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VIOLLET-LE-DUC 1814-1879

Viollet Le Duc

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ApresentaçãoFicha Técnica Este trabalho tem como objetivo apresentar os princípios e conceitos relacionados ao restauro arquitetônico, sobre a ótica de um dos principais teóricos da história da arquitetura europeia, Eugéne Emmanuel Viollet-Le-Duc, apresentadas em sua obra L’Architecture no texto “Restauro”. Le-duc atuou em uma época na qual a restauração se firmava como ciência, onde as mudanças provocaram a ruptura entre o passado e o presente fazendo crescer o sentimento de proteção de edifícios e ambientes históricos.

Centro Universitário Jorge AmadoTurma de Arquitetura e Urbanismo - 6º SemestreOrientador Marcelo PiresDisciplina Construção e Restauração

Alunos Chawana Bastos, Luciano Batista, Tamires Oliveira

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Nascido em Paris e de origem burguesa desenvolveu seu trabalho na área de restauro de catedrais e castelos medievais.Viollet-le-duc é um dos principais teóricos da história da arquitetura europeia e foi um dos primeiros a teorizar sobre a preservação do patrimônio histórico.

Vida e Obra

Apostava nas novas tecnicas de construção

e na importância da máquina para a criação de um novo estilo para o sec.

XIX.

Este grande teórico foi também arquiteto, desenhista e um escritor prolixo e polêmico em sua época.

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Igreja de Madeleine de Vezelay

Vida e Obra

Em 1840 foi indicado pelo Ministro do Interior para

restaurar a igreja de Vezelay.Em 1846 é nomeado chefe de serviço dos

monumentos históricos e arquiteto da igreja de

Saint Denis.

1858 inicia o restauro do Castelo de Pierrefonds.

Catedral de Notre-Dame, Paris

Castelo de Pierrefonds

Em 1845 ganhou o concurso para a

restauração da Catedral de Notre Dame de Paris

Igreja de Saint Denis

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Restauroda forma a função, da forma a estrtura,

da forma ao programa

“Nada é supérfluo, nenhuma forma que não tenha sido prescrita pelas necessidades; tudo

é pensado, estudado, aplicado ao objeto.”

Foi Viollet-le-Duc um dos primeiros a se opor ao ornamento, que defendeu veemente a estrita vinculação da forma

a função, da forma a estrutura, da forma ao programa.

Porte Narbonnaise em Carcassonne, França

Catedral de Notre-Dame, Paris

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Criticava o Historicismo Eclético por empregar a forma sem analisar a causa e a função.

“Então, ela - a arquitetura do séc. XIX - desprovida de luz que só a razão pode fornecer, tem

tentado se ligar ao medievo, ao renascimento; á procura do emprego de certas formas sem as analisar,

sem descer às causas que as determinaram, vendo nelas unicamente os efeitos, se transformou em neo-grega, neo-romana, neo-gótica; ... se tornou sujeita

à moda ... O fato é que, só é possível ser original com a verdade, que a originalidade não é outra coisa

senão uma das formas assumidas pela verdade para manifestar-se; e estas formas são afortunadamente

infinitas”.

Opera de Paris - Estilo Eclético

Quanto mais útil o elemento estrutural, mais aparente ele deve estar.

Na arquitetura existem duas formas necessárias de ser verdadeiro, em relação ao programa e em relação aos procedimentos.

Teto Catedral de Notre-Dame

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Conceito“RESTAURO - Restaurar um edifício não é conservá-lo, repará-lo ou refazê-lo, é restituí-lo a um estado de inteireza que pode jamais ter existido em um dado momento.”

Castelo de Coucy

“Nenhuma civilização, nenhum povo, em épocas passadas, pretendeu fazer

restauros como nós compreendemos hoje.”

Em relação ao passado Viollet-le-Duc fala que o seu tempo procurou analisá-lo, compará-lo, classificá-lo e formulá-lo seguindo as transformações da humanidade.

O que distingue a sua época é exatamente o estudo menos parcial do passado, provocando o renascimento

político, social, filosófico, artístico e literário

Para ele, ESTILO é a manifestação de um ideal fundado sobre um principio, sendo fundamental para a correta apreensão das suas proposições restaurativas.

Para ele o estilo é um dado estrutural.

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PrincípiosPara Viollet-le-Duc, Vitet foi o primeiro a se preocupar com o restauro criterioso dos monumentos antigos.

O primeiro núcleo de artistas com o intuito de penetrar no conhecimento íntimo das artes esquecidas formou-se em torno dos teóricos Vitet e P. Merimée.

Era necessário ter conhecimento das escolas, seus princípios e meios práticos, assim como dos tipos de cada período

de arte e dos estilos de cada época.

Cada edifício ou cada parte deste deve ser restaurado no estilo que lhe é próprio não só como aparência, mas inclusive como estrutura.

No caso de se refazer partes de monumentos dos quais não restam vestígios, por

necessidades construtivas ou para completar uma obra mutilada, o arquiteto encarregado

deve se imbuir do estilo próprio do monumento cujo restauro lhe foi confiado.

Vitet

P. MeriméeNo começo do século

XIX a Inglaterra e a Alemanha já

ensaiavam técnicas de restauro sobre seus

edifícios.

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Exemplos Ele afirmava categoricamente o perigo tanto de se

reproduzir exatamente o original como de substituí-lo por formas posteriores, e deixa claro que nada deve ser encarado como um dogma, mas como algo relativo

e específico de cada obra.

Le-Duc não conseguia atuar com imparcialidade e sem dogmatismo, propondo soluções que não

respeitavam o edifício, suas marcas, sua história e suas peculiaridades, mas que satisfaziam apenas a pureza

de estilo que ele próprio determinava.

Para restaurar o Castelo de

Pierrefonds Le-Duc buscou inspiração

no restauro do Castelo ded Coucy.

O restauro da Igreja de Saint-Denis foi baseada nos estudos de Vitet.

Na arquitetura medieval cada parte da obra cumpre uma função

e exerce uma ação. É para o conhecimento exato do valor de uma e outra que o arquiteto deve voltar-se antes de empreender o

que quer que seja.

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PolêmicasA quetão do restauro sofreu um grande

preconceito sendo considerado uma fantasia, uma moda, provocando um estado de

desconforto moral na maioria das pessoas que na verdade tinham medo de sair da zona de conforto, acreditando que a descoberta do

novo era uma perda da tradição.

Se o fato é notável no seu conjunto, como poderia ser

irrelevante nos detalhes?

Viollet-le-Duc, baseado na teoria de Anatomia Comparada de Curveir

afirma que “a partir de um perfil é possível deduzir-se o elemento

arquitetônico, e do elemento arquitetônico, o

monumento.

Houve polêmica tambem entre classicos e góticos, onde Le-Duc afirmava que: “A construção gótica,

não é de fato como a construção antiga, monobloco, absoluta nos seus meios ; ela é dúctil, livre e

questionadora como o espírito moderno”

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AdvertênciasSegundo Viollet-le-Duc em uma restauração não se pode substituir as partes retiradas senão por outras, executadas com materiais melhores, mais duráveis e perfeitos. É necessário que em seguida à operação efetuada, o edifício restaurado, passe ao futuro com uma duração maior do que a que ele teve até então.

O melhor meio de conservar um edifício é encontrar-lhe uma destinação e satisfazer

plenamente todas as necessidades que esta destinação impõe.

No texto é destacado tambem a restauração como a melhor forma de conservar o edifício e o uso da fotografia nos estudos ciêntíficos.

“O arquiteto só deve ficar inteiramente satisfeito e colocar os operários na obra quando encontrar a combinação que melhor e mais simplesmente se adeque. (...) Decidir uma disposição a priori, sem tê-la confrontado com todas as informações necessárias, significa cair no hipotético, e nada é

mais perigoso que a hipótese”.

Le-Duc não se contentava em fazer uma reconstituição apenas, ele busca a pureza do estilo, faz reconstituição daquilo que teria sido feito, uma reformulação do

projeto.

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Conclusão O que é importante lembrar e atentar na obra de Viollet-le-Duc é a atualidade de muitas das suas formulações e sua aplicabilidade nas intervenções de restauro atuais: a restauração tanto da função portante do edifício como de sua aparência, o estudo do projeto original como fonte de conhecimento para resolução de problemas estruturais, a importância dos levantamentos detalhados da condição existente, a reutilização do edifício para sua sobrevivência e principalmente, a atuação baseada em circunstâncias e especificidades de cada projeto. Em toda a modernidade do conceito e da prática da restauração em sua época, podemos destacar a visão racionalista e positivista em várias partes de sua fala, principalmente quando aborda o futuro das edificações restauradas.