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1 do estudante Núm. 42 - ANO IV 2ª quinzena - Setembro/2015 Folhetim do estudante é uma publicação de cunho cultural e educacional com artigos e textos de Professores, alunos, membros de comunidades das Escolas Públicas do Estado de SP e pensadores humanistas. Acesse o BLOG do folhetim http://folhetimdoestudante.blogspot.com.br Sugestões e textos para: [email protected] EDITORIAL HIPERMODERNIDADE Termo criado pelo filósofo francês Giles Lipovetsky para nomear o momento atual da sociedade. Os ideais da modernidade estabelecidos no final do século XVIII eram marcados pelo predomínio da razão. Podemos dizer que a modernidade é caracterizada pelo surgimento de movimentos teóricos, burocráticos, artísticos, culturais que marcaram as relações sociais a partir daquele período. A pós-modernidade se propagou nos anos 80 do século XX, momento que passa a considerar a economia de consumo em detrimento à economia de produção. A era hipermoderna é caracterizada pela cultura do excesso, de sempre obter sempre mais. Nesse sentido todos os elementos do consumismo tornam-se extremamente urgentes e necessários. Essa urgência acelerada torna tudo muito exagerado. A hipermodernidade ajudou o desenvolvimento mundial em relação ao ganho de tempo, tornando tudo cada vez mais instantâneo e mais moderno, fazendo com que o ser humano transforme suas necessidades mais extremas á cada nova invenção. Por exemplo , na década de 1950, um avião cruzando o Atlântico demorava 18h, hoje a mesma rota pode ser feita em menos de 5 horas. Em 1865, a noticia da morte de Abraham Lincoln levou 13 dias para chegar na Europa, mas hoje ficamos sabendo de tudo o que acontece no mundo em poucos segundos, por conta do avanço tecnológico dos meios de comunicação. Porém o exagero em todos os sentidos transformou a realidade em um exercício constante de futilidades, pois a cada minuto, no mundo, algo se renova e o que foi criado antes PE passado para trás sendo substituído por algo novo a cada instante, mesmo que o novo seja apenas uma cópia renovada do antigo, Isso pode levar ao colapso social, principalmente no que diz respeito ao meio ambiente, pois os consumidores alienados não se preocupam com a forma correta de descartar seus objetos e produtos de consumo que foram substituídos, além de que a hipermodernidade nos meios de produção causa doenças, que são acompanhadas do prefixo hiper, aos trabalhadores como por exemplo a hipertensão, resultado das pressões cotidianas nas exigências do mundo do trabalho. Outras doenças, a partir desse consumo exagerado, podem surgir e essas patologias estão associadas à hipermodernidade, como doenças psicológicas e compulsões aliadas à ansiedade ou esquizofrenia derivadas da indução fácil causada pelo Marketing que promove o consumo, momento no qual o habito de consumir se dá apenas pelo prazer de gastar compulsivamente ou dizer que pode obter sempre o item mais moderno além de ostentar , como se de algum modo a aquisição colocasse o individuo acima dos mortais. A charge analisada em sala de aula me chamou muito a atenção por se tratar de um tema polêmico e bem atual que, inclusive, foi abordado em partes no ENEM de 2014, não relacionado à hipermodernidade, mas também a outros fatores como, por exemplo, o sedentarismo, obesidade, capacidade de deixar-se induzir pela propaganda além do consumo exagerado de fast foods. As pessoas, hoje em dia, por acomodação ou não, dão valor às tecnologias trocando suas atividades de costume, como fazer o almoço e se reunir em uma mesa com amigos e família, por comidas instantâneas e industrializadas para ganhar tempo e ficar no sofá, alienando-se cada vez mais, com as propagandas que promovem o consumismo e atendem aos interesses do sistema capitalista. No mundo existem atualmente 2,1 bilhões de pessoas obesas ou com sobrepeso o que representa 30% da população Mundial, segundo dados do blog Bem Estar ligado o G1. Fica a dica! Fernanda Martins Ribeiro 3ºA E. E. Com. Miguel Maluhy Folhetim

Folhetim do Estudante - Ano IV - Núm. 42

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Page 1: Folhetim do Estudante - Ano IV - Núm. 42

1

do estudante Núm. 42 - ANO IV

2ª quinzena - Setembro/2015

Folhetim do estudante é uma

publicação de cunho cultural e

educacional com artigos e textos de

Professores, alunos, membros de

comunidades das Escolas Públicas

do Estado de SP e pensadores

humanistas.

Acesse o BLOG do folhetim http://folhetimdoestudante.blogspot.com.br

Sugestões e textos para:

[email protected]

EDITORIAL

HIPERMODERNIDADE Termo criado pelo filósofo

francês Giles Lipovetsky para

nomear o momento atual da

sociedade.

Os ideais da modernidade

estabelecidos no final do século

XVIII eram marcados pelo

predomínio da razão. Podemos dizer

que a modernidade é caracterizada

pelo surgimento de movimentos

teóricos, burocráticos, artísticos,

culturais que marcaram as relações

sociais a partir daquele período.

A pós-modernidade se

propagou nos anos 80 do século XX,

momento que passa a considerar a

economia de consumo em detrimento

à economia de produção.

A era hipermoderna é

caracterizada pela cultura do

excesso, de sempre obter sempre

mais. Nesse sentido todos os

elementos do consumismo tornam-se

extremamente urgentes e

necessários. Essa urgência acelerada

torna tudo muito exagerado.

A hipermodernidade ajudou

o desenvolvimento mundial em

relação ao ganho de tempo, tornando

tudo cada vez mais instantâneo e

mais moderno, fazendo com que o

ser humano transforme suas

necessidades mais extremas á cada

nova invenção. Por exemplo , na

década de 1950, um avião cruzando

o Atlântico demorava 18h, hoje a

mesma rota pode ser feita em menos

de 5 horas. Em 1865, a noticia da

morte de Abraham Lincoln levou 13

dias para chegar na Europa, mas hoje

ficamos sabendo de tudo o que

acontece no mundo em poucos

segundos, por conta do avanço

tecnológico dos meios de

comunicação. Porém o exagero em

todos os sentidos transformou a

realidade em um exercício constante

de futilidades, pois a cada minuto, no

mundo, algo se renova e o que foi

criado antes PE passado para trás

sendo substituído por algo novo a

cada instante, mesmo que o novo

seja apenas uma cópia renovada do

antigo, Isso pode levar ao colapso

social, principalmente no que diz

respeito ao meio ambiente, pois os

consumidores alienados não se

preocupam com a forma correta de

descartar seus objetos e produtos de

consumo que foram substituídos,

além de que a hipermodernidade nos

meios de produção causa doenças,

que são acompanhadas do prefixo

“hiper”, aos trabalhadores como por

exemplo a hipertensão, resultado das

pressões cotidianas nas exigências

do mundo do trabalho.

Outras doenças, a partir

desse consumo exagerado, podem

surgir e essas patologias estão

associadas à hipermodernidade,

como doenças psicológicas e

compulsões aliadas à ansiedade ou

esquizofrenia derivadas da indução

fácil causada pelo Marketing que

promove o consumo, momento no

qual o habito de consumir se dá

apenas pelo prazer de gastar

compulsivamente ou dizer que pode

obter sempre o item mais moderno

além de ostentar , como se de algum

modo a aquisição colocasse o

individuo acima dos mortais.

A charge analisada em sala

de aula me chamou muito a atenção

por se tratar de um tema polêmico e

bem atual que, inclusive, foi

abordado em partes no ENEM de

2014, não só relacionado à

hipermodernidade, mas também a

outros fatores como, por exemplo, o

sedentarismo, obesidade, capacidade

de deixar-se induzir pela propaganda

além do consumo exagerado de fast

foods.

As pessoas, hoje em dia, por

acomodação ou não, dão valor às

tecnologias trocando suas atividades

de costume, como fazer o almoço e

se reunir em uma mesa com amigos e

família, por comidas instantâneas e

industrializadas para ganhar tempo e

ficar no sofá, alienando-se cada vez

mais, com as propagandas que

promovem o consumismo e atendem

aos interesses do sistema capitalista.

No mundo existem

atualmente 2,1 bilhões de pessoas

obesas ou com sobrepeso o que

representa 30% da população

Mundial, segundo dados do blog

Bem Estar ligado o G1. Fica a dica!

Fernanda Martins Ribeiro – 3ºA

E. E. Com. Miguel Maluhy

Folhetim

Page 2: Folhetim do Estudante - Ano IV - Núm. 42

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do estudante ano IV setembro/2015

DEBATE

A DEPENDÊNCIA AO

FAST FOOD

O hábito de consumo da

maioria dos indivíduos se

intensificou tanto que hoje vemos

mais necessidade de beber um

refrigerante ao invés de beber o

líquido mais importante para o

nosso corpo, a água.

Nossa alimentação que

deveria ser regada de produtos

saudáveis, em detrimento das

opções de fast food, ficou como

segunda opção para a maioria das

pessoas.

A necessidade de comer

rápido, sem esforço de preparo do

alimento além das variedades de

opções, graças às gorduras trans e

substâncias químicas, seduz que

já está no estado catatônico do

consumo hipermoderno.

Querer apreciar coisas

novas, querer degustar novos

sabores, não é errado se feito de

forma moderada, mas estamos

falando de uma sociedade tomada

pela hipermodernidade. Então,

nessa lógica, as empresas

alimentícias, em vista de nosso

desejo superficial de realização,

nos vendem em suas propagandas

um relatório de sensações

fantásticas, e o pior, a todo

instante. Sempre terá um novo

tipo de sorvete, hambúrguer,

batatas fritas, etc.

Mediante ao círculo

vicioso imposto por esses apelos

ao consumo, nos tornamos

dependentes, o que leva ao

consumo exagerado para nos

sentirmos cada vez mais felizes e,

como esse sentimento de

realização passa, a regra é clara:

permanecer nesse ciclo, mesmo

que isso, á longo prazo, nos traga

prejuízos, problemas de saúde

como a obesidade.

Mas o que importa, se o

que queremos mesmo é a

felicidade rápida, o deleite, após o

consumo de um lanche em um

“fast food”. Só vamos esperar

que esse desejo também seja algo

efêmero, porque as consequências

para a saúde não serão.

Sheila Marques – 3ºA

E. E. Com. Miguel Maluhy

Dinheiro: O

Triturador do

Mundo

O Ser humano

definitivamente evoluiu, saímos

de homens da caverna nômades,

para homens que puderam se

fixar graças á descoberta da

agricultura. E assim fomos

evoluindo, criamos armas,

descobrimos o fogo, criamos

cidades, criamos a política, a

sociedade, alianças, exércitos,

máquinas e cada uma dessas

inovações nos levaram à várias

guerras.

Conforme evoluímos o

mundo evoluía também, durante

milhares de anos a natureza

controlava a vida humana e não

o contrário, porém essa evolução

nos permitiu controlar aquela

que nos permitiu evoluir, isso

nos levou a destruí-la de tal

maneira que, sem perceber,

começamos a nos destruir.

O dinheiro rege o mundo

e, graças á ele e á tecnologia, o

ser humano chegou ao seu

apogeu, entretanto, o excesso de

modernização nos tornou

pessoas vazias, nos fez esquecer

que fazemos parte da natureza.

Para evoluirmos cada vez mais e

ganharmos mais dinheiro

destruímos o nosso próprio

habitat.

A Era do Vazio que

vivemos nos faz destruir a base

da vida pelo simples fato de nos

acharmos tão superiores que não

fazemos parte da natureza. Mas a

verdade é assim, como a

natureza nos ajudou a evoluir ao

ponto de destruí-la nós

evoluímos ao ponto de nos

destruirmos sem perceber, de

maneira inconsequente e talvez

inconsciente.

Ana Carolina Fernandes – 3ºA

E. E. Com. Miguel Maluhy

folhetim

Page 3: Folhetim do Estudante - Ano IV - Núm. 42

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do estudante ano IV setembro/2015

EDUCAÇÃO

Práticas

pedagógicas com

significado

Mantenho um elo com o

Sarau do Binho e a EMEF

Ministro Synésio Rocha há mais

ou menos uns quatro anos,

fazemos encontros praticamente

mensais na biblioteca Marcos

Rey, onde levo por volta de 60

alunos todo mês, lá abordamos

nos moldes de sarau temas atuais.

Mesmo que não role o sarau

sempre temos os encontros, que

chamo de Saída Cultural, para

abordar temas atuais, como:

Protestos, sexualidade, Racismo,

Violência doméstica, mulheres,

aborto, etc.

Ao retornar para a escola

os alunos são instigados a fazer

produções com o tema abordado e

desta forma vamos mantendo uma

agenda, sempre que o Sarau do

Binho tem apresentação eles

entram em contato comigo eu faço

as autorizações e fazemos a saída

cultural.

Os alunos adoram, tanto

que os ex alunos continuam

frequentando os encontros, tenho

alunos que já saíram do Synésio

há 3 anos, porém, mantenho

contato com os mesmos e os aviso

e eles continuam frequentando.

No ano passado a PMSP

instaurou a regra do TCA

(Trabalho Colaborativo Autoral)

para os alunos dos nonos anos,

como condição para se formarem,

os temas a serem abordados no

TCA podem e devem ser

discutidos e escolhidos pelos

alunos, e preferencialmente que

sejam temas que tenham uma

ligação e relevância com a

realidade dos alunos, no ano

passado os nonos anos escolheram

o tema: Sarau do Binho e a cultura

na periferia! Foi um show! Até

um pesquisador da USP que

frequentava os Saraus, colocou

esse trabalho nas suas pesquisas,

entrevistou os alunos e tudo mais.

No Evento “Festival

Literário da Zona Sul, pudemos

dialogar sobre essas experiências

em uma mesa temática, fiz parte

dela como professora, juntamente

com uma poeta e um jornalista,

onde pude contar como a escola

faz essa ponte do jovem leitor

com a literatura periférica. Levei

um grupo de alunos dos nonos

alunos que leem voluntariamente

para crianças do Ensino

Fundamental I.

Profª. Meire Belchior – Língua Portuguesa

E. E. Com. Miguel Maluhy e

EMEF Ministro Synésio Rocha

SARAU DO BINHO

na

E. E. Instituto Maria

Imaculada

“Foi muito emocionante!! O

Sarau é muito interessante,

alegre, divertido, podemos ler,

cantar, dançar ciranda e

apresentar o que escrevemos...”

São essas as percepções

dos estudantes do ensino

fundamental II da Escola Estadual

Instituto Maria Imaculada que no

último dia 24/10 tiveram a

oportunidade de, pela primeira

vez em suas vidas, vivenciarem a

experiência de um Sarau.

Com a participação de

todos os alunos e professores

tivemos a presença do coletivo do

Sarau do BINHO que, como de

costume, envolveram todas as

crianças em uma viagem pelas

palavras, fossem elas lidas,

cantadas, imaginadas, sopradas ao

vento ou improvisadas naquela

tarde.

As crianças tinham

sorrisos e brilhos nos olhos ao

terem a oportunidade de dialogar

com os poetas, sinal de que

devemos repetir mais vezes essas

ações educacionais que produzem

sentido ao ato de ler, escrever e

produzir pensamentos.

Prof. Valter Gomes

E. E. Instituto Maria Imaculada

folhetim

Page 4: Folhetim do Estudante - Ano IV - Núm. 42

4

do estudante ano IV setembro/2015

DEBATE

A ERA do

Smartphone

O homem sempre quis se

superar em questão de tecnologia.

O exemplo disso foi a criação do

telefone , um recurso que permite a

comunicação com pessoas que

estão longe , o que foi uma

inovação enorme atendendo ás

urgências da modernidade. E ainda

não satisfeito, o homem inovou

essa invenção com a criação do

telefone móvel, o famoso celular.

Desde sua criação, o

celular, tornou-se indispensável

para a vida dos seres humanos.

Nos dias de hoje, é quase

impossível encontrar quem não o

utilize, até mesmo crianças já

fazem uso desse tipo de serviço.

Entre os diversos recursos

disponíveis nos aparelhos mais

modernos destaca-se a

comunicação de dados utilizando a

internet, outra invenção que está

integrada ao telefone móvel, o que

tornou as pessoas completamente

viciadas no seu uso, podendo ser

comparadas á um ZUMBI, já que

suas vidas acabam perdendo o

sentido sem esse mundo virtual, e

elas passam a existir em função do

olhar para a tela e dos sons

emitidos pelo seu smartphone.

O ser humano, na tentativa

de evoluir ainda mais, acabou

retroagindo ao inventar o celular,

pois o protagonista de sua vida

passou a ser o seu telefone móvel e

não mais ele mesmo. Apesar da

modernidade proporcionar facili-

dades na interação com outras

pessoas, ela possibilita, também,

nosso próprio calvário, onde

conseguimos dominar e absorver a

tecnologia, mas não nossos vícios

tecnológicos cotidianos.

Shirley Marques de Moraes – 3ºA

E. E. Com. Miguel Maluhy

Revolução

Revolução é toda e

qualquer transformação radical ou

evolução de um sistema que atinja

a vida cotidiana de uma sociedade.

Muitos historiadores

preocupam-se em definir os limites

de uma revolução. Assim temos

uma contradição, onde não

sabemos com absoluta certeza se

um fato histórico foi ou não

revolucionário.

Em geral, toda revolução é

iniciada por manifestações

políticas, visando a transformação

radical das estruturas de poder,

sejam elas, econômicas, políticas,

sociais e culturais de uma

sociedade.

Um exemplo para entender

melhor a questão e o que é uma

revolução é a revolução tecnoló-

gica ou a revolução cientifica que

ocorreu no inicio da modernidade e

retrata o momento em que

deixamos os preceitos religiosos de

lado e, numa perspectiva

humanista, passamos a interagir

melhor com o conhecimento além

de aprofundá-lo e promover o

surgimento do desenvolvimento do

mundo como um todo.

Jéssica Sanches Barbero – 2ºC

E. E. Com. Miguel Maluhy

folhetim