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PATRÍCIA GALANTE 159 708/SP ELEANDRO FRANCISCO SILVA OAB/SP 333.737 EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL DIAS TOFFOLI HC 122.513 “Seria grande contumélia que um juiz pensasse de maneira diferente do soberano” (Thomas Hobbes, Leviathan ). “Em todos os tribunais de justiça quem julga é o soberano (que é a pessoa do Avenida Minasa, nº 122-B – Matão – Sumaré – CEP. 13.180-400 – São Paulo e-mail : [email protected] FONE: (19)38640233 – (19)992587923

Ao supremo tribunal federal agravo regimental embargos declaração 23

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ELEANDRO FRANCISCO SILVA OAB/SP 333.737

EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO DO SUPREMO

TRIBUNAL FEDERAL DIAS TOFFOLI

HC   122.513

“Seria grande contumélia que um juiz pensasse

de maneira diferente do soberano” (Thomas

Hobbes, Leviathan ).

“Em todos os tribunais de justiça quem julga é o

soberano (que é a pessoa do Estado). O juiz

subordinado deve levar em conta a razão que

levou o soberano a fazer determinada lei, para

que sua sentença seja conforme a esta, e nesse

caso a sentença é uma sentença do soberano,

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caso contrário é dele mesmo, e é injusta”.

(Thomas Hobbes, Leviathan).

ELEANDRO FRANCISCO

SILVA, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência,

tempestivamente, tendo em vista o não provimento do Agravo Regimental

interpor EMBARGOS DE DECLARAÇÃO haja vista que o voto

condutor é claramente obscuro.

O agravo regimental foi improvido ao seguinte argumento,

verbis:

“Agravo regimental em habeas corpus. Ausência de

impugnação dos fundamentos da decisão agravada.

Precedentes. Regimental não provido.

1. A jurisprudência do Supremo Tribunal é firme no sentido de que a

parte deve impugnar, na petição de agravo regimental, os

fundamentos da decisão que pretende infirmar, o que não ocorreu na

espécie.

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os agravantes apenas reiteram os fundamentos da inicialda

impetração, deixando, por consequência, de atacar os fundamentos

da decisão impugnada”.

Data máxima vênia, a decisão está incorreta. In casu é

totalmente inexato que o agravo não tenha atacado a decisão agravada e

meramente repetido os argumentos postos no habeas corpus. Sim, de fato as

escancaras se verifica tal inexatidão pelo seguinte trecho do agravo

regimental, verbis:

“Alega o nobre relator que isto vai contra a

supostamente pacifica jurisprudência do STF. Na

verdade, data vênia, nem jurisprudência de fato

tem, máxime porque o mesmo afirma que vai

contra jurisprudência dominante mas não única.

Os arestos utilizados em outras ocasiões apenas

abordam a questão por via oblíqua, não dizem

respeito a feitos originários e de qualquer forma

não representam posição pacifica. Por isto apenas

pedimos vênia para transcrever duas

jurisprudências para demonstrar que nem

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jurisprudência pacífica existe a respeito e se

existisse seria ilegal.

“A jurisprudência prevalecente no

Supremo Tribunal Federal reconhece

possível, no entanto, a impetração de

“habeas corpus”, quando deduzida em

face de decisões monocráticas

proferidas pelo Relator da causa.

Precedentes”.

(HC 84.444/CE-AgR, Rel. Min. Celso de

Mello, Pleno, DJ 14/9/2007 – grifos no

original).

“É pacifica a jurisprudência desta

Colenda Corte que não cabe habeas

corpus contra decisões colegiada do

próprio tribunal; notadamente - como

no caso - se impugna decisão emanada

do plenário do Supremo. Exceção feita

aos processos de nossa

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competência originaria que visem a

apuração de crimes sujeitos à

mesma jurisdição em única

instância (HC 89.672-AgR/AM,Rel. Min.

Ayres Britto, DJe 26.10.2007).”(grifei).

Como se vê a decisão agravada foi sim questionada e na parte

que mais interessava, ou seja, o argumento do relator de que não cabe

habeas corpus contra ato do Supremo em razão de incontestável

jurisprudência. Como isto é possível se o regimento interno expressamente

afirma o contrario?

Na lição de Tércio Ferraz in Teoria da Norma Jurídica, pg.

181, “se a possibilidade do diálogo é eliminada pela desconfirmação do

ouvinte como partícipe ativo da comunicação, o discurso normativo se

torna irracional e, em consequência, ilegítimo”. No presente caso ,data

máxima vênia, o embargante disse uma coisa e o julgador disse que ele

disse outra coisa e isto de forma enfática e impossível de provar. Ou seja, o

dialogo foi excluído pela decisão totalmente dogmática fundada no primado

absoluto da autoridade. Em termos metafóricos é como a fábula do lobo e

do cordeiro.

Isto inclusive ficou claro em outra ocasião em que a paciente

Katia Rabello alegou que as circunstâncias judiciais estavam sendo usadas

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com a função de agravar a pena em razão do crime continuado o que era

absurdo , pois este acréscimo já tinha sido feito. Todavia os embargos

referentes a este ponto foram rejeitados sob o fácil argumento de que os

embargos protelatórios. Não eram. Deve haver uns trintas anos de penas

agravadas em razão de apreciação indevida das circunstancias judiciais

usadas unicamente para levar as penas as alturas.

O pior de tudo é que a paciente Katia Rabello e outros

pacientes não poderiam ter a pena aumentada pelo crime continuado, pois a

lei é expressa. O aumento havendo alguma renovação da pratica delitiva na

conduta delitiva dá-se em razão da reiteração e a habitualidade ou a

reiteração criminosa distingue-se da continuidade delitiva, consoante

reiteradamente vem decidindo esta Corte ( HC 74.066/SP, Rel. Min.

Maurício Corrêa, 2ª Turma, DJ de 11/10/1996; HC 93.824/RS, Rel. Min.

Eros Grau,2ª Turma, DJe de 15/08/2008; e HC 94.970, Rel. Min. Ricardo

Lewandowski, 1ª Turma, DJe de 28/11/2008. 6. Habeas corpus) e assim

pelo próprio entendimento do STF a condenação da paciente Kátia Rabello

seria nula.

A pena da paciente não podia ser aumentada em razão do crime

continuado e foi em seu grau máximo e depois utilizada como circunstância

judicial para aumentar ainda mais a pena. Ainda assim em razão de

jurisprudência ocasional mas não incontestável o douto relator nega

seguimento ao habeas mesmo havendo injustiça flagrante.Avenida Minasa, nº 122-B – Matão – Sumaré – CEP. 13.180-400 – São Paulo

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Diante do exposto sendo certo que o agravo regimental

rebateu a decisão agravada detalhadamente pede-se que sejam providos os

presentes embargos e a eles dado caráter infringente uma vez que sanada a

mácula o agravo regimental deve ser provido.

Termos em que

Pede deferimento,

Campinas, 15/4/2023

ELEANDRO FRANCISCO SILVA

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