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Processo de independência das ex-colônias portuguesas no século XX: Angola e Moçambique.
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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro – IFTM
Campus Ituiutaba
Curso Técnico em Informática Integrado ao 3° ano do Ensino Médio
Disciplina: História
Alexandre de Araújo Barreto Filho
Daruick Fagundes da Silva Cunha
Gabriel Resende Miranda
Pedro Henrique Chagas Alves
Tainara Gabriel Costa
Thales Divino Vilela da Silva Lemes
Professora: Patrícia Paes Leme
Ituiutaba (MG)
Agosto – 2014
Independência – Angola e Moçambique
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Contexto Histórico
As independências dos territórios africanos durante o século XX só foram possíveis
devido a uma sequência casual de acontecimentos históricos que possibilitaram as
organizações populares a adquirirem soberania e autonomia sobre seus próprios
territórios. Os principais fatores responsáveis pelas independências de Angola e
Moçambique incluem:
Imperialismo: que, a partir do século XIX, possibilitou que as potências europeias
pudessem invadir territórios africanos e os dividirem de acordo com seus próprios
interesses; processo esse que foi consolidado durante a chamada Conferência de
Berlim;
Segunda Guerra Mundial: com o fim da II Grande Guerra, as metrópoles europeias
se encontravam em situações deploráveis no que tange assuntos econômicos e
administrativos. A diminuição da influência bélica nas colônias, portanto, passam a
se acentuarem cada vez mais;
Pan-Africanismo: O discurso de libertação na África em muito bebeu da tradição de
pensamento do pan-africanismo que, iniciada nos Estados Unidos em meados do
século XIX, foi apropriada e reconstruída pelos africanos, principalmente após a
Segunda Guerra Mundial;
Independência da Argélia (1954 – 1962): O processo argelino foi o primeiro a
buscar a independência por meio da luta armada. Diante da recusa francesa em ceder
diplomaticamente, a Frente de Libertação Nacional (FLN) argelina passou a atacar o
sistema colonial por meio de guerrilha urbana e, principalmente, rural. Era
inaugurada a via armada na Independência africana. A FLN daria apoio logístico e
estratégico à guerrilha em Angola e Moçambique;
Guerra Fria: a bipolaridade mundial afetará diretamente o andamento das
independências africanas. Cada um dos núcleos (EUA e URSS) passarão a financiar
partidos políticos que compartilhem de seus respectivos ideais.
Angola
1. Localização:
Oficialmente República de Angola, é um país da costa ocidental de África cujo
território principal é limitado a norte e a nordeste pela República Democrática do
Congo, a leste pela Zâmbia, a sul pela Namíbia e a oeste pelo Oceano Atlântico. Sua
atual capital é Luanda.
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2. Consolidação Territorial Efetiva:
Iniciado em 1926 e concretizado em 1933, o regime ditatorial instaurado em Portugal
por António de Oliveira Salazar foi responsável pela consolidação de um estado
colonial concreto em Angola. Foram reforçadas fronteiras territoriais e a distribuição de
cargos administrativos a fim de gerir todos os processos existentes na colônia.
O Salazarismo foi responsável por migrar centenas de portugueses para os centros
populacionais angolanos com o intuito de disseminar indústrias e elevar a economia
local, todavia, apesar de ter alcançado o desejado, lançou milhares de angolanos à
condições deploráveis devido a imposição da venda de força de trabalho por salários
baixíssimos (além de rebaixa-los à condição de não-cidadãos).
3. Movimentos Populares:
Nos anos 1950 começou a articular-se uma resistência multipartidária contra a
dominação colonial, impulsionada pela descolonização que se havia iniciado no
continente africano depois do fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945.
O combate entre Angola e a metrópole Portugal teve 3 principais protagonistas:
• o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), que tinha laços com
partidos comunistas em Portugal e países pertencentes ao então Pacto de Varsóvia;
• a Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), que possuía fortes vínculos
com o governo dos Estados Unidos e com o regime de Mobutu Sese Seko no Zaire;
• e a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), beneficiária
de algum apoio por parte da China.
Em 4 de Fevereiro de 1961, toda a resistência se rebela contra o governo de
Portugal, dando início aos conflitos.
4. Combate Armado:
O Exército Português manteve controle dos grandes centros populacionais (incluindo
a capital nacional) durante a maior parte do conflito, deixando apenas as periferias
territoriais sob o domínio das guerrilhas. Grande parte da população angolana não se via
motivada a lutar contra a metrópole.
Tentando apaziguar a situação, Portugal lança o Estatuto do Indigenato, que
devolve a cidadania aos angolanos nativos, eleva a colônia ao status de Estado de
Angola e promove a disseminação de empregos e educação; o governo salazarista
queria que o território continuasse a fazer parte da metrópole.
Todas as propostas foram negadas pelos revolucionários, que pretendiam seguir em
frente com as guerrilhas e com o processo de independência.
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5. Independência:
Devido a fatores internos (Revolução dos Cravos, em 1974), Portugal retira seus
exércitos do território angolano.
A tríade partidária (MPLA, FNLA e UNITA), então, passa a disputar entre si a
dominação efetiva para a construção de um novo estado. Nesse momento, cada um dos
movimentos busca auxílio bélico de seu respectivo núcleo governamental e idealista;
dessa forma, o combate “Comunismo x Capitalismo” se torna evidente no território,
visto que intervenções dos EUA e da URSS se iniciam.
O MPLA, financiado pela União Soviética, vence a disputa e se declara soberano,
instaurando um governo socialista em Angola a partir de 11 de Novembro de 1975,
nomeando como presidente o membro Agostinho Neto.
Os demais partidos (não somente a FNLA e a UNITA) não ficaram satisfeitos com o
ocorrido, iniciando, dessa forma, uma guerra civil que perdurou até 2002.
Moçambique
1. Localização:
Moçambique, oficialmente República de Moçambique, é um país localizado no
sudeste da África, banhado pelo Oceano Índico a leste e que faz fronteira com a
Tanzânia ao norte; Malawi e Zâmbia a noroeste; Zimbabwe a oeste e Suazilândia e
África do Sul a sudoeste. A capital e a maior cidade do país é Maputo (chamada de
Lourenço Marques durante o domínio português).
2. Antecedentes Históricos:
Desde o fim do século XIX e início do século XX, Moçambique foi tomada por
empresas privadas (principalmente britânicas) que eram responsáveis por toda a
construção civil/urbana do território; tais empresas obrigavam a população nativa a
realizar intensos trabalhos com salários absurdamente baixos, mas que serviam para o
sustento familiar.
Com a instauração do regime salazarista em Portugal, as empresas estrangeiras foram
retiradas do território, lançando centenas de moçambicanos (agora, não-cidadãos) à
miséria.
3. Contexto Social:
Com ideologias comunistas e anticoloniais espalhando-se por toda a África, muitos
movimentos políticos clandestinos foram estabelecidos em favor da independência de
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Moçambique. Estes movimentos afirmavam que as políticas e planos de
desenvolvimento desenvolvidos por autoridades do governo eram voltadas apenas para
o benefício da população portuguesa que vivia em Moçambique.
4. Independência:
O contexto ao qual Moçambique estava lançada possibilitou a organização de
diversos movimentos sociais que lutavam para maior autonomia de seu território; o
principal deles foi a FRELIMO - Frente de Libertação de Moçambique (financiada
pela URSS), que em Setembro de 1964 iniciou um conflito armado contra o Exército
Português através de estratégicas táticas de guerrilha.
Durante quase 10 anos, a disputa de poder se manteve a favor da metrópole, que
dominava os principais centros populacionais. Todavia, como já citado, em 1974
ocorreu a Revolução dos Cravos em Portugal, que, então, assume a postura de retirar
seus exércitos dos territórios coloniais.
Esse fator, combinado com a assinatura dos Acordos de Lusaka, foi responsável
pelo reconhecimento oficial da soberania do movimento FRELIMO no território bem
como a sua autonomia nacional. Logo, em 25 de Junho de 1975, Moçambique é
declarada independente de sua metrópole, possuindo como primeiro presidente um dos
participantes ativos do movimento soberano, Samora Machel.
Em contrapartida, um novo movimento passa a ganhar destaque nacional: o
RENAMO – Resistência Nacional Moçambicana (apoiada por aliados dos EUA), que
estava descontente com o governo socialista implantado. Inicia-se, então, uma guerra
civil entre ativistas de ambos partidos, que só foi finalizada em Outubro de 1982.
Conclusão
As independências africanas, especificadamente as das ex-colônias portuguesas,
foram motivadas pelos mesmos fatores históricos que se acumularam desde a chegada
da metrópole no século XV até datas próximas ao fim da Segunda Guerra Mundial: uma
população desolada e explorada que soube se aproveitar das oportunidades vigentes e,
com muita dificuldade, conseguiu alcançar a independência de seus respectivos países.
O decaimento de poder expansionista de Portugal devido à Revolução dos Cravos foi
essencial para a conquista do território por parte dos nativos de ambos países, visto que
as tropas de Salazar foram obrigadas a deixarem tanto Moçambique quando Angola.
As influências dos EUA e da URSS no que tange apoio financeiro e ideal para os
movimentos sociais responsáveis pela autonomia de seus estados marca, evidentemente,
a total influência da Guerra Fria durante os processos de descolonização no continente
africano (assim como ocorreu na Ásia).
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Referências
Wikipédia - Angola:
Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Angola
Acesso: 16 de Agosto, 2014.
Portal Oficial do Governo de Angola:
Disponível em: http://www.governo.gov.ao/Historia.aspx
Acesso: 16 de Agosto, 2014.
Wikipédia - Guerra de Independência de Angola:
Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_de_Independência_de_Angola
Acesso: 16 de Agosto, 2014.
Petrinus - Independência de Angola:
Disponível em: http://petrinus.com.sapo.pt/independencia.htm
Acesso: 17 de Março, 2014.
Wikipédia - Moçambique:
Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Moçambique
Acesso: 17 de Agosto, 2014.
Portal Oficial do Governo de Moçambique:
Disponível em: http://www.portaldogoverno.gov.mz/Mozambique/resHistorico
Acesso: 17 de Agosto, 2014.