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2 Dezembro · 2014

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Clivonei Roberto [email protected]

Luciana [email protected]

CÁ ENTRE NÓS

Já que em 2014 o cenário não foi

dos melhores, fechamos o ano

com um tema que renova a vida:

sustentabilidade.

Nas páginas da CanaOnline, o lei-

tor poderá conferir o especial AGROBem

que destaca exemplos da agroindústria

sustentável.

Com belas fotos, bons resultados,

ações do bem, boas práticas e, principal-

mente, soluções para engordar o caixa,

esperamos passar energia positiva como

inspiração para o ano que se inicia.

Não é segredo que há muita gente

com a pulga atrás da orelha em relação a

2015, por isso, desejamos que o Novo Ano

seja muuuito melhor do que esperamos.

Feliz Natal, Feliz 2015!!!

Um 2015 muuuito melhor do que esperamos!!!

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Capa

Etanol muito mais verde!

Sustentabilidade

- A dama da

sustentabilidade

Índice de Sustentabilidade

Empresarial

- Empresa responsável dá lucro

Água

- Exemplo em

gestão hídrica

- Água bem aproveitada

- Pesquisa apresenta alternativas

para reduzir consumo

de água nas usinas

Desenvolvimento Sustentável

- Sustentabilidade no DNA

ÍNDICE

Economia

- Qual o tratamento, doutor?

Leitura

- Usina Santa Fé sacia a fome

de quem quer conhecimento

Soluções Integradas

- Maior produtividade

também é

sustentabilidade

ReciclagemShow

- Para o destino

ambientalmente

correto

Socioeficiência

- A sustentabilidade palmo a palmo

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Editores: Luciana [email protected]

Clivonei Roberto [email protected]

Redação: Adair [email protected]

Leonardo RuizEstagiário de [email protected]

MarketingRegina Baldin

ComercialAnderson [email protected]

Editor gráficoThiago Gallo

Ações do Bem

- Energia da Guarani abastece

Hospital do Câncer de Barretos

Prática Sustentável

- Para aplicar bem

Fundação

- Gigante também

na sustentabilidade

Ambiental

- Semeando o futuro

Biodiversidade

- Elas estão voltando

Tecnologia

- Gerenciamento de

riscos em projetos

Certificação Socioambiental

- O valor da sustentabilidade

Educação

- Setor sucroenergético e

DuPontsolidificamparceria

com ações socioambientais

Cana Substantivo Feminino

- Pré-programação IV Encontro

Cana Substantivo Feminino

-Debatedoresconfirmados

Aproveite melhor suanavegação clicando em:

Áudio LinkFotosVídeo

Entre em contato:Opiniões, dúvidas e sugestões sobre a re-vista CanaOnline serão muito bem-vindas:Redação: Rua João Pasqualin, 248, cj 22Cep 14090-420 – Ribeirão Preto, SPTelefones: (16) 3627-4502 / 3421-9074Email: [email protected]

www.canaonline.com.br

CanaOnline é uma publicaçãodigital da Paiva& Baldin Editora

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6 Dezembro · 2014

SUSTENTABILIDADE

A dama da sustentabilidadeA UNICA FOI A PRIMEIRA ASSOCIAÇÃO DE AGRONEGÓCIO

NO MUNDO E PRIMEIRA ENTIDADE ASSOCIATIVA BRASILEIRA

A PUBLICAR UM RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE NOS

PADRÕES GRI. E IZA BARBOSA TEM TUDO A VER COM ESSE FEITO

Luciana Pava e Clivonei Roberto

A agroindústria canavieira sem-

pre teve forte ligação com o so-

cial, mas nos últimos 10 anos,

esse processo evoluiu para um novo con-

ceito: sustentabilidade. A cadeia sucroe-

nergética passou a buscar o equilíbrio en-

tre o econômico, o ambiental e o social.

Este processo ganhou força quando a Uni-

ca (União da Indústria da Cana-de-açúcar),

contratou, em 2001, Maria Luiza Barbo-

sa, a Iza. Bacharel emPedagogia eDefi-

cientes de Áudio Comunicação pela Pon-

tifícia Universidade Católica de São Paulo,

com especializações em Educação Espe-

cial pela Universidade Mâcon (França), em

Terceiro Setor pela FGV e Educação Comu-

nitária pelo Sesi, Iza é uma das fundadoras

do Instituto Gaia Revida, que trabalha com

desenvolvimento de pessoas desde 1987.

Também implantou a área de responsabi-

lidade social do Banco HSBC no Brasil.

Era um momento de mudança no

“Manter um projeto social é importante,

mas não significa que a empresa

seja socialmente responsável”

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7

setor. Eduardo Carvalho, o primeiro pre-

sidente profissional da Unica, apresen-

tou uma gestão inovadora que estimula-

va voos mais audazes. E Iza aproveitou a

oportunidade. Com o seu conhecimento,

contribuiuparaqueosetorfizesseaponte

entre o social e a sustentabilidade. Criou o

Núcleo de Responsabilidade Social da en-

tidade. As unidades já realizavam traba-

lhos sociais, algumas até com áreas bem

organizadas e que promoviam ações que

eram referência nas comunidades onde

estão inseridas. Mas com a criação do Nú-

cleo, as associadas passaram a desenvol-

ver programas de responsabilidade social

emetasdefinidaseorientadas.

Para isso, investiu na formação de

gestores socioambientais. Entre as ações

para aprendizagem desses gestores, a

UnicafirmouparceriacomoInstitutoBan-

co Mundial para desenvolver o Programa

de Responsabilidade Social Corporativa e

Competitividade Sustentável nas empre-

sas associadas e nas universidades de São

Paulo e Campinas. Participaram, na pri-

meira etapa, 400 colaboradores das usinas

e 2000 estudantes universitários. O curso

foi adaptado e personalizado para aten-

der a realidade da agroindústria canaviei-

ra, e expandir no setor sucroalcooleiro o

A extinção da queima decretou o fim do corte

manual: o que fazer com o cortador de cana?

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8 Dezembro · 2014

conhecimento de responsabilidade social

na nova gestão corporativa.

Da evolução do social

à sustentabilidade

Exigente e workaholic, Iza não me-

diu esforços para disseminar conceitos

conectando negócio, ética, transparência

e responsabilidade. Colocou o pé na es-

trada e foi conhecer a realidade do setor,

conversar com quem faz o dia a dia das

unidades produtoras, com empresários e

políticos, costurar acordos e ensinar boa

parte do que hoje o setor conhece por

sustentabilidade.

Solo preparado, muda plantada e aos

poucos o conceito de responsabilidade

social começou a brotar e ser incorpora-

da ao negócio. “O que me deixou animada

é que foi aumentado consideravelmente a

adesão de gestores às práticas socioam-

bientais, independente da força do mer-

cado, mas porque acreditam e empregam

a sustentabilidade em sua vida. Um exem-

plo foi a participação voluntária das asso-

ciadas da Unica ao Protocolo Agroambien-

tal no Estado de São Paulo para antecipar

ofimdaqueimadacana”,explica.

Mascomofimdaqueima,oquefa-

zer com os cortadores de cana? Iza enca-

beçou a criação dos Projetos Renovação

e Renovação Comunidade, frutos da ação

conjunta entre usinas, entidade represen-

tativa dos trabalhadores e empresas priva-

das, que resultaram na requalificação de

milhares de cortadores e ex-cortadores de

cana, além de pessoas da comunidade.

Depois de propagar, ao longo dos

Qualificação profissional: professores do Senai ensinam como operar colhedoras de cana

SUSTENTABILIDADE

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anos, uma nova visão de negócio den-

tro do setor, ela tem muito a comemorar.

“Não é coincidência. As empresas que rea-

lizam as melhores práticas são justamente

as que apresentam maior valor de negó-

cio.”Paraela,issotambéméresultadoda

satisfação do público interno que, ao es-

tar em um bom ambiente de trabalho, ser

valorizadoegostardaempresa,ficabem

mais comprometido com a organização,

produzindo mais e melhor. “Os resultados

podem ser vistos em elevação de produti-

vidade,maioreficiênciaemenordesper-

dício”,frisaIza,mencionandoaindaquea

empresa ganha em melhoria da imagem e

credibilidade junto ao mercado.

Relatório de Sustentabilidade

Iza coordenou outro importante fei-

to: a Unica foi a primeira associação de

agronegócio no mundo e primeira entida-

de associativa brasileira a realizar um Re-

latório de Sustentabilidade com base nos

parâmetros da Global Reporting Initiative

(GRI), entidade reconhecida mundialmen-

te como detentora dos parâmetros mais

completos e respeitados para esse tipo de

relatório.

Publicado em dezembro de 2008 e

auditado pela PricewaterhouseCoopers, o

relatório trouxe pesquisa de mais de 150

indicadores socioambientais. Registrou,

por exemplo, que na época as associadas

desenvolviam mais de 600 projetos socio-

ambientais, que demandavam investimen-

tosdeR$160milhões,beneficiandoapro-

ximadamente 400 mil pessoas. E que não

eram ações a esmo, e sim resultados de

Mais de 800 pessoas prestigiaram lançamento da segunda etapa do projeto RenovAção

ALB

ERTO

GO

NZA

GA

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10 Dezembro · 2014

pesquisas sobre as carências da comuni-

dade nas áreas da saúde, educação, meio

ambiente, cultura, esporte, qualidade de

vidaecapacitaçãoprofissional.

A publicação colocou o setor sucro-

energético na vanguarda da sustentabili-

dade no país. O relatório da Unica criou

um benchmarketing para o setor sucroe-

nergético, tornou-se uma ferramenta de

comparação,para identificarasmelhores

práticas e, posteriormente, adequá-las à

realidade de outras empresas. Em junho

de 2011, a Unica publicou a segunda edi-

ção de seu Relatório de Sustentabilidade.

Iza também participou do grupo de

pesquisa e criação técnica para definição

dos critérios a serem avaliados pelos indi-

cadoresdaCertificaçãoBonsucro,associa-

ção criada com o objetivo de reduzir os im-

pactos ambientais e sociais da produção

de cana-de-açúcar. Em seu currículo ainda

constam mais de 120 palestras e seminários

nacionais e internacionais. Não é à toa que

hojeIzaéumadasprofissionaisdemaior

credibilidade no país na área de sustentabi-

lidade e responsabilidade socioambiental.

Relatório de Sustentabilidade

auxilia a gerir mudanças

Em 2013, a Unica extinguiu o depar-

tamento de Responsabilidade Social e Iza

passou a ser consultora da entidade, coor-

denando a participação do setor sucroe-

nergético no Pronatec (Programa Nacional

de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego).

Ela se dedicou muito para que o Pronatec

passasse a oferecer um atendimento diri-

gido ao setor e obteve sucesso: o sucroe-

nergético foi o primeiro segmento econô-

mico a ter cursos personalizados voltados

para a sua realidade.

E cada vez mais Iza está ligada ao

tema sustentabilidade. Para facilitar o aces-

so das empresas por esse caminho, criou

a Terra Grata. “Nosso objetivo é oferecer

serviços e tecnologias inovadoras que aju-

dem os nossos clientes a alcançarem suas

metasdeformaefetivaesustentável”,ex-

Em 2008, Iza Barbosa ao lado de Marcos Jank, na época presidente da Unica, entregam o 1º Relatório de Sustentabilidade da entidade a profissionais do setor

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plica. É também diretora da Ecológica ID,

umaempresa criadaporprofissionaisda

área de sustentabilidade e meio ambiente

e pelo Grupo IBOPE.

Entre os serviços oferecidos por Iza

e sua equipe está a elaboração de Rela-

tórios de Sustentabilidade. Segundo ela,

esse documento auxilia as empresas a es-

tabelecer metas, aferir desempenho e ge-

rir mudanças com vistas a tornar suas ope-

rações mais sustentáveis, ao informar os

impactos – positivos ou negativos – sobre

o meio ambiente, a sociedade e a econo-

mia. Assim, eles dão forma tangível e con-

creta as questões abstratas, ajudando as

organizações a compreender e gerir me-

lhor os efeitos do desenvolvimento da

sustentabilidade sobre suas atividades e

estratégias.

Mundialmente, as diretrizes mais uti-

lizadas pelas companhias na elaboração

de seus relatórios são as da GRI, as quais

são revisadas e atualizadas periodicamen-

te. Em 2014, algumas empresas já utiliza-

ram as diretrizes da versão mais recente

da GRI, que são as Diretrizes G4, na elabo-

ração de seus relatórios.

Exemplo vem do setor sucroenergé-

tico. A Usina São Manoel, com a assessoria

daIza, lançounofimde2014orelatório

referente às safras 2012/2013 e 2013/2014

seguindo as diretrizes da GRI-G4. Ela ex-

plica que as Diretrizes G4 constituem um

marco internacional relevante em apoio a

uma abordagem padronizada de elabo-

ração de relatórios, elevando o grau de

transparência e consistência necessário

paratornarasinformaçõesúteiseconfiá-

veis para mercados e a sociedade.

Quem estiver disposto a adentrar

pelas portas da sustentabilidade, fique à

vontade para procurar a Iza. Com muita

satisfação, ela o conduzirá por esse cami-

nho: [email protected].

Segunda edição do Relatório de Sustentabilidade da Unica foi lançada e distribuída no Ethanol Summit de 2011

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12 Dezembro · 2014

Os interesses do mundo corpora-

tivo podem conviver em harmo-

nia com práticas responsáveis do

ponto de vista ambiental e social. É isto

que comprovam as empresas que inte-

gram o Índice de Sustentabilidade Empre-

sarial (ISE) da BM&FBovespa.

Criado há dez anos, é o quarto índi-

ce de sustentabilidade em bolsa de valo-

res a ser lançado mundialmente, reunin-

do empresas com as melhores práticas em

gestão empresarial, ao mesmo tempo em

que incentiva as companhias brasileiras,

listadas na bolsa de valores, a buscarem o

crescimento econômico com inclusão so-

cial e respeito ao meio ambiente. Pode-

se dizer que o Índice de Sustentabilidade

Empresarial da BM&FBovespa é um indu-

tor do mercado de Investimento Sustentá-

vel e Responsável no Brasil.

O ISE é semelhante aos outros indi-

cadores de mercado, como o Índice Boves-

pa (Ibovespa). Todos os índices procuram

ser referência para o mercado de ações e

medem o retorno médio de uma cartei-

ra teórica de ações, o que até este ponto

é igual para todos. O que diferencia cada

um dos índices é o conjunto de ações que

formam a sua carteira e os critérios utili-

zadosparaasuaescolha,querefletemos

objetivos do indicador.

No caso do ISE, são selecionadas as

ações que, além da liquidez mínima (ne-

cessária para que os fundos possam repli-

car a carteira teórica e oferecer aos seus

clientes), são emitidas por empresas “sus-

tentáveis”. Seriam aquelas que se desta-

cam das demais participantes após passar

por um minucioso processo de seleção que

avalia seu alinhamento estratégico com a

sustentabilidade e práticas adotadas.

Esta avaliação é feita por meio de um

amplo questionário que avalia aproxima-

damente 70 indicadores distribuídos em

sete dimensões: Geral, Natureza do Pro-

duto, Governança Corporativa, Econômi-

Clivonei Roberto

O ÍNDICE DE SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL DA BM&FBOVESPA

COMPLETA 10 ANOS, REUNINDO AS COMPANHIAS COM

MELHORES PRÁTICAS EM GESTÃO SUSTENTÁVEL DO PAÍS

Empresa responsável dá lucro

ÍNDICE DE SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL

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13

Levantamento da Aon/Warthon mostra que o ISE gerou mais que o dobro do retorno no período de novembro de 2005 até 14 de abril deste ano, com 142,7% de rentabilidade

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14 Dezembro · 2014

co-Financeira, Social, Ambiental e Mudan-

ças Climáticas.

Objetivos

Cada vez mais investidores têm se

mostrado preocupados com o direciona-

mento de seus investimentos, buscando

alinharoretornofinanceiroeasquestões

sociais, ambientais e de governança cor-

porativa. Nesse sentido, pode-se afirmar

que o principal objetivo do ISE é orientar

essa classe de investidores, que deseja di-

recionar seus recursos para empresas que

se destacam pelo seu compromisso com

o desenvolvimento sustentável e alinha-

mento estratégico com a sustentabilidade.

Acredita-se que uma empresa ali-

nhada estrategicamente com a sustenta-

bilidade tenha mais condições de enfren-

tar os riscos e aproveitar as oportunidades

em um mundo de crescentes conflitos,

restrições e escassez, ao mesmo tempo

cheio de necessidades e oportunidades.

Mas sem deixar de ter uma gestão empre-

sarialtransparente,profissionalesólida.

Atualmente composto por represen-

tantes de 11 importantes instituições, nacio-

nais e internacionais, o Conselho do ISE (CISE)

é o órgão máximo de deliberação do índice e

tem como missão garantir um processo ético

e transparente de construção do ISE.

As 11 instituições que hoje têm

representação no conselho são:

• BM&FBOVESPA – que ocupa a pre-

sidência do conselho;

• Instituto Brasileiro de Governança

Corporativa (IBGC);

• Associação Brasileira das Entida-

des Fechadas de Previdência Com-

plementar (ABRAPP);

• Associação Brasileira das Entida-

des dos Mercados Financeiro e de

Capitais (ANBIMA);

• AssociaçãodosAnalistas e Profis-

sionais de Investimentos do Merca-

do de Capitais (APIMEC) – que ocu-

pa a vice-presidência do conselho;

• Ministério do Meio Ambiente (MMA);

• Programa das Nações Unidas para

o meio Ambiente (PNUMA);

• International Finance Corporation

(IFC);

• Grupo de Institutos, Fundações e

Empresas (GIFE);

• Instituto dos Auditores Indepen-

des do Brasil (IBRACON);

• A Fundação Getulio Vargas, por

meio do seu Centro de Estudos

em Sustentabilidade (GVces), é

parceiro técnico da BM&FBOVES-

PA, sendo responsável pelo desen-

volvimento e aprimoramento da

metodologia do ISE, além da coor-

denação e condução do processo

de análise das empresas para re-

visão anual da carteira do índice.

ÍNDICE DE SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL

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Do indicador à

rotina da empresa

Muito mais do que aquelas cifras e

indicadores que fazem parte da rotina dos

empresários e executivosdomercadofi-

nanceiro, o ISE permite um outro olhar so-

bre o mundo dos negócios. Basta analisar

cada relatório das companhias que inte-

gram a carteira para descobrir que é pos-

sível empreender, ter lucro e solidez com

transparência, ética e responsabilidade

socioambiental.

“O objetivo do ISE é criar um ambien-

te de investimento compatível com o de-

senvolvimento sustentável da sociedade

contemporânea e estimular a responsabi-

lidade ética das corporações por meio de

boas práticas empresariais. Para tanto, sua

finalidadeéadeofereceraosinvestidores

uma opção de carteira de ações de em-

presas reconhecidamente comprometidas

com a responsabilidade social e a susten-

tabilidadeempresarial”,explicaJulianaGi-

rardelli Vilela, advogada da área societária.

E buscar o ISE também está relacio-

nado ao esforço de levar os parâmetros

da sustentabilidade a todos os stakehol-

ders da empresa. No setor de produção

de celulose de eucalipto, a Fibria - empre-

sa 100% brasileira, com ações listadas no

Novo Mercado da BM&FBovespa e na Bol-

sa de Nova York (NYSE) – possui um pro-

grama que engloba cerca de 2,9 mil con-

tratos de cultivo da matéria-prima, sendo

que há produtores com mais de um con-

trato, o que soma ao redor de 80 mil hec-

tares plantados com eucalipto. Trata-se do

Poupança Florestal. “Um programa que

parte da legalidade. Assim, para que o

produtor possa aderir, ele deve, obrigato-

riamente, estar em dia com a Legislação

Ambiental vigente e de acordo com as leis

trabalhistas”,explicaÉzioTadeuLopes,ge-

rente de Poupança Florestal da empresa

no Espírito Santo e Bahia.

“A ideia central do programa é que o

eucalipto não substitua outras culturas, e

simquesejaumaopçãonadiversificação

de renda. Tanto que grande parte dos pro-

dutores emprega seu cultivo em sistema

de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta,

oILPF”,revelaLopes.“Outrograndebene-

fício do Poupança Florestal é a preserva-

ção das matas nativas, pois a Fibria permi-

Equilíbrio é a base da sustentabilidade

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16 Dezembro · 2014

tequeaté3,5%daflorestaplantadafique

com o produtor. Assim, não há necessida-

de de derrubar espécies nativas, seja para

fazer lenha para consumo ou para empre-

garnaconstruçãodebenfeitoriasrurais”,

aponta.AFibriapossuiumaáreaflorestal

de aproximadamente 968 mil hectares, lo-

calizada em seis estados brasileiros (São

Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espí-

rito Santo, Bahia e Mato Grosso do Sul).

Deste total, mais de 343 mil hectares são

destinados à conservação ambiental.

Por refletiroaltograudecompro-

metimento da empresa com práticas que

aliam desempenho financeiro, sustenta-

bilidade e governança corporativa, a Fi-

bria foi selecionada para integrar pelo

sexto ano consecutivo o Índice de Sus-

tentabilidade Empresarial da BM&FBo-

vespa. A companhia foi incluída na car-

teira de ações do ISE 2015, que irá vigorar

de 5 de janeiro de 2015 a 2 de janeiro de

2016.

Elaborado em parceria com o Cen-

tro de Estudos em Sustentabilidade (GV-

ces) da Fundação Getúlio Vargas (FGV),

o ISE contempla ações das 40 melhores

empresas sob a ótica de Sustentabilida-

de Empresarial e avalia o equilíbrio entre

crescimento econômico, responsabilidade

social e desempenho ambiental. Segundo

a BM&FBovespa, a carteira de 2015 reú-

ne companhias abertas de 19 setores da

economia que somam R$ 1,22 trilhão em

valor de mercado, o equivalente à meta-

de do valor total das empresas com ações

negociadas na Bolsa de Valores brasileira,

com base no fechamento de 24/11/2014.

Fibria: eucalipto como diversificação de renda

ÍNDICE DE SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL

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17

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18 Dezembro · 2014

ÁGUA

Setor sucroenergético já estabeleceu diversos programas rigorosos de gestão ambiental e de recursos hídricos

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19

Exemplo em gestão hídricaSETOR SUCROENERGÉTICO JÁ ADOTA, HÁ DÉCADAS,

UMA POSTURA SUSTENTÁVEL QUANDO O ASSUNTO

É CONSERVAÇÃO E O USO RACIONAL DA ÁGUA

RO

DR

IGO

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TER

SON

/USI

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S IT

AM

AR

ATI

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20 Dezembro · 2014

O momento nunca foi tão propício

para abordar o tema racionaliza-

ção e reuso de água na indústria

canavieira. Desde outubro de 2014, a re-

gião Sudeste, principalmente o Estado de

São Paulo, responsável por 60% da produ-

ção canavieira do Brasil, vivencia uma das

maiores estiagens de sua história.

A contínua escassez de chuvas em

alguns estados da região Centro-Sul pro-

vocou sérios danos à cultura da cana-de

-açúcar, reduzindo a oferta de matéria

-prima e levando usinas a anteciparem o

encerramento da safra.

A boa notícia é que o setor, cada vez

mais,adotaousoracionaleeficientedosre-

cursoshídricos,reduzindodeformasignifica-

tiva a captação de água nos últimos 30 anos.

Graças ao reuso, a retirada média pelo setor

caiu de 15 a 20 metros cúbicos por tonelada

na década de 70, para a média atual abaixo

de dois metros cúbicos por tonelada, com al-

gumas unidades industriais chegando a cap-

tar menos de um metro cúbico por tonelada.

Segundo o consultor Ambiental e de

Recursos Hídricos da União da Indústria

de Cana-de-Açúcar (UNICA), André Elia

Neto, a técnica de reutilizar traz benefícios

ambientaissignificativos,comoadiminui-

ção da captação do volume do recurso hí-

ÁGUA

Leonardo Ruiz

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ULG

ÃO

USI

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ART

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O

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21

drico gerado e com a redução da poluição,

jáqueadescargadeefluentes(resíduos)

é minimizada. Há também benefícios eco-

nômicos para a empresa, com o decrésci-

mo da cobrança pelo uso da água.

Na opinião do especialista, a introdu-

ção de processos de racionalização e reuso

de água vem diminuindo de forma abrupta

a demanda pelo recurso hídrico. Tecnologias

de ponta em desenvolvimento e outras a se-

rem desenvolvidas possibilitarão aproveitar

melhor a água contida na cana, podendo-se

atingir um novo patamar de captação abai-

xo de 0,5 m³/t de cana processada.

DIV

ULG

ÃO

USI

NA

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AM

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ATI

Segundo Caetano Henrique Grossi, a Usinas Itamarati vem reduzindo, a cada ano, seu consumo de água, chegando a 42% na safra 2013/14

Graças ao reuso, a retirada média pelo setor canavieiro caiu de 15

a 20 metros cúbicos por tonelada na década de 70 para abaixo de

dois metros cúbicos por tonelada

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22 Dezembro · 2014

ÁGUA

Programas de gestão

Para o gerente de meio ambiente da

Usinas Itamarati, Caetano Henrique Gros-

si, é de vital importância para a socieda-

de que o setor sucroenergético demonstre

a sua capacidade evolutiva em benefício

do meio ambiente. “Não se trata somen-

te da redução do consumo de água, mas

das consequências dessa relação na qua-

lidade de vida e no bem-estar da socie-

dade no presente e no futuro. Ou seja, a

sustentabilidade deve atender às necessi-

dades presentes sem comprometer a pos-

sibilidade de que as gerações futuras sa-

tisfaçamassuasprópriasnecessidades”.

Com esse ideal, a empresa, com sede

em Nova Olímpia, Sudoeste do Mato Gros-

so, vem reduzindo, a cada ano, seu con-

sumo de água, chegando a 42% na safra

2013/14. Esse número foi alcançado devi-

do à adoção de diversas medidas, como

eliminação de perdas de água em todo o

processo industrial e reutilização de águas

menos nobres em processos que permi-

tam a sua utilização.

Além disso, o gerente de meio am-

biente conta que a implantação do Sistema

de Gestão Ambiental também contribuiu

para melhorar o desempenho ambiental

da empresa. “O alto nível de comprometi-

mento de todos empregados dos diversos

níveis e funções hierárquicas é vital para o

cumprimento de nossa Política Ambiental.

O nosso planejamento ambiental é volta-

do para o pensamento proativo, favore-

cendo a melhoria contínua do processo

produtivoindustrial”,afirmaGrossi.

Entre os benefícios dessas práticas,

segundo ele, estão a redução do impac-

to ambiental causado pela menor retira-

DIV

ULG

ÃO

USI

NA

S IT

AM

AR

ATI

Resfriamento e reutilização da água

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23

A Usinas Itamarati realiza monitoramentos

periódicos de suas operações e atividades que

possam gerar impactos sobre o meio ambiente

da de água do manancial,

diminuição na geração de

efluenteslíquidosnopro-

cesso industrial, além de

uma queda do consumo

de insumos para o trata-

mento da água, uma vez

que o volume captado é menor.

“O circuito aberto de águas se carac-

terizava pela captação e utilização da água

no processo industrial e o seu lançamen-

to nos cursos de água sem um tratamen-

to adequado. Eram comuns problemas re-

lativos a aumento da carga orgânica e da

temperatura dos cursos de água localiza-

dos à jusante das unidades industriais, de-

vidoaolançamentodeefluentesemcon-

diçõesimpróprias.”

Grossi afirma que, agora, o circuito

fechado de águas se caracteriza, principal-

mente, pelo melhor aproveitamento das

águas e menor volume captado. “Atual-

mente, também não ocorrem lançamentos

deefluentesnoscursosdeágua.Aságuas

residuárias, junto com a vinhaça, são utili-

zadasnafertirrigaçãodoscanaviais”.

Monitorando

A Usinas Itamarati realiza, ainda, mo-

nitoramentos constantes de suas ope-

rações e atividades que possam gerar

impactos sobre o meio ambiente. Perio-

dicamente, os resultados são analisados

criticamente pela gerência do Sistema de

Gestão Ambiental. Esta análise visa o con-

trole dos aspectos e impactos ambientais,

afimdegarantirumdesempenhoadequa-

do com a legislação e outros requisitos.

A empresa realiza continuamente,

segundo Grossi, o monitoramento da qua-

lidadedaságuassuperficiaisesubterrâne-

as da região. Segundo ele, são efetuadas

coletasdeamostrasdeáguassuperficiais

dos rios, córregos e lagoas para a avalia-

ção da sua qualidade por meio de parâ-

metros químicos, físicos e biológicos. O

acompanhamento da qualidade das águas

subterrâneas é realizado através de poços

de monitoramento. Também são efetua-

dascoletasdeamostrasdeefluentesem

sistemas de tratamento de esgoto e sepa-

radores de água e óleo para a avaliação

daqualidadeantesdasuadisposiçãofinal.

DIV

ULG

ÃO

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NA

S IT

AM

AR

ATI

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24 Dezembro · 2014

ÁGUA

Tratar águas residuais não é mais luxo, é

necessidade

Água bem aproveitada

Desperdício de água é crime am-

biental e ao caixa da empresa.

Ainda bem que o mercado ofere-

ce tecnologias e serviços que permitem o

uso racional e o reuso de água

A maior estiagem dos últimos 50

anos na região Centro-Sul do Brasil au-

mentou a atenção para a necessidade de

utilizar a água de maneira sustentável. Isso

estimulou diversas empresas a buscarem

soluções para minimizar problemas rela-

cionados à disponibilidade hídrica e ao

lançamentodeefluentes.Comisso,ade-

manda por instalações e projetos de reu-

so de água vem crescendo muito devido

ao aumento do custo da água e das limi-

tações de descarte das águas que são uti-

lizadas em indústrias.

“Estamos em um período onde todo

mundo está falando sobre a importân-

cia da água, inclusive, sobre a falta dela

nas usinas. Dessa forma, o tratamento e

a recuperação de algumas águas residu-

ais para a reutilização é algo muito impor-

tanteparaosetorsucroenergético”,afirma

Rogério Barros, diretor-comercial da Alco-

lina Química e Derivados, empresa locali-

zada em Cravinhos, SP.

Com 20 anos de mercado, a Alcolina,

segundo Rogério Barros, oferece portfólio

completo de soluções para todos os pro-

cessos de fabricação do açúcar e etanol,

mas, atualmente, o grande destaque tem

sido as soluções em tratamento de água.

A empresa oferece ampla linha de aditivos

químicos e equipamentos de última ge-

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25

ração para os mais diversos tipos de Tra-

tamento de Águas. Tem um portfólio de

produtos e equipamentos para ETA (Esta-

ção de Tratamento de Água), ETE (Estação

deTratamentodeEfluentes),OsmoseRe-

versa, Sistema de Resfriamento, Caldeiras

de Alta e Baixa Pressão, Eletrodeionização,

Desmineralização, Abrandador, Leito Mis-

to eUltrafiltração. Epossui umDeparta-

mento Técnico estruturado para indicar

qual é a melhor solução para as empresas,

deacordocomoperfildecadaumadelas.

Um dos serviços realizados pela Al-

colina na área de água, destacado por Ro-

gério Barros, é na Odebrecht Agroindus-

trial. A Alcolina é responsável por todo

o tratamento de resfriamento das unida-

des da Odebrecht. “É um negócio diferen-

ciado, pois eles não compram o produto,

mas os serviços. O Grupo paga, por exem-

plo, um valor X por 1.000 m³ de água tra-

tada e nós entramos com os equipamen-

tos corretose comopessoalqualificado

paraarealizaçãodoprocedimento”,finali-

za. Com nove Unidades operando, a Ode-

brecht Agroindustrial, na safra passada,

consumiu 23 milhões de metros cúbicos

de água, sendo 14,7 milhões de metros

cúbicos de águas recicladas ou reutiliza-

das, média de 64% do total consumido.

Rogério salienta que a Alcolina busca, cada vez mais, novas tecnologias que ofereçam excelente custo-benefício às empresas

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26 Dezembro · 2014

ÁGUA

Uma das caldeiras da Unidade Rio Claro, da Odebrecht Agroindustrial, localizada em Caçú, GO: água de boa qualidade é fundamental para a produção de energia

Rogério salienta que existem inúme-

ras práticas para o tratamento de águas, por

isso a Alcolina busca, cada vez mais, novas

tecnologias que ofereçam excelente custo

-benefício às empresas. Mais informações:

(16) 3951-5080 - www.alcolina.com.br

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27

Piracicaba, permitiu traçar um diagnósti-

co quanto à intensidade da utilização de

recursos hídricos nas atividades relaciona-

das ao cultivo da cana-de-açúcar. Os da-

Pesquisa apresenta alternativas para reduzir consumo de água nas usinas

O BALANÇO TAMBÉM FORNECE DADOS QUE PERMITEM

ESTIMAR O CONSUMO DE EFLUENTES E ESTABELECER O TIPO

DE OPERAÇÃO UNITÁRIA PARA O SEU TRATAMENTO

Fonte: Embrapa Informática Agropecuária

As unidades sucroenergéticas investem em tecnologia para reduzir a utilização de água

Um levantamento realizado pela

Embrapa Informática Agropecu-

ária (Campinas, SP), em conjunto

com a Faculdade de Tecnologia (Fatec) de

NIE

LS A

ND

REA

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28 Dezembro · 2014

ÁGUA

dos obtidos auxiliam no desenvolvimento

de soluções sustentáveis para as produ-

ções de etanol e de açúcar.

O Brasil é o maior produtor de cana,

de açúcar e de etanol de cana do mundo.

No País funcionam 347 usinas. Segundo

dados da Companhia Nacional de Abaste-

cimento (Conab) e do Ministério da Agri-

cultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa),

na safra 2013/2014 foram produzidos

40,97 milhões de toneladas de açúcar e

27,17 bilhões de litros de etanol numa

área plantada de 8,8 milhões de hectares.

Issosignificaquehouveoconsumoapro-

ximado de 882 milhões de metros cúbicos

(m³) de água pelas usinas, embora a maio-

ria tenha circuitos de água fechados.

Por meio dos resultados demonstra-

dos pela metodologia é possível determinar

a quantidade de consumo de água na pro-

dução e as medidas necessárias para a sua

otimização de uso e reuso, assim como dis-

tinguir os processos de utilização de água e

efetuar o dimensionamento de tubulações

(coletores, distribuidores, entre outros),

bombas, trocadores de calor, evaporadores

e estações de tratamento de água.

De acordo com o pesquisador da

Embrapa Informática Agropecuária Fábio

César da Silva, o balanço também fornece

dados que permitem estimar o consumo

deefluenteseestabelecerotipodeope-

ração unitária para o seu tratamento, além

de avaliar o impacto do uso da água pela

destilaria, no caso da produção de etanol,

e pela fábrica, na produção de açúcar.

Cresce a produção e

cai o consumo de água

Ele explica que, três décadas atrás, a

captação de água na indústria sucroalco-

oleira era de 15 a 20 m³ por tonelada de

cana. Uma rápida redução ocorreu devi-

do à legislação ambiental e à implantação

do sistema de cobrança pela utilização de

recursos hídricos, decorrentes da Consti-

tuição Federal de 1988. Um levantamento

realizado pelo Centro de Tecnologia Cana-

vieira (CTC), em 1997, analisou a captação

de 34 usinas da Copersucar, que chegou à

média de 5 m³ por tonelada. Em 2012, no

Estado de São Paulo o valor foi de 1,26 m³

por tonelada, de acordo com dados da Se-

cretária do Meio Ambiente de São Paulo.

Quatro usinas foram submetidas aos

métodos de avaliação propostos pela pes-Segundo Silva, os estudos realizados reduzem a captação de 0,69 a 0,62 m³ por tonelada

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29

quisa realizada em colaboração entre a

Embrapa e a Fatec. Três delas apresenta-

ram uma relação de consumo de água por

tonelada de cana satisfatória e dentro dos

parâmetros hídricos solicitados pela Se-

cretaria do Meio Ambiente, que determina

que o consumo de água deve ser abaixo

de 0,7 m³ por tonelada de cana processa-

da. Uma usina analisada, que utiliza 1 m³

por tonelada, deve investir na otimização

do balanço hídrico da fábrica.

Segundo Silva, os estudos realizados

reduzem a captação de 0,69 a 0,62 m³ por

tonelada, indicando as práticas que per-

mitem chegar a esses valores. “Como so-

lução para o uso inadequado e exagerado

dos recursos hídricos nas produções de ál-

cool, podemos apontar a otimização dos

fatoresqueinfluenciamofuncionamento

e reduzem as perdas dos equipamentos e

processosderesfriamento.”

Para isso, sugere a instalação de um

desareadorparaoaumentodaeficiência

térmica da caldeira, a substituição de tro-

cadores de calor a placas por chillers de

redução de temperatura na fermentação

do mosto, a limpeza a seco da cana-de

-açúcar e a instalação de torres de refrige-

ração para reutilização da água em opera-

ções unitárias da própria usina.

“A otimização do consumo hídrico

da usina é essencial para a sustentabilida-

Secretaria do Meio Ambiente determina que o consumo de água deve ser abaixo de 0,7 m3

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30 Dezembro · 2014

ÁGUA

de do agronegócio sucroalcooleiro. Dessa

forma, empregar sistemas de água fecha-

dos, fazendo somente a reposição das per-

das de processo, traz enormes vantagens

econômicas para a usina e diminui a cap-

tação de água bruta de rios, lençóis freá-

ticosemananciais”,explicaopesquisador.

As tecnologias como a limpeza a

seco da cana-de-açúcar para a queima da

palha nas caldeiras de alta pressão fazem

com que esse consumo diminua entre

11% e 13%, em relação à lavagem úmida

que é bem usual atualmente. A substitui-

çãodo“spray”,sistemaderefrigeraçãopor

aspersão, pela torre de resfriamento, redu-

ziria as perdas de 5% a 8% para 1,5% a 3%,

no total do balanço hídrico.

De acordo com o pesquisador, para

reduzir ainda mais esses números é neces-

sário o tratamento do reuso da água con-

tidanoefluenteearealizaçãodeproces-

sos, como a concentração e a biodigestão

da vinhaça.

O trabalho foi apresentado no 2014

SPRI Conference Technical e no Congres-

so Nacional de Bioenergia da União dos

Produtores de Bioenergia (Udop) sob o tí-

tulo “Análise de consumo hídrico em usi-

nas sucroenergéticas e as práticas de reu-

sodeefluentes.”

Sistema de limpeza de cana a seco é uma dasalternativas para redução do consumo de água pelo setor

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31

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

meçou com o comendador Tércio Wan-

derley, fundador da empresa, que desde

o início de sua vida empresarial, antes da

década de 1940, tinha como objetivo a va-

lorização do ser humano, da ética no ne-

gócio e respeito à natureza.

Assim, os Wanderley têm a susten-

tabilidade no DNA, o que facilitou atrair

mais gente de boa vontade. Um dos líde-

res dessa escola de gente que faz é o Valdir

Gomes Costa, coordenador do SGA (Siste-

ma de Gestão Ambiental). Quem já visitou

Sustentabilidade no DNADESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL OCORRE QUANDO UTILIZAMOS OS

RECURSOS NATURAIS PARA A GERAÇÃO DE EMPREGO E RENDA COM

EQUILÍBRIO E RESPEITO À NATUREZA. A CORURIPE FAZ ISSO MUITO BEM

Seja bem-vindo ao Posto Avançado da

Reserva da Biosfera da Mata Atlântica

Sítio do Pau-brasil

Luciana Paiva

Pense em um lugar que você visita e

que é tão gostoso e a hospitalida-

de é tão boa que não dá vontade

deirembora.Massevai,ficacomsaudade

e com vontade de voltar logo. Pois é, um

lugar assim é a Usina Coruripe, localizada

em Coruripe, Alagoas.

Agora, pense em gente de boa von-

tade. Sempre disposta a fazer o bem, a

criar oportunidades, geração de renda,

vida melhor para a comunidade. Lá na Co-

ruripe tem um monte de gente assim. Co-

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32 Dezembro · 2014

a Coruripe Matriz é quase certeza de ter

sido recepcionado pelo Valdir e aí desfru-

tou da hospitalidade ‘coruripeana’. Visitou

os povoados, conheceu os projetos de ge-

ração de renda, viu artesãs transformando

fibrasepapelemarte,cidadãosproduzin-

do alimentos, criando peixe, brincou com

crianças felizes, se refrescou com água de

coco natural, se deliciou com o caju da re-

serva ambiental, se lambuzou com o mel

dasfloradasdamataatlântica,oucomo

caldo de cana doce e escuro da varieda-

de RB-92579. E ainda, talvez tenha dado

uns mergulhos na piscina de água mine-

ral, logo após ter feito a trilha que leva ao

Posto Avançado da Reserva da Biosfera da

Mata Atlântica Sítio do Pau-brasil.

Além da Usina Coruripe Matriz, em

Alagoas, o Grupo Tércio Wanderley pos-

sui mais quatro unidades sucroenergéti-

cas em Minas Gerais: Iturama, Campo Flo-

rido, Limeira d’Oeste e Carneirinho. No

Guia Exame Edição 2014 Melhores e Maio-

res Empresas a Usina Coruripe figura na

primeira colocação no ranking das maio-

res empresas sucroenergéticas do Nordes-

te, Norte e Centro-Oeste e oitava posição

no ranking geral das 50 maiores compa-

nhias do agronegócio das regiões brasilei-

ras citadas. O estudo também revelou que

a Coruripe é a oitava empresa geradora de

empregos diretos, entre as 50 maiores do

agronegócio do Brasil.

Preservação ambiental

Mas a Coruripe também é campeã

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Valdir mostra o mapa da bacia hidrográfica do rio Coruripe, que faz parte dos projetos de preservação desenvolvidos pela usina

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33

no tema sustentabilidade. É detentora de

váriosprêmiosecertificaçõesnaárea.Eo

Valdir, já com quase 25 anos de casa, tem

participação direta em cada um dos pro-

jetos desenvolvidos. Apenas na área de

preservação realiza programa de educa-

ção ambiental, monitoramento do Rio Co-

ruripe, com repovoamento com espécies

nativas da região, preservação da reserva

legal, APPs e RPPNs, produção de mudas

com espécies nativas da Mata Atlântica e

apoioapesquisascientíficas.

Destinou 17 mil hectares de ter-

ra própria à preservação. Mais de nove

mil hectares já foram transformados em

RPPNs (Reservas Particulares do Patrimô-

nio Natural, que é uma forma irreversível

de manter a área permanentemente pre-

servada. É o caso de Porto Cajueiro, no

município de Januária, no norte mineiro, e

Posto Avançado: Biblioteca ambiental, Câmara de sementes e Viveiro para produção anual de 80 mil mudas nativas

Na Casa de Sementes, além da preservação das espécies, conferimos como são belas e exóticas as sementes das plantas brasileiras

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34 Dezembro · 2014

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

As espécies nativas são identificadas pelo mateiro Nilo Costa, que de caçador virou ambientalista, é dá nome à biblioteca ambiental

da Pereira, em Feliz Deserto, litoral de

Alagoas. Além disso, a Coruripe vem

recuperando matas ciliares e substi-

tuindo a cana plantada nas áreas de

encostasporreflorestamento.

O Centro Ambiental no Posto Avançado recebe estudantes para palestras ambientais

Valdir Costa ministrando palestra no Centro Ambiental. O espaço

criativamente decorado encravado na Mata Atlântica estimula o aprendizado

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35

Desenvolvimento

sustentável

Segundo Valdir, pre-

servação ambiental só é

possível se houver uma

contrapartida econômi-

ca para as comunidades

do entorno. Por isso, com

o objetivo de expandir os

seus investimentos socio-

ambientais, o Grupo Tércio

Wanderley fundou, em abril

de 2005, o Instituto para o

Desenvolvimento Social e

Ecológico (Idese). Trata-se

de uma instituição que tem

como objetivo promover a

preservação da natureza e o

progresso da comunidade,

por meio da promoção de

ações voltadas para o de-

senvolvimento sustentável.

Assim, a Coruripe re-

aliza programas de de-

senvolvimento sustentá-

velcomoaOficinadePapel

Artesanal, ação praticada

em Alagoas e Minas Gerais.

Também melhora a ren-

da familiar de jovens por meio da venda

de artesanato feito a partir da mistura do

bagaço da cana com papel de sacos de

cimento.

Na região do município de Coruri-

pe, um dos trabalhos da Usina é recom-

por a mata com mudas de Ouricuri, planta

nativa que estava sendo dizimada, princi-

palmente porque serve de matéria-prima

para a produção de artesanato. Para retirar

afibra,aspessoascortavamapalmeira.Os

profissionaisdaCoruripetreinaramapo-

Artesãs fazendo arte com papel e bagaço de cana

Oficina de Papel Artesanal

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36 Dezembro · 2014

Artesãos produzindo

peças com palha de Ouricuri

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

pulação, ensinando como reti-

rarafibrapreservandoaplanta.

Também financiaram a criação

da associação de artesãs. A usi-

na é a principal cliente das pe-

ças produzidas, mas o material

é tão belo que já é exportado,

já foi utilizado por personagens

de novela e está em grandes lojas.

A mesma ação acontece em Feliz De-

serto, município vizinho de Coruripe. Só

que lá, a matéria-prima utilizada é a taboa.

Em parceria com a prefeitura, a associação

das artesãs tem um belo ponto de produ-

ção e comercialização das peças. Projetos

que,alémdepreservarafloranativa,pos-

sibilitam trabalho e renda para mais de

100 famílias.

No povoado Pontes, uma simpática

vila no município de Feliz Deserto, 90%

das quase 100 famílias de moradores tra-

balham na Usina Coruripe. Lá são desen-

volvidas várias ações como o Projeto Mel.

No povoado está a Casa do Mel, que re-

cebe o produto vindo de 170 colmeias

que geram cerca de 2.000 quilos de mel

A Cooperativa fica no povoado de Pontal do Coruripe e fica de frente pro mar. Existe melhor inspiração?

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37

Peças produzidas com a fibra da taboa

de abelha natural que é distribu-

ído para as crianças da região de

Feliz Deserto. A Usina também adquire o

produto que é fornecido como comple-

mento alimentar para os rurícolas. Ainda

nopovoadoPontes,aCoruripetemaOfi-

cina de Papel Artesanal, a casa de produ-

ção de suplemento alimentar, que é for-

necido para escolas e creches, e a horta

comunitária.

Povoado Pontes, em Feliz Deserto: palco de várias ações da Coruripe

Artesã preparando a fibra da taboa

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38 Dezembro · 2014

Educação, saúde e esporte

Com ênfase na formação e educação

das crianças, a Coruripe mantém creches e

escolas nos municípios onde atua. A Cre-

che Dr. Vitor Montenegro Wanderley tam-

bémficanopovoadoPontes,eatendecer-

ca de 100 crianças, oferecendo alimentação

saudável, programa básico de saúde e de

vacinação, serviço médico, odontológico e

atividades esportivas e recreativas, e uma

proposta pedagógica de educação infan-

til que objetiva aumentar a autoestima de

seus participantes. Em Minas Gerais, desta-

ca-se o projeto Florescer, que oferece edu-

cação e cultura para centenas de crianças e

jovens do município de Campo Florido.

O esporte também marca presença

entre as ações da Coruripe. Um dos princi-

pais é o projeto Basquete Cidadão desen-

volvido em parceria com a Federação de

Basketball de Alagoas. O objetivo é pro-

mover cidadania por meio do esporte. A

iniciativa funciona em um antigo armazém

de açúcar no bairro de Jaraguá, na capital

alagoana. Ele devolve a autoestima para

crianças e adolescentes carentes da pe-

riferia de Maceió. Nele, a prática esporti-

va está associada à frequência e ao rendi-

mento escolar. Mais de 300 jovens trocam

as ruas da cidade pelas salas de aula das

escolas e pelas quadras de basquete. Por-

tadores de necessidades especiais têm

destaque nas equipes de basquete em ca-

deira de rodas e de surdos-mudos.

É, quando o assunto é sustentabili-

dade, a Coruripe joga em todas as pontas,

criando pontes para que as pessoas possam

ser campeãs seja qual for sua modalidade.

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

No povoado Cachoeira, em Teotônio Vilela, Alagoas, a usina Coruripe desenvolve projeto de criação de peixes e hortifruti

O Anderson trabalha há nove anos na Coruripe: era tratorista, fez curso de apicultor e hoje trabalha na Casa de Mel

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39

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40 Dezembro · 2014

Qual o tratamento, doutor?

ECONOMIA

O SETOR GANHOU O GESUCRO (GRUPO DE ESTUDOS

PARA GESTÃO SUSTENTÁVEL E CONTROLADORIA

DA CADEIA SUCROENERGÉTICA), POIS NÃO

ADIANTA APENAS SABER O DIAGNÓSTICO.

É PRECISO REALIZAR O TRATAMENTO!

* Marcos Françóia

Imagine uma pessoa doente. Ela bus-

ca por um médico que lhe pede vários

exames,afimdedarumdiagnósticoe

prescrever os tratamentos necessários. Po-

rém,seopacientenãofizerosexames,o

médico não irá descobrir o que acontece e

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41

caso o paciente não faça o tratamento in-

dicado, pode morrer.

Traça-se aqui um paralelo com as

empresas do setor sucroenergético, que

há tempos se encontra em crise. Mais do

que aguardar sinais positivos do mercado

e do governo, que aos poucos vem sur-

gindo, é preciso fazer a lição de casa: or-

ganizar-se financeiramente e descobrir

oportunidades.

No mundo dos negócios, milagres

não existem. Somente trabalho duro e

busca por melhoria. O primeiro passo para

o sucesso é ter domínio sobre o seu negó-

cio e conhecer profundamente os núme-

ros. Através deles é possível agir em meio

à adversidade.

Para saber onde estão os problemas

é preciso investigar, buscar dados con-

cretos: saber o quanto a empresa produz,

qual sua capacidade, quais oportunidades

poderia ter, seus custos reais, o melhor re-

gimefiscal,aquantidadedefuncionários,

as receitas e despesas. E ninguém melhor

Reunião do Gesucro no auditório da MBF em Sertãozinho, SP

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42 Dezembro · 2014

ECONOMIA

para juntar todas essas informações, es-

tudá-las e transformá-las em soluções do

que a Controladoria.

O trabalho dessa área, tal como o do

médico em relação ao paciente, permite

enxergar a realidade da empresa e traçar

metas para solucionar problemas e reto-

mar o crescimento.

Todavia, os controllers, ou controla-

dores, não trabalham sozinhos. Eles pre-

cisam de um departamento de Tecnolo-

gia da Informação estruturado, confiável

e ágil, que atue em conjunto com eles,

afinal,éaTIquepodefornecerosdados

maisapurados,os“exames”paraaanálise.

Porém, não basta somente descobrir

a“doença”queatingeaempresasenada

for feito. Uma vez traçadas as metas para

reorganização da empresa, é preciso que

o “paciente” realmente se empenhe em

cumpriro“tratamento”.

Acontece que os controllers são vis-

tos com desconfiança pelos demais de-

partamentos e nem sempre há coopera-

ção para realizar as mudanças necessárias.

Por vezes, até mesmo a extração de dados

decadaáreaédificultada.

É preciso compreender que a contro-

ladoria tem real necessidade de receber as

informaçõescorretas,afimdeminimizare

evitar problemas para a empresa e os indi-

víduos que nela atuam.

Conversando com vários controllers,

notou-se que a grande maioria enfrenta os

mesmos problemas. Assim, surgiu a ideia

de criar o Gesucro (Grupo de Estudos para

Gestão Sustentável e Controladoria da Ca-

deia Sucroenergética), para promover um

espaço de debate e troca de experiências

entreosprofissionaisdasáreasdefinan-

ças, administração e controladoria do se-

tor canavieiro e sua cadeia produtiva.

Outro ponto importante do gru-

po é que ele visa valorizar esses profis-

sionais, que têm atuação vital nas empre-

sas hoje em dia, por meio de atividades

de aprimoramento como cursos, palestras,

workshops, e criar um padrão de critérios

de avaliação de resultados e indicadores

e desenvolvimento de controles. É possí-

vel conhecer um pouco mais sobre o Ge-

sucro em sua página na internet (www.ge-

sucro.com.br).

Parafinalizar,ressalta-senovamente

a necessidade de haver uma área de Con-

troladoria nas empresas. Quanto mais rá-

pido ela agir, mais cedo serão conhecidas

asdificuldadeseserãotraçadosplanosde

ação para resultados que evitem um mal

maior.

* Marcos Françóia,diretor da MBF Agribusiness

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44 Dezembro · 2014

Texto: Clivonei Roberto

EMPRESA DESENVOLVE VÁRIAS INICIATIVAS VOLTADAS

À PROMOÇÃO CULTURAL E AO ESTÍMULO À LEITURA

Usina Santa Fé sacia a fome de quem quer conhecimento

LEITURA

“Viajar pela leitura

sem rumo, sem intenção.

Só para viver a aventura

queéterumlivronasmãos.”

Clarice Pacheco

Além de produzir açúcar e etanol, a

Usina Santa Fé também produz lei-

tores. E dos bons, daqueles sempre

ávidos por viajar pelas páginas de um livro.

Nofinaldenovembro,chegouaofim

o Festival de Leitura de 2014 promovido

pela usina. Durante vários meses, os jovens

das escolas do Município de Nova Europa,

em que a usina está sediada, foram estimu-

lados a ler e escrever pequenos resumos

dos livros. No encerramento do Festival, os

“maisaplicadosleitores”receberamtablets

emáquinasfotográficascomoprêmio.

Mas a vocação social da Santa Fé em

fomentar o conhecimento e o saber, por

meio da leitura e da promoção cultural, é

antigo. No passado, a usina chegou a ter

uma biblioteca, que hoje funciona na ci-

dade de Nova Europa. Foi transformada

na Casa da Leitura, que tem também uma

Crianças e adolescentes de Nova Europa participaram do II Festival de Leitura

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versão volante que leva cultura para diver-

sas cidades onde a Usina atua. É uma bi-

blioteca móvel, que permite que estudan-

tes de escolas da região e de comunidades

desprovidas de espaços de leitura tenham

acesso a diversos títulos.

Para a Usina Santa Fé, desenvolver ati-

vidades culturais e educacionais deve pas-

sar inevitavelmente pelo estímulo à leitura.

Em vários eventos promovidos pela empre-

sa há um convite para o fascinante mun-

do dos livros. Tanto para crianças e jovens

-quandoocorremoficinasdeleitura,con-

cursos de redação e apresentação de con-

tadores de histórias -, como para os profes-

sores da rede pública - que participam de

workshops. Sempre há uma maneira de en-

volvertodosnomundo“fantástico”dalite-

ratura e do saber!

É uma contribuição intangível, mas

Pelo Festival, os alunos das escolas de Nova Europa foram estimulados a ler e escrever pequenos resumos dos livros

Os “mais aplicados leitores” receberam tablets e máquinas

fotográficas como presente

Contadores de história levam crianças e adolescentes a se interessarem pelas histórias dos livros

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46 Dezembro · 2014

transformadora que a Usina Santa Fé ofe-

rece ao futuro da população da comunida-

de.Afinal,comodisseNelsonMandela,“a

educação é a arma mais poderosa que você

podeusarparamudaromundo”.

Nasce o Instituto Itaquerê

A Santa Fé desenvolve diversos pro-

jetos sociais nas comunidades onde está

inserida. O que começou com uma creche

para filhos de funcionários, uma escola e

uma biblioteca se transformou no CECOI

(Centro de Convivência Itaquerê), e foi ofe-

recido para toda comunidade de Nova Eu-

ropa a partir de 2000. O Centro atende por

dia quase 500 crianças da cidade, oferendo

a elas atividades de complementação esco-

lar, cursos preparatórios para o desenvol-

vimentoprofissional,esporte,artee lazer.

Funciona em área da usina, uma antiga es-

cola com áreas verdes, salas de aulas, brin-

quedos, quadras e muito espaço.

Mas, em 1º de dezembro, uma assem-

bleia transformou o CECOI no Instituto de

Desenvolvimento Social Itaquerê. O objeti-

vo do novo Instituto é o mesmo do antigo

Centro: atuar na promoção social, desenvol-

vendo, assessorando e apoiando tecnica-

mente programas de atendimento a crian-

ças e adolescentes visando a integração

social, educação e saúde, defendendo seus

direitos e garantindo-lhes a vivência da ci-

dadania, inclusive com projetos relaciona-

dos com a preservação do Meio Ambien-

te. À frente do Instituto, na sua presidência,

estáAnitaFerrazMalzoni,filhadeRobertoe

Anita Malzoni que já, nos anos 1970, enxer-

garam a necessidade de fazer caminhar jun-

to com o desenvolvimento econômico tam-

bém o social e o ambiental, hoje o chamado

desenvolvimento sustentável.

Segundo Anita, os trabalhos vão con-

tinuar os mesmos no Centro, podendo ser

aprimorados com entrada de verbas que

serão repassadas para o Instituto, via Leis

de Incentivo, e pela própria Usina Santa Fé

- que até agora arcava sozinha com inves-

timentos anuais na ordem de R$ 500 mil. A

intenção é de, no futuro, o Instituto cons-

truir uma sede na cidade e facilitar ainda

mais a participação da população local.

Assembleia cria o Instituto de Desenvolvimento Social Itaquerê

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48 Dezembro · 2014

SOLUÇÕES INTEGRADAS

Maior produtividade também é sustentabilidade

CRESCER VERTICALMENTE É A BASE PARA O

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO AGRONEGÓCIO

Luciana Paiva

Há cerca de 20 anos, o cupim era

principal praga nos canaviais da

Destilaria Santa Inês, uma das

três unidades sucroenergéticas do Gru-

po Tonielo, em Sertãozinho. Fernando

Prati, gerente agrícola do Grupo, lembra

que na época, em um projeto de parce-

ria com a BASF, a Destilaria desenvolveu

um trabalho para testar o inseticida Re-

gent® 800WG no controle dos cupins em

cana-soca. “Usávamos uma enxadinha

para abrir um sulco na soqueira para co-

locar o produto, depois criamos uma bo-

tinhafinaqueiaestourandoomeiodali-

nha da soqueira. Os equipamentos eram

rudimentares e provocavam danos nas

plantas. Mesmo assim o Regent® 800 WG

controlouperfeitamenteoscupins”,con-

ta Prati.

Ele brinca: “Naquela época, éramos

felizes e não sabíamos, pois só havia o

cupim que comia um pouquinho, depois

Cana-planta com alto pegamento e

protegida de doenças

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vieram o Migdolus, o Sphenophorus levis.

Estes sim são problemas, o Sphenopho-

rusmaisainda”,afirma.Eletemrazão,pois

atualmente o Sphenophorus é uma das

principais pragas que atacam os canaviais

no Estado de São Paulo. As larvas desse in-

seto se abrigam no interior do rizoma, di-

ficultandooseucontroleedanificandoos

tecidos. A partir daí, pode ocorrer a mor-

te da planta e falhas nas brotações das so-

queiras, causando prejuízos na ordem de

30 toneladas de cana por hectare. A lon-

gevidade do canavial também é reduzida,

obrigando reformas extremamente preco-

ces, o que aumenta os custos.

A região de Ribeirão Preto, onde

se encontra a Destilaria Santa Inês e ou-

tra unidade do Grupo, a Virálcool Pitan-

gueiras, é uma das áreas de maior incidên-

cia de Sphenophorus. Segundo a Datagro

Alta Performance, a praga está presen-

te em mais de 60% dos canaviais do No-

roeste paulista. Gustavo Nogueira, geren-

te-técnico da Associação dos Plantadores

de Cana do Oeste Paulista (Canaoeste), diz

que no raio de atuação da entidade, que

envolve 50 municípios e 150 mil hecta-

res com cana, só não tem Sphenophorus

quem não procurou. Prati explica que o

corte de cana crua criou um ambiente fa-

vorável à disseminação de doenças e pra-

gas da cana, já que o fogo era um elemen-

to que participava do controle.

Evolução no controle de

pragas e doenças da cana

Mas se aumentou a incidência de

novas pragas também evoluíram as tec-

nologias e ferramentas disponíveis. “Ago-

ra contamos com implementos com dis-

cos cortantes que colocam os defensivos

nointeriordasoqueirasemdanificá-la.E

as plantadoras de cana depositam os pro-

dutos no sulco de plantio de forma homo-

gênea. E o melhor, o Regent® 800 WG, que

controla cupim, também controla o Mig-

dolus e a broca. E tem mais uma vanta-

gem: é uma barreira química para as for-

Fernando Prati: foco na

perenização da cana

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50 Dezembro · 2014

migas cortadeiras. Depois que passamos a

usar o produto deixamos de nos preocu-

par com o controle de formigas, principal-

mente na cana de primeiro corte”, infor-

ma Prati.

Além da Destilaria Santa Inês e da Vi-

rálcool Pitangueiras, o Grupo Tonielo tem

a Virálcool, unidade Castilho, no Oeste

paulista. A soma da área de cana das três

unidades - terras próprias e arrendadas -

é de 45 mil hectares. O plantio anual é de

aproximadamente 11 mil hectares e toda a

área é tratada com o inseticida Regent 800

WG, enquanto que em cana-soca, para o

controle de Sphenophorus, o controle é

feito com o inseticida Regent DUO.

Cana perene

Em ano normal (sem problemas cli-

máticos), a produção anual da Destilaria

Santa Inês é de 700 mil toneladas, da Vi-

rálcool Pitangueiras, em torno de 2,6 mi-

lhões, mesmo número da Virácool Casti-

lho - a mais nova unidade do Grupo. Da

cana moída na Santa Inês, 70% é de forne-

cedores de cana. Na Virálcool Pitangueiras

são 50% e na Castilho, 30%. Há quase 30

anos atuando na agroindústria canavieira,

Prati sabe que a prosperidade do negó-

cio depende do aumento da produtivida-

de e da longevidade do canavial, por isso,

desenvolve um projeto de perenização da

cana. Nas duas unidades mais antigas do

Área de cana-soca na destilaria Santa Inês tratada com Regent DUO

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52 Dezembro · 2014

SOLUÇÕES INTEGRADAS

Grupo, a idade média dos canaviais é de

6,7 a 7 cortes. Há quase oito safras, a pro-

dutividade média da Santa Inês é superior

a 100 toneladas por hectare. Na Virálcool

Pitangueiras a média é de 95 ton/ha e na

Unidade Castilho é de 80 ton/ha.

Porém, para o gerente agrícola do

Grupo Tonielo, não adianta ter um cana-

vial que apresenta três cortes com 120 to-

neladas, sendo que depois a produtivi-

Controle começa na hora do plantio. No sulco da cana são depositados o inseticida Regent® 800 WG, mais o fungicida Comet®

dade cai drasticamente. O importante é

mantê-la alta por longo tempo. Sua meta

é obter canaviais na casa dos três dígi-

tos por pelo menos 10 cortes. Para isso,

entre as medidas adotas está o capricho

no manejo e preparo de solo. “Sou a fa-

vor da sistematização, do uso de subso-

lador, principalmente nos solos argilosos.

Também plainamos toda área, deixamos o

solo um colchão macio, perfeito para re-

ceber a cana, mas tudo isso pode ser um

trabalho perdido se não controlamos as

doenças e pragas. A cana com presença

da praga é como um moleque com verme.

Você dá o vermífugo e ele responde posi-

tivamente,voltaacomer, crescer,fica re-

sistente às doenças. É o que acontece com

acanaquandorecebeodefensivocerto”,

salienta Prati.

No Grupo Tonielo, o controle come-

ça na hora do plantio. No sulco da cana

são depositados o inseticida Regent® 800

WG mais o fungicida Comet®, também

da BASF. O primeiro controla as pragas

e o segundo protege a cana de doenças

como a podridão abacaxi, que prejudi-

ca a germinação e o desenvolvimento das

mudas, além de proporcionar maior en-

raizamento. “Isso é fundamental, pois a

maior quantidade de raiz faz com que a

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cana se alimente melhor, gerando não só

maiorquantidadedeperfilhos,porémsa-

dios e mais fortes. Além disso, a presen-

çademaisraízesdificultadanoscomoo

arranquio de soqueiras durante a colhei-

tamecanizada”,diz.Osdoisprodutosfa-

zem parte do Sistema AgCelence® Cana-

de-Açúcar, que além de controlar pragas e

doenças, possibilita ganhos de biomassa e

rendimento industrial.

Segundo ele, a mecanização é o prin-

cipal empecilho para a perenização do ca-

navial. Em áreas de cana de fornecedor da

Santa Inês, onde o corte é manual, a lon-

gevidade do canavial com boa produtivida-

de ultrapassa os 12 cortes. “Com a colheita

mecanizada, é fundamental o enraizamen-

to, senão as falhas na soqueira serão inten-

sas, o que levará a renovar o canavial no

terceiro corte. Precisamos utilizar produtos

que nos ajudem a preparar a cana para so-

frermenosaaçãodamáquina.”

A maior seca dos últimos 50 anos no

interior paulista reduziu a produção da sa-

fra 2014/15 das unidades do Grupo Tonie-

lo em torno de 20%. A média de produ-

tividade por hectare na Santa Inês foi de

80 toneladas, da Virálcool Pitangueiras de

79 e da unidade Castilho caiu para 60 to-

neladas. Em Castilho, 100% do plantio e

colheita são mecanizados, o solo é mais

argiloso - o que facilita o arranquio da so-

queira -, além de ser área recuperada de

pastagem. Tudo isso aumenta o desafio

dosprofissionaisdoGrupo,quetêmoob-

jetivo de não só recuperar a produtivida-

de atingida antes da seca, como ampliá-la.

Prati une experiência e tecnologia para re-

solver os problemas que o setor enfrenta,

principalmente nas novas fronteiras cana-

vieiras. “As inovações estão à disposição e

vamosusá-las.”

As unidades do Grupo Virálcool, como a destilaria Santa Inês, tiveram queda de safra. O objetivo é não só recuperar a produtividade atingida antes da seca, como ampliá-la

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54 Dezembro · 2014

SOLUÇÕES INTEGRADAS

Grupo Tércio Wanderley

quer mais do que o controle

de doenças e pragas da cana

Expandir as fronteiras da cana faz

parte do currículo do Grupo Tércio Wan-

derley, de Alagoas, detentor da maior uni-

dade sucroenergético do Norte/Nordeste,

a Usina Coruripe. Ao perceber que as ter-

ras propícias ao cultivo da cana-de-açú-

car no estado se esgotavam, o Grupo dire-

cionou seu crescimento para o Centro-Sul.

Em 1994 adquiriu a destilaria Alexandre

Balbo, em Iturama (MG), e transformou a

destilaria na Usina Coruripe Unidade Itu-

rama, figurando entre asmaismodernas

do País.

Depois, também em Minas Gerais,

implantou mais três unidades: Campo Flo-

rido, Limeira do Oeste e Carneirinho. Má-

rio Sérgio Matias, gerente Corporativo

de Planejamento e Desenvolvimento do

Grupo, informa que essas quatro unida-

des somam 75 mil hectares com cana, e

a unidade Matriz, localizada no município

alagoano de Coruripe, conta com 30 mil

“Para obter alta brotação, produtividade e longevidade não se justifica cortar custos”, alerta Mário Sérgio

Nesta safra, a produção do Grupo Tércio Wanderley, em Minas Gerais, foi de 10,5 milhões de toneladas

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hectares. Em Minas, a produção das qua-

tro unidades na safra 2014/15 foi de 10,5

milhões de toneladas. Na unidade alagoa-

na, a safra começou em setembro e a pre-

visão é colher três milhões de toneladas.

Mario Sérgio explica que a Usina de

Campo Florido está a 200 quilômetros de

distância de Iturama, por isso, é conside-

rado um outro polo produtivo. A produti-

vidade de Campo Florido é de 83 tonela-

das por hectare, sendo que 70% da cana

vem de fornecedores. A média do polo

Iturama, que reúne as outras três unida-

des, é de 87 toneladas, mas a Unidade Itu-

rama está na casa das 100 toneladas. Já

a Carneirinho, incorporada ao Grupo em

2012, apresenta menos de 80 ton/ha, pu-

xando o resultado para baixo. O objetivo é

que a média das quatro unidades alcance

a casa dos três dígitos.

As unidades da Coruripe em Minas

possuem 100% de corte mecanizado, o

que, segundo Mário Sérgio, acaba agre-

dindo muito a parte estrutural da planta,

facilitando a entrada de patógenos, prin-

cipalmente fungos, tornando necessário

criar uma proteção por meio de inseticidas

e fungicidas. Introduzir a cana em área de

pastagens com histórico de patógenos é

mais um fator complicador. “Não é possí-

vel plantar a cana em um ambiente desses,

é preciso criar uma barreira química de

proteção. O custo de introdução de cana-

vial, dependendo da região, gira em torno

de R$ 6 mil a R$ 7 mil por hectare. Então, é

preciso fazer bem-feito para não ter de re-

formá-lo antes da hora. Além disso, o ob-

jetivo é obter alta brotação, produtividade

elongevidadee,porisso,nãosejustifica

cortarcustos”,alertaMárioSérgio.

Anualmente, a área de plantio de

cana nas unidades da Coruripe em Mi-

Usina Coruripe filial Iturama: média de produtividade na casa dos três dígitos

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56 Dezembro · 2014

nas Gerais é em torno de 11 mil hectares e

quase 100% recebe aplicação no sulco de

plantio do inseticida Regent® e do fungici-

da Comet®. “Antigamente, observávamos

a incidência da podridão abacaxi princi-

palmente no inverno. Depois da mecani-

zação, passou a ocorrer o ano todo. Para

controlá-la, utilizamos o fungicida Comet®

para o tratamento de tolete, protegendo

contra a podridão abacaxi e outras doen-

ças. Outro fator positivo desse produto é

oefeitodepotencializaroenraizamento”,

afirmaMatias. E nas áreas de cana-soca,

logo após o corte, Mário salienta que apli-

cam o Regent Duo®. Segundo ele, o pro-

duto proporciona grande redução na in-

festação de pragas como broca, saúvas e

cigarrinha, além de longo poder residual,

resultando na melhor relação custo-bene-

fício do mercado.

Coruripe Matriz quer os

benefícios do sistema AgCelence®

Como o corte mecanizado começou

a crescer na Coruripe Matriz, em Alago-

as, a unidade passou a utilizar o fungici-

da Comet® e o inseticida Regent® 800 WG

nos 4,5 mil hectares de plantio. Além do

controle das pragas e doenças, Mário con-

ta que o objetivo é estender aos canaviais

alagoanos os benefícios AgCelence® obti-

dos nos canaviais do Grupo em Minas Ge-

rais: plantas mais sadias, melhor desenvol-

vimento radicular, maior arranque e ganho

de produtividade de 10 a 15 toneladas de

cana por hectare por ano.

“Só quem utiliza sabe os ganhos com

esse sistema. Funciona mesmo. As soluções

integradasdaBASFnãopodemficarforado

pacote de ações, que visam elevar a compe-

titividadedonegócio”,afirmaMárioSérgio.

SOLUÇÕES INTEGRADAS

Além do controle das pragas e doenças, o objetivo é estender aos canaviais alagoanos os benefícios AgCelence®

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PLANTA 2G DA RAÍZEN PRODUZ ETANOL COM PEGADA

DE CARBONO 15 VEZES MENOR QUE O ETANOL 1G.

DEIXANDO A CANA AINDA MAIS SUSTENTÁVEL

Etanol muito mais verde!

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60 Dezembro · 2014

Clivonei Roberto

Em seus mais de 70 anos, a Usina Cos-

ta Pinto, em Piracicaba, SP, já produ-

ziu muito etanol. Mas os litros do

biocombustível que saíram de sua destila-

rianofinalnovembropassadosãoumdi-

visor de águas para a companhia. A unida-

de entrou para a história recente do etanol

2G no Brasil ao iniciar a operação da pri-

meira planta de etanol de segunda gera-

ção do Grupo Raízen.

A empresa é pioneira ao produzir em

escala o biocombustível a partir do baga-

ço da cana. A planta tem capacidade para

gerar anualmente 40 milhões de litros de

etanol celulósico. Um projeto que tem po-

tencial para aumentar em até 50% a pro-

dução atual de etanol da Raízen.

Segundo Pedro Mizutani, vice-presi-

dente de Etanol, Açúcar e Bioenergia da

Raízen, a planta da Costa Pinto é a primei-

ra unidade de etanol de segunda geração

totalmente integrada com a planta de eta-

nol de primeira geração (1G).

Com parte dos recursos vindos do

BNDES (Banco Nacional de Desenvolvi-

mento Econômico e Social), R$ 237 mi-

lhões foram investidos na nova planta,

construída estrategicamente ao lado da

unidade do grupo já dedicada à produção

de etanol de primeira geração. A proximi-

dade e a sinergia entre as duas unidades

conferem ganhos logísticos e de custo,

proporcionando eficiência e competitivi-

Bagaço segue por esteira em direção à planta de etanol 2 G

CAPA

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61

dade a todo o processo produtivo.

Antônio Alberto Stuchi, diretor-exe-

cutivo de produção do Grupo, frisa que

uma planta de etanol de segunda geração

“sozinha”,quenãosejaintegradaàplanta

de etanol de primeira geração, tem viabi-

lidade econômica menor do que uma uni-

dade projetada para trabalhar em sinergia

com a unidade de 1G. Para produzir o 2G

na Costa Pinto, por exemplo, as caldeiras

utilizadas são as mesmas, assim como os

sistemas de fermentação e de destilação.

“Fizemos adaptações, mas toda parte de

vapor e energia usamos a que já temos na

usina. Apenas compramos caldeira nova

paratrabalharnaentressafra.”

Desde 2012, a Raízen, em parce-

ria com a Iogen Corporation, empresa ca-

nadense de biotecnologia, mantém uma

planta teste de etanol celulósico na cida-

de de Ottawa, no Canadá, com o objeti-

vo de adquirir a expertise necessária para

implementar a primeira unidade comer-

cial da Raízen no Brasil. Os testes incluí-

ram o envio de mais de 1.000 toneladas

de bagaço de cana-de-açúcar para o Ca-

nadá para o aprimoramento das técnicas

de produção de etanol celulósico. Juntas,

Raízen e Iogen Corporation são acionistas

da Iogen Energy, uma joint venture 50%/

50%, detentora da tecnologia de processo

da biomassa para produção do etanol de

segunda geração.

“Com o aprendizado adquirido du-

rante os testes no Canadá, a Raízen acredi-

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62 Dezembro · 2014

Pedro Mizutani apresenta a matéria-prima e o produto final do 2G da Raízen

Antônio Alberto Stuchi apresenta polpa hidrolisada de bagaço: o primeiro passo

rumo ao etanol celulósico

ta no potencial do etanol

celulósico para atender à

demanda crescente por

biocombustíveis no Bra-

sil e no mundo e seguirá

investindo nesta tecnolo-

gia”,afirmaMizutani.

As enzimas que atu-

am na conversão do material celulósico

em açúcar – uma das etapas do proces-

so de fabricação do etanol – são forneci-

das pela Novozymes, parceira da Raízen

no fornecimento e aprimoramento da tec-

nologia enzimática.

Emissão 15 vezes menor

Segundo Mizutani, o etanol de se-

gunda geração é um produto sustentá-

vel como poucos. “É a solução apresenta-

da pela indústria sucroenergética para a

construção de um futuro com emissões de

carbonocadavezmenores.”

Alberto Abreu, diretor agroindustrial

da companhia, concorda com Mizutani.

“Ponto central para a Raízen, a sustentabi-

lidade é um dos pilares do projeto de 2G.

Temos na produção de etanol de segun-

da geração uma pegada de carbono mui-

to menor do que na produção do etanol

deprimeirageração.”

Ele lembra que o 1G já tem uma pega-

da baixa, mas no processo de produção do

2G o nível de emissão é 15 ve-

zes menor. Enquanto na pro-

dução do etanol de primeira

geração há uma emissão de

1,5 milhão de tonelada de CO2

por ano no processo produti-

CAPA

Page 63: D176c2b3013b014014771077ddfdca8a

63

vo, a emissão no sistema de fabricação do

etanol de segunda geração é de 100 mil to-

neladas de CO2. “Este é um elemento funda-

mental na estratégia da Raízen de desenvol-

ver produtos totalmente relacionados com

sustentabilidade”,acentuaAbreu.

Etanol 2G deixa o

negócio mais sustentável

A Raízen concluiu a construção da

sua primeira unidade de etanol celulósi-

co no país quatorze meses após o início

das obras, ou seja, dentro do prazo anun-

ciado no início do projeto. “O cumprimen-

to do prazo e do orçamento tem a ver com

asustentabilidadeeconômicadoprojeto”,

destaca Abreu.

Com as mesmas especificações e

propriedades do etanol de primeira ge-

ração, o 2G será destinado pela Raízen à

comercialização em todo o Brasil. No en-

tanto, para celebrar a chegada do novo

etanol aos consumidores, a empresa dis-

ponibilizou no começo de dezembro 200

mil litros do combustível em um posto da

Rede Shell situado em Piracicaba.

Com 24 unidades produtoras, a Raí-

zen produz por ano cerca de 2 bilhões de

litros de etanol, 4,5 milhões de

toneladas de açúcar e gera mais

de 900 MW de energia elétrica

a partir do bagaço da cana-de

-açúcar. Como a companhia es-

tima elevar em 50% sua produ-

ção de etanol com o 2G, deverá

oferecer um adicional ao mer-

cado de 1 bilhão de litros por

ano até 2024 caso atinja seus

arrojados planos na área.

Para ampliar a produção

do 2G, a Raízen planeja cons-

truir mais sete plantas de eta-

nol celulósico até 2024, todas

próximas a unidades de pro-

Equipe de executivos da Raízen comemora o início da produção

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64 Dezembro · 2014

Pedro Mizutani abastece carro da CanaOnline com etanol 2G em posto da Shell em Piracicaba

dução de primeira geração já existentes,

a exemplo da Costa Pinto. No entanto, a

previsão é que a marca de produção de

1 bilhão de litros de etanol somente seja

atingida quando as oito unidades estive-

rem operando com capacidade máxima.

Na concretização da planta da Cos-

ta Pinto, a Raízen desenvolveu um know

-how interno voltado ao projeto de etanol

de segunda geração, o que é fundamental

para os planos da empresa de construir as

outras plantas.

“Nosso sonho é chegar a 1 bilhão

de litros. As próximas plantas terão escala

maior que na Costa Pinto. Teremos plan-

tas que chegarão a 130 milhões de litros

por ano, sempre integrando a unidade de

etanol 1G com as plantas de 2G. Serão es-

colhidas plantas que cogeram e estão lo-

calizadas em local mais favorável do pon-

todevista logísticoquantoàbiomassa”,

explica Abreu. No entanto, ele não adian-

ta qual será a próxima unidade da Raízen

a receber uma planta de segunda geração.

Abreu lembra ainda que a planta da

Costa Pinto está customizada para fazer

etanol 2G a partir de palha e do ba-

gaço de cana, mas trata-se de um

primeiropasso.Afinal,éumatec-

nologia que transforma diferen-

tes biomassas em biocombustível.

Portanto, com o tempo, a planta

também pode receber outras ma-

térias-primas, como milho, trigo,

cavaco de madeira, eucalipto.

Para a Raízen, o início da pro-

dução do etanol 2G abre portas

para a companhia e torna o negó-

cio ainda mais sustentável, ao pos-

sibilitar o crescimento superlativo

da produção do biocombustível

sem precisar de novas unidades

ou de aumentar a área plantada.

CAPA

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65

RECICLAGEM SHOW

Para o destino ambientalmente correto

RECICLAGEM SHOW

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O Brasil é líder e referência mundial no assunto, seguido

pela França, Canadá e Polônia

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66 Dezembro · 2014

Waldemiro Kopp, produtor de

milho, soja e trigo da região

paranaense de Cambé, sem-

pre se preocupou com as embalagens va-

zias dos defensivos agrícolas que utilizava

em sua propriedade. O que o diferencia de

outros produtores é que esse pensamento

teve início ainda na década de 1970, quan-

do ideais sustentáveis eram pouco bus-

cados pela população. Mesmo sem pro-

gramas de logística, Kopp nunca vendeu,

queimou, enterrou ou jogou fora suas em-

balagens, que, naquela época, chegavam

a mais de mil unidades. Guardou tudo la-

vado, dentro do barracão, à espera de um

sistema que desse a possibilidade de des-

tinar adequadamente essas embalagens.

Foram, aproximadamente, 33 anos

de espera. Mas esse dia chegou. Quando

o Instituto Nacional de Processamento de

Embalagens Vazias (inpEV) foi criado, em

2001, o produtor paranaense pôde fazer

sua primeira devolução, entregando três

caminhões cheios de embalagens.

Porém, antes de explicar o programa,

cabe um contexto histórico. A partir da dé-

cada de 1960, houve um aumento na uti-

lização de defensivos agrícolas em todo o

país. As leis criadas visavam apenas regu-

lamentar as aplicações, sem, no entanto,

dispor sobre as destinações. Sem alterna-

tivas, era comum aos agricultores enter-

RECICLAGEM SHOW

Leonardo Ruiz

BRASIL É REFERÊNCIA MUNDIAL QUANDO O ASSUNTO É DESTINAÇÃO

CORRETA DE EMBALAGENS DE DEFENSIVOS AGRÍCOLAS PÓS-CONSUMO

Em 1999, a Andef indicou que 50% das embalagens vazias de defensivos agrícolas no Brasil eram doadas ou vendidas sem qualquer controle

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67

rar, jogar fora ou queimar esses materiais

após a utilização, um ato que causava da-

nos ao meio ambiente e criava riscos para

a saúde humana.

Em 1999, a Associação Nacional de

Defesa Vegetal (Andef) indicou que, na-

quela época, 50% das embalagens vazias

de defensivos agrícolas no Brasil eram do-

adas ou vendidas sem qualquer controle,

25% tinham como destino a queima a céu

aberto, 10% eram armazenadas ao relen-

to e 15% eram simplesmente abandona-

das no campo.

Visando alterar esse cenário, foi ins-

tituída, em 2000, a Lei Federal 9.974/00

(promulgada em junho de 2000 e regula-

mentada em 2002), que atribuiu aos usu-

ários de defensivos agrícolas a responsa-

bilidade de devolver as embalagens vazias

aos comerciantes que, por sua vez, teriam

de encaminhá-las aos fabricantes. Em caso

de não cumprimento, os envolvidos esta-

riam sujeitos a punição prevista em lei.

Embora a lei tivesse sido criada, ain-

da faltavam meios para que ela fosse cum-

prida em sua totalidade. Dessa forma, em

dezembro de 2001, foi fundado o inpEV,

uma entidade que viria integrar todos os

elos da cadeia e que gerenciasse o siste-

ma da melhor maneira.

InpEV e Sistema

Campo Limpo

Desde sua criação, em 2002, o Sis-

tema Campo Limpo (logística reversa das

embalagens vazias de agrotóxicos), ge-

renciado pelo inpEV, ultrapassou a mar-

ca de 300 mil toneladas de embalagens

retiradas do meio ambiente. O resultado

de 2013 (40.404 toneladas) representa um

aumento de 8% na destinação desse ma-

terial se comparado ao ano anterior, quan-

do o país destinou 37.379 mil toneladas.

Entre janeiro e outubro deste ano,

o Sistema destinou 37.795 toneladas do

material em todo o país. A quantidade é

8% maior se comparada ao mesmo perío-

do de 2013. Para 2015, a expectativa é que

sejam destinadas 45.500 toneladas de em-

balagens vazias de defensivos agrícolas.

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Em 2000, foi criada Lei Federal que atribuiu aos usuários de defensivos agrícolas a responsabilidade de devolver as embalagens vazias aos comerciantes

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68 Dezembro · 2014

Esses dados elevam o Brasil a líder e refe-

rência mundial no assunto, seguido pela

França, Canadá e Polônia.

A gerente de sustentabilidade do

inpEV, Maria Helena Zucchi Calado, conta

que, em termos de devolução (percentu-

al), os estados que mais se destacam são

Mato Grosso, Paraná, São Paulo e Goiás.

“Atualmente, 94% das embalagens plásti-

cas primárias são devolvidas pelos agricul-

tores brasileiros nas mais de 400 unidades

de recebimento presentes em 25 Estados

e no Distrito Federal, que somam mais de

146 mil m² de área construída e ambien-

talmentelicenciada”.

Segundo ela, o desempenho exem-

plar do Sistema Campo Limpo e os cres-

centes resultados são reflexos da aplica-

ção de quatro fundamentos: legislação,

que prevê responsabilidades compartilha-

das, integração entre os elos do sistema

(agricultores, fabricantes - estes represen-

tados pelo inpEV -, canais de distribuição

e poder público), investimentos contínu-

os nas áreas de educação e conscientiza-

ção para agricultores e futuras gerações, e

gestão de processos e da informação por

meio de sistemas que orientam a tomada

de decisões.

“Vale lembrar que os benefícios am-

bientais do Sistema podem ser comprova-

dos pelos resultados do sexto estudo de

ecoeficiênciarealizadopelaFundaçãoEs-

paço ECO. A pesquisa encomendada pelo

inpEV indicou que, entre 2002 e 2013, o

Sistema evitou a emissão de 394 mil to-

neladas de CO2, volume que corresponde

a dois milhões de árvores que deixariam

de ser cortadas. Sem o programa, a extra-

ção de recursos naturais teria sido 3,8 ve-

zesmaior.”

Procedimentos

Após a aquisição de um defensivo

agrícola, o produtor recebe a nota fiscal

da compra que contém, além das informa-

ções usuais, o local onde as embalagens

vazias devem ser devolvidas. No momento

do preparo da calda para aplicação na la-

RECICLAGEM SHOW

Desde sua criação, em 2002, o Sistema Campo Limpo ultrapassou a marca de 300 mil toneladas de embalagens retiradas do meio ambiente

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69

voura, deve-se fazer a tríplice lavagem ou

lavagem sob pressão e perfurar o fundo

do recipiente, evitando assim a sua reutili-

zação. Após esse procedimento, o produ-

tor deve armazenar temporariamente es-

ses materiais em local adequado dentro

de sua propriedade.

A devolução deve ser feita na unida-

Para 2015, a expectativa é que sejam destinadas 45.500 toneladas de embalagens vazias de defensivos agrícolas

No momento do preparo da calda para aplicação na lavoura, deve-se fazer a tríplice lavagem

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de de recebimento do Sistema indicada

na Nota Fiscal. Nessas unidades, as emba-

lagens são preparadas pelos funcionários

paraseguiremaodestinofinal(reciclagem

ou incineração). Ao todo, dez reciclado-

res parceiros do Sistema transformam as

embalagens (plásticas, metálicas, pape-

lão e tampas) em 17 diferentes artefatos,

como barricas de papelão, tubos para es-

goto, cruzetas de poste de transmissão de

energia,embalagensparaóleolubrifican-

te, caixas de bateria automotiva, além das

Ecoplásticas Triex, embalagens que têm

suas fabricações voltadas para o envase

do próprio defensivo agrícola produzidas

pela Campo Limpo Reciclagem e Transfor-

mação de Plásticos.

Já as embalagens não laváveis (cer-

ca de 5% do total) e aquelas que não fo-

ram corretamente lavadas pelos agriculto-

res são encaminhadas aos incineradores

parceiros do Sistema.

Ao todo, o Sistema Campo Limpo reúne mais de 400 unidades de recebimento, entre centrais e postos, distribuídas em 25 estados e no Distrito Federal

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70 Dezembro · 2014

Postos

Ao todo, o Sistema Campo Limpo re-

úne mais de 400 unidades de recebimento,

entre centrais e postos, distribuídas em 25

estados e no Distrito Federal. Essas unida-

des são geridas por associações e coope-

rativas, na maioria dos casos com apoio do

inpEV. As unidades de recebimento devem

ser ambientalmente licenciadas para o re-

cebimentodasembalagensesãoclassifi-

cadas como postos ou centrais conforme o

porte e o tipo de serviço efetuado.

Os postos de recebimento, que de-

vem ter, no mínimo, 80 m² de área cons-

truída, realizam serviços como recebimen-

to,inspeçãoeclassificaçãodeembalagens

lavadas e não lavadas, emissão de recibo

confirmando a entrega das embalagens

pelos agricultores e encaminhamento das

embalagens às centrais de recebimento.

Essas centrais, com, no mínimo, 160

m² de área construída, também são geri-

das por uma Associação de Distribuidores

ou Cooperativa, porém, com o gerencia-

mento do inpEV. Além de operar os mes-

mos serviços dos postos de recebimento,

as centrais também realizam a separação

e compactação das embalagens por tipo

(COEX, PEAD MONO, metálica, papelão) e

a emissão de ordem de coleta para que

o inpEV providencie o transporte para o

destinofinal(reciclagemouincineração).

Uma dessas centrais é a de Piracica-

ba, SP, gerida pela Cooperativa dos Plan-

tadores de Cana do Estado de São Paulo

(Coplacana). Segunda central construída

RECICLAGEM SHOW

A Coplacana realiza, ainda, coletas itinerantes de embalagens vazias em locais variados e escolhidos estrategicamente para facilitar a entrega

A cooperativa realiza palestras com crianças visando transmitir conhecimentos sobre a importância de se destinar corretamente as embalagens vazias de defensivos

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no país, ela atua recebendo embalagens

de agricultores, usinas e postos de recebi-

mento, sendo esses localizados nos muni-

cípios paulistas de Araras, Santa Cruz das

Palmeiras, Barra Bonita e Cerquilho.

Segundo o superintende da Copla-

cana, Klever José Coral, a central recebe,

anualmente, cerca de 400 toneladas de

embalagens vazias. “É importante ressal-

tar que o inpEV monitora todas as ativida-

des realizadas. Além disso, o Instituto dá

todo o apoio necessário, capacitando fun-

cionários e gestores sobre como atuar e

administraressasunidades”.

Segundo ele, tanto os grandes gru-

pos como os pequenos agricultores já

aderiram ao Sistema. “As usinas geralmen-

te juntam um número expressivo de em-

balagens e entregam caminhões lotados

nos postos. Já os produtores trazem os

materiaisemsuasprópriascaminhonetes”.

A Coplacana realiza, ainda, coletas

itinerantes de embalagens vazias em lo-

cais variados e escolhidos estrategica-

mente para facilitar a entrega, pois mui-

tasusinasepropriedadesficamagrandes

distâncias de um posto ou central de rece-

bimento. “Além disso, são realizadas, tam-

bém, palestras junto a produtores, e até

mesmo crianças, visando conscientizar a

população a respeito da importância de

sedestinarcorretamenteessesmateriais”,

afirmaosuperintendente.

Volume de embalagens vazias de defensivos agrícolas destinado desde 2002

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72 Dezembro · 2014

A sustentabilidade palmo a palmo

SOCIOECOEFICIÊNCIA

FERRAMENTA EXCLUSIVA BASF APRESENTA METODOLOGIA PARA

MEDIR E AVALIAR A SUSTENTABILIDADE NA AGRICULTURA

Sede da Fundação Espaço ECO® em São Bernardo do Campo, SP

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Em 2005, a BASF, em parceria com a

GIZ (agência de Cooperação Alemã

para o Desenvolvimento Sustentá-

vel), criou a Fundação Espaço ECO®. (FEE®).

Alinhada às diretrizes do Pacto Global, sua

missão é promover o desenvolvimento

sustentável no ambiente empresarial e na

sociedade, transferindo conhecimento e

tecnologia, por meio de três eixos de atu-

ação:Socioecoeficiência,ProgramasEdu-

cativos e Conservação Ambiental, focando

os aspectos sociais, ambientais e econô-

micos em todas suas atividades.

Redson Vieira, gerente de Departa-

mento de Relações Governamentais e Sus-

tentabilidade da Unidade de Proteção de

Cultivos da BASF para o Brasil, explica que

as ações da FEE® são, de maneira geral,

Page 73: D176c2b3013b014014771077ddfdca8a

73

direcionadas aos parceiros de negócios,

ou às comunidades onde a empresa tem

plantas produtivas ou forte atuação. As

iniciativas vão desde a área de educação

com o Atlas Ambiental, o projeto Química

na Vida, que leva às escolas noções sobre

a química no dia a dia, até ferramentas de

medição e gerenciamento da sustentabili-

dade, pois a FEE® acredita que só se pode

gerenciar aquilo que pode ser medido.

Só se pode gerenciar

aquilo que pode ser medido

Por isso, a FEE® é responsável pela

aplicação de umametodologia científica

exclusiva no mundo que compara produ-

tos ou processos, baseadas na norma NBR

ISO14040 – Avaliação de Ciclo de Vida. Tra-

ta-sedaAnálisede Ecoeficiência, desen-

volvida pela BASF na Alemanha, em 1996,

e constitui em uma inovadora metodolo-

gia que compara indicadores ambientais

e econômicos para sua melhoria contí-

nua. A ferramenta já conta, inclusive, com

a validação de três agências mundialmen-

te especializadas: TÜV Süd da Alemanha, a

empresanorueguesa“DetNorskeVeritas”

(DNV) e a National Sanitation Foundation

(NSF) nos EUA.

Emiliano Graziano, gerente de So-

ciecoeficência e responsável pelo estu-

do na Fundação Espaço ECO®, observa

que essa ferramenta não é apenas dirigi-

da aos clientes BASF, mas um serviço que

a FEE® disponibiliza ao mercado. Para ofe-

recer um trabalho personalizado em cada

Redson: ações direcionadas aos parceiros de negócios, ou às comunidades onde a empresa tem plantas produtivas ou forte atuação

Page 74: D176c2b3013b014014771077ddfdca8a

74 Dezembro · 2014

Emiliano: ferramenta

diferenciada

estudo realizado, além da Aná-

lise de Ecoeficiência, outras

sete ferramentas são aplica-

das, sendo duas delas exclusi-

vas – SEEBALANCE® e AgBalan-

ceTM. e outras cinco existentes

no mercado: Avaliação de Ci-

clo de Vida (ACV), Pegada Hí-

drica, Pegada de Carbono e Pe-

gada Energética, o Total Cost

Ownership (TCO) e o HotSpot

Analysis.

Em todo o mundo, já mais

de 700 estudos concluídos com estas me-

todologias, o que impactou diretamen-

te aproximadamente 3500 pessoas. Entre

os principais segmentos atendidos estão

agronegócio, alimentício, construção, ce-

lulose e papel, petroquímico, químico,

têxtil, tintas, entre outros.

O AgBalanceTM, explica Emiliano, é

uma ferramenta com metodologia di-

ferenciada, pois leva em conta de forma

conjunta os aspectos ambientais, sociais e

econômicos do segmento, além de utilizar

esquemas de ponderação que permitem

avaliar as práticas de produção de forma

ampla em toda a cadeia. Para isso, 69 in-

dicadores, cada um ligado a um dos três

pilares da sustentabilidade, são calculados

por meio da ponderação de aproximada-

mente 200 fatores de avaliação.

Guarani: pioneira

no uso da ferramenta

A SLC Agrícola e a Guarani Açúcar

Etanol e Energia foram as primeiras em-

presas brasileiras a utilizarem a metodolo-

giacientífica.Oresultadofoiapresentado

em 2012. No caso da Guarani, os estudos

basearam-se na comparação entre as Uni-

dades Industriais Andrade, localizada no

município de Pitangueiras, e a Cruz Alta,

na cidade de Olímpia, ambas no noroes-

te Paulista. Nelas também foram avalia-

das as performances econômica, social e

ambiental, incluindo toda a cadeia de su-

SOCIOECOEFICIÊNCIA

Page 75: D176c2b3013b014014771077ddfdca8a

75

primentos. A base de comparação foi a

produção de 100 toneladas de cana-de

-açúcar nas duas unidades durante a sa-

fra 2010/11, até o momento da entrega

da cana às usinas para processamento de

etanol, açúcar e energia.

Embora o estudo tenha apontado

uma paridade na maioria dos aspectos

analisados,foramidentificadasdiferenças

entre a gestão das unidades, tendo como

ponto crucial o manejo dos fertilizantes.

Ambas se utilizam de vinhaça e compos-

to(tortadefiltroecinzas)-subprodutos

Estudo estimula o uso de resíduos como a vinhaça na fertilização da cana

do processamento da cana - como opções

ao uso de fertilizantes minerais. AgBalan-

ceTM apontou que na unidade Cruz Alta há

maior utilização de vinhaça e composto,

se comparada à unidade Andrade. Neste

caso, a recomendação é a intensificação

da utilização dos mesmos, já que propor-

cionam maior benefício ambiental e eco-

nomia na adubação.

Os interessados em medir a susten-

tabilidade de sua produção, basta entrar

em contato com o representante técnico

de venda (RTV) da BASF de sua região.

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76 Dezembro · 2014

AÇÕES DO BEM

Energia da Guarani abastece Hospital do Câncer de Barretos

A GUARANI SE PRONTIFICOU A FORNECER AO HOSPITAL 800 MWH DE ENERGIA

COGERADA NAS UNIDADES INDUSTRIAIS DA EMPRESA, DURANTE NOVE MESES

Energia produzida na Guarani segue pelas linhas cortando

canaviais e seguindo estradas até chegar às cidades

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Desde 2013 a Guarani provê ener-

gia limpa, produzida a partir do

bagaço da cana-de-açúcar para

um dos principais centros de referência e

combate ao câncer do Brasil: o Hospital de

Câncer de Barretos. No acordo, renovado

em2014,aGuaraniseprontificouaforne-

cer ao hospital 800 MWh de energia coge-

rada nas unidades industriais da empresa,

durante nove meses. Esse montante cor-

responde a 10% do que é consumido pelo

hospitaleajudaadiminuirumdéficitope-

racionaldainstituição.Aquantiaéosufi-

ciente para abastecer o pavilhão Sandy &

Junior, destinado à Internação pediátrica.

Para Jacyr Costa Filho, diretor da di-

visão Brasil da Tereos, proprietária da Gua-

rani, “a empresa se orgulha de ter uma

parceria de longo prazo com o Hospital

do Câncer, que é uma referência nacional.

O aspecto social, ambiental e econômico

do desenvolvimento sustentável estão re-

presentadosnesseato.”

Já para Henrique Prata, diretor ge-

ral do Hospital de Câncer de Barretos, a

doação da Guarani se tornou um exemplo

para que outras usinas também contribu-

íssem com a causa do hospital. “O pionei-

Page 77: D176c2b3013b014014771077ddfdca8a

77

rismo na doação de energia nos enche de

orgulho. Esperamos que mais parceiros si-

gamessemodelo.”

Além do fornecimento de energia lim-

pa ao hospital, a Guarani mantém brinque-

dotecas que oferecem brinquedos, jogos e

material educativo para escolas, creches e

centros de referência na região. Esse pro-

jeto estimula a educação e ajuda as crian-

çasadesenvolveremhabilidadesespecífi-

cas. Existem brinquedotecas mantidas com

apoio da Guarani em Olímpia, Parisi, Tana-

bi, Barretos, São José do Rio Preto, Colina,

Ibitiúva, Jaborandi e Pitangueiras, cidades

do Noroeste do Estado de São Paulo.

Empresa quadruplicará

capacidade de

geração de energia

Os projetos de cogeração de ener-

gia elétrica para a venda tiveram início na

Guarani em 2003. A energia produzida a

partir do bagaço da cana-de-açúcar é lim-

pa e renovável, contribuindo para o de-

senvolvimento sustentável do Brasil, uma

vez que reduz a emissão de gases poluen-

tes que causam o efeito estufa.

Em 2010, a Companhia aprovou um

plano de investimento que ira quadrupli-

car a sua capacidade de cogerar energia.

Na safra 2013/14, a Companhia produziu

720 000 MWh de energia para o sistema

elétrico e estima comercializar mais de 1

milhão de MWh na atual safra, o que re-

presenta um aumento de 40% em relação

à safra anterior.

Segundo o Balanço Energético Na-

cional de 2013, divulgado pela Empresa

de Pesquisa Energética (EPE), a fonte bio-

massa atingiu uma produção de 39.679

A direção do Hospital de Câncer de Barretos espera que mais parceiros sigam esse modelo

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78 Dezembro · 2014

GWh, incluindo tanto

a energia elétrica des-

tinada para o auto-

consumo das unidades industriais quanto

a encaminhada para o Sistema Interligado

Nacional (SIN). Em relação a 2012, a gera-

ção do ano passado foi superior em 14%,

o equivalente à geração total que a Usi-

na Belo Monte produzirá a partir de 2019,

quando estiver plenamente motorizada.

A fonte biomassa, em novembro de

2013, havia atingido outro marco históri-

co, quando superou a potência instalada

prevista para Belo Monte, de 11.233 MW.

Atualmente, de acordo com a Agência Na-

cional de Energia Elétrica (ANEEL), as 480

termelétricas a biomassa em operação

têm 11.571 MW instalados, representando

8,4% da matriz elétrica do Brasil.

AÇÕES DO BEM

Energia da Guarani abastece o pavilhão

Sandy & Junior no Hospital de

Câncer de Barretos

Além do fornecimento de energia limpa ao hospital, a Guarani mantém brinquedotecas

Page 79: D176c2b3013b014014771077ddfdca8a

79

Para aplicar bemTREINAMENTO E FERRAMENTAS QUE POSSIBILITAM INFORMAÇÕES MAIS

COMPLETAS PARA A TOMADA DE DECISÃO SOBRE APLICAÇÃO DE DEFENSIVOS

Luciana Paiva

Aplicar defensivos agrícolas de for-

ma correta, com menor risco ao

ambiente, ao aplicador e reduzin-

do custos para o produtor. Era o que vi-

sava um projeto do pesquisador Hamilton

Humberto Ramos, do Instituto Agronômi-

co (IAC) e que virou realidade em 2007,

por meio do investimento e apoio da

Arysta LifeScience. Desde seu lançamen-

to, o programa, que ganhou o nome de

Aplique Bem, já percorreu mais de 600 mil

quilômetros e mais de 47 mil pessoas –

entre agricultores, funcionários e demais

interessados – receberam treinamento

gratuito sobre o correto uso dos defensi-

vos agrícolas e as boas práticas de manu-

seio de EPIs.

Esta consultoria garante importan-

tes benefícios ao produtor, pois as técni-

cas e as informações transmitidas auxiliam

na construção de uma agricultura susten-

tável. A precisão em utilizar o defensivo

agrícola torna-se um diferencial produti-

vo, por garantir oportunidades de melho-

rias e vantagens econômicas, para que se-

jam evitados possíveis desperdícios ou até

mesmo que seja utilizada uma quantida-

de de insumo menor do que a necessária.

“Estatísticas mostram que uma má aplica-

ção pode levar a um desperdício de até

70%doproduto,oquerefletediretamen-

te no resultado do negócio. E é nesse sen-

O Arysta Fly vê o canavial de cima

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80 Dezembro · 2014

tido que atua o Programa Aplique Bem –

para orientar o produtor que é possível

minimizarmosdeformasignificativaesse

problema”, ressalta Líria Hosoe, gerente

de Registro da Arysta LifeScience.

Lucas Rona, gerente de marketing

no segmento cana-de-açúcar da Arys-

ta, salienta que o foco da empresa não é

apenas oferecer produtos, mas soluções

que contribuam para a sustentabilidade

do agronegócio e ações como o Aplique

Bem, o que demostra o comprometimen-

to da Arysta em contribuir para uma ativi-

dademaissustentável, seguraeeficiente

para toda a cadeia da produção agrícola.

No segundo semestre de 2014, para

realizar atendimentos em todo o país, o

Aplique Bem ganhou um terceiro veículo,

PRÁTICA SUSTENTÁVEL

o Tech Móvel. Líria diz que, com mais essa

unidade, o programa amplia sua capacida-

de de proporcionar, por meio da dissemi-

nação do conhecimento, maior proteção

ambiental e humana, além de contribuir

para a redução de custos de produção. “O

objetivo do Aplique Bem vem sendo al-

cançado. Hoje, os produtores rurais estão

mais conscientes das falhas que podem

ocorrer durante a aplicação de agroquími-

cos. Nas revendas, também constatamos

aumento da procura por equipamentos de

proteção, pontas de pulverização, manô-

metros e outros materiais utilizados para

manutençãodasmáquinas”,ressaltaLíria.

O sucesso do Aplique Bem no Bra-

sil despertou interesse internacional. A

Arysta informa que o programa já é rea-

O Aplique Bem conta com três unidades do Tech Móvel

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81

lizadonaColômbia,estáemfasefinalde

implantaçãonaCostadoMarfim,Burkina

Faso (África) e México e tem previsão de

implantação no Vietnã.

O canavial visto de cima

O Arysta Fly é outra ação da Arysta

ressaltada por Lucas. Em 2013, a empre-

sa desenvolveu um projeto chamado Arys-

ta Fly, que tinha como objetivo a observa-

ção aérea dos canaviais pelo Estado de São

Paulo. Trata-se de voos panorâmicos de he-

licópteroquepossibilitamverificarsetores

de sucesso ou insucesso em talhões e fa-

zendas, no que tange ao controle das prin-

cipais plantas daninhas. O programa visa

auxiliar o produtor quanto ao correto ma-

nejo de herbicidas na cana. Por meio des-

ta ação, é realizado um levantamento claro

econfiável,quegeraumrelatóriocomfo-

tos para apoiar a tomada de decisões, di-

minuindo riscos e custos desnecessários.

O sucesso da iniciativa fez com que

o Arysta Fly ganhasse novas dimensões,

expandindo sua atuação para outros Es-

tados brasileiros (Sudeste, Centro-Oes-

te e Nordeste). Lucas informa que o ser-

viço está à disposição e sem custos para

o cliente. “Compreendemos o momento

difícil que o setor sucroenergético atra-

vessa e queremos contribuir para que au-

mente sua competitividade. Sabemos que

alcançar a produtividade dos três dígitos,

produzir mais na mesma área faz parte da

sustentabilidade do negócio. O Arysta Fly

contribui para isso, é um trabalho técnico

dealta eficiência, com retornoeconômi-

co muito claro para a usina e produtores,

que avalia as áreas de cultivo de cana com

muitomaispropriedadeeeficácia.”

Desde 2007, 47 mil pessoas – entre agricultores, funcionários e demais interessados – receberam treinamento gratuito

Lucas Rona: “A Arysta investe para o desenvolvimento sustentável da agricultura”

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82 Dezembro · 2014

FUNDAÇÃO

Gigante também na sustentabilidadeAINDA BEM QUE A RAÍZEN, MAIOR GRUPO SUCROENERGÉTICO

DO MUNDO, TAMBÉM ADOTA A POLÍTICA DO

GIGANTISMO PARA A ÁREA DE SUSTENTABILIDADE

Luciana Paiva

Criada a partir da integração de ne-

gócios da Shell e da Cosan, a Raí-

zen é hoje a quinta maior empresa

em faturamento no país e atua na produ-

ção de açúcar, etanol e energia elétrica a

partir da cana-de-açúcar e na distribuição

de combustíveis.

Os números da Raízen impressio-

nam: 24 unidades sucroenergéticas; qua-

se 70 milhões de toneladas de cana moí-

da, produção anual de quatro milhões de

toneladas de açúcar; dois bilhões de litros

de etanol; quase 1 milhão de hectares com

cana, 5.245 postos de serviço com a mar-

ca Shell, mais de 40 mil funcionários e por

aí vai...

Ainda bem que o maior grupo su-

croenergético do mundo também adota a

política do gigantismo para a área de sus-

tentabilidade. Tudo começou com a cria-

ção da Fundação Cosan, em 2002. “Nas-

ceu do ideal de Mônica Mello, esposa do

acionista Rubens Ometto Silveira Mello”,

conta Lúcia Telles, gerente de Responsa-

bilidadeSocialeFormaçãoProfissionalna

Raízen. Em 2012, foi constituída a Funda-

ção Raízen, fortalecendo ainda mais a área

de Responsabilidade Social da empresa.

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83

Interior do Núcleo da Fundação

Raízen em Valparaíso,

SP, também inaugurada

em 2014

Entre os

principais objeti-

vos da Fundação

estão: promover

o atendimento

a crianças, ado-

lescentes, jovens

e adultos dentro dos projetos voltados à

educação, cultura, artes e cidadania; arti-

cular junto à sociedade o desenvolvimen-

to, implementação e gestão de ações so-

cioeducativas promovidas pela Fundação;

desenvolver programas de qualificação

profissional,preparandoe integrando jo-

vens e adultos ao mercado de trabalho; fo-

Núcleo Móvel de Formação

mentar ações que defendam a ética, paz,

cidadania, direitos humanos, democracia e

valores;qualificaçãoprofissionalparade-

mandas da área de Etanol, Açúcar e Ener-

gia da Raízen e comunidade, em cargos de

entrada ao mercado de trabalho.

Nesses 12 anos de atuação, a Funda-

çãojábeneficiouaproximadamente5.600

alunos e mais de 800 mil pessoas em

ações realizadas

para a comuni-

dade. São manti-

dos sete núcleos,

seis localizados

no estado de São

Paulo, em Dois

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Córregos, Igaraçu do Tietê, Piracicaba,

Valparaíso, Ipaússu e Jaú, e um na cidade

de Jataí, em Goiás. Os núcleos têm como

focoa formaçãoeducacionaleprofissio-

nal. Oferecem projeto socioeducativo que

atende crianças e jovens de 10 a 16 anos e

cursosprofissionalizantesparaumpúblico

de 18 a 30 anos.

Já o núcleo de Jaú atende crianças de

4 meses a 10 anos. Conta com 120 alunos

na Educação Infantil e 80 alunos no Ensino

Complementar. Oferece, ainda, cinco re-

feições diárias e tem o reconhecimento do

Ministério da Educação e Cultura (MEC) em

relação à qualidade dos cursos. A ativida-

de diferenciada do núcleo de Jaú é decor-

rente da demanda da comunidade local,

que apresentava uma evidente carência de

creches e cursos de Educação Infantil. As

ações são realizadas em parceria com as

prefeituras dos municípios.

Há também um Núcleo Móvel de

Formaçãoquelevacapacitaçãoprofissio-

nal às comunidades e aos funcionários

da Raízen mesmo nos municípios onde

não existem núcleos instalados. A unida-

de móvel permanece cerca de seis meses

em um município e já formou alunos em

cursos como os de auxiliar de manutenção

elétrica e auxiliar de manutenção automo-

tiva.Alémdo cunhoprofissionalizante,o

Núcleo Móvel também é utilizado em ex-

posições e eventos, esporadicamente.

Lúcia explica que no início das ati-

vidades da Fundação, as ações voltadas

para crianças e jovens de 10 a 16 anos

eram exclusivas aos filhos dos funcioná-

rios, depois passou a ser aberto à comu-

nidade, que já representa 80% do público.

Uma das condições exigidas ao candidato

à vaga, é morar na cidade que é sede de

um dos núcleos. Já os cursos para o pú-

blico de 18 a 30 anos, são dirigidos ape-

nas para a comunidade. Nos dois casos, é

realizado avaliação socioeconômica dos

candidatos.

São oferecidos 16 cursos e o Senai

FUNDAÇÃO

A unidade móvel oferece acessibilidade às pessoas com deficiência e mobilidade reduzida

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85

é um grande parceiro da Fundação, Lú-

cia conta que, inclusive, realizaram um tra-

balho em conjunto no desenvolvimento

de curso específico para o setor sucroe-

nergético o qual foi incluído no Pronatec

- Programa Nacional de Acesso ao Ensi-

no Técnico e Emprego – e que inicialmen-

te atendeu a Raízen, depois foi disponibi-

lizado para o setor como um todo.

Um diferencial da empresa

Os cursos e ações realizados pela

Fundação, além de atender as demandas

das comunidades, passam por avaliação

de resultado. É feita pesquisa de satisfa-

ção para saber se o conteúdo fez sentido,

se a mensagem correta foi passada, o que

precisa ser alterado.

Lúcia considera que, 2014 foi um ano

de consolidação da Fundação com a inau-

guração de quatro Núcleos de: Ipaussu,

Jatai, Valparaíso e Igarassu. Neste ano, os

investimentos da Fundação foram de R$ 7

milhões. Para agosto de 2015 está previs-

to a inauguração da segunda unidade mó-

veldetreinamento,voltadaparaaqualifi-

cação de motoristas.

A Gerente de Responsabilidade So-

cialeFormaçãoProfissionalnaRaízendiz

que ainda não vê a sustentabilidade como

uma alavanca de negócios, porém salienta

que já passou a ter peso como um diferen-

cialdaempresa.Contaquetodofinancia-

mento solicitado ao BNDES, o banco pede

uma contrapartida social. Com a Funda-

ção, a Raízen passou a ser proativa, não

ficamaisesperandoobancopedir,quan-

do vai solicitar o empréstimo ao BNDES,

na proposta já apresenta as 16 ações de-

senvolvidas pela Fundação.

Núcleo Móvel de Formação, computadores e componentes eletrônicos fazem parte das ferramentas de aprendizagem

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86 Dezembro · 2014

A programação do evento envolve

atividades com a temática da

preservação ambiental,

como palestras, apresentações

culturais, plantio de mudas e premiações

AMBIENTAL

Semeando o futuroPROJETO DA USINA SANTA TEREZINHA ESTIMULA A CONSCIÊNCIA AMBIENTAL

DE CRIANÇAS POR MEIO DE ATIVIDADES LÚDICAS CULTURAIS E EDUCATIVAS

Leonardo Ruiz

Desenvolver programas com viés

em educação ambiental e adoção

de práticas que visem à sustenta-

bilidade já é pauta em muitos grupos su-

croenergéticos. Esses projetos farão com

que, logo nos primeiros anos escolares, as

crianças compreendam a importância de se

proteger o meio ambiente, criando, dessa

forma, mentalidades conservacionistas, fa-

zendo com que seja mais fácil implemen-

tar políticas que visem a utilização susten-

tável dos recursos naturais no futuro.

Semeando o Verde é um dos projetos do setor sucroenergético com viés de educação ambiental e adoção de práticas que visem a sustentabilidade

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Um desses programas é o Semean-

do o Verde, promovido pelo Grupo Usina

Santa Terezinha, detentor de 11 unidades

de produção no Paraná e uma no Mato

Grosso do Sul, com patrocínio da FMC

Agricultural Solutions. O projeto atende

alunos da 3ª, 4ª e 5ª séries da rede muni-

cipal de educação das regiões em que em-

presa possui unidades industriais.

Os estudantes participam de ativida-

des lúdicas culturais e educativas, com o

objetivo de contribuir com a formação de

uma sociedade ambientalmente respon-

sável. A programação do evento envolve

atividades com a temática da preservação

ambiental, como palestras, apresentações

teatrais, concurso de desenho/redação e

plantio de mudas de árvores, além da en-

trega de kits e premiações.

Em 2013, o Semeando o Verde con-

templou 4.400 crianças de 20 escolas pú-

blicas. Este ano, esse número saltou para

cerca de seis mil crianças de 35 escolas

públicas. Até 2015, o objetivo é disseminar

informações sobre a preservação do meio

ambiente para mais de 12 mil alunos.

O projeto

Segundo o gerente de recursos hu-

manos da Usina Santa Terezinha, Waldo-

miro Baddini, o Semeando o Verde teve

início há alguns anos, porém, contempla-

va apenas uma unidade da empresa. Com

o sucesso, o Grupo, em 2012, decidiu ins-

titucionalizar o projeto para todas as uni-

dades. “O objetivo aqui é criar a noção da

consciência ambiental nas crianças. Des-

sa forma, por intermédio de parcerias com

as secretarias de educação dos municípios

onde atuamos, procuramos desenvolver

atividades lúdicas culturais, recreativas e

educativascomessesalunos”.

Baddini afirma, ainda, que a base

para um futuro melhor se encontra nas

crianças de hoje, que serão, futuramente,

os gestores e governantes da sociedade.

“Portanto, é apenas educando as crianças

que conseguiremos a perspectiva de um

mundomelhor”.

Uma das novidades do projeto em

2013 foi o início da parceria entre a Usina

Santa Terezinha e a FMC. Segundo a ge-

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Fernanda Teixeira: “A criança agirá também como agente transformador, pois levará para dentro de casa novas informações”

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88 Dezembro · 2014

rente de comunicação, Fernanda Teixeira,

esse projeto convergiu com as ações de

sustentabilidade que a empresa vem fa-

zendo ao longo dos últimos anos. “A sus-

tentabilidade é um direcional estratégico

da FMC, não somente em ações, mas tam-

bémnagestãodopróprionegócio”.

Ela conta que o Semeando o Ver-

de tem como meta criar a capacidade da

criança de entender o impacto do meio

ambiente dentro da comunidade onde ela

vive. “Procuramos mostrar que é possível

que ela mesma realize ações que visem à

preservação do meio ambiente. Além dis-

so, ela agirá também como agente trans-

formador, pois levará para dentro de casa

essas novas informações, repassando

esse conceito sustentável para seus pais

que, muitas vezes, não tiveram a opor-

tunidade de estudar e obter essa mesma

consciência”.

De acordo com Rosangela Fiori, di-

retora da Escola Municipal Eurípedes Pre-

gídio, de Paranacity, PR, o projeto ajuda a

reforçar os estudos ambientais já passa-

dos em sala de aula. “O Semeando o Ver-

de vem de encontro com tudo àquilo que

trabalhamos no dia a dia, dentro da esco-

la. Quando falamos no projeto, as crianças

já ficam ansiosas para assistir ao teatro,

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No dia prático, as crianças encontram uma estrutura montada para obter informações sobre mata ciliar, fauna e flora e sobre como manter uma boa convivência da cana-de-açúcar com as florestas

AMBIENTAL

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89

participar dos concursos e, principalmen-

te,paraodiadoplantio”.

Mão na massa

Mas não basta obter tanto conheci-

mento se não colocá-lo em prática. Des-

sa forma, um dos pontos altos do proje-

to é o plantio de mudas de árvores nativas

e frutíferas em áreas reservadas das uni-

dades participantes do projeto. Em 2013,

alunos de instituições públicas de ensi-

no plantaram mais de 45 mil mudas. A ex-

pectativa é de que, até 2015, mais de 100

mil mudas sejam plantadas. É importan-

te ressaltar que todas as mudas utilizadas

no plantio são cultivadas nos viveiros pró-

prios da empresa, localizados nas unida-

des Paranacity, Ivaté, Terra Rica, Tapejara

e São Tomé, e recebidas por meio de do-

ações do IAP (Instituto Ambiental do Pa-

raná), Itaipu Binacional e ICMBio/Reser-

va das Perobas. Essas unidades, em 2013,

produziram juntas cerca de 264 mil mudas

nativas e frutíferas.

Fernanda Teixeira, da FMC, relata que

o dia prático na usina é de extrema im-

portância para os alunos, pois, além de

plantarem as mudas, eles encontram uma

estrutura montada para obter, de perto,

informaçõessobremataciliar,faunaeflo-

ra e sobre como manter uma boa convi-

vênciadacana-de-açúcarcomasflorestas.

Um dos pontos altos do projeto é o plantio de mudas de árvores nativas e frutíferas

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90 Dezembro · 2014

BIODIVERSIDADE

Erradicação do uso do fogo na colheita e a ampliação das áreas de florestas restauradas explicam o retorno das onças-pardas às regiões sucroenergéticas

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REGISTROS DE ONÇAS-PARDAS NOS

CANAVIAIS PAULISTAS SÃO CADA VEZ MAIS

COMUNS. DESSA FORMA, É IMPORTANTE

QUE OS TRABALHADORES DO CAMPO

SAIBAM QUAIS PROCEDIMENTOS TOMAR

QUANDO OCORRER ESSE CONTATO

Elas estão voltando

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92 Dezembro · 2014

Matar ou correr. Esses certamente

serão os primeiros impulsos de

alguém que encontrar uma on-

ça-parda no seu caminho. Pois saiba que

essas não são, nem de longe, as atitudes

que devem ser tomadas. Pense nisso, pois

é bem capaz de esse encontro acontecer

em breve, especialmente se você trabalha

nas áreas de cultivo de cana-de-açúcar no

Estado de São Paulo. É que vem aumen-

tando o número de registro desses felinos

nos canaviais e em matas no entorno de

regiões canavieiras. O que permite uma

recomposição da população de onças

-pardas, ótima notícia, pois elas estão na

lista de animais ameaçados de extinção.

A erradicação do uso do fogo na co-

lheita da cana-de-açúcar no Estado de São

Pauloeaampliaçãodasáreasdeflores-

tas restauradas, muitas delas adjacentes

aos canaviais, que promove a formação

dos chamados “corredores verdes”, ex-

plicam o retorno das onças-pardas às re-

giões sucroenergéticas.

BIODIVERSIDADE

Projeto Cana Conviver visa disseminar orientações sobre os procedimentos mais adequados a se adotar nas situações em que uma onça-parda entrar em contato com os trabalhadores agrícolas nos canaviais

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Medindo até 155 cm de comprimento (sem a

cauda) e pesando até 72 kg, a onça-parda é o felino

com a maior distribuição no continente americano

Ocorre que, aliadas, essas práticas

vêm estimulando o reaparecimento de

outras espécies da fauna, como aves, pe-

quenos mamíferos, tatus, raposinhas, lo-

bos e serpentes, que encontram, nos ca-

naviais, um habitat adequado. Juntas, elas

formam a base da cadeia alimentar da on-

ça-parda, maior predador nesse cenário.

O monitoramento das onças por satélite

e no campo vem mostrando que os cana-

viais têm se tornado parte do seu habitat,

representando um ótimo esconderijo para

osseusfilhotes.

Cana Conviver

Segundo a coordenadora de relações

institucionais da União da

Indústria de Cana-de-Açú-

car (Unica), Luana Maia,

comofimdaqueima,foiidentificadauma

grande necessidade de aprender a con-

viver coma “nova” faunaquesurgianos

canaviais. Nascia ali, a ideia de um proje-

to que pudesse ensinar como o homem e

esses animais podem coexistir no mesmo

espaço.

Com esses objetivos em mente, a Uni-

ca, o Corredor das Onças, o Instituto Chico

Mendes de Conservação da Biodiversida-

de (ICMBio) e a FMC, se uniram para criar

o Projeto Cana Conviver, que visa dissemi-

nar orientações sobre os procedimentos

mais adequados a se adotar nas situações

em que uma onça-parda entrar em conta-

to com os trabalhadores agrícolas nos ca-

Luana Maia afirma que, com o fim da queima, foi identificada uma grande necessidade de aprender a conviver com a “nova” fauna que surgia nos canaviais

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94 Dezembro · 2014

Roberto Puzzo: “Se o ato de correr ou matar se perpetuar, os impactos no futuro serão muito grandes”

naviais. As instruções têm por objetivo es-

tabelecer um padrão de conduta entre as

pessoas que tenham maior possibilidade

de ter contato com uma onça-parda ou

outras espécies da fauna, de forma a pro-

mover uma convivência segura e saudável,

tanto para as onças, como para a fauna e

as pessoas.

O projeto viabiliza três eixos de atu-

ação: a capacitação de técnicos das em-

presas associadas à Unica por meio de

workshops, programados para acontecer

em municípios canavieiros estratégicos do

Estado de São Paulo; a elaboração de um

manual de procedimentos a ser distribuí-

do nas usinas e o apoio à construção de

um centro para reabilitação de animais,

que foi inaugurado em junho deste ano,

em Itapira, SP.

Márcia Rodrigues, analista ambiental

do ICMBio, explica que a onça foi escolhi-

da para esse projeto por garantir a biodi-

versidade da cadeia ali-

mentar abaixo dela. “Se a

onça desaparecer, os ou-

tros predadores vão se

multiplicar e brigar en-

tre si, o que fará com que

seus alimentos acabem. Além disso, as

presas da onça também vão se multiplicar,

ampliando, assim, a possibilidade de sur-

gimento de doenças, como a febre macu-

losae a leishmaniose”.Aanalista afirma,

ainda, que os serviços ambientais, como a

dispersão de sementes, polinização, pre-

dação e controle populacional, presta-

dos pelas espécies desaparecidas, serão

perdidos.

O gerente de marketing da FMC, Ro-

berto Puzzo, diz que esse projeto é impor-

tante no sentido de conscientizar as pes-

soas ligadas ao setor canavieiro de que,

se o ato de correr ou matar se perpetuar,

os impactos no futuro serão muito gran-

des. “Uma das crenças do setor é de que

a fauna não é importante. Porém, a cada

dia que passa, vemos que esse assun-

to está cada vez mais presente no nosso

dia-a-dia”.

Puzzoafirmaqueaadesãodasusinas

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Caso encontre uma ninhada de onças, não se deve retirar ou tocar nos filhotes

ao Projeto está cada vez maior. “A expecta-

tiva é que, num futuro próximo, ao menos

os grandes já estejam apoiando o Cana

Conviver. Após isso, é questão de tempo

atéqueosoutrostambémoadotem”.

Características

Medindo até 155 cm de comprimen-

to (sem a cauda) e pesando até 72 kg, a

onça-parda é o felino com a maior distri-

buição no continente americano, poden-

do ser encontrado do Canadá ou sul do

Chile.Elahabitadesdeflorestasdensasa

áreas desérticas, com clima tropical ou su-

bártico. É capaz de sobreviver em áreas al-

tamente fragmentadas, conectadas por

baixa cobertura vegetal e reflorestamen-

tos.EmSãoPaulo,habitafragmentosflo-

restais em meio a pastagens, plantações

de cana-de-açúcar e de eucaliptos.

De hábitos noturnos, ela ocupa áre-

as com grande quantidade de locais em

que seja possível criar emboscadas e com

abundância de pelo menos uma espécie

de animal de médio porte. Dado seu gran-

de porte, é considerada um superpreda-

dor no topo da cadeia alimentar. Por isso,

tem importante papel no controle popula-

cional de predadores de porte menores e

de espécies herbívoras.

Atualmente, a onça parda é consi-

derada extinta em grande parte da Amé-

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96 Dezembro · 2014

BIODIVERSIDADE

rica do Norte e em algumas localidades

das Américas Central e do Sul. No Brasil,

o mesmo ocorre na faixa litorânea que se

estende do Maranhão até o Sergipe e no

leste da Bahia. É somente no Estado de

São Paulo que ocorre o inverso, ou seja,

onde a população de onças-pardas vem,

aos poucos, se recompondo.

Como agir

Agora que você já sabe as causas do

retorno das onças-pardas e suas principais

características, está na hora de aprender

o que fazer quando avistar esses animais

no canavial. Essas recomendações, apon-

tadas pela analista ambiental do ICMBio,

Márcia Rodrigues, levam em conta situa-

ções registradas no Estado de São Paulo e

visam garantir a segurança das pessoas e

dos animais envolvidos.

Primeiramente, a onça-parda rara-

mente vai em direção das pessoas. Des-

sa forma, quando for avistada, mantenha

distância e permita que ela siga seu ca-

minho, o que, provavelmente, acontece-

rá de forma natural. Porém, caso ela se

aproxime, não corra, provoque ou tente

prendê-la. O correto aqui é se afastar len-

tamente e/ou ligar algum aparelho que

produza som alto.

Se encontrar uma ninhada de onças,

não deve retirar ou tocar nos filhotes. É

aconselhávelnotificaraempresaparaque

o corte naquele talhão seja suspenso e a

área isolada até que a mãe venha recolher

os animais, o que acontecerá, provavel-

mente, durante a noite. Já se for encontra-

doalgumfilhoteperambulandodesacom-

panhado, é provável que a mãe esteja por

perto, jáquefilhotesdeonça-pardaten-

dem a acompanhar a mãe até, aproxima-

damente, um ano e meia de idade. Nes-

se caso, o procedimento mais adequado é

deixarofilhoteondeestáeisolaroentor-

no do local, já que a mãe voltará para bus-

car sua cria e transportá-la para um local

seguro quando não houver pessoas por

perto.

Caso haja uma onça ferida, é prefe-

rível deixar que o animal se cure natural-

mente. Não é necessário acionar o resgate,

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Se uma onça-parda for avistada, o ideal é manter distância e permitir que ela siga seu caminho

pois na natureza os animais mais aptos so-

brevivem. Porém, caso o ferimento tenha

sido ocasionado por equipamentos agrí-

colas, é necessário acionar o Corredor das

Onças para a correta orientação do pro-

cedimento de resgate e cuidados. É mui-

to comum, também, o atropelamento de

onças em estradas. Quando isso aconte-

cer, é necessário acionar a concessionária

da rodovia, a Polícia Rodoviária ou a Polí-

cia Ambiental.

Em outras situações, podem surgir

também onças em áreas rurais. O funda-

mental é isolar a área e abrir a porta do

local onde ela se encontra, possibilitando

que ela deixe-o por si mesma. Já em áreas

urbanas,nãosedevepersegui-laparafil-

mar ou fotografar. Deve-se acionar o Cor-

po de Bombeiros, a Polícia Ambiental ou

a Guarda Municipal, que por sua vez irão

chamar uma equipe especializada que

possui equipamentos adequados para a

imobilização química do animal.

Casos

E as onças-pardas já voltaram a dar

as caras nos canaviais da Usina Santa Lú-

cia, localizados na região paulista de Ara-

ras.QuemafirmaéLuizEduardoOliveira,

da área de engenharia e meio ambiente.

Segundo ele, com a abolição total da prá-

tica da queima, ressurgiram diversos ani-

mais da fauna brasileira que haviam “su-

mido” da região, como lobos-guarás,

tucanos e cobras, além, é claro, das onças

-pardas. “Nossa preocupação agora é re-

lacionadaaosfilhotes,poisnãosabemos

como proceder quando encontrá-los, já

que, diferentemente dos adultos, eles não

fogem da presença de máquinas e huma-

nos”.Apósaprendercomoproceder,oen-

genheiro contou que agora irá agir como

multiplicador dentro da empresa, repas-

sando os conhecimentos adquiridos para

os colaboradores que realizam atividades

no campo.

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98 Dezembro · 2014

TECNOLOGIA

Gerenciamento de riscos em Projetos

Após abordarmos em artigos ante-

riores os aspectos de tempo, esco-

po, qualidade e custos, iremos tra-

tar de um tema que tem sido cada vez mais

frequente e importante para quem gerencia

projetos: a gestão dos riscos em projetos.

Riscos permeiam todas as ativida-

des que executamos durante o nosso dia a

dia...Um pneu furado, um acidente de car-

ro, uma queda, uma gripe forte.... Plagiando

uma propaganda famosa de seguradora, “vai

que......”.

Todos conhecemos empreendimentos

Vai que...

*Danilo Piccolo

que tinham tudo para dar certo e que foram

afetados por um atraso em entrega de equi-

pamentos, uma nova tecnologia e até uma

mudança na condição econômica mundial.

Quantos não foram os empreendimentos

que sofreram com falta de recursos devido

à crise de 2008?

Os projetos de implantação e amplia-

ção de unidades do setor sucroalcooleiro

possuem duas características fundamentais

que sugerem atenção especial aos riscos: a

duração dos projetos e a sazonalidade do

processo de produção.

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99

Umprojetodeimplantaçãogreenfield

do setor costuma durar acima de 24 me-

ses. Em dois anos, muita coisa pode aconte-

cer, principalmente, no que se refere à con-

juntura econômica, cenário de preços e de

demanda, assuntos regulatórios, saúde fi-

nanceira de fornecedores, falta de materiais

específicos,etc.

A questão da sazonalidade coloca os

holofotes sobre os riscos relacionados aos

prazos,porque,afinaldecontas,acananão

pode esperar.

Os procedimentos, ferramentas e téc-

nicas do gerenciamento de riscos visam an-

tever problemas (e oportunidades) de modo

a reduzir o fator surpresa. Como na maio-

ria das áreas de conhecimento de gerencia-

mento de projetos, grande parte do trabalho

da gestão de riscos é de planejamento, de-

vendo ser estruturado o mais cedo possível

dentro do plano de gestão do projeto.

Para a montagem do plano de geren-

ciamento de riscos é necessário, primeira-

mente,passarporumprocessodeidentifi-

cação dos riscos.

Nesta fase, o mais importante é ten-

tar cobrir o máximo de possibilidades possí-

vel, sem pensar em probabilidades de ocor-

rência ou impactos causados. Este processo

sebeneficiamuitodeumaestruturamulti-

disciplinar para que não se restrinja o cam-

po de levantamento aos riscos técnicos, por

exemplo.

Nesta fase, todo tipo de risco é váli-

do: atraso em entrega, assuntos regulató-

rios, problemas cambiais, mudança na de-

manda, excesso de chuvas, falta de mão de

obra, crise internacional, mudança políti-

ca local, questões relacionadas ao meio am-

biente, etc.

Umavezidentificadososriscos,aequi-

pe de projeto deve proceder a uma análise

qualitativa atribuindo a cada risco um grau

de impacto e de probabilidade de ocorrên-

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100 Dezembro · 2014

TECNOLOGIA

cia. O atraso de um fornecedor de equipa-

mentos, por exemplo, pode ser um risco de

alto impacto de grande probabilidade de

ocorrência.

Iniciando-se com os riscos de maior

produto probabilidade x impacto, o próxi-

mo passo é o de atribuir valores mensurá-

veis para o risco que possam ser utilizados

como ferramenta para o plano de resposta

aos riscos.

Com as informações referentes à iden-

tificação e análise dos riscos, a equipe de

projeto deve elaborar o plano de respos-

ta aos riscos, que fará parte do conjunto de

documentos de planejamento. Este plano é

um documento que deve ser revisado a cada

reunião da equipe de projetos e que deve de-

finirumaestratégiaasertomadaparacada

risco, seja mitigar, evitar, transferir ou aceitar.

Esteplanoderespostainfluenciaosdemais

planos chave de maneira iterativa.

Isto ocorre devido ao fato de o plano

derespostadealgunsdosriscosidentifica-

dos envolverem custos extras ou reservas es-

tratégicas que devem constar do baseline

orçamentário do projeto.

Da mesma maneira, pode-se atribuir a

um determinado risco uma resposta que en-

volva a criação de pulmões (buffers) de tem-

po no cronograma.

A importância de revisar o plano de

gerenciamento de riscos deve-se ao fato de

que, durante o projeto, novos riscos podem

surgir, assim como outros podem deixar de

ser cabíveis.

*Danilo Piccolo - Mestre em Engenharia de Processos, PMI-PMP® e gestor de projetos na Reunion Engenharia

Nos últimos anos, a Reunion Engenha-

ria tem se tornado uma parceira importante

das unidades produtoras nas estratégias de

gerenciamento dos riscos.

Além das avaliações de risco condu-

zidas quando a Reunion é responsável pelo

design (riscos técnicos), a empresa está atu-

ando fortemente como fornecedora de ser-

viços voltados a minimizar riscos relaciona-

dos à execução de projetos de implantação,

ampliação e até mesmo de manutenção de

entressafra.

O serviço de Engenharia do Proprietá-

rio oferece uma série de ações preventivas,

tais como o acompanhamento e medição de

desempenho de obra, diligenciamento em

fornecedoreseverificaçãodeadequaçãoda

instalação ao projeto, objetivando monito-

rardemaneiraeficienteosriscosenvolvidos

nesta etapa dos projetos.

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101

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102 Dezembro · 2014

CERTIFICAÇÃO SOCIOAMBIENTAL

O valor da sustentabilidadePROGRAMA VALORE, DESENVOLVIDO PELA BAYER CROPSCIENCE, AJUDA

PRODUTORES RURAIS A OBTER CERTIFICAÇÃO SOCIOAMBIENTAL

Luciana Paiva

O conceito sustentabilidade para

muitos ainda é novidade, po-

rém, cada vez mais o mercado

não só exige que a produção seja fruto

de boas práticas, como quer garantia de

que os produtos são oriundos de forne-

cedores social e ambientalmente respon-

sáveis. É aí que entram as certificações

socioambientais.

E para conquista-las, a ajuda de

quem entende é muito bem-vinda.

A Bayer CropScience criou o Progra-

ma Valore para apoio à certificação so-

cioambiental. Aumentar a produção, mas

com responsabilidade e qualidade, res-

peitando o meio ambiente, o trabalhador,

a comunidade e visando a segurança ali-

mentardoconsumidorfinal,alémde re-

Produtores de uva que fornecem à vinícola Salton, por serem certificados, recebem mais pelo produto

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103

conhecer a produção agrícola sustentável

do agricultor brasileiro. Estes são alguns

dos benefícios oferecidos pelo programa

decertificaçãoValore,quegarantiráquea

produção dos participantes é segura, obe-

dece à legislação vigente e segue as boas

práticas agrícolas.

A coordenadora de Serviços Agronô-

micos da Bayer CropScience, Elaine Delga-

do, explica que o objetivo é agregar valor

à cadeia produtiva e assegurar a competi-

tividade do produtor, por meio do acom-

panhamento rigoroso do processo de pro-

dução agrícola. O programa foi criado em

2009, e reúne os critérios das principais

certificações, inclusive a Bonsucro, volta-

da para a cultura canavieira. “Criamos um

protocolo geral unindo os pontos comuns

dascertificações”,diz.OProgramaValore

atende culturas como da cana, café, soja e

uva,comprotocolosespecíficosparacada

cultura. O acesso ao Programa vai des-

de pequenos produtores, por exemplo de

uva, com propriedades de dois hectares, a

grandes produtores de soja com 140 mil

hectares.

Vantagens da certificação

O primeiro passo é entrar em conta-

to com o representante técnico de vendas

(RTV) da Bayer da região. O produtor rece-

berá uma visita de uma equipe de consul-

tores contratados pela empresa, que rea-

lizam um pré-diagnóstico. Entre as ações

O Programa Valore é aberto para pequenos produtores até os grandes produtores de soja

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104 Dezembro · 2014

oferecidas pelo programa estão: adapta-

ção aos requisitos de sustentabilidade, e

boas práticas agrícolas; orientação e ade-

quação às legislações: ambiental, social e

trabalhistas; treinamentos, assistência téc-

nica e gestão da propriedade; eficiência

do processo de produção/redução de cus-

tos de operação; consultoria especializada;

acompanhamento frequente; pré-audito-

ria; auditoria interna; auditoria realizada

porauditorqualificadoTUVRheinland.

Segundo Elaine, o prazo para ob-

tençãodacertificaçãoé,normalmente,de

18 meses. Após a conquista, o objetivo é

mantê-la, por isso, todo ano a proprieda-

de passa por auditoria. Entre os benefícios

paraoprodutorestão:qualificaçãoeges-

tão empresarial; assistência técnica e con-

sultorias patrocinadas pela Bayer; melhor

alocação de recursos e gestão da proprie-

dade; redução de custos e aumento de

produtividade; redução de riscos (ambien-

tal, social, econômico e trabalhista).

Elaine observa que a certificação

abre facilidades para colocar o produto

no mercado externo e encontrar parceiros,

além de agregar valor. Cita como exem-

plo, a parceria com a Vinícola Salton, no

Rio Grande do Sul, envolvendo 40 produ-

tores, uma área total de 200 hectares, com

produção de 2,5 milhões de quilos de uva.

Osprodutores,emdecorrênciadacertifi-

CERTIFICAÇÃO SOCIOAMBIENTAL

O Programa Valore elaborou um protocolo para cada cultura, entre elas, a do café

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105

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106 Dezembro · 2014

cação, recebem 0,5 euros a mais por qui-

lo de uva.

Programa Valore

na cultura da cana

O Programa Valore também faz di-

ferença na cultura da cana, entre as uni-

dades que fecharam parceria com a Bayer

está a Usina Açucareira Guaíra, localizada

emGuaíra,SP,queconquistouacertifica-

ção Bronze do Valore, após atender a re-

quisitos exigidos pelo programa, que en-

volvem legislações que regulamentam o

setor, responsabilidade ambiental e so-

cial. O processo teve início em outubro

de 2013, durante o final da safra 13/14

e início da 14/15, com diagnóstico sobre

a produção da usina e a adequação des-

CERTIFICAÇÃO SOCIOAMBIENTAL

te processo, de acordo com os requisitos

estabelecidos.

A Guaíra conquistou a certificação

com apenas seis meses de projeto, resul-

tado da gestão focada na sustentabilida-

de empregada pela empresa. Este caso de

sucesso da Guaíra propiciou para a Bayer

CropScience o 1º lugar na categoria “Tec-

nologia”doPrêmiovonMartiusdeSusten-

tabilidade 2014, outorgado pela Câmara

de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha,

por meio de seu Departamento de Meio

Ambiente, EnergiasRenováveis e Eficiên-

cia Energética. Há mais de 14 anos, esta

premiação reconhece projetos que pro-

movam o desenvolvimento socioeconô-

mico e cultural, alinhado ao conceito de

sustentabilidade em todo o Brasil.

Na Guaíra, a palhada da cana preserva a umidade do solo, resultado de 100% de colheita mecanizada com cana crua

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107

EDUCAÇÃO

Texto: Bureau de Ideias Associadas Fotos: DuPont

PROJETO DUPONT ESCOLA CONQUISTA ESTUDANTES, PROFESSORES E A

COMUNIDADE DO ENTORNO DA FRONTEIRA AGRÍCOLA DA CANA-DE-AÇÚCAR

Setor sucroenergético e DuPont solidificam parceria com ações socioambientais

Ação em Paraguaçu Paulista, SP

Com uma identidade corporati-

va forte no setor sucroenergético,

em decorrência dos laços históri-

cos que mantém com a cadeia produtiva,

a DuPont Proteção de Cultivos deu mais

um passo importante, em 2014, para for-

talecer essa parceria.

A companhia realizou uma série de

eventos de sua plataforma socioambien-

tal Segurança e Saúde no Campo em con-

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108 Dezembro · 2014

junto com empresas e entidades do setor

sucroenergético.

Junto a empresas como Camda, Co-

plana, Coplacana, Usina Cocal, Noble Agri,

Raízen e outras, a DuPont Proteção de Cul-

tivos avançou na execução de seu projeto

DuPont Escola, voltado a alunos do ensino

fundamental na faixa etária entre 7 anos e

10 anos, que estudam em escolas de regi-

ões rurais

DuPont Escola é coordenado pelos

engenheiros agrônomos da DuPont. Du-

ranteoseventosdoprojeto,essesprofis-

sionais realizam palestras aos estudantes,

com ênfase nas boas práticas agrícolas, no

uso correto e seguro de agroquímicos e

na sustentabilidade ambiental.

Após a exibição de vídeos temáticos

e distribuição de material educativo, os

alunos são convidados a produzir textos

e desenhos baseados no tema Meu Herói,

o Agricultor. A DuPont premia as escolas

Plantio de árvores na Usina Cocal, em Narandiba, SP

Premiação em escola de Limeira, SP

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109

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110 Dezembro · 2014

participantes com computadores. Os par-

ceiros distribuidores regionais de produ-

tos DuPont também apoiam a iniciativa da

companhia, reconhecendo os alunos au-

tores dos melhores trabalhos com bicicle-

tas e notebooks.

“O programa é um sucesso pela qua-

lidade dos trabalhos apresentados e pe-

los resultados que têm sido colhidos na

disseminação da mensagem de seguran-

çaesaúdepropostapelaDuPont”,resume

Maurício Fernandes, gerente de seguran-

ça de produtos e meio ambiente (Pro-

duct Stewardship) da DuPont Proteção de

Cultivos.

De acordo com a DuPont, este ano

mais de 6 500 alunos de escolas situadas

em áreas da fronteira agrícola da cana-de

-açúcar participaram da iniciativa, em dife-

rentes regiões. DuPont Escola teve sessões

realizadas em Jataí (GO) e nas paulistas Ál-

vares Machado, Guariba, Jau, Mineiros do

Tietê, Narandiba e Paraguaçu Paulista, por

exemplo.

Segundo Maurício Fernandes, a ex-

pectativadaDuPontéampliarsignificati-

vamente a realização dos eventos nas es-

colasqueficamnoentornodeusinasno

ano que vem. “DuPont Escola recebeu

aprovação dos parceiros que andaram ao

nosso lado este ano e já estamos sendo

solicitadosparalevarainiciativaadiante”,

comemora Fernandes.

“O projeto mostra às crianças a im-

portância do profissional do campo ao

mesmo tempo que incentiva a leitura e a

visãoartísticadosalunos”,resumeCristia-

ne Lopes, coordenadora de projetos so-

ciais da Fundação Raízen no núcleo Dois

Córregos.

Também coordenadora da área na

mesma empresa, na região de Jaú, Lucia-

Premiação em escola de Jataí, GO

EDUCAÇÃO

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111

na Rosa destaca que a parceria fortalece

o trabalho de conscientização quanto aos

temas de saúde e segurança no campo.

Já a Coplacana assinala que a inicia-

tiva mostrou ser de fundamental impor-

tância na conscientização ambiental.

Resultados e premiação

Recentemente, a DuPont celebrou a

marca de 1 milhão de pessoas atendidas

no Brasil pelos projetos de sua plataforma

Segurança e Saúde no Campo. Com cin-

co programas em andamento, voltados a

diferentes públicos, a companhia investe

somas representativas para promover nas

regiões rurais o uso correto e seguro dos

agroquímicos e a adoção de boas práticas

na agricultura.

Além do projeto DuPont Escola, a

companhia realiza há vários anos as ini-

ciativas DuPont Universidade, DuPont Na-

tureza, DuPont Mulheres no Campo e Du-

Pont Uso Correto e Seguro.

O executivo acrescenta que o pro-

jeto DuPont Natureza acaba de receber o

Prêmio Produz 2014, entregue a empre-

sas que promovem a sustentabilidade no

agronegócio.

DuPont Natureza contempla, sobre-

tudo, medidas de fomento à recuperação

de áreas degradadas e o restabelecimento

de matas nativas, em áreas urbanas e ru-

rais. O projeto é executado com a partici-

pação de ONGs, prefeituras e escolas, que

auxiliam a empresa no treinamento de es-

tudantes e cidadãos, com vistas à conser-

vação futura das áreas recuperadas.

Segundo Fernandes, a expectativa da

empresa é que num período entre 5 anos

e dez anos o conjunto dos programas da

plataforma Segurança e Saúde no Campo

venhabeneficiar2milhõesdepessoas.

Premiação em escola de Guariba, SP

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112 Dezembro · 2014

CANA SUBSTANTIVO FEMININO

8h00 às 8h45 - entrega do material

8h45 - abertura

9h00 às 10h30 – Cuidando de gente

A trajetória do social à sustentabilidade –

eseusreflexos:agregavaloràmarca;édi-

ferencial na comercialização dos produ-

tos;empresadesejadapelosprofissionais;

imagem valorizada pela comunidade

Mediadora – Maria Luiza Barbosa, di-

retora da Ecológica ID e consultora

de Responsabilidade Social da UNICA

(Confirmada)

Debatedores:

- Sueli Aguiar, gerente de Serviço Social

e Comunicação da Pedra Agroindustrial;

(Confirmada)

PRÉ-PROGRAMAÇÃO IV ENCONTRO CANA SUBSTANTIVO FEMININO

IV ENCONTRO CANA SUBSTANTIVO FEMININO

12 DE MARÇO DE 2015, NO CENTRO CANA DO IAC, EM RIBEIRÃO PRETO

- Luis Carlos Veguin, diretor de Recursos

Humanos para o segmento de Energia,

AçúcareEtanoldaRaízen(Confirmado)

- Márcia Cubas, diretora de Recursos Hu-

manos e Sustentabilidade do Grupo São

Martinho(Confirmada)

- Carla Pires, diretora de sustentabilidade

daOdebrechtAgroindustrial(Confirmada)

10h30 - Café

10h50 às 12h50 – A cana pode mais

As mulheres falam sobre práticas corretas,

inovações,profissionalismoecriatividade

- da pesquisa ao mercado -, para aumen-

tar a competitividade do setor

Mediadora – Luciana Paiva, editora da

revista CanaOnline

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113

Debatedoras:

- Cristiane Pigatto, gerente Financeira do

GrupoSãoMartinho;confirmada

- Maria do Carmo Ferrante, chefe do setor

de açúcar do Rabobank para as Américas;

confirmada

- Monalisa Sampaio, doutora em Genéti-

ca e Melhoramento de Plantas e vice-co-

ordenadora da pós-graduação em Produ-

ção Vegetal e Bioprocessos Associados da

UFSCar;confirmada

- Raffaella Rossetto, doutora em Solos e

Nutrição de Plantas, diretora Técnica da

Divisão APTA - Agência Paulista de Tecno-

logiadosAgronegócios(confirmada)

- Patrícia Fontoura, supervisora de Planeja-

mento e Desenvolvimento agrícola da SJC

Bioenergia,Quirinópolis,GO(confirmada)

- Renata Morelli, gerente de tecnolo-

gia agrícola e inovação da Coplana

(confirmada)

- Tereza Peixoto, diretora Agrícola da Bio-

sev(confirmada)

12h50 às 13h50 – Brunch

13h50 às 15h30 – Grandes executivos

falam sobre as mulheres em funções de

liderança e a participação feminina em

suas empresas

As mulheres já são 40% da força do traba-

lho no mundo, mas apenas 24% delas che-

garam à liderança

Mediadora – Ana Paula Malvestio, sócia

da PwC (Confirmada)

Debatedores:

- Pedro Mizutani, vice-presidente de Açúcar,

EtanoleEnergiadaRaízen(Confirmado)

- Rui Chammas, diretor-presidente da Bio-

sev(Confirmado)

- Otávio Lage de Siqueira Filho, dire-

tor-presidente da Usina Jalles Machado

(Confirmado)

- Antonio Carlos Zem, presidente da FMC

Corporation para América Latina;

15h30 – Café

15h50 às 17h30 – A atuação e as

oportunidades para as mulheres no

agronegócio

Apenas no Brasil, mais de 3,5 milhões de

mulheres atuam no agronegócio. Mas esse

principal segmento econômico do país

tem muito mais espaço para a participa-

ção feminina

Mediadora – Mônika Bergamaschi,

agrônoma e Secretaria da Agricultura e

Abastecimento do Estado de São Paulo

Debatedores:

- Ismael Perina, presidente da Câmara Se-

torial da Cadeia Produtiva do Açúcar e do

Álcool(Confirmado)

- Celso Torquato Junqueira Franco, presi-

dentedaUDOP(Confirmado)

- Karoline Fernandes Rodrigues, gestora

de Planejamento, Pesquisa e Desenvolvi-

mento na Jalles Machado S/A – Goianésia,

GO;

- Maria Dolores Figols y Costa, coordena-

dora do departamento de comunicação e

marketingdaCoopercitrus(Confirmada)

17h30 – Pedro Mizutani canta em ho-

menagem às mulheres

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114 Dezembro · 2014

CANA SUBSTANTIVO FEMININO

Ismael Perina, produtor rural e presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Açúcar e do Álcool

Maria Luiza Barbosa, diretora da Ecológica ID e consultora de Responsabilidade Social da UNICA

Márcia Cubas, diretora de Recursos Humanos e Sustentabilidade do Grupo São Martinho

Ana Paula Malvestio, Líder Global de Agronegócio e Sócia da PwC

Celso Torquato Junqueira Franco, presidente da UDOP

Cristiane Pigatto, gerente Financeira do Grupo São Martinho

Monalisa Sampaio, vice-coordenadora da pós-graduação em Produção Vegetal e Bioprocessos Associados da UFSCar

Patrícia Fontoura, supervisora de Planejamento e Desenvolvimento agrícola da SJC Bioenergia, Quirinópolis, GO

Raffaella Rossetto, doutora em Solos e Nutrição de Plantas, diretora Técnica da Divisão APTA

Pedro Mizutani, vice-presidente executivo de Etanol, Açúcar e Bioenergia da Raízen

Rui Chammas,diretor-presidente da Biosev

Tereza Cristina Teixeira, diretora-agrícola da Biosev

Carla Pires, diretora de sustentabilidade da Odebrecht Agroindustrial

Luis Carlos Veguin, diretor de Recursos Humanos para o segmento de Energia, Açúcar e Etanol da Raízen

Sueli Aguiar, gerente de Serviço Social e Comunicação da Pedra Agroindustrial

Maria do Carmo Ferrante, chefe do setor de açúcar do Rabobank para as Américas

Maria Dolores Figols y Costa, coordenadora do departamento de comunicação e marketing da Coopercitrus

Otávio Lage de Siqueira Filho, diretor-presidente da Usina Jalles Machado

Renata Morelli, gerente de tecnologia agrícola e inovação da Coplana

www.facebook.com/cana.substantivo.feminino

Debatedores que já confirmaram presença

INSCREVA-SE AQUI

www.canasubstantivofeminino.com.br

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115

Em 2014, a equipe da CanaOnline conquistou três importantes prêmios de jornalis-

mo. Os jornalistas Luciana Paiva e Clivonei Roberto ganharam os prêmios TOP Eta-

nol e ABAG/RP – José Hamilton Ribeiro. E o jornalista Leonardo Ruiz o conquistou

prêmio ANDEF.

Para a CanaOnline, jornalismo é a principal ferramenta de uma empresa de comu-

nicação. Por isso, investe em qualidade e experiência. Luciana Paiva e Clivonei Roberto

são os jornalistas que mais dominam os temas sucroenergéticos e juntos somam 11 prê-

mios de jornalismo.

Além de prêmios, o resultado pode ser medido em números: a CanaOnline é a pu-

blicação que mais cresce, mesmo em tempo de crise;

-comapenas15edições,maisde4.500profissionaisjábaixaramgrátisoaplicativo

para receber a CanaOnline nos smartphones;

- o facebook da CanaOnline é a maior comunidade on-line sucroenergética do mun-

do, com quase 13 mil fãs e visualização mensal superior a 250 mil.

Luciana Paiva e Clivonei Roberto recebem de Mário Campos, presidente

do Siamig, o Prêmio TOP Etanol

www.canaonline.com.brwww.facebook.com/canaonline.com.br

Com a CanaOnline não tem crise, só prêmios!

A equipe de jornalismo campeã do setor sucroenergético

Clivonei Roberto e Luciana Paiva recebem de Roberto Cestari, diretor da Coplana,

o prêmio de ABAG/RP de jornalismo

Leonardo Ruiz recebe de Mônika Bergamaschi, secretaria da Agricultura

do Estado de São Paulo, o prêmio ANDEF