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Seminário de Educação no Campo 9 de maio de 2014 Adufepe - UFPE CONAE, PNE e PEE- Um olhar para a educação do campo Paulo Rubem Santiago Deputado Federal PDT-PE Titular das Comissões de Educação e de Cultura Titular da Comissão Especial do Plano Nacional de Educação

Exposição do seminário de educação no campo 9 de maio de 2014

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Seminário de Educação no Campo9 de maio de 2014

Adufepe - UFPE

CONAE, PNE e PEE- Um olhar para a educação do campo

Paulo Rubem Santiago

Deputado Federal PDT-PE

Titular das Comissões de Educação e de Cultura

Titular da Comissão Especial do Plano Nacional de Educação

Plano Nacional de Educação Plano Nacional de Desenvolvimento

1. Destaque para as relações entre educação e desenvolvimento

2. Desenvolvimento Nacional e Desenvolvimento Regional

3. Modelos econômicos de Estabilidade da Moeda

4.Modelo Econômicos para o Desenvolvimento

5. Inserção do país na economia internacional• 5.1 – A colonização – Natureza do Processo

• 5.2 - A ocupação territorial, a produção e a extração de riquezas

• 5.3 – A “independência em 1822 “ e a “República” em 1889

• 5.4 – As transformações do agrário exportador colonial na economia industrializada, em acentuada reprimarização

• 5.5 – O campo nos modelos econômicos

Plano Nacional de Educação

Instrumento de promoção da igualdade

* Custo Aluno Qualidade

* Valorização dos Profissionais da Educação –Acesso e Carreira

* Gestão Democrática da Escola e dos Sistemas Educacionais

* Universalização do Acesso, Qualidade da permanência

* Expansão do acesso ao ensino superior público

• Formação de profissionais, pesquisa e pós-graduação

Cabe a promoção da igualdade num "status quo" que se alimenta da desigualdade ?

Brasil 2014: Indicadores Educacionais

As maiores taxas de desigualdade no acesso à educação, anos de escolaridade e no desempenho escolar se expressam nos seguintes universos

• 10% mais pobres da população

• Negros e pardos

• Populações das zonas rurais, jovens e adultos

• Nas regiões Norte, Nordeste

E sobretudo...

• Nos estados e municípios com economias agrárias primárias, elevados índices de analfabetismo e baixa renda per capta

Um plano nacional de educação começa nas comunidades rurais, nas vilas, nos distritos, nas cidades, onde deve ser

garantido o acesso à escola pública de qualidade

Desde as creches

Na educação infantil

No Ensino fundamental

No Ensino médio

Na oferta de acesso ao ensino superior – Não há porque “flexibilizar” ou enfraquecer o direito à educação

Papel do Estado na promoção da educação

* Censo Escolar

* Rede de Monitoramento e busca ativa

Sintomas da flexibilização e do enfraquecimento do direito à educação ( I )

Analfabetismo e Anos de escolaridade

“ a maioria dos analfabetos é de idade avançada e não se justificaria mais sua alfabetização”

“ para que colocar o menino do campo no ensino médio se desde cedo ele já vem trabalhando na roça ? ”

“ com a urbanização desde os anos de 1960 o emprego está nas cidades e nos municípios maiores e é isso que deve nortear a preocupação com a

escolarização dos jovens “

* Piores indicadores educacionais entre jovens no meio rural

Sintomas da flexibilização e do enfraquecimento do direito à educação ( II )• Não há diversidade de empregos “no campo”

• Os modelos econômicos insistem numa concepção conservadora de empregabilidade, embora saibamos que os empregos de maios valor agregado e conhecimento estão nas atividades de transformação

• O emprego no campo é refém de uma concepção que o vincula à propriedade privada extensiva, ao latifúndio, às monoculturas, às culturas vinculadas ao agronegócio para o mercado externo, dai o enfraquecimento da reforma agrária

• Não se colocam em evidência a agricultura familiar e a produção local, com valor agregado de conhecimento e transformação, o cooperativismo, as economias criativas, a cadeia produtiva da cultura no campo

Sintomas do enfraquecimento do direito à educação e da desvalorização de um projeto de trabalho com dignidade no campo ( III )

Confunde-se propositadamente crescimento das atividades econômicas com o “ desenvolvimento”

Só são destacadas as atividades clássicas ligadas à indústria de transformação ( montadoras de veículos e demais setores metalúrgicos,

metal-mecânico, eletro-eletrônico, químico)Não há interesse, incentivo ou destaque no aumento na produção de alimentos, por exemplo, na transformação dos produtos primários em

produtos agro-industrializados, produzidos por formas coletivas de produção ( empresa familiar, cooperativas, economia solidária )

Com isso a renda continua concentrada e o “emprego “ industrial depende cada vez mais do estado ( fundos públicos, incentivos fiscais, doações de

terrenos, obras de infraestrutura)Custos astronômicos p/emprego gerado, muitas vezes maiores que os fundos que poderiam ser destinados às outras modalidades de emprego e produção

descentralizada para as áreas rurais

Plano Nacional, Planos Estaduais e Municipais de Educação: Das competências à sinergia por um outro modelo de desenvolvimento

A supremacia dos atuais modelos econômicos ( vide incentivos aos automóveis, p.ex. ) tem gerado cidades, regiões metropolitanas e

comunidades profundamente adensadas, despossuídas da infraestrutura social adequada ( água, saneamento, transporte público,

atendimento universal à saúde e à educação);

A cidade grande ainda é vista como oportunidade, crescimento e desenvolvimento para as pessoas

Ativos econômicos atraem mão de obra sem qualidade, sem escolaridade, sem infraestrutura urbana ( RMR, Petrolina, Goiana,

Ipojuca )

Intensifica-se o êxodo rural e o esvaziamento das atividades produtivas no campo

Educação para o Desenvolvimento Humano: Onde ?O abandono da perspectiva de produção sustentável no campo desarma o estado de suas

atribuições essenciais no planejamento gerando as eternas e reiteradas consequências

Convívio com a seca de forma desastrosa

Latifúndio e concentração da propriedade rural

Baixa escolarização da população rural, abandono precoce da escola

Elevados índices de analfabetismo entre as populações rurais

Baixo acesso às tecnologias criativas na produção rural

Esvaziamento dos órgãos de estado para a promoção das mudanças

Precária infraestrutura à produção familiar ( água, estradas, comercialização )

Submissão do “campo produtivo” ao modelo do agronegócio, cada vez mais dependente das tecnologias desenvolvidas pelas multinacionais ( sementes transgênicas, fertilizantes, agrotóxicos ), com o progressivo aniquilamento dos saberes da terra ( sementes caboclas, culturas associadas... )

e as culturas tradicionais

Políticas compensatórias “ad infinitum” ( Previdência Rural e Bolsa Família )

CONAE: A suspensão conservadora e a supremacia da visão “de governo” e não “de estado”

• A suspensão da CONAE de forma unilateral foi uma vergonha. O esvaziamento das Conferências Estaduais e Municipais revela o descompromisso, de fato, com a

esfera democrática na formulação de políticas educacionais

• Planos Públicos de educação são considerados genuínas peças " para inglês ver ".

• Governadores e Prefeitos fazem o que entendem ser mais importante. Onde estão as metas educacionais das Prefeituras? Onde estão as metas educacionais

dos governos de estado? Onde estão as metas e estratégias educacionais dos últimos governos federais?

• Como se vinculam aos planos de desenvolvimento ? Há iniciativas sim, há compra de insumos, há , porém, programas isolados que não se traduzem em estratégias de enfrentamento conjunto das causas do fracasso escolar e dos baixos índices de

desenvolvimento humano das comunidades

• PPAs, LDOS e LOAS não expressam esses compromissos de forma clara ou sequer se referem a eles em seus textos legais

Que fazer para a educação e o desenvolvimento ?

• Radicalizar o processo democrático amparado nas leis de acesso à informação, no Estatuto das Cidades ( audiências públicas ) nas normas de gestão democrática da educação previstas na CF, nas Constituições Estaduais e Leis Orgânicas Municipais

• Democratizar o conhecimento da Lei da Agricultura Familiar, do Estatuto da Juventude, do Sistema Nacional de Cultura e do Plano Nacional de Cultura, do Cooperativismo, das Leis do MEI e das Micro e Pequenas Empresas

• Organizar a comunidade escolar para conhecer o PNE, suas metas e estratégias e traçar caminhos para incidir na consolidação do Plano e de seus congêneres estadual e municipais junto às Secretarias de Educação, Câmaras Municipais, Conselhos Municipais do Fundeb, de Educação e sociedade

• Em especial, intervir na discussão, votação e execução das leis orçamentárias onde deverão estar assegurados os créditos de recursos para a execução das metas educacionais, do desenvolvimento das cidades, da produção local ( cultura, artesanato,economia solidária e da agricultura familiar )

Um novo plano nacional de educação para um projeto de desenvolvimento

• Radicalidade democrática

• Controle Social desde a comunidade

• Formação Política para a supremacia do interesse público na definição e execução de papéis pelo estado

• Políticas educacionais de caráter universalizante, de qualidade, emancipatórias, financiadas corajosamente, vinculadas ao trabalho com

dignidade e valor e à cidadania na construção da sociedade

• Políticas econômicas de desenvolvimento, não apenas pela estabilidade da moeda e , ainda que intervenham nesse campo, que o seja a partir de

diretrizes que incentivem o crescimento, o pleno emprego e a distribuição de riquezas no país.

• Direito à Educação como condição emancipatória

Obrigado

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