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1 EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO PRESIDENTE DO E. SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL PERECIMENTO IMEDIATO SOLENIDADE DE POSSE COMO DESEMBARGADOR DO TJBA - 21/10/2013 18:00 HORAS O CONSELHO FEDERAL DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL - CFOAB, serviço público independente, inscrito no CNPJ sob o nº 33.205.451/0001-14, com sede no SAUS, Quadra 05, Lote 01, Bloco ‘M’, Edifício Sede do Conselho Federal da OAB em Brasília/DF, neste ato representado por seu Presidente, Marcus Vinicius Furtado Coêlho, e a ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL e ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL SECCIONAL DO ESTADO DA BAHIA , serviço público independente, constituída pela Lei n. 8.906/94, dotada de personalidade jurídica própria, exercendo a sua finalidade de defesa da Constituição e a classe advocatícia em toda a República Federativa do Brasil, com sede na Capital Federal, vem, perante V. Excelência, com fundamento no art. 102, inciso I, alínea “r”, impetrar o presente MANDADO DE SEGURANÇA, COM PEDIDO LIMINAR , contra ato ilegal e abusivo decorrente da r. decisão liminar proferida monocraticamente pelo Conselheiro GILBERTO VALENTE MARTINS, no Procedimento de Controle Administrativo n. 0006211- 28.2013.2.00.0000 , que tramita no Conselho Nacional de Justiça, pelas razões a seguir expostas.

Mandado de segurança impetrado pela OAB da Bahia e CFOAB no STF

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO PRESIDENTE DO E.

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

PERECIMENTO IMEDIATO

SOLENIDADE DE POSSE COMO

DESEMBARGADOR DO TJBA

- 21/10/2013 – 18:00 HORAS

O CONSELHO FEDERAL DA ORDEM DOS

ADVOGADOS DO BRASIL - CFOAB, serviço público independente,

inscrito no CNPJ sob o nº 33.205.451/0001 -14, com sede no SAUS,

Quadra 05, Lote 01, Bloco ‘M’, Edifício Sede do Conselho Federal da

OAB em Brasília/DF, neste ato representado por seu Presidente, Marcus

Vinicius Furtado Coêlho, e a ORDEM DOS ADVOGADOS DO

BRASIL e ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL – SECCIONAL

DO ESTADO DA BAHIA , serviço público independente, constituída pela

Lei n. 8.906/94, dotada de personalidade jurídica própria, exercendo a

sua finalidade de defesa da Constituição e a classe advocatícia em toda a

República Federativa do Brasil, com sede na Capital Federal, vem,

perante V. Excelência, com fundamento no art. 102, inciso I, alínea “r”,

impetrar o presente

MANDADO DE SEGURANÇA, COM PEDIDO LIMINAR ,

contra ato ilegal e abusivo decorrente da r. decisão liminar

proferida monocraticamente pelo Conselheiro GILBERTO VALENTE

MARTINS, no Procedimento de Controle Administrativo n. 0006211 -

28.2013.2.00.0000, que tramita no Conselho Nacional de Justiça, pelas

razões a seguir expostas.

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I – BREVE CONTEXTO FÁTICO:

Trata-se, na origem, de Procedimento de Controle

Administrativo - PCA instaurado junto ao Conselho Nacional de Justiça

CNJ, no qual o Conselheiro Gilberto Valente Martins, por meio de

medida liminar, determinou a suspensão da posse do Dr. Roberto

Maynard Frank no cargo de Desembargador do Tribunal de Justiça do

Estado da Bahia - TJBA.

No entanto, como se verá adiante, a r. decisão monocrática

é completamente equivocada, pois se baseia na suposta e errônea ideia

de que a mera existência de um único Inquérito teria o condão de afastar

o requisito da reputação ilibada, necessária à assunção do cargo em

espeque.

Isso porque o nomeado é pessoa proba e com devida

idoneidade moral, o que foi assim reconhecido nas etapas para sua

escolha ao cargo, pela OAB/BA, pelo Tribunal de Justiça da Bahia e pelo

Governador do Estado da Bahia.

Além disto, a sua idoneidade é confirmada pelo fato de ter

alcançado o cargo de Juiz Eleitoral do TRE-BA, para o qual se verificam

os mesmos requisitos que foram analisados para o ingresso no Tribunal

Estadual da Bahia.

O que se vê, portanto, é o claro intuito de causar prejuízo,

pois o requerimento administrativo somente foi protocolado na sexta -

feira (18/10), ao meio-dia, com deferimento da liminar na tarde , último

dia útil antes da posse marcada para a segunda-feira, dia 21/10/2013, às

18 horas.

Também há que se destacar que a liminar combatida

contraria explicitamente o entendimento consolidado d esse e. STF sobre

o princípio da presunção de inocência, no sentido de que mero inquérito

não implica em desabono ou justificativa para impedir acesso a cargo

público.

II - LEGITIMIDADE DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL

PARA IMPETRAÇÃO DO PRESENTE MANDAMUS:

As Impetrantes possuem legitimidade para manejo do

presente, pois se pretende garantir a preservação de vaga do Tribunal de

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Justiça do Estado da Bahia - TJBA destinada à representação dos

advogados daquele estado, vaga esta com preenchimento por candidato

devidamente escolhido por meio de procedimento democrático promovido

pelo conselho de classe Seccional da OAB-BA.

Diante disto, a suspensão da posse da vaga que tem

preenchimento destinado a candidato decorrente da representação da

classe dos advogados afeta indiretamente toda a classe e sua

representação, podendo a OAB agir de modo a defender os advogados e

garantir sua participação na integração do Tribunal.

III - EXCEPCIONALIDADE DO CASO – NECESSIDADE DE

APRECIAÇÃO LIMINAR DO PEDIDO PARA CASSAR A DECISÃO

DA AUTORIDADE COATORA:

Não obstante os fundamentos da r. decisão monocrática do

e. Conselheiro Relator no âmbito do e. Conselho Nacional de Justiça –

CNJ, a excepcionalidade do presente caso impõe seja apreciado o pedido

com urgência adequada ao caso.

Isso porque a decisão combatida é expressamente

contrária à jurisprudência consolidada desse e. STF, retirando a

eficácia do princípio constitucional da presunção de inocência e sendo

verdadeiramente teratológica , eis porque revela-se presente a relevância

da fundamentação da presente impetração – fumaça do bom direito.

Além disso, os efeitos da r. decisão impedirão a posse de

candidato devidamente nomeado para o cargo de Desembargador do

Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, que está marcada para ocorrer no

dia 21/10/2013, às 18 horas, estando nessa premissa o perigo da

demora.

Relevante destacar que o nomeado já praticou atos

necessários à desincompatibilização para tomar posse no cargo, a

exemplo de pedido de renúncia do cargo que exerce no TR E-BA, de

cancelamento de suas inscrições na OAB.

Diante disto, a não apreciação liminar do feito esgotaria

completamente os direitos que devem ser preservados, sendo imperiosa a

sua apreciação initio litis .

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IV - INCOMPETÊNCIA DA AUTORIDADE COATORA PARA

SUSPENSÃO DE POSSE DECORRENTE DE ATO COMPLEXO

COM PARTICIPAÇÃO DA OAB, DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA E

DO PODER EXECUTIVO:

Com efeito, como se não bastasse a ausência de

fundamentos para amparar a referida decisão, e sta foi proferida por

autoridade manifestamente incompetente.

Explica-se: o processo de escolha de desembargador pelo

quinto constitucional é ato complexo que se perfectibiliza pela

conformação de três atos emanados por autoridades distintas (OAB,

Tribunal de Justiça e Governador de Estado).

Certo, porém, que o âmbito de atuação e competência do

Conselho Nacional de Justiça - CNJ não se presta à revisão dos atos quer

da Ordem dos Advogados, quer do Chefe do Poder Executivo.

Assim é que poderia o Conselho, no máximo, adotar

providências em face de escolha da lista tríplice, enquanto esta ainda

guardasse alguma relevância jurídica.

Não obstante, uma vez efetuada a nomeação do

desembargador pelo Governador do Estado (doc. anexo), como sói

ocorrer no caso presente, a lista trí plice perde sua relevância jurídica por

se tratar de ato preparatório do ato final de nomeação.

A fase de escolha de lista tríplice foi integralmente

concretizada, e qualquer interferência do CNJ após a edição de decreto

nomeando candidato, com a ressalva do devido respeito, em grave

ingerência do CNJ em ato do Governador do Estado, providência para a

qual o Conselho não detém competência.

De fato, o CONTROLE EXTERNO DO ATO POLÍTICO DO

GOVERNADOR DO ESTADO revela a ilegalidade, a abusividade e a

inconstitucionalidade do ato impetrado, pois com a nomeação pelo Governador, não há

lista tríplice nem em ato administrativo – ou mesmo político – passível de controle

externo pelo Conselho Nacional de Justiça.

Nesse contexto, suspender a posse --- mero exaurimento desse ato

político já consumado --- de Desembargador nomeado comprova a ilegalidade e

abusividade do ato do e. Conselho Nacional de Justiça que, data venia, não pode

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interferir, como instância de controle de decisões políticas, nos desígnios da Ordem

dos Advogados do Brasil - OAB e do Poder Executivo.

Tem-se, pois, na espécie, interferência indevida na autonomia tanto da

Ordem dos Advogados do Brasil - OAB, quanto do Tribunal de Justiça - TJBA e, ao

final, do Chefe do Poder Executivo estadual.

No caso, a análise de reputação ilibada foi devidamente exercitada por

quem constitucionalmente detinha o poder para tanto, como é o caso do Governador

do Estado.

V - VIOLAÇÃO À AMPLA DEFESA E AO CONTRADITÓRIO:

A autoridade coatora, data venia, não se desincumbiu de

garantir o direito ao contraditório e o direito à ampla defesa ao proferir a

decisão liminar.

É que antes de proferir a decisão não foi realizada qualquer

atividade de coleta de informações sobre a questão a ser julgada, também

não se conferindo oportunidade às partes envolvidas para se manifestar

ou esclarecer os fatos relacionados ao caso decidido.

O aprofundamento da matéria relacionada à decisão

combatida era essencial para esclarecer, por exemplo, a prioridade de

vaga cuja posse foi suspensa, fato este que influencia diretamente na

ordem de preenchimento das outras três vagas cuja posse está agendada

para o dia 21/10/2013, às 18 horas.

Percebe-se, em verdade, um açodamento da autoridade

coatora em conceder liminarmente a suspensão da posse relacionada à

vaga destinada à Classe da advocacia sem preocupação em colher maiores

elementos sobre a situação concreta envolvida e, muito menos, sem se

desincumbir do ônus argumentativo que seria necessário para justificar

decisão tão gravosa baseada em tão poucos elementos de direito a seu

favor.

Frise-se que durante o procedimento de escolha da lista

sêxtupla foi oportunizado pelo Conselho de classe qualquer tipo de

impugnação contra os candidatos habilitados à vaga de Desembargador,

sem, no entanto, ocorrer qualquer manifestação em contrário em face do

candidato ao final nomeado.

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O Edital datado de 17/04/2013 divulgou a lista de

candidatos inscritos para concorrer à vaga de Desembargador, prevendo

possibilidade de impugnação dos pedidos de inscrição.

A consulta pública aos advogados realizou -se no dia 04 de

junho de 2013, quando se formou a lista sêxtupla a qual foi reduzida em

18 de setembro de 2013 à tríplice, enquanto a nomeação pelo Gov ernador

do Estado da Bahia foi publicada no Diário Oficial do Estado de

16/10/2013.

Apesar de todo este percurso no tempo não houve qualquer

tentativa de impugnação da candidatura do nomeado.

Todavia, o Ministério Público Federal – MPF requereu a

suspensão da posse do nomeado somente após todo este procedimento .

Isto é, esperou estrategicamente a sexta-feira dia 18/10/2013, último dia

útil antes daquele marcado para a posse (21/10/2013) e ingress ou com o

requerimento administrativo somente após o meio -dia da referida sexta-

feira, com fundamentação extremamente rasa e diretamente contrária ao

entendimento do STF, data venia, o que demonstra que o intuito foi

somente de dificultar a impugnação da liminar que viria a ser deferida e

de causar prejuízo à posse do nomeado.

Estivesse preocupado com o procedimento de escolha e se

acreditasse mesmo o requerente na fundamentação invocada, teria

explicitado sua impugnação no momento oportuno ou em algum momento

dos 6 (seis) meses anteriores, contados desde a data de divulgação da

candidatura do nomeado. Diante disto, há que ser reconhecida a preclusão

do direito de impugnar somente agora o candidato.

E tendo a autoridade coatora deferido medida liminar sem

se inteirar de toda esta situação e sem, ao menos, requisitar informações

para esclarecer melhor a situação posta à análise , demonstra que a

decisão foi tomada de forma apressada, sem maiores cuidados e em

desrespeito ao contraditório e ampla defesa que deveriam ter sido

observados.

VI - PREFERÊNCIA DA VAGA DA OAB:

A posse que foi suspensa pela liminar combatida está

marcada para a segunda-feira, dia 21/10/2013, às 18 horas, momento em

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que tomarão posse outros 3 (três) novos Desembargadores do Tribunal de

Justiça do Estado da Bahia - TJBA.

Dentre as quatro vagas a referente à classe dos advogados é

a mais antiga, seguida daquela reservada ao Ministério Público e depois

das duas relativas à promoção de carreira na magistratura.

Tal antiguidade da vaga não se reveste de mera

formalidade, mas implica em preferência no preenchimento das anteriores

sobre as mais recentes, pois a antiguidade dentro do Tribunal implica em

ampliações e restrições de direitos e competências dos Desembargadores,

sendo certo que o momento de posse e a antiguidade da vaga tem

relevância prática direta para os nomeados.

A vaga destinada pelo quinto constitucional à classe dos

advogados é a mais antiga dentre as quatro que seriam preenchidas na

segunda-feira, 21/10/2013, decorrendo de edital lançado desde Janeiro de

2013.

Mas a pressa e desrespeito ao contraditório e ampla defesa

no deferimento da medida liminar combatida não permitiu a análise de

mais esta questão, o que pode causar grave inversão no preenchimento

das vagas e grave prejuízo à vaga destinada à representação da classe

advocatícia no Tribunal, que sofrerá prejuízos caso n ão se respeite a

antiguidade da vaga.

Por meio da decisão liminar, desatenta a tais aspectos, a

autoridade coatora põe por terra o intuito do art. 94 da Constituição

Federal de 1988, que garante a reserva de vaga por meio do quinto

constitucional, garantindo maior e mais democrática participação nos

Tribunais.

A antiguidade da vaga destinada à advocacia e o intuito de

garantia de participação democrática no Tribunal foram completamente

ignorados pela decisão liminar, que deve ser cassada para preservar ta is

aspectos.

Permitir a manutenção da decisão liminar nos termos como

posta causará grave prejuízo à representação da classe advocatícia no

Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, implicando em inversão no

preenchimento das vagas do Tribunal.

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VII - DA VIOLAÇÃO AO DIREITO CONSTITUCIONAL DE

ACESSO A CARGOS PÚBLICOS - ART. 37, I, DA CF/88:

A r. decisão liminar atacada é violadora ao âmbito de

proteção do princípio da presunção de inocência e, na hipótese à qual

aplicada, ao entender que a existência de Inquérito gera abalo da

idoneidade com força para impedir o acesso a cargo público, viola,

também o direito constitucional de acesso a cargos públicos, mediante

atendimento dos requisitos especificamente elencados na lei.

No caso ora discutido, o nomeado – Dr. Roberto Frank -

cuja posse foi suspensa, percorreu devidamente todo o procedimento

previsto no art. 94, da Constituição Federal de 1988 . Ou seja, integrou a

lista sêxtupla formulada pela Classe advocatícia, integr ou a lista tríplice

formulada pelo Tribunal de Justiça do Estado da Bahia - TJBA e foi

nomeado pelo Governador do Estado da Bahia, cumprindo, assim, todas

as etapas cabíveis que garantem o seu direito à posse no cargo de

Desembargador.

Neste espeque, é preciso destacar que a lista sêxtupla que o

nomeado integrou foi formada por meio de consulta aberta aos advogados

do Estado da Bahia, por meio de procedimento de colheita de votos,

devidamente disciplinada pelo Conselho de classe e no qual foi

oportunizada a impugnação de candidaturas dos candidatos, não

ocorrendo, no entanto, nenhuma.

Daqui também se depreende a preclusão para a

manifestação sobre os requisitos de ingresso no cargo, uma vez que tal

avaliação foi feita pelo órgão de classe, que oportunizou devidamente

qualquer impugnação, mas não se realizou nenhuma.

Formada a lista sêxtupla democraticamente por meio da

consulta aos advogados inscritos na Seccional da OAB no Estado da

Bahia, foi ela reduzida pelo Tribunal de Justiça a uma lista tríplice, por

meio de votação aberta e em sessão pública, com participação da

sociedade no momento da votação e com ampla divulgação, conforme

editais e resoluções em anexo.

Saliente-se que, à época de formação da lista tríplice, o

Tribunal de Justiça do Estado da Bahia - TJBA realizou consulta ao

Conselho Nacional de Justiça - CNJ para se certificar sobre o correto

procedimento a ser seguido na redução da lista.

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Tal consulta revelou que a lista tríplice deveria ser formada

por meio de votação nominal e aberta realizada em sessão pública do

Pleno do Tribunal de Justiça, procedimento este que foi seguido à risca,

de modo a manter a integridade e lisura do mesmo.

A lista tríplice, devidamente formada, decorrente de

redução de lista sêxtupla democraticamente escolhida pela classe

advocatícia, foi enviada ao Governador do Estado da Bahia, que escolheu

o nome do candidato que teve sua posse suspensa por meio da esdrúxula

decisão liminar proferida pelo Impetrado, DATA VENIA, conforme

demonstra documento anexo com Decreto publicado no Diário Oficial do

Estado da Bahia.

Esclareça-se, ainda, que em nenhum momento de todo este

processo de escolha foi realizada qualquer impugnação quanto à

candidatura do nomeado, sendo devidamente reconhecido o atendimento

de todos os requisitos para integrar as etapas necessárias e para ser

empossado no cargo de Desembargador do Tribunal de Justiça do Estado

da Bahia.

É evidente que o prejudicado pela decisão atendeu a todos

os requisitos indicados na Carta da República e nos regulamentos do

Conselho de Classe e também indicados pelo CNJ para alcançar a

nomeação para o cargo almejado, em razão do que tem ele direito,

previsto constitucionalmente, de acesso a cargo público, mediante

atendimento dos requisitos, previsto no art. 37, inc. I, da CF/88.

VIII - DA VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA

PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA - ART. 5º, INC. LVII - ÂMBITO DE

PROTEÇÃO CONSTITUCIONAL:

Ponto de relevância que demonstra violação a princípio

constitucional e que vai ser defendido no presente mandamus se refere à

aplicação de entendimento evidentemente violador do princípio da

presunção de inocência, consagrado no art. 5º, inc. LVII, da Constituição

Federal de 1988.

Tal princípio resguarda a liberdade dos indivíduos contra

atos abusivos que tendam a restringir direitos sem o respeito ao devido

processo legal e à garantia da ampla defesa e contraditório, estabelecendo

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que o trânsito em julgado é necessário à confirmação da culpabilidade de

qualquer pessoa.

O âmbito de proteção deste princípio, conforme entendido

por consolidada jurisprudência desse e. Supremo Tribunal Federal, define

que a existência de mero Inquérito não causa abalo à idoneidade do

indivíduo, não podendo ser considerado como elemento restritivo de

acesso a cargo público.

A hipótese trazida na presente ação é perfeitamente

adequada àquela sobre a qual a jurisprudência consolidada se formou,

pois se está a falar de indevida afetação da idoneidade moral e ilibada

reputação do nomeado em razão da existência de mero e único inquérito

inconclusivo, a saber:

EMENTA DIREITO ADMINISTRATIVO. CONCURSO

PÚBLICO. POLÍCIA MILITAR. CANDIDATO.

ELIMINAÇÃO NA FASE DE INVESTIGAÇÃO SOCIAL.

AUSÊNCIA DE CARATER CONDENATÓRIO. PRINCÍPIOS

DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA E DA LEGALIDADE. AS

RAZÕES DO AGRAVO REGIMENTAL NÃO SÃO APTAS A

INFIRMAR OS FUNDAMENTOS QUE LASTREARAM A

DECISÃO AGRAVADA. ACÓRDÃO RECORRIDO

PUBLICADO EM 26.10.2012.

A jurisprudência desta Corte firmou o entendimento de

que viola o princípio da presunção de inocência a

exclusão de certame público de candidato que responda a

inquérito policial ou ação penal sem trânsito em julgado

da sentença condenatória. Precedentes. O exame da

alegada ofensa ao art. 5º, II, da Constituição Federal,

dependeria de prévia análise da legislação

infraconstitucional aplicada à espécie, o que refoge à

competência jurisdicional extraordinária, prevista no art.

102 da Constituição Federal. As razões do agravo

regimental não são aptas a infirmar os fundamentos que

lastrearam a decisão agravada. Agravo regimental

conhecido e não provido.

(ARE 754528 AgR, Relator(a): Min. ROSA WEBER,

Primeira Turma, julgado em 20/08/2013, ACÓRDÃO

ELETRÔNICO DJe-172 DIVULG 02-09-2013 PUBLIC 03-

09-2013)

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EMENTA DIREITO ADMINISTRATIVO. CONCURSO

PÚBLICO. SOLDADO DA POLÍCIA CIVIL. CANDIDATO.

ELIMINAÇÃO NA FASE DE INVESTIGAÇÃO SOCIAL.

TRANSAÇÃO PENAL PACTUADA. AUSÊNCIA DE

CARATER CONDENATÓRIO. PRINCÍPIO DA

PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA. AS RAZÕES DO AGRAVO

REGIMENTAL NÃO SÃO APTAS A INFIRMAR OS

FUNDAMENTOS QUE LASTREARAM A DECISÃO

AGRAVADA. ACÓRDÃO RECORRIDO PUBLICADO EM

23.02.2012.

A jurisprudência desta Corte firmou o entendimento de

que viola o princípio da presunção de inocência a

exclusão de certame público de candidato que responda a

inquérito policial ou ação penal sem trânsito em julgado

da sentença condenatória. Precedentes. As razões do

agravo regimental não são aptas a infirmar os

fundamentos que lastrearam a decisão agravada. Agravo

regimental conhecido e não provido.

(ARE 713138 AgR, Relator(a): Min. ROSA WEBER,

Primeira Turma, julgado em 20/08/2013, PROCESSO

ELETRÔNICO DJe-173 DIVULG 03-09-2013 PUBLIC 04-

09-2013)

EMENTA Agravo regimental no agravo de instrumento.

Concurso público. Delegado da Pol ícia Civil. Inquérito

policial. Investigação social. Exclusão do certame.

Princípio da presunção de inocência. Violação.

Impossibilidade. Precedentes.

1. A jurisprudência da Corte firmou o entendimento de

que viola o princípio da presunção de inocência a

exclusão de certame público de candidato que responda a

inquérito policial ou ação penal sem trânsito em julgado

da sentença condenatória. 2. Agravo regimental não provido.

(AI 829186 AgR, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI,

Primeira Turma, julgado em 23/04/2013, PROCESSO

ELETRÔNICO DJe-123 DIVULG 26-06-2013 PUBLIC 27-

06-2013)

EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE

INSTRUMENTO. ADMINISTRATIVO. CONCURSO

PÚBLICO. DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL. INQUÉRITO

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POLICIAL. EXCLUSÃO DO CERTAME. VIOLAÇÃO DO

PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA.

O Supremo Tribunal Federal fixou entendimento no

sentido de que viola o princípio constitucional da

presunção de inocência a exclusão de candidato de

concurso público que responde a inquérito ou ação penal

sem trânsito em julgado da sentença condenatória.

Precedentes.

Agravo regimental a que se nega provimento.

(AI 769433 AgR, Relator(a): Min. EROS GRAU, Segunda

Turma, julgado em 15/12/2009, DJe -027 DIVULG 11-02-

2010 PUBLIC 12-02-2010 EMENT VOL-02389-14 PP-

02954 RT v. 99, n. 895, 2010, p. 192-194)

EMENTA: CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO.

CONCURSO PÚBLICO. POLÍCIA MILITAR. CANDIDATO.

ELIMINAÇÃO. INVESTIGAÇÃO SOCIAL. ART. 5º, LVII,

DA CF. VIOLAÇÃO.

I - Viola o princípio constitucional da presunção da

inocência, previsto no art. 5º, LVII, da Constituição

Federal, a exclusão de candidato de concurso público que

responde a inquérito ou ação penal sem trânsito em

julgado da sentença condenatória. Precedentes.

II - Agravo regimental improvido.

(RE 559135 AgR, Relator(a): Min. RICARDO

LEWANDOWSKI, Primeira Turma, julgado em 20/05/2008,

DJe-107 DIVULG 12-06-2008 PUBLIC 13-06-2008 EMENT

VOL-02323-06 PP-01131)

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO.

CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO.

POLÍCIA CIVIL DO DISTRITO FEDERAL. MAUS

ANTECEDENTES. PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA. PRECEDENTES.

O Supremo Tribunal Federal fixou entendimento no sentido de que a

eliminação do candidato de concurso público que esteja respondendo

a inquérito ou ação penal, sem pena condenatória transitada em

julgado, fere o princípio da presunção de inocência. Agravo

regimental a que se nega provimento (AI 741.101-AgR/DF, Rel. Min.

EROS GRAU).

- A exclusão de candidato regularmente inscrito em concurso público,

motivada, unicamente, pelo fato de haver sido instaurado, contra ele,

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procedimento penal, sem que houvesse, no entanto, condenação

criminal transitada em julgado, vulnera, de modo frontal, o postulado

constitucional do estado de inocência, inscrito no art. 5º, inciso LVII,

da Lei Fundamental da República. Precedentes (RE 634.224/DF, Rel.

Min. CELSO DE MELLO).

E ainda mais.

Essa orientação firmada pelo Supremo Tribunal Federal apoia-se no

fato de que a presunção de inocência – que se dirige ao Estado, para impor limitações

ao seu poder, qualificando-se, sob tal perspectiva, como típica garantia de índole

constitucional, e que também se destina ao indivíduo, como direito fundamental por

este titularizado – representa uma notável conquista histórica dos cidadãos, em sua

permanente luta contra a opressão do poder.

O postulado do estado de inocência, ainda que não se considere como

presunção em sentido técnico, encerra, em favor de qualquer pessoa sob persecução

penal, o reconhecimento de uma verdade provisória, com caráter probatório, que

repele suposições ou juízos prematuros de culpabilidade, até que sobrevenha – como o

exige a Constituição do Brasil – o trânsito em julgado da condenação penal. Só então

deixará de subsistir, em favor da pessoa condenada, a presunção de que é inocente.

Há, portanto, um momento claramente definido no texto

constitucional, a partir do qual se descaracteriza a

presunção de inocência, vale dizer, aquele instante em que

sobrevém o trânsito em julgado da condenação criminal.

Antes desse momento –insista-se –, o Estado não pode

tratar os indiciados ou réus como se culpados fossem. A

presunção de inocência impõe, desse modo, ao Poder

Público, um dever de tratamento que não pode ser

desrespeitado por seus agentes e autoridades (RE

770.683/MG, rel. Min. CELSO DE MELLO )

É certo, pois, que o direito brasileiro protege o indivíduo

contra a imposição de penalidades ou restrições mais gravosas em seus

direitos em decorrência de meros procedimentos investigativos, que não

tem qualquer caráter conclusivo, nem garantem a ampla defesa e o

contraditório.

Tal proteção é necessária para não permitir que os direitos

e liberdades dos indivíduos sejam indevidamente restringidos por

procedimentos tais de caráter meramente investigativo e que podem ser

Page 14: Mandado de segurança impetrado pela OAB da Bahia e CFOAB no STF

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iniciados sem maiores requisitos, por simples comun icação de qualquer

pessoa ao órgão competente para apuração do fato.

Lembre-se, ainda, que por força do princípio da

indisponibilidade do inquérito fica a autoridade policial obrigada a

promover a abertura do inquérito para apuração dos fatos comunicados.

Tais circunstâncias implicam em situação na qual a mera comunicação de

suposto fato em tese ilícito geraria a instauração de Inquérito, impedindo,

no entendimento aplicado na decisão liminar, o acesso a cargos públicos

e gerando grave restrição de direitos.

Data venia, tal situação deixaria abertas portas para a

utilização de procedimentos investigatórios de instauração quase que

obrigatória, como o Inquérito Policial, como meio de manobras políticas

e de oposição para a restrição de direitos de pessoas envolvidas com

cargos de destaque e de importância, como é o caso da presente situação

de acesso ao cargo de Desembargador do Tribunal de Justiça do Estado

da Bahia.

Nesta linha, o procedimento administrativo já referido foi

instaurado no dia 18/10/2013 (sexta -feira) por provocação do Ministério

Público Federal junto ao CNJ com o objetivo de impedir a realização da

posse do nomeado no cargo de Desembargador do Tribunal de Justiça do

Estado da Bahia, posse esta que ocorrerá na segunda-feira, dia

21/10/2013, às 18 horas, conforme demonstra a certidão em anexo.

O fundamento único utilizado pela subscritora, a

Subprocuradora-Geral da República, Lindôra Maria Araújo, se restringe

ao alegado e suposto não atendimento do requisito da reputação ilibada,

relacionado no art. 94 da Constituição Federal de 1988, em virtude da

existência Inquérito Judicial em curso no Superior Tribunal de Justiça.

Com todo respeito, tal alegação não possui embasamento

fático suficiente a ampará-la, além de ir contra o procedimento

democrático de formação de lista sêxtupla pelo Conselho de Classe

(OAB-BA) e de lista tríplice formada pelo Tribunal de Justiça do Estado

da Bahia, procedimento no qual se avaliou e atestou o atendimento dos

requisitos do nomeado para ocupar o cargo de Desembargador.

A precariedade da motivação explicitada pela requerente no

procedimento administrativo foi tanta que o Conselheiro Relator, ao

deferir a liminar, se arvorou a inovar, abordando questões não veiculadas

Page 15: Mandado de segurança impetrado pela OAB da Bahia e CFOAB no STF

15

na manifestação inaugural, a exemplo da pendência de análise de consulta

formulada junto ao mesmo CNJ acerca da possibilidade de juiz eleitoral,

oriundo da advocacia, no exercício de seu mandato, candidatar -se à vaga

destinada ao quinto constitucional.

O que se tem, em verdade, é que a pendência de um

inquérito instaurado a partir de notícia-crime sem o menor fundamento,

aforada por parte sucumbente em processo judicial transitado em julgado ,

há 07 (sete) anos tramitando na mesma apuração , foi alçada à

condição de fato comprometedor da reputação do nomeado, desafiando,

inclusive, o princípio da presunção de inocência consagrado na

Constituição Federal de 1988.

Ocorre que a mera pendência de um inquérito não tem o

condão de comprometer a reputação do cidadão, tampouco inabilitá -

lo para a prática de qualquer ato da vida civil, como inegavelmente é a

candidatura à vaga destinada ao quinto constitucional.

Neste ponto, cumpre chamar à atenção desta Corte Suprema

que o referido inquérito tramita desde o ano de 2006, sem que até a

presente data tenha se concluído pela existência de quaisquer elementos

que levassem à deflagração de denúncia pelo Ministério Público.

A conclusão a que se chega, portanto, com todas as vênias,

é que o ato indigitado coator é flagrantemente abusivo, sem prejuízo de

violar princípios e regramentos contidos na C onstituição Federal.

Com efeito, o princípio constitucional da presunção da

inocência, salvo sentença condenatória transitada em julgado, tem o

objetivo de evitar a antecipação de restrições a direitos do réu e o seu

ambiente de aplicação é, assim, o procedimento administrativo ou o

processo judicial, em ambos, presente a lide.

Não restam dúvidas que o ordenamento jurídico brasileiro

expressamente adotou a presunção da inocência como garantia

constitucional que proíbe que o acusado seja considerado culpa do e, por

conseguinte, sofra os efeitos da condenação antes do trânsito em julgado

da sentença condenatória.

Do princípio da presunção da inocência extrai -se a

proibição de restrições antecipadas a direitos do réu pelo simples fato de

estar a responder ação judicial, salvo a imposição de restrições e deveres

Page 16: Mandado de segurança impetrado pela OAB da Bahia e CFOAB no STF

16

necessários à preservação da integridade da própria ação judicial, ou da

ordem pública, a qual, em um Estado Democrático de Direito, terá que

observar os parâmetros próprios a uma sociedade democrátic a.

Neste sentido, o foco é a não antecipação da sanção, ou da

pena, que poderão ser impostos pela sentença judicial, e dos efeitos

primários e secundários decorrentes da condenação definitiva. Não se

trata de uma questão de confiança, mas sim, de como li dar com os

direitos materiais e processuais do acusado no ambiente de um

procedimento administrativo ou judicial.

No caso vertente, sequer se está diante de processo judicial

pendente de julgamento definitivo, trata-se de mero inquérito que, por

sua natureza investigativa, não comporta o mínimo contraditório, já que

sua finalidade é apenas apuratória, não apresenta partes e tampouco

protagoniza uma lide.

Por outro lado, não é demais ressaltar que o expediente

sobre o qual o inquérito está respaldado foi d eflagrado no ano de 2006, e

se chega ao cabo de 07 (sete) anos de tramitação sem que, ao menos,

tenha sido concluída a apuração dos fatos.

Neste ponto, cabe destacar que a requerente (MPF) no

procedimento administrativo tentou induzir o Conselheiro Relator em

erro, pois afirma que somente em 2013 os autos foram remetidos à

Procuradoria Geral da República , o que ocorreu, isto sim, somente em

razão de o nomeado ter assumido cargo de Juiz Eleitora no TRE -BA, em

agosto de 2012, o que atraiu a competência do STJ e da PGR, sen do certo

que houve tramitação regular entre 2006 e 2013, mas sem qualquer

conclusão desabonadora.

Ademais, sua tramitação dá-se perante o Superior Tribunal

de Justiça - STJ apenas em função do exercício pelo nomeado de mandato

de juiz eleitoral, e para ascender a tal posto, também pela vaga reservada

ao órgão de classe, foi vencido processo de formação de lista tríplice

pelo Tribunal de Justiça do Estado da Bahia e posterior nomeação pela

Exmª. Sra. Presidente da República no ano de 2012, tudo isso enquanto

o mesmo inquérito ora utilizado como fato desabonador já tramitava

há quase 06 (seis) anos.

Destaque-se, ainda, que a autoridade Impetrada embasou a

sua decisão supondo existir “dúvida razoável” quanto ao atendimento

Page 17: Mandado de segurança impetrado pela OAB da Bahia e CFOAB no STF

17

dos critérios constitucionais para composição dos Tribunais, mas não

demonstra em que consistiria tal dúvida.

Isso porque dúvida não há. Os fatos trazidos à apreciação

estão bem esclarecidos, mas a aplicação do direito sobre os mesmos, pela

autoridade Impetrada, se deu de forma equivocada e em vi olação a

basilares preceitos de ordem constitucional.

Existe sim Inquérito em curso no Superior Tribunal de

Justiça - STJ, procedimento este que tramita desde o ano de 2006 não

alcançando, desde então, qualquer apuração conclusiva que permitisse

sequer a instauração de processo judicial contra o candidato (Dr. Roberto

Frank).

Não há dúvida sobre este fato, que foi devidamente

reconhecido pelo Conselheiro, e muito menos quanto ao direito incidente

sobre o mesmo, pois, à luz do princípio constitucional da presunção de

inocência, não há que se falar em abalo da idoneidade pela existência de

mero inquérito.

Neste sentido, esse e. Supremo Tribunal Federal possui

jurisprudência consolidada no que toca ao âmbito de aplicação do

princípio da presunção de inocência, especialmente quando se está a

analisar a influência de inquéritos na análise do critério de reputação

ilibada que se opera nas investigações sociais para concursos públicos.

Concluir de outra maneira seria dotar de imediatos efeitos

negativos um procedimento administrativo de instauração quase que

vinculada, já que submetido ao princípio da indisponibilidade da

investigação penal .

É o mesmo que negar de forma integral qualquer aspecto da

presunção de inocência, instaurando-se uma pressuposição de

culpabilidade, o que é inadmissível no direito deste e de praticamente

qualquer ordenamento jurídico hoje existente.

A r. decisão liminar impugnada afeta a liberdade do

nomeado em exercer os seus direitos, pois, diante da vagareza do

procedimento inquisitorial, permanece num estado de pe ndência que

agora, diante da decisão liminar aqui combatida, tolhe o seu direito de

acesso a cargo público para o qual se submeteu, sendo vitorioso em todas

as etapas previstas e de forma compatível aos requisitos.

Page 18: Mandado de segurança impetrado pela OAB da Bahia e CFOAB no STF

18

Neste ponto, importante salientar que a formação da lista

sêxtupla se deu com respeito aos requisitos previstos pela OAB,

avaliando-se os aludidos critérios constitucionais, lista esta reduzida à

tríplice pelo Tribunal de Justiça do Estado da Bahia e que resultou em

nomeação pelo Governador do Estado da Bahia, constituindo-se em ato

administrativo perfeito, acabado e plenamente apto a produzir efeitos.

Frise-se que o nomeado teve reconhecida a ilibada

reputação pela classe dos advogados, em consulta direta homologada pelo

Conselho Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil, pelo Tribunal de

Justiça do Estado e ainda pelo Governador.

Mostra-se óbvio que nas três fases desse ato complexo

todos os participantes com direito de escolha chegaram a conclusão de

que o nomeado goza de reputação ilibada.

Lembre-se, ainda, que o referido Inquérito somente está em

trâmite perante o Superior Tribunal de Justiça em virtude da condição do

nomeado como membro do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia.

E para assumir o cargo de magistrado da Côrte Eleitoral o

candidato se submeteu aos mesmos requisitos ora exigidos para o

ingresso no Tribunal de Justiça Estadual, presentes no art. 94, da CF/88,

não se cogitando, em qualquer momento da não adequação do mesmo aos

citados critérios, ainda que o Inquérito em questão date de 2006 e a posse

no TRE-Ba tenha ocorrido já no ano de 2012.

Também diante disto percebe-se que a r. decisão combatida

não se ampara em mínimos fundamentos, não passando de mero

oportunismo para impedir a posse do candidato, data venia, ainda mais

quando se toma em conta a natureza pública do procedimento de

formação das listas sêxtupla e tríplice, sem qualquer impugnação

relacionada à candidatura do nomeado, já juiz eleitoral quando da

aspiração ao cargo para o qual está agora nomeado.

Ora Excelência, é imperioso reconhecer que o ato

indigitado Coator malfere , a um só tempo, a Ordem dos Advogados do

Brasil - OAB, o Tribunal de Justiça da Bahia - TJBA, e a Governadoria

do Estado da Bahia, responsáveis pela nomeação do candidato e, o pior,

ato emanado de autoridade flagrantemente incomp etente.

Page 19: Mandado de segurança impetrado pela OAB da Bahia e CFOAB no STF

19

Além disto, a decisão Impugnada é contrária a

entendimento consolidado pela jurisprudência deste Sodalício, revelando -

se de verdadeira teratologia, a qual deve ser combatida por meio de sua

cassação.

Os argumentos aqui explicitados demonstram que é

completamente incorreta a decisão recorrida, a qual fere o princípio

constitucional da presunção de inocência e causa grave prejuízo a direito

líquido e certo do nomeado, direito este consolidado pelo regular

procedimento de escolha e pela nomeação para o cargo de Desembargador

do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia.

Em suma, diante de todos os argumentos, a decisão

combatida é completamente equivocada, pois se baseia na suposta e

errônea ideia de que a mera existência de um único Inquérito teria o

condão de afastar o requisito da reputação ilibada, necessária à assunção

do cargo em espeque.

Ocorre que o nomeado é pessoa proba e com devida

idoneidade moral, o que foi assim reconhecido nas etapas para sua

escolha ao cargo, pela OAB/BA, pelo Tribunal de Justiça da Bahia e pelo

Governador do Estado da Bahia.

Além disto, a idoneidade do candidato é confirmada pelo

fato de ter alcançado o cargo de Juiz Eleitoral do TRE-BA, para o qual se

verificam os mesmos requisitos que foram analisados para o ingresso no

Tribunal Estadual da Bahia.

O que se vê é o claro intuito de causar prejuízo, pois o

requerimento administrativo somente foi protocolado na sexta -feira, ao

meio-dia, com deferimento da liminar na tarde da sexta -feira

(18/10/2013), último dia útil antes da posse marcada para a segunda-

feira, dia 21/10/2013, às 18 horas.

Tal intuito de prejudicar o nomeado também se revela

diante da fundamentação da liminar combatida que contraria

explicitamente o entendimento consolidado do STF sobre o princípi o da

presunção de inocência, no sentido de que mero inquérito não implica em

desabono ou justificativa para impedir acesso a cargo público.

Esse entendimento é repetido e consolidado na

jurisprudência, não se mostrando razoável que o Conselheiro Impetrado,

Page 20: Mandado de segurança impetrado pela OAB da Bahia e CFOAB no STF

20

que é Promotor de Justiça do Estado do Pará, não tenha conhecimento de

tal viés da aplicação do Direito, vindo a reconhecer, contrariamente, em

sua decisão a existência de Inquérito como elemento de desabono e de

impedimento para a posse no cargo.

Pelo exposto, conclui-se que a decisão liminar atacada

contraria frontalmente o princípio constitucional da presunção de

inocência, conforme âmbito de proteção explicitado na jurisprudência já

sedimentada, dando vez a situações esdrúxulas nas quais a mera

comunicação de suposto fato ilícito seria suficiente para afastar a

idoneidade do indivíduo e de restringir gravemente sua liberdade e seus

direitos, em especial o de acesso a cargos públicos. Tal hipótese geraria

grave insegurança jurídica e restrição de direitos, não compatível com o

Estado Democrático de Direito.

IX - REPUTAÇÃO ILIBADA E RECONHECIDA DO DESEMBARGADOR

NOMEADO PELA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA:

O Requerente questiona suposta ausência de requisito constitucional

para a assunção de cargo de desembargador, na forma do art. 94 da Constituição

Federal, qual seja especificamente o da reputação ilibada.

Considerando-se a documentação essencial acostada aos autos do

processo de registro de Roberto Maynard Frank junto à OAB/BA para concorrer à lista

sêxtupla, não consta que ele responda a qualquer processo penal deflagrado.

Noticia-se que o Requerente é investigado em inquérito judicial

perante o Superior Tribunal de Justiça, em razão de foro privilegiado por exercício do

cargo de juiz eleitoral na vaga de jurista. Inquérito judicial, nada mais.

Nesse contexto, sem qualquer fundamento a alegação de falta de

reputação ilibada pela simples existência de inquérito, tanto mais após concluídas

todas as fases do processo de escolha:

(1) consulta direta à classe homologada pelo Conselho Seccional para

formação da lista sêxtupla,

(2) elaboração da lista tríplice pelo Tribunal de Justiça, em votação

aberta, e

(3) culminando na nomeação pelo chefe do Poder Executivo estadual,

oportunidades em que o requisito da reputação ilibada foi examinado.

Page 21: Mandado de segurança impetrado pela OAB da Bahia e CFOAB no STF

21

Portanto, tem-se que a reputação ilibada do Impetrante já foi

reconhecida, inclusive, pela Presidente da República que o nomeou para a função de

Juiz Eleitoral, na classe de jurista, no TRE/BA. Para tal função, como se sabe, o art.

119, III, da Constituição Federal exige a mesma idoneidade moral questionada e

liminarmente acolhida pelo ato impetrado.

Registre-se, ainda, que o Ministério Público Federal, embora ciente da

tramitação do Inquérito ANTERIOR À NOMEAÇÃO DO IMPETRANTE PELA

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA COMO JUIZ ELEITORAL, nada opôs àquela

nomeação anterior, decorrente de juízo positivo de idoneidade ultimado tanto pelo

Poder Judiciário, quanto pela Presidente da República.

X - DO PERICULUM IN MORA INEXISTENTE A JUSTIFICAR O ATO

IMPETRADO:

Soma-se às inconstitucionalidades e ilegalidades apontadas acima

inexistir fato novo que justifique a revisão dos juízos sucessivamente formulados em

torno da idoneidade moral do desembargador nomeado, inexistindo tampouco urgência

que empreste legitimidade à medida liminar que lhe obstou a posse no cargo público.

A consulta geral à classe de advogados se procedeu em 04 de junho de

2013, à conta de edital veiculado ainda no início do ano.

Logo após a lista sêxtupla foi encaminhada ao Tribunal de Justiça -

TJBA, e a lista tríplice, que se processou de modo demorado perante a Corte Estadual,

inclusive com formulação de consulta ao CNJ acerca da forma da votação, aguardou

vinte dias, junto ao Executivo por uma definição.

O Ministério Público aguardou o encerramento de todo o processo,

com a nomeação pelo Governador, para intentar a medida, sem que antes tivesse

adotado qualquer providência ou suscitado a questão em período anterior, como

tampouco a suscitou enquanto o desembargador nomeado exercia o cargo de Juiz

Eleitoral do TRE/BA.

Ora, esse e. STF já reconheceu que o exame dos requisitos de notório

saber jurídico e reputação ilibada, previstos no art. 94 da Constituição Federal, para a

formação da lista sêxtupla destinada à composição do quinto nos Tribunais, é da OAB,

cabendo aos Tribunais, quando muito, a devolução da lista, mas nunca ao CNJ essa

substituição de juízos que a r. decisão em causa impôs:

Page 22: Mandado de segurança impetrado pela OAB da Bahia e CFOAB no STF

22

4. A questão é mais delicada se a objeção do Tribunal fundar-se na

carência dos atributos de "notório saber jurídico" ou de "reputação

ilibada": a respeito de ambos esses requisitos constitucionais, o poder

de emitir juízo negativo ou positivo se transferiu, por força do art. 94

da Constituição, dos Tribunais de cuja composição se trate para a

entidade de classe correspondente. 5. Essa transferência de poder não

elide, porém, a possibilidade de o tribunal recusar a indicação de um

ou mais dos componentes da lista sêxtupla, à falta de requisito

constitucional para a investidura, desde que fundada a recusa em

razões objetivas, declinadas na motivação da deliberação do órgão

competente do colegiado judiciário (MS 25624, Rel. Min.

SEPÚLVEDA PERTENCE, DJ 19-12-2006).

Então, qual o perigo da demora a justificar a violência do ato

impetrado?

Data venia, não se pode afirmar urgente a medida porque o Parquet

tenha optado por se manter silente e inerte durante todo o processo para somente ao

seu final, quando perfectibilizada a escolha por ato complexo, manifestar insurgência e

alegar ausência de requisito constitucional. Isto é, promover pedido de providências

junto a órgão que não se presta a regular ou controlar, de qualquer modo e sob

qualquer ótica a Ordem dos Advogados, ou o Governador do Estado.

XI - DO PEDIDO DE LIMINAR:

EM FACE DE TODO O EXPOSTO, CONSIDERANDO

QUE A POSSE DO NOMEADO ESTÁ MARCADA PARA O DIA

21/10/2013 (SEGUNDA-FEIRA) E A COMPLETA INEXISTÊNCIA DE

FUNDAMENTOS VÁLIDOS NA DECISÃO LIMINAR COMBATIDA,

FAZ-SE NECESSÁRIA SUA IMEDIATA CASSAÇÃO, DE MODO A

PRESERVAR O DIREITO LÍQUIDO E CERTO DO NOMEADO SER

EMPOSSADO EM CARGO PARA O QUAL FOI LEGITIMAMENTE

ESCOLHIDO E NOMEADO.

A FUMAÇA DO BOM DIREITO ESTÁ AMPLAMENTE

CARACTERIZADA DIANTE DE TODO O PROCEDIMENTO DE

VALIDAÇÃO DA CANDIDATURA DO CANDIDATO, NO QUAL SE

CONFIRMOU O ATENDIMENTO DE TODOS OS REQUISITOS

PARA O ACESSO AO CARGO ALMEJADO.

ESTE REQUISITO TAMBÉM SE REFORÇA DIANTE

DO ESTABILIZADO ENTENDIMENTO DESSE E. SUPREMO

Page 23: Mandado de segurança impetrado pela OAB da Bahia e CFOAB no STF

23

TRIBUNAL FEDERAL, CONSOLIDADO EM SUA JURISPRUDÊNCIA

NO SENTIDO DE QUE MERO INQUÉRITO NÃO AFETA A

IDONEIDADE DO INDIVÍDUO DE MODO A IMPEDIR O SEU ACESSO

A CARGO PÚBLICO, EM RESPEITO AO ÂMBITO DE PROTEÇÃO DO

PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA.

O PERIGO NA DEMORA É EVIDENTE DIANTE DA

POSSE DO NOMEADO JÁ MARCADA PARA A SEGUNDA-FEIRA,

DIA 21/10/2013, SENDO CERTO QUE A SUSPENSÃO DE TAL

EVENTO PODERÁ ACARRETAR ESPERA INDEFINIDA NA

EFETIVAÇÃO DE UM DIREITO GARANTIDO, VALIDADO E

CONSOLIDADO.

SALIENTE-SE QUE HÁ DE SER CONSIDERADA NA

ANÁLISE LIMINAR DESTE MANDAMUS A EXISTÊNCIA DE

PERIGO NA DEMORA DA PRESTAÇÃO JURISDICIONAL E NA

EVIDENTE HIPÓTESE DE SE CAUSAR PREJUÍZO IRREPARÁVEL

OU DE DIFÍCIL REPARAÇÃO.

ISSO PORQUE O NOMEADO, JÁ VITORIOSO NAS

ETAPAS E PROCEDIMENTOS PARA O PREENCHIMENTO DA VAGA

DE DESEMBARGADOR E AMPARADO PELA NOMEAÇÃO

REALIZADA PELO GOVERNADOR DO ESTADO DA BAHIA,

INICIOU A PRÁTICA DOS ATOS NECESSÁRIOS À

DESINCOMPATIBILIZAÇÃO PARA TOMAR POSSE NO CARGO.

EM RAZÃO DISTO, FOI PETICIONADO O

CANCELAMENTO DE SUA INSCRIÇÃO NA ORDEM DOS

ADVOGADOS - SECCIONAL BAHIA, MANIFESTOU

DOCUMENTALMENTE A RENÚNCIA DE SEU CARGO NO TRE-BA

E TAMBÉM REQUISITOU A DESISTÊNCIA NO PROCEDIMENTO

DA OAB-BA PARA PREENCHIMENTO DE NOVA VAGA ABERTA

AO CARGO DE DESEMBARGADOR DO TJ/BA, CONFORME

DEMONSTRAM OS DOCUMENTOS EM ANEXO.

TAIS ATOS FORAM PRATICADOS EM VIRTUDE

UNICAMENTE DA NECESSIDADE DE

DESINCOMPATIBILIZAÇÃO PARA ASSUMIR O CARGO DE

DESEMBARGADOR, E SE DERAM NA SEXTA-FEIRA, DIA

18/10/2013, ÚLTIMO DIA ÚTIL ANTES DA DATA MARCADA PARA

A POSSE.

Page 24: Mandado de segurança impetrado pela OAB da Bahia e CFOAB no STF

24

AQUI CABE RESSALTAR O INTUITO DO

REQUERENTE DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO EM

PREJUDICAR O CANDIDATO, POIS SOMENTE APÓS O

PROTOCOLO DA SUA PRIMEIRA PETIÇÃO DE RENÚNCIA É

QUE DERAM ENTRADA NO CNJ REQUISITANDO A SUSPENSÃO

DA POSSE, JÁ AO MEIO DIA DO DIA 18/10/2013, CONSEGUINDO

A DECISÃO LIMINAR NA MESMA TARDE, QUANDO JÁ ESTAVA

O NOMEADO COM SUA VIDA COMPLETAMENTE

DESESTRUTURADA, EM RAZÃO DOS ATOS DE

DESINCOMPATIBILIZAÇÃO.

PRESENTES, POIS, OS REQUISITOS À CONCESSÃO

DA PRESENTE MEDIDA, AS IMPETRANTES REQUEREM, COM

AMPARO NO ART. 7º, DA LEI Nº 12.016/09, SEJA DEFERIDA

LIMINAR INITIO LITIS E INAUDITA ALTERA PARTE PARA CASSAR

OS EFEITOS DA R. DECISÃO COMBATIDA, ATÉ A DECISÃO

FINAL A SER PROFERIDA NESTE MANDAMUS , A QUAL, POR

CERTO, CONCEDERÁ, EM DEFINITIVO, A TUTELA PLEITEADA.

XII - DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS FINAIS:

Ex positis , demonstrado o completo desacerto da r. decisão

liminar recorrida, e a impropriedade da fundamentação nela invocada,

assim como a violação do princípio da presunção de inocência, faz -se

imperioso o deferimento dos pedidos adiante expostos, em razão do que

requer:

a) a concessão de liminar initio litis e inaudita altera pars,

para cassar os efeitos da r. decisão do Impetrado proferida

nos autos do Procedimento de Controle Administrativo n º

0006211-28.2013.2.00.0000 que, sem qualquer fundamento

e em violação à presunção de inocência, obstou a posse do

candidato;

b) caso não se vislumbre a hipótese de deferimento liminar,

requer seja, diante da absoluta violação ao princípio da

presunção de inocência, conforme entendido pela

jurisprudência dominante deste E. Sodalício , seja julgado

de imediado, por meio de decisão monocrática, o mérito do

presente mandamus , concedendo-se a segurança pretendida

para cassar a decisão Impugnada ;

Page 25: Mandado de segurança impetrado pela OAB da Bahia e CFOAB no STF

25

c) a concessão da segurança, tornando definitivos os efeitos

da medida liminar, caso deferida, para cassar a decisão

Impugnada, garantindo-se o direito do nomeado à posse no

cargo de Desembargador do Tribunal de Justiça do Estado

da Bahia;

d) a notificação da autoridade coatora para prestar

informações;

e) a ciência ao órgão de representação judicial da pessoa

jurídica interessada, no caso a União; e

f) a notificação do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia –

TJBA, do Exmo. Sr. Governador do Estado da Bahia e do

interessado, Dr ROBERTO MAYNARD FRANK, como

litisconsortes necessários.

Atribui à causa o valor de R$ 100,00 (cem reais) para fins

meramente fiscais.

Pede deferimento.

Brasília/DF, 21 de outubro de 2013.

Marcus Vinícius Furtado Coêlho

Presidente do Conselho Federal da OAB

Luiz Viana Queiroz

Presidente OAB-Ba

José Saraiva

OAB/BA 19.600

Oswaldo Pinheiro Ribeiro Júnior

OAB/DF 16.275