56
Terapia da Autonomia Bruno Carrasco ex~isto

Terapia da Autonomia

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Terapia da Autonomia

Terapia daAutonomia

Bruno Carrasco

ex~isto

Page 2: Terapia da Autonomia

Bruno Carrasco

Terapia da Autonomia

1a ediçãoex~isto

Livro Digital

Page 3: Terapia da Autonomia

Alguns direitos reservados

Este livro está licenciado através da licença Creative Commons: Atribuição Não Comercial Compartilha Igual 4.0 Internacional.

Você tem o direito de copiar, adaptar, traduzir e criar obras derivadas deste livro, desde que dê o crédito ao autor e mantenha a mesma licença.

É proibido o uso para fins comerciais.

Page 4: Terapia da Autonomia

Introdução

Este livro traz uma breve apresentação da Terapia daAutonomia, uma proposta terapêutica com foco na autonomia,promovendo na pessoa atendida a capacidade de escolher e criarsua própria vida, de seu modo, valorizando o autoconhecimento,a resolução de dificuldades internas, o bem-estar psíquico e odesenvolvimento pessoal.

A escolha dos referenciais teóricos para se trabalharcomo terapeuta é uma questão muito particular e muito ampla,visto que há diversas abordagens com diferentes objetivos emétodos. A Terapia da Autonomia é uma busca de compor umaprática alinhada com o respeito pela pessoa atendida, colaborandopara que esta compreenda cada vez mais seus sentimentos evalores pessoais, valorizando seu modo de ser autêntico eempoderando sua capacidade de escolha e criação por meio desuas próprias experiências.

Page 5: Terapia da Autonomia

Temas

1. Apresentação2. Princípios

2.1. A vida como possibilidades2.2. Experimentar – o sair de si2.3. Atendimento terapêutico2.4. Liberdade de ser

3. Referenciais teóricos3.1. Terapia Existencial3.2. Abordagem Centrada na Pessoa3.3. Gestalt-Terapia

4. Prática4.1. Referenciais éticos4.2. Atendimento terapêutico4.3. Diálogo terapêutico4.4. Concepção de saúde psíquica

5. Modalidades de atendimento5.1. Terapia5.2. Arteterapia5.3. Terapia online5.4. Acompanhamento terapêutico5.5. Terapia breve5.6. Análise existencial5.7. Terapia em domicílio

6. Autor

Page 6: Terapia da Autonomia

1. Apresentação

Terapia da Autonomia é uma proposta terapêutica emfavor de desenvolver a autonomia da pessoa atendida, suacapacidade de fazer escolhas, criando e encontrando novoscaminhos e possibilidades em sua vida, promovendo o bem estarpsíquico, a liberdade e a responsabilidade pessoal por si.

Para isso, valoriza-se o autoconhecimento, a resolução dedificuldades internas e o desenvolvimento pessoal, tendo comoreferencial teórico o Existencialismo, a Abordagem Centrada naPessoa e a Gestalt-Terapia..

A palavra terapia significa ajudar, cuidar ou tratar de umapessoa. Autonomia consiste na liberdade do indivíduo emdirecionar a sua própria vida.

Essa proposta foi iniciada em 2009, pelo terapeuta eeducador Bruno Carrasco, especializado em terapia existencial,holística e arteterapia. Em sua prática, busca ampliar a percepçãoda pessoa sobre si mesma, possibilitando o encontro e a criaçãode novos caminhos para resolver antigos empasses,desenvolvendo seu modo de ser autêntico.

Page 7: Terapia da Autonomia

“Não consigo entendero medo que as pessoas tem

de novas ideias,eu tenho medo das velhas.”

(John Cage)

Page 8: Terapia da Autonomia

2. Princípios e valores

A Terapia da Autonomia propõe uma prática terapêuticadiferenciada, com princípios que valorizam a liberdade individual, aabertura para experiência e uma relação terapêutica maishorizontal, onde o terapeuta não se mostra como um supostodono do saber, mas como alguém disposto a auxiliar a pessoaatendida a compreender a si mesma, onde o foco são asvivências da pessoa atendida.

Page 9: Terapia da Autonomia

2.1. A vida como possibil idades

A vida não é encarada como algo já definido e rígido, mascomo um processo fluido e aberto a inúmeras possibilidades ecaminhos a serem experimentados. Todas as experiências quevivenciamos vão se transformando em aprendizagem para onosso desenvolvimento pessoal, ampliando nossa percepção demundo e de nós mesmos.

É por meio das experiências que vamos nos aproximandoou distanciando do que nos faz sentido, do que queremos e doque não queremos. Todas as experiências nos servem comorecursos imprescindíveis na construção do que somos ou do quepodemos nos tornar, de nossos gostos e aversões, de nossosmodos de ser e de se pronunciar no mundo.

Page 10: Terapia da Autonomia

2.2. Experimentar – o sair de si

Para encontrar ou descobrir o que para nós é saudável ouo que não é, torna-se essencial experimentarmos sensações,lugares e relações - nos permitindo, de tempos em tempos,respirar outros ares, andar por outros caminhos, conhecer e serelacionar com pessoas diferentes, sair do lugar onde estamos,viajar.

Com essas experiências percebemos outros modos de sere de viver a vida, nos abrimos a outros olhares sobre aspessoas, sobre nós mesmos e sobre a vida que vivemos. Quandonos distanciamos um pouco de nossa rotina, podemos inclusiveperceber melhor onde estamos e o que estamos fazendo denossa vida.

Esse movimento de sair de si pode gerar um desequilíbrioinicial, mas com o tempo nos possibilita ir em direção de umequilíbrio autêntico, pois saímos de onde estamos para buscaroutras referências e ir além. É por meio desses movimentosque vamos nos aproximando do que sentimos e do quequeremos, tendo cada vez melhor consciência do nós mesmos,percebendo o que se afina com o nossas buscas e o que com elasdesafina, e percebemos também que nossos sentimentos e buscasmudam com o passar do tempo.

Page 11: Terapia da Autonomia

2.3. Encontro terapêutico

A terapia é um momento que dedicamos a nós mesmospara nos entender melhor, compreender nossos sentimentos epensamentos, possibilitando encontrar novos caminhos epossibilidades para resolver antigos empasses. Valoriza nossaliberdade de ser como realmente somos e de colocar em práticanossas escolhas perante a vida, conscientes de nossaresponsabilidade por elas.

O atendimento terapêutico é um momento de liberdadepara se mostrar como é, como se sente e compartilharquestões e dificuldades pessoais. O terapeuta incentiva um diálogosincero por meio de um contato permissivo, sem julgamento,para que a pessoa se sinta a vontade para expressar o quesente, o que quer, o que gosta e o que desgosta.

A pessoa atendida é convidada a compartilhar seussentimentos e experiências, enquanto o terapeuta se esforçapara se aproximar de sua realidade e compreender suasexperiências, para juntos encontrarem caminhos para a resoluçãode dificuldades e promover o bem estar psíquico. O encontroterapêutico, possibilita lidar com sentimentos que nos impedem deseguir a vida de maneira saudável. A terapia colabora com acompreensão do que estamos passando e para encontrarcaminhos que nos façam sentir melhor.

Page 12: Terapia da Autonomia

2.4. Liberdade de ser

Cada pessoa tem o direito de ser como quiser, a intençãoda terapia está em valorizar os modos de ser saudáveis de cadapessoa atendida, partindo do referencial da própria pessoa, o queé bom para ela.

A terapia não é uma tentativa de adequar a pessoa a ummodo de ser ou a um padrão específico, mas para compreendera pessoa como ela sente, quais experiências teve, quais caminhospercorreu, como se tornou a pessoa que é hoje, e como encaraa vida, .

O atendimento terapêutico é uma relação autêntica entreum ser humano e outro ser humano, sem máscaras, buscando aaproximação e a sinceridade, caminhando junto com a pessoa emsua jornada pessoal e encontrando novas possibilidades saudáveispara si.

Page 13: Terapia da Autonomia

"O resultado da terapiaé tornar-se uma pessoa

autônoma, capaz de ser o que é,e de escolher o seu caminho."

(Carl Rogers)

Page 14: Terapia da Autonomia

3. Referenciais teóricos

A Terapia da Autonomia se desenvolveu (e continua sedesenvolvendo) através da relação entre concepções teóricas eexperiências práticas. Algumas abordagens e linhas de pensamentoda Psicologia e da Filosofia colaboram para seu desenvolvimento,entre elas o Existencialismo, a Abordagem Centrada na Pessoa ea Gestalt-Terapia.

Além das abordagens teóricas, alguns autores, filósofos,psicólogos e artistas também são utilizados como referência paraa construção do corpo teórico, entre eles Friedrich Nietzsche,Sören Kierkegaard Fritz Perls, Fernando Pessoa, Hermann Hesse,Maurice Merleau-Ponty, Carl Rogers, Jean-Paul Sartre, PauloLeminski, John Cage, Paulo Freire, Rubem Alves.

Page 15: Terapia da Autonomia

3.1. Terapia Existencial

A terapia existencial é uma constante busca do sentido quedamos a nossa própria vida, buscando alinhar este sentido com oque realmente queremos e nos faz bem, valorizando asexperiências subjetivas e compreendendo o indivíduo como umser livre e único, que se faz por meio de suas escolhas.

Não há uma essência que defina previamente como cadapessoa deva ser e ou viver sua vida, as pessoas se fazem, sedesfazem e se refazem por meio de suas experiências e escolhas.Cada indivíduo é compreendido como um ser singular, que possuiconcepções e interesses próprios, e que por meio da consciênciadesenvolve a si mesmo e indo para além de si.

Todos temos várias possibilidades diante da vida e somoslivres para escolher. Por sermos livres, somos responsáveis pelasescolhas que fazemos. Qualquer escolha que fizermos é um risco,antes de escolher não há como saber se uma escolha será ounão melhor do que outra, a única maneira de saber o queacontece com cada escolha é escolhendo, experimentando.

A terapia existencial não trabalha com a ideia de umpadrão de ser humano, do que seja saúde ou doença, isso érelativo a cada indivíduo.

Page 16: Terapia da Autonomia

O objetivo da terapia não é conduzir a pessoa para umcaminho ou ajustá-la a um modo de ser, mas incentivar atomada de consciência de seus próprios modos de ser, com aintenção de ampliar suas possibilidades existenciais, para oencontro ou a criação de novos sentidos para sua vida, alinhadoscom o que valoriza e faz sentir-se bem.

Cada pessoa tem o direito de ser como é ou comoquiser ser. A autenticidade é um processo de busca por simesmo, por tudo aquilo que se aproxima de sua condição de serhumano singular, diferente dos outros, dos animais e das coisas.

Na medida em que o indivíduo toma consciência de si, elese aproxima de seu modo de ser autêntico e passa a fazerescolhas mais coerentes com seus intuitos, se posicionando nomundo de acordo com o que sente e quer, indo na direção deseus interesses genuínos.

Todos nós enfrentamos problemas que fazem parte daexistência humana, porém cada pessoa vivencia de maneiraparticular, atravessamos algumas questões com maior dificuldadee outras com mais facilidade. Por vezes sentimos angústia sobreum futuro incerto, insegurança para lidar com as coisas queterminam, dificuldade para fazer valer nossa liberdade de escolhae para respeitar a dos outros, receio ao tomar novas decisõesou ao fazer renúncias, etc. Esses sentimentos atravessam nossaexistência por diversos momentos e situações.

Page 17: Terapia da Autonomia

O terapeuta existencial procura incentivar encontro dapessoa com ela mesma, não para apontar como deve ser, maspara compreender seu modo de ser, valorizando a percepção deseus sentimentos autênticos, de modo a tornar seu modo de sermais agradável para si, para que a pessoa se sinta bem sendo elamesma e indo de encontro do que quer para si.

O foco desta terapia está no presente, no que estamosvivendo e sentindo no momento atual, considerando o passadocomo o que nos constituiu e o futuro como o que projetamos.O passado são as experiências que tivemos e as aprendizagensque podemos utilizar para atuar no presente, e o futuro são osprojetos que queremos alcançar e que dão propósito para onosso momento presente.

Page 18: Terapia da Autonomia

"O importante não é aquilo quefizeram de você, mas o que vocêfaz com o que fizeram de você."

(Jean-Paul Sartre)

Page 19: Terapia da Autonomia

3.2. Abordagem Centrada na Pessoa

A abordagem centrada na pessoa é uma práticaterapêutica criada pelo psicólogo Carl Rogers, partindo daconcepção de que toda pessoa está se desenvolvendo para semelhorar e superar seus obstáculos, numa tendência constantepara sentir-se bem. O grande objetivo desta terapia épromover o autoconhecimento e o amadurecimento de cada um,em seu ritmo, incentivando sua autenticidade.

Cada pessoa está em seu tempo e espaço, vivendo suavida de seu modo particular, buscando constantemente suarealização pessoal, e o uso pleno de suas potencialidades ecapacidades para seu desenvolvimento intelectual e emocional.Não existem modelos prontos ou regras de como deve ser.

O processo terapêutico consiste num trabalho decooperação entre o psicólogo e a pessoa atendida, parapossibilitar uma relação autêntica, promovendo o aumento daautoestima e da autoconfiança, incentivando o amadurecimentopsíquico de cada um.

Para que essa relação seja satisfatória, são necessáriasalgumas condições por parte do terapeuta, entre elas a aceitaçãoincondicional de considerar e aceitar o sentimento autêntico dapessoa, sem julgamento; a empatia de se colocar no lugar do

Page 20: Terapia da Autonomia

outro, tentando se aproximar do modo como ele sente eobserva o mundo; e a congruência, ser autêntico na relação coma pessoa atendida, expressando seus sentimentos e percepções.

O terapeuta respeita a pessoa tal como ela é, e oferececondições para que ela possa se desenvolver em sua vida,aceitando e respeitando seus sentimentos em favor daautenticidade, dando ênfase ao sujeito como o papel central deelaborar a si mesmo, e de ampliar a sua capacidade de ser.

Essa proposta se difere de outras abordagens que muitasvezes focam no problema ou no passado da pessoa, buscandocorrigir ou dar palpites sobre sua vida. A abordagem centrada napessoa foca na própria pessoa, com intuito de compreender seusentimento presente, por meio da aceitação de como cadapessoa sente, caminhando de acordo com os interesses e com oritmo da pessoa atendida, incentivando a sua autonomia.

O terapeuta procura compreender o que a pessoa sente etraz, compartilhando com ela o que compreendeu para que apessoa atendida possa se perceber elaborar seus sentimentos aoseu modo, dando ênfase em suas experiências e sentimentos parao autoconhecimento e crescimento pessoal. Acredita-se quesomente a pessoa tem poder sobre si mesma, ela que pode sedesorganizar e se reorganizar de seu modo.

Page 21: Terapia da Autonomia

"Sinto-me mais feliz simplesmentepor ser eu mesmo e deixar osoutros serem eles mesmos."

(Carl Rogers)

Page 22: Terapia da Autonomia

3.3. Gestalt-Terapia

Gestalt-Terapia é uma abordagem terapêutica focada napercepção que cada pessoa possui da realidade e de si mesma,incentivando a conscientização de seus sentimentos e pensamentospróprios, estando presente no aqui e no agora e desenvolvendoum modo de ser autêntico na sua relação consigo mesma e comos outros.

Nossa concepção de realidade é criada pela maneira comointerpretamos as nossas experiências e não pelos fatos queacontecem. Não existe uma verdade absoluta, igual para todos, aúnica verdade que alguém pode ter é a sua própria verdadepessoal, a maneira que escolhemos encarar a vida implica namaneira como vivemos ela.

O processo terapêutico consiste em auxiliar a pessoaatendida a tomar consciência de seu modo de perceber o mundo,e de como suas percepções moldam sua realidade pessoal, amaneira como encara a vida e as relações. Além disso, incentivaque a pessoa busque e crie possibilidades que sejam satisfatóriaspara si, assumindo a responsabilidade por suas escolhas.

Um dos princípios para se alcançar este estado é atomada de consciência dos sentimentos presentes.

Page 23: Terapia da Autonomia

De acordo com Fritz Perls, um dos criadores da Gestalt-Terapia, a capacidade de entrar em contato com os sentimentosautênticos - emoções e pensamentos verdadeiros - era maisimportante para o crescimento pessoal do que as explicaçõespsicológicas. Para ele, o "porquê" dos comportamentos não tinhaa menor importância, seu foco era "como" e "o quê". Ao invésde questionar "porquê você fez isso?", ele utilizava "como vocêfez isso?" ou "o quê você fez?", com a intenção de promover aconsciência de si, dos sentimentos, pensamentos e ações.

Essa terapia propõe uma mudança na hierarquia entrecliente e terapeuta, incentivando uma relação mais afetuosa eempática, onde o terapeuta trabalha em conjunto com o cliente,como parceiros em direção a uma meta, e não o analisando comar de superioridade como se fosse um detentor da verdade.

Para assumir a própria autenticidade, a pessoa é convidadaa reconhecer seus sentimentos e suas escolhas, simplesmentetrocando o "não posso fazer isso" por "não quero fazer isso", ou,"eu preciso ir embora" por "eu quero ir embora". Com isso oindivíduo deixa claro que está fazendo uma escolha e assumindo aresponsabilidade pelo que escolheu de maneira autêntica. Destamaneira, vamos percebendo que não estamos à mercê de coisasque "simplesmente acontecem". Qualquer tentativa de se vercomo vítima perde o sentido quando reconhecemos que amaneira que vemos e experimentamos são opções e que nãosomos impotentes.

Page 24: Terapia da Autonomia

“Quanto mais a sociedadeexige que o indivíduo corresponda

aos seus conceitos e ideias,menos eficientemente ele

consegue funcionar."

(Fritz Perls)

Page 25: Terapia da Autonomia

4. Prática

A terapia é um momento para compreender a nósmesmos, de modo a perceber melhor as experiências quetivemos e as expectativas para o futuro, possibilitando encontrarnovos caminhos para resolver velhos empasses e colocar emprática as nossas escolhas perante a vida, de maneira autônoma.

A prática da terapia proporciona:• Melhor compreensão de seus sentimentos e pensamentos;• Lidar melhor com conflitos pessoais e de relacionamento;• Ampliar possibilidades de escolha na vida;• Viver de maneira mais autêntica, fluida e autônoma;• Autoconhecimento e desenvolvimento pessoal.

Em nossa vida fazemos escolhas e vamos seguindo deacordo com os caminhos que escolhemos e os que estamosinseridos, tentando constantemente nos realizar de acordo comos sentimentos, ações e relações que nos fazem sentir bem.

Porém, nem sempre temos claramente o que estamosfazendo ou para onde estamos indo. Experimentamos situações esensações que nem sempre são agradáveis, passamos pormomentos difíceis que se repetem e que de certo modo nos fazsentir prisioneiros de nós mesmos.

Page 26: Terapia da Autonomia

A terapia é um momento que nos dedicamos para nosentender melhor, percebendo os caminhos que percorremos atéchegar onde estamos no momento atual, ressignificando asexperiências que tivemos. Desta maneira, vamos compreendendomelhor a nós mesmos e encontrando novos sentidos para anossa vida, alinhando com nossos sentimentos e valores, eencontrando novas soluções para velhos problemas.

Não existem fórmulas prontas de como ser feliz, decomo resolver seus problemas ou de como encontrar oscaminhos que lhe fazem sentido, é uma jornada pessoal, umprocesso que depende se conhecer, de entrar em contato comnossa história pessoal subjetiva, com as experiências que tivemos,os valores que desenvolvemos, nossa maneira de sentir e deinterpretar o que sentimos, de perceber como afetamos esomos afetados pelas relações que estabelecemos com aspessoas, com as coisas, com os espaços que transitamos e comnós mesmos.

Page 27: Terapia da Autonomia

4.1. Princípios éticos

Todas as práticas são sustentadas pelos seguintes princípioséticos, de modo a manter a relação mais saudável possível:

Concepção de Ser Humano:

• A existência pode ser expressa de distintas maneiras;• Vivemos numa constante busca do que nos faz sentido;• Cada pessoa pode se melhorar de maneira autônoma;• Podemos mudar após ter consciência do que fazemos;• A mudança acontece por decisão, é uma escolha pessoal;• Com liberdade escolhemos o que realmente queremos;• Somos responsáveis pelas escolhas que fazemos.

Relação Terapêutica:

• Aceitação da pessoa, de seus valores e modo de ser;• Liberdade para se expressar de diversas maneiras;• Atenção centrada nas necessidades de cada pessoa;• Foco na compreensão da pessoa de maneira autêntica;• Busca de promoção do bem estar psíquico do indivíduo;• Respeito com a integridade e a dignidade de cada um;• Total sigilo e confidencialidade da relação terapêutica.

Page 28: Terapia da Autonomia

4.2. Atendimento terapêutico

Não há uma receita pronta de como proceder umatendimento terapêutico, cada atendimento vai seguindo deacordo com o modo de ser da pessoa que é atendida, porém háalguns procedimentos que podem facilitar esse processo.

No primeiro atendimento, é primordial escutar a pessoaatendida, suas queixas, seus desejos, suas buscas e suasexpectativas com relação à terapia. Muitas pessoas buscam aterapia quando já estão numa situação insuportável e portantoestão cheias de conteúdos para compartilhar. É importantedeixar a pessoa comentar a vontade, sobre o que quiser, paracolocar para fora o que está sentindo.

Durante o atendimento, é imprescindível uma escuta ativae sem julgamento, aceitando a pessoa atendida tal como ela é,em seu contexto histórico e seu mundo subjetivo particular.Além disso, respeitar o tempo de cada pessoa, buscandoexercitar uma relação empática para não correr muito nem irmuito lento, mas acompanhar o tempo da pessoa.

Pode ser útil perguntar se o cliente já fez terapia e comoforam suas experiências com a terapia anterior, pode ser quetenha tido algum problema ou tenha sido com um terapeuta quetrabalha com outra abordagem.

Page 29: Terapia da Autonomia

Após escutar atentamente as questões e expectativas dapessoa atendida, estabelecendo uma proximidade e demonstrandoempatia, é importante comentar brevemente sobre a maneiracomo trabalha com a terapia, quais os referenciais teóricos ecomo procede com os atendimentos.

É imprescindível que o terapeuta oriente seu trabalho poruma abordagem teórica definida de como lidar com a pessoaatendida e como gerir a relação terapêutica. Existem muitospsicoterapeutas que não definem suas referências teóricas, ouatendem utilizando distintos conceitos aleatoriamente, utilizandoaté o senso comum, sem definir exatamente qual sua busca eprincípios como terapeuta, encaro que isso não seja positivo paraum trabalho terapêutico, pois pode acabar confundir a pessoaatendida e a si mesmo.

A escolha do referencial teórico pode ser de uma ou maisde uma abordagem teórica, desde que se estabeleça coerência narelação entre elas sua prática. Pode-se também criar conceitospróprios, é importante ter claro quais esses conceitos, inclusivepara comunicar a pessoa que busca a terapia que tem todo odireito de conhecer os métodos em que será realizado o seuatendimento.

É essencial comentar sobre a questão da ética entrepessoa atendida e terapeuta, principalmente com relação ao sigilodas informações.

Page 30: Terapia da Autonomia

Se o terapeuta tem o costume de fazer anotaçõesdurante o atendimento, é importante avisar o cliente que asanotações são sigilosas e que são utilizadas somente para estudodo atendimentos e que nunca são divulgadas a nenhuma pessoa. Apessoa atendida precisa sentir confiança no terapeuta, e essaconfiança deve ser construída na relação, de maneira autêntica enão forçada.

Por fim, é imprescindível averiguar quais as expectativasque a pessoa atendida tem com os atendimentos, o que elaespera que a terapia lhe ofereça, para que se tenha claro quaisseus objetivos e buscas, deixando claro a pessoa atendida se oterapeuta poderá auxiliar ou não e de que modo pretendecolaborar. Se for necessário, o terapeuta pode indicar outrosprofissionais para a pessoa, de acordo com suas necessidades.

Após o primeiro atendimento, são informados os meiosde contato, para que o cliente possa contatar o terapeutaquando for necessário seja para marcar os atendimentos,remarcar, desmarcar ou até tirar dúvidas. A escolha decontinuar ou não o atendimento é sempre do cliente, oterapeuta pode indicar uma continuidade, independente com ele ououtro profissional, se perceber a necessidade.

Page 31: Terapia da Autonomia

4.3. O diálogo terapêutico

O diálogo terapêutico acontece na relação estabelecidaentre o terapeuta e a pessoa atendida, durante uma sessão deterapia. Cada terapeuta trabalha de uma maneira específica, deacordo com sua formação, seus valores pessoais e suas escolhasteóricas.

A Terapia da Autonomia propõe uma prática que vai deencontro com as abordagens existencial e humanista, onde aintenção da terapia é de colaborar para que cada pessoa se sintabem consigo mesma, sendo quem é e como quiser ser,compreendendo e enfrentando os empasses que a vida apresentae desenvolvendo sua autonomia de maneira autêntica.

Acreditando que cada pessoa possui uma compreensãopessoal da realidade e de si mesma, é livre para fazer suasescolhas e responsável por elas. Não existe uma regra de comodevemos agir em cada situação, qualquer escolha que fazemos éum risco. Cada pessoa segue em sua jornada pessoal, em buscade suas realizações.

A terapia se foca nas experiências subjetivas de cadapessoa, com respeito aos seus modos de ser, para que estatome consciência de seus próprios sentimentos, valores epensamentos, ampliando a percepção sobre si e sobre suas

Page 32: Terapia da Autonomia

relações, criando novos sentidos para sua vida e se alinhando como que faz sentir-se bem.

O atendimento terapêutico se inicia quando uma pessoabusca a terapia com uma ou várias questões, que com o temposão trabalhadas por meio do diálogo com o terapeuta, que buscacompreender e compor uma percepção inicial da pessoa, de comoela apresenta num primeiro momento.

As questões trazidas pela pessoa atendida não surgemquando ela diz, mas num momento de sua vida, podendo terevoluído (para melhor ou para pior). Enquanto a pessoa comentasobre si, o terapeuta tenta compreender e investigar quais osfatores que levaram a desenvolver cada assunto comentado,para isso é preciso conhecer um pouco da pessoa, do que pode serelacionar ou estar associado com as questões trazidas durante oatendimento.

A compreensão sobre a pessoa atendida é semprerenovada, pois a pessoa está sempre se transformando, semperder de vista os atendimentos anteriores, pois pode sernecessário retomar um comentário anterior até para relacionarcom a evolução da pessoa consigo mesma. O diálogo terapêuticoé um processo que leva tempo, não é de uma hora para aoutra que a pessoa atendida chega onde quer chegar, até porquepode levar tempo para que a pessoa se sinta a vontade e sepermita a comentar certos assuntos.

Page 33: Terapia da Autonomia

O diálogo terapêutico possibilita o "insight", a compreensãoda solução de um problema, que acontece quando a pessoaatendida percebe algo de si mesma enquanto fala sobre si, ouquando o terapeuta devolve uma de suas falas ou questiona arespeito de um tema específico. Isso pode proporcionar umanova percepção do que estava a todo tempo mas que não haviasido percebido dessa maneira antes, essa percepção possibilitamudanças profundas que partem da pessoa, de dentro para fora.

O objetivo da relação terapêutica é o desenvolvimento daautenticidade da pessoa atendida na relação consigo mesma ecom os outros, buscando e criando caminhos satisfatórios para si,valorizando seus sentimentos presentes e seus valores pessoais.Quando a pessoa toma consciência de seu modo de ser autêntico,passa a fazer escolhas mais coerentes, indo de encontro do quequer para si e desenvolvendo a sua autonomia.

Os atendimentos terapêuticos acontecem durante umperíodo de tempo, não é num primeiro atendimento que tudo éresolvido, a resolução de nossas questões e dificuldades exigemtempo e pausas.

Para alcançar esse desenvolvimento, a terapia propõe apercepção aprofundada da pessoa, escutar e deixar a pessoacolocar para fora tudo o que lhe incomoda, seus empasses, suasbuscas e suas expectativas consigo mesma e com o atendimento.

Page 34: Terapia da Autonomia

Com a escuta, tanto a pessoa atendida quanto oterapeuta vão, aos poucos, entendendo as questões, queixas ebuscas da pessoa atendida, que com o passar do tempo vão setornando mais compreensíveis, como se fosse desfazer umgrande nó.

Após a percepção das questões mais significativas paracada pessoa atendida, elas vão sendo exploradas na terapia, demodo a aprofundar em cada tema e possibilitar odesenvolvimento da pessoa atendida com relação a si mesma.

Page 35: Terapia da Autonomia

4.4. Concepção de saúde psíquica

Aprendemos socialmente o que é saudável por meio deideias e conceitos do que faz bem e do que não faz, do que écerto e do que é errado. Tomamos esses modelos comoverdades e vivemos segundo os padrões que fomos ensinados.Porém, a sensação saúde psíquica não é um modelo igual paratodas as pessoas, o que é bom para uma pessoa pode não serpara outra, pois sentimos de maneiras diferentes.

Cada pessoa experimenta e desenvolve modos de ser quefazem com que se sinta bem, e outros que não fazem bem.Fazemos escolhas saudáveis quando vamos de encontro com oque nos faz sentir bem, e para ir de encontro com o que nosfaz bem, precisamos inicialmente perceber o que nos faz bem eo que não nos faz.

O encontro do que é saudável para si está além de ideaisde como devemos ser, depende do encontro consigo mesmo, ede perceber as particularidades que constituem o que somos.

Nossa liberdade de ser está intimamente ligada aresponsabilidade que temos com nós mesmos, com as pessoasque convivemos e com os espaços onde transitamos. A maneiraque somos nos afeta e afeta o nosso entorno, portanto nostornamos responsáveis pelas escolhas que fazemos.

Page 36: Terapia da Autonomia

Quando encaramos a vida como uma possibilidade a serexperimentada, onde conhecemos diversas possibilidades de ser,nos permitimos uma abertura para nosso processo de revisar oque somos e como somos, ampliando nossos caminhos em favordo nosso desenvolvimento pessoal.

A concepção de saúde e de vida saudável para a Terapiada Autonomia compreende, inicialmente, a aceitação de cadapessoa como ela é, em sua integridade, o que engloba seusmodos de ser e de se pronunciar no mundo, compreendendo seussentimentos, valores e pontos de vista.

Vemos muitas vezes uma ideia de terapia que trabalhacom um conceito de saúde relacionado com uma norma quedefine o que é bom e o que não é, de como cada pessoa deveser e se portar diante dos outros e de si mesma. Alguns dizemque não se pode ser tão sério nem tão desleixado, que deve sergentil e tratar as pessoas por igual, que devemos ter nossapersonalidade, mas não podemos parecer estranhos, entre tantasoutras concepções de como devemos ser ou não ser.

De outro lado, a concepção do que é saudável para aTerapia da Autonomia, está relacionada em aceitar a pessoacomo ela é e no que faz bem para cada pessoa, de acordo comsuas singularidades, incentivando a liberdade e a autenticidade paracada pessoa ser como quiser ser, como se sente bem sendo.

Page 37: Terapia da Autonomia

O desenvolvimento dessa autenticidade, de reconhecer oque se quer e de sendo o que se é, lidando com um mundo quenos cobra de expectativas para ser da maneira que anormalidade diz que devemos ser, por meio de um processo deconsciência e reflexão, por meio de experiências pessoais e com aajuda da terapia.

Com isso, pretende-se que cada pessoa possa expandir suaexistência, de modo a se sentir realizada consigo mesma. Duranteo processo terapêutico vamos percebendo por meio do diálogo eda compreensão o que para cada pessoa é saudável e o que nãoé. O foco está justamente no encontro do que para cadaindividuo é saudável e bom.

Page 38: Terapia da Autonomia

"Ninguém pode construir em teulugar as pontes que precisaráspassar, para atravessar o rio davida - ninguém exceto você,

somente você."

(Friedrich Nietzsche)

Page 39: Terapia da Autonomia

5. Modalidades de atendimento

O atendimento terapêutico pode acontecer de diversasmaneiras, entre elas o acompanhamento terapêutico, a terapiaonline, a arteterapia, a terapia breve, a terapia domiciliar, entreoutras.

As diversas modalidades existem pois as pessoas sãodiferentes e há diversas particularidades, há pessoas que sesentem bem com a terapia por meio do diálogo, outrospreferem se expressar por meio da arte, outros se sentemmais encorajados por meio do atendimento online, outros com oacompanhamento terapêutico, e assim as diversas possibilidadesde se oferecer terapia se ampliam de acordo com asnecessidades de cada pessoa em se desenvolver e lidar com suasquestões pessoais.

O método mais convencional é a terapia pela fala, porémnão significa que seja o mais eficaz, isso vai depender de comocada pessoa se sente com cada modelo de terapia.

Page 40: Terapia da Autonomia

5.1. Terapia

A terapia é um momento que dedicamos a nós mesmos,acontece no encontro entre o terapeuta e a pessoa atendida,para trabalhar dificuldades e nos melhorar enquanto pessoa.

No encontro terapêutico, o terapeuta colabora para acompreensão de nossos sentimentos, pensamentos e ações,possibilitando encontrar e criar novas soluções para velhosproblemas, promovendo o bem estar psíquico e odesenvolvimento pessoal.

Em nossa vida constantemente enfrentamos problemas,conviver com outras pessoas implica em gerar conflitos, poissomos diferentes uns dos outros, sentimos e nos comunicamosde maneira diferente. Algumas vezes certas situações podem nosafetar profundamente e nos deixar realmente tristes oufortemente abalados.

A terapia nos encoraja a lidar com o que está nosatormentando ou gerando mal estar, colaborando para que cadapessoa se sinta bem consigo mesma, compreendendo eenfrentando os empasses que a vida apresenta. Além dissotambém incentiva a ampliação de nossa percepção, paraencontrar novas possibilidades e caminhos, promovendo aautonomia e a liberdade de ser, como quiser ser.

Page 41: Terapia da Autonomia

Quando nos sentimos insatisfeitos com a vida que estamoslevando, pode ser um bom momento para reavaliar o queestamos fazendo e perceber melhor o que queremos para nósmesmos. Quando tomamos consciência de nossos sentimentos,pensamentos e dos valores que desenvolvemos em nossa vida,passamos a escolher caminhos que vão de encontro com nossasbuscas pessoais e que nos fazem sentir bem.

O terapeuta procura compreender a pessoa atendida semjulgamentos, com respeito ao seu modo de ser, sua história, suasdificuldades e seu momento presente. Todo diálogo terapêutico ésigiloso para que a pessoa atendida se sinta à vontade emexpressar o que sente e quer.

Page 42: Terapia da Autonomia

5.2. Arteterapia

A arteterapia convida o participante a transitar peloscaminhos da criação livre, sem a necessidade de conhecimentosprévios em arte, onde o sentido de cada obra vai de acordocom as necessidades de cada pessoa, sua história de vida e comas questões que está atravessando no momento. É um processoque incentiva a liberdade e o uso da criatividade.

A arte é um caminho expressivo que está além dalinguagem, de modo que nos possibilita colocar para foraexperiências e sensações de maneira criativa e livre. Não há ummodelo a ser seguido, mas um campo muito amplo paraestimular a criatividade por meio da plástica, dos movimentos,da escrita e das sonoridades.

Os encontros fazem com que a arte se torne uma via deexpansão de sua própria vida, estimulando a saúde criativa,encarando a vida como a nossa grande obra de arte. Além disso,promovem o desenvolvimento pessoal, incentivando a ampliaçãoda percepção de si e de suas possibilidades de ser, ressignificandoexperiências internas.

Em cada encontro, são utilizados materiais diferenciados,introduzindo com atividades de colagem, passando por pintura,desenho livre, giz de cera e argila, podendo utilizar elementos da

Page 43: Terapia da Autonomia

escrita terapêutica, como a criação de poesias, histórias e contos,e da criação sonora, com instrumentos musicais, percussão, voz.Cada encontro são utilizados materiais e instrumentos diferentesdo anterior, a troca de materiais e instrumentos utilizados emcada encontro faz parte do processo terapêutico, incentivandoaos participantes se expressarem com diferentes ferramentas, eestimulando a abertura para novas experiências.

Durante o procedimento não há nenhum tipo dejulgamento estético ou de valor sobre o que for criado, naarteterapia não se aplica conceitos de bonito ou feio, certo ouerrado, adequado ou inadequado, tudo vale! O importante é acriação, o processo, e não somente o fim. Além disso, nadaprecisa ser dito, ninguém é obrigado a comentar o que fez. Emalguns momentos os participantes são convidados a comentaremcomo se sentiram durante a criação e com os materiais queutilizaram, somente no sentido de estimular uma troca verbalpara compartilhar a produção, que participa quem quiser.

Os encontros de criação artística em grupo queproporcionam auto conhecimento e expansão de possibilidades devida. A prática da criação livre melhora a atenção, desenvolve acriatividade, promove o autoconhecimento, reduz o estresse e aansiedade.

Page 44: Terapia da Autonomia

5.3. Terapia online

A terapia online é um momento destinado a nos entendere resolver questões pessoais. É como um atendimento presencial,porém via internet.

O terapeuta atua colaborando para a compreensão e oenfrentamento de empasses e dificuldades da pessoa atendida,incentivando a percepção de si e o encontro de meios para sedesenvolver de maneira autêntica.

Cada atendimento tem a duração de 50 minutos,podendo ser realizado por texto, voz ou vídeo, seja utilizando oWhatsApp, Skype ou Hangouts.

A terapia online é muito prática pois evita a necessidadede locomoção da pessoa atendida, de modo que ela podeparticipar da terapia estando em sua casa ou trabalho, desde queencontre um espaço e momento tranquilo para que se possafocar em seu atendimento. Além disso o preço é mais acessívelpois reduz custos para o terapeuta.

Os horários agendados são de acordo com o fuso horáriode Brasília. A confirmação do agendamento é feita por e-mail,de acordo com a disponibilidade do terapeuta, em até 24 horasantes da data e horário agendado.

Page 45: Terapia da Autonomia

5.4. Acompanhamento terapêutico

O acompanhamento terapêutico é uma modalidadeterapêutica que pode ser realizada em qualquer local que sejacômodo para uma relação entre o terapeuta e a pessoaatendida. Pode ser em locais variados, como numa praça, numparque, num café ou mesmo durante uma caminhada, de acordocom as necessidades e possibilidades de cada pessoa.

O papel do terapeuta é de compreender a maneira comocada pessoa se relaciona com o mundo externo e com seumundo interno, procurando meios colaborar a resolução de suasdificuldades e potencializar suas experiências de saúde.

Partindo das vivências de cada um, é realizada uma análiseestabelecendo alternativas e possibilidades terapêuticas para ofluir da existência. Assim, as dificuldades na relação cotidiana sãoelaboradas por meio da ampliação da percepção e do incentivo àexperimentação de novas vivências que ampliem seus caminhos.

O encontro terapêutico é um momento de diálogo abertoe sigiloso, com total liberdade para se expressar como quiser ecomo se sente. O foco da terapia é a pessoa atendida em seumomento presente, numa prática respeitosa aos modos de serde cada um, encorajando para que a pessoa possa lidar demaneira autônoma com suas dificuldades.

Page 46: Terapia da Autonomia

5.5. Terapia breve

A Terapia Breve é uma modalidade de atendimento eintervenção terapêutica focada numa questão ou problemaespecífico que estamos passando.

Possui a característica de ser breve justamente por focarnuma questão, buscando compreender e encontrar novaspossibilidades para lidar com uma situação que nos está causandoincômodo ou nos impedindo de fazer algo que gostaríamos.

Essa modalidade de terapia é indicada quando passamospor uma questão específica a ser superada, como quandoprecisamos tomar uma decisão importante, quando sentimos ummedo específico, quando temos dificuldade em lidar commudanças, quando precisamos resolver um conflito norelacionamento, quando queremos passar num vestibular, etc.

O terapeuta se foca na questão que a pessoa atendidaestá passando para compreender como essa questão estáafetando a pessoa e com quais outras questões ela pode estarrelacionada. Após um breve diagnóstico, o terapeuta e a pessoaatendida traçam possibilidades e caminhos para resolução.

Diferente de outras abordagens, o terapeuta tem umpapel bastante ativo nesta modalidade, atuando de maneira

Page 47: Terapia da Autonomia

participativa durante o processo terapêutico, possibilitando umtratamento mais rápido, porém não prevê uma quantidade desessões, pois cada pessoa terá seu tempo de lidar com cadaquestão.

Para atingir resultados satisfatórios em um curto tempo,é importante que a pessoa atendida tenha claro sua questãoespecífica, sinta-se a vontade em expressar seus sentimentos einteragir com o terapeuta, tenha disponibilidade em participarativamente, e esteja aberta para novos caminhos, com disposiçãopara lidar com as questões que estão lhe gerando empasses.

Dependendo da situação que estiver passando, pode sernecessário que o terapeuta indique outra abordagem, pois hácasos que necessitam de uma terapia mais prolongada e profunda.

Page 48: Terapia da Autonomia

5.6. Análise existencial

Análise existencial é uma modalidade de atendimento comfoco no encontro ou criação de sentidos para a vida, ampliando apercepção de si, de suas experiências e possibilidades, valorizandoexperiências significativas da pessoa atendida e a criação de novosprojetos e criativos para si.

Se diferencia da terapia pois não se pretende tratar apessoa atendida, mas promover uma profunda compreensão deseu modo de ser autêntico sem julgamentos, incentivando sualiberdade de ser como quiser.

Este processo visa ampliar os caminhos existenciais,aproximando a pessoa de seus sentimentos e valores,proporcionando autonomia, qualidade de vida e autenticidade. Nãose ocupa de tentar encontrar explicações de porque a pessoa fazou deixa de fazer algo, mas compreender os motivos que fazema movimentam num sentido ou outro.

É indicado para pessoas que querem conhecer mais sobresi mesmas, desenvolver seu modo de ser autêntico ou queestejam inseguras quanto ao curso de sua própria vida, indecisassobre suas escolhas, insatisfeitas quanto ao trabalho, profissão ouinfelizes com a vida pessoal.

Page 49: Terapia da Autonomia

5.7. Terapia em domicíl io

O atendimento terapêutico em domicílio proporcionamaior conforto para a pessoa atendida, evitando a necessidadede seu deslocamento. O atendimento é realizado na residência dapessoa atendida, podendo ser indicado para adolescentes, adultos,idosos, portadores de necessidades especiais.

O atendimento domiciliar pode também ser usado comocomplementar uma terapia em consultório, para pessoas quenecessitam de mais cuidados. A recuperação da pessoa que buscao atendimento está muito mais relacionada com o vínculo que seestabelece com o terapeuta do que com o local onde sãorealizados os atendimentos.

São muitas as ocasiões que se torna vantajoso o uso doatendimento domiciliar, para questões relacionadas a dinâmicafamiliar, situações de isolamento de relações sociais, dificuldadesno relacionamento na escola, bullying, depressão, ansiedade, fobiasocial, angústia, insegurança, síndrome do pânico, depressão pósparto, pessoas com doenças graves, pós-cirurgias, entre outras.

Os atendimentos em domicilio contam com todo o cuidadonecessário para que ocorra de acordo com o código de ética daprofissão. Todas os diálogos são confidenciais, ficando apenasentre a pessoa atendida e o terapeuta.

Page 50: Terapia da Autonomia

"Isso de ser exatamenteaquilo que a gente é

ainda vai nos levar além."

(Paulo Leminski)

Page 51: Terapia da Autonomia

6. Autor

Bruno Carrasco, terapeuta existencial, arteterapeuta eeducador libertário, formado em Psicologia e licenciado emFilosofia. Trabalha com atendimento terapêutico presencialindividual, em grupo e via internet.

Acredita na importância de se valorizar cada pessoa emseu modo de ser autêntico, incentivando o encontro consigomesmo, para ampliar as possibilidades de escolhas maisfavoráveis, conscientes e responsáveis. Focando seu trabalho emfavor da conscientização de si, para a resolução de adversidadese o desenvolvimento pessoal.

Possui interesse em diversas áreas de humanas, entre elasa Psicologia, a Filosofia, a Educação e as Artes. Acredita naimportância da soma dos distintos saberes e experiências para acompreensão do fenômeno humano em suas diversas maneirasde ser e de se expressar.

Iniciou a proposta da Terapia da Autonomia em 2009,uma prática terapêutica com referência no existencialismo e nohumanismo, com foco na promoção do autoconhecimento, dobem-estar psíquico e da autonomia.

Page 52: Terapia da Autonomia

"Encaro a vida como umapossibilidade de experimentar eaprender, numa busca constantede equilibrar o que somos e o quequeremos ser com as pessoas e

os espaços que convivemos."

(Bruno Carrasco)

Page 53: Terapia da Autonomia

Links relacionados

Terapia da Autonomiawww.autonomiaterapia.online

Ser e conviverwww.sereconviver.com

Trilhando seu caminhoswww.trilhandoseucaminho.site

Page 54: Terapia da Autonomia

Terapia da AutonomiaLivro digital em formato PDF.

1a Edição, 2016.

Escrito por Bruno Carrasco.Criado em LibreOffice Writer.

ex~istoedição digital

Page 55: Terapia da Autonomia

"Não sou aquele que sabe,mas aquele que busca."

(Hermann Hesse)

Page 56: Terapia da Autonomia

Terapia da Autonomia

Terapia em favor do autoconhecimento,da resolução de dificuldades internas,

do bem estar psíquicoe do desenvolvimento pessoal.

Bruno Carrasco2016