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IMUNOPATOLOGIA DA ESQUISTOSSOMOSE Equipe: Ana Caroline Ribeiro Bárbara Nazly Santos Hemilly Rayanne Ferreira Professora: Paula Cassilhas Universidade de Pernambuco – UPE Instituto de Ciências Biológicas - ICB Disciplina: Imunopatologia

Imunopatologia da Esquistossomose (slide final)

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IMUNOPATOLOGIA DA

ESQUISTOSSOMOSE

Equipe: Ana Caroline Ribeiro Bárbara Nazly Santos Hemilly Rayanne FerreiraProfessora: Paula Cassilhas

Universidade de Pernambuco – UPE

Instituto de Ciências Biológicas - ICB

Disciplina: Imunopatologia

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INTRODUÇÃO

A esquistossomose humana e uma doença parasitaria crônica que atinge cerca de 200 milhões de pessoas no mundo (WHO, 1998);

No Brasil, esta infecção e causada pelo parasita Schistosoma mansoni ;

Discute-se que o agente foi introduzido no Brasil pelo tráfico de escravos africanos e aqui encontrou seus hospedeiros – vertebrados (H. sapiens sapiens) e invertebrados (moluscos do gênero Biomphalaria) – e o ambiente propício para o seu desenvolvimento;

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MODO DE TRANSMISSÃO

Os ovos são eliminados pelas fezes do homem. Na água, esses ovos eclodem liberando larvas ciliadas denominadas- miracídios;

Após quatro semanas, abandonam o caramujo, na forma de cercárias que ficam livres nas águas naturais;

O contato do humano com a água que contém cercárias é a maneira pela qual o indivíduo adquire a esquistossomose.

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CICLO DE VIDA

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CICLO DE VIDA

Durante as etapas do ciclo evolutivo do S. mansoni nos diferentes tecidos, o helminto passa por significantes alterações morfológicas e bioquímicas que servem como “escape” contra o sistema imunológico do hospedeiro. Cada etapa desse processo suscita a ativação de complexos mecanismos imunológicos.

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FASE AGUDA

Dermatite cercariana → primeira “linha de defesa” contra a infecção.

* Polimorfonucleares e Mononucleares

* Exantema maculopapular pruriginoso

Passagem pela epiderme e derme → Hipersensibilidade do tipo imediata (IgE) → Resposta imune inata.

2 dias (Infiltrado de polimorfonucleares , mononucleares e células de Largerhans , produção de quimiocinas e citocinas).

4 – 5 dias (Influxo de linfócitos T CD4+, produção de IL-12p40, IFN-y e IL-4).

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FASE AGUDA

Esquistossômulos → Vermes adultos (30 a 60 dias após a infecção) → Início da fase aguda.

Pré-patente (antes da oviposição) e pós-patente (após a oviposição).

Fase pré-patente → Produção de IgG, IgM e IgA → Fator de necrose tumoral (TNF) e IL-2, IL-6.

Fase pós-patente → Hipersensibilidade granulomatosa, leucocitose, eosinofilia e resposta imune celular e humoral.

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FASE AGUDA

Resposta imune do tipo Th1 X Resposta imune Th2.

Citotoxidade celular dependente de anticorpo (ADCC).

Formas mais graves X Formas menos graves

Células T reguladoras (T reg).

Reações granulomatosas.

A reatividade celular aos antígenos do parasito é muito mais acentuada na fase aguda.

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FORMAÇÃO DO GRANULOMA

Fonte: www.scielo.br

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FASE AGUDA

Sintomatologia: Febre, mal-estar, diarreia, vômitos, anorexia, cefaleia, dor abdominal, perda de peso, tosse seca e hepatoesplenomegalia, acompanhados por eosinofilia acentuada e leucocitose.

Variações individuais → quantidade de cercárias infectantes e reatividade do hospedeiro.

Pode durar de 4 a 8 semanas.

Dermatite cercarianaFonte: jornallivre.com.br

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FASE CRÔNICA

Inicia-se 6 meses após a infecção;

Caracterizada por alterações intestinais e hepatoesplênicas;

Caracteriza-se pela forma: 1- Intestinal 2- Hepatointestinal 3-Hepatoesplênica ( compensada;descompensada)

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FASE CRÔNICA

Após a fase aguda da doença, o granuloma diminui de tamanho, sendo esse processo denominado modulação (Andrade &Warren, 1964).

Provavelmente, essa modulação da resposta imunológica e hipossensibilidade aos antígenos do ovo ocorrem devido a modulação de células T (Stadecker & Flores-Villaneuva, 1992; Falcao et al., 1998).

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FASE CRÔNICA- FORMA INTESTINAL

Considerada forma leve, porém quando associada a hepatomegalia se torna a forma hepatointestinal;

Está forma clinica é mais observada em crianças e adultos jovens;

Observada com maior predileção quando a banhos em águas poluídas por cercárias;

Modulação da resposta de células T por anticorpos anti-idiotipos;

Participação de células T CD8+ e regulação mediada por IL-10;

Th1 → Th2, (citocinas relacionadas a esse tipo de resposta IL-5 e IL-10, bem como a eosinofilia e a produção de anticorpos (Colley,1975; Pearce & Macdonald, 2002);

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FASE CRÔNICA – FORMA HEPATOINTESTINAL

• São consideradas formas leves da EM e são observadas com maior predileção entre as crianças e os adultos jovens;

• A forma hepatointestinal é a mais encontradiça na EM crônica, representando a fase intermediária na evolução da doença para a forma hepatoesplênica;

• A apresentação clínica é muito variada, muitas vezes com sintomas e sinais que são difíceis de atribuir à EM. Nesta fase o diagnóstico é habitualmente acidental, quando o médico encontra presença de ovos viáveis de S. mansoni em um exame de fezes rotineiro.

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FASE CRÔNICA - HEPATOESPLÊNICA

Influência de fatores pertinentes ao paciente e ao metazoário.

Forma compensada – Hipertensão porta e esplenomegalia podendo estar correlacionadas com fenômenos hemorrágicos.

Forma descompensada – ascite volumosa, edema de membros inferiores, icterícia, telangectasias (aranhas vasculares), “hálitos hepático”, eritema palmar, ginecomastia e queda de pelos (sobretudo, torácicos, axilares e pubianos)

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FASE CRÔNICA – HEPATOESPLÊNICA

Complicações: Fibrose de Symmers, hipertensão portal e varizes no esôfago, anemia, desnutrição e hiperesplenismo.

Elevação dos níveis de IgG e IgM.

Atuação dos linfócitos T

Fonte: anatpat.unicamp.br

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Fonte: pt.slideshare.net

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Hipertensiva: É mais comumente observada e se caracteriza por dispneia de esforço, palpitações, tosse seca e dor torácica constritiva. Pode, raramente, ser encontrada na forma hepatointestinal.

Cianótica: Possui pior prognóstico, mais observada em indivíduos do sexo feminino e em portadores de esplenomegalias ou pacientes já esplenectomizados. Apresenta-se com cianose geralmente discreta e dedos em baqueta de tambor.

DISTÚRBIOS VASCULARES PULMONARES

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FORMAS ECTÓPICAS

São consideradas como aquelas nas quais a presença do elemento parasitário – ovos ou vermes adultos – é localizada fora do sistema porto cava.

A neuroesquistossomose – mielorradiculopatia esquistossomótica (MRE) é a forma ectópica da esquistossomose mais frequente e a mais grave, sendo a manifestação mais comum da neuroesquistossomose.

Acredita-se na existência de três mecanismos pelos quais, os ovos do S. mansoni possam localizar-se no sistema nervoso central:

1. Embolização dos mesmos através da rede arterial, como consequência da presença de anastomoses arteriovenosas prévias;

2. Migração de ovos através de anastomoses entre os sistemas venosos portal e de Batson;

3. Oviposição in situ, após migração anômala dos helmintos.

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FORMAS ECTÓPICAS

Apesar da presença de ovos serem importantes para o desencadeamento de anormalidades neurológicas, nem sempre esta ocorrerá. O quadro clínico dependerá, obviamente, da localização dos ovos ou helmintos.

O diagnóstico de certeza da MRE é realizado pelo estudo histopatológico através da biópsia.

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CONCLUSÃO

Mecanismos de “escape”: * Anexação de antígenos do hospedeiro vertebrado à própria membrana

plasmática. * Desprendimento contínuo das porções mais exteriores do tegumento. * Resposta Th2 (IL4): Inativação de macrófagos → Redução da resposta Th1 e

maior participação de eosinófilos.

Determinantes no desenvolvimento das alterações mórbidas: * Liberação de antígenos, por parte dos helmintos.

* Produção de imunocomplexos. * Desencadeamento de reação inflamatória ao helminto, com formação de

granulomas. * Ocorrência de fibrose.

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REFERÊNCIAS

SOUZA, F.P.C; VITORINO, R.R; COSTA, A.P; JÚNIOR, F.C.F; SANTANA, L.A; GOMES, A.P. Esquistossomose mansônica: aspectos gerais, imunologia, patogênese e história natural. Rev Bras Clin Med. v.9 n.4 p.300-7; São Paulo, 2011.

MELO, A.G.S; IRMÃO, J.J.M; LAZARINI, H.; JERALDO, V.L.S. A esquistossomose sob o olhar do infectado: percepções, conhecimento e sintomatologia. VII CONNEPI, 2012