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Práticas e modelos A.A. das BE - DRELVT - T1 Sessão 7 – 2ª parte Tendo por base a amostra de relatórios de avaliação externa estudados na 1ª parte da tarefa desta sessão, foi efectuada uma análise e comentário crítico à presença de referências a respeito das BE, nesses Relatórios. Encontramo-nos, aqui, perante a avaliação externa de duas escolas/agrupamentos com enquadramentos locais e regionais distintos, assim como respectivas populações escolares e que revelam diferentes níveis estruturais de organização que os colocam em diferentes patamares. O Agrupamento de Escolas Conde de Oeiras possui identificados os seus pontos fortes e fracos assim como as oportunidades e as ameaças, o que facilita perceber onde estão e para onde querem ir. Desta forma todos os actores desta estrutura organizacional educativa conhecem o seu papel. Este agrupamento desenvolveu recentemente um processo de auto-avaliação que, apesar de não ser contínuo, permitiu criar instrumentos de trabalho que ajudam à missão e objectivos traçados relativamente à comunidade que servem. Apesar deste trabalho e de uma avaliação boa, em grande parte dos itens, a importância dada à BE resume-se a seis de entre a totalidade de campos de análise. Assim, segundo o entendimento deste agrupamento de escolas e citado no relatório de avaliação externa, a biblioteca é vista como local com meios para acesso a equipamentos informáticos, entenda-se computadores (de torre e portáteis), com acesso à internet, onde poderão, também, decorrer actividades criativas, no âmbito do PNL, no sentido de estimular o interesse nos alunos e o gosto pela Língua Portuguesa, um projecto que permite proporcionar aos alunos melhorar as aprendizagens. Dá, igualmente relevo à taxa de ocupação mensal e requisição de livros e ao facto de esta se encontrar inserida na Rede de Bibliotecas Escolares. Num outro patamar poderemos encontrar o Agrupamento de Escolas D. Fernando II, onde, segundo o relatório de avaliação externa, revela, que necessita de melhorias a nível da organização para um melhor aproveitamento das valências/vertentes que até já possui mas que só com maior assertividade organizacional no contexto educativo e de gestão escolar poderá chegar mais longe e atingir objectivos definidos no seu PEA. Esta escola/agrupamento revela possuir articulação vertical e horizontal o que dá ideia de existir uma sequência lógica de continuidade entre cada ano de ensino e ciclo de ensino. A BE fica, neste agrupamento, reduzida à simples participação no desenvolvimento de iniciativas no âmbito da dimensão artística, muito longe da realidade da escola/agrupamento anteriormente citado e bastante afastada da verdadeira missão de uma BE. A não referência à BE nos diversos campos de análise de avaliação tratados, de acordo com a estrutura traçada no quadro de referência para a avaliação de escolas e agrupamentos poderá dever-se a diversos factores: -falta de reconhecimento da importância da BE pelos membros da estrutura organizacional de uma escola/agrupamento, por falta de trabalho/invetimento do seu envolvimento na comunidade escolar ou por essa estrutura não compreender na realidade o contributo que a BE pode ter na escola; -falta de visão do topo da estrutura organizacional da escola, a direcção/gestão;

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Práticas e modelos A.A. das BE - DRELVT - T1

Sessão 7 – 2ª parte

Tendo por base a amostra de relatórios de avaliação externa estudados na 1ª parte da tarefa desta

sessão, foi efectuada uma análise e comentário crítico à presença de referências a respeito das BE, nesses

Relatórios.

Encontramo-nos, aqui, perante a avaliação externa de duas escolas/agrupamentos com

enquadramentos locais e regionais distintos, assim como respectivas populações escolares e que revelam

diferentes níveis estruturais de organização que os colocam em diferentes patamares.

O Agrupamento de Escolas Conde de Oeiras possui identificados os seus pontos fortes e fracos assim

como as oportunidades e as ameaças, o que facilita perceber onde estão e para onde querem ir. Desta

forma todos os actores desta estrutura organizacional educativa conhecem o seu papel. Este agrupamento

desenvolveu recentemente um processo de auto-avaliação que, apesar de não ser contínuo, permitiu criar

instrumentos de trabalho que ajudam à missão e objectivos traçados relativamente à comunidade que

servem. Apesar deste trabalho e de uma avaliação boa, em grande parte dos itens, a importância dada à

BE resume-se a seis de entre a totalidade de campos de análise. Assim, segundo o entendimento deste

agrupamento de escolas e citado no relatório de avaliação externa, a biblioteca é vista como local com

meios para acesso a equipamentos informáticos, entenda-se computadores (de torre e portáteis), com

acesso à internet, onde poderão, também, decorrer actividades criativas, no âmbito do PNL, no sentido de

estimular o interesse nos alunos e o gosto pela Língua Portuguesa, um projecto que permite proporcionar

aos alunos melhorar as aprendizagens. Dá, igualmente relevo à taxa de ocupação mensal e requisição de

livros e ao facto de esta se encontrar inserida na Rede de Bibliotecas Escolares.

Num outro patamar poderemos encontrar o Agrupamento de Escolas D. Fernando II, onde, segundo o

relatório de avaliação externa, revela, que necessita de melhorias a nível da organização para um melhor

aproveitamento das valências/vertentes que até já possui mas que só com maior assertividade

organizacional no contexto educativo e de gestão escolar poderá chegar mais longe e atingir objectivos

definidos no seu PEA. Esta escola/agrupamento revela possuir articulação vertical e horizontal o que dá

ideia de existir uma sequência lógica de continuidade entre cada ano de ensino e ciclo de ensino. A BE

fica, neste agrupamento, reduzida à simples participação no desenvolvimento de iniciativas no âmbito da

dimensão artística, muito longe da realidade da escola/agrupamento anteriormente citado e bastante

afastada da verdadeira missão de uma BE.

A não referência à BE nos diversos campos de análise de avaliação tratados, de acordo com a estrutura

traçada no quadro de referência para a avaliação de escolas e agrupamentos poderá dever-se a diversos

factores:

-falta de reconhecimento da importância da BE pelos membros da estrutura organizacional de uma

escola/agrupamento, por falta de trabalho/invetimento do seu envolvimento na comunidade escolar ou

por essa estrutura não compreender na realidade o contributo que a BE pode ter na escola;

-falta de visão do topo da estrutura organizacional da escola, a direcção/gestão;

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-lacuna do IGE na articulação das evidências recolhidas aquando da elaboração do relatório não

assumindo aqui a importância da existência de uma BE na escola;

-etc.

muito mais poderia ser colocado em debate mas, de qualquer forma, a sua existência e o atribuir-lhe

um valor próprio associado à sua missão e valores na escola/comunidade escolar e sociedade (no geral),

quando em parceria e em estreita colaboração e articulação com o PAA, o PCA e o PEA e missão aí

descritos poderá ser um caminho positivo no sentido de ajudar a colmatar lacunas na formação dos

nossos jovens.

Ainda há muito a fazer mas, este processo de reconhecimento da verdadeira identidade de uma BE, a

sua importância para uma escola, na óptica do desenvolvimento dos alunos, começou à bem pouco tempo,

com a redução de 11h na componente lectiva do professor destacado para a função de professor

bibliotecário, pela direcção escolar, de acordo com as suas aptidões profissionais. É no presente ano

lectivo que este professor está a tempo inteiro e será agora que poderá estar nas suas mãos chegar mais

longe, onde outrora não havia possibilidade de alcançar.