21
Meningite Rafael Mello Martins

Meningite - Liga de Pediatria UNICID

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Aula sobre meningite e suas implicações na infancia, exposta pela liga de pediatria da UNICID

Citation preview

Page 1: Meningite - Liga de Pediatria UNICID

S

Meningite

Rafael Mello Martins

Page 2: Meningite - Liga de Pediatria UNICID

Inflamação da Aracnóide-máter, Pia-máter e do LCR. O processo inflamatório se estende por todo o espaço subaracnóide em torno do cérebro e medula espinhal, e habitualmente compromete os ventrículos.

Page 3: Meningite - Liga de Pediatria UNICID

Processos inflamatórios

Doença neoplásica

Processos sistêmicos (como Lúpus)

Hipersensibilidade a drogas

Viral

Asséptica

Bacteriana

Meningite

Page 4: Meningite - Liga de Pediatria UNICID
Page 5: Meningite - Liga de Pediatria UNICID

-  Otite média aguda

-  Pneumonia (15%)

-  Sinusite pneumocócica aguda

-  Traumatismo cranioencefálico

Page 6: Meningite - Liga de Pediatria UNICID

-  A meningite bacteriana ocorre em cerca de 3 por 100.000 pessoas

anualmente em países ocidentais.

-  Escala Estudos populacionais têm mostrado que a meningite viral é mais comum, em 10,9 por 100.000, e ocorre com mais frequência no verão.

-No Brasil, a taxa de meningite bacteriana é maior, em 45,8 por 100 mil anualmente. -A África Subsaariana tem sido marcada por grandes epidemias de meningite meningocócica durante mais de um século, levando a que seja marcado o "cinturão da meningite". As epidemias geralmente ocorrem na estação seca (dezembro a junho), e uma onda de epidemia pode durar de dois a três anos, morrendo durante a estação chuvosa de intervenção. As taxas de ataque de 100-800 casos por 100.000 são encontrados nesta área. Estes casos são predominantemente causados pelo meningococo.

Page 7: Meningite - Liga de Pediatria UNICID

Streptococcus B

Listeria Monocytogenes

Streptococcus pneumoniae

Neisseria meningitidis

Page 8: Meningite - Liga de Pediatria UNICID

As bactérias podem atingir as meninges por vários caminhos: - Ingresso direto a partir do trato respiratório superior ou da pele através de um defeito anatômico - Passagem para o crânio através de vênulas na nasofaringe - Disseminação a partir de um foco contíguo de infecçao - Meningite hospitalar - Bateremia sistêmica

Page 9: Meningite - Liga de Pediatria UNICID

Os pneumococos aderem à superfície mucosa e sintetiza imunoglobulina A protease e assim inativa a defesa do anticorpo local. Esses invadem às células mucosas nasofaríngeas por meio da endocitose e são transportados para o lado contrário da luz em vacúolos limitados por membrana. Na corrente sanguínea sua sobrevida intravascular é favorecida pela presença de cápsulas polissacaridicas que inibem a fagocitose e conferem resistência à atividade bactericida. Há adesão bacteriana específica a elementos da barreira hematoencefálica. Uma vez na meninge, a infecção rapidamente se estende por todo espaço subaracnóideo. A replicação prossegue sem obstáculo porque os níveis de complemento no LCR no começo da inflamação resultam em mínima ou nenhuma atividade fagocitária.

Page 10: Meningite - Liga de Pediatria UNICID

- Em 50% dos casos apresentam a tríade clássica: febre. rigidez da nuca e alteração do estado mental

- Em 95% apresentam 2 dos 4 sintomas: cefaleia, rigidez cervical, febre, estado mental alterado - Frequentemente precedida por vários dias de febre, acompanhado de sintomas do trato respiratório alto ou gastrointestinais, seguindo-se por sinais inespecíficos de infecção do SNC, como letargia e irritabilidade. - Recusa alimentar

- Taquicardia

- Hipotensão

Page 11: Meningite - Liga de Pediatria UNICID

-  Sinais cutâneos: petéquias, púrpura ou rash macular eritematoso

- http://www.meningitis.com/Brasil/o-que-e-meningite/sinais-e-sintomas/

Page 12: Meningite - Liga de Pediatria UNICID

Sinal de Kernig – resposta em flexão da articulação do joelho, quando a coxa é colocada em certo grau de flexão, relativamente ao tronco. Há duas formas de se pesquisar esse sinal: • paciente em decúbito dorsal – eleva-se o tronco, fletindo-o sobre a bacia; há flexão da perna sobre a coxa e dessa sobre a bacia; e, Sinal de Brudzinski – flexão involuntária da perna sobre a coxa e dessa sobre a bacia, ao se tentar fletir a cabeça do paciente. Crianças de até 9 meses poderão não apresentar os sinais clássicos de irritação meníngea. Nesse grupo, outros sinais e sintomas permitem a suspeita diagnóstica, tais como: febre, irritabilidade ou agitação, choro persistente, grito meníngeo (criança grita ao ser manipulada, principal- mente, quando se flete as pernas para trocar a fralda) e recusa alimentar, acompanhada ou não de vômitos, convulsões e abaulamento da fontanela.

Page 13: Meningite - Liga de Pediatria UNICID

-  Anamnese

-  Exame físico

-  Punção Lombar (LCR)

Page 14: Meningite - Liga de Pediatria UNICID

- Realizada com o paciente fletido em decúbito lateral, agulha atravessa espaço intervertebral L3-L4 ou L4-L5 .

Page 15: Meningite - Liga de Pediatria UNICID
Page 16: Meningite - Liga de Pediatria UNICID

Meningites

547Secretaria de Vigilância em Saúde / MS

M

6

Recomendação de antibioticoterapia nos casos de meningite bacterianasem etiologia determinada

Faixa etária Antibiótico (1ª escolha) Antibiótico (2ª escolha)

< 2 mesesAmpicilina + aminoglicosídeo

(gentamicina ou amicacina)Cefalosporina 3ª geração(cefataxina ou ceftriaxone) + ampicilina

2 meses a 5 anos Ampicilina + cloranfenicol Ceftriaxone

> 5 anos Penicilina G. cristalina + ampicilina Cloranfenicol ou ceftriaxone

Recomendação de antibioticoterapia, segundo etiologia

Agentes Antibióticos Dose (EV) Intervalo Duração

Neisseriameningitidis

Penicilina G.cristalina

ou

ampicilina

300 a 500 milUI/kg/dia

até

24.000.000UI/dia

200 a 400mg/kg/dia

até 15g/dia

3/3h ou 4/4h

4/4h ou 6/6h

7 dias

Haemophilus infl uenzae

Cloranfenicolou ceftriaxone

75 a 100mg/kg/dia

até 6g/dia

100mg/kg/dia até 4g/dia

6/6 h

12/12h ou 24/24h)7 a 10 dias

Streptococcus pneumoniae

Penicilina G.cristalina*

300 a 500 milUI/kg/dia

até

24.000.000UI/dia

200 a 400mg/kg/dia

até 15g/dia

3/3h ou 4/4h

4/4h ou 6/6h

10 - 14 dias

Staphilococcus Oxacilina ouvancomicina

200mg/kg/dia até 12g/dia

300 a 400mg/kg/dia até 2g/dia

4/4hs ou 6/6h

6/6h21 dias

EnterobactériasCeftriaxone ou

sulfametaxazol+ trimetropim

100mg/kg/dia até 8g/dia

100mg/kg/dia

12/12h ou 24/24h

8/8h ou 12/12h14 a 21 dias

Pseudomonas

Ceftaridima + amicacina ou

carbenicilina + amicacina

100mg/kg/dia até 8g/dia

20 a 30mg/kg/dia até 1,5g/dia

400 a 600mg/kg/dia até 30g/dia

8/8h

3/3h21 dias

O tratamento da meningite tuberculosa é feito com o esquema II, padronizado pelo Programa Nacional de Con-trole da Tuberculose.

Page 17: Meningite - Liga de Pediatria UNICID

Meningites

547Secretaria de Vigilância em Saúde / MS

M

6

Recomendação de antibioticoterapia nos casos de meningite bacterianasem etiologia determinada

Faixa etária Antibiótico (1ª escolha) Antibiótico (2ª escolha)

< 2 mesesAmpicilina + aminoglicosídeo

(gentamicina ou amicacina)Cefalosporina 3ª geração(cefataxina ou ceftriaxone) + ampicilina

2 meses a 5 anos Ampicilina + cloranfenicol Ceftriaxone

> 5 anos Penicilina G. cristalina + ampicilina Cloranfenicol ou ceftriaxone

Recomendação de antibioticoterapia, segundo etiologia

Agentes Antibióticos Dose (EV) Intervalo Duração

Neisseriameningitidis

Penicilina G.cristalina

ou

ampicilina

300 a 500 milUI/kg/dia

até

24.000.000UI/dia

200 a 400mg/kg/dia

até 15g/dia

3/3h ou 4/4h

4/4h ou 6/6h

7 dias

Haemophilus infl uenzae

Cloranfenicolou ceftriaxone

75 a 100mg/kg/dia

até 6g/dia

100mg/kg/dia até 4g/dia

6/6 h

12/12h ou 24/24h)7 a 10 dias

Streptococcus pneumoniae

Penicilina G.cristalina*

300 a 500 milUI/kg/dia

até

24.000.000UI/dia

200 a 400mg/kg/dia

até 15g/dia

3/3h ou 4/4h

4/4h ou 6/6h

10 - 14 dias

Staphilococcus Oxacilina ouvancomicina

200mg/kg/dia até 12g/dia

300 a 400mg/kg/dia até 2g/dia

4/4hs ou 6/6h

6/6h21 dias

EnterobactériasCeftriaxone ou

sulfametaxazol+ trimetropim

100mg/kg/dia até 8g/dia

100mg/kg/dia

12/12h ou 24/24h

8/8h ou 12/12h14 a 21 dias

Pseudomonas

Ceftaridima + amicacina ou

carbenicilina + amicacina

100mg/kg/dia até 8g/dia

20 a 30mg/kg/dia até 1,5g/dia

400 a 600mg/kg/dia até 30g/dia

8/8h

3/3h21 dias

O tratamento da meningite tuberculosa é feito com o esquema II, padronizado pelo Programa Nacional de Con-trole da Tuberculose.

Page 18: Meningite - Liga de Pediatria UNICID

Quimioprofilaxia

- Indicada para os contatos íntimos de casos de doença meningocócica e meningite por H. influenzae, e para o paciente no momento da alta, no mesmo esquema preconizado para os contatos, exceto se o tratamento da doença foi com ceftriaxona, pois há evidências de que essa droga é capaz de eliminar o meningococo da orofaringe. - A droga de escolha para a quimioprofilaxia é a rifampicina, que deve ser administrada em dose adequada e simultaneamente a todos os contatos íntimos, preferencialmente até 48 horas da exposição à fonte de infecção.

Page 19: Meningite - Liga de Pediatria UNICID

Meningites

556 Secretaria de Vigilância em Saúde /MS

Esquema de rifampicina indicado por etiologia

Agente etiológico Dose Intervalo Duração

Neisseria meningitidis

Adultos - 600mg/dose

Crianças

> 1 mês até 10 anos

dose - 10mg/kg/dose

< 1 mês

Dose - 5mg/kg/dose

12/12h

12/12h (dose máxima de 600mg)

12/12h (dose máxima de 600mg)

2 dias

2 dias

2 dias

Haemophilus infl uenzae

Adultos - 600mg/dose

Crianças

> 1 mês até 10 anos

dose - 20mg/kg/dose

< 1 mês

Dose - 10mg/kg/dose

24/24h

24//24h (dose máxima de 600mg)

24/24h (dose máxima de 600mg)

4 dias

4 dias

4 dias

Observação: criança com o esquema vacinal completo contra Haemophilus infl uenzae tipo b não precisa receber quimioprofi laxia, exceto nos casos de ser imunocomprometida.

ImunizaçãoAs vacinas contra meningite são específicas para determinados agentes etiológicos.

Algumas fazem parte do calendário básico de vacinação da criança e outras estão indicadas apenas em situações de surto.

Vacina contra Haemophilus infl uenzae tipo b (Hib) ou tetravalenteEsta vacina previne contra as infecções invasivas causadas pelo Haemophilus influen-

zae do tipo b, como meningite, pneumonia, septicemia, otite, etc. Faz parte do calendário básico de vacinação infantil e está recomendada para menores de um ano no esquema de três doses com intervalo de 60 dias entre as doses (esquema: 2, 4 e 6 meses de idade). É utilizada juntamente com a vacina DPT, compondo a vacina tetravalente.

Suas contra-indicações são as gerais, relacionadas à hipersensibilidade. As reações ad-versas são raras e, quando ocorrem, são locais (dor, eritema e enduração) e surgem nas pri-meiras 24 a 48 horas após a administração. Esta vacina também está indicada em casos de:

• crianças e adolescentes até 18 anos, com asplenia anatômica ou funcional ou com imunodefi ciência congênita ou adquirida;

• menores de cinco anos, com doença pulmonar ou cardiovascular crônica e grave;• transplantados de medula óssea de qualquer idade.

Vacina contra o bacilo de KochA vacina BCG (bacilo de Calmette-Guérin, estirpe Moreau Rio de Janeiro) previne

contra as formas graves de tuberculose (miliar e meníngea). É uma vacina composta de

Page 20: Meningite - Liga de Pediatria UNICID

Imunização: - Vacina contra difteria, tétano,

coqueluche e H. influenzae tipo b - DTP + Hib (tetravalente) A vacina DTP + Hib previne contra difteria, tétano, coqueluche e as infecções causadas pelo H. influenzae tipo b, como: meningite, pneumonia, septicemia, otite e outras. É recomendada para crianças menores de 1 ano de idade, com esquema de 3 doses, com intervalo de 60 dias entre as doses (esquema: 2, 4 e 6 meses de idade). -Vacina contra o Bacilo de Koch A vacina BCG previne contra as formas graves de tuberculose (miliar e meningea). O esquema recomendado é uma dose ao nascer, devendo ser administrada o mais precocemente possível, na própria maternidade ou na sala de vacinação da rede pública de saúde. Em criança que recebeu o BCG há seis meses ou mais, na qual esteja ausente a cicatriz vacinal, indica-se a revacinação.

Page 21: Meningite - Liga de Pediatria UNICID

Bibliografia

-  Tratado de medicina interna -CECIL

-  Ministério da Saúde

-  Tratado de Pediatria – Nelson