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REAÇÃO ADVERSA A MEDICAMENTO Dr. MAGNUS SÉRGIO Farmacêutico bioquímico Prof. de Farmacologia – UNP/Natal

Reação

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REAÇÃO ADVERSA A MEDICAMENTO

Dr. MAGNUS SÉRGIOFarmacêutico bioquímico

Prof. de Farmacologia – UNP/Natal

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REAÇÃO ADVERSA A MEDICAMENTO 1) Introdução

Constitui um problema importante para o profissional de saúde São causas importantes de hospitalizações Aumento de tempo de hospitalização - (permanência) Causa óbito Influencia negativamente a confiança no médico Aumento de custos Atrasa os tratamentos (pode assemelhar-se a enfermidades)

Conceito de RAM - (Segundo a OMS) É qualquer reação indesejada ou prejudicial não intencional

que ocorra após a administração de um medicamento em doses terapêuticas, usados no homem para profilaxia, diagnostico e tratamento.

Doses elevadas (acidentais ou intencionais)

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REAÇÃO ADVERSA A MEDICAMENTO 2) Termos utilizados:Reação adversa, efeito adverso e doença iatrogênica # (segundo Laporte e Capela)

# Evento adverso – injuria sofridaDose do medicamento incorreta / para (+) ou para (-)Dose omitidaVia de administração não especificadaHorário de administraçãoComplicações administrativasComplicações medicas, da enfermagem, farmacêuticos...

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REAÇÃO ADVERSA A MEDICAMENTO 3) Classificação e mecanismo de produção das RAMs, segundo Laporte e Capela: (1989)

É de difícil classificação Conhecimento do mecanismo Domínio da farmacocinética e farmacodinâmica Conhecimento da bioquímica, anatomia, fisiologia e da patologia

Efeitos tóxicos (super dosagem relativa). Neste caso o medicamento e administrado em doses

terapêuticas. Alterações funcionais

A) A super dosagem absoluta (segundo a definição) Patologia renal Aminoglicosídeos – ototoxicidade Digitálicos – intoxicação digitálica Patologia hepática Paracetamol Etanol

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REAÇÃO ADVERSA A MEDICAMENTO B) Efeitos colaterais Inerente a ação farmacológica do medicamento Indesejável em um determinado momento do TTTProlongamento da ação farmacológica principal

Broncoespasmo produzidos pelos bloqueadores beta a hipinose provocada pelos ansioliticos – GABAergicos Arritimias provocada pelos glicosideos Sedação provocada por alguns anti-hipertensivos e anti-histaminicos Almento da freqüência cardíaca provocada por alguns antiasmáticos,

antimuscarinicos (anticolinergicos) e simpaticomimeticos Convulsões que podem ser causadas pelo uso da penicilina (anti GABA), cafeína A hipopotassemia produzida pelo uso dos diuréticos tiazidiscos

(hidroclorotiazida) e corticosteróides Hiperpotassemia pela espironolactona Infecção fungica pelo uso de corticosteróides – migração, imunidade Depressão respiratória provocada pelo álcool, morfina e barbitúricos Aborto induzido pelo misoprostol Irritação gástrica produzida pelo uso de AAS

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REAÇÃO ADVERSA A MEDICAMENTO C) Efeitos secundários

Não são devidos a ação farmacológica do medicamentoÉ uma conseqüência do efeito buscado

O enfraquecimento dos ossos e dentes provocado pelo uso da tetraciclina

O aparecimento de uma infecção fúngica provocada pelo desequilíbrio da flora em uso de antimicrobianos

Hemorragias pelo uso de antimicrobianos Reações rebote como a provocada pela clonidina ( anti-

hipertensivo ), álcool, BZD... O efeito curare produzidos por aminoglicosideos Tosse seca provocada pelo captopril

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REAÇÃO ADVERSA A MEDICAMENTO D) Efeitos teratogênicos A, B, C, D, X.  

Teratismo - Monstruosidade, monstroTeratologia- Estudo das deformações ou monstruosidades

orgânicas.  

Classificação da teratogenicidade segundo o FDA A- estudos bem controlados não demonstra riscoB- Não foi demonstrado risco em animais, não há observação ou estudos bem controlados em mulheresC- Em animais pode ocorre efeitos adversos no feto, os benefícios podem justificar o seu uso em gestantes apesar do riscoD- Baseado em relatos ou em reações adversas, há algum risco ao feto humano, os benefícios potenciais podem justificar o usoX- Anormalidades fetais em animais e no homem, os riscos envolvidos decididamente contra-indicam o seu uso em gestantes.

Provocadas pela talidomida (hipnótico não barbitúico) Provocadas pelos anticonvulsivantes

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REAÇÃO ADVERSA A MEDICAMENTO E) Reação de hipersensibilidade (anafilaxia)

Sensibilização previa Participação do sistema imunológico Sem relação com a dose Liberação de mediadores Reação anafilática a penicilina, dipirona e AAS, alimentos,

insetos, plantas

F) Efeitos ideossincrásicos (inesperadas e inesplicadas) Reações nocivas Às vezes fatais Ocorrem em uma minoria Sensibilidade a um determinado produto Polimorfismo genético

Hipertermia maligna em pacientes que fazem uso de anestésicos halogenados e com uso de succinilcolina

Anemia hemolítica provocada pela primaquina (antimalárico) em negros do sexo masculinos

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REAÇÃO ADVERSA A MEDICAMENTO G) Tolerância

Uso continuo / mesma dose / intensidade dos efeitos Dose maiores / mesmo efeito Farmacocinética e farmacodinâmica

Provocada pelos barbituricos, ansioliticos, morfina, etanol

4) Classificação das RAMs, segundo Rawlins e Tompson:

São divididas em dois grandes gruposConsiderada por alguns mais adequada

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REAÇÃO ADVERSA A MEDICAMENTO Tipo – A ou tipo - I

Reações resultantes de um efeito farmacologico exagerado, administrado em dose tarapêutica.

Baixa mortalidade, alta morbidade e alta incidência Farmacologicamente previsíveis Dependentes da dose (reajuste) São resultantes de:

# Superdosagem relativa, efeito colateral, interações medicamentosas e alterações da forma farmacêutica.

# Hemorragia pelo uso de varfarin # Hipoglicemia pelo uso de glibenclamida # Sonolência pelo uso de BZD # Hipotensão pelo uso de anti-hipertensivos # Efeito anticolinérgico de alguns antidepressivos e anti-

histamínicos # Flebite pelo uso de cefradina por via I.V. (não ocorre pela via

oral) # Fenilbutazona interagindo com varfarin # Efeito citotoxico – aminoglicosídeos e paracetamol

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REAÇÃO ADVERSA A MEDICAMENTO Tipo – B ou tipo - II

as reações que possuem efeitos farmacológicos totalmente anormais e inesperados, administrado em dose terapêutica.

Alta mortalidade, baixa morbidade e baixa incidência Farmacologicamente previsíveis Suspensão do medicamento São resultantes de:

# Hipersensibilidade, ideossincrasia, intolerância e alterações na formulação

# Alteração da formulação – tartrazina, metilparabono e cremofor

# Tetraciclina é termosensível, se degrdada pode dar: aminoacidúria, glicosúria, acetonúria, albuminúria, piúria, elevação do nitrogênio plasmatico e fotossensibilidade.

# Granulocitopenia por uso de sulfonamidas # LES induzido por hidralazina # Síndrome de Riley-Day – resposta exagerada com uso de

parassimpaticomiméticos tipo metacolina.11

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REAÇÃO ADVERSA A MEDICAMENTO 5) Classificação das RAMs, segundo Simon Wills e David Brown: (1999)

Problemas da classificação de Rawlins e Tompson segundo Simon Wills e David Brown:

Certas reações não se enquadram no tipo A ou B Reações tipo B são tudo que não esta em A Não estabelece quais as reações não podem estar incluídas na

sua classificaçãoEntão temos:Tipo – A

Relacionada com a dose Previsíveis pelo conhecimento da farmacodinâmica Ocorre em uso do medicamento, desaparece com a retirada Alta incidência

Ex: taquicardia em uso de beta adrenégicos não seletivos (na asma)

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REAÇÃO ADVERSA A MEDICAMENTO Tipo – B

Previsíveis Interação microrganismo com hospedeiro Ocorre em uso do medicamento, desaparece com a retirada Ex: carie pelo uso de xaropes Antibióticos selecionando cepas resistentes

Tipo – C Causada por características físico-químicas e concentração Não é causada pela ação farmacológica Ex: flebite com injetáveis Queimaduras com ácidos Irritação gástrica causada pela forma farmacêutica comprimido

Tipo – D Conseqüência do método de administração Ocorre em uso do medicamento, desaparece com a retirada Ex: fribrose em torno de implantes Infecção no local a injeção

Tipo – E Caracteriza-se pela retirada da droga ou diminuição da dose A reintrodução da droga ocorre melhora do quadro São previsíveis Ex: efeito rebote dos BZD, morfina, nicotina, clonidina, beta-bloqueadores, antidepressivos tricíclicos

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REAÇÃO ADVERSA A MEDICAMENTO Tipo – F

Indivíduos suscetíveis geneticamente Ocorre em uso do medicamento, desaparece com a retirada Ex: hemólise com uso de sulfonamidas, deficiência de G-6PD

Tipo – G Reações genotóxicas Ex: focomegalia pelo uso da talidomida

Tipo – H Ativação do sistema imune Não são farmacologicamente previsíveis Não relacionadas com a dose Ex: choque anafilático

Tipo – U ( não classificadas) Mecanismos não entendidos Não enquadrados nos anteriores Ex: náuseas e vômitos após uso de anestésicos

Obs: uma mesma reação pode se enquadrar em mais de uma classificação Ex: a irritação gástrica produzida pelo AAS, tipo A e C

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REAÇÃO ADVERSA A MEDICAMENTO 6) Classificação das RAMs de acordo com a gravidade:

Leve Não é necessária a retirada Sem antídotos Não requer tratamento

Moderada Exige modificação terapêutica Sem suspensão do fármaco Requer tratamento especifico Prolonga a hospitalização

Grave Potencialmente fatal Suspensão do fármaco Requer tratamento especifico Prolonga a hospitalização

Letal Exige modificação terapêutica Suspensão do fármaco Requer tratamento especifico Prolonga a hospitalização Alta incidência de letalidade

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REAÇÃO ADVERSA A MEDICAMENTO 7) Classificação das RAMs de acordo com a casualidade: (Karch e Lasagna) - (1975)

Definida Segue padrões já conhecidos Reprodutibilidade

Provável Segue padrões razoáveis de reprodutibilidade

Possível Pode ser pelo uso da droga Pode ser por interações Pode ser também pela patologia

Condicional Não segue uma resposta padrão para a droga usada Não pode ser razoavelmente explicada

Duvidosa Reações que não segue os critérios anteriores

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REAÇÃO ADVERSA A MEDICAMENTO Ficha para classificação de reação adversa quanto à causalidade Nome do paciente: _________________________________________ Idade: _____________ Registro: _____________________ Enf./Leito : _____________ Data : _____/_____/____

  

ALGORÍTMO DE NARANJO SIM NÃO NÃO SABE PONTUAÇÃO

1. Há estudos prévios acerca desta reação ? +1 0 0

2. A reação adversa aconteceu depois da administração do medicamento ?

+2 -1 0

3. O paciente melhora quando o medicamento é retirado ou quando se administra um antagonista específico ?

+1 0 0

4. A reação reaparece quando se readministra o medicamento ?

+2 -1 0

5. Excluindo o uso de medicamentos, existem outras causas capazes de determinar o surgimento da reação ?

-1 +2 0

6. A reação reaparece ao se administrar um placebo ? -1 +1 0

7. O medicamento foi detectado no sangue ou outros líquidos orgânicos, em concentrações consideradas tóxicas ?

+1 0 0

8. A reação foi mais intensa quando se aumentou a dose, ou menos intensa quando a dose foi reduzida ?

+1 0 0

9. O paciente já apresentou alguma reação semelhante ao mesmo medicamento ou a um fármaco similar ?

+1 0 0

10. A reação adversa foi confirmada através de alguma evidência objetiva ?

+1 0 0

TOTAL DE PONTOS

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REAÇÃO ADVERSA A MEDICAMENTO

Ficha para classificação de reação adversa quanto à causalidade

Conclusão: ____________________________________________

Tipo de reação Pontuação

definida (provada) 9

provável 5 - 8

possível 1 - 4

duvidosa (condicional) 0

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REAÇÃO ADVERSA A MEDICAMENTO Fatores que predispõem ao aparecimento das RAMs:

Grupo – I ( extremos de idade) Grupo – II (Gênero) Grupo – III (Gestantes) Grupo – IV (Patologias) Grupo – V (Alérgicos) Grupo – VI (Variabilidade genética) Grupo – VII (Polimedicaçao)

Prevenção e tratamento das RAMs: Suspensão Redução da dose Uso de outros medicamentos que não os antídotos específicos

Ondansetrona – 5HT3 / (oncologia) Aumenta a eliminação – intoxicação por fenobarbital Tratamento dos sinais e sintomas Hemodiálise ou diálise peritoneal Uso de antídotos específicos – flumazenil, naltrexona Administração de medidas gerais – repor volume, corrigir pH e Eletrólitos...

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Pela sua atenção,muito obrigado.