamente, mas interligados entre si, de forma organizada, apresentando uma concatenação lógica, para que se efetive a cadeia de sentidos.

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ELEMENTOS DE COESÃO DO TEXTO

• Em "Os índios chamavam este vegetal de cor vermelha de Ibirapitanga ", o conectivo “este” faz referência a um termo no texto (pau brasil), determinando-o.

• No enunciado "Os europeus - principalmente, franceses e portugueses que fizeram...", o conectivo “que” retoma os termos “franceses e portugueses”, já expressos anteriormente, os quais, por sua vez, fazem referência a “europeus”.

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•Em "O denominavam pau brasil, comparando-o a uma brasa saída do fogo.", o conectivo “o”, usado duas vezes, substitui um termo já citado no texto, ocasionando uma relação interna ao texto, proporcionando, assim, “instruções de sentido” para o estabelecimento da relação textual adequada.

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•Dando prosseguimento à tessitura do texto, o autor vai "costurando" o seu tecido, utilizando no enunciado seguinte o conector “Além de tudo”, para dar progressividade às suas ideias e introduzir uma nova informação.

•Em "(...) a planta fornecia uma tinta de boa qualidade, que (...)", o autor vale-se do conectivo “que” para recuperar o termo “tinta”, já mencionado antes.

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A essa conexão analisada entre os enunciados do texto, denominamos de coesão textual. Coesão é o modo como os componentes superficiais do texto (palavras/frases) se encontram ligados entre si. Dizemos, portanto, que um texto está coeso quando seus enunciados estão articulados de forma que assinalam o vínculo entre os componentes do texto. A conexão entre os enunciados são feitas, sobretudo, por certa categoria de palavras que são chamadas de conectivos ou elos de coesão.

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A coesão textual ocorre quando a interpretação de um elemento no discurso é dependente da de outro. Um pressupõe o outro. Trata-se de uma relação semântica, realizada por meio do sistema léxico-gramatical, que dá maior legibilidade ao texto.

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RELAÇÕES TEXTUAIS

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RELAÇÕES TEXTUAIS1. Reiteração Ocorre por meio de

retomadas de segmentos prévios do texto ou pelas antecipações de segmentos.

2. Associação Ocorre pela contiguidade semântica entre as palavras.

3. Conexão Ocorre pela ligação sintático-semântico entre termos , orações, períodos e parágrafos.

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REITERAÇÃO Consiste na relação cujo os elementos de um texto são, por meio de algum processo linguístico, retomados ou antecipados garantindo ao texto a essencial continuidade do seu fluxo, de seu percurso argumentativo.

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Joana vendeu a casa. Depois que seus pais morreram num acidente, ela não quis continuar vivendo lá.

Vitaminas fazem bem à saúde. Mas não devemos tomá-las ao acaso.

Não podíamos deixar de ir ao Louvre. Lá está a obra-prima de Leonardo da Vinci: a “Mona Lisa”.

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CONECTORES DE REFERÊNCIAAdvérbios pronominais Sinalizadores espaciais: aqui, cá,

aí, lá, ali.

Ex: Vou-me embora pra Pasárgada Lá sou amigo do rei Lá tenho a mulher que eu quero

Numerais substantivos Funcionam como termos sintetizadores.

Ex: Assusto-me com os racistas e os fundamentalistas. Ambos representam risco para o bem-estar social.

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Pronominalização

Termos de referência mais específicos.

Ex:

Demonstrativos “Alegar que não sabia? Isso não convence mais!”

Pessoais“Os jovens não têm noção do perigo. Eles acham que são imunes a tudo.”

Relativos

“Eis a prova cuja procedência era desconhecida. ”

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ASSOCIAÇÃO Associação é a relação na qual

palavras de um mesmo campo semântico ou de campos semânticos afins estabelecem uma ligação de sentido que possibilita o estabelecimento e percepção da unidade temática. Na associação, uma palavra retoma outra porque mantém com ela, em determinado contexto, vínculos precisos de significação.

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São Paulo é sempre vítima das enchentes de verão. Os alagamentos prejudicam o trânsito provocando engarrafamento de até 200 quilômetros.

A palavra alagamentos surgiu por estar associada a enchentes. Mas poderia ter sido usada uma outra como transtornos, acidentes, transbordamentos do Tietê etc.

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CONECTORES SUBSTITUTIVOS

HIPERONÍMIA

Substituição de um termo particular, mais específico por outro mais amplo, genérico.

Ex: Vimos o carro do ministro aproximar-se. Alguns minutos depois, o veículo estacionava adiante do Palácio do Governo.

HIPONÍMIA Substituição de um termo amplo por outro particular.

Ex: (...) e não somente a disponibilidade do item. O Air bag, sozinho, não pode ser considerado o “salvador da pátria”.

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NOMINALIZAÇÃO

Quando se emprega um substantivo que remete a um verbo enunciado anteriormente.

Ex: Eles foram testemunhar sobre o caso. O juiz disse, porém, que tal testemunho não era válido por serem parentes do assassino.

RETOMADA DE PARTE DO NOME PRÓPRIO

Cabe destacar, entretanto, que esse processo só é válido quando a parte do nome destacada é suficiente para retomar a pessoa mencionada

Ex: Barack Obama perdeu a batalha no Congresso. Obama vem sofrendo sucessivas derrotas políticas.

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EXPRESSÕES OU GRUPOS NOMINAIS

Ex: Glauber Rocha fez filmes memoráveis. Pena que o cineasta mais famoso do cinema brasileiro tenha morrido tão cedo.

TERMO-SÍNTESE (APOSTO RESUMITIVO)

Substituir termos por um vocábulo capaz de sintetizar o que já foi escrito.

Ex: O país é cheio de entraves burocráticos. É preciso preencher um sem-número de papéis. Depois, pagar uma infinidade de taxas. Todas essas limitações acabam prejudicando o importador.

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CONEXÃO Corresponde ao tipo de relação semântica

que ocorre especificamente entre as orações, períodos e parágrafos. Realiza-se por meio de unidades da língua responsáveis pela tarefa de garantir a ligação entre os componentes de um texto – mais precisamente , as conjunções, as preposições e respectivas locuções – ou por meio de expressões de valor circunstancial, inseridas na sequência do texto.

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Muitas dessas expressões circunstancias são chamadas genericamente de conectores. Essa categoria de palavras desempenha um papel essencial porque indica a relação semântica que se pretende estabelecer entre os segmentos componentes do texto.

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Os conectores estabelecem relações de causalidade, temporalidade, oposição, finalidade, adição, entre outras. Essas relações além de fornecerem indícios da direção argumentativa do texto, funcionam como elos que conectam as várias partes de um texto.

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VALORES SEMÂNTICOS DOS CONECTIVOS

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1) Relação de causalidade ou de explicação

Porque, uma vez que, visto que, já que, dado que, como, pois etc.

2) Relação de condicionalidade 

Se, caso, desde eu, contanto que, a menos que, sem que, salvo se, exceto se, a não ser que, em caso de etc.

3) Relação de temporalidade

Quando enquanto, mal, logo que, antes que, depois que, assim que, sempre que, até que, desde que, todas as vezes que, cada vez que, à medida que, à proporção que, etc.

4) Relação de finalidade 

Para, para que, a fim de, a fim de que, etc.

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5) Relação de alternância

Ou, ou...ou, ora...ora, seja...seja, quer...quer, etc

6) Relação de conformidade

Conforme, consoante, segundo, como, de acordo com, etc.

7) Relação de adição E, também, ainda, não só...mas também, além de, nem, nem...nem, além do mais, ademais, etc.

8) Relação de oposição/concessão

mas, porém, contudo, entretanto, no entanto / embora, se bem que, ainda que, apesar de, etc.

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9) Relação de conclusão

Logo, portanto, pois, por conseguinte, então, assim, etc.

10) Relação de comparação 

Como, feito, mais...do que, menos...do que, tanto...quanto, tal como, tal qual, etc.

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REPETIÇÃO Corresponde ao resgate do que foi dito ou escrito antes por meio do reaparecimento de uma unidade (palavra, sequência de palavras ou frases inteiras) já utilizada antes. Podemos repetir uma palavra (com ou sem determinante) quando não for possível substituí-la por outra.

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Outras situações em que a repetição constitui um recurso coesivo de grande funcionalidade são quando se quer:

Enfatizar algum segmento; Contrastar;Corrigir;Garantir a unidade temática e textual.

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A propaganda, seja ela comercial ou ideológica, está sempre ligada aos objetos e aos interesses da classe dominante. Essa ligação, no entanto, é ocultada por uma inversão: a propaganda sempre mostra que quem sai ganhando com o consumo de tal ou qual produto ou ideia não é o dono da empresa, nem os representantes do sistema, mas, sim, o consumidor. Assim, a propaganda é mais um veículo da ideologia dominante.

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda & MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: introdução à filosofia. São Paulo, Moderna, 1993.p.50.

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RETOMADA POR ELIPSE

De maneira geral, a elipse é considerada como o resultado da omissão ou do ocultamento de um termo facilmente identificado e recuperável pelo contexto. Como recurso coesivo, a sua importância reside no fato de enfatizar a reiteração de um elemento do texto, embora essa ênfase seja baseada na ausência de um termo esperado.

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Os convidados chegaram atrasados. Ø Tinham errado o caminho e custaram a encontrar alguém que os orientasse.

O ministro foi o primeiro a chegar. Ø Abriu a sessão às oito em ponto e Ø fez então seu discurso emocionado.

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Um banco tem que ser completo para ajudar sua vida a também ser Ø.

(Anúncio do Bradesco)

A final da Liga dos Campeões foi muito bem disputada, ao contrário do que aconteceu na Ø anterior.

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A elipse, além de ser considerada, na perspectiva do texto, como recurso coesivo de reiteração, ainda colabora na obtenção de um melhor efeito estético e estilístico do texto pois favorece a obtenção da concisão e da clareza.

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CONSIDERAÇÕES FINAISA coesão textual, conforme exposto, apresenta a função de promover e sinalizar as articulações de segmentos para, desse modo, assegurar a continuidade e a unidade do texto.

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A coesão, por conseguinte, não se limita à mera identificação e classificação de ocorrências linguísticas mas está essencialmente em íntima relação com a coerência textual.

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Referências Bibliográficas• ANTUNES, Irandé. Lutar com palavras: coesão e

coerência. São Paulo: Parábola Editorial, 2005. • CORREA, Romilda Marins. Os vestibulandos e suas

produções textuais: uma análise desse universo linguístico. Maringá: EDUEM, 1998.

• COSTA VAL, Maria da Graça. Redação e textualidade. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

• FIORIN, José Luiz; PLATÃO, Francisco Savioli. Para entender o texto: leitura e redação. São Paulo: Ática, 2003.

• ______________. Lições de Texto: leitura e redação. São Paulo: Ática, 1998.

• KOCH, Ingedore. A coesão textual. São Paulo: Contexto, 1998.