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Criando diálogo em textos de literatura, criação literária (síntese)
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DIÁLOGOS LITERÁRIOS
OFICINA LITERÁRIA ONLINEpor Marcelo Spalding
www.cursosdeescrita.com.br | Prof. Marcelo Spalding
Confira a versão simples, transcrita de
um diálogo
[Diálogo com três participantes numa cozinha]
1. A: Se der sorte, eu ganho a bolsa.
2. B: É bom não contar com isso! Cê tem muito azar na profissão. Maior azarão!
3. C: O senhor é de Peixes?
4. A: Não. De Sagitário.
5. C: Peixes é que tem muito azar na profissão.
6. B: Quanto tempo faz que cê temperou ele? (apontando para um lombo assado no forno)
7. C: Uns vinte minutos.
8. B: Xiii! Acho que num vai pegar! Tem de deixar uma hora e meia. Bom, se der sorte, ele pega o tempero. Você passou bastante?
9. C: (assente com a cabeça)10. B: Então, se der sorte, ele pega.
11. A: E eu também.
12. B: Pega o quê?
13. A: A bolsa.
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Agora vejamos uma versão adaptada para a
literatura
Adaptação literária
– Se der sorte, ganho a bolsa – diz o marido à mesa.
– É bom não contar com isso, você tem muito azar na profissão – retruca a esposa.
– O senhor é de Peixes? – pergunta a empregada.
– Não. De Sagitário.
– Peixes é que tem muito azar na profissão.
– Quanto tempo faz que você temperou esse lombo? – interrompe a mulher.
– Uns vinte minutos.
– Xi, acho que não vai pegar! Tem de deixar uma hora e meia. – Abre o forno, olha o aspecto do lombo e pergunta – Você passou bastante?
– Ahan.
– Então, se der sorte, ele pega.
– E eu também – intercede o marido, braço sustentando o rosto.
– Pega o quê?
– A bolsa.
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Por fim, vejamos uma versão com maior
participação do narrador, sem tanta abertura de
diálogo
Recriação ficcional
O marido chega animado para o almoço, tira o casaco, os sapatos e senta-se anunciando para a esposa: se der sorte, ganho a bolsa!
Ela olha com aquele ar desconfiado, incrédulo. E responde apenas: é bom não contar com isso. Calam-se. A empregada, terminando de secar um prato, pergunta se o patrão é de peixes.
– Não. De Sagitário – responde.
– Peixes é que tem muito azar na profissão – diz.
A esposa, impaciente, volta-se para a outra e pergunta há quanto tempo ela temperara o lombo.
– Uns vinte minutos.
– Acho que não vai pegar! Tem de deixar uma hora e meia. – Abre o forno, olha o aspecto do lombo e pergunta se pelo menos passara bastante. A empregada acena que sim. – Então, se der sorte, ele pega.
– E eu também – intercede o marido, braço sustentando o rosto.
– Pega o quê?
– A bolsa.
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