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po de Estudos “O pensamento como um Sistema” de Bohm – Turma Recife 2012 Pensamento Sistêmico O Pensamento como um Sistema de David Bohm Grupo de Estudos Turma Recife 2012 Seminário 3 Recife, 19 de Novembro de 2012 César Augusto Delmas e Conceição Gusmão

Pensamento como sistema [david bohm]grupo de estudos seminário 3

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Slides do 3º seminário do grupo de estudos do livro "Pensamento como Sistema" de David Bohm - Turma Recife. Elaborados por: César Delmas e Maria Conceição Gusmão.

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Pensamento SistêmicoO Pensamento como um Sistema de David

BohmGrupo de Estudos Turma Recife 2012

Seminário 3Recife, 19 de Novembro de 2012

César Augusto Delmas e Conceição Gusmão

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Roteiro

• O pensamento como um sistema e o sistema de observação• A palavra e a linguagem como representação do pensamento• Jogo de reflexos, automatismo e limitação do conhecimento• A cultura e o equívoco do pensamento• Importância e desafio de suspender as suposições• Reflexos e o “ato de pensar”• Tendência de autoengano e o pensamento saudável• Realidade, coerência e representação• Percepção e o fenômeno da ilusão• Participação do pensamento• Divisão e fragmentação do pensamento• Propriocepção, movimento, intenção e paranóia• Projeção dos pensamento e a influência das emoções

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O processo de observação desse sistema e a janela para a aprendizagem

• No final da sessão anterior discutimos sobre o que é chamado “sistema”.– Dissemos que o núcleo desse sistema é o

pensamento.

• É por meio da observação que compreendemos a maneira como o sistema funciona e, consequentemente, aprendermos algo sobre ele.

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A palavra como representação do pensamento

• Depois que você vê algo sobre como o sistema está funcionando, deve também tentar colocá-lo em palavras:– Você pode até ver algo, mas se o processo de pensamento não

sabe disso, continuará agindo como antes (ciclo vicioso).– O processo de pensamento por si só não consegue “ver”. Ele

consegue apenas obter informação.– O uso das palavras é essencial para tornar visível o pensamento.

• As palavras são a forma de colocar o pensamento em evidência, no qual geralmente funciona implicitamente sem que você esteja ciente dele.

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A palavra como representação do pensamento

• Ao usar a palavra não estamos trazendo a memória, mas gerando o estado atual o qual estamos tentando explorar (exemplo: raiva)– Se, em vez de esperar que algo aconteça para trazer a raiva

novamente, você a traz à tona usando as palavras apropriadas, então terá tempo de olhar para ela.

– Uma dos principais pontos a se observar é que as palavras estão fazendo e como elas estão criando tudo isso

As palavras representam o pensamento!

• Exemplo da GM: pode existir fábricas, prédios e tudo mais, contudo, se as pessoas não acreditarem que ela existe, ela não existe.

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A linguagem como representação do pensamento

• Para ver e compreender bem o sistema são necessários elementos de linguagem e representações precisas em pensamento.

• Existem múltiplas formas de representar e transmitir o pensamento:– Deve haver outros tipos de linguagem, além das palavras

(por exemplo, a imagem).– Na verdade, há um “pensamento implícito que segue sem

dizer”. Diz implicitamente que “sempre que algo como isso acontece, eu tenho de reagir dessa maneira”. Esse é o pensamento .

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O pensamento e suas representações não-verbais

Há um tipo de símbolo pré-verbal e deve haver outros os quais não sabemos ainda. A linguagem está no topo da lista. No entanto, quando aprendemos a falar, esquecemos disso e não reconhecemos que esses símbolos ainda fazem parte do nosso pensamento.

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A representação como um jogo de reflexos

• A representação é um jogo de reflexos que inclui sentimento e aparência visual do restante.

• O jogo de reflexos pode atribuir e criar o sentimento que está na forma que foi atribuído.– A palavra “mesa” amarra tudo isso fazendo ter a sensação de que a

mesa vai ser, por exemplo, sólida, o que pode ser um engano ou estar correto.

• Não precisamos ter as palavras/linguagem para criarmos as representações:– O arco-íris é uma representação que foi criada nas pessoas,

provavelmente, mesmo antes de ter surgido em palavras.

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Automatismo do pensamento

• Muitas vezes as intenções são reflexivas; elas simplesmente surgem “automaticamente”.– O sistema funciona reflexivamente e mecanicamente por si, ao

mesmo tempo em que nos dá a impressão de que existe um eu como centro.

• O sistema contém um reflexo que gera o pensamento que sou eu aquele que está fazendo tudo. Possui um sistema bem elaborado que acoberta o que está acontecendo.– Muitas vezes o pensamento vem como forma de justificativas... (1)

“Eu preciso fazer isso”; (2) “Seria errado fazê-lo” e (3) “Mas eu fiz, pois...”

– Isso se dá de forma tão automática, quanto o reflexo do joelho a “uma martelada”.

VÍDEO: REFLEXO BIOLÓGICO

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A cultura e o equívoco do pensamento

• Nossa capacidade de entender o pensamento herda uma questão cultural que nos ensina equivocadamente que é algo apenas intelectual.– Poderíamos nos tornar conscientes deles se não

fosse por esse motivo.

• O pensamento é incompleto, pois oferece uma representação daquilo que estamos pensando.– Ex: A forma que o artista pinta um quadro

representando alguém que pode nem existir.

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O saber nunca será absoluto

• O saber nunca será absoluto, pois o conhecimento é limitado, porque ele é apenas uma representação.– O conhecimento pode ser adequado, mas não é a coisa

propriamente dita, seja lá o que for, não é “aquilo que é”.

• A noção de que conhecemos a coisa como um todo, ou que temos o conhecimento absoluto, não funcionará.– As coisas mudam, transformam-se. E o conhecimento está limitado

ao passado.– Fazemos projeções, prolongando nosso conhecimento do passado

para o futuro. Contudo, não temos garantia de que funcionará

O conhecimento sempre é relativo a certas condições e circunstâncias.

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O conhecimento sempre é limitado!

• As opiniões são “apenas” suposições e é fundamental que saibamos disso.

• Podemos fazer uma suposição provisória que, o que sabemos, funcionará.– Mas o ponto principal é que isso precisa ser

mantido aberto. Se não funcionar, devemos estar prontos para ver que não está funcionado e mudar.

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A importância e o desafio de suspender as suposições

• A suspenção das suposições é um desafio, até se tornar um novo hábito.

Devemos tirar proveito disso e aprender com os novos reflexos!

Conclusões emforma de suposições Geração de

novos reflexos

Geração denovos hábitos

Conclusão fechadana afirmação

Repetição doreflexo

Manutenção dohábito

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Reflexos e suas conexões

• Tudo que você pensar está conectado aos reflexos, que, por sua vez, envolverá tudo aquilo que você poderá fazer com eles.– Inicialmente reconhecemos as coisas por reflexos, em

seguida, pensamos em outras atributos e ligações dessas coisas e, por fim, conectamos a outros reflexos.

• Dá para ver como tudo está conectado? Os reflexos intelectuais e os reflexos visuais, o emocional, o físico, o químico, etc. estão conectados, para que você fique automaticamente pronto para agir.

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O pensamento e o “ato de pensar”

• O pensamento apenas funciona automaticamente. Mas quando você está pensando já está pronto para ver o que não funciona e está pronto para começar a mudar.

• O “ato de pensar” está diretamente ligado ao presente (que traz um rastro do passado), porque inclui a incoerência que o pensamento está, na realidade, fazendo.

• Pode permitir também que novos reflexos se formem, novos arranjos, novas ideias. Se os reflexos fossem, de alguma forma, abertos, flexíveis e mutáveis, funcionariam perfeitamente.

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Autoengano do pensamento e a necessidade absoluta

• O pensamento pode nos enganar mostrando que está pensando quando, na realidade, não está:– A cada truque que aprendemos, o pensamento já saberá no

próximo momento. Se vemos um truque, logo em seguida, o pensamento já o terá nos reflexos.

– Em outras palavras, nós somos o pensamento – o pensamento não é diferente de nós. Nós somos os enganadores e a decepção.

• Necessidade absoluta:– Pode haver uma necessidade absoluta como

sendo apenas uma percepção, dizendo que neste momento você claramente deve fazer uma ação exclusiva.

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Tendência de autoengano e o pensamento saudável

• Tendência de autoengano do pensamento– O pensamento possui uma tendência de afirmar que sabe e tem

controle de tudo.– Esse tipo de pensamento transmite sensação de segurança que ajuda

na liberação das endorfinas e, consequentemente, na sensação de bem estar.

– Quando as endorfinas são removidas, os nervos se agitam e volta o impulsos de pensamento voltados à segurança

– À medida que a civilização se desenvolve, parece que esse impulso aumenta (sistema de recompensa).

• O pensamento saudável (ordenado e bem arranjado) exige que seja intrinsecamente construído e montado, de forma que sempre haja espaço para algo novo e diferente.

VÍDEO: A FORÇA DO PENSAMENTO

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Realidade e coerência

• A ciência tem dito que as coisas chegam no sistema nervoso, e que é no cérebro que elas são, de alguma forma, organizadas no nosso senso de realidade do mundo.– A questão é se essa realidade é coerente com

nossa experiência.– Se a realidade é tão formada a ponto de não

aceitar a coerência, teremos, então, de mudá-la.

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Realidade, coerência e representação

• Formação das representações:– A representação coloca certas coisas como sendo únicas,

certas com sendo muitas, certas como sendo necessárias, gerais, exclusivas. Ela organiza tudo.

– As aparências podem estar corretas até certo ponto ou poderão ser ilusórias.

• A maneira como falamos sobre as coisas e o modo como pensamos sobre as coisas afetam a maneira com as vemos.– Em muitas formas sutis, a representação entra na percepção e

perdemos a noção do que está vindo do pensamento

VÍDEO: ILUSÃO DO PENSAMENTO

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Influência do pensamento na percepção e o fenômeno da ilusão

• O pensamento afeta o que você vê e, consequentemente, a representação afeta a percepção.

• A representação entra diretamente na percepção em muitas formas sutis e você perde a noção de que está vindo no pensamento.– As vezes, você sabe que algo é uma representação, como

quando você vê uma foto.

• E isso é uma tremenda fonte de ilusão, uma vez que esquecemos do fato de que isso esteja acontecendo.– A partir desse equívoco, que baseamos nossas suposições,

ações e ato de pensar nesse falso fato.VÍDEO: PERCEPÇÃO

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Participação do pensamento

“O pensamento tem uma participação muito ativa, principalmente da forma como cria o mundo. O pensamento participa de tudo, sobretudo na percepção, no entanto, nosso ideal de pensamento objetivo é a não-participação absoluta – a ideia de que o pensamento está simplesmente nos dizendo como são as coisas e não fazendo coisa alguma, seja o que for”.

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Divisão e fragmentação do pensamento• O pensamento funciona por meio da divisão; e, assim que se divide, não

pode ser a totalidade.

– O pensamento pode dividir, no sentido de marcar as partes de uma totalidade, tal como distinguir as várias engrenagem de um relógio.

– Ou o pensamento pode fragmentar, tal como esmagar um relógio com um martelo. Neste ultimo caso, o pensamento separa as coisas que, na realidade, era uma.

• Deveríamos fazer uma linha pontilhada entre o pensamento e a percepção (marcar as partes de um todo). Contudo o pensamento, tacitamente, faz uma linha sólida colocando pensamento de um lado e a percepção do outro– A separação, a divisão é experimentada como sendo real – essa é a representação

do pensamento. Isso se torna a percepção da situação.– Dessa forma, o pensamento está criando uma sensação de separação e, em

seguida, a ação flui dessa quebra de coisas.

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Propriocepção e movimento

• A propriocepção (autopercepção).– Ex: Mulher com derrame cerebral

• Geralmente focamos nossa atenção no resultado e não nos percebemos (tomamos consciência) da nossa intenção.– Portanto, encontrar a intenção certa pode ser crucial para conseguir fazer o

movimento certo.

• Há alguma relação entre a intenção de mover e o movimento; como também há algo no meio disso que sabemos vagamente, e que tem tudo a ver com a propriocepção.

• “Vou dizer que o pensamento é um movimento. Cada reflexo, na realidade, é um movimento. Quando acontece ‘A’, o ‘B’ vem em seguida”.– Na nossa cultura o pensamento e o movimento corpóreo são duas esferas

totalmente diferentes e que não estão basicamente conectadas.

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Propriocepção e intenção

• Se dissermos que o pensamento é um reflexo como qualquer outro reflexo muscular – muito mais sutil, complexo e mutável – poderemos, então, ser capazes de ser proprioceptivo com o pensamento.

• Nosso processo de pensamento deveria ter a consciência desse movimento, da intenção de pensar e do resultado que o pensamento gera.

• Ao ser mais atento a isso, poderemos ser mais conscientes de como o pensamento produz um resultado fora de nós mesmos e, quem sabe, também, dentro de nós.

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Propriocepção e a paranóia

• A paranóia ocorre quando a propriocepção falha ainda mais, e as pessoas tem dificuldades de obter isso de forma correta ou de modo algum. Ela projeta seus próprios medos nas suas percepções, o tempo todo.

Devemos ser capazes de ir direto ao assunto sobre como o pensamento afeta a percepção, dizendo:

“Ok, isso é apenas minha imaginação”. Mas geralmente não fazemos isso.

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Falta de propriocepção do pensamento as conclusões equivocadas

• A falta de propriocepção do pensamento, como conhecemos agora, significa que não conseguimos distinguir se uma imagem está baseado no que está acontecendo ou naquilo que penso que está acontecendo.

– A espécie humana não sabe o que faz e não sabe como percebe; deve haver uma outra maneira de ver.

• Devemos ser capazes de dizer:

– “Eu vejo o que está acontecendo. Cheguei as minhas conclusões. Consigo distinguir minhas conclusões daquilo que vejo e verificarei com o que vir mais tarde . No entanto, minha visão não está bloqueada pelas minhas conclusões” (senso comum).

Um grande problema é que, muitas vezes, consideramos nossas conclusões como sendo fatos!

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Apropriação do pensamento

• (1) Observar a situação– Devemos tomar consciência do que está acontecendo e como estamos criando

nossas representações

• (2) Descrevê-la corretamente– Se víssemos o que está acontecendo e descrevêssemos de forma equivocada,

estaríamos desinformando o sistema sobre o que está fazendo e, assim, o sistema ficaria mais confuso.

– Toda informação que o sistema possui, sobre si mesmo, afeta o que ele faz

• (3) Tirar conclusões e deduções:– É muito importante tirar conclusões corretas sobre o pensamento. Elas não são

meras especulações inúteis.

Esse processo, apesar de fundamental, não é suficiente porque ainda não conseguimos nos livrar dos reflexos!

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Ruídos no pensamento que afetam a propriocepção

• Dado que:– O corpo tem propriocepção e o pensamento (provavelmente) não e que os

processos do corpo e do pensamento estão separados por uma linha pontilhada.

• Seria dedutivo pensar que:– O pensamento deveria ter, em algum nível, o movimento da propriocepção na

sua natureza;• Entretanto:

– Ocorre alguns choques ou ruídos no pensamento que afogam a sensibilidade desse movimento

Há algo no acontecendo no pensamento que rejeita, evita ou resiste à sensibilidade. Se pudéssemos ver a atividade do

pensamento, na realidade, não existe; são gerações do próprio pensamento (o eu, a sociedade, etc.)

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Complexidade do pensamento e suas confusões

• (1) Se você olha simplesmente para si mesmo; sem entender as questões que levantamos, você estará olhando para algo que foi inventado pelo pensamento. E, inevitavelmente, ficará confuso.– Estou explicando por que você ficará confuso quando

simplesmente entra na introspecção – tendo em vista que você sempre vê aquilo que foi gerado pelo pensamento, e apresentado como percepção.

• (2) Se você não olhar para essas questões, tais como a propriocepção e algumas outras, certamente ficará confuso.

• (3) Não significa que tudo estará bem, se não olharmos para isso. Continuaremos com essa confusão acontecendo no mundo e que, com toda certeza, nos guiará até sabe lá onde.

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Projeções do pensamento e a influência das emoções

• O pensamento está condicionado ao passado e projeta o que está para acontecer no futuro; logo, não estou entendendo o que está acontecendo no presente porque minha mente está condicionada ao que aconteceu, ou o que acontecerá.

• Se estou no presente, estou ouvindo tudo o que está acontecendo – as pessoas ao meu redor, ou seja lá o que acontece – e, ao mesmo tempo, estou ouvindo o que você está dizendo, como também estou ouvindo como meu corpo se sente. É um único movimento. Não há separação; sou apenas um com você. E estando nesse estado de presença, posso assistir meus pensamentos.

• Parece que algumas vezes, também somos capazes de assistir nossos pensamentos e falar sobre eles. Mas quando as emoções entram em cena, perdemos essa habilidade; algo mais se apresenta.– Devemos ter essa coisa totalmente firme e poderosa que funcione mesmo quando as

emoções entrem em cena. E a capacidade de assistir o que está acontecendo no pensamento pode estar se movendo em direção à percepção.

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Sugestão de Bohm

• Tentar usar as palavras que geram o processo – não apenas com raiva, ou medo, ou inveja, ou mesmo o prazer, mas com aquilo que estiver lá.

• Você recomendaria discutir isso com alguém ou colocar no papel?– Faça aquilo que achar conveniente.

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Entrevista Krishnamurti

• Neste diálogo entre Krishnamurti e Jean Louis Dewez, realizado em Brockwook Park, em 1979, é investigada profundamente a natureza do pensamento, onde são colocadas, dentre outras, as seguintes questões:

1. O que é o pensamento?2. O que faz o pensamento funcionar?3. O pensamento é dirigido ou é uma função mecânica?4. A sensação de identidade, o eu, é uma criação do

pensamento?5. Como posso conhecer a mim mesmo?6. Pode haver observação sem que o eu esteja observando?7. Existe uma percepção que não se utiliza do pensamento?

VÍDEO: O QUE É O PENSAMENTO?ENTREVISTA COM KRISHNAMURTI

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Links para os vídeos

VÍDEOS UTILIZADOS NO SEMINÁRIO:– Reflexo biológico

• http://www.youtube.com/watch?v=nF3s-UqruZE

– A força do pensamento• http://www.youtube.com/watch?v=jX_hYmRv0OM

– Ilusão do pensamento• http://www.youtube.com/watch?v=bjkWaplI2Ys

– Percepção• http://www.youtube.com/watch?v=JZjRtePW7Ng

– O que é o pensamento• http://www.youtube.com/watch?v=Sv5K-CDOQgg

VÍDEOS EXTRAS (não deu tempo para explorar no seminário):• Cultura Organizacional

– http://www.youtube.com/watch?v=02W9ZzbN1Ic• A realidade está na sua consiência

– http://www.youtube.com/watch?v=xoPNDBQLus8