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ANALGESIA NO PÓS-OPERATÓRIO

Analgesia no Pós Operatório

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Page 1: Analgesia no Pós Operatório

ANALGESIA NOPÓS-OPERATÓRIO

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Objetivos específicos:

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cochrane.bvsalud.org

Page 6: Analgesia no Pós Operatório

Acadêmicos

• Aldo Francisco Veras Pereira

• Lorena da Mata Alves

• Mateus Rodrigues Carvalho

Page 7: Analgesia no Pós Operatório

OBJETIVOS

• Elucidar a importância do manejo da dor no pós-operatório.

• Discutir sobre as principais vias de ação dos medicamentosutilizados no pós-operatório no controle da dor.

Page 8: Analgesia no Pós Operatório

INTRODUÇÃO

• Nos últimos anos, houve uma grande preocupação com a

SEGURANÇA DAS TÉCNICAS ANALGÉSICAS NO PÓS-

OPERATÓRIO, sendo grande estímulo para produção de

trabalhos na área médica.

• A AVALIAÇÃO DA DOR PÓS-OPERATÓRIA encontra-se num

ponto tal que deveria ser considerada como parte da prática

clínica rotineira.

Page 9: Analgesia no Pós Operatório

INTRODUÇÃO (cont.)

• A dor é um FATOR LIMITANTE PARA A ALTA do paciente em

regime ambulatorial. Assim sendo, alguma forma de analgesia deve

ser programada para o pós-operatório, especialmente o de imediato.

• A PROGRAMAÇÃO DA ANALGESIA PÓS-OPERATÓRIA

COMEÇA AINDA NO PRÉ-OPERATÓRIO, observando as

características e condições psicológicas e as características

invasivas da cirurgia.

Page 10: Analgesia no Pós Operatório

INTRODUÇÃO (cont.)

• Os aspectos do processo cirúrgico não se abstém apenas as

características invasivas, visto que o local da cirurgia também é uma

importante característica. Muitas vezes o paciente por MEDO DA DOR

reduz sua atividade física, FAVORECENDO ESTASE VENOSA E

TROMBOSE.

• No pós-operatório deve-se administrar analgésico, observado-se

horário rigoroso, para prevenir manifestações dolorosas. Assim sendo,

NÃO SE DEVE ESPERAR O FENÔMENO DOLOROSO SURGIR para

se iniciar a administração de analgésico.

Page 11: Analgesia no Pós Operatório

DOR

• O conceito de que a dor pós-operatória é normal e esperada,associado à FALTA DE CONHECIMENTO da fisiologia da dor e dafarmacologia dos analgésicos bem como a FALTA DETREINAMENTO da equipe de enfermagem para avaliação doquadro álgico, faz com que a atenção da equipe esteja voltada àscomplicações pós-operatórias mais comuns (fístulas, infecções,sangramentos, etc.) do que ao sintoma que mais incomoda opaciente: a dor.

• O resultado disso é que grande parte dos pacientes cirúrgicosexperimenta DOR INTENSA no pós-operatório.

Page 12: Analgesia no Pós Operatório

DOR

0% 10% 20% 30% 40% 50%

Hospital das Clínicas

de São Paulo

Dor intensa nas 48h do pós operatório

Controle da dor

BASSANEZI, 2006

Page 13: Analgesia no Pós Operatório

DOR

0% 20% 40% 60% 80%

EUA (pesquisa com

500 pacientes

operados)

Dor pós-operatório

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Dor moderada a

intensa

TOWSEND, 2010

Page 14: Analgesia no Pós Operatório

DOR

• Dois fatores são determinantes na intensidade da dor pós-operatória:

1) TIPO DE CIRURGIA

2) PERCEPÇÃO INDIVIDUAL DE CADA PACIENTE

Page 15: Analgesia no Pós Operatório

DOR

• Sensação desagradável cuja experiência emocional está associadacom estímulos de lesão tecidual real ou potencial.

(Associação Internacional para o Estudo da Dor )

- Anuncia um estado de emergência e

urgência para o organismo.

- Clinicamente é parte integrante dos

sintomas de muitas doenças e auxilia no

diagnóstico

Page 16: Analgesia no Pós Operatório

DOR

Somática

Visceral

Rápida e bem localizada

Lenta e difusa

Lenta e difusa

Cutânea

Lenta e difusaTecidos

profundos

CLASSIFICAÇÃO DA DOR

Dor nociceptiva

Dor neuropatica

Dor aguda

Dor cronica

Page 17: Analgesia no Pós Operatório

DOR

NOCICEPÇÃO: conjunto de

eventos neurais através do

qual os estímulos nocivos

são detectados, convertidos

em impulsos nervosos e

transmitidos da periferia

para o SNC. No

encéfalo, particularmente no

cérebro, os estímulos

associados à lesão real ou

potencial são interpretados

como dor.

- Amplamente espalhados em todos os tecidos, com a exceção

do tecido nervoso!!

-Terminações livres

Térmicos

Mecânicos

Químicos

DOR

Receptores da dor = nociceptores

Page 18: Analgesia no Pós Operatório

Dor rápida

Dor lenta

Page 19: Analgesia no Pós Operatório

DO

R

Dor rápida

Dor lenta t1

t1

Page 20: Analgesia no Pós Operatório

Dor rápida

Em pontada e bem localizada

Fibras Ad

Condução rápida (12-30 m/s)

mecanorreceptores de alto

limiar

Nociceptores unimodais

Dor lenta

Em queimação, mal localizada e

difusa

Fibras C, Condução lenta (0,5 a 2m/s)

Receptores mecânicos, térmicos e

químicos.

Nociceptores polimodais

Tempo

Inte

nsid

ade d

a d

or

Page 21: Analgesia no Pós Operatório

INFLAMAÇÃO

Calor

Dor (hiperalgesia)

Rubor

Tumor

Perda de função

Processo reativo do

tecido diante de um

agente agressor.

Os mecanismos da DOR LENTA são mais complexos.

Envolvem:

Mobilização de células

Cascata de reações bioquímicas

A membrana do NEURÔNIO NOCICEPTIVO fica com

limiar mais baixo por causa das substâncias

inflamatórias (PG, bradicininas, etc).

Page 22: Analgesia no Pós Operatório

Hiperalgesia: aumento da sensibilidade dolorosa. Estímulos antes

inócuos passam a causar dor devido a facilidade de despolarização dos

neurônios aferentes nociceptivos polimodais.

inocuo nocivo

100

80

20

0

60

40

SE

NS

ÃO

DO

LO

RO

SA

Intensidade do estímulo

NormalInjuria

Hiperalgesia

Inflamação

Page 23: Analgesia no Pós Operatório

Dor rápida

Dor lenta

LESÃO

TECIDUAL

1. Sangramento → anóxia

2. Extravasamento de conteúdo celular (K, bradicinina, etc)

3. Migração de mastócitos (histamina e serotonina)

4. Reação do acido aracdônico → prostaglandinas e prostaciclinas

5. Os nociceptores ficam mais excitáveis, inclusive a estímulos inócuos

6. Os nociceptores apresentam reação inflamatória neurogênica:liberam

prostaglandinas e sub P acentuando o processo inflamatório

Page 24: Analgesia no Pós Operatório

TRADUZINDO...

1 Estimulo nocivo

1 = calor

2 Ativação do nociceptor

2

3 Transmissão para o cérebro 3

4 Percepção como dor

4

Page 25: Analgesia no Pós Operatório
Page 26: Analgesia no Pós Operatório

DOR

• Além do desconforto, a dor promove alterações fisiológicas queprejudicam a recuperação:

1) Liberação de hormônios de estresse, como elevação da glicose edas catecolamidas, excitando o sistema cardiovascular, comAUMENTO DA PRESSÃO ARTERIAL E FREQUÊNCIACARDÍACA.

2) A dor em incisões abdominais e torácicas prejudica a expansão dacaixa torácica, favorecendo e a incidência de COMPLICAÇÕESRESPIRATÓRIAS.

3) A deambulação precoce também é prejudicada, aumentando orisco de TROMBOSE VENOSA PROFUNDA.

Page 27: Analgesia no Pós Operatório

TRATAMENTO DA DOR PÓS-OPERATÓRIA

Page 28: Analgesia no Pós Operatório

• Forma regular e não de demanda

• Necessidades individuais de cada paciente

• Tratamento escalonado conforme a necessidade

(BASSANEZI, 2006)

Page 29: Analgesia no Pós Operatório

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE

Page 30: Analgesia no Pós Operatório

ESCADA ANALGÉSICA

ANALGÉSICOS SIMPLES (NÃO OPIÓIDES) +ADJUVANTES

OPIÓIDE FRACO +ANALGÉSICOS SIMPLES +ADJUVANTES

OPIÓIDE FORTE + ANALGÉSICOS SIMPLES + ADJUVANTES

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (ADAPTADO)

Page 31: Analgesia no Pós Operatório

ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO ESTERÓIDES (AINE)

Cox-1

• Função renal (balanço de água e sódio)

• Agregação plaquetária

• Proteção da mucosa gástrica.

Cox-2

• Processo inflamatório

• Macrófagos e outras células dos tecidos inflamados.

(BASSANEZI, 2006)

Page 32: Analgesia no Pós Operatório

ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO ESTERÓIDES (AINE) (cont.)

EFEITOS COLATERAIS!!!

Sua administração deve ser feita comextrema cautela em pacientes compatologias gastroduodenais, renais, ou comalteração da hemostasia.

(GOZZANI, 2004)

Page 33: Analgesia no Pós Operatório

ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO ESTERÓIDES (AINE) (cont.)

Via endovenosa x Via intramuscular x Via oral

Cetoprofeno (100 a 300mg/dia diluídos em 100ml de solução isotônica)

Tenoxicam (20 a 40mg/dia)

Cetarolaco (10-30mg/dia)

• A ação dos AINE é dose /resposta limitada (efeito teto), ou seja, a sua administração em doses superiores às recomendadas não proporciona analgesia suplementar, aumentando a incidência de efeitos colaterais.

(BASSANEZI, 2006)

Page 34: Analgesia no Pós Operatório

OPIÁCEOS

• Reforçam a ação fisiológica das endorfinas

• Inibem a liberação de neuromediadores da dor, como a substância P

• A ação periférica dos opiáceos se explica através da ligação com receptores das terminações nervosas livres, ativos na presença de reação inflamatória.

(BASSANEZI, 2006)

Page 35: Analgesia no Pós Operatório

OPIÁCEOS (cont.)

Como efeitos colaterais:

• Sedação; náusea; vômitos; prurido; retenção urinária econstipação intestinal numa relação dose-dependente.

• Altas doses de opióides podem levar à depressãorespiratória; apnéia; colapso circulatório e comaseguido de morte

(TOWSEND,2010)

Page 36: Analgesia no Pós Operatório

OPIÁCEOS (cont.)

• Os opiáceos são efetivos no controle da dor e podem seradministrados praticamente por todas as vias ediferentes doses.

• A administração de opióides lipossolúveis viaepidural, como o fentanil e o sufentanil, é controversa.

• Meperidina Normeperidina

(BASSANEZI, 2006)

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Page 38: Analgesia no Pós Operatório

(BASSANEZI, 2006)

Page 39: Analgesia no Pós Operatório

ANESTESIA LOCAL

• Atuam sobre os canais de sódio das terminaçõesnervosas, bloqueando a transmissão do estímulonociceptivo.

• Sua utilização pode ser feita por diferentes vias e doses(subaracnóidea, peridural, perineural, intra-articular, interpleural, intercostal, infiltração da feridacirúrgica)

• Objetivo de proporcionar somente analgesia, mantendo-sea sensibilidade táctil e a motricidade.

(BASSANEZI, 2006)

Page 40: Analgesia no Pós Operatório

(BASSANEZI, 2006)

Page 41: Analgesia no Pós Operatório

O anestésico local deve ser empregado em baixas concentrações

dando-se preferência a BUPIVACAÍNA em aplicações intermitentes

ou infusão contínua.

A ROPIVACAÍNA tem sido descrita como tendo menor ação sobre as

fibras motoras (dissociação sensitivo-motora) e menor toxicidade

cardiocirculatória em relação à bupivacaína racêmica, destacando-se

como anestésico local para o controle da dor pós-operatória.

Da mesma maneira, a LEVOBUPIVACAÍNA também possui uma

menor cardiotoxicidade em relação à sua forma racêmica, com eficácia

clínica similar

ANESTESIA LOCAL

(BASSANEZI, 2006)

Page 42: Analgesia no Pós Operatório

As restrições: fenômeno de taquifilaxia, hipotensão arterial e de

bloqueio motor quando utilizado em infusão contínua

A associação de opiáceos, clonidina, ou cetamina via espinhal ou

endovenosa diminui estes fenômenos e proporciona uma melhor

analgesia

ANESTESIA LOCAL

(BASSANEZI, 2006)

Page 43: Analgesia no Pós Operatório

São representados pela clonidina

e dexmedetomidina (maior

afinidade 8x)

Os receptores alfa-2 estão

localizados nas terminações pré-

sinápticas das fibras simpáticas

e sua estimulação inibe a

produção e liberação da

norepinefrina.

AGONISTA ALFA-2

(BASSANEZI, 2006)

Page 44: Analgesia no Pós Operatório

AGONISTA ALFA-2

No SNC os receptores alfa-2 encontram-se no tronco cerebral e a

ativação de seus núcleos resulta em sedação e anestesia.

Também no tronco cerebral, a ação dos agonistas alfa-2 ativa uma via

inibitória descendente da medula espinhal, diminuindo o tônus

simpático.

Na medula espinhal estes receptores estão localizados no corno

posterior e sua ativação inibe a transmissão da informação

dolorosa, resultando em analgesia.

(BASSANEZI, 2006)

Page 45: Analgesia no Pós Operatório

A CLONIDINA pode ser administrada por via endovenosa, no entanto para a

analgesia pós-operatória a utilização por via epidural ou epineural se mostrou

mais efetiva.

A dose recomendada, por via epidural, é de 1 a 8mg/kg em bolus ou 0,08 a

2mg/kg/h, ou ainda de 10 a 50mg/h.

Seu uso isolado não produz analgesia adequada no pós-operatório e está

associado à sedação intensa e hipotensão arterial.

Por outro lado sua associação com opióides e anestésicos locais resulta numa

diminuição do consumo de analgésicos.

A utilização da clonidina com anestésicos locais, para bloqueio de nervos

periféricos, proporciona maior duração de analgesia no pós-operatório, sem os

efeitos colaterais indesejáveis da associação com opióides.

AGONISTA ALFA-2

(BASSANEZI, 2006)

Page 46: Analgesia no Pós Operatório

PCA (PATIENT CONTROLLED-ANALGESIA)

• Administração de analgésicos pordemanda imediata do paciente emquantidade abundante, independenteda via de administração e da drogautilizada.

• Habitualmente empregam-se as viasvenosas e epidural

• Há limites para o intervalo daliberação e para a dose máxima

(TOWSEND,2010)

Page 47: Analgesia no Pós Operatório

CONSIDERAÇÕES FINAIS

• A dor é um sintoma de grande importância para o médico, não só no pós-

operatório, como em consultas rotineiras. Como podemos perceber, é uma

complicação que na maioria das vezes acaba sendo menosprezado pela

equipe multiprofissional que dá sua atenção a complicações mais comuns.

É mandatório que a equipe saiba manejar a dor no pós-operatório, pois

esta além do desconforto do paciente, pode ser um fator da piora da

qualidade de vida, aumento do tempo de internação, e geradora de

complicações como trombose, aumento da pressão arterial, aumento da

frequência cardíaca e insuficiência respiratória.

Page 48: Analgesia no Pós Operatório

CONSIDERAÇÕES FINAIS (cont.)

• Na prática clínica é muito importante ter conhecimento sobre o tratamento da

dor no pós-operatório, além do mecanismo de ação das drogas utilizadas, visto

que muitas drogas devem seus efeitos colaterais às suas vias de ação. Sendo

assim, a contraindicação de uma droga acaba sendo mais importante do que a

sua própria indicação. A utilização inadequada de uma droga pode acabar

causando patologias renais, gastroduodenais e alterações hemostáticas no

caso dos AINES, além de colapso circulatório e ventilatório no caso dos

opiáceos, podendo levar até mesmo a morte. Com esses conhecimentos o

médico pode decidir de maneira individual para cada paciente, qual droga irá

utilizar, qual a dosagem e o intervalo de tempo.

Page 49: Analgesia no Pós Operatório

• BASSANEZI, B.; OLIVEIRA, A. Analgesia pós-operatória.

Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgia, São

Paulo, v.33, n.2, p.116-122, mar./abr. 2006.

• BONNET, F. et al. A dor no meio cirúrgico. Porto Alegre:

Artes médicas, 1993. 324p.

• BURICHAN, E.; RAMOS, R. Condutas em cirurgia. São

Paulo: Atheneu, 2001. 861 p.

• CANGIANI, Luiz Marciano et al. Tratado de

anestesiologia SAESP. 6. ed. São Paulo: Atheneu, 2006. V.

2. 2032p.

• GOZZANI, J. Analgesia pós-operatória. In: JAMES

MANICA. Anestesiologia princípios e técnicas. Porto

Alegre: Artmed, 2004. p. 1263-1270.

• SPERANZINI, M. Manual de diagnóstico e tratamento

para o residente de cirurgia. São Paulo: Atheneu, 2009.

906 p.

• TOWSEND, B. et al. Tratado de Cirurgia: a base da

prática cirúrgica moderna. 10 ed. São Paulo:

Elsevier, 2010. 1058 p.

REFERÊNCIAS