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Escola André de Resende Português Nome: ___________________Ano e Turma: _____ Data:___________ "O Cavaleiro da Dinamarca" (resumo da história) Era uma vez um Cavaleiro que vivia na Dinamarca. Aproxima-se o Natal e em sua casa fazem-se os preparativos para o dia de Natal: é uma roda viva em que os criados não param a ultimarem os últimos arranjos para que tudo esteja no lugar certo, nesse dia. As crianças brincam e sonham entretanto, enquanto não chega o tão desejado dia! Assim, finalmente chega a noite de Natal em que todos se sentam à mesa para cear e festejar: o Cavaleiro, a mulher, os filhos, os parentes e os criados (9). A ceia de Natal é passada com muita alegria, em que todos contam as suas histórias e aventuras. Nessa noite de Natal o Cavaleiro comunica à família, aos amigos e e criados, que vai partir em peregrinação à Terra Santa, à gruta onde Jesus nasceu. Pensa chegar lá justamente no dia de Natal do próximo ano (10 e 11). O Cavaleiro parte na Primavera, deixando assim a sua família, a sua casa e a sua floresta. Chega então à cidade mais próxima de sua casa que era um porto de mar. Aqui embarca e chega às costas da Palestina muito antes do Natal. Daqui segue com outros peregrinos para Jerusalém - aí visita todos os lugares santos: Monte do Calvário, Jardim das Oliveiras, águas do Jordão, Lago de Tiberíade, etc. Anda também pelas ruas de Jerusalém e caminha nos montes da Judeia. No dia de Natal ao fim da tarde o Cavaleiro dirige-se à gruta de Belém, no local onde Jesus nasceu e aí reza toda a noite pedindo a Deus: * pelo fim das misérias e das guerras; * pela paz; * pela alegria do mundo; * para que o (Cavaleiro) fizesse um Homem de boa-vontade e um Homem de vontade clara e direita, capaz de amar os outros. Pede também aos Anjos que o protejam e guiem na viagem de regresso a casa, para que ele possa estar no próximo Natal com a família. Passado o Natal ainda se demorou na Palestina, 2 meses, continuando a visitar os lugares santos (14). Em fins de Fevereiro parte de Jerusalém para o Porto de Jafa, com outros peregrinos, entre os quais um Mercador de Veneza. Embarcam no Porto de Jafa e no navio em que seguem sofrem uma tempestade. Passados 5 dias no mar alto, o tempo amainou (15) e entretanto chegam ao Porto da cidade de Ravena, na costa do Adriático, em Itália. Aí admiram as suas belezas (igrejas, monumentos, etc). Como o navio em que seguem viagem está todo desmantelado, o Mercador de Veneza sugere ao Cavaleiro que ele vá com ele até Veneza. E assim foi. Chegam entretanto a Veneza, construída à beira do Mar Adriático e uma das cidades mais poderosas do mundo, na altura. O Cavaleiro fica encantado com a beleza de Veneza e fica alojado no palácio do Mercador. Este, dá muitas festas em sua honra. Em Veneza visita muitas igrejas, mercados, etc., e à noite fazem grandes ceias (17/18). Uma noite, depois da ceia, os dois amigos ficam a conversar à varanda e do outro do lado do canal vê-se um belo palácio, ao qual o Cavaleiro interroga o amigo quem mora ali. Assim e a propósito desse palácio, o Mercador conta ao Cavaleiro a seguinte história: "Era uma vez uma rapariga jovem, bela, com os cabelos loiros muito compridos, brilhantes e perfumados, que vivia sem amor, num lindo palácio, e que se chamava Vanina. Ela era a rapariga mais bonita de Veneza (20), órfã de pai e mãe, ficou a viver com o seu Tutor chamado Jacob Orso. Quando ela era criança foi prometida em casamento a um seu parente chamado Arrigo, um velho veneziano. Aos 18 anos recusou-se a casar com

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Resumo Cavaleiro da Dinamarca

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Page 1: Resumo cavaleiro dinamarca_hp

Escola André de ResendePortuguês

Nome: ___________________Ano e Turma: _____ Data:___________

"O Cavaleiro da Dinamarca" (resumo da história)

Era uma vez um Cavaleiro que vivia na Dinamarca. Aproxima-se o Natal e em sua casa fazem-se os preparativos para o dia de Natal: é uma roda

viva em que os criados não param a ultimarem os últimos arranjos para que tudo esteja no lugar certo, nesse dia. As crianças brincam e sonham entretanto, enquanto não chega o tão desejado dia! Assim, finalmente chega a noite de Natal em que todos se sentam à mesa para cear e festejar: o Cavaleiro, a mulher, os filhos, os parentes e os criados (9). A ceia de Natal é passada com muita alegria, em que todos contam as suas histórias e aventuras.

Nessa noite de Natal o Cavaleiro comunica à família, aos amigos e e criados, que vai partir em peregrinação à Terra Santa, à gruta onde Jesus nasceu. Pensa chegar lá justamente no dia de Natal do próximo ano (10 e 11).

O Cavaleiro parte na Primavera, deixando assim a sua família, a sua casa e a sua floresta. Chega então à cidade mais próxima de sua casa que era um porto de mar. Aqui embarca e chega às costas da Palestina muito antes do Natal. Daqui segue com outros peregrinos para Jerusalém - aí visita todos os lugares santos: Monte do Calvário, Jardim das Oliveiras, águas do Jordão, Lago de Tiberíade, etc. Anda também pelas ruas de Jerusalém e caminha nos montes da Judeia.

No dia de Natal ao fim da tarde o Cavaleiro dirige-se à gruta de Belém, no local onde Jesus nasceu e aí reza toda a noite pedindo a Deus:* pelo fim das misérias e das guerras;* pela paz;* pela alegria do mundo;* para que o (Cavaleiro) fizesse um Homem de boa-vontade e um Homem de vontade clara e direita, capaz de amar os outros.

Pede também aos Anjos que o protejam e guiem na viagem de regresso a casa, para que ele possa estar no próximo Natal com a família.

Passado o Natal ainda se demorou na Palestina, 2 meses, continuando a visitar os lugares santos (14).

Em fins de Fevereiro parte de Jerusalém para o Porto de Jafa, com outros peregrinos, entre os quais um Mercador de Veneza.

Embarcam no Porto de Jafa e no navio em que seguem sofrem uma tempestade. Passados 5 dias no mar alto, o tempo amainou (15) e entretanto chegam ao Porto da cidade de Ravena, na costa do Adriático, em Itália. Aí admiram as suas belezas (igrejas, monumentos, etc).

Como o navio em que seguem viagem está todo desmantelado, o Mercador de Veneza sugere ao Cavaleiro que ele vá com ele até Veneza. E assim foi.

Chegam entretanto a Veneza, construída à beira do Mar Adriático e uma das cidades mais poderosas do mundo, na altura. O Cavaleiro fica encantado com a beleza de Veneza e fica alojado no palácio do Mercador. Este, dá muitas festas em sua honra. Em Veneza visita muitas igrejas, mercados, etc., e à noite fazem grandes ceias (17/18).

Uma noite, depois da ceia, os dois amigos ficam a conversar à varanda e do outro do lado do canal vê-se um belo palácio, ao qual o Cavaleiro interroga o amigo quem mora ali. Assim e a propósito desse palácio, o Mercador conta ao Cavaleiro a seguinte história:

"Era uma vez uma rapariga jovem, bela, com os cabelos loiros muito compridos, brilhantes e perfumados, que vivia sem amor, num lindo palácio, e que se chamava Vanina. Ela era a rapariga mais bonita de Veneza (20), órfã de pai e mãe, ficou a viver com o seu Tutor chamado Jacob Orso. Quando ela era criança foi prometida em casamento a um seu parente chamado Arrigo, um velho veneziano. Aos 18 anos recusou-se a casar com Arrigo porque o achava velho, feio e maçador. Deste modo, Jacob Orso fechou-a em casa e ela só podia sair ao domingo para ir à missa. Durante a semana suspirava e bordava. À noite, quando todos adormeciam, Vanina ía para a varanda do seu quarto e aí penteava os seus lindos cabelos loiros e perfumados. Os jovens rapazes de Veneza vinham ver Vanina a pentear-se, mas nenhum se aproximava dela com medo do seu Tutor, pois ele se soubesse de alguma coisa matá-los-ía certamente.

Um dia, chegou a Veneza um homem que não temia Jacob Orso, que se chamava Guidobaldo e era capitão de um navio. O seu cabelo preto era azulado como a asa de um corvo, a sua pele estava queimada pelo sol e pelo sal. Era um belo navegador, forte e destemido, com uma capa escura.

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Certa noite Guidobaldo passou de gôndola no canal em frente ao palácio de Vanina e sentiu o maravilhoso perfume dos seus cabelos. Levantou a cabeça e viu-a a pentear os cabelos: disse-lhe então que os seus cabelos mereciam um pente de oiro, ao que Vanina lhe atirou o seu pente de marfim. Na noite seguinte, à mesma hora, Guidobaldo mandou-lhe um pente de oiro para ela se pentear e assim ficaram namorados.

Ao fim de um mês, Guidobaldo pediu Vanina em casamento a Jacob Orso mas este recusou e ameaçou matá-lo (com 7 homens e 7 punhais), dizendo-lhe também que só tinha um dia para sair da cidade, até ao pôr-do-sol (24). Nessa noite de Outubro, Guidobaldo foi buscar Vanina ao palácio e fugiram: antes de deixarem Veneza casaram na capela dos marinheiros e depois nunca mais ninguém os viu.

Na manhã seguinte as aias foram avisar Jacob Orso que Vanina não estava e ele mandou procurá-la em todos os lados. Mandou navios à sua procura para norte, sul, oriente e ocidente, mas nunca mais os encontraram. E assim acabou a história de Vanina".

Entretanto o Cavaleiro andou mais um mês em passeios e festas com o Mercador de Veneza (27). Este convidou-o para ser seu sócio nos negócios mas ele recusou por causa da família, amigos e criados.

Passados 3 dias o Cavaleiro partiu montado num cavalo oferecido pelo seu amigo, em direcção a Florença.

Em Abril, o Cavaleiro já tinha caminhado muito. Passou por Ferrara, Bolonha e no princípio de Maio chegou a Florença (28). Em Florença ficou hospedado em casa dum Banqueiro de nome Averardo, que lhe tinha sido recomendado pelo Mercador de Veneza. Aí o Cavaleiro ficou espantado com as histórias que ouviu em casa do banqueiro, pois na Dinamarca ele costumava procurar a companhia de trovadores e viajantes que lhe contavam histórias lendárias e as suas aventuras, e, em casa do banqueiro, os temas das conversas eram outros: os movimentos do Sol e da luz; os mistérios do Céu e da Terra; a matemática, a astronomia, a filosofia, as estátuas antigas, as pinturas, o passado, o presente, o futuro, a poesia, a música, a arquitectura, etc.

Na noite em que o Cavaleiro chegou a Florença, à ceia, houve um amigo de Averardo, Filippo, que contou várias histórias, entre as quais a do pintor Giotto. Foi assim:

"Esta história passou-se há mais de 100 anos (31) numa manhã de Primavera, em Itália: Cimabué, o 1º pintor de Itália, quando voltava de uma viagem viu desenhos muito bonitos pintados nas rochas/pedras/rochedos de uma colina. Encontrou então no meio do campo, a pintar, um pastor, um rapazito com 12 anos que se chamava Giotto, e que vivia nos montes e guardava o seu rebanho, as suas ovelhas.

Cimabué gostou tanto daqueles desenhos que convidou o rapazito para ele vir com ele para Florença, ser seu discípulo e aprender a sua arte. O rapazito foi e assim se tornou o pintor mais célebre daquele tempo, em Itália."

Em seguida, Filippo contou uma outra história sobre Dante, um escritor, e que era amigo de Giotto. Foi assim:

"Dante era um rapaz com 9 anos (34), amigo de Giotto, e que gostava de uma rapariga chamada Beatriz, jovem como ele. Ela era a criança mais bela de Florença. Passados uns anos Beatriz morre e Dante teve um grande desgosto. Assim, para esquecer o desgosto começou uma vida de loucuras e erros. Até que um dia, 8 de Abril de 1300, perdeu-se na floresta e viu à sua frente um leopardo, um leão e uma loba. Entretanto viu passar uma sombra e chamou-a para lhe pedir ajuda. Esta sombra era a sombra de Virgílio, o poeta morto há mais de mil anos, e disse a Dante que vinha ali da parte de Beatriz para o guiar até ela. Então, Dante seguiu Virgílio e passaram a porta do Inferno onde viram muitas desgraças. A seguir passaram pelo Purgatório onde as almas rezavam e estavam a caminho do Paraíso. Chegaram então ao Paraíso Terrestre que fica no cimo do Monte do Purgatório. Então aí encontrou Beatriz que o levou até ao décimo Céu e lhe disse para ele voltar à Terra e ensinar os homens o Bem. E assim foi. Depois Dante escreveu um longo livro, como ela lhe tinha pedido, chamado "A Divina Comédia" no qual contou a sua viagem através do reino dos mortos (39).

Depois de ter atravessado os 3 países da morte, Dante regressou a Florença, numa altura em que a Itália estava em grandes lutas políticas: havia 2 partidos: os Gibelinos e os Guelfos. Dante era Gibelino e em 1300 foi eleito para o Governo da cidade de Florença. Mais tarde, o seu partido foi vencido e o poeta foi exilado. Foi condenado a ser queimado vivo e por esse motivo fugiu e viveu até ao fim da sua vida noutras cidades de Itália. Separado de Beatriz pela morte e separado de Florença pela injustiça dos Homens levou-o então a escrever o livro atrás referido."

O Cavaleiro durante a sua estadia em Florença, passeava de dia na cidade e à noite ouvia as sábias conversas dos amigos de Averardo (41/42). Este, convidou o Cavaleiro para se estabelecer em Florença mas ele recusou por causa da família e criados.

Passados 3 dias o Cavaleiro deixou Florença e viajou até ao porto de Génova para embarcar num navio que subisse a Itália, seguisse até Bruges, Gand e Antuérpia.

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Perto de Génova adoeceu (do sol ou da água) e foi então recolhido num convento pelos frades que o salvaram (43) pois ele já delirava e via coisas imaginárias. Entretanto a febre baixou e nisto passaram-se dois meses e meio.

Dirigiu-se então, já no fim de Setembro para Génova. Seguidamente passou em Bruges (Bélgica), atravessou os Alpes, a França e chegou à Flandres já no Inverno. Seguidamente foi para Antuérpia e aí procurou um Negociante Flamengo que o Banqueiro Averardo lhe tinha recomendado.

Foi ter a sua casa e ao jantar achou um sabor invulgar na comida pois a mesma estava temperada com especiarias e ele nunca as tinha provado.

Chegou entretanto um dos Capitães dos navios do negociante flamengo, com 3 cofres cheios de pérolas, ouro e pimenta. Entretanto cada um começou a contar as suas viagens pelo mundo fora, à conquista de novos mundos, em caravelas e na companhia de portugueses (Pêro Dias) - (48 à 57).

Uma vez mais o negociante flamengo propôs ao Cavaleiro que ele ficasse em Antuérpia e viajar nos seus navios, mas ele, uma vez mais, recusou.

No dia seguinte, o Cavaleiro, já no mês de Novembro, partiu à viagem.Caminhou durante longas semanas e na antevéspera do Natal, ao fim da tarde, chegou a

uma pequena povoação, perto da sua floresta e aí foi recebido com muita alegria.Na madrugada do dia seguinte, dia 24 de Dezembro, partiu novamente. Ao fim de percorrer 3

km entrou na grande floresta. Passou por uma aldeia de lenhadores (63) onde foi também muito bem recebido. Continuou sempre a caminhar no seu cavalo, através da floresta, mas já com grande dificuldade, por causa do frio e do cansaço. Rezou então em direcção ao Céu, a Oração dos Anjos. Quando chegou, viu o grande pinheiro ao lado da sua casa todo iluminado e enfeitado com pequeninas estrelas: tudo isto foi feito para ele se poder guiar.

Esta história foi contada de boca em boca nos países do Norte e é por isso que na noite de Natal se iluminam os pinheiros (73).

A Dinamarca

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Dinamarca

Ano de adesão à União Europeia: 1973Sistema político: Monarquia ConstitucionalCapital: CopenhagaSuperfície: 43 094 km²População: 5.4 milhões de habitantesMoeda: coroa dinamarquesaLíngua oficial: Dinamarquês

O território da Dinamarca é constituído pela península da Jutlândia (Jylland) e cerca de 400 ilhas, 82 das quais são habitadas, sendo Funen (Fyn) e a Zelândia (Sjælland) as maiores

A Dinamarca possui um importante sector da pesca e uma grande frota mercante. As suas principais indústrias concentram-se nos sectores alimentar, químico, de maquinaria, da metalurgia, dos equipamentos electrónico e de transporte, da cerveja, do papel e da madeira. O turismo ocupa também um lugar importante na actividade económica do país.Do século VIII ao século X, os dinamarqueses, então conhecidos por Viquingues, juntamente com os noruegueses e os suecos, colonizaram, invadiram e praticaram o comércio nos quatro cantos da Europa. Hoje, os dinamarqueses orgulham-se de viver num Estado que assegura uma sólida protecção social a todos os seus cidadãos.

A Dinamarca é uma monarquia constitucional regida pela Constituição de 1953. O Parlamento unicamaral, ou Folketing, é composto por 179 deputados eleitos.Entre os mais célebres dinamarqueses contam-se o famoso escritor de contos infantis, Hans Christian Andersen(O patinho feio; O soldadinho de chumbo, A pequena sereia, entre muitos outros), a escritora Karen Blixen e o designer Arne Jacobsen. O cinema dinamarquês ganhou fama internacional graças ao realizador de cinema experimental, Lars von Trier. Entre as especialidades culinárias, refira-se, por exemplo,

smørrebrød (uma espécie de canapés), as batatas cozidas ou caramelizadas, a couve-rouxa e os assados de carne de porco ou de pato.

O Cavaleiro da Dinamarca - resumo

O Cavaleiro da Dinamarca conta a história de um nobre dinamarquês que vivia naquele frio e gélido país do Norte da Europa. Numa noite de Natal, o Cavaleiro, reunido com toda a sua família à volta da lareira, anunciou que tinha decidido partir em peregrinação até Jerusalém, na Terra Santa. A longa viagem, que começaria na Primavera, não permitiria ao Cavaleiro passar o Natal seguinte, em casa. A mulher, os filhos e os criados,

que muito o estimavam, ficaram muito tristes por essa longa ausência. Então, o Cavaleiro prometeu que, realizada a viagem, voltaria, dali a dois anos, a tempo da noite de Natal. O Cavaleiro partiu de barco. Ao longo da sua viagem por várias terras, teve muitas experiências e aventuras, durante as quais lhe foram oferecidas riquezas e adquiriu conhecimento, ouvindo histórias e visitando lugares maravilhosos.

Chegando a Jerusalém, rezou nos Jardim das Oliveiras, banhou-se nas margens do rio Jordão e passou a noite de Natal na gruta de Belém, demorando-se cerca de dois meses na Palestina.

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No regresso, conheceu um mercador de Veneza com quem fez amizade. Juntos visitaram as maravilhosas cidades do mar Mediterrâneo, entre as quais Jaffa e Ravena, antes de chegarem a Veneza, onde o Cavaleiro ficou hospedado, durante algum tempo, no palácio do mercador. O Cavaleiro deliciou-se com os muitos monumentos da linda cidade e com as mercadorias mais exóticas de todo o mundo que ali passavam. Um dia, num jantar entre amigos, o mercador contou-lhes a história de Jacob Orso e da sua pupila Vanina, com quem o tutor queria casar um dos seus familiares. Mas quis o destino que

Vanina se apaixonasse, numa noite de lua cheia, por Guidobaldo, um capitão de um navio. Este, que passava de gôndola, vendo, durante algum tempo, Vanina pentear o seu longo cabelo dourado na varanda, elogiou-lhe a sua beleza. Em agradecimento, Vanina atirou-lhe o seu pente de marfim e, mais tarde, fugiram juntos num navio, rumo à felicidade. Passado alguns dias, o Cavaleiro decidiu partir e o mercador ofereceu-lhe um cavalo que o levou pelo Norte de Itália.

Visitou Ferrara, Bolonha e Florença, onde ficou hospedado em casa do banqueiro Averardo e onde escutou as maravilhosas histórias do pintor Giotto, do seu mestre Cimabue e de Dante, e do amor deste por Beatriz, prematuramente falecida e que o poeta encontrou, em sonhos, no Paraíso. Em

seguida, o Cavaleiro tentou tomar um navio em Génova, mas ficou doente, antes de chegar a esta cidade, recolhendo-se num convento, onde foi tratado pelos monges com ervas e plantas naturais. Quando conseguiu chegar a Génova, já todos os barcos tinham partido. O Cavaleiro decidiu então retomar, a cavalo, a sua viagem de regresso, em direcção ao norte.

Em Antuérpia, foi recebido por um banqueiro amigo de Averardo e, num jantar, conheceu um capitão que lhe mostrou três cofres: um, com pérolas, outro, com ouro, e

outro, com pimenta, cofres trazidos de uma viagem da rota dos Portugueses pela África. No dia seguinte, o Cavaleiro, já muito atrasado, partiu a cavalo e, no dia 24 de Dezembro, véspera de Natal, chegou à região onde ficava a sua casa. Aqueceu-se na casa de uns lenhadores, na floresta e, quando já estava a anoitecer, partiu com intenção de cumprir a sua promessa. Mas o escuro e a neve, que entretanto tinham caído, apagaram todos os trilhos dos caminhos e o Cavaleiro perdeu-se. Numa noite escura, onde apenas se distinguiam os olhos dos lobos e se ouvia o som de um urso que se aproximava, o Cavaleiro pediu aos animais uma trégua, naquele dia santo, e eles afastaram-se. Por isso, o Cavaleiro fechou os olhos e rezou a Deus.

Quando os abriu, viu ao longe uma claridade que pensou ser uma fogueira feita por algum lenhador. Mais animado, prosseguiu a viagem e, ao aproximar-se, verificou que a claridade, que se tornava cada vez mais intensa, iluminava tudo à sua volta. Foi, então, que o Cavaleiro deparou, muito surpreendido, com a sua casa e com o grande pinheiro do seu jardim iluminado, que os anjos tinham enfeitado com milhares de estrelas para lhe mostrar o caminho.Foi assim que nasceu a tradição do pinheiro de Natal, decorado e iluminado, que a família do Cavaleiro, em memória daquela ajuda divina, passou a fazer todos os anos. Da Dinamarca, este costume espalhou-se para o resto do mundo.