Conteúdos:

1. Evolução histórica da educação de infância em Portugal2. Funcionamento das diversas redes de jardins-de-infância3. Dados estatísticos sobre a educação pré-escolar4. A educação pré-escolar no quadro da reforma educativa5. Princípios e objectivos pedagógicos enunciados na lei-quadro da educação pré-escolar6. Fundamentos e organização das orientações curriculares7. Organizações das nações unidas de apoio à criança:U.N.I.C.E.F.O.M.S.U.N.E.S.C.O.

A Educação Pré-escolar em Portugal, à semelhança de outros países europeus,

começou a desenvolver-se no século XIX, altura da progressiva industrialização e do

aumento do trabalho feminino.

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO DE

INFÂNCIA EM PORTUGAL

•No decorrer do reinado de D. Pedro IV, em 1834, foram criadas instituições de apoio a crianças, numa perspetiva de assistência à família.Estas instituições eram sobretudo destinadas a apoio de crianças oriundas de famílias pertencentes a classes sociais desfavorecidas.

Eram denominadas por Casas de Asilo de Infância Desvalida, estando localizadas nas principais cidades do país.

CASAS DE ASILO DE INFÂNCIA DESVALIDASFinalidade - dar

assistência aos pais e dar proteção, educação e instrução às crianças pobres

Idades – Meninos até 7 anos ; meninas até aos 9 anos

Em 1878, já havia 12 Casas de Asilo e foi a partir dessa altura que se começou a utilizar a expressão “ Jardins de infância”

Em 1882, é criado em Lisboa, no Jardim da Estrela, um Jardim-de-Infância público, aquando das comemorações do centenário do nascimento de “Froebel”(pedagogo alemão, nascido em 1782)

Nesse ano(1882) é fundada a “Associação das Escolas Móveis”

que tem comoobjetivo a difusão do método de leitura de João de Deus e que tinha comoprincipal instrumento a Cartilha Maternal.

A Cartilha Maternal, de João de Deus, um método de ensino da leitura e alfabetização.

Este método era bastante diferente dos métodos tradicionais eanunciava “uma revolução pedagógica baseada na eficácia e na rapidez dasaprendizagens

CARTILHA MATERNAL DE JOÃO DE DEUS

Apesar da grave crise económica, que afetou o país, em 1891 é decretada a obrigatoriedade de todas as fábricas com mais de 50 trabalhadores criarem creches,para os filhos das mulheres trabalhadoras, sendo definidas ascondições mínimas de saúde e higiene para o seu funcionamento

Foi na década de 70, concretamente com a “Reforma Veiga Simão”,que a Educação Pré-escolar foi de novo integrada no sistema educativo oficialportuguês. Esta Reforma propunha:

o alargamento da taxa de cobertura à população

o incentivo à criação de escolas de formação de educadores

Esta reforma pretendeu afirmar a igualdade de oportunidades, o direito à educação detodos os portugueses. A ela se deve o alargamento daescolaridade obrigatória para seis anos e a criação da Telescola

A reforma de Veiga Simão não chega a ser totalmente implementada, devido ao golpe militar de 25 de Abril de 1974, que repõe o estado democrático

A Constituição da República Portuguesa, promulgada a 2 de Abril de 1976, refere que

incumbe ao Estado “criar um sistema público de educação pré-escolar

1978- Criação da rede pública de Jardins de Infância do Ministério da Educação

1979 – O M. E. autoriza o funcionamento da Educação pré-escolar em locais, instalações e equipamentos concedidos pelas autarquias , ficando a seu cargo a colocação dos educadores.

1986- Publicação da Lei de Bases do Sistema Educativo

Reconhece a educação pré-escolar no sistema educativo, garantindo que:

Se destina a crianças entre os 3 anos de idade e a idade de ingresso no ensino básico

Compete ao Estado assegurar a existência de uma rede de Educação pré-escolar

Salienta a importância da Educação de Infância como preparação para a escola primária, tornando-a um meio eficaz para o combate ao insucesso escolar.

1997 – Publicação da Lei-Quadro da Educação Pré-Escolar

apresenta a educação pré-escolar como a primeira etapa da educação básica, complementar com a educação familiar,

são publicadas as Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar, que definem apenas um

conjunto de princípios orientadores para apoiar o educador no desenvolvimento da sua prática educativa.

Têm como objectivo concorrer para a melhoria da qualidade da educação pré-escolar