15
ESTADO DE MATO GROSSO SECRETARIA DO ESTADO DE EDUCAÇÃO ASSESSORIA PEDAGÓGICA DE BARRA DO GARÇAS – MT ESCOLA ESTADUAL SENADOR FILINTO MULLER

Projeto parque na Escola

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Projeto parque na Escola

ESTADO DE MATO GROSSOSECRETARIA DO ESTADO DE EDUCAÇÃO

ASSESSORIA PEDAGÓGICA DE BARRA DO GARÇAS – MTESCOLA ESTADUAL SENADOR FILINTO MULLER

Barra do Garças - MT

Page 2: Projeto parque na Escola

ESTADO DE MATO GROSSOSECRETARIA DO ESTADO DE EDUCAÇÃO

ASSESSORIA PEDAGÓGICA DE BARRA DO GARÇAS – MTESCOLA ESTADUAL SENADOR FILINTO MULLER

Introduçao

Os espaços do parque pouco existem nas instituições de educação, e os tinha suas funções

e objetivos possuem conotações diferentes em função da evolução das propostas pedagógicas e

do lugar que a brincadeira ocupa no desenvolvimento da criança. Durante muito tempo, a

brincadeira no parque esteve associada à necessidade da criança de extravasar energias contidas

na sala de aula ou desencadear do trabalho pedagógico. A utilização do espaço externo acontecia

à margem do processo educacional, por isso não exigia um planejamento de ações, mas apenas o

controle da segurança e da disciplina.

Entendemos que a brincadeira é um componente socialmente construído, que ajuda a

criança a entender a si mesma e ao universo cultural em que está inserida, este novo olhar sobre

o brincar mostra a importância de planejarmos ambientes lúdicos adequados às necessidades e

interesses da criança.

Analisar e planejar intervenções no uso dos equipamentos, elementos naturais e

brinquedos do parque possibilitam que a estruturação do ambiente esteja conectada aos objetivos

gerais da instituição e dos diferentes eixos de trabalho da educação. Para tanto o ideal é que o

planejamento do parque envolva tomadas de decisões tendo em vista diferentes caminhos. Neste

sentido propomos construir um parque em um espaço repleto de estímulos para brincadeiras,

desafios de movimento e descobertas sensoriais.

Page 3: Projeto parque na Escola

ESTADO DE MATO GROSSOSECRETARIA DO ESTADO DE EDUCAÇÃO

ASSESSORIA PEDAGÓGICA DE BARRA DO GARÇAS – MTESCOLA ESTADUAL SENADOR FILINTO MULLER

Objetivos:

Criar diferentes situações de aprendizagem nas quais as crianças possam se divertir, brincar,

falar, representar as diferentes brincadeiras;

Compartilhar informações sobre as brincadeiras;

Conhecer as regras de algumas brincadeiras;

Definir as possibilidades de brincadeiras, projeto e seqüências de atividades ao longo do ano;

Estimular a criança a brincar, oferecendo-lhe um espaço adequado.

Page 4: Projeto parque na Escola

ESTADO DE MATO GROSSOSECRETARIA DO ESTADO DE EDUCAÇÃO

ASSESSORIA PEDAGÓGICA DE BARRA DO GARÇAS – MTESCOLA ESTADUAL SENADOR FILINTO MULLER

A importância do brincar para o desenvolvimento e a aprendizagem

A chegada ao mundo é o primeiro desafio à criança. As descobertas diárias e a forma

como ela lidará através dessa relação com o meio são fatores fundamentais, os quais

influenciarão no seu comportamento.

A brincadeira é a ponte que possibilita às crianças a ligação do real com o imaginário,

ampliando e a aproximando o seu contato com o ambiente. Ao brincar, a crianças aprendem e

ainda conseguem se apropriar de situações da vida cotidiana, criando, recriando, reinventado e

transformando a realidade.

Vigostky (1984) citado por Rego(2004) revela a importância do brincar como um meio,

um caminho que aproxima a criança ao mundo:

"(...) A brincadeira é uma atividade humana ora qual as crianças são introduzidas

constituindo-se em um modo de assimilar e recriar a experiência sócio-cultural dos adultos".

Brincar é uma necessidade da criança, uma forma de interagir com o meio social. Por

meio da brincadeira a criança vai se constituindo como sujeito, (WAJSKOP,2007:28). Através

da brincadeira a criança é capaz de modificar a realidade e dar-lhe um novo sentido passando a

adquirir um novo significado.

As coisas podem representar outras diferentes do que elas realmente são. Garantir esse

espaço à criança é necessário a fim de que a mesma possa ampliar seus caminhos e o campo das

descobertas.

Segundo Vygotsky (REGO,2004), a brincadeira passa por três etapas: imaginação,

imitação e a regra. Toda situação imaginária traz em si regras de comportamento, ao

desempenhar papéis sócias, como: vendedor, professor, médico, no qual a criança através da

Page 5: Projeto parque na Escola

ESTADO DE MATO GROSSOSECRETARIA DO ESTADO DE EDUCAÇÃO

ASSESSORIA PEDAGÓGICA DE BARRA DO GARÇAS – MTESCOLA ESTADUAL SENADOR FILINTO MULLER

imitação se esforça para se aproximar de tal papel. Esse esforço permite que a mesma atue em

um nível superior ao que se encontra.

Ao brincar a criança vê-se maior do que já é, salta da zona de desenvolvimento real para a

proximal, compreendem e resolvem problemas, levantam hipóteses, vivenciam papéis,

confrontam opiniões contrárias as suas, vivenciam conflitos, aprendem a cooperar, resolver,

solucionar, compartilhar, compreender regras e criar outras.

O ato de brincar tem sido sempre uma marca fundamental para vivenciar a infância.

Nessa etapa da vida humana é importante que as crianças tenham a oportunidade de vivenciar

brincadeiras, faz-de-conta e situações lúdicas. Quando a criança não as vivenciam, a sensação é a

de que existiram lacunas no desenvolvimento humano. A brincadeira é o modo através do qual a

criança tem a possibilidade de se desenvolver socialmente, cognitivamente e culturalmente.

"Brincar é uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento da identidade e da

autonomia. (...) Nas brincadeiras as crianças podem desenvolver algumas capacidades

importantes, tais como a atenção, a imitação, a memória, a imaginação. Amadurecem, também,

algumas capacidades de socialização, por meio da interação e da utilização e experimentação de

regras e papéis sociais." (RCNEI,1998:22)

O brincar é mais do que uma distração, é uma linguagem na qual a criança revela uma

forma de pensamento. Através da brincadeira a criança situa-se no espaço em que vive, constrói

a idéia de si e do outro, experimenta, fala, age, interpreta, interage, enfim desenvolve habilidades

essenciais para uma melhor compreensão do mundo.

Quando há interesse, o aprendizado ocorre. Considerar o grau de interesse das crianças

por determinados assuntos é uma forma de perceber a sua realidade como uma possibilidade de

articular suas vivências com a aprendizagem.

A maneira como a criança brinca e desenha reflete de maneira implícita na forma como

esta lida com a realidade. Ao mesmo tempo em que se diverte, constrói laços de amizade,

compartilha o funcionamento de um grupo, aprende a respeitar limites e a ceder para que o outro

Page 6: Projeto parque na Escola

ESTADO DE MATO GROSSOSECRETARIA DO ESTADO DE EDUCAÇÃO

ASSESSORIA PEDAGÓGICA DE BARRA DO GARÇAS – MTESCOLA ESTADUAL SENADOR FILINTO MULLER

também se satisfaça. É um processo constante de construção da consciência de si mesmo e do

outro (Oliveira, Vera Barros, 1992). Brincar é estar junto com outro, sentir seu olhar, gestos e

feições, o brincar aproxima e une as pessoas.(ESTEVES, 1956 ; LEITE, 1961).

Para as crianças que ainda não conseguem expressar-se oralmente, o brincar serve como

uma alternativa para realizar a sua leitura do mundo. O envolvimento com as artes, a utilização

do corpo é bastante utilizada como recurso para possibilitar a expressão: movimentos, gestos,

entre outras formas fazem parte dessa descoberta, conforme (ESTEVES, 1956 ; LEITE, 1961):"

Temos na arte-educação, vários significados que constituem uma forma especial de linguagem.

Formas de ser da criatura humana que dificilmente são verbalizadas ou expressas pelas palavras,

podem ser expressas, através do desenho, da pintura, da escultura, da música, da dança e do

teatro."

O brinquedo e o brincar são indispensáveis para a formação da estrutura e repertório

mental, em que a criança utiliza-se deste meio para descobrir, mudar, repetir, construir ou até

mesmo rejeitar sua realidade, no qual aos poucos evolui numa forma cada vez mais abstrata,

organizada e significativa.

Conforme (OLIVEIRA, 1992), quanto mais a criança interage com a realidade externa, mais ela

tem necessidade de uma organização interna, ágil e coerente, a fim de arquivar suas experiências

e utilizá-las de modo adequado.

Desta forma com a ampliação da realidade externa, mais se faz necessário que seja

ampliado sua realidade interna para que a estruturação mental se desenvolva com conexões

internas ágeis e funcionais.

Segundo Moyles (2002), brincar pode ser visto tanto como processo quanto como modo.

Como modo, é interno, afetivo e natural. Como processo pode ser manifestado externamente pela

criança ou pelo adulto. Configuram: brincar livre (modo) e o dirigido (processo).

O brincar torna-se dirigido quando o professor utiliza-se da mediação nas inter-relações e

na forma do brincar. Tal intervenção proporciona as crianças uma gama de novas possibilidades

Page 7: Projeto parque na Escola

ESTADO DE MATO GROSSOSECRETARIA DO ESTADO DE EDUCAÇÃO

ASSESSORIA PEDAGÓGICA DE BARRA DO GARÇAS – MTESCOLA ESTADUAL SENADOR FILINTO MULLER

de explorar o brinquedo, assim como amplia o repertório conceitual e mental, como um todo. O

brincar dirigido, dá a possibilidade de ampliar capacidades e proporcionar avanços para a

aprendizagem e desenvolvimento do sujeito.

"Por meio do brincar dirigido as crianças têm uma outra dimensão e uma nova variedade

de possibilidades estendendo-se a um relativo domínio dentro daquela área ou atividade.

(MOYLES,2002:33)

O brincar livre seria a exploração inicial das crianças sobre o ambiente e objetos que

estão disponíveis. Neste momento as crianças em conjunto (ou não) organizam como, onde e

quem irá brincar, a partir daí se divertem da forma que definirem.

Por meio do brincar livre, exploratório, as crianças aprendem alguma coisa sobre

situações, pessoas, atitudes e respostas, materiais, propriedades, texturas, estruturas, atributos

visuais, auditivos e cinestésicos. (MOYLES,2002:33)

Estas duas formas de brincar podem ser utilizadas em conjunto. No primeiro momento o

professor pode aproveitar o brincar livre para identificar preferências e formas de se organizarem

e utilizar estes dados para planejar atividades futuras. Depois de um certo tempo ele poderá

orientar estas brincadeiras, sem desconsiderar o "jeito" das crianças, em concordância com

Moyles (2002), canalizar a exploração e a aprendizagem do brincar levando as crianças a um

estágio mais avançado de entendimento.

Page 8: Projeto parque na Escola

ESTADO DE MATO GROSSOSECRETARIA DO ESTADO DE EDUCAÇÃO

ASSESSORIA PEDAGÓGICA DE BARRA DO GARÇAS – MTESCOLA ESTADUAL SENADOR FILINTO MULLER

Cronograma Financeiro

994,00

1.071,00

4.080,00

Produto Valor unitário

Escorregador 994,00

Playground 1.071,00

Brinquedolandia 4.080,00

Gira-gira 1.150,00

Cesta de basquete 584,00

Trave de gol 441,00

Gangorra 751,00

Cama elástica 1.659,00

Adequação do espaço 2.000,00

Total de gastos 12.730,00

Page 10: Projeto parque na Escola

ESTADO DE MATO GROSSOSECRETARIA DO ESTADO DE EDUCAÇÃO

ASSESSORIA PEDAGÓGICA DE BARRA DO GARÇAS – MTESCOLA ESTADUAL SENADOR FILINTO MULLER

Conclusão

É importante que a criança sinta e vivencie o espaço escolar como um ambiente prazeroso

em que a aprendizagem deve ocorrer sem precisar estar desvinculada do prazer, da fantasia e da

ludicidade. E o espaça onde surgem novas idéias, novas formas de ver o mundo, possibilitando à

criança descobertas e o enfrentamento à novos desafios. Passando a identificar novos

significados e aprendendo a respeitar o outro.

A brincadeira deve ser uma espaço para promoção de avanços. (REGO,2004:10). O

professor pode aproveitar o prazer que decorre das brincadeiras para articular com o aprendizado

das áreas do conhecimento tornando a aprendizagem um momento prazeroso e não cansativo. O

modo como o professor envolve a turma pode caracterizar uma relação de prazer para a criança

pelo que se aprende na escola.

Contudo não devemos esquecer e por meio da brincadeira a criança constrói normas de

organização, respeito, compreensão, onde a criança aprende a viver em grupo respeitando o

espaço do próximo, desenvolvendo o físico, o emocional, cognitivo e social. Por isso é de suma

importância valorizar a ludicidade na sala de aula e trabalhar através de brincadeira valores

importantíssimos para o convívio em sociedade.

Page 11: Projeto parque na Escola

ESTADO DE MATO GROSSOSECRETARIA DO ESTADO DE EDUCAÇÃO

ASSESSORIA PEDAGÓGICA DE BARRA DO GARÇAS – MTESCOLA ESTADUAL SENADOR FILINTO MULLER

REFERÊNCIAS

BRASIL,MEC. Referencial Curricular para a Educação Infantil. Volume 2. 1998, BRASILIA

MALUF, Ângela Cristina Munhoz.Brincar : prazer e aprendizado. 5ª edição, Ed.Vozes, Petrópolis,Rio de Janeiro:2007

KAMII, Constance. Reinventando a aritmética: implicações da teoria de Piaget, Ed. PAPIRUS, Campinas-SP

REGO, Teresa Cristina> Vygotsky : uma perspectiva histórico-cultural da educação. Ed. Vozes, Petrópolis,RJ, 1995

SPIGOLON, Raquel. A importância do lúdico no aprendizado- Campinas,SP:2006