TESTEMUNHO TESTEMUNHO DE UM MÉDICODE UM MÉDICO

Talvez você já conheça este relato,Talvez você já conheça este relato,

mas é sempre bom rever!mas é sempre bom rever!

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“ “ Eu sou o único filho de uma família Eu sou o único filho de uma família humilde do interior de Minas. Com humilde do interior de Minas. Com

sacrifício e união de todos, eu fui o único sacrifício e união de todos, eu fui o único que teve a chance de estudar, pois que teve a chance de estudar, pois

minhas irmãs não passaram do ensino minhas irmãs não passaram do ensino médio. Mamãe, uma simples costureira, médio. Mamãe, uma simples costureira, ‘gastou’ os seus olhos nas costuras que ‘gastou’ os seus olhos nas costuras que fazia até de madrugada para ajudar o fazia até de madrugada para ajudar o

meu pai. meu pai.

Papai era guarda noturno. Por isso vocês Papai era guarda noturno. Por isso vocês podem até imaginar o sacrifício que podem até imaginar o sacrifício que

fizeram para ter um filho médico! fizeram para ter um filho médico! Quando me formei, jurei a mim mesmo Quando me formei, jurei a mim mesmo que jamais a necessidade bateria em que jamais a necessidade bateria em

nossa porta novamente. Escolhi a nossa porta novamente. Escolhi a ginecologia e obstetrícia, depois de anos ginecologia e obstetrícia, depois de anos

de estudos. de estudos.

Das maiores dificuldades enfrentadas Das maiores dificuldades enfrentadas como médico recém formado, me como médico recém formado, me deparei com a realidade da minha deparei com a realidade da minha

profissão. Ia longe o tempo em que os profissão. Ia longe o tempo em que os médicos ficavam ricos e eu queria mais, médicos ficavam ricos e eu queria mais, eu queria enriquecer, ter dinheiro, e foi eu queria enriquecer, ter dinheiro, e foi

assim que violei o juramento que me fiz, assim que violei o juramento que me fiz, de me formar e dar a vida para salvar a de me formar e dar a vida para salvar a

vida. vida.

Inúmeras crianças eu ajudei a vir ao Inúmeras crianças eu ajudei a vir ao mundo, mas também muitas delas eu mundo, mas também muitas delas eu

não permiti que nascessem. Envolto da não permiti que nascessem. Envolto da responsabilidade de médico, eu responsabilidade de médico, eu

enriqueci escondido sob a faixa da enriqueci escondido sob a faixa da vitalidade. Montei um consultório que em vitalidade. Montei um consultório que em

breve se tornou o mais procurado da breve se tornou o mais procurado da região. Sabe o que eu fazia ? região. Sabe o que eu fazia ?

Eu fazia ABORTO, e como todos que Eu fazia ABORTO, e como todos que cometem este crime, eu dizia a mim cometem este crime, eu dizia a mim mesmo que todas as mulheres teriam o mesmo que todas as mulheres teriam o direito da escolha, e era melhor serem direito da escolha, e era melhor serem ajudadas por um médico, que não ajudadas por um médico, que não corriam riscos, do que procurarem os corriam riscos, do que procurarem os curiosos e clínicas clandestinas, onde o curiosos e clínicas clandestinas, onde o índice de morte e complicações eram índice de morte e complicações eram alarmantes. alarmantes.

E foi assim, cego e desumano o meu E foi assim, cego e desumano o meu ofício da medicina. Eu constituí família, ofício da medicina. Eu constituí família, abastado, rico, nada faltou aos meus abastado, rico, nada faltou aos meus entes queridos. Meus pais... morreram entes queridos. Meus pais... morreram com a ilusão de que o seu filho era um com a ilusão de que o seu filho era um doutor bem sucedido, um vencedor... doutor bem sucedido, um vencedor... Criei minhas filhas com o dinheiro Criei minhas filhas com o dinheiro manchado com o sangue de inocentes. manchado com o sangue de inocentes. Fui o mais vil dos humanos. Minhas mãos Fui o mais vil dos humanos. Minhas mãos que deveriam ser abençoadas para dar que deveriam ser abençoadas para dar a vida, trabalharam para a morte... a vida, trabalharam para a morte...

Eu só parei, quando Deus, em sua infinita Eu só parei, quando Deus, em sua infinita sabedoria, rasgou a minha consciência e sabedoria, rasgou a minha consciência e fez sangrar o meu coração... Fez sangrar fez sangrar o meu coração... Fez sangrar com o mesmo sangue de todos os com o mesmo sangue de todos os inocentes que eu não deixei nascer. inocentes que eu não deixei nascer.

Letícia, a minha filha mais nova, no auge da Letícia, a minha filha mais nova, no auge da vida, deixou de respirar. No seu atestado de vida, deixou de respirar. No seu atestado de

óbito, a ‘causa mortis’ : infecção generalizada. óbito, a ‘causa mortis’ : infecção generalizada.

Letícia, aos 23 anos de idade, engravidou. Letícia, aos 23 anos de idade, engravidou. Engravidou e buscou o mesmo caminho de Engravidou e buscou o mesmo caminho de

tantas outras que me procuraram. O caminho tantas outras que me procuraram. O caminho do aborto. Só soube disso quando nada mais do aborto. Só soube disso quando nada mais

poderia ser feito. poderia ser feito.

Ao lado do leito de morte da minha filha, Ao lado do leito de morte da minha filha, verti as lágrimas de todos os ‘anjinhos’ verti as lágrimas de todos os ‘anjinhos’

que eu matei. Enquanto ela esperava a que eu matei. Enquanto ela esperava a morte, eu agonizava junto. morte, eu agonizava junto.

Foram seis dias de sofrimento...para que Foram seis dias de sofrimento...para que no sétimo dia ela descansasse e partisse no sétimo dia ela descansasse e partisse ao encontro do seu filhinho. Filhinho que ao encontro do seu filhinho. Filhinho que um médico assassino como eu, impediu um médico assassino como eu, impediu

de nascer... Tempo suficiente para de nascer... Tempo suficiente para refletir... reflexão que veio apenas no refletir... reflexão que veio apenas no

início da manhã em que Letícia morreu. início da manhã em que Letícia morreu.

Exausto pelas noites em claro, adormeci Exausto pelas noites em claro, adormeci ao lado de minha filha e sonhei: no meu ao lado de minha filha e sonhei: no meu

sonho, eu andava por um lugar sonho, eu andava por um lugar absolutamente escuro, o ar era quente, absolutamente escuro, o ar era quente,

úmido. Eu queria respirar e não podia. Eu úmido. Eu queria respirar e não podia. Eu queria fugir, mas eu não enxergava a queria fugir, mas eu não enxergava a

saída. O calor aumentava...eu me sentia saída. O calor aumentava...eu me sentia queimar vivo. queimar vivo.

Desesperado, eu fui jogado para um Desesperado, eu fui jogado para um lugar onde um barulho me deixou ainda lugar onde um barulho me deixou ainda mais louco. Eram choros... choros doídos mais louco. Eram choros... choros doídos

de crianças... e no meu pensamento, de crianças... e no meu pensamento, como se um raio me cortasse ao meio, como se um raio me cortasse ao meio,

veio o entendimento! Os choros eram de veio o entendimento! Os choros eram de dor... Eram lamentos, lamentos dos dor... Eram lamentos, lamentos dos

‘anjinhos’ que eu tirei a vida. ‘anjinhos’ que eu tirei a vida.

Era a triste conseqüência dos meus atos Era a triste conseqüência dos meus atos impensados. Os choros aumentavam, os impensados. Os choros aumentavam, os choros ecoavam... ‘Assassino, assassino, choros ecoavam... ‘Assassino, assassino, assassino!’... Alucinado para sair daquele assassino!’... Alucinado para sair daquele

lugar, eu passei a mão no rosto para lugar, eu passei a mão no rosto para secar o meu suor e as minhas mãos se secar o meu suor e as minhas mãos se

mancharam de sangue! Aterrorizado ao mancharam de sangue! Aterrorizado ao fazer aquela constatação, eu gritei com fazer aquela constatação, eu gritei com

a força que me restava nos pulmões: a força que me restava nos pulmões: ‘Deus, me perdoa!’‘Deus, me perdoa!’

Somente assim, eu consegui voltar a Somente assim, eu consegui voltar a respirar normalmente... e num sobressalto respirar normalmente... e num sobressalto

eu acordei. Eu acordei em tempo de eu acordei. Eu acordei em tempo de colher o último suspiro de vida de minha colher o último suspiro de vida de minha

filha Letícia. Letícia, que morreu na filha Letícia. Letícia, que morreu na manhã do dia 3 de Março de 1989. Sua manhã do dia 3 de Março de 1989. Sua

vida foi ceifada pela inconseqüência de vida foi ceifada pela inconseqüência de um médico, por uma infecção um médico, por uma infecção

provocada por um aborto. provocada por um aborto.

Eu sei que através daquele sonho, Deus Eu sei que através daquele sonho, Deus me levou para um lugar onde os me levou para um lugar onde os

‘anjinhos’ ficam quando são ‘anjinhos’ ficam quando são barbaramente impedidos de nascer. barbaramente impedidos de nascer.

Eu entendi, que a partir do momento da Eu entendi, que a partir do momento da fecundação do óvulo, existe vida ! De fecundação do óvulo, existe vida ! De

onde se conclui que eu sou um onde se conclui que eu sou um assassino...Eu não sei se Deus um dia vai assassino...Eu não sei se Deus um dia vai

me perdoar. me perdoar.

Mas, para amenizar a minha culpa, a Mas, para amenizar a minha culpa, a minha dor, eu fechei o meu consultório, minha dor, eu fechei o meu consultório, vendi todos os bens que consegui em vendi todos os bens que consegui em minha vida com a prática do aborto, e minha vida com a prática do aborto, e

com o dinheiro, eu montei uma casa de com o dinheiro, eu montei uma casa de amparo às mães solteiras e me dedico amparo às mães solteiras e me dedico

hoje, gratuitamente a fazer uma hoje, gratuitamente a fazer uma medicina de verdade. Hoje eu sou medicina de verdade. Hoje eu sou

médico de carentes, de desamparados, médico de carentes, de desamparados, desvalidos. desvalidos.

As crianças que vêem ao mundo hoje, As crianças que vêem ao mundo hoje, através das minhas mãos, são filhos que através das minhas mãos, são filhos que

eu adotei. Eu sei que eu tenho uma eu adotei. Eu sei que eu tenho uma missão: trazer vidas ao mundo e dar missão: trazer vidas ao mundo e dar

condições para que as crianças tenham condições para que as crianças tenham um lar feliz, onde o pai é Jesus. um lar feliz, onde o pai é Jesus.

Rezem por mim, rezem por mim... Rezem Rezem por mim, rezem por mim... Rezem para que Deus tenha piedade de mim e para que Deus tenha piedade de mim e que me perdoe, porque eu tenho certeza que me perdoe, porque eu tenho certeza de que eu não fugirei do Juízo Final !” de que eu não fugirei do Juízo Final !”

Testemunho divulgado no programa de rádio do Pe. Testemunho divulgado no programa de rádio do Pe. Marcelo Rossi em 15.09.2000 Marcelo Rossi em 15.09.2000

Rádio América 1410 – AM (diariamente das 9:00 às 10:00 Rádio América 1410 – AM (diariamente das 9:00 às 10:00 hs da manhã) hs da manhã)

Agora, site dedicadoAgora, site dedicadopara que você possapara que você possa

desfrutar, a hora que quiser, desfrutar, a hora que quiser, destas Mensagens;destas Mensagens;

acesse este endereço:acesse este endereço:

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