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Universidade Estadual de GoiásCâmpus - São Luís de Montes BelosDiscentes: Priscila Hilária de Souza;
Sara Souza Nunes Silvestre.Disciplina: Orientação de Estágio Supervisionado
de Língua PortuguesaDocente: Selma Eliana Silva Freire
O fracasso da/na escola
Uma escola para o povo ou contra o povo?
Em 1882, Rui Barbosa, baseado em exausto diagnóstico da realidade brasileira da época, denunciava a vergonhosa precariedade do ensino para o povo no Brasil e apresentava propostas de multiplicação de escolas e de melhoria qualitativa do ensino;
Desde Rui Barbosa, a educação tornou-se bastante presente em discursos políticos, trazendo consigo expressões como “igualdade de oportunidades educacionais” e “educação como direito de todos”, em favor da democratização do ensino;
Direção quantitativa: ampliação de ofertas educacionais;
Direção qualitativa: introdução de novas metodologias;
Demanda popular por educação;A escola pública NÃO é doação de Estado
ao povo, mas uma conquista das camadas populares, em sua luta pela democratização do saber, através da democratização da escola;
NÃO há escolas para todos;Cerca de metade da população entre 7 e 14
anos está fora da escola;A repetência e a evasão vai construindo a
chamada “pirâmide educacional brasileira”. Essa “construção” se dá através da rejeição, pela escola, das camadas populares.
Uma primeira explicação: a ideologia do dom
Democracia: “É dar, a todos, o mesmo ponto de partida. Quanto ao ponto de chegada, isso depende de cada um”. (Mário Quintana);
O dom seria o aproveitamento que cada aluno busca ter na escola;
As desigualdades e diferenças individuais, assim legitimadas, é que explicariam as diferenças de rendimento escolar, tirando da escola a responsabilidade pelo fracasso do aluno, mas a mesma seria responsável, pelo “atendimento às diferenças individuais”, isto é, por tratar desigualmente os desiguais;
A função da escola, segundo a ideologia do dom, seria, pois, a de adaptar, ajustar os alunos à sociedade, segundo suas aptidões e características individuais.
Uma segunda explicação: a ideologia da deficiência cultural
Classe alta Classe baixa00.5
11.5
22.5
33.5
44.5
5
Classe alta x Classe baixa
Inteligência Aptidão Cultura
Na ideologia do dom, o aluno seria portador de desvantagens intelectuais (dom, aptidão, inteligência); segundo a ideologia da deficiência cultural , ele seria portador de déficits socioculturais.
Para ciências sociais e antropológicas, as noções de “deficiência cultural”, “carência cultural”, “privação cultural” são inaceitáveis;
Para essa ideologia das diferenças culturais, outra é a explicação para o fracasso do aluno na escola, dos alunos pertencentes às camadas populares.
Referência
SOARES, Magda Becker. Linguagem e escola: uma perspectiva social. 2ªed. São Paulo: Ática, 1986.