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Gabriela Oliveira de Almeida 29 de janeiro de 2014 Material de Estudo DPRJ

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Gabriela Oliveira de Almeida

29 de janeiro de 2014

Material de Estudo

DPRJ

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SUMÁRIO

Gerenciamento de Projeto--------------------------------------------------------------------03

1- Aspectos sobre elaboração e gestão do projeto-------------------------03

2- Aspectos sobre Inovação-------------------------------------------------------22

3- Aspectos sobre trabalho em equipe e liderança--------------------------32

4- Aspectos sobre conflitos e negociação--------------------------------------37

Gerenciamento tático-operacional---------------------------------------------------------44

PMBOK--------------------------------------------------------------------------------------------50

MS Project ---------------------------------------------------------------------------------------98

Liderança ---------------------------------------------------------------------------------------150

Contrato-----------------------------------------------------------------------------------------153

Bibliografia--------------------------------------------------------------------------------------162

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Gerenciamento de Projeto

Mais especificamente, o que é um projeto? é um conjunto de atividades

temporárias, realizadas em grupo, destinadas a produzir um produto, serviço

ou resultado únicos.

Um projeto é temporário no sentido de que tem um início e fim definidos

no tempo, e, por isso, um escopo e recursos definidos.

E um projeto é único no sentido de que não se trata de uma operação de

rotina, mas um conjunto específico de operações destinadas a atingir um

objetivo em particular. Assim, uma equipe de projeto inclui pessoas que

geralmente não trabalham juntas – algumas vezes vindas de diferentes

organizações e de múltiplas geografias.

O desenvolvimento de um software para um processo empresarial

aperfeiçoado, a construção de um prédio ou de uma ponte, o esforço de

socorro depois de um desastre natural, a expansão das vendas em um novo

mercado geográfico – todos são projetos.

E todos devem ser gerenciados de forma especializada para

apresentarem os resultados, aprendizado e integração necessários para as

organizações dentro do prazo e do orçamento previstos.

O Gerenciamento de Projetos, portanto, é a aplicação de

conhecimentos, habilidades e técnicas para a execução de projetos de forma

efetiva e eficaz. Trata-se de uma competência estratégica para organizações,

permitindo com que elas unam os resultados dos projetos com os objetivos do

negócio – e, assim, melhor competir em seus mercados.

Ele sempre foi praticado informalmente, mas começou a emergir como

uma profissão distinta nos meados do século XX.

1. Aspectos sobre Elaboração e Gestão de Projetos

1.1 A importância do planejamento

Tomando por base que o planejamento é um dos mais

importantes comportamentos de um profissional, não há dúvidas da

necessidade de que as pessoas tenham o domínio desta competência técnica.

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Planejar garante um aumento expressivo de chances de que o

empreendimento obtenha seu sucesso. Mas não há planejamento perfeito que

garanta 100% de certeza neste sucesso. Assim, quem planeja corretamente,

propiciará que a atividade seja mais eficiente e interessante para todos os

envolvidos. Sabe-se que atualmente a concorrência é extrema, e para manter-

se no mercado, ou para ampliar sua atuação neste mercado, o profissional não

tem outra saída, senão utilizar as técnicas adequadas de planejamento.

Planejamento é a atividade que deveria anteceder qualquer ação. Nele

são estabelecidos os objetivos, os recursos a serem utilizados e sua maneira

de utilização, as várias etapas e os prazos envolvidos.

Muitas pessoas não gostam de planejar, porque afirmam que nem

sempre o que planejam é concretizado, então, num raciocínio simplista e

errôneo, abandonam o mesmo. Como foi dito, nenhum planejamento é perfeito

que possa garantir 100% de sucesso nos objetivos, metas e prazos envolvidos.

Mas não há dúvidas, de que as chances de chegar às metas traçadas será

muito maior para os que planejam sistematicamente e com qualidade.

1.2 Conceito de projeto e planejamento

Definição de planejamento

Conforme comentado acima, a arte de planejar é a reunião de várias

atividades que devem anteceder qualquer ação. Um planejamento é composto

de vários planos, como por exemplo:

• Plano de Atividades (e metas)

• Plano de Recursos

• Plano de Treinamento

• Plano de Revisões

• Plano de Relatórios (comunicação/informação)

• Plano de Contingência

• Plano de Organização

• Plano de Conversão (adaptação de metodologia)

• Plano de Testes

• Plano de Integração (com outros projetos)

• Plano de Implantação

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• Plano Financeiro

Definição de projeto

Segundo Ricardo Vianna Vargas, projeto pode ser definido como:

“Um empreendimento não repetitivo caracterizado por uma sequência

clara e lógica de eventos com início, meio e fim, que se destina a atingir um

objetivo claro e definido, sendo conduzido por pessoas dentro de

parâmetros pré-definidos de tempo, custo, recursos envolvidos e

qualidade”.

Também, através do Project Management Institute, a definição é:

“Uma empreitada temporária, realizada por pessoas, com recursos

limitados e que tem como objetivo criar um produto ou serviço único”.

Assim, um projeto apresenta características que o definem facilmente: é

uma atividade com início, meio e fim, sendo uma previsão a mais próxima do

desejado (se diferencia de uma operação de fabricação, onde os controles de

interferências são mais fáceis de serem conseguidos), apresenta limitações de

tempo e de custos envolvidos, é realizado por pessoas com auxílio de estrutura

ferramental, de equipamentos e máquinas, metodologias e técnicas de gestão

de materiais, de qualidade, de pessoal, etc. Ainda apresenta parâmetros

definidos de controle e avaliação. Um projeto tem característica única, ou seja,

é personalizado, com elevado número de informações novas e complexas para

os responsáveis por sua execução. E por este motivo, deve ter um

planejamento prévio.

Segundo GIDO & CLEMENTS (2007), alguns exemplos de projetos são:

• Montagem de uma peça de teatro

• Desenvolvimento e lançamento de um novo produto

• Modernização de uma fábrica

• Realização de um congresso

• Construção de um shopping center

• Realização de várias cirurgias em um paciente

• Reconstrução de uma cidade após um acidente natural

• Criação de um programa de estágio para estudantes

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Projetos com sucesso e com fracasso

Projetos de sucesso são aqueles que chegam nos seus objetivos, dentro

do tempo previsto, com a qualidade desejada e sem “estouro” do orçamento e

com a obtenção de satisfação e segurança de todos os envolvidos.

Um projeto de sucesso não ocorre por acaso, obviamente. As causas

são: pessoas competentes nos vários níveis, riscos bem administrados

(eliminados e/ou diminuídos), bem como um planejamento bem realizado.

Também se cita que deve ser estabelecida uma parceria entre o fornecedor e o

cliente, envolvendo-o ativamente em todas as fases.

Por outro lado, as causas do fracasso de um projeto são: objetivos e

metas e mal elaboradas (mal definidas ou superdimensionadas),

planejamento com problemas, pessoas sem capacidade de liderança e sem

espírito empreendedor (ou intra- empreendedor), alteração em muitas

variáveis, principalmente na área tecnológica, riscos elevados, falta de gestão

de informação.

Ferramentas para o controle e avaliação da execução de projetos

Para se efetuar o controle e a avaliação da execução de projetos, deve-

se lançar mão de métodos específicos. Os processos de controle são a

medição e monitoramento do desempenho do projeto. Garantem que os

objetivos do projeto sejam alcançados através do monitoramento e medição

regular do progresso, de modo que ações corretivas possam ser tomadas

quando necessário. Citam-se algumas ferramentas de controle: ordem de

serviço, gráfico de Gantt, cronograma físico-financeiro, rede PERT e diário de

obra.

Ciclo de Vida do Projeto

O ciclo de vida de um projeto pode ser dividido em 5 etapas ou fases:

inicialização, planejamento, execução, controle e conclusão (ou

encerramento). Para cada fase podemos destacar diferentes atividades,

tarefas, habilidades e condições requeridas para o bom andamento do projeto.

• Fase 1: Inicialização

• Fase 2: Planejamento

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• Fase 3: Execução

• Fase 4: Controle e

• Fase 5: Conclusão

Segundo Gido & Clements (Gestão de Projetos), o Ciclo de Vida de um

projeto contempla quatro fases, a saber:

• Primeira fase: identificação de uma necessidade

Identificação de uma necessidade, problema ou oportunidade e pode

resultar na solicitação de propostas pelo cliente a pessoas, uma equipe de

projeto ou organização/fornecedores.

• Segunda fase: desenvolver e propor uma solução

Consiste em entregar ao cliente uma proposta de solução, mediante

benefícios, como o pagamento pelo cliente a este fornecedor. No caso que a

proposta seja aceita pelo cliente, é assinado um contrato (acordo).

• Terceira fase: executar o projeto

Corresponde à implementação da solução proposta para a

contratada. É conhecida esta fase como a execução. A execução termina,

quando, por exemplo, um protótipo foi desenvolvido, seus testes de

funcionamento foram executados, manuais de operação (de um equipamento)

foram escritos e podem também nesta fase estarem envolvidas outras

atividades como elaboração do site (da empresa ou do produto), manuais de

manutenção, etc.

• Quarta fase: concluir o projeto

Nesta fase é feita uma confirmação de que todos os itens, serviços e

produtos foram fornecidos e aceitos pelo cliente, as parcelas recebidas e as

faturas pagas. Também nesta fase, o fornecedor do projeto faz uma avaliação

de aprendizagem do que poderia ter sido melhor executado, visando à melhoria

da performance para outros projetos futuros. O feedback ocorrerá não só com

o cliente, mas com a equipe interna da empresa. A documentação final do

projeto também pode ser executada nesta fase (encerramento).

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1.3 A gestão de projetos

Um dos fatores críticos de sucesso de um projeto é que seja conduzido

por um competente “gerente de projetos” ou “gestor de projetos”. Além do

gerente, a equipe também deve ser qualificadamente escolhida, com suas

competências e experiências afinadas com a proposta ou problema a ser

tratado. O gestor de projetos traz um aporte de liderança à equipe, conduzindo-

a com serenidade, porém, também com precisão na atribuição de

responsabilidades e sua respectiva cobrança de resultados. Para se atingir os

objetivos do projeto em todas as suas fases, no prazo determinado, com os

custos estimados e no escopo definido, o gerente lançará mão de todas suas

características pessoais para exercer na equipe o avanço no desenvolvimento

e na obtenção das metas.

Para se alcançar o sucesso de um projeto, várias estruturas são usadas

para organizar as pessoas, mas sempre a comunicação entre as pessoas da

equipe deverá ser muito eficiente e a hierarquia do projeto deverá ser

respeitada.

Uma das características muito necessárias em um gerente é a

capacidade de solução de conflitos interpessoais, bem como dominar a arte da

negociação.

Segundo Gido & Clements (Gestão de Projetos), as responsabilidades

de um gestor de projetos é certificar-se de que o cliente está satisfeito, através

da sua capacidade, também, de liderar o planejamento, a organização e o

controle de todas as atividades.

Numa orquestra o gestor de projetos é o maestro, num time de futebol, é

o técnico. Portanto, é o condutor do processo em forma de liderança e

constante persuasão, mantendo o grupo (equipe) coeso e focado nos

resultados do projeto.

Aptidões do gestor de projetos

O gestor de um projeto é o elemento-chave para o sucesso de um

empreendimento e deve ter, portanto, as seguintes aptidões:

• Capacidade de liderança

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• Capacidade de desenvolver pessoas

• Habilidades de comunicação

• Habilidades interpessoais

• Capacidade de lidar com o estresse

• Capacidade de resolver problemas

• Capacidade de gerir o tempo

Como visto acima, um gestor de projetos é uma pessoa eclética e

adiante nesta apostila será abordado equipe, liderança, conflitos e

negociações, como tema complementar.

1.4 Metodologias de planejamento de projetos

Uma metodologia de planejamento de projetos é uma abordagem

estruturada usada para guiar a equipe do projeto durante o desenvolvimento do

plano. Ela pode ser simples como formulários padrões e modelos (papel

eletrônico, formal ou informal) ou tão complexa como uma série de simulações

requeridas (por exemplo, análise de risco de prazos utilizando a técnica de

Monte Carlo). A maioria das metodologias de planejamento de projetos fazem

uso da combinação de ferramentas como software de gerência de projetos, e

outras como reuniões facilitadoras de início de projeto.

Diferentes técnicas de planejamento

• Work Breakdown Structure - WBS

Em português, Estrutura Analítica do Projeto – EAP. O WBS pode

ser representado graficamente e/ou analiticamente por uma codificação

inteligente das atividades.

• Organograma Linear

No organograma linear (linear chart), as relações entre uma

atividade/decisão e uma área/função/cargo estão muito explícitas. Sua utilidade

como ferramenta de planejamento num projeto é determinar a participação e a

responsabilidade dos principais envolvidos em cada atividade. É muito

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indicado no caso de necessidade de detalhar a responsabilidade de cada

participante.

• Modelos de Estimativa

As estimativas de esforço e duração do projeto estão diretamente

associadas ao custo. Uma das maneiras de se realizar essas estimativas é

utilizar o tamanho do software como variável condicionante da duração e do

esforço (custo) do projeto. Seus críticos argumentam que esse método é uma

ponderação quase que arbitrária de várias características do software e não o

caracteriza como um todo.

• Gráfico de Gantt

É um cronograma , onde cada barra representa o período de execução

de uma atividade. Seu grande apelo é a facilidade de leitura e interpretação.

Contudo, ele não considera formalmente as relações de precedência entre as

atividades e nem a limitação de recursos. Por isso, a habilidade do gerente é

essencial para o resultado. É recomendado para projetos de baixa

complexidade.

• Programação por Marcos - Milestones

Em situações de grande incerteza, onde nem as atividades foram ainda

identificadas, fato bastante comum nas fases iniciais do projeto, é

recomendada a programação do projeto com base em marcos (milestones).

Eles determinam o ponto que deve ser atingido, mas ignoram como. Em

resumo, conduzem a uma programação baseada em resultados.

• Critical Path Method – CPM

É relativamente simples e quase sempre apresenta resultados

satisfatórios. Sua estrutura assenta-se na teoria de grafos. Os projetos são

representados através de um grafo (ou rede) e a análise deste grafo permite

programar o projeto com maior facilidade. Através do CPM, podemos

determinar: folgas de cada atividade, atividades críticas, isto é, aquelas que

qualquer tipo de folga implica atraso do projeto. Essas atividades estão sempre

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sob um esforço de supervisão maior porque sua duração afeta diretamente a

duração do projeto.

• Probabilistic Evaluation Review Technique – PERT

A diferença básica entre o PERT e o CPM é que a duração das

atividades no PERT é probabilística, e no CPM é determinística. No PERT, a

duração das atividades é uma variável aleatória com distribuição beta. Para

cada atividade deve-se estimar três durações: duração otimista (A); duração

pessimista (B) e duração mais provável (M). Utilizando-se a média da duração

das atividades, pode-se calcular o caminho crítico. Como as atividades críticas

determinam a duração do projeto, esta será uma variável aleatória normal, cuja

média é a soma das variâncias das durações das atividades críticas.

• Graphical Evolution and Review Technique – GERT

O Graphical Evolution and Review Technique – GERT surgiu como uma

técnica de análise de redes estocásticas onde: cada atividade possui uma

duração aleatória, representada por uma função densidade de probabilidade;

relações de precedência entre as atividades também é aleatória. Pelas suas

características, o GERT é indicado para situações de média e alta

complexidade e de média incerteza.

• Percentual Concluído e Duração Remanescente

Esta é uma das técnicas mais conhecidas. Consiste em estimar para

cada uma das atividades já iniciadas e não concluídas um percentual de

realização. Assim, 50% significa que a metade da tarefa já foi realizada. A

quantificação do percentual concluído de uma atividade supõe a existência de

um critério de medição para a atividade, o que nem sempre é fácil. Desta

forma, o mais cauteloso seria, ao invés de medir o percentual concluído de

uma atividade, trabalhar com a duração remanescente. A duração

remanescente, ao se referir como parcela da atividade ainda não executada,

acaba sendo mais útil para a reprogramação do projeto que o percentual

concluído.

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• Status Report

O Status Report é um procedimento que permite a formalização do

estágio de desenvolvimento do projeto em um determinado instante no tempo.

Este tipo de relatório deve ter logo no início, uma identificação do projeto: seu

nome/código, objetivo de custo, prazo e desempenho técnico, escopo,

nome do gerente/coordenador/responsável e pessoal-chave. Pode conter

também um breve histórico do projeto até o momento. Tomadas estas

providências, deve descrever a performance do projeto em custo, prazo e

desempenho técnico desde a última edição do relatório: a evolução do projeto

no período, os problemas encontrados, uma expectativa de performance futura

e pode também conter (não necessariamente) recomendações.

• Curva S e Análise de Tendência

É um gráfico que mostra a evolução (percentual concluído) do projeto

no tempo. O projeto começa a ser executado de forma lenta, o ritmo vai

aumentando durante a execução e até se aproximar do término, quando volta a

cair. A data de término do projeto não é afetada pelo fato das atividades serem

iniciadas o mais rápido possível ou o mais tarde possível. A curva S mostra a

região na qual o projeto não está atrasado e nem adiantado em relação à data

de término. Ao fazer o apontamento da execução neste gráfico, pode-se

perceber quando existe uma tendência de atraso antes que ela ocorra. Isso

permite a tomada de ações corretivas para adequar o empreendimento ao

ritmo esperado.

• Valor Adquirido

A técnica de controle Valor Adquirido (Earned Value) permite comparar o

andamento físico do projeto com o andamento financeiro. Imagine um projeto

em desenvolvimento que está atrasado, isto é, o andamento financeiro físico

está abaixo do programado. Se o seu custo acumulado até o momento também

está abaixo do programado, este projeto apresenta de custo também. O Valor

Adquirido ajuda a considerar simultaneamente o aspecto físico e o

financeiro.

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1.5 Padrões de gerenciamento de projetos

A extensão e complexidade de gerenciamento de projetos, nos últimos

anos, fez surgir padrões de gerenciamento, sendo os mais conhecidos:

• NBR ISO 10006:2006 – Sistemas de gestão da qualidade –

Diretrizes para a gestão da qualidade em empreendimentos

• PRINCE2 (Projects IN a Controlled Environment) – é um padrão

desenvolvido pelo governo do Reino Unido

• PMBOK (Project Management Body of Knowledge) – desenvolvido

pela PMI (Project Management Institute)

A seguir, cada um deles será visto, porém a ênfase será dada ao

PMBOK, que é o padrão mais utilizado atualmente no mundo inteiro.

1.5.1 NBR ISO 10006:2006 – Sistemas de gestão da qualidade –

Diretrizes para a gestão da qualidade em empreendimentos

Para a compreensão total desta norma, recomenda-se a sua leitura na

íntegra, sendo que a mesma pode ser adquirida no site da ABNT – Associação

Brasileira de Normas Técnicas.

A seguir, os principais pontos da norma serão destacados:

Esta norma pode ser utilizada para empreendimentos, cujos projetos

apresentam complexidades variadas, pequeno ou grande porte, curta ou longa

duração, podendo ainda servir para produto ou processo envolvido. Sempre

será necessária uma avaliação de necessidades complementares, haja vista

que a norma apresenta apenas diretrizes. Ainda as diretrizes podem ser

aplicadas a projetos gerenciados por um indivíduo ou por uma equipe ou para

um programa (grande projeto composto de projetos menores, mas inter-

relacionados) ou para uma carteira de projetos.

No item 5.2. (Objetivo da Norma), consta que a ISO 10006 é um

documento de diretrizes, portanto, não deve ser usada para fins de certificação

ou registro. Seu objetivo é criar e manter a qualidade em projetos através de

um processo sistemático que garanta que:

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• As necessidades explícitas e implícitas dos clientes sejam

entendidas e atingidas;

• As necessidades das partes interessadas sejam entendidas e

avaliadas;

• As políticas de qualidade da organização sejam incorporadas no

gerenciamento de projetos.

No item 5.3. (Descrição dos Processos de Gerenciamento de Projetos)

se abordam os processos:

Processo Estratégico

1.1 Processo Estratégico: Define a direção do Projeto e gerencia a

realização de outros processos do Projeto.

Processos de Gerenciamento de interdependências

2.1 Iniciação do Projeto e desenvolvimento do plano de Projeto:

Avaliação dos requisitos dos clientes e outras partes interessadas,

preparando um plano do Projeto e iniciando outros processos.

2.2 Gerenciamento das interações: Gerenciamento das interações

entre os processos durante o Projeto.

2.3 Gerenciamento das mudanças: Antecipação a mudanças e

gerenciamento destas ao longo de todos os processos.

2.4 Encerramento: Conclusão dos processos e obtenção de

retroalimentação (feedback).

Processos Relacionados ao Escopo

3.1 Desenvolvimento conceitual: Definição das linhas gerais sobre o que

o produto do Projeto irá fazer.

3.2 Desenvolvimento e controle do escopo: Documentação das

características do produto do Projeto em termos mensuráveis e controle dos

mesmos.

3.3 Definição das atividades: Identificação e documentação das

atividades e etapas necessárias para se alcançarem os objetivos do Projeto.

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3.4 Controle das atividades: Controle do trabalho efetivo realizado no

Projeto.

Processos Relacionados ao Tempo

4.1 Planejamento de dependência das atividades: Identificação das inter-

relações, interações lógicas e dependências entre as atividades do Projeto.

4.2 Estimativa de duração: Estimativa da duração de cada atividade em

conexão com atividades específicas e com os recursos necessários.

4.3 Desenvolvimento do cronograma: Inter-relação dos objetivos de

prazo do Projeto, para confirmação do cronograma proposto ou para realizar as

ações apropriadas para recuperar atrasos.

4.4 Controle do cronograma: Controle da realização das atividades do

Projeto, para confirmação do cronograma proposto ou para realizar as ações

apropriadas para gerar atrasos.

Processos Relacionados ao Custo

5.1 Estimativa de custos: Desenvolvimento de uma estimativa de custos

para o projeto. 5.2 Orçamento: Utilização de resultados provenientes da

estimativa de custos para elaboração do orçamento do Projeto.

5.3 Controle de custos: Controle de custos e desvios ao orçamento do

Projeto.

Processos Relacionados aos Recursos

6.1 Planejamento de recursos: Identificação, estimativa, cronograma e

alocação de todos os recursos principais.

6.2 Controle dos recursos: Comparação da utilização real e planejada de

recursos, corrigindo se necessário.

Processos Relacionados ao Pessoal

7.1 Definição de estrutura organizacional: Definição de uma

estrutura organizacional para o Projeto, baseada no atendimento às

necessidades de projetos, incluindo a identificação das funções e definindo

autoridades e responsabilidades.

Page 16: Material de Estudo - DPRJ

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7.2 Alocação de equipe: Seleção e nomeação de pessoal

suficiente com a competência apropriada para atender às necessidades do

Projeto.

7.3 Desenvolvimento da equipe: Desenvolvimento de habilidades

individuais e coletivas para aperfeiçoar o desempenho do Projeto.

Processos Relacionados à Comunicação

8.1 Planejamento da comunicação: Planejamento dos sistemas de

informação e comunicação do Projeto.

8.2 Gerenciamento das informações: Tornar disponíveis as informações

necessárias

da organização do Projeto aos membros e outras partes interessadas.

8.3 Controle da comunicação: Controle da comunicação de acordo com

o sistema de comunicação planejado.

Processos Relacionados ao Risco

9.1 Identificação de riscos: Determinação de riscos do Projeto.

9.2 Avaliação de riscos: Avaliação da probabilidade de ocorrência de

eventos de risco e impacto destes sobre o Projeto.

9.3 Desenvolvimento de reação ao risco: Desenvolvimento de planos

para reação ao risco.

9.4 Controle de riscos: Implementação e atualização dos planos de risco.

Processos Relacionados aos Suprimentos

10.1 Planejamento e controle de suprimentos: Identificação e controle do

que deve ser adquirido e quando.

10.2 Documentação dos requisitos: Compilação das condições

comerciais e requisitos técnicos.

10.3 Avaliação dos fornecedores: Avaliação e determinação de quais

fornecedores

devem ser convidados a fornecer produtos.

10.4 Subcontratação: Publicação dos convites à proposta, avaliação das

propostas, negociação, preparação e assinatura de contrato.

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10.5 Controle de contrato: Garantia de que o desempenho dos

fornecedores atende aos requisito.

1.5.2 PRINCE2 (Projects in a controlled environment)

PRojects IN Controlled Environments (PRINCE) é um método de

gerência de projetos relativo à gestão, controle e organização de um projeto.

PRINCE2 é uma marca registrada da OGC (Office of Government Commerce)

do Reino Unido.

PRINCE2 foi originalmente desenvolvido pela CCTA (Central Computer

and Telecommunications Agency), agora faz parte do OGC. Desde 1989 tem

sido utilizado como um padrão para gerenciamento de projetos especialmente

no Reino Unido. Este método foi desenvolvido inicialmente apenas para os

projectos TIC, a versão mais recente, PRINCE2, é consistente com a gestão

de todos os tipos de projetos. A última revisão foi publicada em 16 de junho de

2009 pelo OGC para ser nomeado esta versão como PRINCE2:2009 Refresh.

Certificação

Existem dois tipos de certificados com os exames correspondentes:

PRINCE2 Foundation e PRINCE2 Practitioner.

Segundo o autor Hayrton Rodrigues do Prado Filho, em

seu blog, consta uma descrição sucinta do PRINCE2, a qual usaremos na

íntegra, abaixo.

É um método não proprietário para gerenciamento de projetos, sendo

adaptável a qualquer tipo ou tamanho de projeto e cobre o

gerenciamento, o controle e a organização. Possui as seguintes

características: controle e organização do início ao fim; regula a revisão de

progressos baseada nos planos e no business case; tem pontos de decisão

flexíveis; realiza o gerenciamento efetivo de qualquer desvio do plano; envolve

a gerência e as partes interessadas em momentos-chave durante toda a

execução do projeto; e é um bom canal de comunicação entre o time do projeto

e o restante da organização.

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Os gerentes de projeto que utilizam o Prince 2 são capazes de

utilizar uma estrutura para delegação, autoridade e comunicação e ter

definidos todos os pontos durante o projeto. Desta forma, todos os riscos serão

revistos e analisados e haverá uma sistemática natural para o gerenciamento

de riscos.

A metodologia é baseada em oito processos e 45 subprocessos, os

quais definem as atividades que serão executadas ao longo do ciclo de vida do

projeto. Juntamente com esses, são descritos oito componentes que são como

áreas de conhecimento que devem ser aplicadas de acordo com a

necessidade, dentro das atividades de cada processo.

Apesar de não descrever quais ferramentas e técnicas devem ser

aplicadas, o manual do Prince 2 fornece três técnicas que auxiliam no

planejamento e controle dos projetos.

A divisão dos subprocessos dentro dos oitos processos macros inclui:

• Começar um Projeto (SU)

- Designar uma comissão Executiva e um Gerente do Projeto (SU1);

- Determinar a equipe do Projeto (habilidades, etc.) (SU2);

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- Designar a equipe do Projeto (SU3);

- Preparar um documento do Sumário do Projeto (SU4);

- Definir abordagem do Projeto (SU5);

- Planejar o Estágio Iniciação (SU6)

• Iniciação do Projeto (IP)

- Plano de Qualidade (IP1);

- Plano do Projeto (IP2);

- Refinação do Caso de Negócios e Risco (IP3);

- Implementar controles do Projeto (IP4);

- Organizar os arquivos do projeto (IP5);

- Criar um Documento de Iniciação do Projeto DIP (IP6);

• Direção do Projeto (DP)

- Autorização Inicial (DP1);

- Autorização do Projeto (DP2);

- Autorização do Estagio ou Plano de Execuções (DP3);

- Fornece direção Informal (Ad-Hoc) (DP4);

- Confirmação do fechamento do Projeto (DP5);

• Controle de Estágio (CS)

- Autorização do pacote de trabalho (CS1);

- Avaliação do Progresso (CS2);

- Capturar Incidências problemáticas do projeto (CS3);

- Examinar as Incidências problemáticas do projeto (CS4);

- Revisão de situação (Status) dos Estágios (CS5);

- Reportagem Destacar (CS6);

- Fazer Ação Corretiva (CS7);

- Escalar Incidências Problemáticas do Projeto (CS8);

- Recepção do Pacote de Trabalho Completado (CS9);

• Gerenciar a Entrega do Produto (MP)

- Aceitação do Pacote de Trabalho (MP1)

- Executar o Pacote de Trabalho (MP2);

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- Entregar o Pacote de Trabalho (MP3);

• Gerenciar os Limites do Estágio (SB)

- Planejar o Estágio (SB1);

- Atualização do Plano do Projeto (SB2);

- Atualização do Caso de Negócio do Projeto (SB3);

- Atualização do Registro dos Riscos (SB4);

- Reportar o Estágio Conclusão (SB5);

- Produzir Plano de Exceção (SB6);

• Fechamento do Projeto (CP)

- Desativar comissão (Decommission) do Projeto (CP1);

- Identificar contínuos itens de Ações (CP2);

- Revisão da Avaliação do Projeto (CP3);

• Planejamento (PL)

- Projetar o Plano (PL1);

- Definir e Analisar os Produtos (PL2);

- Identificar Atividades de Dependências (PL3);

- Estimação (PL4);

- Programação (Cronograma) (PL5);

- Analisar os Riscos (PL6);

- Completar o Plano (PL7).

1.5.3 PMBOK (Project management body of knowledge)

PMBOK (Project Management Body of Knowledge) – desenvolvido

pela PMI (Project Management Institute). O Project Management Body of

Knowledge (PMBOK) é um guia para a gerência de projetos, publicado pelo

Project Management Institute (PMI). Em português, chama-se Guia do

Conjunto de Conhecimentos em Gerenciamento de Projetos (Guia PMBOK).

Este guia é publicado desde 1987, numa tentativa de documentar e

padronizar práticas e informações aceitas como gerenciamento de projeto.

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A última é a 4ª Edição, PMBOK Guide - Fourth Edition, lançada em

31/12/2008.

O Guia PMBOK também fornece e promove um vocabulário comum para

se discutir, escrever e aplicar o gerenciamento de projetos possibilitando o

intercâmbio eficiente de informações entre os profissionais de gerência de

projetos. É baseado em processos e subprocessos para descrever de forma

organizada o trabalho a ser realizado durante o projeto. Essa abordagem se

assemelha à empregada por outras normas como a ISO 9000 e o Software

Engineering Institute's, CMMI. Os processos descritos se relacionam e

interagem durante a condução do trabalho e a descrição de cada um deles é

feita em termos de:

• Entradas (documentos, planos, desenhos etc.);

• Ferramentas e técnicas (que se aplicam as entradas);

• Saídas (documentos, produtos etc.)

A versão 2004 do guia cita 42 processos agrupados em cinco grupos e

nove áreas de conhecimento.

Descrição dos grupos de processos de gerenciamento de projetos:

1. Iniciação

2. Planejamento

3. Execução

4. Monitoramento e controle

5. Encerramento

O guia envolve nove áreas do conhecimento:

• Integração: é a coordenação dos processos e interfaces das

várias áreas de conhecimento;

• Escopo: assegura que tudo o que foi prometido seja entregue e

que não haja mudanças durante a execução;

• Tempo: assegura que as tarefas sejam executadas no tempo

previsto;

• Custos: assegura que o orçamento seja cumprido;

Page 22: Material de Estudo - DPRJ

22

• Qualidade: assegura a conformidade com o que foi solicitado;

• Recursos Humanos: assegura o uso efetivo e otimizado do

pessoal envolvido no projeto;

• Comunicação: assegura que as informações do projeto serão

obtidas e disseminadas;

• Riscos: assegura que os riscos sejam identificados, analisados e

administrados e

• Aquisições: assegura que os bens e serviços de fora da

organização sejam adquiridos.

1.6 Softwares para projetos

Um dos softwares mais conhecidos e utilizados na área de planejamento

é o MS PROJECT da Microsoft. Também, em versão livre existe o software

PLANNER, bastante parecido com o MS PROJECT, bem como o OpenProj.

2. Aspectos sobre Inovação

Neste capítulo, serão abordados conceitos básicos sobre inovação

tecnológica, como difusão da inovação, inovação tecnológica de produto e

processo, marketing, etc., bem como instrumentos que as empresas podem

utilizar para promover a inovação.

2.1 Conceitos sobre inovação

Tomando-se por base o Decreto 5.798 de 7 de junho de 2006, que

regulamentou a Lei 11.196 de 21 de novembro de 2005 (Lei do Bem), o

conceito de inovação tecnológica é:

Inovação tecnológica:

“A concepção de novo produto ou processo de fabricação, bem como a

agregação de novas funcionalidades ou características ao produto ou processo

que implique melhorias incrementais e efetivo ganho de qualidade ou

produtividade, resultando maior competitividade no mercado”.

Page 23: Material de Estudo - DPRJ

23

Tomando-se por base o Manual de Oslo (OCDE e FINEP), serão

abordados os principais conceitos sobre este assunto, conforme seguem,

através da transcrição na íntegra de parágrafos do mesmo e comentários de

interesse:

Observa-se, portanto, que uma empresa está sujeita a muitas

mudanças, quando busca e alcança o processo de inovação tecnológica.

Como se observa, atualmente a tendência é suprimir-se a expressão

“inovação tecnológica” por “inovação”, pois há vários graus de inovação e

diferentes estágios de desenvolvimento das empresas, muitas das quais, são

as micro e pequenas, que também inovam.

Page 24: Material de Estudo - DPRJ

24

Quando falamos que uma inovação será difundida, deve ser interpretada

como algo que será conhecido pelo mercado, pois uma inovação sem ser

conhecida, não tem nenhum valor. Quando em um edital (de uma entidade de

fomento à pesquisa, por exemplo, FAPERGS ou FINEP) constar que a verba

pode ser utilizada para “fomento à inovação” significa que podem ser colocadas

no projeto de pesquisa, algumas rubricas relacionadas a mercado, como por

exemplo, área comercial e vendas e marketing. Neste sentido, todo o edital

deve ser bem interpretado, para que o projeto não seja reprovado, por ter sido

elaborado com rubricas não pertinentes. Um exemplo de rubrica relacionada a

difusão da inovação, poderia ser a contratação (durante a execução do projeto

de pesquisa) de um gerente de marketing, profissional este que teria o encargo

de avaliar o mercado, antes mesmo de iniciar o desenvolvimento de um

produto ou processo.

Page 25: Material de Estudo - DPRJ

25

Geralmente o conceito de inovação está atrelado apenas a grandes

empresas. Na realidade as empresas de base tecnológica (EBTs) e sendo

micro ou pequenas, não têm capacidade financeira para investirem em

inovação. Porém, o Brasil, já há vários anos, vem investindo de forma

significativa, seja através de financiamentos com juros de baixo valor,

financiamentos com juros zero e inclusive através de subvenção econômica

(verbas não reembolsáveis). O principal órgão financiador e de fomento à

pesquisa no Brasil é a FINEP – Financiadora de Estudos e Projetos,

subordinada ao Ministério de Ciência e Tecnologia. Tanto a FINEP costuma

lançar editais de forma individual, como em parceria com os governos dos

estados. Esta, sem dúvidas, é uma importantíssima oportunidade para novos

empreendedores tecnológicos, que acessa

ndo as verbas públicas, podem alavancar as suas empresas pela

colocação no mercado de produtos e processos com agregado de inovação.

2.1.1 Inovação

Como se pode observar acima existem quatro tipos de inovações,

conforme o Manual de Oslo:

• Inovação de produto (bem ou serviço)

• Inovação de processo

• Inovação de marketing e

Page 26: Material de Estudo - DPRJ

26

• Inovação de método organizacional

Também se destaca que uma inovação (produto, processo, marketing ou

método de organização) deve ser “novo” para a empresa, ou seja,

desenvolvidos por elas mesmas, ou internalizados, por terem sido trazidos de

outras empresas ou organizações.

2.1.2 Empresa inovadora

Considera-se “empresa inovadora” a empresa que implantou a inovação

durante o período de análise considerado.

2.1.3 Inovação de produto

Quando em um produto (bem ou serviço) se agrega valor em termos de

novidade em suas características ou usos, se diz que ocorreu uma “inovação

de produto”.

Page 27: Material de Estudo - DPRJ

27

Uma empresa que de forma significativa diferiu seus bens ou serviços,

dispõe de inovação de produto, para colocação no mercado. Como exemplo

citado acima, tem-se as câmeras digitais fotográficas de inovação de produto.

Neste exemplo, se pode perceber que não só as características funcionais

deste bem, como de sua utilização foram introduzidas de maneira diferente.

Os melhoramentos (em inovação de produtos) podem ser com

pequenas modificações (caso acima do detergente com novas aplicações) ou

podem ser com melhoramentos significativos (caso acima do freio ABS).

No caso de melhoramentos significativos, têm-se mudanças em materiais,

componentes e outras características que fazem com que os produtos

funcionem com melhor desempenho.

Page 28: Material de Estudo - DPRJ

28

2.1.4 Inovação de processo

Quando se tem mudanças significativas em técnicas, equipamentos

e/ou softwares, relacionado a um método de produção ou distribuição, se diz

que existe uma inovação de processo.

Como se observa acima, uma inovação de processo se refere tanto à

produção, como a distribuição de bens aos seus consumidores finais,

envolvendo neste último caso, softwares de rastreamento, contabilidade,

compras, etc. Novas TICs (tecnologia da informação e comunicação) ou

Page 29: Material de Estudo - DPRJ

29

significativamente melhoradas para melhorar o desempenho de uma

empresa ou um setor, são consideradas também como inovação de

processo.

2.1.5 Inovação de marketing

Um método de marketing, ainda não utilizado por uma empresa, é

considerado como uma inovação de marketing, podendo ter sido

desenvolvido pela mesma, ou adquirido de outra organização.

Page 30: Material de Estudo - DPRJ

30

As inovações de marketing são muitíssimo importantes, também, pois

alavancam a empresa para posicionamento ou reposicionamento de produtos

no mercado, aumentam os lucros e a base de clientes de uma empresa.

2.1.6 Inovação organizacional

A inovação organizacional está atrelada diretamente ao modo de

funcionamento de uma organização, ou seja, maneira de fazer seus negócios,

seu local de trabalho e suas relações externas (com fornecedores, por

exemplo).

Como proposta de aprofundamento do assunto inovação, aos alunos,

sugere-se a leitura mais aprofundada do Manual de Oslo, em especial na

parte que trata das distinções, como a) distinção entre inovações de produto

e processo, b) distinção entre inovações de produto e marketing, c) distinção

entre inovações de serviços (produto) e de marketing, d) distinção entre

inovações de processo e de marketing, e) distinção entre inovações de

processo e inovações organizacionais, f) distinção entre inovações de

marketing e inovações organizacionais.

2.1.7 Grau de novidade das inovações

Como se vê a seguir, uma inovação tem três graus de novidade,

conforme o impacto e abrangência:

• Nova para a empresa

Page 31: Material de Estudo - DPRJ

31

• Nova para o mercado e

• Nova para o mundo

2.1.8 Inovação incremental e inovação radical

Há uma diferença ainda, quando se trata de inovações, que se chamam

inovações incrementais e inovações radicais (ou disruptivas). As radicais são

aquelas, em que os mercados podem ser bastante impactados, ou seja, a

inovação afeta a economia das empresas, seja pelo aparecimento ou

desaparecimento de mercados.

Page 32: Material de Estudo - DPRJ

32

No parágrafo acima, nota-se também, segundo Joseph Schumpeter1,

que as inovações radicais proporcionam rupturas mercadológicas intensas,

enquanto que as inovações incrementais dão continuidade ao processo de

mudança.

Outra visão conceitual de graus de inovação se obtém de REAL (1999):

“Inovação Incremental: Num primeiro nível se encontram as inovações

incrementais, periféricas, que se desenvolvem de modo mais ou menos

contínuo e se constituem de simples adaptações ou melhoramentos.”

“Inovação Radical: Num segundo nível, as inovações radicais, que

causam impactos essenciais, modificações drásticas nos processos, nos

produtos e nas técnicas de uso. Nesse caso pode não existir a condição

essencial de gradualismo das inovações incrementais. Todo o sistema técnico

é atingido de uma só vez.

Entretanto, as inovações gradualistas tendem a agregar-se, dando

origem no longo prazo a um novo “patamar”, que pode se constituir numa

forma radical. Enquanto a maioria das inovações incrementais se realizam no

dia-a-dia da empresa na solução rotineira de problemas, as radicais podem

depender de um processo científico coordenado.”

2.2 Mecanismos para a inovação nas empresas brasileiras

Pode-se obter grande quantidade de informações do Guia Prático de

Apoio à Inovação da ANPEI (Associação Nacional de Pesquisa,

Desenvolvimento e Engenharia das Empresas Inovadoras), no qual se

encontram orientações para as empresas que desejam realizar a inovação,

seja através da obtenção de instrumentos de apoio financeiro, como também

através de instrumentos de apoio tecnológico e gerencial.

3. Aspectos sobre Trabalho em Equipe e Liderança

Um projeto para ser elaborado e executado, necessita geralmente de um

grupo de pessoas, ou uma equipe. Estas pessoas, na busca de um objetivo

comum, necessitam ter a capacidade de “trabalho em equipe”. Aparentemente

as técnicas e o planejamento são as variáveis mais importantes para o sucesso

de um projeto, mas em realidade, a maior importância está na qualificação da

equipe de trabalho. E esta equipe necessita ser conduzida pelo gestor ou

gerente de projeto, pessoa esta que necessariamente deve ser um líder.

Page 33: Material de Estudo - DPRJ

33

3.1 Fases do trabalho em equipe

Segundo Gido & Clements (Gestão de Projetos), uma equipe tem quatro

estágios de desenvolvimento, pois em muitos casos, pessoas que nem se

conhecem ainda, trabalharão juntas num determinado projeto:

• Primeiro estágio: Formação

• Segundo estágio: Agitação

• Terceiro estágio: Normalização e

• Quarto estágio: Execução

Por causa da existência deste processo de Formação de uma equipe

não se deve esperar resultados imediatos a sua implantação, haja vista a

existência de ansiedade das pessoas envolvidas, desconhecimento das

características dos outros, desconfiança e incertezas. No estágio da Agitação,

entre outras situações que ocorrem, os membros da equipe testam os limites e

a flexibilidade do gestor de projetos e as regras estabelecidas. Na

Normalização, a equipe entre si, e com o gestor, encontra o modo de

funcionamento onde a maioria dos conflitos pessoais já foi resolvida, bem como

já estão bem conhecidos os objetivos do projeto, os recursos necessários para

o seu alcance e também as dificuldades a serem enfrentadas. Na Execução, a

equipe está altamente comprometida e com o desejo de que os objetivos sejam

alcançados e há uma interdependência pessoal com autonomia grupal e os

resultados são satisfatórios.

3.2 Características de uma equipe eficaz

Para a obtenção do sucesso em um projeto, uma equipe de trabalho

deve ter certas características que auxiliarão no alcance dos objetivos e são

estas:

• Um claro entendimento do objetivo do projeto;

• Expectativas claras em relação ao papel e às responsabilidades

de cada pessoa;

• Uma orientação aos resultados;

Page 34: Material de Estudo - DPRJ

34

• Um alto grau de cooperação e colaboração e

• Um alto grau de confiança.

Igualmente, se pode citar que as barreiras para a eficácia de uma equipe

de trabalho são:

• Metas pouco definidas;

• Definição incerta dos papéis e das responsabilidades;

• Falta de uma estrutura de projeto (recursos);

• Falta de comprometimento;

• Má comunicação;

• Má liderança e

• Rotatividade de membros na equipe do projeto.

3.3 Liderança e estilos de liderança

Liderança

Liderança é o processo de conduzir um grupo de pessoas,

transformando-a numa equipe que gera resultados. É a habilidade de motivar e

influenciar os liderados, de forma ética e positiva, para que contribuam

voluntariamente e com entusiasmo para alcançarem os objetivos da equipe e

da organização.

Um chefe tem atividades determinadas por seu superior e as executa

juntamente com seus subordinados, porém, um líder reúne juntamente com a

figura de um chefe, a figura de um motivador, sempre buscando que os

objetivos sejam alcançados com melhores resultados para todos os

envolvidos.

Estilos de Liderança

- Liderança autocrática: Na Liderança autocrática o líder é focado

apenas nas tarefas.

Este tipo de liderança também é chamado de liderança autoritária ou

diretiva. O líder toma decisões individuais, desconsiderando a opinião dos

liderados. O líder determina as providências e as técnicas para a execução das

Page 35: Material de Estudo - DPRJ

35

tarefas, de modo imprevisível para o grupo. Além da tarefa que cada um deve

executar, o líder determina ainda qual o seu companheiro de trabalho. O líder é

dominador e pessoal nos elogios e nas críticas ao trabalho de cada membro.

- Liderança democrática: Chamada ainda de liderança participativa ou

consultiva, este tipo de liderança é voltado para as pessoas e há participação

dos liderados no processo decisório. Aqui as diretrizes são debatidas e

decididas pelo grupo, estimulado e assistido pelo líder. O próprio grupo esboça

as providências para atingir o alvo solicitando aconselhamento técnico ao líder

quando necessário, passando este a sugerir duas ou mais alternativas para o

grupo escolher. As tarefas ganham novas perspectivas com o debate. A divisão

das tarefas fica ao critério do próprio grupo e cada membro pode escolher os

seus próprios companheiros de trabalho. O líder procura ser um membro

normal do grupo. Ele é objetivo e limita- se aos fatos nas suas críticas e

elogios.

- Liderança liberal ou Laissez-faire: Laissez-faire é a

contração da expressão em língua francesa laissez faire, laissez aller,

laissez passer, que significa literalmente "deixai fazer, deixai ir, deixai passar".

Neste tipo de liderança as pessoas têm mais liberdade na execução dos seus

projetos, indicando possivelmente uma equipe madura, auto dirigida e que não

necessita de supervisão constante. Por outro lado, a Liderança liberal também

pode ser indício de uma liderança negligente e fraca, onde o líder deixa passar

falhas e erros sem corrigi- lós.

- Liderança paternalista: O paternalismo é uma atrofia da Liderança,

onde o Líder e sua equipe têm relações interpessoais similares às de pai e

filho. A Liderança paternalista pode ser confortável para os liderados e evitar

conflitos, mas não é o modelo adequado num relacionamento profissional, pois

numa relação paternal, o mais importante para o pai é o filho,

incondicionalmente. Já em uma relação profissional, o equilíbrio deve

preponderar e os resultados a serem alcançados pela equipe são mais

importantes do que um indivíduo.

Page 36: Material de Estudo - DPRJ

36

Como visto, existem quatro estilos de liderança, porém, nenhuma

pessoa possui apenas um estilo, mas sim, uma predominância de um

deles e sujeito a possíveis variações, em decorrência de situações

momentâneas que está vivendo.

Para uma organização, quanto mais líderes estiverem atuando, melhor,

pois mais rápido e mais qualificadamente a mesma irá atingir seus objetivos e

metas.

- Liderança Situacional: O conceito de liderança situacional

consiste da relação entre estilo do líder, maturidade do liderado e

situação encontrada. Não existe um estilo de liderança adequado para todas as

situações, mas ocasiões e estilos diferentes de gestores.

O modelo de liderança define o comportamento da tarefa, sendo o líder

encarregado de dirigir as pessoas, ditando suas funções e objetivos a serem

alcançados.

A liderança situacional mostra uma relação entre liderança, motivação e

poder, em que o líder estará frequentemente avaliando seus colaboradores e

alterando seu estilo de liderança, sendo ela dinâmica e flexível. A liderança

situacional busca utilizar modelos diferentes de atuação conforme a situação

encontrada.

A liderança situacional busca conciliar a tarefa a ser executada,

concedendo orientação e direção do líder aos colaboradores, o apoio

emocional através de um relacionamento adequado e o nível de maturidade

dos colaboradores.

A maturidade pode ser definida como a vontade e a capacidade de uma

pessoa assumir a responsabilidade de dirigir seu próprio comportamento.

Como se vê, na liderança situacional, o momento em que o líder se

encontra, fará com que adote as medidas mais adequadas, conforme a

complexidade e a demanda, seja pelos objetivos do grupo, seja por possíveis

conflitos existentes de qualquer ordem estabelecido.

Page 37: Material de Estudo - DPRJ

37

4. Aspectos sobre Conflitos e Negociação

Conflito:

O conflito surge quando há a necessidade de escolha entre situações

que podem ser consideradas incompatíveis.

Todas as situações de conflito são antagônicas e perturbam a ação ou a

tomada de decisão por parte da pessoa ou de grupos. Trata-se de um

fenômeno subjetivo, muitas vezes inconsciente ou de difícil percepção. As

situações de conflito podem ser resultado da concorrência de respostas

incompatíveis, ou seja, um choque de motivos, ou informações

desencontradas.

Kurt Lewin define o conflito no indivíduo como "a convergência de

forças de sentidos opostos e igual intensidade, que surge quando existe

atração por duas valências positivas, mas opostas (desejo de assistir a uma

peça de teatro e a um filme exibidos no mesmo horário e em locais diferentes);

ou duas valências negativas (enfrentar uma operação ou ter o estado de saúde

agravado); ou uma positiva e outra negativa, ambas na mesma direção

(desejo de pedir aumento salarial e medo de ser demitido por isso)".

Salvatore Maddi classifica as teorias da personalidade segundo três

modelos, um dos quais o de conflito. Esse modelo supõe que a pessoa esteja

permanentemente envolvida pelo choque de duas grandes forças antagônicas,

"que podem ser exteriores ao indivíduo (conflito entre indivíduo e

sociedade) ou intrapsíquicas (forças conflitantes do interior do indivíduo que

se dão, por exemplo, entre os impulsos de separação, individuação e

autonomia e os impulsos de integração, comunhão e submissão)".

O conflito, no entanto, pode ter efeitos positivos, em certos casos e

circunstâncias, como fator motivacional da atividade criadora.

O conflito em algumas escolas da sociologia é enxergado como o

desequilíbrio de forças do sistema social que deveria estar em repouso, isto é,

equilibrado, quanto à forças que o compõe. Segundo esta teoria, não se

enxerga mais o grupo como uma relação harmônica entre órgãos, não

suscetíveis de interferência externa.

Page 38: Material de Estudo - DPRJ

38

Os conflitos, para ter uma solução pacífica, devem ter todos os meios

possíveis de negociação de controvérsias, estas, precisam ser executadas com

diplomacia, bons ofícios, arbitragem e conciliação.

Como se observa, a existência de conflitos pode ser prejudicial às

pessoas e às equipes, mas também podem ser benéficos, conforme a situação

e conforme a maneira como eles são tratados. Na área de elaboração e gestão

de projetos, que geralmente é feito por uma equipe, não há como

desconsiderar a importância do reconhecimento e do tratamento dos conflitos.

Negociação:

Toda negociação tem um ou mais objetivos e estes objetivos

podem ser categorizados como ideais, realistas e prioritários. Os objetivos

ideais são aqueles que poderiam ser concretizados caso o lado oposto da

negociação estivesse de acordo com o que é pedido. Ambas as partes da

negociação podem oferecer resistência aos objetivos realistas de uma das

partes e através de negociações exaustivas busca-se atingir um consenso

sobre as prioridades de ambos os lados. As negociações acontecem no

momento em que as partes envolvidas estejam dispostas a realizar uma

troca, ela acontece o tempo todo em torno deste princípio, de acordo com

a regra de que é preciso dar poder antes de receber. O seu ponto chave está

nas concessões, e na premissa de que ambas as partes devem obter

vantagens delas.

Alguns termos classificam os resultados das negociações, que

podem ser ganha/ganha, ou perde/perde. Parte-se do principio de que em

nenhuma negociação perde/ganha há uma vitória propriamente dita.

Um dos fatores críticos de sucesso para o bom resultado de uma

negociação é que ambas as partes tenham bem definidas os objetivos

realmente necessários dos que são resultados de um desejo e portanto

objetivos pessoais. Os adversários devem se perguntar o que realmente é um

objetivo que guiará o objetivo comum e quais que se não obtidos não

influenciariam, ou influenciariam pouco no resultado final buscado pelo grupo.

Diferentes autores definiram negociação das seguintes formas:

• "Negociação é o uso da informação e do poder com o fim de

influenciar o comportamento dentro de uma rede de tensão". (Cohen, 1980)

Page 39: Material de Estudo - DPRJ

39

• "Negociação é um processo que pode afetar profundamente qualquer

tipo de relacionamento humano e produzir benefícios duradouros para todos os

participantes". (Nierenberg, 1981)

• "Negociação é um processo de comunicação bilateral, com o objetivo

de se chegar a uma decisão conjunta". (Fisher e Ury, 1985)

• "Negociação implica caracteristicamente uma troca de dar e receber

entre negociador e o oponente, que tentam chegar a uma conclusão agradável

ou aceitável no ajuste de um problema ou disputa". (Sparks, 1992)

• "Negociação é o processo de comunicação com o propósito de atingir

um acordo sustentável sobre diferentes idéias e necessidades". (Acuff, 1993)

• "Negociação é um processo no qual as partes se direcionam de

suas posições divergentes para um ponto em que se possa alcançar um

acordo". (Steele, Murphy e Russill, 1995)

• "Negociação é uma atividade que envolve um elemento de negócio ou

barganha, que permite que ambas as partes alcancem um resultado

satisfatório". (Hodgson, 1996)

• "Negociação é um conceito em contínua formação que está

amplamente relacionado à satisfação de ambos os lados". (Scare e Martinelli,

2001)

• "Negociação é uma troca de convencimentos, onde uma parte

persuade a outra apresentando os benefícios mais relevantes em relação ao

ponto de vista defendido". (Paulo Ricardo Mariotini, 2010)

Do exposto acima, nas várias definições de negociação, se observa que

o assunto é bastante importante na vida das pessoas e das organizações, nas

diversas situações que se apresentam no dia-a-dia. Desta forma, alertamos o

aluno, que o assunto deveria ser tratado com tal importância, que não só

direcionado ou focado para a área empresarial, no caso em pauta, elaboração

e gestão de projetos, mas sim, para seu uso pessoal, familiar, profissional, etc.

4.1 Origem dos conflitos

De acordo com GIDO & CLEMENTS (2007), um conflito é inevitável e

dele se pode tirar proveito, se bem conduzido. Ele permite obter novas

informações e alternativas, desenvolver melhores soluções para os problemas

Page 40: Material de Estudo - DPRJ

40

e construir novas formas de uma equipe atuar conjuntamente em prol dos

objetivos desta equipe.

A seguir, ainda segundo os autores veremos as fontes de conflitos em

um projeto e como lidar com elas. De antemão, é importante saber que os

conflitos podem surgir entre os membros de uma equipe, com o próprio gestor

(ou gerente) do projeto e até mesmo com o cliente de um projeto. Abaixo,

citam-se as fontes possíveis de conflitos:

Escopo do trabalho:

Os conflitos podem ser motivados por diferenças de opiniões sobre

como o trabalho deve ser feito, sobre as metas envolvidas (quanto do trabalho)

ou sobre a qualidade (nível ou especificação).

Sendo o escopo uma das questões iniciais (e vitais) a serem definidas

em um projeto, e se ocorrerem conflitos relacionados a ele (escopo),

certamente o desenvolvimento do projeto será altamente problemático, com

altos riscos de os objetivos não serem alcançados.

Atribuições de recursos:

As pessoas que são designadas para uma certa tarefa, poderão não

aceitar as mesmas (não aderirem) e também poderão reclamar sobre os

recursos disponibilizados a elas, para a realização desta tarefas. Por exemplo,

podemos citar os recursos humanos, os financeiros, a tecnologia e a

infraestrutura (prédios, comunicações, etc.)

Cronograma:

Pessoas podem divergir sobre o tempo total de uma certa tarefa ou

conjunto de tarefas e também podem divergir sobre a sequencia das mesmas.

A divergência pode ocorrer entre os membros da equipe, entre a equipe e o

gestor de projeto e até mesmo envolvendo o cliente.

Custo:

Este conflito ou problema ocorre com certa frequência, não

necessariamente na fase de contratação em que o valor deve ser acertado

entre as partes. Mas pode ocorrer durante o desenvolvimento do projeto, em

que um atraso no mesmo pode provocar custos adicionais. A questão pode ser:

Page 41: Material de Estudo - DPRJ

41

quem arcaria com estes custos? Evidentemente, que este possível conflito

pode ser eliminado ou amenizado, mediante um contrato bem detalhado entre

as partes, ainda que mesmo com um bom contrato, fatos imprevistos podem

ocorrer e gerar este conflito.

Prioridades:

Pode ocorre esta situação, quando pessoas são designadas para mais

de uma tarefa simultaneamente, em que devem decidir qual a prioridade de

atuação. Também pode ocorrer quando várias pessoas disputam um certo

recurso necessário a certas tarefas. Por exemplo, a utilização de um veículo,

de pessoas necessárias a uma tarefa, etc.

Questões organizacionais:

Esta variável apresenta também a possibilidade de um conflito na

equipe, pois as pessoas podem divergir sobre os procedimentos, métodos e

técnicas de trabalho para atingirem certas tarefas ou metas do projeto. Fonte

possível nesta variável também pode ser a falta de comunicação (e o conjunto

ou a qualidade das informações) entre a equipe ou envolvendo o gerente do

projeto. Também, o estilo de liderança do gestor pode influenciar para que a

comunicação e a gestão de informações seja falha e gere divergências.

Diferenças pessoais:

Preconceitos ou diferenças de valores e atitudes pessoais, neste caso,

podem gerar conflitos na condução do projeto, prejudicando sobremaneira

os resultados a serem obtidos no mesmo. Neste caso, a equipe na fase inicial

de montagem deveria realizar exercícios de reconhecimento destas diferenças,

no sentido de obter-se o respeito às estas diferenças, bem como uma certa

harmonia no grupo.

4.2 Gestão de conflitos

Segundo GIDO & CLEMENTS (2007), as pessoas quando estão

vivenciando um certo conflito, agem de acordo com alguns padrões de

comportamento.

Page 42: Material de Estudo - DPRJ

42

Evitando ou concordando:

As pessoas nesta situação se retratam para evitar um desacordo real

ou em potencial, no entanto, esta atitude pode gerar logo adiante, a uma

situação de real conflito e grandes prejuízos para a condução do projeto.

Competindo ou coagindo:

As pessoas entendem um conflito como um processo em que um ganha

e o outro perde. Ganhar é mais importante do que o resultado para ambas as

partes e esta pessoa tenta controlar exercendo autoridade e pressão constante

sobre a outra.

Acomodando ou conciliando-se:

Neste caso, as pessoas envolvidas buscam áreas de “acomodação” no

contexto do conflito, provocando uma diminuição do valor de ocorrer a

discussão das diferenças. Assim, certos assuntos serão “proibidos” de serem

abordados e esta forma de abordagem das pessoas prioriza o valor dado á

relação entre as pessoas, em relação à resolução da questão em si. Embora o

conflito possa ser amenizado e a situação ser suportável, a questão não fica

resolvida.

Fazendo concessões:

Os membros da equipe, neste caso, procuram uma posição

intermediária, com o objetivo de alcançarem uma solução que propicie algum

ganho ou satisfação para as partes envolvidas. Também, nesta abordagem, a

solução pode não ser a ideal para o projeto, mas de certa forma “acomoda” o

conflito ou a divergência sobre algo (meta, processo, etc).

Colaboração, confrontação ou resolução de problemas:

Esta é a abordagem que as pessoas fazem em conflitos que pode gerar

os melhores resultados para todos envolvidos, bem como os resultados a

serem alcançados pelo grupo. O problema é enfrentado com coragem, de

forma direta e de forma que se possa chegar a um resultado em que todos

saiam ganhando. Cada pessoa deve abordar a situação conflituosa com uma

atitude construtiva e com estímulo original da boa-fé com os demais. As

Page 43: Material de Estudo - DPRJ

43

diferenças são trabalhadas e concessões são feitas (cada um se dispõe a

mudar ou redefinir sua posição e opinião) e isto só pode ocorrer, se houver um

ambiente saudável. Naturalmente que este ambiente saudável e propício a este

encaminhamento deverá ter a participação efetiva do gestor do projeto, na

qualidade de um verdadeiro líder, com a também participação efetiva dos

envolvidos no conflito, com o mesmo espírito de colaboração e participação.

Neste contexto de abertura das pessoas umas com as outras, de forma

gentil, honesta e sincera, pode ocorrer aumento das diferenças entre os

membros, onde estas diferenças se transformariam em argumentos

emocionais. Aqui, portanto, cabe um equilíbrio emocional das pessoas, pois se

de um lado, excesso de emoção pode provocar um distúrbio para o alcance da

eliminação do conflito, por outro lado, ausência de emoção pode também

diminuir este processo de comprometimento de alcance da solução do

problema.

Page 44: Material de Estudo - DPRJ

44

Gerenciamento Tático-Operacional

A velocidade das mudanças, a complexidade dos projetos e a

volatilidade do ambiente são grandes desafios não apenas para o gerente de

projetos, mas também para o PMO, Board e / ou gerente de portfólio. Se

escolher os projetos corretos já é algo difícil, acompanhá-los e os reavaliar para

verificar se ainda devem ser continuados também não é trivial.

Neste artigo, primeiramente faremos uma “revisão” rápida sobre

gerenciamento de portfólio para depois nos aprofundarmos na execução

estratégica, que está focada no gerenciamento de programas e projetos.

Veremos o ciclo OODA (observar-orientar-decidir-agir), criado por John Boyde .

O ciclo de gerenciamento do portfólio inclui os passos de identificação,

categorização, seleção, análise de riscos, priorização, balanceamento e

monitoramento.

Figura 1 – Gerenciamento do Portfólio

Na identificação, criamos uma lista com informações básicas sobre os

projetos atuais e seu progresso, e uma lista com propostas de projetos. Um

sumário ou resumo do projeto deve conter sua descrição, objetivos, EAP com

1º e 2º nível (apenas grande pacotes / fases), recursos e duração estimada.

Outras medidas como PVL, TIR, risco e benefícios também podem ser

acrescentadas.

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45

A categorização consiste em separar os projetos em “cestas”, que

seriam as categorias estratégicas. Em geral, essas categorias estão

relacionadas com o mapa estratégico e objetivos estratégicos da organização.

Isso permite um melhor balanceamento do portfólio, evitando a concentração

de apenas um tipo de projeto. Por exemplo, se tivermos muitos projetos de

melhoria e nenhum de inovação, a continuidade e sustentabilidade da

organização pode estar em risco.

Na seleção, aplicam-se critérios de corte para selecionar os projetos que

satisfizerem as mínimas condições para uma avaliação mais profunda. A

análise de risco se refere ao portfólio, isto é, qual o risco para o portfólio de

incluir novos projetos. Finalmente, a priorização aplicará outros critérios para

criar uma fila de prioridade ou seqüência em que os projetos selecionados

deveriam ser executados.

O balanceamento consiste em encontrar a melhor opção custo-benefício

para o portfólio, considerando que há restrições orçamentárias e outras.

Imagine que temos 30 projetos selecionados e priorizados, num total de

R$100milhões. Temos, porém, um orçamento disponível de R$60milhões, de

modo que poderíamos executar apenas os 10 primeiros projetos. Pode ser que,

por algum motivo justificado, o Board de executivos deseje fazer alguma

alteração, incluindo ou retirando algum dos projetos.

A partir de então, iremos monitorar o desempenho do portfólio. Observe

que não se trata do monitoramento dos projetos individualmente, mas sim dos

benefícios conjuntos destes projetos para atingir os objetivos do portfólio. Isto

é, enquanto os projetos estão preocupados com indicadores de escopo-tempo-

custo, por exemplo, o portfólio está preocupado com ROI total, quantidade de

novos produtos e outros indicadores de mais alto nível, relacionados aos

benefícios dos projetos.

Tudo o que eu disse acima já é algo bem conhecido. O pulo do gato está

em definir qual o melhor horizonte de revisão do portfólio. Para isso, é preciso

definir o que são projetos na organização. Pense comigo, se tivermos projetos

com durações entre 1 e 6 meses, faz sentido revisar o portfólio em menos

tempo? Na verdade, faz sentido gerenciar o portfólio em si?

Vou deixar essa pergunta em aberto. Vamos conversar mais um pouco e

depois voltar ao assunto. Geralmente, o gerenciamento de portfólio segue um

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ciclo anual com revisões trimestrais ou semestrais. Por que? Porque seguir os

passos toma tempo (identificação, categorização, seleção, análise de riscos,

priorização, balanceamento). O tempo e os recursos que estamos investindo

no planejamento e análise do portfólio poderia ser direcionado para a execução

dos projetos, que é a parte que produz resultados (get the job done).

Além disso, ciclos de portfólio muito pequenos prejudicam o alinhamento

estratégico dos projetos. Revisões muito freqüentes atrapalham a execução e

criam a “tentação” de fazer re-priorizações e re-balanceamentos também

freqüentes, prejudicando o throughput do portfólio. Em resumo:

se eu tiver ciclos de portfólio pequenos, os projetos vão praticamente se

tornar “macro-atividades” (com 1 a 6 meses de duração)

se eu tiver um portfólio adequado, ciclo anual e projetos de porte

razoável (entre 6 meses e 1 ano, ou mais), mas fizer revisões muito

frequentes (mensais, por exemplo), estarei muito provavelmente

atrapalhando a execução desses projetos

É aqui que entra o ciclo OODA. A grosso modo, portfólio está no nível

estratégico, programas no nível tático e projetos no nível operacional. É

esperado que a organização tenha objetivos estratégicos, óbvio, para definir e

priorizar seus portfólios. Uma vez que isso tenha sido feito, é hora de ativar a

parte tática, que envolve coordenar projetos e programas de modo a ter o

máximo de eficiência operacional (execução vs recursos).

Figura 2 – Ciclo OODA

A partir de então, o trabalho do portfólio é obter informações da gerência

dos programas e projetos para realizar suas reuniões trimestrais ou semestrais,

podendo analisar a viabilidade de continuar ou finalizar projetos, incluir novos

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projetos etc. O gerenciamento de programas e projetos, por sua vez, deverá

ser capaz de executar o ciclo OODA o mais rápido possível:

1. Observar – recolher as informações adequadas

2. Orientar – analisar as informações recolhidas para orientar o horizonte

de planejamento

3. Decidir – decidir (e planejar) o curso da ação

4. Agir – implementar e executar

Neste sentido, o gerenciamento por estágios do PRINCE2, bem como o

planejamento em ondas sucessivas (Guia PMBOK) e as sprints do Scrum

estão todos direcionados pelo princípio de que o horizonte de planejamento

não pode ser maior do que somos capazes de prever.

Figura 3 – PRINCE2 (OGC 2009, Fig 11.1)

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Figura 4 – Scrum (Mountain Goat 2005)

Ocorre que existe um planejamento macro, orientando a superestrutura

do projeto, estabelecendo seus objetivos e grandes entregas para gerar os

benefícios esperados. A cada transição de fase (encerrar fase no Guia

PMBOK, stage boundaries no PRINCE2, sprint review no Scrum), o projeto

deve ser reavaliado (Observar-Orientar) e o estágio seguinte será detalhado

(Decidir) e depois executado (Agir).

Quanto maior for a capacidade de realizar o ciclo OODA, melhor será a

execução. Vale lembrar que o ciclo OODA se encaixa dentro do nosso

conhecido ciclo PDCA (Plan-Do-Check-Act). Na verdade, no gerenciamento de

projetos existem três níveis de PDCA que ocorrem paralelamento, uns dentro

de outros.

PDCA do projeto – envolve gerenciamento macro do projeto (plano de

projeto, macroestrutura)

PDCA de cada estágio – envolve o planejamento detalhado do que será

feito naquela fase e o gerenciamento da sua execução, considerando o

plano do projeto e resultados das fases anteriores (Observar-Orientar)

PDCA das atividades em si – envolve o gerenciamento de cada

atividade (Decidir-Agir) que está mais relacionado com a execução

técnica (product, deliverables)

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Figura 5 – Ciclos PDCA em níveis diferentes

Vale ressaltar que estamos falando de projetos com tamanho médio-

grande e mega-projetos. Neste caso, uma atividade significa “definir requisitos

do sistema de propulsão” – uma atividade que, em si, é grande e complexa,

exigindo um planejamento e gerenciamento individual dos seus passos

(Mission Definition Review MDR, System Requirements Review SRR, System

Design Review SDR… Critical Design Review CDR).

Assim como existem PDCAs uns dentro de outros, o mesmo vale para

os ciclos OODA em diferentes níveis de abstração.

Figura 6 – Ciclos OODA (Messer 2009, Fig 9)

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PMBOK

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Relação de Processos PMBOK 5ª edição

Grupos de Processos:

Iniciação

Planejamento

Execução

Monitoramento e Controle

Encerramento

Grupo de Processos

Dentre as novidades, em relação aos processos, houve a criação da

nova área do conhecimento chamada Stakeholders ou Partes Interessadas. Na

versão anterior, Guia PMBOK 4a edição, existiam 42 processos. Nesta nova

edição, temos 47 processos. Foram adicionados os seguintes processos:

Planejar Gerenciamento do Escopo

Planejar Gerenciamento do Tempo

Planejar Gerenciamento do Custo

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Planejar Gerenciamento dos Stakeholders

Controlar Stakeholders

Além dos cinco novos processos, alguns processos foram renomeados:

5.5; 8.3; 10.2; 10.3 e 12.3. Os processos 13.1 e 13.3 pertenciam à área do

conhecimento Comunicação e foram transferidos para a nova área

Stakeholders. A seguir, temos os processos do Guia PMBOK 5a edição.

Mapa de distribuição dos processos por grupos e áreas de conhecimento e (Exposure

Draft)

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O PMI reforça ainda mais a importância de que os projetos produzam

valor de negócio. Criar ou agregar valor é o objetivo final de todo projeto. Caso

contrário, se não houver justificativa e benefícios adequados, os projetos não

tem sentido.

Portanto, todo projeto deve:

Criar e agregar valor de negócio;

Demonstrar claramente os benefícios que serão realizados;

Oferecer flexibilidade na sua implementação; e

Permitir agilidade na execução das tarefas.

Isto é, existem três níveis em que poderíamos dividir as atividades

dentro de um projeto. Esses níveis podem estar concordância com a

abordagem Strategic Project Leadership:

Nível estratégico do projeto

o Definir objetivos, podem ser qualitativos, que norteiam a

abordagem de gerenciamento do projeto, considerando,

por exemplo, as dimensões do Modelo Diamante – NCTP

(Shenhar e Dvir, 2007)

o Estratégia consiste em definir regras e diretrizes para a

tomada de decisão, de modo a resultar em ações

consistentes e coerentes na direção do objetivo traçado

Nível tático do projeto

o Desenvolver e manter o plano de gerenciamento do projeto

atualizado, buscando efetividade (eficácia + eficiência)

o Desdobrar a estratégia em pacotes menores de fácil

implementação e gerenciamento

o Nível operacional do projeto

o Organizar o dia-a-dia das atividades, gerenciar recursos e

liderar a equipe, bem como a gestão de stakeholders

o Prover informações de monitoramento e controle para o

nível tático, permitindo a atualização dos planos

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O Método da Corrente Crítica é tão famoso quanto mal compreendido.

De maneira resumida, esse método é comumente definido como caminho

crítico em função das restrições nos recursos. Porém, o que realmente está por

trás do Método da Corrente Crítica (CCPM)? Como aplicá-lo em seus projetos?

Quais as vantagens e desvantagens? Vamos conversar um pouco sobre isso

neste post.

O CCPM originou-se da Teoria das Restrições, de Eliyahu Goldratt

(Critical Chain). Inicialmente, Goldratt estava preocupado em maximizar os

resultados em processos, operações. A ideia é simples, embora sua aplicação

não seja trivial: encontrar o gargalo de um sistema e submeter todos os demais

processos ao gargalo. Nos livros A Meta e Corrente Crítica, Goldratt

desenvolve os conceitos principais desse método por meio de exemplos em um

formato de narrativa.

O que ele observou, e ainda observamos muito hoje em dia, é que a

falta de visão sistêmica resulta em grandes desperdícios e ineficiência. Imagine

que você tem uma fábrica de bicicletas. Vamos dividi-la, para efeitos didáticos,

em quatro processos:

Produção do Quadro;

Produção das Rodas;

Montagem; e,

Ajustes.

A fábrica produz os quadros e as rodas das bicicletas, adquirindo os

demais itens (pedais, câmbio, pneus, freios etc) de fornecedores e os

integrando no produto final. Imagine que a produção de um quadro demore 4

semanas, enquanto a produção de duas rodas demore 1 semana. Os demais

itens podem ser adquiridos e mantidos em estoque. De que adiantaria eu

produzir rodas a sua taxa máxima, uma vez que eu não teria quadros

suficientes? Isso ocasiona desperdícios, custos de armazenamento e por aí

vai. Como o processo de produzir o quadro é o mais lento (demorado), ele

deve ditar o ritmo dos demais processos. Não adianta buscar “ótimos locais”

(uma máquina ultra-moderna que produza 1 roda por hora). Os ótimos-locais

não necessariamente resultam em um ótimo-global (mais bicicletas saindo da

linha de produção).

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Na Teoria das Restrições, temos quatro conceitos fundamentais:

Centro de trabalho (Work center) – determinado processo ou tarefa na

linha de produção

Produto (Product) – resultado final

Estoque / Preparação (Prework center inventory)

Gargalo (Bottleneck work center)

Portanto, em uma linha de produção, temos algum nível de material

(Prework inventory) esperando para ser processado em cada centro de

trabalho (Work center). Os centros de trabalho ou processos mais lentos irão

acumular um estoque maior de materiais a serem processados. O centro de

trabalho mais lento de todos é o gargalo (bottleneck). Se os demais centros de

trabalho estiverem processando materiais mais rapidamente do que o gargalo

pode absorver, o resultado será um inventário crescente em torno do gargalo.

Para aplicar a Teoria das Restrições ao gerenciamento de projetos, é

preciso fazer algumas analogias:

Work center – Tarefas (do cronograma)

Product – Tempo

Prework inventory center - Buffers

Bottleneck work center - Caminho Crítico

Em um projeto, o gargalo é o caminho crítico. Adiantar tarefas fora do

caminho crítico não tem efeito algum na duração total do projeto.

O progresso do projeto deve ser medido pela taxa de execução do seu

caminho crítico. Se uma pessoa que trabalha no caminho crítico estiver tendo

um acúmulo de trabalho em outras tarefas, o projeto será prejudicado. Além

disso, existe o problema das estimativas.

Pesquisas apontam que as estimativas de duração das tarefas

usualmente apresentam 80 a 90% de chances de sucesso. Isto é, quando a

equipe do projeto estima suas tarefas, eles estão considerando um cenário

com quase 100% de chance de sucesso! Obviamente, as grandes maiorias

dessas estimativas contem muita gordurinha.

O Método da Corrente Crítica utiliza uma abordagem consistente para

que os recursos (equipe) tenham 50 / 50 de chance de sucesso. Ou seja, cada

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pessoa (ou pessoas) tem 50% de chance de realizar determinada tarefa dentro

da duração estimada. Considerando que algumas tarefas irão atrasar e outras

serão adiantadas, o resultado médio é que o projeto deve ser terminado em

torno da data estimada com uma boa chance.

Pesquisas apontam que as estimativas com 80 – 90% de chance de

sucesso possuem o dobro da duração de estimativas com 50% de chance de

sucesso (Goldratt, 1997). Portanto, se desejamos ter 50% de chance de

sucesso em cada tarefa, devemos cortar as estimativas pela metade!

Suponha que temos o cronograma abaixo.

Figura 1 – Cronograma inicial

As tarefas A, C, E e F constituem o caminho crítico. O fato de utilizarmos

estimativas com 80 – 90% de chance de sucesso, embora pareça contra-

intuitivo, faz com que o projeto se atrase. Por que? Por vários motivos.

Primeiramente, por causa da Síndrome do Estudante (ou Lei de Parkinson): o

trabalho se estende para utilizar todo o tempo disponível. Em outras palavras,

se um aluno tem 1 mês para fazer um trabalho, ele provavelmente vai fazer na

última semana (ou na noite da véspera da entrega) e tem grandes chances de

não conseguir terminar. Outro problema é o multi-tasking (realizar várias

tarefas ao mesmo tempo). Enfim, uma série de fatores concorre para o atraso

do projeto.

No Método da Corrente Crítica, as durações são cortadas pela metade,

resultando em uma chance de 50% de sucesso. Os recursos, consequemente,

estarão mais dedicados e focados em cada tarefa do caminho crítico. Isso faz

com que o método seja mais efetivo. Algumas tarefas se atrasarão, outras

serão adiantadas. Para fazer frente a eventuais riscos e incertezas, adicionam-

se buffers:

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Buffer do projeto: adicionado ao final do caminho crítico

Feeding buffers: adicionado ao final de uma sequência de tarefas não-

críticas quando elas cruzam o caminho crítico

Os buffers devem ter 50% da duração retirada das tarefas que o

antecedem. Vejamos como ficaria o nosso cronograma anterior, reduzindo as

estimativas pela metade.

Figura 2 – Durações das tarefas reduzidas pela metade

Agora resta incluir os buffers. A tarefa B tinha duração de 4 dias, foi

reduzida para 2 dias. O feeding buffer desta tarefa será 50% dos 2 dias

retirados. Ou seja, feeding buffer de 1 dia. Analogamente, o feeding buffer da

tarefa D é 2 dias. Ambos os feeding buffers estão em verda no Gráfico de Gantt

a seguir. Já o buffer do projeto é a metade da duração retirada do caminho

crítico. O caminho crítico anterior tinha 22 dias, sendo retirados 11 dias.

Portanto, o buffer do projeto é 50% de 11 dias = 5,5 dias.

Figura 3 – Buffers introduzidos

A figura anterior mostra como ficaria o cronograma inicial da Figura 1

depois de aplicarmos o Método da Corrente Crítica. Veja que a duração total do

projeto caiu de 22 dias para 16,5 dias. Além disso, pelo que apresentamos

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anteriormente, as chances de terminar o projeto dentro da duração estimada

são maiores usando o Método da Corrente Crítica.

Os buffers serão controlados pelo gerente do projeto. Em princípio, a

equipe tem apenas 11 dias para trabalhar no caminho crítico. Os buffers devem

ser monitorados para acompanhar a saúde do projeto.

Foi uma visão rápida do Método da Corrente Crítica. Existem mais

coisas a serem discutidas, tais como os recursos atribuídos a cada tarefa,

nivelamento e outros fatores importantes. Também é importante que o Método

da Corrente Crítica seja aplicado em todos os projetos que compartilham

recursos, de maneira que seja mais efetivo. Outro ponto a ressaltar é que esse

método exige uma mudança de paradigma na cultura de gerenciamento de

projetos da organização. Caso contrário, as pessoas começarão simplesmente

a oferecer estimativas duas vezes maior, sabendo que elas serão cortadas pela

metade… então a síndrome do estudante, multi-tasking e outros fatores

negativos voltarão a imperar nos projetos.

O Método da Corrente Crítica (CCPM), conforme vimos, trata-se da

aplicação dos conceitos da Teoria das Restrições (TOC) ao gerenciamento de

projetos. Alguns dos objetivos do CCPM são:

Redução de multitarefas, sincronizando a execução do caminho crítico

com a disponibilidade de recursos;

Gerenciar de modo eficiente o uso dos recursos e o seu

compartilhamento entre projetos;

Buscar o Ótimo-Global, eliminando eficiências locais; e,

Balancear o fluxo de trabalho do projeto.

Embora alguns pesquisadores apontem que a aplicação do método

CCPM reduz prazos e custos em 30% ou mais (Mabin e Balderstone, 2003), o

método CCPM não é amplamente utilizado nas organizações. Será por causa

da sua complexidade e dificuldade de utilização? Definitivamente, não. Como

vimos no post anterior, trata-se de um método bastante simples e objetivo. A

grande dificuldade é que o CCPM não é apenas uma solução técnica. Sua

implantação envolve mudança na cultura de gerenciamento de projetos.

Afinal, por que colocamos tanta segurança (gordurinhas) nas tarefas?

Simples. Não queremos ser penalizados quando atrasamos uma tarefa.

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Usando CCPM, os membros da equipe do projeto tem 50% de chance de

atrasar suas tarefas, ou seja, muitos vão atrasar. O que importa é o resultado

global (terminar o projeto). Independente de quais tarefas forem adiantadas ou

atrasadas, o importante é que toda a equipe tenha sua avaliação atrelada ao

desempenho total do projeto. Para isso,

Evitar procrastinação (Lei de Parkinson / Síndrome do Estudante):

reduzir a duração das tarefas pela metade, resultando em 50% de

chance de sucesso;

Evitar multitarefa: recursos dedicados e comprometidos (não

sobrecarregados); e,

Manter o foco: iniciar as tarefas o mais tarde possível, fazendo uma de

cada vez.

A seguir, temos mais um exemplo de corrente crítica.

Cronograma inicial

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Redução das durações (50% do valor inicial)

Adicionar buffer do projeto e feeding buffers (verde)

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A duração total do projeto diminuiu em 25%. Lembrando que a duração

desejada é 50%, sendo 25% uma proteção para eventualidades.

Em resumo, esse é o Método da Corrente Crítica. Outras variáveis

precisariam ser consideradas, como as restrições nos recursos, recursos

compartilhados, análises e simulações do cronograma.

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Como então tratar as incertezas e trazer para o projeto um nível

razoável de certezas?

Toda antevisão de um evento futuro, traz consigo certa dose de

incerteza. E essas incertezas estão diretamente associadas à quantidade de

informações que estão disponíveis. Para o caso de ausência total de

informações, teremos a incerteza total, e no outro extremo, se possuímos todas

as informações, teremos então, a certeza total.

Fonte: Adaptação da figura 8.1 – Risk relationship between information

and uncertainly – Heerknes, Project Mangement, pág. 158.

Relação entre Informação e Incerteza

.Algumas definições importantes, quanto ao risco, Incerteza e Ameaça.

Risco – É a medida do montante das incertezas existentes.

Está diretamente associado ao nível de informação.

Incerteza – É a falta de informação, conhecimento ou

entendimento sobre o resultado de uma ação, decisão ou evento.

Ameaça – Ameaça é um evento específico que leva o

projeto para uma direção não favorável.

A proposta então é uma análise holística das incertezas e não apenas

dos riscos envolvidos. E incertezas podem levar a riscos indesejáveis.

O fator mais significativo foi internalizar e mostrar aos envolvidos que em

projetos, quando definimos prazos parciais ou totais determinísticos, ocorre um

travamento no nosso modo de agir e buscamos de todas as maneiras cumprir

estes prazos. As grandes oportunidades de ganhos passam despercebidas.

Em um Case de enorme sucesso desenvolvido em um projeto, foram

obtidos os seguintes resultados:

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Redução no prazo de 42 para 34 dias. Aproximadamente 20%

Antecipação no início da produção em 8 dias, com ganho de

aproximadamente 50% dos custos do projeto.

A metodologia adotada foi uma combinação de várias ferramentas

conhecidas e muitas vezes, poucos utilizadas, como o PERT, Simulações de

Monte Carlo e Teoria das Restrições. Associada à essas metodologias, não se

pode deixar de mencionar que atitudes gerenciais e da liderança, tem papel

fundamental no sucesso.

.A seguir são apresentadas resumidamente algumas ferramentas

aplicadas. O mais importante é notar que são ferramentas complementares e

muitas vezes, inter-relacionadas. Pode parecer, a primeira vista que são

repetitivas, mas enfatizamos que são complementares.

Análise das Incertezas pelo Método da Análise de Riscos

Naturalmente, a Análise de Risco é uma metodologia importante e deve

ser utilizada. Não vamos aqui discuti-la, pois nos textos anteriores do Mario

Henrique Trentim, já foram bem explicadas. Vamos apenas citar os seus

tópicos, como segue:

Método para análise de risco

Resumo das etapas da metodologia de Análise de Riscos.

Indicação de um facilitador

Reunião com especialistas

Definição da Matriz de Probabilidade vs Impacto

Definição da tabela do impacto do risco, com relação ao prazo,

custo e fator operacional.

Fase de qualificação dos riscos

Fase de qualificação e quantificação dos riscos

Plano de Resposta aos Riscos

o Prevenção

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o Transferência

o Aceitação

o Exploração

o Mitigação

o Compartilhamento

o Melhoramento

o Monitoramento do Plano de Ação

A grande ênfase no tratamento dos riscos é dada à mitigação, aceitação,

transferência e prevenção.

O foco na análise das incertezas será a busca de oportunidades de

ganho e de melhoramento e, sair da passividade de apenas tratar os riscos. A

nossa experiência tem mostrado que esta metodologia de análise de Riscos é

necessária, mas não suficiente.

Em um case de grande sucesso, propomos analisar os riscos de uma

maneira um pouco mais abrangente. Passamos a considerar as incertezas

associadas ao projeto, a nível de tarefas.

Para cada metodologia utilizada, deve ser gerada uma lista de

oportunidades de melhorias e de ganhos, os riscos e as medidas preventivas a

serem utilizadas para cada micro situação. Ao longo do projeto e nas reuniões

antecipativas, esta lista deve ser revisitada.

Análise das Incertezas pelo Método do Caminho Crítico – CPM

Muito embora este método trabalhe com durações determinísticas, na

planificação das atividades de qualquer projeto, surgem às dúvidas, as

incertezas na condução da atividade. Este fato não pode ser desprezado e

serve como base para os estudos das incertezas associadas ao projeto.

Análise das Incertezas pelo Método SWOT

A Análise SWOT foi desenvolvida por Kenneth Andrews e Roland

Christensen, dois professores da Harvard Business School. Por ser uma

ferramenta abrangente e de fácil aplicação, pode trazer excelentes resultados.

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Ela mostra, de forma objetiva, as oportunidades e as ameaças, suas forças e

suas fraquezas.

Fonte: Adaptada do artigo de Leandro Bicho e Susana Baptista Modelo

de Porter e a Análise SWOT (Coimbra 2006).

A aplicação da técnica SWOT na análise de risco em projetos, na sua

plenitude, é pouco utilizada, principalmente na exploração dos pontos fortes e

das possibilidades de ganhos. Esta é a grande deficiência da metodologia da

planificação das tarefas pelo Método do Caminho Crítico. Este não mostra as

oportunidades de ganho

Análise das Incertezas pela Metodologia PERT

Esta metodologia abre a visão quanto à variabilidade que existe na

condução da atividade. Só o fato não se trabalhar com um valor determinístico

de prazo, mostra que existe incerteza e consequentemente riscos associados.

Duração mais provável – Nesse caso, a duração coincide com a duração

esperada obtida no método CPM, preliminarmente obtida por especialistas em

planejamentos.

Duração Otimista – Para cada tarefa, devem ser obtidas às durações

possíveis e o porquê da possibilidade de se realizar em determinado tempo.

Esta é uma fase riquíssima de informações úteis. Todas as justificativas

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92

mencionadas para que se atinja aquela duração, devem ser anotadas em uma

listagem.

Representação gráfica da região com grandes oportunidades de ganhos

Duração pessimista – Para cada tarefa, devem ser obtidas às durações

possíveis e o porquê da possibilidade de se realizar em determinado

tempo. Repete-se para a duração pessimista a mesma metodologia adotada

para a duração otimista, considerando-se nesse caso, tudo o que pode dar

errado na execução da tarefa e levá-la para a duração pessimista.

Representação gráfica da região com grandes oportunidades de

melhorias.

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Análise das Incertezas pela Metodologia Simulações de Monte

Carlo

Como o próprio nome indica, trabalha-se com simulações, ou seja,

analisam-se diversas maneiras de se conduzir as atividades de um projeto.

Ocorre aqui também que as incertezas afloram e necessitam ser tratadas.

Neste método, trabalha-se com a probabilidade de se atingir a duração

mais provável.

Com a aplicação de metodologias como o PERT e as Simulações de

Monte Carlo, as possibilidades do surgimento de oportunidades de ganho

afloram.

Representação gráfica da duração do projeto do programa Pertmaster.

Como pode ser notado, para cada duração, existe uma probabilidade

associada. Probabilidade esta associada diretamente às incertezas. O

entendimento e o tratamento preventivo de cada incerteza contribuem de forma

decisiva para que se evitem problemas na condução do projeto.

Análise das Incertezas pela Teoria das Restrições

Neste item trabalha-se o conceito de que em um projeto, existem

diversas restrições ao bom andamento dos mesmos e que precisam ser

tratadas.

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O cientista Eliyahu M. Goldraut propôs em 1984, com a publicação do

livro “A Meta”, que para um objetivo, a organização deve olhar todos os

processos inter-relacionados e identificar em cada um deles em que residem as

restrições que dificultam o meio produtivo. Deve-se ter claro em mente qual o

objetivo a ser alcançado e na corrente produtiva, em que estão os elos mais

fracos.

Em gerenciamento de projetos as restrições estão presentes no dia a dia

das atividades. Devido a isso, na fase de planejamento, um estudo e um

delineamento das principais restrições a serem enfrentadas e a definição das

estratégias para enfrentá-las, pode ser a diferença entre o sucesso e o

fracasso do projeto.

Neste caso, se as atividades forem dependentes e com flutuações

estatísticas, fazer um planejamento utilizando-se apenas de durações

determinísticas, como na metodologia CPM, torna-se preocupante e pode levar

a grandes distorções no prazo final do evento. Para compensar essas

flutuações, é necessária a utilização de técnicas mais apuradas, como a

metodologia PERT e Simulações de Monte Carlo, em complemento ao CPM.

Esta teoria proposta por Goldratt é composta de cinco passos:

Identificar as restrições do sistema.

Analisar as causas e efeitos de todas as restrições e

escolher uma alternativa de solução.

Disseminar nas partes interessadas a decisão tomada.

Fazer com que a restrição identificada tenha melhora em

sua performance.

Para qualquer alteração em alguma restrição do sistema

em foco, rodar novamente o ciclo PDCA, com retorno ao passo 1.

Tratamentos das Incertezas pelas Reuniões Antecipativas

Neste item trabalha-se muito o lado da gestão do projeto. E na gestão

estão relacionados os processos do projeto em si, das pessoas de campo, das

lideranças, patrocinadores, etc.

A nossa realidade não é determinística, pois as incertezas existem.

Portanto, no dia a dia, devido a todas estas incertezas, existe a necessidade de

Page 95: Material de Estudo - DPRJ

95

uma reanálise das atividades futuras e de um ajuste fino durante o andamento

do projeto.

A forma de realizar diariamente essa atividade é pela realização de

reuniões denominadas “Antecipativas”, com a participação das lideranças de

todas as áreas do projeto. O termo já define o significado delas. De posse do

cronograma atualizado e com a visão do projeto como um todo, o gerente do

evento conduz esse encontro.

Programação detalhada dos serviços críticos e

significativos do dia seguinte:

Programação dos serviços críticos para os próximos dias:

Programação dos serviços críticos para a próxima semana:

Ajuste da programação

Nova rodada PERT e Monte Carlo

Resumo

As oportunidades de ganhos existem e precisam ser exploradas e não

apenas estacionar na elaboração de planos de contingências para mitigação de

riscos.

As análises de riscos, mitigação dos mesmos e elaboração de planos de

contingências é apenas uma parte da solução dos problemas. Está incrustada

em nossa mente a filosofia de só enxergar as coisas ruins e esquecer as

oportunidades de ganhos.

As análises das Incertezas, pelas Metodologias PERT, Monte Carlo,

Teoria das Restrições e Reuniões Antecipativas, contribuem de maneira

decisiva na busca da excelência na condução de um projeto.

A percepção pela equipe de projeto que as incertezas existem e que

podem ser tratadas, no tempo certo, é a chave do sucesso.

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96

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97

Page 98: Material de Estudo - DPRJ

98

MS Project 2007

Criado pela Microsoft em 1985 (primeira versão). Nos anos posteriores

sofreu profundas mudanças. Possui recursos relacionados à gestão de

projetos. São vários os focos do Ms Project: tempo (datas, duração do projeto,

calendário de trabalho), Gráfico de Gantt, modelo probabilístico (para cálculos

relacionados a planejamento), Diagrama da Rede, Custos (fixos, não fixos,

outros) e uma gama de relatórios.

No geral, baseia-se no modelo Diagrama de Rede, utiliza tabelas no

processo de entrada de dados, permite uso de subprojetos, possui recursos

para agrupar, filtrar e classificar tarefas, possui um conjunto padrão de

relatórios e os usuários podem criar seus próprios relatórios, permite definição

de “semana de trabalho”, etc.

1. Introdução ao Planejamento de Projetos

1. 1 . Conceitos de Planejamento e Gerenciamento do Projeto

Um projeto pode ser definido como uma sequência de atividades

ou eventos com início e fim definidos, dirigidos por pessoas que se

destinam a alcançar um dado objetivo dentro de parâmetros de custo,

tempo, recursos e qualidade.

Na década de 50 surgiram as primeiras ferramentas para auxiliar no

planejamento e execução de projetos. Dois métodos de destaque podem

ser mencionados: PERT (Program Evaluation and Review Technique) e

CPM (Critical Path Method). O CPM é uma técnica determinística, pois

cada duração é determinada claramente com base em consumo de

recursos materiais e/ou humanos. O PERT é uma técnica probabilística,

ou seja, não há um valor claro de consumos de recursos a serem

utilizados em cada tarefa do projeto. A semelhança entre as técnicas fez

com que o termo PERT/CPM fosse referido com uma técnica única.

Essa técnica tem como objetivo identificar o caminho que

consome mais tempo através da rede de atividades, também chamado

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99

de caminho crítico. As atividades do caminho crítico são as que ocupam

maior tempo de conclusão e se essas atividades atrasarem, todo o projeto

atrasará.

1.2. Função do MS Project

O MS PROJECT é um dos mais modernos aplicativos voltados para o

gerenciamento de projetos. Através dele você poderá planejar, especificar,

implantar e acompanhar o desenvolvimento de qualquer tipo de projeto. As

informações podem estar representadas graficamente ou através de relatórios

customizados.

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100

2.Conhecendo o MS Project

2.1. Área de Trabalho do MS Project 2007

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101

Barra de Ferramentas: Composta pelas ferramentas mais

utilizadas. Para saber o que cada ícone executa pode-se colocar

o indicador do mouse sobre ele e então uma pequena mensagem

informativa aparecerá informando a ação do ícone.

Barra de Modos: É composta pelos ícones dispostos

verticalmente ao lado esquerdo da tela. Caso a barra de modos

não esteja visível pode-se habilitá-la pelo menu Exibir > Barra

de Modos. Na barra de modos, encontram-se os atalhos para os

modos de exibição mais utilizados no programa. O último botão

(Mais modos de exibição...) dá acesso a todos os modos de

visualização existentes no programa e pode ser acessado

também pelo menu Exibir > Mais modos de Exibição.

Área de Digitação (Janela de Tabelas e Janela Temporal): A

parte central da tela está dividida em duas janelas: a janela de

tabela e janela temporal. A janela de tabela é utilizada pra a

entrada de dados como informações sobre tarefas, recursos, etc,

do projeto, enquanto que a tabela temporal vai sendo preenchida

pelo Project à medida que são informados dados sobre a duração

das tarefas. A janela temporal é a chamada visão do Gráfico de

Gantt, nele encontra-se o cronograma relativo ao projeto.

Vale salientar que a linha de divisão entre a tabela de entrada de dados

e o gráfico pode ser movida para maximizar/minimizar um ou outro.

A finalização do MS Project 2007 é feita pelo menu Arquivo > Sair. Se

alguma alteração for feita no projeto, o programa solicitará uma

confirmação de gravação das alterações, para preservar as alterações é

necessário confirmar a gravação.

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104

A abertura desta janela pode ser automática ao ser aberto um novo

projeto, caso não abra, segue-se o caminho acima. Para ativar a abertura

automática da janela utiliza-se o menu Ferramentas > Opções > Geral >

Solicitar informações ao abrir projeto.

Informando dados sobre o projeto:

Data de Início e Término: caso o projeto apresente essas datas

previstas, elas deverão ser informadas.

Agendar a partir de: um projeto pode ter um fim ou um início

determinado, mas nunca terá os dois ao mesmo tempo. Por este motivo, ao ser

escolhida a opção “Data de início do projeto” o campo para preenchimento

da “Data de início” estará habilitado, quando se escolhe esta opção,

as atividades são projetadas para começarem o mais breve possível -

OMBP. Caso a opção “Data de término do projeto” seja escolhida, estará

habilitado o campo para preenchimento da “Data de término” e neste caso as

atividades serão projetadas para terminarem o mais tarde possível – OMTP.

Data de Status: é uma data diferente da atual que é definida

para reportar as condições de tempo, custo ou desempenho de um projeto.

Serve como ponto de referência para comparações entre cronogramas e

cálculo de valor acumulado. Se a data de status for definida como ND, o

programa usará a data atual como a data de status.

Calendário: neste campo é definido o calendário a ser adotado no

projeto, existem três tipos o Padrão, o Turno da Noite e 24 horas. Essa este

assunto será mais abordado no item 3.4.

Prioridade: neste campo indica-se qual projeto tem preferência ao

compartilhar recursos em detrimento de outros. Quanto maior o valor, maior a

prioridade que o programa associa ao projeto quando houver um trabalho com

múltiplos projetos e em que os recursos são compartilhados. Os níveis de

prioridade variam entre 0-1000, a mais baixa é 0 e a padrão é 500. O

interessante deste amplo intervalo está no fato dele permitir maior flexibilidade

durante a redistribuição de recursos.

Estatística: este botão ao ser clicado abre a caixa de diálogo

“Estatísticas do Projeto

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105

‘Nome do projeto Atual’ “, nesta caixa são apresentados dados sobre o

projeto que podem ser usados para revisar a agenda, datas de início e

término, durações, trabalho, custos, etc.

Após serem colocadas as informações sobre o projeto, basta clicar no

botão OK para aplicar os parâmetros dados.

3. Parametrização de um projeto através de Guia de Projeto

O Guia do Projeto é um importante recurso disponível no MS Project

2007, ele consiste em um guia de fácil utilização para permitir que usuários

iniciantes consigam planejar seus projetos com maior facilidade. O recurso

pode ser ativado pelo menu Exibir > Ativar Guia do Projeto.

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106

3.4 Trabalhando com Calendários

Os calendários determinam como os recursos atribuídos e como as

próprias tarefas são agendadas. Os Calendário-Base são um conjunto de dias

e períodos de trabalho e de folga que os outros tipos de calendário utilizam.

Para acessar o calendário utiliza-se o menu Ferramentas > Alterar Período

Útil.

O MS Project trabalha com três calendários que podem ser

personalizados, são eles:

Padrão: é o calendário mais usual, seu horário é definido de segunda a

sexta-feira, das 9h às 18h e apresenta uma hora de intervalo;

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107

24 horas: neste calendário os recursos são usados de forma

ininterrupta, sem período de folga;

Turno da Noite: neste calendário defini-se o horário do turno noturno

que é definido de segunda a sexta-feira com períodos de trabalho variando

entre 23h e 8h, com uma hora de intervalo.

Os calendários podem ser aplicados para todo o projeto, para uma

determinada tarefa, ou para um conjunto de tarefas ou um recurso ou mais,

compondo assim três tipos de calendários do MS Project:

Calendário do Projeto: pode ser atribuído por meio do menu Projeto >

Informações sobre o Projeto > Calendário

Calendário da Tarefa: pode ser atribuído ao dar um duplo-clique na

tarefa e clicar na aba Avançado da janela que irá abrir.

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108

Calendário do Recurso: para exibir o calendário deve-se seguir os

seguintes passos:

i. Selecionar o menu Exibir > Planilha de Recursos;

ii. Selecionar o recurso que deseja atribuir o calendário;

iii. Clicar no botão Alterar Período Útil.

Criando um Calendário: o programa permite que seja criado um novo

calendário, para isso é preciso ir ao menu Ferramentas > Alterar Período Útil

> Criar novo calendário base

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111

o Alterando semana de trabalho: o horário padrão da semana de

trabalho pode ser alterado utilizando-se a aba Semanas de Trabalho e clicando

no botão Detalhes. Vale ressaltar que as alterações realizadas nos dias de

trabalho da Semana Padrão serão válidas para todos os dias do calendário.

o Mudando horários de trabalho: existem duas formas de se utilizar

horários de trabalho específicos:

i. Alterando os horários dos calendários de cada recurso:

a. Utiliza-se o menu Ferramentas > Alterar Período de Trabalho;

b. No campo “Para calendário” deve-se selecionar o calendário o qual

se deseja alterar;

c. Em seguida deve-se selecionar o dia da semana a ser alterado,

como por exemplo, uma segunda-feira;

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112

d. Para atribuir o novo horário utiliza-se o botão Detalhes, uma janela

será aberta, então deverão ser colocadas as especificações para este dia de

trabalho, e suas recorrências, se for o caso.

Utilizando este recurso você alterou o Calendário Base escolhido no

passo “b” para assumir um padrão diferente do original. Então, todos os

recursos que forem atribuídos a este calendário obedecerão a este horário

estabelecido.

ii. Criando um novo Calendário-Base para um ou vários recursos

utilizarem: A criação de um calendário base permite que sejam atribuídos

calendários específicos aos recursos através dos seguintes passos: menu

Exibir > Planilha de Recursos, coluna Calendário Base.

a. Para criar um novo calendário utiliza-se o menu Ferramentas >

Alterar Período de Trabalho e deve-se clicar no botão Criar Novo Calendário;

b. Na janela que se abrir é preciso dar um nome ao novo calendário e

em seguida, clicar na opção “Criar uma cópia do calendário”, nessa

opção é preciso escolher um calendário o qual servirá de base para o novo;

c. Ao ser escolhido o calendário base, confirma-se a criação do novo

calendário clicando em OK;

d. A partir deste momento pode-se alterar os horários de trabalho

dentro deste calendário como se desejar.

o Excluindo um Calendário Base: é possível que um

calendário base seja apagado no decorrer do andamento do projeto, porém tal

ação não é aconselhável, uma vez que, pode ser que alguns dados poderem

servir para comparações futuras. Para excluir um calendário é preciso seguir os

seguintes passos: menu Ferramentas > Organizador > Calendários, em

seguida deve-se selecionar o calendário que deseja-se eliminar e em seguida

clicar no botão Excluir

Page 113: Material de Estudo - DPRJ

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Algumas dicas e observações:

Da mesma forma que é possível excluir um calendário, também é

possível definir um projeto a partir da cópia de calendários prontos em um

arquivo de calendários anterior, bastando apenas selecionar o projeto e copiar

seus calendários par ao GLOBAL.MPT. Com este passo, estes calendários

estarão sempre disponíveis no momento em que novos projetos forem criados.

É importante ressaltar que quando no planejamento de um projeto, é

recomendado configurar o calendário antes de iniciar a adição das tarefas para

que não ocorram problemas de duração, vínculos e prazos. Vale lembrar que

as modificações de calendário são válidas apenas para o arquivo com o qual

se trabalha, devendo-se fazê-las novamente ou copiá-las para novos arquivos.

Recomenda-se a criação de arquivos com calendários específicos já

configurados e salvá-los com o nome da tipologia do projeto. Tal atitude facilita

que em um próximo trabalho esse calendário pré existente possa ser utilizado,

evitando a necessidade de configurar um novo calendário em todo início de

projeto.

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3.3 Gráfico de Gantt

As alterações na escala de tempo do gráfico são feitas clicando-se com

o botão direito do mouse sobre as guias acima da área do gráfico na opção

“Escala de tempo”.

Ao selecionar a opção “Escala de tempo” uma janela como a da imagem

abaixo será aberta, e nela são possíveis fazer alterações com relação às

camadas de visualização do tempo.

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116

4. Tarefas

Depois de definir as propriedades e as informações básicas do projeto,

precisamos definir as tarefas, com suas durações, dependências, recursos e

características gerais. O modo de exibição se dá através do Gráfico de Gantt,

que é também usado como entrada de dados.

4 . 1 . Criando Tarefas no Projeto

O modo de visualização do Gráfico de Gantt é o melhor local para inserir

sua lista de tarefas. Cada tarefa cadastrada possui algumas informações

essenciais:

Campo de identificação: criado automaticamente, representando o

número da linha onde se encontra a tarefa, iniciando em 1;

Nome da Tarefa: descrição da tarefa a ser executada;

Duração: define quanto tempo essa tarefa demorará a ser executada,

sendo que pode ser em minutos, horas, dias, semanas e mês;

Início: o campo início mostra a data e a hora em que a tarefa está

agendada para ser iniciada;

Término: o campo término mostra a data e a hora em que a tarefa está

agendada a ser terminada.

O local as tarefas onde são inseridas é chamado de Tabela de Entrada

de Dados. Para criar uma tarefa utiliza-se o modo Gráfico de Gantt, que pode

ser acessado pelo menu Exibir > Gráfico de Gantt.

Posicionamos o cursor na primeira célula em branco da coluna Nome da

Tarefa, e insere-se uma descrição para a tarefa. Logo após deve-se definir o

tempo de duração da tarefa. Se não for colocado nenhum tempo

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117

específico, o programa assume a duração de 1 Dia ? . A presença da

interrogação indica que essa duração é estimada.

4 . 2 . Tarefas recorrentes

Tarefas recorrentes são tarefas que acontecem regularmente durante a

execução de um projeto, como por exemplo, reuniões semanais de

acompanhamento.

Para Inserir uma tarefa Recorrente siga os seguintes passos:

a. Clique no menu Inserir > Tarefa Recorrente... ;

b. Será aberta a caixa de diálogo “Informações sobre Tarefas

Recorrentes”, preencha as informações solicitadas

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4.3 Marcos, Etapas e Pontos de Controle

Um marco representa um objetivo atingido ou algum ponto no projeto

onde queremos chamar a atenção para alguma situação ocorrida. Ele tem

duração zero e é representado no gráfico de Gantt por uma simbologia própria

com a data do evento ao lado.

Para se inserir um marco no projeto, basta inserir uma nova tarefa, e no

momento de colocar a sua duração, deixá-la igual a zero.

4.4 Vínculos entre as Tarefas

As tarefas em um projeto são mais complexas do que simplesmente

descrevê-las e colocar suas durações, pois certamente as tarefas terão

interdependências entre si. Quando criamos uma lista de tarefas no projeto,

podemos perceber que elas iniciam na mesma data, que é a data de início do

projeto, só que muitas delas não podem ocorrer se a anterior não estiver

concluída, por exemplo. Desta maneira, existe no Project a vinculação entre as

Page 119: Material de Estudo - DPRJ

119

tarefas, que é a forma pela qual informamos ao programa qual a precedência

de execução de cada tarefa no projeto.

Para vincular as tarefas há vários modos, em todos os modos devemos

selecionar as tarefas nas quais queremos colocar vínculos e fazer o caminho

escolhido, que pode ser:

4.4.1 Relacionamento entre as tarefas

Quando vinculamos as tarefas, elas podem possuir diferentes tipos de

relacionamento entre si. Desse modo, podemos descrevê-los da seguinte

maneira:

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120

O tipo de relacionamento padrão quando as tarefas são inicialmente

vinculadas é o “Término – a – Início”. Para colocar outro tipo de

relacionamento, basta que seja digitada a sigla do tipo de relacionamento

desejado logo após o número da tarefa que irá ser predecessora.

4.4.2 Trabalhando com Folga (LAG) e Antecipação (LEAD)

4 . 5 . Inserir Novas Tarefas, Mover e Excluir

Podemos inserir uma nova tarefa no nosso projeto a qualquer momento,

seja no final ou entre duas tarefas já existentes. Para inserir essa última, basta

clicar na linha em que se deseja inserir a tarefa e ir no menu Inserir > Nova

Tarefa.

Page 121: Material de Estudo - DPRJ

121

Da mesma forma que para inserir, podemos excluir as tarefas do projeto,

selecionando a linha da tarefa que deseja-se excluir e apertando Delete ou

então ir até o menu Editar > Excluir Tarefas.

Para movermos as tarefas, basta selecionarmos a linha na qual a tarefa

está, e arrastar o mouse até o local em que se deseje que ela fique.

4 . 6 . Restrições das Tarefas

As restrições impõem limites na forma como o programa calcula as

datas de início e de término das tarefas, elas podem ser de vários tipos:

O mais tarde possível: agenda a tarefa para que ela inicie o mais tarde

possível sem atrasar as tarefas subseqüentes;

O mais breve possível: agenda a tarefa para que ela inicie o quanto

antes. Essa é a restrição padrão para tarefas;

Não Terminar Antes De: agenda a tarefa para que ela termine em uma

data específica ou após essa data;

Não Terminar Depois De: agenda a tarefa para que ela termine

em uma data específica ou antes dessa data;

Deve Terminar Em: agenda a tarefa para que ela termine em uma data

específica;

Deve Iniciar Em: agenda a tarefa para que ela inicie em uma data

específica;

Não Iniciar Antes De: agenda a tarefa para que ela inicie em uma data

específica ou após essa data;

Não Iniciar Depois De: agenda a tarefa para que ela inicie em uma data

específica ou antes dessa data.

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4.7. Recuos

4.8. Editar o conteúdo da tarefa

Podemos editar o conteúdo das tarefas, selecionando a célula contendo

o conteúdo a editar e dando um duplo clique sobre ela, ou apertando a tecla

F2. Será aberta a caixa de diálogo “Informações sobre a tarefa”, que é

composta por seis guias, onde encontramos as configurações de uma tarefa.

Guia Geral

Nela temos as informações gerais sobre a tarefa:

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o Nome: apresenta o nome da tarefa;

o Duração: apresenta a duração da tarefa;

o Porcentagem concluída: determina o quanto % da tarefa já foi executado;

o Prioridade: define a prioridade da tarefa;

o Datas: apresenta a data de início e fim da tarefa;

o Ocultar a barra de tarefas: se ativo, inibe a exibição dessa tarefa no

Gráfico de Gantt;

o Mostrar a barra de atividade na fase: se essa tarefa fizer parte de uma

tarefa sumário, quando ativo, essa configuração reflete a barra da tarefa na

representação da Tarefa Sumário.

Guia Predecessoras

Depois de decidir a ordem das tarefas, podemos colocá-las em seqüência

vinculando tarefas relacionadas.

o Nome: apresenta o nome da tarefa;

o Duração: apresenta a duração da tarefa;

oPredecessoras: apresenta os relacionamentos que a tarefa possui,

informando o ID e o Nome da tarefa com a qual essa tarefa ativa possui

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124

relacionamento, o Tipo desse relacionamento e a Latência (tempo de

espera ou avanço) da tarefa.

Guia Recursos

o Recursos: apresenta as quantidades e os recursos associados a essa tarefa.

Guia Avançado

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Guia Anotações

Permite a entrada de texto que será utilizado como nota, que não será

apresentada na planilha de tarefas.

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126

4.9. Assistente do Gráfico de Gantt

O Assistente do Gráfico de Gantt proporciona uma maneira fácil de

melhorar a aparência do seu projeto. É através dele que podemos formatar o

projeto de modo que possamos ver facilmente o status das tarefas em

andamento. Para entrar no Assistente de

Gráfico de Gantt é preciso clicar com no gráfico > Assistente de

Gráfico de Gantt.

O Assistente de Gráfico de Gantt é iniciado. Ao clicar no botão Avançar,

aparecerá a segunda janela do assistente onde serão configuradas as opções

desejadas.

Sempre depois de modificar as configurações, deve-se clicar no botão

Avançar para ir à próxima janela que tem novas configurações.

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127

A janela mostrada pela figura 24 exibe as opções para as informações

que você quer que apareçam perto das barras de Gantt. Caso decida escolher

as opções personalizadas, uma série de novas janelas aparecerá para serem

configuradas de acordo com a sua escolha, como a mostrada abaixo:

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Na janela como a representada pela figura 26 decidimos se as linhas

vinculadas às tarefas devem aparecer ou não no gráfico de Gantt.

Após terminar todas as configurações, deve-se clicar no botão Formatar

para salvar as configurações e depois no sair do assistente.

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129

4.10. Caminho Crítico

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130

4.10.1 Ultrapassando o Caminho Crítico

5. Trabalhando com Recursos

No gerenciamento de projetos, além do controle das atividades que

compõem o projeto, é importante definir a responsabilidade de cada

tarefa. O MS Project permite o controle de recursos utilizados no

empreendimento.

Recursos são as pessoas, suprimentos e equipamentos que permitem a

realização das atividades do projeto. Em versões antigas do Project, eram

permitidos apenas recursos de trabalho: pessoas e equipamentos. A versão

2007 permite, além de recursos de trabalho, recursos materiais e recursos de

custos. Os recursos materiais são suprimentos, estoques ou outros itens que

são consumidos durante as atividades. E os recursos de custo permitem

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131

adicionar um custo fixo para a atividade inteira, independente do trabalho

desenvolvido. É utilizado, por exemplo, quando a atividade é um serviço

terceirizado, cujos recursos de trabalho e/ou materiais dessa atividade não

são importantes para o conhecimento no projeto.

O Project utiliza as informações de recursos fornecidas para calcular a

duração de uma tarefa e, consequentemente, a duração total do projeto.

Permite, ainda, informar qual recurso está ocioso sobre um determinado

período de tempo, realocação de recursos, quantidade de horas trabalhadas,

custo por recurso e do projeto e outras informações importantes no

planejamento e acompanhamento do projeto.

5.1 Criando Recursos

Os recursos podem ser adicionados individualmente ou através da

Planilha de Recursos.

Indicadores: você não pode digitar nesse campo. Ícones podem

aparecer durante o projeto como resposta a alguma ação realizada. Ícones de

aviso são exibidos, por exemplo, quando algum recurso está superalocado.

Notas também podem ser adicionados nessa coluna, com espaço para

fornecer informações pelo usuário;

Nome do recurso: é a identificação do seu recurso, pode ser o nome da

pessoa ou a função dela no projeto;

Tipo: utilize essa coluna para especificar se o recurso é trabalho

(humano ou equipamento), material ou de custo;

Unidade do material: para recursos materiais, é utilizado para

especificar a unidade de medida. Pode ser definido qualquer tipo de unidade;

Iniciais: você pode digitar as iniciais do recurso ou o programa o faz

automaticamente;

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132

Grupo: adicione recursos a grupos caso eles possuem características

semelhantes. É utilizado para diferenciar funções ou equipes diferentes em um

projeto. Funciona como um filtro quando algum recurso precisa ser localizado,

por exemplo. Para criar um novo grupo basta entrar com o nome nesse campo;

Unid. máximas: quantidade total de recurso disponível, pode ser

expresso por porcentagem ou unidades. Por exemplo, 100 por cento equivale a

uma unidade, ou o equivalente ao recurso trabalhando em toda a sua carga

horária;

Taxa padrão: custo padrão por tempo de trabalho para recursos

humanos e custo por unidade para recursos materiais;

Taxa h. extra: custo de tempo extra que um recurso recebe caso

trabalho acima de seu tempo padrão;

Custo/uso: custo fixo por cada vez que o recurso é utilizado, pode ser

combinado com taxa padrão e taxa de hora extra;

Acumular: especifica como o recurso é pago.

o Início: quando o recurso for atribuído a uma tarefa, é calculado o

custo assim que a tarefa começar;

o Rateado: o custo é calculado proporcionalmente ao tempo da

duração da tarefa;

o Fim: o custo é calculado apenas quando a tarefa estiver completa.

Calendário base: define qual calendário o Project deve seguir quando

estiver determinando a programação de trabalho do recurso. O calendário

identifica tempo de trabalho e de folga;

Código: campo que permite a definição de um código para o

recurso, para identificação e ordenação.

5.2. Modificando Informações dos Recursos

A definição de recursos pela Planilha de Recursos é o método mais

rápido. Porém, você pode adicionar mais informações ao recurso ou criar um

novo recurso utilizando a janela Informações sobre o Recurso. Para

Page 133: Material de Estudo - DPRJ

133

acessá-la, clique duas vezes sobre um recurso já adicionado ou clique no

menu Projeto > Informações sobre o recurso.

Na aba Geral da caixa de diálogo Informações sobre o recurso, você

pode adicionar o e-mail do recurso (se for recurso humano) e alterar as

informações já providenciadas anteriormente. Além disso, na seção

Disponibilidade do recurso, pode ser adicionados períodos nos quais o

recurso estará disponível para o uso.

A aba Custos permite alterar o valor de trabalho de recursos para

diferentes períodos de tempo. Há diferentes abas (A, B, C, D e E) para a

melhor organização do aumento ou diminuição do custo ao longo do tempo.

Na aba Anotações, podem ser adicionadas informações extras,

a critério do planejador. Uma vez adicionada uma anotação, na Planilha

de Recursos, um símbolo aparecerá na coluna de Indicadores.

A aba Campos personalizados é usada quando o Project Server é

instalado.

5.3. Calendários de Recursos

O MS Project utilizado o calendário base chamado Padrão para calcular

o tempo do projeto. Quando um recurso é inserido, um calendário com o

mesmo nome do recurso é criado automaticamente, com base no calendário

Padrão (uma jornada de trabalho de oito horas diárias e quarenta horas

semanais, se esse calendário base não foi alterado). Os calendários dos

recursos podem ser alterados para acomodar as exceções de trabalho do

recurso ou período de férias planejado.

Para alterar o calendário de um recurso, clique duas vezes no recurso

desejado para acessar a janela Informações sobre o recurso e, após, clique

no botão Alterar Período Útil. Uma janela com o calendário do recurso abrirá

e você poderá alterar o período útil da mesma forma como explicado

anteriormente.

Page 134: Material de Estudo - DPRJ

134

5.4. Atribuindo Recursos a Tarefas

Uma lista com os recursos adicionados até o momento é apresentada na

janela que abrir. Clique no recurso desejado (ou crie um novo recurso digitando

o nome em uma linha vazia na coluna Nome do recurso). O preenchimento

da coluna S/D (S de solicitado e D de demandado) é opcional, utilizada quando

o Project Server é instalado. A coluna Unidades deve ser preenchida quando

o uso do recurso for maior ou menor que 100%. Lembre-se que o Project

define unidade como porcentagem, ou seja, 100 por cento equivale a uma

unidade do recurso. Finalmente, clique no botão Atribuir. Você notará um

indicador de que o recurso foi atribuído e o custo total pago ao recurso pelo

tempo da tarefa, calculado automaticamente pelo Project. Adicione mais

recursos seguindo os mesmo passos e, então, feche a janela.

Para substituir ou remover um recurso já atribuído a uma tarefa, acesse

a janela Atribuir recursos e utilize os botões Substituir ou Remover.

5.5 Uso dos Recursos

O Project permite efetuar cálculos da duração da atividade e o uso dos

recursos de acordo com o tipo da tarefa. Abaixo explica-se como é feito o uso

de recursos e duração da tarefa pelas diferentes configurações.

Page 135: Material de Estudo - DPRJ

135

5.6 Gráficos

O Project gera gráficos automáticos para melhor visualização do

trabalho e da disponibilidade dos recursos. Na janela Atribuir recursos você

pode visualizar gráfico de trabalho de cada recurso clicando no botão Gráficos.

Na janela Gráficos, você poderá visualizar três diferentes gráficos,

alterando no campo Selecionar gráfico. Na opção Trabalho, são mostradas

as horas de trabalho diárias já atribuídas do recurso. A opção Disponibilidade

de Recursos fornece a quantidade de horas livre para trabalho. E a opção

Trabalho de atribuição mostra em um gráfico de barras as horas trabalhadas

para a tarefa selecionada e as demais tarefas, assim como a disponibilidade de

trabalho. Esse gráfico permite verificar se o recurso está trabalhando mais do

que o planejado.

Page 136: Material de Estudo - DPRJ

136

Você poderá visualizar os gráficos anteriores de mais de um recurso ao

mesmo tempo, selecionando os recursos desejados na janela Atribuir

recursos e clicando no botão Gráficos.

6. Execução e Controle de Projetos

O planejamento é essencial para um projeto, porém quando o projeto

inicia, faz-se necessário também o acompanhamento e controle, para que

ajustes sejam feitos e o projeto finalize conforme planejado, ou pelo menos,

próximo das expectativas.

O controle de um projeto é o processo de comparação do que acontece

realmente durante o projeto com o que foi estimado que acontecesse. Para

controlar, deve-se registrar a programação do projeto no momento que o

planejamento estiver completo. Esse momento é chamado de Linha de Base.

Controlar o projeto consiste em informar ao Project informações reais,

como a data real de início, a data real de término e a duração das tarefas.

Dessa forma, o Project mostra uma programação revisada com projeções de

como o restante da programação é afetada, com base na atividade real.

6.1. Linhas de Base

A Linha de Base é um conjunto de dados salvo no projeto. O projeto

suporta salvar até onze Linhas de Bases diferentes, simulando diferente

cenários no projeto. Para definir uma nova Linha de Base, clique no menu

Ferramentas > Controle > Definir Linha de Base. Uma nova janela será

aberta. Selecione qual o número que deseja associar a Linha de Base e clique

no botão OK.

Na maioria das vezes, não é desejado modificar a Linha de Base. Ele é

um momento congelado no tempo, um registro para comparar com o progresso

Page 137: Material de Estudo - DPRJ

137

do projeto. Mudando a Linha de Base, o objetivo não é atingido. Mesmo

assim, há circunstâncias nas quais, por razões estratégicas, necessita-se

modificar a Linha de Base, limpá-la ou definir uma segunda ou terceira

Linha de Base para documentar diferentes mudanças. Entretanto, para

sobrescrever a Linha de Base original, deve-se prestar atenção em como será

feito.

Para adicionar uma tarefa a uma Linha de Base, adicione-a pela tabela

no modo de visualização Gráfico de Gantt. Após, selecione-a e clique no

menu Ferramentas > Controle > Definir Linha de Base. Selecione a Linha

de Base que deseja modificar e clique na opção Tarefas de selecionadas.

A Linha de Base auxilia analisar diferentes estimativas das atividade no

projeto. O Project permite a visualização graficamente da Linha de Base e do

acompanhamento real das atividades. Para visualizar, acesse o modo de

visualização Gantt de Controle. Além da visualização dos gráficos de Gantt, é

disponibilizada a tabela para avaliar a mudança nos custos por modificações

nas durações das atividades (as colunas referentes aos custos devem ser

adicionadas, clicando com botão direito em qualquer coluna).

6.2. Acompanhamento Progresso das Atividades

6.2.1. Informações Básicas para o Acompanhamento do Projeto

Acompanhar o progresso significa atualizar e analisar o desempenho de

seu projeto assim que o projeto está em andamento.

Page 138: Material de Estudo - DPRJ

138

Ao acompanhar o progresso, você trabalha com três tipos de

informações: de linha de base, atual e real.

Linha de Base: modelo fixo de como o projeto deveria progredir. Esta

informação não muda a menos que você especifique que deseja mudar a Linha

de Base.

Atual: modelo funcional, que está sempre mudando, para as tarefas que

vão ocorrer, depois que o projeto se encontra em andamento. O cronograma

pode mudar à medida que você recebe novas informações e faz ajustes.

Real: as informações reais são tarefas que já estão em andamento ou

que já foram finalizadas. À medida que você insere datas reais para tarefas

completadas, as datas de início e fim para as tarefas programadas

remanescentes são atualizadas.

6.2.2. Atualizando o Projeto

Alguns dados sobre a execução do projeto podem ser registrados

preenchendo alguns campos para cada tarefa. Há dois modos de atualização:

por tarefas (mais específica) ou do projeto (mais ampla).

Para atualizar uma tarefa, selecione-a e clique no menu Ferramentas >

Controle > Atualizar tarefas

Na janela que abrir, pode-se definir a conclusão da tarefa, definindo a %

concluída, a Duração real, ou a Duração restante. Informando um desses

campos, os outros dois são posteriormente calculados automaticamente. Além

Page 139: Material de Estudo - DPRJ

139

disso, pode-se informar quando realmente a atividade iniciou e terminou. Para

concluir, clique no botão OK.

Para atualizar o projeto, clique no menu Ferramentas > Controle >

Atualizar projeto.

Em Atualizar trabalho como concluído até, selecione a data até a qual

todas as atividades estão concluídas. Nas duas opções desse mesmo item, a

primeira considera no cálculo a porcentagem concluída de cada tarefa, e na

segunda somente as que tiverem 100% concluídas. Selecione conforme

desejado, se deseja efetuar a operação para o Projeto inteiro ou apenas para

as Tarefas selecionadas.

Na mesma janela, pode-se também Reagendar trabalho não

concluído para iniciar após a data desejada. Concluída a configuração, clique

no botão OK.

6.2.3. Visualizar o Cronograma

A linha de grade tracejada na vertical do Gráfico de Gantt marca a data

de hoje na escala de tempo. As tarefas com barras de Gantt completamente à

esquerda da linha da data devem estar completas. Por exemplo, na ilustração

que se segue, a tarefa 7, “Criar layouts”, deve estar 100% completa. As tarefas

cujas barras cruzam a linha de data devem estar parcialmente completas. Por

exemplo, a tarefa 15, “Pintar Sala de Reunião”, já foi iniciada e deve estar

aproximadamente 50% completa. As tarefas à direita da linha de data são

programadas para começar mais tarde. Além disso, as barras de progresso

Page 140: Material de Estudo - DPRJ

140

dentro das barras de Gantt proporcionam uma indicação gráfica do progresso

das tarefas.

6.2.4. Atualizar Tarefas Específicas

Para facilitar a atualização das tarefas e ver o progresso, você pode

mudar uma opção de visualização para exibir horas, assim como datas, no

projeto. Além disso, você pode mudar a escala de tempo para ver essas tarefas

com mais detalhamento.

6.2.5. Comparar Resultados

Você pode comparar o seu cronograma atual e os dados reais com a

linha de base de muitas formas. Assim, é possível escolher o método mais

conveniente para encontrar o que você precisa saber.

Quando você salva a linha de base, o Microsoft Project copia dados dos

campos que estão programados no momento para campos da Linha de Base.

Se você precisar ver em quantos dias o cronograma se desviou do plano

original, pode exibir esta tabela de tarefa Variação. Esta visualização e tabela

exibe datas de início e fim de linha de base, em conjunto com as datas

programadas de início e fim. O MS Project também calcula a diferença entre as

datas de linha de base e as datas programadas.

Page 141: Material de Estudo - DPRJ

141

Comparar os Dados de Linha de Base com Dados Reais

Depois que os dados reais são inseridos, o seu cronograma muda

consideravelmente. Agora você precisa comparar o cronograma atual com o

seu plano para ver o desempenho do projeto. Além da tabelaVariação, que

aplicou anteriormente, a visualização Gantt de Controle permite lhe comparar

visualmente o progresso planejado com o progresso realizado, exibindo as

barras de Gantt tanto para o cronograma de linha de base quanto para o

cronograma real.

6.3. Trabalhar com o Caminho Crítico

No gráfico de Gantt o caminho crítico é definido com a cor vermelha,

basta ir modo de Exibição: Gantt de Controle.

Ultrapassando o caminho crítico

As tarefas que causam o atraso da data de fim do projeto, se não forem

concluídas conforme programadas são consideradas tarefas que estão no

Caminho. Como as tarefas críticas afetam diretamente a data de fim do projeto,

as seguintes estratégias para estourar o caminho crítico são focalizadas na

redução da duração das tarefas.

o Mudança na relação entre tarefas: reduz o caminho crítico sem

acrescentar recursos ou estender o número de horas de trabalho. Também

chamado de Paralelismo.

o Programação de horas extras: esta estratégia encurta a duração.

o Acréscimo de mais recursos: esta estratégia encurta a duração das

tarefas orientadas a recurso. Também chamado de Compressão.

o Removendo predecessoras desnecessárias: elimina os atrasos

causados pelas predecessoras que não afetam a tarefa.

Page 142: Material de Estudo - DPRJ

142

Certifique-se de que todas as tarefas predecessoras às tarefas críticas

sejam essenciais.

6.4. Mudando a Relação entre as Tarefas

Definir a relação entre as tarefas de forma realista pode ser a maneira

mais econômica de encurtar o caminho crítico. Talvez você não precise

acrescentar recursos nem aumentar o número de horas de trabalho.

Experimente esta estratégia primeiro.

Acrescentando Recursos para Encurtar o Caminho Crítico

Apesar de todo o seu esforço para simplificar as relações entre as

tarefas, um projeto pode exigir que você acrescente recursos a uma tarefa

crítica para cumprir o seu prazo. No entanto, esteja preparado para lidar

com conflitos de sobrealocação de recursos quando alocar mais recursos a

uma tarefa.

Mudando o Calendário

Acrescentar mais recursos não é uma opção para o seu projeto, outra

maneira de encurtar o caminho crítico é estender o dia útil ou a jornada de

trabalho no calendário do recurso para o recurso alocado à tarefa, ou no

calendário-base se vários recursos estiverem alocados às tarefas cuja duração

você deseja encurtar.

7. Relatórios

O MS Project possui várias maneiras de imprimir informações de projeto.

A partir do comando Configurar Página, podemos especificar informações

de cabeçalho superior e inferior, assim como outros ajustes na aparência da

página impressa.

Page 143: Material de Estudo - DPRJ

143

7.1. Relatórios Visuais

Para acionar os relatórios visuais clique em Relatórios > Relatórios

Visuais. A partir daí você poderá:

Criar um relatório visual para exibir no Microsoft Office Excel ou

no Microsoft Office

Visio a partir de um modelo de relatório interno com base em

dados no projeto ativo; Criar um novo modelo a partir do qual criar

um relatório visual;

Editar um modelo existente para um relatório visual;

Salvar dados do relatório como um banco de dados.

Page 144: Material de Estudo - DPRJ

144

Botões e opções disponíveis na tela:

Novo Modelo

Editar Modelo

Se você marcar a caixa de seleção Selecionar Campos e clicar no

botão Editar Modelo, a caixa de diálogo Relatórios Visuais -

Selecionador de Campos será aberta para que você possa modificar

os campos usados no modelo.

Page 145: Material de Estudo - DPRJ

145

Gerenciar Modelo

Clique nesse botão para abrir uma janela do Windows Explorer

listando todos os modelos. Por padrão, o conteúdo da pasta Microsoft

Office\Templates\1033 é listado. Você pode abrir, copiar, mover, renomear e

excluir modelos dessa janela.

Incluir modelos de relatório de

Quando essa caixa de seleção é marcada, o botão Modificar ficará

disponível para que você possa navegar até o local do modelo. Por padrão,

essa caixa de seleção é desmarcada.

Modificar

Abre a janela Modificar Local, que pode ser usada para navegar até

outro local do computador ou da rede para adicionar modelos de relatório

às guias. Esse botão está disponível apenas quando a caixa de seleção

“Incluir modelos de relatório de” é selecionada.

Page 146: Material de Estudo - DPRJ

146

Salvar Dados

Abre a caixa de diálogo Relatórios Visuais - Salvar Dados de Relatório.

Com essa caixa de diálogo, você pode salvar os dados de relatório para o

projeto atual, personalizar os campos usados como parte dos dados e salvar o

banco de dados de relatório.

Modo de Exibição

Coleta os dados necessários do Microsoft Office Project 2007, abre o

Microsoft Office Excel ou o Microsoft Office Visio conforme apropriado e mostra

o relatório selecionado.

7.2. Pré – Visualizar e Imprimir Relatórios

O MS Project proporciona cinco categorias de relatórios.

Cada categoria contém vários tipos de relatórios entre os quais você

pode escolher. Com o comando Relatórios no menu Relatório, você pode pré-

visualizar e imprimir os seus relatórios

Para imprimir o relatório resumido siga os seguintes passos:

a. No menu Relatório, escolha Relatórios. A caixa de diálogo

Relatórios exibirá os botões correspondentes às categorias gerais de relatórios

fornecidos com o MS Project.

b. Dê um clique no botão Selecionar para visualizar a seleção dos

relatórios Visão Geral. Visão Geral é o ajuste padrão na caixa de diálogo

Relatórios. A caixa de diálogo Visão Geral Relatórios aparece.

c. Dê um clique no botão Tarefas de nível superior e em seguida dê

um clique no botão Selecionar.

d. Dê um clique no botão Imprimir e em seguida escolha o botão OK.

Dê um clique no botão Fechar se você não conseguir imprimir o relatório.

Page 147: Material de Estudo - DPRJ

147

7.3. Imprimira Lista de Coisas a Fazer

Na categoria de relatórios Assistente, você pode imprimir uma lista

semanal de “coisas para fazer” das tarefas do projeto, para recursos

individuais. Use o relatório Calendário para criar uma lista “coisas para fazer”

para os funcionários do depósito do turno do dia.

a. No menu Exibir, escolha Relatórios se a caixa de diálogo Relatórios

ainda não estiver sendo exibida.

b. Dê um clique no botão Assistente.

c. Dê um clique no botão Selecionar para visualizar a seleção de

relatórios Assistente.

d. A caixa de diálogo Assistente Relatórios aparece.

e. Dê um clique no botão Calendário e em seguida dê um clique

no botão Selecionar.

f. A caixa de diálogo Uso do recurso aparece.

g. Dê um clique na seta para baixo e role através da lista de recursos

e, em seguida, selecione “funcionários do depósito do turno do dia”.

h. Escolha o botão OK.

7.4. Melhorar a Aparência do Projeto

A opção Assistente de Gráfico de Gantt proporciona uma maneira fácil

de melhorar a aparência do seu projeto.

Use o Assistente de Gráfico de Gantt para formatar o projeto de modo

que você possa facilmente ver o status das tarefas em andamento.

a. Clique com o botão direito no gráfico de Gantt e depois clique

no botão Assistente de Gráfico de Gantt. O Assistente de Gráfico de Gantt é

iniciado;

b. Dê um clique no botão Próximo. A segunda janela do assistente tem

uma aparência similar à da ilustração que se segue;

Page 148: Material de Estudo - DPRJ

148

c. Selecione qual opção deseja formatar o gráfico de Gantt. Neste caso

Padrão: estilo 2;

d. Selecione Padrão 2 na lista e em seguida dê um clique no botão

Próximo. A próxima janela do assistente exibe opções para as informações

que você quer que apareçam perto das barras de Gantt;

e. Dê um clique no botão Próximo para aceitar o ajuste padrão;

f. A próxima janela do assistente aparece. Nesta janela, você pode

decidir se as linhas vinculadas às tarefas devem aparecer no gráfico de Gantt;

g. A próxima janela do assistente informa que você já acabou de

usar o Assistente de Gráfico de Gantt;

h. Dê um clique no botão Formatar;

i. Após formatar o seu gráfico de Gantt, você vê a última janela do

assistente;

j. Dê um clique no botão Sair do Assistente.

Após retornar ao gráfico de Gantt, você vê que ele está formatando do

jeito que você especificou.

7.5 . Configurar a Página e a Impressora

Antes de imprimir essas informações colhidas, você precisa especificar

que impressora deseja usar. Você também tem que especificar o cabeçalho, o

rodapé e o texto da legenda que aparecerão em cada página. Você pode com

o comando Configurar Página no MS Project, selecionar impressoras ou

plotadoras que deseja usar a lista de impressoras ou plotadoras anexas. Você

pode também selecionar orientação de página, ajuste da escala, margens,

cabeçalho, rodapé, legenda e visualização quando imprimir.

Especificar Orientação de página

A configuração da orientação de página determina se o seu relatório

será impresso em páginas cuja altura é maior do que a largura (o que é

conhecido como retrato) ou em páginas cuja largura é maior do que a altura (o

Page 149: Material de Estudo - DPRJ

149

que é conhecido como paisagem.). A orientação paisagem é o ajuste padrão

quando se estão imprimindo as visualizações.

Especificar Cabeçalhos, Rodapés e Legendas

Um cabeçalho é um texto que aparece na extremidade superior de cada

página, um rodapé é um texto que aparece na extremidade inferior de cada

página. Tanto no cabeçalho quanto no rodapé, você pode especificar o tipo de

informação que aparece em cada página. Você também pode especificar o

alinhamento das informações do cabeçalho e rodapé.

Modifique o Cabeçalho do Gráfico de Gantt

1) Dê um clique na tabulação Cabeçalho, se ela ainda não estiver

acionada. A tabulação Cabeçalho aparece na caixa de diálogo, onde você

pode especificar as informações que quer que apareçam na extremidade

superior de cada página. Você também pode especificar como deseja que

essas informações sejam sublinhadas.

2) Na área Alinhamento, dê um clique na tabulação Esquerda. As

informações que você insere na caixa de texto nessa tabulação aparecerão na

extremidade esquerda do projeto quando você imprime.

3) Dê um clique no botão Date. A data aparece como um código

na caixa de texto Alinhamento.

4) Pressione a tecla HOME para mover o ponto de inserção até o início

da linha e em seguida digite Situação do Projeto. Certifique-se de digitar dois

espaços após os dois pontos ( : ). Este texto aparecerá antes da data no

cabeçalho.

5) Pressione a tecla END para mover o ponto de inserção até o final da

linha e em seguida pressione SHIFT+ ENTER. Quando você pressiona

SHIFT+ENTER, o ponto de inserção se move até a próxima linha.

6) Digite “Data de Início do Projeto:”. Não deixe de digitar dois espaços

após os dois-pontos.

Page 150: Material de Estudo - DPRJ

150

7) Dê um clique na seta para abaixo dos botões para exibir uma lista

completa de informações que você pode incluir no cabeçalho. Role para baixo

na lista e selecione Project Data de início.

8) Dê um clique no botão Adicionar. A data aparece como um código

na caixa de texto Alinhamento a Esquerda. A data real, da maneira que

aparecerá quando você imprimir, aparecerá na caixa de texto Exemplo., esta é

a data no quadro Data de Início da caixa de diálogo Resumo. Na janela

Configuração de Página, clique no Rodapé, e personalize o rodapé da forma

que desejar.

Page 151: Material de Estudo - DPRJ

151

Liderança

Liderança é a arte de comandar pessoas, atraindo seguidores e

influenciando de forma positiva mentalidades e comportamentos.

A liderança pode surgir de forma natural, quando uma pessoa se

destaca no papel de líder, sem possuir forçosamente um cargo de liderança. É

um tipo de liderança informal. Quando um líder é eleito por uma organização e

passa a assumir um cargo de autoridade, exerce uma liderança formal.

Um líder é uma pessoa que dirige ou aglutina um grupo, podendo estar

inserido no contexto de indústria, no exército, etc. Existem vários tipos de líder,

que mudam em função das características do grupo (unidade de combate,

equipe de trabalho, grupo de adolescentes). O líder tem a função de unir os

elementos do grupo, para que juntos possam alcançar os objetivos do grupo. A

liderança está relacionada com a motivação, porque um líder eficaz sabe como

motivar os elementos do seu grupo ou equipe.

Novas abordagens sobre o tema defendem que a liderança é um

comportamento que pode ser exercitado e aperfeiçoado. As habilidades de um

líder envolvem carisma, paciência, respeito, disciplina e, principalmente, a

capacidade de influenciar os subordinados.

Tipos ou estilos de liderança

Os três estilos clássicos de liderança, que definem a relação entre o líder

e os seus seguidores, são: Autocrática, Democrática e Liberal (ou Laissez-

faire):

Liderança Autocrática: É um tipo de liderança autoritária, na qual

o líder impõe as suas ideias e decisões ao grupo. O líder não

ouve a opinião do grupo.

Liderança Democrática: O líder estimula a participação do grupo e

orienta as tarefas. É um tipo de liderança participativa, em que as

decisões são tomadas após debate e em conjunto.

Liderança Liberal: Há liberdade e total confiança no grupo. As

decisões são delegadas e a participação do líder é limitada.

Page 152: Material de Estudo - DPRJ

152

Liderança nas Organizações

Em uma organização, a liderança é um tema de fundamental

importância, pois está relacionado com o sucesso ou o fracasso, com

conseguir ou não atingir os objetivos definidos. Principalmente no contexto

empresarial ou de uma organização, é importante saber fazer a distinção entre

líder e chefe. Um chefe tem a autoridade para mandar e exigir obediência dos

elementos do grupo porque muitas vezes se considera superior a eles. Um

bom líder aponta a direção para o sucesso, exercendo disciplina, paciência,

compromisso, respeito e humildade.

Liderar nos dias de hoje é uma tarefa complexa, pois o líder atual

necessita não só de habilidades técnicas para gerir colaboradores e equipes,

mas também da capacidade de desenvolver seus liderados, atendendo

expectativas pessoais e profissionais, alinhando com os interesses das

organizações.

Profissionais inspiradores, motivadores, flexíveis, bons comunicadores,

gerenciadores de conflitos, planejadores, estrategistas e sobre tudo

desenvolvedores, são as particularidades encontradas em um bom líder, que

deve saber conduzir, orientar e levar os colaboradores e equipes a

desempenharem suas funções e alcançar os resultados esperados.

O Coaching é o método que auxilia líderes a potencializarem suas

habilidades e capacidades em gerir e desenvolver pessoas, de modo a motivar

constantemente seus colaboradores, e também visa à aceleração de

resultados. Ao adotar a cultura de Coaching nas organizações, principalmente

nas lideranças os processos de trabalho serão maximizados, pois o líder vai

apresentar aos seus colaboradores uma visão ampla das atividades, delegar

responsabilidades, motivá-los e conduzi-los, atingindo assim os resultados

esperados em um curto espaço de tempo, atendendo tanto expectativas

pessoais como profissionais.

Algumas dicas para liderar uma equipe:

- Não seja muito formal, alivie as tensões do ambiente de trabalho, faça

reuniões e encontros menos formais;

Page 153: Material de Estudo - DPRJ

153

- Elimine as burocracias, avalie tudo o que pode ser melhorado ou

eliminado e agilize os processos de decisão;

- Seja realista, encare as coisas de maneira imparcial, e considere todas

as alternativas;

- Seja simples, simplifique os processos de trabalho, ouça as opiniões

dos colaboradores;

- Encare as mudanças como oportunidades, aprendendo a lidar com o

novo, estimulando a capacidade de antecipação e preparando sua equipe e

colaboradores;

-Desafie as tradições, descubra por que as coisas funcionam daquela

forma na empresa, estimule os colegas a darem sugestões, não tenha medo;

- Motive-os, demonstre como os esforços de cada colaborador estão

ajudando a empresa, envie agradecimentos por e-mail para clientes e

liderados;

- Estimule as ideias, recompense as melhores e aposte em treinamentos

contínuos, tanto técnico como de desenvolvimento humano;

- Arrisque, não tenha medo de errar, dedique-se;

- Gerencie menos, delegue a cada colaborador sua responsabilidade e

deixe que ele desempenhe a atividade;

- Envolva todos, seja participativo e estimule a participação de todos os

envolvidos no processo;

- Seja organizado, faça listas, use agenda, desenvolva planos de ação

com objetivos, metas e prazos;

- Tome decisões rápidas, não hesite ao tomar uma decisão, seja rápido

e agilize os processos;

- Prime pela qualidade;

- Dê feedback, é de suma importância que colaboradores e equipes,

tenham ciência dos resultados dos projetos, dos pontos fortes e dos pontos a

serem melhorados para as próximas atividades;

E por último, mas não menos importante, celebre cada conquista com

sua equipe.

Page 154: Material de Estudo - DPRJ

154

Contrato

“Todo homem apenas faz o que deseja e, portanto, age de modo

necessário. E a razão está no fato de que ele é já aquilo que quer: porque tudo

o que ele faz decorre naturalmente do que é”.

Artur Shcopenhauer, filósofo alemão, inseriu a parêmia em sua obra “O

Livre Arbítrio” e quando li a oração veio imediatamente à mente a vontade de

escrever algo que se relacionasse com o tema “Contratos” que ocupa grande

parte de nossa legislação civil e que tem sido objeto de variados compêndios

de Direito de grandes mestres da literatura correlata.

E por que essa correlação? É simples. Ao ente humano é possível

contratar livremente. A lei (artigo 82, do Código Civil Brasileiro) apenas

estabelece que ao contratar (trata-se de um ato jurídico) é necessário que as

partes tenham capacidade de exercício, que o objeto seja lícito e que tenha

forma prescrita ou não proibida pela lei. Apenas estes três requisitos.

Contrato, do latim “contractu”, é trato com. É a combinação de interesses

de pessoas sobre determinada coisa. É “o acordo de vontades que tem por fim

criar, modificar ou extinguir um Direito”, como afirmado pelo Mestre Washington

de Barros Monteiro. Ulpiano, corretamente afirmou que: “duorum pluriumve in

idem placitum consensus”, vale dizer contrato é mútuo consenso de duas ou

mais pessoas sobre o mesmo objeto.

Além das condições para sua validade o contrato possui, ainda, três

princípios básicos : que a vontade seja autônoma, significando, aí, a liberdade

das partes na estipulação do que melhor lhes convenha; ainda, o princípio da

supremacia da ordem pública ou seja a vontade das partes tem como limite os

termos da legislação pertinente à matéria, aos princípios da moral e da ordem

pública e, finalmente o da obrigatoriedade, donde o velho axioma de a avença

fazer lei entre as partes (pacta sunt servanda).

Em nosso tempo caracteriza-se o contrato, efetivamente como o negócio

jurídico (espécie de ato jurídico) bilateral que tem por finalidade gerar

obrigações entre as partes.

A legislação relativa aos contratos está contida nos artigos 1079 a 1504

do Código Civil. E é interessante ressaltar que a lei pátria não conceitua

Page 155: Material de Estudo - DPRJ

155

contrato, como faz, por exemplo, o Código Francês, no artigo 1101 e o

Argentino, no artigo 1137.

Analisada a questão conceitual, gostaria de exibir a classificação dos

contratos por entender que tal fato é de capital importância para a interpretação

e a definição da obrigação das partes.

Vejamos a classificação:

CONTRATOS BILATERAIS (OU SINALAGMÁTICOS) E UNILATERAIS:

nos bilaterais nascem obrigações recíprocas; os contratantes são

simultaneamente credores e devedores do outro, pois produz direitos e

obrigações, para ambos, sendo, portanto, sinalagmáticos. Na compra e venda,

por exemplo, o vendedor está obrigado a entregar o bem, assim que recebe o

preço ajustado. Ressalte-se que nesta espécie de contrato à vista, não pode

um dos contratantes, antes de cumprir a sua obrigação, exigir o cumprimento

da do outro (excepeito non adimpleti contractus). Nos unilaterais, só uma das

partes se obriga em face da outra. Nestes, um dos contratantes é

exclusivamente credor, enquanto o outro é devedor. É o que ocorre na doação

pura, no depósito e no comodado.

ONEROSOS E GRATUITOS: Os autores diversificam suas opiniões no

tocante à discriminação: quais são os contratos a título gratuíto e quais os

contratos a título oneroso? Objetivando a identificação, norteia-se pela utilidade

proporcionada pelos contratos, enquanto outros fundam no ônus a respectiva

diferenciação. São aspectos da doutrina, que não trarei aqui à colação. Os

onerosos são aqueles que por serem bilaterais trazem vantagens para ambos

os contraentes, pois estes sofrem um sacrifício patrimonial correspondente a

um proveito almejado, como por exemplo, na locação em que o locatário paga

o aluguel para usar e gozar do bem e o locador entrega o que lhe pertence

para receber o pagamento. Os gratuitos, ou benéficos, são aqueles em que só

uma das partes obtém um proveito, podendo este, por vezes, ser obtido por

terceira pessoa, quando há espitulação neste sentido, como na doação pura e

simples.

Page 156: Material de Estudo - DPRJ

156

COMUTATIVOS E ALEATÓRIOS: o comutativo é o tipo em que uma das

partes, além de receber da outra prestação equivalente a sua, pode apreciar

imediatamente essa equivalência. No momento da formação, ambas as

prestações geradas pelo contrato estão definidas, como na compra e venda.

Aleatório é o contrato em que as partes se arriscam a uma contraprestação

inexistente ou desproporcional, como no contrato de seguro e no emptio spei:

contrato de aquisição de coisas futuras, cujo risco de elas não virem assume o

adquirente.

CONSENSUAIS OU REAIS: consensuais são os que se consideram

formados pela simples proposta e aceitação. Reais são os que só se formam

com a entrega efetiva da coisa, como no mútuo, no depósito ou no penhor. A

entrega, aí, não é cumprimento do contrato, mas detalhe anterior, da própria

celebração do contrato. Observe-se que a doutrina moderna critica o conceito

de contrato real, mas a espécie ainda é inafastável diante do nosso direito

positivo vigente. Os contratos reais são comumente unilateriais posto que se

limitam à obrigação de restituir a coisa entregue. Excepcionalmente, podem ser

bilaterais, como acontece no contrato de depósito remunerado: a importância

prática está em que, enquanto não entregue a coisa, não há obrigação gerada.

5. CONTRATOS NOMINADOS E INOMINADOS: Os nominados,

também chamados típicos, são espécies contratuais que possuem

denominação (nomem iuris) e são regulamentados pela legislação. Segundo

Maria Helena Diniz ”o nosso Código Civil rege e esquematiza dezesseis tipos

dessa espécie de contrato: compra e venda, troca, doação, locação,

empréstimo, depósito, mandato, gestão, edição, representação dramática,

sociedade, parceria rural, constituição de renda, seguro, jogo e aposta, e

fiança”.Os inominados ou atípicos são os que resultam da consensualidade,

não havendo requisitos definidos na lei, bastando para sua validade que as

partes sejam capazes (livres), o objeto contrato seja lícito, possível e suscetível

de apreciação econômica.

6. SOLENES E NÃO SOLENES: anote-se aqui que a classificação

doutrinária se preocupou com a forma pela qual se dá o consentimento das

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partes. Os solenes , também chamados formais, são contratos que só se

aperfeiçoam quando o consentimento das partes está perfeitamente adequado

pela forma prescrita na lei, objetivando conceder segurança a algumas

relações jurídicas. De regra, a solenidade se exige na lavratura de documentos

ou instrumentos (contrato) público, lavrado nos serviços notariais (cartório de

notas), como na escritura de venda e compra de imóvel que é, inclusive

pressuposto para que o ato seja considerado válido.Os não-solenes, ou

consensuais, são os que se perfazem pela simples anuência das partes. O

ordenamento legal não exige forma especial para que seja celebrado, como no

contrato de transporte aéreo.

7. PRINCIPAIS E ACESSÓRIOS: os principais são os que existem

por si, exercendo sua função e finalidade independentemente da existência de

outro.Os acessórios (ou dependentes) são aqueles que só existem porque

subordinados ou dependentes de outro, ou para garantir o cumprimento de

determinada obrigação dos contratos principais, como a caução e a fiança.

8. PARITÁRIOS E POR ADESÃO: os paritários são contratos em que

as partes estão em situação de igualdade no que pertine ao princípio da

autonomia de vontade; discutem os termos do ato do negócio e livremente se

vinculam fixando cláusulas e condições que regulam as relações contratuais.

Os contratos por adesão se caracterizam pela inexistência da liberdade de

convenção, porque excluem a possibilidade de debate ou discussão sobre os

seus termos; um dos contratantes se limita a aceitar as cláusulas e condições

previamente redigidas pelo outro, aderindo a uma situação contratual que já

está previamente definida. Ressalte-se se tratar de um cliché contratual,

segundo normas de rigorosas, que alguém adere, aceitando os termos como

postos, não podendo fugir, posteriormente do respectivo cumprimento. Nos

contratos de adesão, eventuais dúvidas oriundas das cláusulas se interpretam

em favor de quem adere ao contrato (aderente). O Código de Defesa do

Consumidor, em seu artigo 54, oferece o conceito e dispõe sobre a admissão

de cláusula resolutória. São espécies deste tipo de contrato, o seguro, o

contrato de consórcio e o de transporte.

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É verdade que esta é uma das formas de classificação, observando-se

que existem outras de acordo com o entendimento dos doutrinadores, com a

anotação final de que o mesmo contrato pode catalogar-se em várias

classificações.

O importante é relembrar que a matéria a respeito, como dito alhures, é

extensa e a previsão está contida nos artigos 1079 a 1504 do Código Civil.

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Pesquisa e Desenvolvimento

O termo pesquisa e desenvolvimento (P&D) ou investigação e

desenvolvimento (I&D) tem um significado comercial importante que é

independente da associação tradicional

com pesquisae desenvolvimento tecnológico.

Em geral, atividades de I&D são conduzidas por unidades

especializadas ou centros de pesquisa de empresas, universidades ou

agências do Estado.

No âmbito comercial, "pesquisa e desenvolvimento" normalmente se

refere a atividades de longo prazo e/ou orientadas ao futuro, relacionadas

a ciência ou tecnologia, usando técnicas similares ao método científico sem

que haja resultados pré-determinados mas com previsões gerais de algum

benefício comercial.

Estatísticas de organizações voltadas para "I&D" podem expressar o

estado de uma indústria, o grau de competitividade ou a taxa

de progresso científico. Algumas medidas comuns incluem: valor

do investimento em pesquisa, número de patentes ou número

de publicações de seus funcionários.

Valores financeiros são boas medidas, pois eles são continuamente

atualizados, podem ser públicos e refletem riscos.

Nos Estados Unidos, o valor médio destinado a pesquisa e

desenvolvimento no setor industrial é de 3,5% das receitas. Empresas de alta

tecnologia como um fabricante de computadores em geral gastam 7%.

A Allergan (uma empresa de biotecnologia) está no topo da lista investindo

43,4% das receitas em I&D. Qualquer empresa que investe mais de 15% é

exceção e em geral recebe reputação de ser uma empresa de alta tecnologia.

Muitas empresas desta categoria são do ramo de medicamentos, como

a Merck (14,1%) e a Novartis (15,1%). Mas muitas são do ramo de engenharia,

como a Ericsson (24,9%).

Empresas que investem ou dependem muito de pesquisa e

desenvolvimento costumam ser vistas como empresas de alto risco porque a

flutuação no lucro é bastante atípica. Em geral estas firmas prosperam apenas

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em mercados onde os clientes possuem necessidades extremas, como

remédios inovadores (muitas vezes experimentais), instrumentos científicos,

mecanismos críticos para segurança (como os usados na aviação) e

equipamento bélico (incluindo armamentos). Estas necessidades extremas

justificam o alto risco de falha em projetos.

Na indústria bélica, por exemplo, o primeiro lote de vendas tem um custo

de fabricação que é 10% a 15% do valor gasto em I&D. Nesta indústria, 90%

dos projetos não produz qualquer produto utilizável. Ainda assim estes projetos

fornecem informações vitais para que futuros projetos sejam bem sucedidos.

Empresas de alta tecnologia exploram formas de reutilizar tecnologias

avançadas de maneira a amortizar melhor os custos em pesquisa. Elas muitas

vezes usam processos de fabricação avançadas, caras certificações em

segurança, software embarcado especializado, CASE, desenhos eletrônicos e

subsistemas mecânicos.

P&D é um setor de pesquisa e desenvolvimento de produtos e

serviços, trabalha em ações de pesquisa, brainstorm e condições tecnológicas

que viabilizem a elaboração e lançamento de um projeto.

A pesquisa pode ser terceirizada, adquirida junto a centros de pesquisa,

universidades ou agências públicas. As atividades do P&D são de longo prazo

e acompanham as condições de uma indústria, setor de serviços e o progresso

inserido no planejamento de um produto.

Verifica o valor de investimento sobre uma idéia, as condições de

implementação e avalia a capacidade de inovação dos funcionários e demais

colaboradores de uma empresa. Toda esta verificação é considerada para

avaliar os riscos relacionados a uma nova ideia.

As líderes de mercado são grandes investidoras em novas tecnologias e

suporte de processos de produção, por outro lado, empresas que dependem

somente de avanços tecnológicos são vistas como um terreno arriscado para

investimentos a longo prazo, pois se estão em busca constante de inovação e

renovação de linha, a obsolescência tende a oferecer um tempo menor de

lucratividade no retorno final.

Essas empresas prosperam com grande facilidade quando atendem a

uma demanda de grande extremidade como o lançamento de medicamentos

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inovadores; equipamentos científico de maior alcance cirúrgico, produtivo e de

segurança; equipamentos de guerra e de resgate, por exemplo .

Retornando ao conceito de P&D, define-se em três categorias: a de

pesquisa básica dirigida, a de pesquisa aplicada, e a de desenvolvimento

experimental. A primeira lida com o desenvolvimento de produtos e processos;

a segunda visa aprimorar sistemas; e a terceira busca viabilidade técnica para

novos produtos.

Page 162: Material de Estudo - DPRJ

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Bibliografia

http://www.infoescola.com/administracao_/pesquisa-e-desenvolvimento/

http://www2.pelotas.ifsul.edu.br/~ralleman/Eng.%20El%C3%A9trica%20-

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http://www.cesec.ufpr.br/pet/biblioteca/temporada/MS%20Project.pdf

Apostila PMBOK – PMI