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L e i t u r a n a esc o l a e n a c o m u n id a d e Apresentação e orientação Organização das rodas na escola e na comunidade 1

ENTRE NA RODA - MÓDULO 1

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Page 1: ENTRE NA RODA  - MÓDULO 1

Leitura na escola e na comunidade

Apresentação e orientaçãoOrganização das rodas na escola e na comunidade

1

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Agradecemos a Jorge Miguel Marinho por ter

gentilmente cedido o direito de uso de seu texto neste

módulo e a todos que autorizaram a publicação de

suas imagens nas fotos que o ilustram.

Fundação Volkswagen Via Anchieta, km 23,5 – CPI 1394 – Bairro Demarchi 09823-901 – São Bernardo do Campo – SP http://www.vw.com.br/fundacaovw

Presidente do Conselho de CuradoresHolger Rust

Diretor SuperintendenteEduardo de A. Barros

Diretora de Administração e Relações InstitucionaisConceição Mirandolae-mail: [email protected]

CENPEC – Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária

http://www.cenpec.org.br

Presidente do Conselho de Administração Maria Alice Setubal

Superintendente

Coordenadora Técnica Maria Amábile Mansutti

Gerente de Projetos Locais Claudia Petri

Líder do ProjetoMaria Alice Mendes de Oliveira Armelin

Autoria do materialAmérica dos Anjos Costa Marinho Maria Alice Mendes de Oliveira Armelin

RevisãoSandra Miguel

Projeto gráfi coRabiscos & Grafi smos

Editoração eletrônicaAlba Amaral Gurgel Cerdeira Rodrigues

Fotografi asDudu CavalcantiRodrigo Shimizu

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Rua Minas Gerais, 228 – Consolação01244-010 – São Paulo – SP

Anna Helena Altenfelder

São Paulo, fevereiro de 2011Tiragem: 500

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SumárioLIVRO... 5

POR QUE INCENTIVAR A LEITURA? 8

O PROJETO ENTRE NA RODA 11

Objetivos 13Objetivos específicos 14Material de apoio 14Programa de formação 15Acompanhamento 16Atividades do Projeto 17

Rodas de leitura 17Um grande evento para divulgar e marcar o início do Projeto 18Eventos periódicos 19Empréstimo 19Sessões de leitura livre 20Sessões de leitura dirigida 20Jovens leitores 20Encontro com autores de livros 20Oficinas de leitura 21Outras atividades 21

O orientador das rodas de leitura 22O orientador na escola 23O orientador na comunidade 24

Preparando-se para “entrar na roda” 25O primeiro passo: um bom acervo 28Como organizar os livros? 30Acesso aos livros 30Outros arranjos possíveis 31O espaço 32O tempo 33

Vamos entrar na roda? 34Fruição da leitura 37Circulação de informações 39A coordenação do Projeto 39Planejar e avaliar 40Registro das atividades 41

DIÁRIO DE BORDO 42

O que é? 42Como registrar? 42

PALAVRAS AOS GESTORES 43

REFERÊNCIAS E SUGESTÕES DE LEITURA 46

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4 Entre na roda - módulo 1

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5Entre na roda - módulo 1

Livro...

primeira vez que peguei um livro na mão,

Eu tinha quinze anos

E percebi sem saber direito

Que dentro do livro a vida se escrevia sem fim,

Se escrevia do começo da minha casa e ia até o final das estrelas.

Depois voltava

E ficava ali na palma da minha mão,

Sempre vinha.

Por isso ainda essa saudade, não do “tempo perdido”,

O tempo nunca se perde quando acontece,

Saudade só das palavras que eu não vivi,

Esse sentimento de falta que é puríssima presença

E é ausência assimilada como diz Drummond,

Motivação para escrever querendo tanto fazer existir

O que ainda não existe.

Vontade de ler o que ainda não foi escrito,

O que é caligrafia de gente que nunca leu

E talvez nunca venha a ler

O que nunca será escrito,

Mas já é letra colada à vida,

Presença. E isto diz tudo.

Presença da realidade solta,

Então escondida e depois tão tocável,

Promessa do que eu ainda não tinha vivido,

Do que eu ainda não sabia nas páginas,

Do que eu ainda não via por trás das palavras,

Do que eu ainda não sabia como não se sabe

uma promessa que é porção virgem

do que se vai saber

Jorge Miguel Marinho

A

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6 Entre na roda - módulo 1

e do que nunca se saberá porque o que não se sabe,

querendo saber e se pode saber sempre,

Agora, agora, agora...

É um livro na plenitude

Sempre tão provisória da vida.

A primeira vez que eu peguei um livro na mão,

Eu, sem saber sabendo, peguei a vida,

A vida diluída, a vida distraidamente eterna,

A vida despossuída com tanta palavra dentro,

A vida traída por falta de palavras, de verdades mentirosas,

De mentiras tão verdadeiras,

A vida de verdade mesmo,

De traição por ausência do que ia ser,

Do que já devia ter sido e era tão bom que ainda não era,

Que já estava sendo e era tão bom como qualquer coisa

Que se promete,

Que era quase tão bom como traição de amante mesmo

Que depois se torna tão fiel como água dentro da água,

Sincero como a ingenuidade de dois trens que trilham

Distraídos, juntos,

Como um encontro de iguais

Que resolve morar dentro de um livro.

Um livro sem o menor atributo

Porque isto diz tudo.

Um livro que avisa que o destino

Da vida guardada num livro

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7Entre na roda - módulo 1

É de nunca saber o bastante

Que livro é como lâmina que recorta a vida,

Que é enseada que abraça,

Abraço sincero numa ilha em sol aberto

- Não há o que melhorar.

Livro é como fazer um breve movimento

E comungar a mão que escreve

Com os olhos de quem lê.

Por isso essa saudade,

Essa doce tristeza

De nunca saber sabendo tanto

Que livro sabe silenciosamente

De nós.

Isto desde a primeira vez que eu abri um livro.

Esqueci de escrever:

“Livro aqui nunca é só palavra,

Livro é página

Que inventa A VIDA.”

E mais: escrevi este poema hoje de manhã para os meus amigos todos do Entre na Roda,

querendo que livro e amigo sejam como uma carta, a Roda da Fortuna do Tarô, como um

livro que nunca começa na hora que podia ter começado, mas que nunca vai acabar. NUNCA.

21/10/2006

Jorge Miguel Marinho é professor de Literatura Brasileira no Centro Universitário FIEO (UNIFIEO) e autor de diversos livros, entre eles: Te dou a lua amanhã e Lis no peito, prêmios Jabuti, e Na curva das emoções, prêmio APCA.

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8 Entre na roda - módulo 1

Aleitura possibilita a aquisição da

maior parte dos conhecimentos

acumulados ao longo da histó-

ria. Mas o brasileiro lê pouco. O acesso

à escrita no País é distribuído de forma

tão desigual quanto a riqueza. Em 1991,

metade da população era considerada

praticamente analfabeta. Muitos dos que

sabiam assinar o nome não eram capa-

zes de ler e compreender uma mensa-

Por que incentivar a leitura?

gem escrita. Uma pesquisa publicada no

jornal Folha de S.Paulo em 1996, sobre

o hábito de leitura dos brasileiros de 11

capitais, revelou que mais da metade dos

entrevistados (57%) não tinha lido ne-

nhum livro por lazer ou cultura nos últi-

mos 12 meses. Cerca de 85% não tinham

lido sequer para a escola e 82% não o

fizeram nem por motivos de trabalho.

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9Entre na roda - módulo 1 9

1RIBEIRO ,V.M. (Org.). Letramento no Brasil: refl exões a partir do INAF 2001. São Paulo: Ação Educativa, Global, Instituto Paulo Montenegro, 2003.

Mesmo com a população concentrada

em zonas urbanas, e embora a produção

de livros venha aumentando, apenas um

em cada cinco brasileiros tem o hábito

de ler – o que também é dificultado pelo

custo do livro, frequentemente elevado

para grandes parcelas da população.

Em 2001, finalizou-se um estudo na

cidade de São Paulo com o objetivo de

definir, a partir de dados concretos, o que

é analfabetismo funcional num contex-

to urbano da América Latina (RIBEIRO,

2003)1. O estudo, feito com uma amostra

representativa da população paulistana de

15 a 54 anos, mostrou que 7,4% eram

analfabetos absolutos; 25,5% eram anal-

fabetos funcionais, pois faziam pouco uso

da leitura e da escrita na vida diária, de-

monstrando ter uma compreensão míni-

ma de um texto escrito; 33,5% apresenta-

ram apenas uma compreensão básica da

leitura; e somente 33,5% atingiram níveis

mais elevados dessa habilidade e faziam

uso mais intenso e diversificado da lingua-

gem escrita – por exemplo, lendo jornais

periodicamente ou utilizando meios escri-

tos para obter novos conhecimentos ou

planejar atividades complexas.

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Page 10: ENTRE NA RODA  - MÓDULO 1

10 Entre na roda - módulo 1

Ora, esse quadro revela-se ainda mais

preocupante quando sabemos que, além de

permitir o acesso à maior parte dos conheci-

mentos acumulados, a leitura amplia nossa

visão de mundo, desenvolvendo a compre-

ensão, a comunicação e o senso crítico.

Colocando-nos em contato com um mundo

simbólico e abstrato, a palavra escrita torna

possível a vivência de realidades diversas e a

descoberta de pessoas e ideias. Enfim, abre

portas para vivermos plenamente nossa ci-

dadania, transformando a nós mesmos e a

realidade que nos cerca.

Em vista dessa importância, garantir

acesso à leitura passa a ser uma tarefa de

responsabilidade da sociedade como um

todo. E mais: para que isso aconteça de

fato, Vera Mazagão Ribeiro, autora do refe-

rido estudo, aponta a necessidade de que

os programas educativos atuem no desen-

volvimento tanto de habilidades de leitura

de diversos gêneros textuais, quanto de

atitudes favoráveis à leitura enquanto ve-

ículo de aquisição de novos conhecimen-

tos e de aprimoramento cultural.

Essa também é nossa visão. Por isso

propomos um projeto de incentivo à leitu-

ra, não só para alunos, mas também para

a comunidade, de modo a criar dentro e

fora da escola um ambiente favorável ao

desenvolvimento dessa prática.

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11Entre na roda - módulo 1

Entretanto, por razões econômicas e

sociais, muitos têm acesso à leitura ape-

nas na escola. É lá que crianças e jovens

podem ser conquistados para o livro, se

seus primeiros contatos com a leitura fo-

rem interessantes e agradáveis.

Mas nem sempre as escolas traba-

lham bem a leitura. As sucessivas polí-

ticas sociais e educacionais das últimas

décadas, que favoreceram a democrati-

zação do acesso ao ensino fundamental,

convivência com o livro e a

formação do leitor começam

antes da alfabetização. Desde

pequena, a criança percebe a relação

das pessoas com a escrita, notando a

reação dos adultos à leitura de cartas,

folhetos de propaganda, jornais, livros

e outros escritos. Se os pais ou pessoas

próximas lhe oferecem livros ou contam

histórias, ajudam a despertar seu inte-

resse pelo ato de ler.

A

O Projeto Entre na Roda

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Page 12: ENTRE NA RODA  - MÓDULO 1

12 Entre na roda - módulo 1

não foram acompanhadas de investi-

mentos na formação inicial e continuada

dos educadores, dificultando a efetivação

de um ensino de boa qualidade. Nesse

contexto, a leitura e a escrita deficientes

têm-se constituído como o resultado mais

visível do fracasso da escola. Algumas es-

colas valorizam a decifração das letras e

a articulação das palavras, sem se pre-

ocuparem com a compreensão do texto;

outras limitam-se a verificar se o aluno é

capaz de localizar informações no texto,

sem ampliarem o entendimento.

Felizmente há escolas trabalhando de

forma que o aluno leia com determinado

objetivo e seja estimulado a buscar o sen-

tido do texto. Isso pode acontecer de di-

versas maneiras: lendo uma receita para

fazer um bolo ou um manual para montar

um aparelho de som, localizando as in-

formações de uma notícia, rindo de uma

piada, emocionando-se com um poema

ou com uma história...

Para incentivar a leitura, não basta co-

locar as pessoas em contato com materiais

escritos, embora essa seja a primeira con-

dição. É preciso incentivá-las, ajudá-las a

compreender textos complexos, a partir de

comentários, de perguntas, de leitura con-

junta, de oferta de informações sobre auto-

res e temas, de auxílio à descoberta do sig-

nificado de palavras etc. Na escola, isso é

feito pelo professor, mas, em outros contex-

tos, esse estímulo pode ser propiciado por

um leitor mais experiente, um orientador

de leitura. Não é difícil imaginar a impor-

tância da ação desses colaboradores para

o incentivo à leitura: os orientadores podem

contribuir muito para que crianças e jovens

brasileiros se tornem bons leitores.

A partir desses pressupostos, o

Projeto Entre na Roda, resultado de uma

parceria entre a Fundação Volkswagen

e o Cenpec, constitui uma proposta de

incentivo e orientação à leitura, que visa

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Page 13: ENTRE NA RODA  - MÓDULO 1

13Entre na roda - módulo 1

ao desenvolvimento tanto do gosto pela

leitura como das capacidades leitoras.

Nesse sentido, propõe-se a apoiar secre-

tarias de Educação e de Cultura, orga-

nizações da sociedade civil e outros na

formação de educadores, bibliotecários,

agentes sociais e voluntários da comuni-

dade como orientadores de leitura. Para

tanto, contribui com o fornecimento de

material de apoio a essa formação e com

o acompanhamento das ações nas esco-

las e em outros espaços de leitura.

O Entre na Roda, assim, parte do

princípio de que difundir o gosto pela

leitura, propiciando a convivência em

ambiente letrado, é benéfico a crianças,

jovens e adultos. Aprender a ler os mais

diferentes gêneros discursivos, adquirin-

do o gosto pela leitura, além de ampliar

a compreensão de mundo, pode garantir

melhor desempenho nos estudos e na

vida profissional.

Objetivos● Fomentar uma cultura de valorização da

leitura na escola e em outros espaços da

comunidade.

● Difundir entre educadores, agentes

sociais, gestores educacionais, membros

da comunidade e voluntários as propostas

do Projeto, tendo em vista a criação e

manutenção de um ambiente propício à

irradiação da leitura.

● Formar orientadores de leitura para que

estimulem em crianças, jovens e adultos

o gosto pela leitura e sua competência

enquanto leitores, por meio de atividades

diversificadas.

● Fortalecer cada vez mais a parceria entre

escolas, bibliotecas e outros espaços de

leitura e a comunidade.

● Valorizar a cultura local.

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Page 14: ENTRE NA RODA  - MÓDULO 1

14 Entre na roda - módulo 1

Material de apoioO material de apoio do Entre na Roda

compõe-se de um módulo introdutório,

no qual se discutem questões vinculadas

à leitura, e de sete módulos de orientação

às oficinas. O primeiro módulo, referente

à Oficina 1, apresenta o Projeto e orienta

a organização das rodas de leitura com

alunos e comunidade. Os demais enfo-

cam o trabalho com os diferentes gêneros

discursivos que mais comumente circu-

lam na sociedade. Assim, temos:

● Oficina 2 – Quem conta um conto...

– narrativas curtas: textos da

tradição oral (“causos”, contos de

encantamento, fábulas), apólogo e

crônicas;

● Oficina 3 – Foi assim... – contos

literários;

● Oficina 4 – Enredando-se na leitura –

romance, novela e texto teatral;

● Oficina 5 – E por falar em poesia... –

textos poéticos;

● Oficina 6 – O que aconteceu? – O

jornal nas rodas de leitura – textos

jornalísticos;

● Oficina 7 – A curiosidade premiada

– textos de divulgação científica e

orientação à pesquisa bibliográfica.

Objetivos específi cos

● Formar educadores, bibliotecários,

voluntários e agentes sociais, de

modo que:

● se apropriem da metodologia das oficinas

do Projeto Entre na Roda e passem a

desenvolvê-las com os participantes das

rodas de leitura;

● tenham uma atuação voltada para a

crescente familiarização de crianças,

jovens e adultos com os mais variados

gêneros textuais que circulam na

sociedade e para o desenvolvimento do

gosto pela leitura.

● Formar gestores, para que:

● desenvolvam e usufruam as atividades

dos grupos de leitura;

● compreendam as propostas que os

orientadores irão desenvolver e possam

acompanhá-los e apoiá-los em seu

trabalho;

● ajudem a organizar as rodas de

leitura e demais atividades do Projeto,

fazendo as intervenções necessárias à

implementação da proposta.

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Page 15: ENTRE NA RODA  - MÓDULO 1

15Entre na roda - módulo 1

A voz do participante: depoimentos

“O material de apoio é muito rico e nos deu

importantes subsídios para desenvolver

as rodas de leitura na escola. As

sugestões foram essenciais.” (Vice-diretora de escola municipal de Taubaté)

“Numa linguagem clara e apropriada, o

material de apoio nos auxilia e abre um

leque de opções.”(Diretora de escola municipal de Taubaté)

“O material de apoio fornece elementos

para o planejamento das ações no

trabalho com as rodas de leitura,

focalizando diferentes gêneros

textuais.” (Professora de escola municipal de São Paulo)

Programa de formaçãoO programa de formação consta

de oficinas que propiciam a vivência

de atividades, bem como a reflexão e

a discussão acerca das características

dos gêneros enfocados em cada uma

delas, das condições de implementação

e irradiação do Projeto, dos avanços e

dificuldades decorrentes das atividades

e do registro de todo esse processo.

A voz do participante: depoimentos

“Toda a dinâmica desenvolvida no

decorrer das ofi cinas pode ser aplicada

com os alunos, explorando a leitura, a

criatividade e as variadas formas de

expressão.” (Professora de escola municipal de São Paulo)

“A formação me ofereceu a base para um

trabalho mais coerente, preciso, voltado

para o mundo da leitura.” (Professora de escola municipal de São Paulo)

“Participar destas ofi cinas deu-me a

possibilidade de ampliar não só meus

conhecimentos como meu repertório de

estratégias para o trabalho com leitura.” (Professora de escola municipal de São Paulo)

“As ofi cinas representam um avanço

quanto a tudo que reivindicamos com

relação à formação, pois nos propiciam a

teoria e a prática.” (Professor de escola municipal de São Paulo)

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Page 16: ENTRE NA RODA  - MÓDULO 1

16 Entre na roda - módulo 1

● variedade de gêneros e de portadores de

leitura utilizados;

● organização do ambiente de letramento na

sala de aula/biblioteca/outros espaços;

● organização dos tempos e espaços para o

desenvolvimento de práticas de leitura;

● iniciativas autônomas no desenvolvimento

de práticas de leitura.

● a apropriação do Projeto pelos

técnicos e gestores, demonstrada por:

● conhecimento da metodologia utilizada;

● ações de divulgação e de irradiação do

projeto;

● práticas de acompanhamento e

monitoramento;

● gestão de recursos necessários ao

desenvolvimento do Projeto.

AcompanhamentoO acompanhamento é feito por meio

de visitas de observação e orientação às

escolas e demais espaços onde se reali-

zam as atividades do Entre na Roda.

Procede-se também à coleta de da-

dos, a partir de instrumentos e estratégias

que buscam identificar:

● características do município, dos

participantes, das escolas e de outros

espaços onde ocorrem as rodas de

leitura;

● o desenvolvimento de competências

leitoras pelos educadores,

bibliotecários, técnicos, gestores,

agentes sociais e voluntários,

avaliadas mediante:

● fluência na leitura;

● capacidade de compreensão de diferentes

gêneros;

● frequência na leitura de livros e de outras

publicações;

● capacidade de expressão e comunicação.

● o desenvolvimento, pelos educadores,

bibliotecários, agentes sociais e voluntá-

rios participantes, de competências para

implementar práticas de leitura dentro e

fora da escola – apropriação da metodo-

logia do Projeto, indicada por:

● apropriação da metodologia do Projeto no

trabalho com leitura;

● diversidade de práticas de leitura

utilizadas;

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Page 17: ENTRE NA RODA  - MÓDULO 1

17Entre na roda - módulo 1

Atividades do ProjetoAs atividades do Projeto podem se

desenvolver em espaços e momentos

diversos e com participantes diferentes.

Nas escolas, o trabalho com alunos e fa-

miliares; em bibliotecas e outros espaços

comunitários, com estudantes e outros

integrantes da comunidade.

A voz do participante: depoimentos

“Na minha opinião, o diferencial neste

projeto foi o acompanhamento. Nunca

havia participado de um projeto que

tivesse esse tipo de cuidado. E isso foi

muito importante para que as rodas

fossem cada vez mais valorizadas e

aperfeiçoadas.”

(Vice-diretora de escola municipal de Taubaté)

“O acompanhamento é uma forma de

valorizar o nosso trabalho e incentivar

cada vez mais os professores, os alunos e

a comunidade.” (Diretora de creche municipal de Taubaté)

“O acompanhamento é importantíssimo,

pois através das visitas podemos ser

avaliadas e com certeza ampliar e

melhorar o nosso trabalho.” (Professora de escola municipal de Taubaté)

“O acompanhamento é um incentivo ao

desenvolvimento de novas propostas.” (Professora de escola municipal de São Paulo)

Rodas de leituraAs rodas de leitura, atividade central

do Projeto, são momentos em que as

pessoas se reúnem, em determinados

espaços e horários, para ler e comentar

as leituras feitas, mediadas por um(a)

orientador(a). Nelas se desenvolvem

atividades de escuta e leitura de narra-

tivas, poemas, notícias, textos teatrais

e outros, seguidas de observações e

comentários dos participantes sobre o

autor, o material lido, as relações deste

com outras obras e com a realidade, as

características do gênero etc.

As rodas desenvolvidas durante as

aulas serão orientadas pelo próprio pro-

fessor da classe (no caso do ciclo I ou das

séries iniciais) ou por um professor esco-

lhido pela equipe (no caso do ciclo II ou

das séries finais).Também é interessante

que outras pessoas da comunidade fa-

çam rodas de leitura com os estudantes.

Com a comunidade, as rodas serão

coordenadas por educadores, bibliote-

cários, agentes sociais ou voluntários e

poderão acontecer dentro de escolas e

bibliotecas, em espaços e horários livres,

e fora delas, em outros locais disponíveis.

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Page 18: ENTRE NA RODA  - MÓDULO 1

18 Entre na roda - módulo 1

Um grande evento para divulgar e marcar o início do Projeto

Esse evento poderá apresentar uma

amostra do que se pretende desenvolver

ao longo do Projeto: rodas de leitura, vi-

sita à sala de leitura ou biblioteca da es-

cola, cantos de leitura com livros, jornais,

revistas etc. à disposição, feira de livros,

performances teatrais, apresentação de

contadores de história etc. É imprescin-

dível também reservar um momento para

explicitar o que é o Projeto e como vai fun-

cionar. O evento, centrado numa escola

ou em outro espaço comunitário, pode ser

organizado com a participação de pessoas

da comunidade (integrantes de conselhos

de escola, de associações de pais e mes-

tres e de amigos do bairro, organizações da

sociedade civil etc.) e divulgado por meio

de cartazes, faixas, convites etc. Havendo

jornal e rádio locais, será interessante tam-

bém utilizá-los como meio de divulgação

tanto desse evento inicial, como de todas

as atividades oferecidas ao público.

A voz do participante: depoimentos

“Nas rodas de leitura as pessoas se

emocionam e viajam na imaginação. Isso

é fantástico!” (Representante de comunidade que faz rodas de

leitura em creches e na garagem de casa)

“As rodas para mim são como um

aprendizado em leitura. É muito legal ler

e pensar em contos, histórias e divertidas

aventuras.” (Aluno de escola municipal de Taubaté)

“A contação de histórias e as rodas

de leitura fi zeram as minhas aulas

mais agradáveis, produtivas e

participativas.”

(Professora de escola municipal de Taubaté)

Além das rodas, muitas outras ativi-

dades de aproximação com o livro e de

incentivo à leitura podem ser desenvolvi-

das. Apresentamos algumas sugestões e

temos certeza de que muitas outras pro-

postas surgirão.

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Page 19: ENTRE NA RODA  - MÓDULO 1

19Entre na roda - módulo 1

A voz do participante: depoimentos

“Depois que a professora lê para nós,

pegamos livros para ler sozinhos. Eu li

um livro muito legal do Monteiro Lobato,

que está no baú.” (Aluna de escola municipal de Taubaté)

“Toda quarta-feira, eu chego em casa

e conto para minha mãe as crônicas

ou as fábulas que a gente leu com a

professora. Eu adoro crônicas e agora

sempre levo emprestado algum livro

da coleção Para gostar de ler. Também

gosto muito de fábulas, principalmente

do Millôr Fernandes; aliás, eu fi co

imaginando como uma pessoa pode ter

ideias tão bem boladas.” (Aluna de escola municipal de Taubaté)

“Quando trabalhei com um texto do livro

A menina que fez a América, primeiro

apresentei a Fortunata, personagem da

história. Agora, esse livro está com fi la,

todo mundo quer ler.” (Professor de escola municipal de Taubaté)

Eventos periódicosPara realimentar o desenvolvimento

do Projeto, atrair maior participação e

fornecer mais elementos para a avalia-

ção do trabalho, propõem-se, periodi-

camente, encontros com depoimentos,

apresentação de teatro, contadores de

história, saraus, exposições de livros

(troca e venda) etc.

EmpréstimoLivros e outros portadores do acervo

(HQs, revistas etc.) circulam entre os leito-

res, que os tomam emprestados. Por um

prazo fixado pelo grupo, o leitor pode ler e

reler uma obra de sua escolha onde, quan-

do e como quiser. O fato de poder levá-la

para casa geralmente resulta na divulgação

da publicação entre familiares e amigos.

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Page 20: ENTRE NA RODA  - MÓDULO 1

20 Entre na roda - módulo 1

Sessões de leitura livre

Em determinados dias, horários e es-

paços previamente estabelecidos, o leitor

tem acesso direto ao acervo, podendo es-

colher para ler livros ou outros portadores

que lhe interessam. As sessões de leitura

livre devem ter sua duração fixada pelo

grupo, de modo a permitir a circulação

das diferentes turmas de leitores.

Sessões de leitura dirigida

Em sala de aula, o(a) professor(a) pro-

põe e desenvolve com seus alunos a leitura

e a exploração de textos já selecionados com

o objetivo de aprofundar aspectos relativos

a um portador de textos (como o jornal) ou

a determinado gênero textual (por exemplo,

fábulas) vinculados a seu planejamento e ao

projeto político-pedagógico da escola.

Jovens leitoresÉ muito interessante incentivar jovens

a ler para outras pessoas: crianças pe-

quenas, idosos, pessoas que não sabem

ler etc. A partir do trabalho de sala de

aula, o(a) professor(a) pode dar essa su-

gestão e ajudar os alunos a se organizar

para essa atividade.

Encontro com autores de livros

Durante as rodas, pode-se combinar

com os participantes que autores convi-

dar. Os autores podem comparecer para

um bate-papo informal ou para uma entre-

vista. No caso da entrevista, é importante

acertar previamente com os participantes

que perguntas gostariam de fazer.

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Page 21: ENTRE NA RODA  - MÓDULO 1

21Entre na roda - módulo 1

Ofi cinas de leituraTrata-se de encontros envolvendo orien-

tadores e participantes, sob a coordenação

de um convidado e com inscrição prévia.

Outras atividadesAntes mesmo de iniciar as rodas de

leitura com um grupo, é possível desen-

volver atividades que, embora não tenham

um vínculo direto com o ato de ler, podem

despertar o interesse de crianças, jovens e

adultos pela leitura, pelo fato de colocá-los

em contato com formas de organização,

produção e circulação do livro e de outros

portadores. Sugerimos algumas:

● Visita a uma biblioteca pública de

maior porte, onde, com o auxílio

do(a) bibliotecário(a), o grupo vai

receber informações sobre sua

organização e funcionamento.

● Passeio a uma editora para que o

grupo possa acompanhar o processo

de edição de um livro. Também é

interessante visitar um jornal, para

ver como ele é escrito e impresso.

● Visita a feiras de livro, para

manusear, ler e até adquirir obras,

conversar com autores etc.

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Page 22: ENTRE NA RODA  - MÓDULO 1

22 Entre na roda - módulo 1

mas e assuntos que interessem a todos e

a cada um.

Todos os encontros com o livro con-

tribuem para o crescimento do leitor. Ele

pode procurar obras que o transportem a

um mundo de humor, aventura, mistério,

fantasia ou experiências de vida. Por isso

é fundamental que o orientador das rodas

de leitura leia, para indicar obras, escla-

recer os leitores e selecionar textos que

atendam aos interesses e necessidades

dos participantes.

O orientador das rodas de leituraA primeira qualidade de um orienta-

dor de rodas de leitura é ser um bom lei-

tor. É fundamental que ele goste de ler,

para que seu entusiasmo possa conta-

giar e formar novos leitores. É importante

que, sendo leitor, ele dê aos participantes

das rodas “o testemunho de sua leitu-

ra”, como disse Paulo Freire. Além disso,

deve ser sensível o bastante para captar

os anseios do grupo e saber escolher te-

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Page 23: ENTRE NA RODA  - MÓDULO 1

23Entre na roda - módulo 1

A principal tarefa do orientador de

rodas de leitura é estimular a aproxi-

mação do leitor com os livros e outros

portadores de texto. Isso se traduz em

apresentá-los de um jeito bonito, em

oferecer uma pequena amostra de cada

um, focalizando, por exemplo, o enredo

ou um personagem, em ler e comentar

passagens interessantes, em abrir espa-

ço para opiniões e comentários dos par-

ticipantes, num clima saudável e respei-

toso de diálogo – tudo isso será sempre

um bom convite à leitura.

Ao indicar os títulos mais adequados,

falar sobre suas preferências e comentar

obras que já leu ou está lendo, o orienta-

dor estará instigando nos futuros leitores

a curiosidade sobre o que vão encontrar

nos livros. Poderá chamar a atenção para

determinado aspecto que os iniciantes

não tenham percebido ou, simplesmen-

te, mostrar-lhes o imenso prazer que a

leitura proporciona, lendo para eles ou

junto com eles.

O orientador na escola

Como já se falou, durante as aulas o

orientador é o próprio professor. No ciclo

I (ou séries iniciais), é o professor da clas-

se; no ciclo II (ou séries finais), a equipe

escolar decide quem assume esse papel.

Neste último caso, poderá haver uma di-

visão por ano do ciclo ou série com pro-

fessores de diferentes áreas assumindo

certo número de classes para desenvol-

ver esse trabalho. É interessante que haja

um rodízio entre os professores, de modo

que todos possam ter a experiência de

coordenar essas rodas.

Segundo Élie Bajard, o professor tem

importante papel como mediador entre os

textos e os alunos, pois orienta a escolha e

a compreensão dos textos abordados em

suas aulas e conduz a aprendizagem por

meio deles. Essa dupla função não deve

ser vista como prerrogativa exclusiva do

professor de Língua Portuguesa, já que diz

respeito a todos os professores. “Assim, o

professor de História ajuda a criança em

suas leituras no nível do conteúdo e no ní-

vel da língua de sua especialidade.” 2

2 BAJARD, Élie. Caminhos

da escrita: espaços de aprendizagem. São Paulo: Cortez, 2002. p. 195.

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Page 24: ENTRE NA RODA  - MÓDULO 1

24 Entre na roda - módulo 1

O orientador na comunidade

As rodas desenvolvidas na comuni-

dade são coordenadas por voluntários:

educadores, bibliotecários, agentes so-

ciais, contadores de histórias, alunos,

pais de alunos e membros da comuni-

dade em geral.

Os voluntários com alguma especia-

lização podem auxiliar na formação dos

demais.

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Page 25: ENTRE NA RODA  - MÓDULO 1

25Entre na roda - módulo 1

Preparando-se para “entrar na roda”Se você está disposto(a) a “entrar na

roda”, parabéns! Isso significa que você

se decidiu a empreender esforços e de-

senvolver atividades para irradiar o gosto

pela leitura e formar leitores.

Essa decisão marca um primeiro e im-

portantíssimo passo para que crianças,

jovens e adultos de sua comunidade se

tornem leitores. Mas, desenvolver um pro-

jeto dessa natureza requer determinadas

ações no sentido de organizar e facilitar o

trabalho. Por isso, é interessante que você

e os demais envolvidos nessa tarefa pro-

curem obter informações sobre a situação

da leitura nos espaços em que pretendem

atuar. Sugerimos, a seguir, algumas ques-

tões para esse diagnóstico inicial.

Se o Projeto for implementado a

partir da escola, perguntem:

● Como está organizado o trabalho

com leitura na escola?

● Há uma biblioteca ou sala de leitura?

● Nas salas de aula há espaços

especialmente reservados para

livros, jornais, revistas e outros

portadores de textos?

● Que atividades de leitura são

desenvolvidas em sala de aula e na

biblioteca/sala de leitura?

● Membros da comunidade escolar

(pais, familiares, ex-alunos) têm

acesso à biblioteca/sala de leitura

para empréstimo de livros ou para

outras atividades?

● Os pais ou responsáveis pelos alunos

assinam ou compram jornais e/ou

revistas? Quais?

● A escola já disponibiliza espaços

e horários para atividades da

comunidade, como clube de mães,

grupos de artesãos, encontros de

formação etc.?

● Já existe um vínculo forte entre a

escola e a comunidade em geral?

● Em caso negativo, como fazer para

“chamar” a comunidade a participar

mais efetivamente das ações

desenvolvidas a partir da escola?

● Nas proximidades da escola há

centros de juventude, orfanatos, asilos

para idosos, hospitais etc.? Em caso

afirmativo, é possível estender as ações

do Projeto a essas instituições? Como?

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Page 26: ENTRE NA RODA  - MÓDULO 1

26 Entre na roda - módulo 1

Se o Projeto for implementado a

partir da biblioteca ou de outro

espaço comunitário de leitura,

perguntem:

● Na biblioteca ou espaço de leitura

há livros, jornais, revistas e outros

portadores de textos?

● Que atividades de leitura são

desenvolvidas na biblioteca/espaço

de leitura?

● Além de estudantes, outras pessoas

da comunidade costumam frequentar

a biblioteca/espaço de leitura para

empréstimo de livros ou para outras

atividades?

● Em caso afirmativo, que atividades

são essas?

● Já existe trabalho conjunto entre

biblioteca/espaço de leitura e outras

instituições do entorno: escolas,

centros de juventude, hospitais,

asilos etc.?

● Em caso negativo, como articular

ações voltadas para a leitura em

benefício dos estudantes e da

comunidade em geral?

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Page 27: ENTRE NA RODA  - MÓDULO 1

27Entre na roda - módulo 1

Como este Projeto objetiva a

participação da comunidade, é

importante ainda que a escola,

biblioteca ou organização da

sociedade civil, enquanto polos

irradiadores da proposta, coletem

dados para diagnosticar a situação

da leitura na comunidade.

Neste caso, perguntem:

● Como se dá a leitura na

comunidade?

● Há bibliotecas ou outros

equipamentos de acesso a livros e

materiais escritos diversos?

● Pais, familiares, trabalhadores e outros

membros da comunidade frequentam

esses espaços? O que leem?

● Há jornal de bairro ou regional? Como

é? Sua tiragem é representativa? É

vendido ou distribuído gratuitamente

(subsidiado por anunciantes)?

● E no local de trabalho, há espaços,

momentos e materiais para leitura?

● Em caso afirmativo, o que se lê?

● Em caso negativo, há disponibilidade

(espaço/tempo) para que aconteçam

atividades de leitura?

● A comunidade dispõe de grupos de

teatro (amadores ou não), de contadores

de histórias ou de outros grupos que

desenvolvam atividades culturais?

● Na comunidade há grupos de

voluntários organizados ou ainda

organizações da sociedade civil? Que

tipo de trabalho desenvolvem?

● A(s) igreja(s) local(is), além de suas

atividades próprias, disponibiliza(m)

espaços/horários para outros trabalhos

voltados para a comunidade? Quais?

As respostas a essas e a outras questões

servirão para avaliar necessidades e esta-

belecer prioridades. A escola, biblioteca ou

espaço comunitário de leitura podem, por

exemplo, precisar de livros para formação

ou ampliação de acervo, de modo a aten-

der alunos e comunidade. Ou então de um

espaço para o funcionamento da biblioteca/

sala de leitura e das rodas de leitura. Pode

ser que não se disponha de um bibliotecário

ou de um responsável para cuidar dos livros

e será preciso encontrar formas de fazê-lo.

Ou, ainda, organizar as rodas de leitura e ati-

vidades de empréstimo de forma a atender

às necessidades específicas de cada grupo.

É fundamental que essas e outras deman-

das sejam discutidas e supridas.

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Page 28: ENTRE NA RODA  - MÓDULO 1

28 Entre na roda - módulo 1

se dispõe. O fundamental é que cada um

se empenhe e contribua com criatividade

para a aquisição e a organização desse

acervo, lembrando que as obras devem

atender às necessidades dos leitores.

O mais importante é conseguir obras

diversas e de qualidade. Uma biblioteca ou

sala de leitura deve ter livros de literatura

infantil, juvenil e adulta (nacional e estran-

geira); obras de referência (enciclopédias,

dicionários) e de arte; jornais e revistas;

fitas de áudio e vídeo; cartazes, mapas e

catálogos; enfim, todo e qualquer material

que possa ser lido e que contribua para

ampliar a visão de mundo dos leitores. Se

houver ali um ou mais computadores, a

possibilidade de conexão com a internet e

a utilização de softwares podem aumentar

consideravelmente o acesso dos usuários

a informações sempre atualizadas.

O primeiro passo: um bom acervo

Quando se trata de estimular o gosto

pela leitura, um acervo amplo e variado,

que permita o acesso a diversas infor-

mações, é indispensável, assim como

alguém que se responsabilize pela re-

lação dos leitores com os livros e outros

materiais, de modo que estes circulem na

biblioteca, na sala de leitura, na sala de

aula ou em outros espaços.

Em instituições públicas, os acervos

costumam ser compostos a partir de com-

pra efetuada pelo governo ou realizada

com recursos arrecadados por meio de

festas, ações entre amigos, venda de su-

cata etc., ou de doação e troca de livros.

A formação do acervo depende do in-

teresse e da participação das pessoas en-

volvidas, bem como dos recursos de que

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Page 29: ENTRE NA RODA  - MÓDULO 1

29Entre na roda - módulo 1

Dica para o(a) professor(a)Organize na sala de aula uma pe-

quena biblioteca ou cantinho de lei-

tura com um acervo de livros e outros

portadores de texto, que atenda à faixa

etária de seus alunos e à diversidade de

gostos. Aliás, o respeito ao gosto é fun-

damental, pois mesmo leitores assídu-

os abandonam determinados livros nas

primeiras páginas e gostam mais de

uns do que de outros.

Coloque à disposição do aluno, na bi-

blioteca, na sala de leitura ou no acer-

vo de classe, todo e qualquer material

que possa ser um convite prazeroso

para a leitura: HQs, revistas especia-

lizadas (sobre carro, cinema, turismo,

moda, esportes...), folhetos, jornais,

recortes (artigos de jornais e revistas

sobre assuntos variados e atuais, char-

ges), suplementos destinados a crian-

ças e a jovens, revistas e livros sobre

assuntos do momento, livros ilustra-

dos, clássicos da literatura, romances,

novelas e livros de contos, de crônicas,

de poesia, de textos humorísticos, de

arte, paradidáticos de Ciências, Histó-

ria, Geografi a, Matemática etc.

No caso de compra, é interessante fa-

zer uma lista com sugestões diversas de

todos os interessados.

É importante também reservar um es-

paço para apresentar livros, histórias gra-

vadas em fitas cassete, vídeos, revistas,

jornais, reproduções/exposições de qua-

dros, artesanato, enfim, tudo o que possa

ser reconhecido como manifestação cul-

tural da comunidade e que permita forta-

lecer a identidade do grupo, estreitando

cada vez mais os vínculos já existentes.

Se você é um voluntário ou agente so-

cial, procure constituir o próprio acervo

por meio de patrocínio e/ou de doações

da comunidade ou dos participantes das

rodas (cada um contribui com um livro,

por exemplo). Você pode também solicitar

a editoras exemplares para divulgação ou

organizar-se juntamente com o grupo em

campanhas de coleta de materiais reci-

cláveis que possam ser comercializados,

destinando a renda à compra de livros.

Revistas, HQs e jornais podem ser coleta-

dos entre assinantes da comunidade.

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Page 30: ENTRE NA RODA  - MÓDULO 1

30 Entre na roda - módulo 1

Como organizar os livros?

Existem formas padronizadas e ofi-

ciais de organização de bibliotecas.

Porém, quando se trata de bibliotecas

escolares ou não oficiais, a organização

do acervo pode seguir critérios menos rí-

gidos. É comum nas bibliotecas escolares

ou salas de leitura atribuir-se às obras um

número de registro crescente, para indi-

car a quantidade de livros e de exempla-

res existentes. Quanto à disposição nas

estantes, o critério mais frequente é o da

separação por assuntos.

Se na escola ou em outro estabele-

cimento ainda não houver um acervo

organizado, essa tarefa pode ser feita

com a participação de todos. Organizar

o acervo já é uma forma de aproximar as

pessoas dos livros, despertando interes-

se e curiosidade.

Dica para todosLivros novos podem ser expostos em

espaços de maior circulação. Para

divulgar a novidade, é possível reproduzir,

por exemplo, a capa e os personagens

(usando xerox ou scanner), ou criar

cartazes e móbiles, que permitam ao

leitor ver o livro, tocá-lo, enfi m, interagir

fi sicamente com ele, antes mesmo de

lê-lo.

Acesso aos livrosEm algumas escolas e bibliotecas, por

exemplo, é comum que o leitor tenha li-

vre acesso às estantes, podendo procurar

o livro que deseja, folheá-lo, examiná-lo,

trocá-lo por outro, até encontrar o que

mais lhe interessa. Já em outras, o fun-

cionamento costuma ser mais formal: o

usuário consulta um catálogo ou o pró-

prio responsável pelo espaço para solici-

tar o que deseja.

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Page 31: ENTRE NA RODA  - MÓDULO 1

31Entre na roda - módulo 1

No primeiro caso, certamente há

mais perdas e dificuldades para man-

ter a ordem, porém a intimidade com os

livros é maior, motivando descobertas

ou reencontros. Nesse caso, é preciso

orientar os usuários sobre os cuidados

com o acervo. Eles precisam sentir que

os livros são preciosos e devem ser ma-

nuseados com carinho.

Já os catálogos organizados por autor,

título e assunto – informatizados ou não

– racionalizam a localização de informa-

ções. Caso os leitores não dominem es-

tratégias de consulta, precisarão do auxí-

lio do responsável pela sala de leitura ou

do bibliotecário, até adquirir autonomia

para fazê-lo sem ajuda.

Outros arranjos possíveis

Se não for necessário organizar os

livros segundo um padrão oficial, é pos-

sível fazê-lo de diferentes maneiras. Por

exemplo, separá-los por assunto, dispon-

do-os nas estantes a partir da sequência

alfabética de sobrenomes de autores ou

de títulos de um mesmo autor.

Se a quantidade de livros for muito

grande, atribua a cada assunto um códi-

go, colocado nas lombadas, o que facili-

tará a busca. O importante é que o pró-

prio leitor, familiarizado com os códigos,

possa identificar o assunto mesmo sem

ter de folhear o livro.

Nas escolas, quando não há espaço

para a instalação de uma biblioteca ou sala

de leitura, os livros podem ser distribuídos

pelas diversas salas de acordo com critérios

definidos pelo grupo. Podem também ser

transportados em caixas ou carrinhos até

as salas de aula. Na verdade, o ideal é que

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Page 32: ENTRE NA RODA  - MÓDULO 1

32 Entre na roda - módulo 1

a escola não só possua uma biblioteca ou

sala de leitura, como também mantenha

pequenos acervos nas salas de aula.

Seja qual for a forma de organização

escolhida, o importante é agilizá-la, já

que a prioridade é o atendimento ao leitor,

por meio da circulação ou empréstimo.

Fichas de empréstimo, com os nomes

dos usuários e os prazos de devolução,

podem ser utilizadas para facilitar o con-

trole por parte do responsável e garantir

que o livro sempre retorne à biblioteca/

sala de leitura.

Dica para todosProcure estabelecer entre os usuários

da biblioteca/sala de leitura o uso de

sacos plásticos para transportar o livro

e outros materiais emprestados. Dessa

forma, o acervo é preservado e todos

aprendem o respeito e o cuidado com o

patrimônio público.

O espaçoPara o desenvolvimento das ativida-

des, podem ser utilizados espaços da

própria escola, da biblioteca ou da comu-

nidade, cedidos pela associação de mo-

radores, por igrejas, famílias etc.

É interessante que esses espaços se-

jam agradáveis, acolhedores e, no caso

da realização das rodas de leitura, que

sejam silenciosos, evitando-se o entra e

sai de pessoas e interrupções desneces-

sárias. Em qualquer uma das circunstân-

cias em que ocorram atividades de leitu-

ra, é fundamental que os livros e textos

sejam apresentados de forma a serem

admirados e manuseados.

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Page 33: ENTRE NA RODA  - MÓDULO 1

33Entre na roda - módulo 1

A voz do participante: depoimentos

“Pedi à diretora uma sala para ler com as

crianças; foi só organizar o almoxarifado

com um tapete, cadeiras em círculo

e... Pronto! Estava criada a sala de

leitura!”

(Professora de Taubaté)

“Faço uma leitura coletiva em cada série,

variando o espaço, seja no pátio ou na

sala de leitura. Os alunos entram em

contato com diversos gêneros. Numa

aula conto histórias, em outra eles

emprestam livros, escolhendo na estante

o que querem levar para casa..”

(Professora de São Paulo)

O tempoCada uma das atividades de aproxima-

ção e incentivo à leitura deste Projeto tem

uma duração determinada pela própria si-

tuação ou espaço em que se desenvolve.

Por exemplo, sessões de leitura livre ou di-

rigida e oficinas, envolvendo as classes em

seu período normal de estudos, costumam

ter a duração fixada pelo professor ou pela

pessoa que coordena a atividade.

Quando realizadas com a comunida-

de, é preciso levar em conta a dinâmica

de ocupação desses espaços, bem como

a disponibilidade de tempo dos partici-

pantes. Por isso, é importante discutir e

fixar com o grupo a periodicidade e a du-

ração mínima de cada evento. Essa orga-

nização permite estabelecer uma rotina

para os encontros, além de dar seguran-

ça aos participantes e criar um vínculo de

compromisso entre eles. Pode acontecer,

às vezes, de essa duração e periodicidade

terem de ser flexibilizadas. Por exemplo,

uma roda de leitura cujo tempo médio é

de uma hora e meia poderá, excepcional-

mente, estender-se um pouco mais, em

função dos desdobramentos provocados

pelo texto lido, pela presença de um au-

tor convidado etc. O mesmo pode ocorrer

quanto à periodicidade dos encontros,

que, em dado momento, poderá ser al-

terada, de comum acordo com o grupo,

em função do interesse dos leitores. De

qualquer forma, o cronograma dos en-

contros deve ser organizado e divulgado

com bastante antecedência.

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Page 34: ENTRE NA RODA  - MÓDULO 1

34 Entre na roda - módulo 1

Vamos entrar na roda?A primeira sessão da roda de leitura

deve ser organizada em torno de um tex-

to arrebatador, que seduza os leitores de

tal forma que eles se sintam motivados a

comparecer nos próximos encontros.

“Causos”, por exemplo, são uma boa

pedida para abrir uma roda de leitura.

Selecione um “causo” interessante, leia-

-o e abra espaço para os comentários.

Certamente muitos participantes vão

querer contar os que conhecem e o en-

contro transcorrerá de forma animada e

prazerosa.

Da mesma forma, contos de fadas, his-

tórias de animais e aventuras costumam

envolver bastante os pequenos leitores.

Dica para todosNos grupos compostos por jovens e

adultos, podem-se propor alguns ques-

tionamentos como assunto para as

conversas de um primeiro encontro:

Por que cada um dos presentes resol-

veu participar das rodas de leitura? O

que busca? O que espera? O resultado

dessa conversa inicial pode propiciar

elementos para que o(a) orientador(a)

programe seus próximos encontros

com o grupo e selecione textos que sa-

tisfaçam às expectativas da maioria.

O importante é que os textos, além de

atraentes, sejam curtos e que o orienta-

dor se prepare bem para apresentá-los.

Sempre que possível, é bom fornecer aos

participantes cópias do texto que vai ser

lido, para que acompanhem a leitura e

depois possam relê-lo quando quiserem,

ou ainda mostrá-lo a familiares e amigos.

Dica para todosOriente os participantes a guardar

numa pasta os textos entregues nas

rodas de leitura, organizando, assim,

antologias de textos lidos.

Textos maiores também podem ser se-

lecionados para as rodas de leitura. Nesse

caso, pode-se ler o início de um romance,

por exemplo, estimulando os participantes

a ler o restante da obra e a descobrir o de-

senrolar dessa narrativa; ou selecionar um

trecho significativo de uma peça de teatro,

fazendo antes um breve resumo a seu res-

peito, para que o grupo perceba o significado

desse fragmento e não se disperse. Quanto

aos poemas, podem-se ler textos impor-

tantes de um autor, dando uma visão mais

profunda de sua obra, ou textos de vários

poetas, mostrando, por exemplo, as diferen-

tes visões acerca de uma mesma temática.

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Page 35: ENTRE NA RODA  - MÓDULO 1

35Entre na roda - módulo 1

Enfim, para cada gênero há uma estratégia

própria de abordagem nas rodas de leitura.

Dica para o(a) professor(a)Para as rodas de leitura realizadas

em sala de aula, você pode programar

leituras de textos de caráter literário

vinculados aos temas de projeto(s) já

desenvolvido(s) na escola; por exemplo:

meio ambiente, reciclagem, cidadania,

sexualidade etc. Essa será uma forma

diferenciada e prazerosa de ampliar a

visão dos leitores sobre esses assuntos,

já que na literatura eles não são abor-

dados diretamente, mas vêm imersos

num universo narrativo ou poético.

As rodas de leitura também podem se

tornar, vez por outra, encontros nos quais

os próprios participantes fazem a leitura de

pequenos trechos interessantes de obras

que leram, comentando-os. Eles podem,

ainda, ler e comentar notícias e outros gê-

neros presentes nos jornais e revistas, sele-

cionados a partir de um tema ou da reper-

cussão e polêmica suscitadas por um fato.

Durante a realização de uma roda,

é importante que o tempo de leitura de

um texto não ultrapasse 20 minutos, para

não dispersar a atenção dos participan-

tes. Assim também se disponibiliza mais

tempo para os comentários e opiniões

que surgirão após a leitura.

Às vezes, numa primeira abordagem,

o grupo pode mostrar-se tímido, sem dis-

posição para falar, para expor o que pen-

sa ou entende sobre o texto lido. Nesse

caso, cabe ao(à) orientador(a) da roda de

leitura criar um clima favorável para essa

troca de ideias, seja lançando desafios ou

questionamentos ao grupo, seja expondo

algumas de suas opiniões a respeito do

assunto, ou mesmo uma curiosidade so-

bre o autor ou sobre sua obra, de forma a

descontrair os participantes.

Dica para todos Uma boa forma de estimular a par-

ticipação e fazer com que os leitores

das rodas vençam a timidez e se dis-

ponham a tecer comentários, a dar de-

poimentos etc. é selecionar textos que

permitam uma associação com a expe-

riência de vida de cada um.

Para divulgar as rodas de leitura, vale

lançar mão de inúmeros recursos: carta

aberta à população, filipetas, convites, distri-

buídos em pontos estratégicos (escolas, igre-

jas, clubes, feiras, lojas, padarias, farmácias

etc.); faixas ou cartazes, afixados em bancas

de jornal e casas de comércio locais; leituras

públicas de trechos de textos, convidando o

ouvinte para saber o restante da história nas

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Page 36: ENTRE NA RODA  - MÓDULO 1

36 Entre na roda - módulo 1

Dica para o(a) professor(a)A atuação dos jovens alunos no En-

tre na Roda é de extrema importân-

cia. Muito mais do que participar, eles

podem ser chamados a protagonizar

atividades do Projeto, dando a este

uma dimensão social mais ampla. Eles

podem, por exemplo, auxiliar na orga-

nização da biblioteca/sala de leitura e

no empréstimo de livros e outros mate-

riais, mas, sobretudo, podem coordenar

algumas rodas, atuando como orien-

tadores de leitura em creches, escolas

de educação infantil, orfanatos, asilos,

hospitais, num trabalho de estímulo à

leitura junto a crianças, idosos, pessoas

hospitalizadas etc.

Pela convivência com esses jovens,

torna-se mais fácil para você descobrir,

orientar e preparar aqueles que têm ta-

lento e/ou disposição para o exercício

dessa liderança.

rodas (isso pode ser feito em espaços coleti-

vos ou ainda por meio de rádios locais); per-

formances relâmpagos com a participação

de atores profissionais ou amadores caracte-

rizados com roupas e adereços em espaços

e horários diversos. Essas performances te-

riam como foco central a leitura expressiva/

dramatizada de pequenos textos ou poemas

e o convite para o evento a se realizar. O im-

portante é que todos se sintam convidados e

que as datas e locais de realização das rodas

fiquem bem claros.

Entre os participantes das rodas podem

surgir novos voluntários orientadores de

leitura. É importante que o(a) orientador(a)

seja sensível ao despertar desses talentos

e os acolha, incentivando-os para que gra-

dativamente assumam a tarefa de coorde-

nar as rodas com novos grupos.

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Page 37: ENTRE NA RODA  - MÓDULO 1

37Entre na roda - módulo 1

Dica para todosNo caso de o voluntário atuar junto a

grupos de idosos, pode desenvolver na

roda de leitura um projeto de resgate

das memórias individuais dos partici-

pantes e da própria história da comu-

nidade. Essas memórias, por sua vez,

podem ser transformadas em textos e

levadas a outros grupos de participan-

tes mais jovens, de forma a socializar

esses registros e estabelecer uma ponte

entre antigas e novas gerações.

Fruição da leituraNas rodas de leitura, alterne ativida-

des em que, sob sua orientação, os parti-

cipantes leem e exploram os significados

e os recursos dos textos, com momentos

de leitura por pura fruição.

Durante esses momentos, procure ler

também, mostrando-se seduzido pela lei-

tura; você pode tornar-se um modelo de

leitor, e é possível que os participantes

venham a imitá-lo.

Permita que o grupo escolha suas lei-

turas, pois a criança, o adolescente e o

adulto têm interesses diversos. O contato

com outros portadores de texto, além do

livro, pode ser uma porta de entrada para

que futuramente eles leiam obras literárias

ou de diferentes áreas do conhecimento.

Ao indicar livros para leitura, faça an-

tes uma sondagem para descobrir quais

são as preferências, interesses e expecta-

tivas do grupo.

Dica para o(a) professor(a)Ao trabalhar com os alunos a partir de

uma mesma obra, organize e proponha

atividades variadas que os seduzam para

a leitura do livro e constituam um desafi o

à sua criatividade. Por exemplo, por meio

de dramatizações, reconstituir a época

em que se passa a história, um momen-

to de clímax ou um diálogo interessante

do enredo; debater as atitudes de certos

personagens; selecionar frases ou temas

apresentados na história e ilustrá-los por

meio de dobraduras, colagens, desenhos,

charges etc.; construir maquetes que

representem o(s) cenário(s) da história;

confeccionar cartazes de propaganda do

livro; criar paródias a partir de música

conhecida e com letra baseada em te-

mas ou situações do enredo; criar outra

capa para o livro, com novas ilustrações e

título diferente; debater assuntos/temas

que aparecem no enredo, comparando-

-os com os de outras obras já lidas ou

com a atualidade; recontar a história

do ponto de vista de outro personagem;

simular uma entrevista com o autor ou

com os personagens da obra, sendo que

um aluno se coloca no papel do entrevis-

tado e os demais, no de entrevistadores.

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38 Entre na roda - módulo 1

A leitura com o objetivo de fruição in-

dividual pressupõe que o leitor possa to-

mar emprestado o livro e tê-lo a sua dis-

posição por determinado período.

É bom lembrar que quando se pensa

em empréstimo, deve-se prever um nú-

mero maior de títulos e de exemplares

para o acervo da biblioteca/sala de leitu-

ra, pois, assim, outras atividades, como a

leitura livre, não ficam prejudicadas pelo

fato de muitos livros estarem em circula-

ção entre os leitores. Às vezes, torna-se

difícil, para muitos leitores, ir à biblioteca

ou à escola para fazer empréstimo de li-

vros. Nesse caso, podem ser montados

pequenos acervos (20 a 30 livros), perio-

dicamente renovados, que, acondiciona-

dos em sacolas ou maletas, cheguem até

esses leitores, levados pelas mãos de um

responsável.

Dica para o(a) professor(a)Uma vez instituído um cantinho de

leitura ou um pequeno acervo em sala

de aula, a cada 15 ou 20 dias os alunos

podem fazer um empréstimo coletivo

junto à biblioteca/sala de leitura. Cada

aluno escolhe um livro. Os livros sele-

cionados são colocados numa caixa e

transportados até a sala de aula, onde

passam a compor, temporariamente, o

acervo da sala. Reserve momentos da

aula para leitura livre e, a partir dela,

crie situações de oralidade, pedindo aos

alunos que comentem sobre o que le-

ram, assim como situações de escuta,

solicitando que leiam para o grupo tre-

chos interessantes das obras escolhidas.

Crie um ritual para marcar e come-

morar o primeiro empréstimo realiza-

do pelos iniciantes na leitura de textos

escritos. Juntamente com esses alunos

menores, prepare e decore uma caixa

resistente com tampa, na qual serão

colocados os livros. Depois, essa caixa

é levada pelas crianças até a biblioteca/

sala de leitura, onde elas podem ma-

nusear e escolher livros, colocando-os

dentro dela. Depois de tampada, a caixa

retorna à sala de aula e é colocada num

canto especialmente preparado para

receber esse “tesouro”. Podem-se colo-

car ali algumas almofadas para tornar

o espaço mais aconchegante. No dia se-

guinte, a caixa é aberta e cada um pega

o livro escolhido para ler. Terminada

essa sessão de leitura, os livros voltam

para a caixa, podendo ser emprestados

depois a outros alunos.

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39Entre na roda - módulo 1

Circulação de informações

Juntamente com seu grupo, recorte

notícias e artigos interessantes de jornais

ou revistas de que disponham, afixando-os

num mural ou painel, renovado periodica-

mente. Essa é uma forma de fazer circular

informações e de provocar a curiosidade

das pessoas que transitam pela escola, bi-

blioteca ou espaço de leitura.

Dica para o(a) professor(a)A assinatura de periódicos, seja coti-

zada entre os professores, seja custeada

com verba da escola ou doada por algu-

ma instituição, pode facilitar bastante

a tarefa dos professores. Além de infor-

mações, jornais e revistas são portado-

res de diferentes gêneros textuais, que

podem ser levados à sala de aula para

enriquecer o trabalho com os alunos.

Se possível, crie um mural ou um pai-

nel na sala de aula, no qual os alunos

possam colocar bilhetes, “dicas”, anún-

cios, propagandas e comentários sobre

livros, revistas, HQs etc.

A coordenação do Projeto

Como vimos, na escola, na biblioteca

ou em outras instituições, um projeto de

incentivo à leitura abrange atividades di-

versas, que podem ser desenvolvidas por

várias pessoas: algumas podem contar

histórias; outras, responsabilizar-se pela

organização do espaço; outras, realizar

empréstimos de livros; e outras, ainda,

podem conduzir as sessões de leitura li-

vre. Um bom planejamento e a divisão de

trabalho podem garantir que cada volun-

tário contribua de acordo com suas habi-

lidades e possibilidades.

Para que isso ocorra, é necessário

que os envolvidos na implementação do

Entre na Roda elejam duas ou três pes-

soas com a função de coordenar as ativi-

dades de leitura. Esse grupo se responsa-

bilizará pela organização e divulgação do

andamento do Projeto.

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40 Entre na roda - módulo 1

Planejar e avaliarPara obter o resultado desejado, é

preciso planejar o início e o desenrolar

de todas as ações do trabalho. Se você

conta com um grupo de colaboradores,

reúna-se com eles periodicamente para

discutir e definir os encaminhamentos a

serem dados.

Conforme o trabalho avança, há

necessidade de avaliá-lo, para saber

como os envolvidos estão participan-

do, o que pensam sobre os encami-

nhamentos dados e as ações desenca-

deadas, o que está funcionando bem,

quais são os ajustes necessários, como

corrigir possíveis distorções em relação

aos objetivos propostos. É fundamen-

tal que todos participem da avaliação,

contribuindo com diferentes ideias, vi-

sões e propostas.

Os participantes das rodas estão de-

monstrando maior interesse pela leitura?

Fazem comentários sobre o que leem?

Os empréstimos de livros e de outros

portadores de texto têm aumentado? As

rodas de leitura têm conseguido mobili-

zar um número crescente de participan-

tes? O acervo foi ampliado ou necessita

de ampliação? Questões como essas e

outras mais devem ser colocadas para

que a avaliação permita diagnosticar

avanços e dificuldades, contribuindo

para o replanejamento das ações.

Para que isso ocorra, é importante

que tudo seja registrado. Sem o regis-

tro, perde-se a memória do que ocor-

reu e prejudica-se a continuidade das

ações, dificultando a aplicação dessas

experiências por outros grupos em ou-

tras situações.

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Page 41: ENTRE NA RODA  - MÓDULO 1

41Entre na roda - módulo 1

Registro das atividades

Como forma de socializar infor-

mações sobre as atividades de leitura

que acontecem na escola, na bibliote-

ca e em outros espaços, é necessário

registrá-las, por meio de cronogramas,

cartazes, fotos, convites, avisos, men-

sagens, boletins, anúncios.

Se houver um grupo encarregado

desse registro, pode-se organizar um

painel por meio do qual circulem as

informações a respeito do Projeto, e

também instituir uma comissão que se

encarregará de divulgar os eventos, os

novos livros adquiridos ou doados, a lis-

ta dos mais lidos etc. Rádio e jornal lo-

cais podem colaborar tanto anunciando/

publicando os cronogramas de eventos,

temas, autores e/ou leituras programa-

das para as rodas, quanto apresentan-

do relatos e análises dessas atividades

feitas por participantes, orientadores ou

convidados.

No caso das rodas de leitura, é in-

teressante que cada grupo registre seu

percurso, utilizando escrita, vídeo, foto-

grafia, gravação. Pode-se estabelecer

ainda correspondência entre os grupos

que formam as diversas rodas de leitu-

ra, fazendo com que haja uma troca de

experiências entre os participantes.

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42 Entre na roda - módulo 1

ma forma agradável de registrar o

percurso do Projeto é a elaboração

de um diário de bordo, contendo as reflexões

sobre a formação e a articulação desta com a

prática de orientar rodas de leitura.

O que é?Os participantes e o(a) orientador(a)

registram, em caderno individual, tudo

o que considerarem significativo em seu

percurso de formação ou atuação nas ro-

das de leitura.

O que pode ser registrado no diário de

bordo?

● Considerações a respeito da

formação (impressões, avaliação,

pontos positivos e negativos etc.).

● Relato das atividades de leitura

propostas pelo Projeto, desenvolvidas

pelo(a) orientador(a) das rodas com

os alunos e/ou com a comunidade

(que tipo de atividade, o que foi

trabalhado, quantos participaram,

aspectos positivos e negativos etc.).

● Reflexões do(a) orientador(a), a partir

do que foi trabalhado nas oficinas de

formação ou na prática (atividades de

leitura com alunos ou comunidade),

apontando avanços, dificuldades etc.

● Impressões e/ou comentários dos

participantes das rodas e de outras

atividades coordenadas pelo(a)

orientador(a).

É possível, ainda, reservar uma parte do

diário de bordo, denominada, por exemplo,

Achados & guardados, para registrar:

● leituras feitas;

● textos, indicações de leitura e de

atividades culturais, livros, sites,

músicas etc., que possam ser

utilizados em atividades de leitura,

enriquecendo-as.

Como registrar?● Por escrito: anotações, cartas,

bilhetes, depoimentos, impressões de

participantes das rodas, que podem

ser anexados ao diário.

● Por meio de fotos.

● Por meio de desenhos.

Sugestão: Iniciar o diário de bordo com

um texto em que o(a) orientador(a) se

apresenta e conta sua história de leitura.

Diário de bordo

U

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Page 43: ENTRE NA RODA  - MÓDULO 1

43Entre na roda - módulo 1

Palavras aos gestores

orientador(a) de leitura. No entanto, sabe-

mos que, para ter qualidade e abrangên-

cia, um trabalho dessa natureza precisa

ser constantemente alimentado. Assim, é

fundamental que os gestores incentivem

e apoiem os professores, bibliotecários e

voluntários, criando condições para que

boas práticas sejam incorporadas à rotina

de uma maneira viva e consistente, não

só pelos que participam diretamente da

formação, mas também pelos outros edu-

cadores com quem eles possam comparti-

lhar ideias, materiais etc.

s gestores, tanto dos órgãos cen-

trais como das escolas, biblio-

tecas e outros espaços de leitura, têm um

papel fundamental na irradiação das práticas

de leitura e formação do leitor propostas por

este Projeto. A função que exercem lhes con-

fere uma liderança, que se efetiva à medida

que mais conheçam as propostas e ofereçam

condições favoráveis a sua implementação.

A formação oferecida pelo Entre na

Roda, conforme atestam as avaliações dos

participantes, proporciona novas ideias

e imprime novo ânimo ao trabalho do(a)

O

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44 Entre na roda - módulo 1

Aos gestores de escolas (diretores

e coordenadores pedagógicos),

sugerimos que:

● incentivem o comparecimento e a

participação dos inscritos nas oficinas

de formação;

● acompanhem, apoiem e promovam

as ações do Projeto;

● socializem informações sobre o Entre na

Roda em horários de trabalho coletivo

ou em reuniões pedagógicas, criando

situações para que essas aprendizagens

sejam multiplicadas entre os demais

educadores da unidade educacional;

● estimulem e apoiem os educadores

participantes para que coloquem

em prática as novas ideias e

aprendizagens e prossigam com essas

práticas após o período de formação;

● ajudem a organizar e fazer circular

entre alunos e comunidade o acervo

existente na escola;

● disponibilizem aos orientadores das

rodas, sejam eles professores, alunos

ou voluntários, os recursos pedagógicos

necessários ao enriquecimento das

atividades de leitura;

● reproduzam o material de apoio

necessário para o funcionamento das

rodas de leitura;

● estimulem a realização de rodas de

leitura também com os familiares,

aproveitando as reuniões de pais e

outros eventos para desenvolvê-las;

● convidem familiares e outras pessoas

da comunidade para ler ou contar

histórias para os alunos na escola;

● acompanhem as rodas de leitura que

ocorrem na escola;

● divulguem os resultados do Projeto

junto à rede e à comunidade;

● realizem rodas e outras atividades

do Projeto com colegas, alunos e/ou

comunidade;

● integrem o Entre na Roda ao projeto

político-pedagógico da escola;

● avaliem e discutam com os

envolvidos tanto o processo como

os resultados, de forma a contribuir

para o redirecionamento das ações,

quando necessário.

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45Entre na roda - módulo 1

Aos gestores de bibliotecas e

de outros espaços de leitura,

propomos que:

● incentivem o comparecimento e a

participação dos inscritos nas oficinas

de formação;

● acompanhem, apoiem, promovam e

divulguem as ações do Projeto;

● estimulem e apoiem os participantes

do Projeto para que coloquem

em prática as novas ideias e

aprendizagens e prossigam com essas

práticas após o período de formação;

● ajudem a organizar e fazer circular na

comunidade o acervo de que dispõem;

● disponibilizem aos orientadores

o material de apoio e os recursos

necessários ao bom funcionamento

das rodas de leitura;

● estabeleçam parcerias com escolas,

organizações da sociedade civil e

outras instituições no sentido de

disseminar o gosto pela leitura;

● avaliem e discutam com os

envolvidos tanto o processo como

os resultados, de forma a contribuir

para o redirecionamento das ações,

quando necessário.

Aos gestores de órgãos

centrais, a sugestão é de que:

● procurem acompanhar as escolas,

bibliotecas e outros espaços de

leitura que participam do Entre na

Roda, tendo em vista incentivar a

continuidade e expansão do trabalho

com leitura;

● criem formas de comunicação (um

espaço virtual, um boletim, um mural,

por exemplo), para divulgar notícias e

fotos das atividades com leitura;

● procurem conscientizar os

gestores dos espaços em que o

Projeto foi implantado para que

façam circular os livros entre as

crianças, jovens e adultos.

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Page 46: ENTRE NA RODA  - MÓDULO 1

46 Entre na roda - módulo 1

Referências e sugestões de leitura BAJARD, Élie. Caminhos da escrita: espaços de aprendizagem. São Paulo: Cortez, 2002.

CENPEC - Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária. Estímulo à leitura: o prazer da descoberta. São Paulo: Cenpec, 1999. [Coleção Amigos da escola – todos pela educação, 4.]

CHARTIER, Anne-Marie, CLESSE, Christiane, HÉBRARD, Jean. Ler e escrever: entrando no mundo da escrita. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996.

DIONÍSIO, A.P., MACHADO, S.R., BEZERRA, M.A. (Orgs.). Gêneros textuais & ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2002.

FOUCAMBERT, Jean. A leitura em questão. Trad. Bruno Charles Magne. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.

FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler. São Paulo: Cortez, 1990.

JOLIBERT, Josette et al. Formando crianças leitoras. Trad. Bruno Charles Magne. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.

NERI, Alfredina et al. Biblioteca escolar: estrutura e funcionamento. São Paulo: Loyola, 1989.

PELLEGRINI, Tânia. Projeto Memória de leitura. Disponível em www.unicamp.br/iel/memoria.

PRADO, Heloísa de Almeida. Organização e administração de bibliotecas. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 2000.

RESENDE, Vânia Maria. Literatura infantil & juvenil: vivências de leitura e expressão criadora. São Paulo: Saraiva, 1993.

RIBEIRO, V.M. Alfabetismo e atitudes. Campinas, São Paulo: Papirus, Ação Educativa, 1999.

________ (Org.). Letramento no Brasil: reflexões a partir do INAF 2001. São Paulo: Ação Educativa, Global, Instituto Paulo Montenegro, 2003.

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ZILBERMAN, Regina. Leitura em crise na escola. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1988.

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Page 47: ENTRE NA RODA  - MÓDULO 1

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Iniciativa CoordenaçãoTécnica

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