O presente artigo discute sobre a validade de aplicao do Mtodo
de avaliao ambiental, denominado Custo Viagem, a partir da valorao
da paisagem centrada no sujeito (percepo geogrfica).
Dessa forma, os estudos que envolvem a valorao da paisagem se
tornam cada vez mais importantes, pois podem apresentar solues
prticas de problemas de ocupao de territrios, planejamento
ambiental e valorao de paisagem para conservao e proteo de reas
naturais.
A partir da valorao da paisagem podem-se obter informaes que
frisem a necessidade de conservar determinadas reas do municpio e,
ao mesmo tempo, um planejamento para ocupao de reas que causem
menos impacto ao ambiente.
A rea de estudo encontra-se inserida na microrregio de Seabra e
abrange os municpios de Lenis, Mucug, Palmeiras, Andara e Ibicoara.
A rea de referncia espacial de pesquisa compreende o Parque
Nacional da Chapada Diamantina, criado em 17.09.1985 pelo Decreto
Federal no. 91.655, uma rea de152.000 ha. e permetro de 110
km.
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia-UESB XI CONPEX Congresso
de Pesquisa e Extenso: Cincia, tica e Compromisso Social
Pr-Reitoria de Pesquisa e Ps-Graduao - PPG Pr-Reitoria de Extenso e
Assuntos Comunitrios- PROEX Valor Econmico da Paisagem do Parque
Nacional da Chapada Diamantina Delza Rodrigues de Carvalho 1 Edison
Rodrigues Barreto Jnior 2 Face s questes que se apresentam com
relao temtica fez-se o seguinte questionamento: Qual seria o valor
mdio e mediano, de uso direto e indireto, que a populao estaria
disposta a pagar pela conservao/preservao dos patrimnios naturais,
localizados no Parque Nacional da Chapada Diamantina? Para auxiliar
o desenvolvimento da investigao, acima mencionada, foi formulada a
hiptese de que a tcnica Mtodo Custos de Viagem (MCV), constitui-se,
num mtodo de avaliao monetria, capaz de valorar o uso direto e
indireto de locais, abertos visitao pblica em geral, a exemplo, dos
parques nacionais brasileiros ou locais tursticos. Esta tcnica se
baseia no princpio de que o tempo e o dinheiro gasto na viagem para
um local especfico para visitar uma rea ambiental, indicam o valor
deste bem. MATERIAIS E MTODOS O tamanho da amostra foi estimado em
400 usurios do Parque Nacional da Chapada Diamantina. A aplicao da
tcnica intitulada MCV deveu-se ao fato de sua metodologia basear-se
na criao de um mercado hipottico de produtos e servios ambientais,
para captar a disposio de pagar dos indivduos.Na pesquisa de campo
foram aplicados questionrios, logo entrada do parque, contendo
questes que procuravam capturar o perfil do visitante e informaes
necessrias aplicao do Mtodo do Custo de Viagem. Com base na
amostragem do universo entrevistado, de visitantes ao Parque
Nacional da Chapada Diamantina, quase no houve freqentadores que
percebessem renda familiar abaixo de R$1.500,00.CONSIDERAES FINAIS
A pesquisa revelou a tendncia dos moradores da Chapada Diamantina,
a valorizarem os atrativos tursticos, associado-os ao valor
intrnseco expresso atravs do elo afetivo com a regio. Por outro
lado, o valor dos atrativos tursticos esto condicionados pelas
agncias do turismo, que direcionam a escolha do turista, pois longe
de se criar uma identidade, produz mercadorias para serem
consumidas segundo os interesses empresariais.Para obter-se o valor
total do Parque Nacional da Chapada Diamantina, acrescentou-se: Os
custos totais dos visitantes= 320 X 0,0539 x 180.000 + 820 x 0,002
x 1.826.100 = R$ 6.099.444.Os custos totais Indenizatrios do Parque
Nacional da Chapada Diamantinaestimado no valor de R$ 6.412.895,58
(data base: 1998).Custos anuais da Corporao do Corpo de
Bombeirosestimado no valor de R$ 28.800 (data base: 2007).Custos
mdios, nas operaes de helicpterospara combate de incndios
florestais estimado no valor de R$ 142.800 (data base: 2007).
Verbas a serem destinadas para preveno e combate aos incndios
florestais no Estado da Bahiade R$ 1.320.000,00. Assim, os custos
totais so deR$ 14.003.939,58, acrescidos ao valor doexcedente
consumidor , na ordem de R$ 4.606.893, resulta no valor total do
Parque Nacional da Chapada Diamantina em R$ 18.610.832,58. Na
concluso, evidencia-se que as polticas pblicas de criao e manuteno
de Parques Nacionais e stios de interesse ambiental abertos
visitao, no so compatveis com o valor econmico atribudo a estes,
tornando-se necessrio estimar os preos sociais dos
benefcios/custos, que reflitam adequadamente o sistema de preos dos
recursos naturais. Profa. Assistente UESB/DCSA. Doutoranda em
Geografia pela Universidade Federal de Sergipe E-mail: delrocar @
hotmail.com Prof. Dr.do Ncleo de Ps-Graduao em Geografia -NPGEO da
Universidade Federal de Sergipe-UFS.