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GÊNEROS DISCURSIVOS E ENSINO DE LÍNGUA Ufes – Universidade Federal do Espírito Santo. Laboratório de Práticas Culturais: Revisão e Avaliação Textual. Prof. Olivaldo Marques.

Gêneros textuais e ensino

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Discussão acerca do ensino de Língua Portuguesa a partir da noção de gênero do discurso.

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GÊNEROS DISCURSIVOS E

ENSINO DE LÍNGUA

Ufes – Universidade Federal do Espírito Santo.

Laboratório de Práticas Culturais: Revisão e Avaliação Textual.

Prof. Olivaldo Marques.

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OS GÊNEROS DISCURSIVOS

Para Bakhtin (2010, p.261,262)

O emprego da língua efetua-se em forma de enunciados (orais eescritos) concretos e únicos, proferidos pelos integrantes desse oudaquele campo da atividade humana. Esses enunciados refletem ascondições específicas e as finalidades de cada referido campo [...]Evidentemente, cada enunciado particular é individual, mas cadacampo de utilização da língua elabora seus tipos relativamenteestáveis de enunciados, os quais denominamos gêneros do discurso(grifos do autor).

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Para o autor (2010, p.262),

A riqueza e a diversidade dos gêneros do discurso são infinitasporque são inesgotáveis as possibilidades da multiforme atividadehumana e porque em cada campo dessa atividade é integral orepertório de gêneros do discurso, que cresce e se diferencia àmedida que se desenvolve e se complexifica um determinadocampo.

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• Bakhtin (2010, p. 285) nos esclarece ainda que dominar bemum gênero é essencial para empregá-lo livremente:

Quanto melhor dominamos os gêneros tanto mais livremente osempregamos, pela e nitidamente descobrimos neles a nossaindividualidade (onde isso é possível e necessário), refletimos demodo mais flexível e sutil a situação singular da comunicação; emsuma, realizamos de modo mais acabado o nosso livre projeto dediscurso.

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• Se (e, a partir da teoria bakhtiniana, concluímos que sim):

1. somente nos comunicamos moldando nossa fala àscaracterísticas de um gênero discursivo;

2. os gêneros do discurso são produtos das relações sócio-históricas e estão diretamente relacionadas à realidade; e

3. a boa produção de um determinado gênero é diretamenteproporcional ao conhecimento acerca de suas características,

então, o estudo de um idioma é potencializado quando feito apartir dos gêneros produzidos na comunidade linguística emquestão.

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ENSINO DE PORTUGUÊS: OS PCN’s

Nos PCN’s, com as diretrizes para o ensino fundamental deLíngua Portuguesa, ressalta-se que a leitura e a produção detextos, tanto orais quanto escritos, são as práticas discursivasque, combinadas com a reflexão sobre as estruturas da língua,devem ser priorizadas no trabalho com a língua materna:

no processo de ensino e aprendizagem dos diferentes ciclos doensino fundamental espera-se que o aluno amplie o domínio ativodo discurso nas diversas situações comunicativas, sobretudo nasinstâncias públicas de uso da linguagem, de modo a possibilitar suainserção efetiva no mundo da escrita, ampliando suaspossibilidades de participação social no exercício da cidadania

(PCN-EF, 1999, p. 32).

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Sendo assim, os processos de ensino<>aprendizagem de língua,baseados na necessidade de seu domínio ativo nas mais diversassituações comunicativas, encontra na teoria dos gêneros dodiscurso uma boa possibilidade de trabalho:

Todo texto se organiza dentro de determinado gênero em funçãodas intenções comunicativas, como parte das condições deprodução dos discursos, as quais geram usos sociais que osdeterminam (PCN-EF, 1999, p. 21).

ENSINO DE PORTUGUÊS: OS PCN’s

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GÊNEROS E ENSINO: THE WHEEL

The Wheel (ou “A Roda") é um modelo de ensino eaprendizagem proposto e desenvolvido na Austrália que surgiucomo uma pedagogia baseada nos gêneros discursivos. Aproposta aconselha que o trabalho didático com textos sejaconstituído por um ciclo de atividades.

Esse ciclo foi, originalmente, subdividido em três fases:

1) Modelagem;

2) Negociação conjunta do texto;

3) Construção individual do texto.

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Na modelagem, é feita uma discussão de um determinadogênero focalizando suas funções, a estrutura, incluindo aspectosdo léxico e da gramática.

Na fase de negociação conjunta, alunos e professor(es) emparceria produzem um texto, baseado nas características doexemplo discutido na primeira etapa.

Na fase de construção individual, os alunos se preparam parauma nova instância do gênero, que eles produzirãoindividualmente.

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GÊNEROS E ENSINO: “Toda Cura Para Todo Mal”

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Referências

• BAKHTIN, M. Os gêneros do discurso. In.: BAKHTIN, M. Estética da Criação Verbal. São Paulo: Martins Fontes, 2010. 261-306.

• BRASIL, Ministério da Educação. Parâmetros curriculares nacionais – Ensino fundamental– Língua Portuguesa. Brasília: SEF/MEC, 1998.

• LOVATO, C. Gêneros textuais e ensino: uma leitura dos PCNs de Língua Portuguesa do ensino fundamental . Disponível em: <e-revista.unioeste.br/index.php/travessias/article/download/3172/2500> (Acesso em 20 set. 2014).

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