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Livro: AÇÃO E REAÇÃO André Luiz/Francisco C. Xavier CAP. 12 DÍVIDA AGRAVADA 09/11/17 Centro Espirita Pena Branca/Casa da Prece 1 Porque nós somos cooperadores de Deus.” Porque nós somos cooperadores de Deus.” Paulo. (1ª Epístola aos Coríntios, 3, versículo 9.) Paulo. (1ª Epístola aos Coríntios, 3, versículo 9.) Título: "Ação e Reação" Autor: Espírito ANDRÉ LUIZ (pseudônimo espiritual de um consagrado médico que exerceu a Medicina no Rio de Janeiro) Psicografia: FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER (concluída em 1956). Edição: Primeira edição em 1956, pela Federação Espírita Brasileira (Rio de Janeiro/RJ) Nota: Até 2003 já haviam 24 reedições, num total de 298.000 exemplares.: Título: "Ação e Reação" Autor: Espírito ANDRÉ LUIZ (pseudônimo espiritual de um consagrado médico que exerceu a Medicina no Rio de Janeiro) Psicografia: FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER (concluída em 1956). Edição: Primeira edição em 1956, pela Federação Espírita Brasileira (Rio de Janeiro/RJ) Nota: Até 2003 já haviam 24 reedições, num total de 298.000 exemplares.:

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Livro:

AÇÃO E REAÇÃO

André Luiz/Francisco C. Xavier

CAP. 12

DÍVIDA AGRAVADA

09/11/17 Centro Espirita Pena Branca/Casa da Prece

1““Porque nós somos cooperadores de Deus.”Porque nós somos cooperadores de Deus.”Paulo. (1ª Epístola aos Coríntios, 3, versículo 9.)Paulo. (1ª Epístola aos Coríntios, 3, versículo 9.)

Título: "Ação e Reação" –Autor: Espírito ANDRÉ LUIZ (pseudônimo espiritual de um consagrado médico que exerceu a Medicina no Rio de Janeiro)Psicografia: FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER (concluída em 1956).Edição: Primeira edição em 1956, pela Federação Espírita Brasileira (Rio de Janeiro/RJ)Nota: Até 2003 já haviam 24 reedições, num total de 298.000 exemplares.:

Título: "Ação e Reação" –Autor: Espírito ANDRÉ LUIZ (pseudônimo espiritual de um consagrado médico que exerceu a Medicina no Rio de Janeiro)Psicografia: FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER (concluída em 1956).Edição: Primeira edição em 1956, pela Federação Espírita Brasileira (Rio de Janeiro/RJ)Nota: Até 2003 já haviam 24 reedições, num total de 298.000 exemplares.:

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Conteúdo doutrinário:ANDRÉ LUIZ e seu amigo HILÁRIO, com o abençoado fito de aprenderem as várias nuanças da Lei de Causa e Efeito (Justiça Divina), vão às sombrias regiões umbralinas, onde colhem as lições que enfeixam esta obra. Todos os capítulos encerram preciosas lições, por isso não se poderá destacar esse ou aquele. Apenas como mostra do pano, relacionamos alguns:- “dívida agravada” / “débito estacionário” / “resgate interrompido” / “débito aliviado” / “dívida expirante” / “resgates coletivos”. O sofrimento dos Espíritos desencarnados, que quando na romagem terrena obnubilaram a consciência, é aqui descrito sem rodeios, servindo como poderoso alerta para todos nós...Lendo esse livro é penoso verificar o quanto o homem ainda se demora em observar as Leis Morais, em particular a de JUSTIÇA DIVINA, que Deus instituiu, em sua sabedoria e amor, fazendo com que a cada ação, invariavelmente ocorra a respectiva reação — isso, tanto no moral, quanto no material.De forma pedagógica quanto interessante, André Luiz descreve inúmeros casos comportamentais de encarnados, expondo a seguir, a conseqüência, quando os agentes retornam ao mundo espiritual. Muitos delitos e monstruosidades vêm à tona, explicitando o porquê das duras condições resultantes, as quais, na verdade, constituem reajustamento à Lei.Contudo, há também narrações de resgates aceitos com sincero arrependimento, humildade e resignação, carreando atenuantes, na razão direta do merecimento dos agentes.De ponta a ponta da leitura sobressai o imensurável Amor do Pai para com todos os seus filhos, máxime quando estes se ajustam às palavras do Mestre Jesus, que de forma altissonante proclamou que do redil divino nenhuma ovelha se perderia.

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NO PARLATÓRIOSilas informou que muitos companheiros de serviço valem-se daquele

horário para o culto espontâneo do amor fraterno ouvindo ali os desesperados e os tristes e, tanto quanto possível, administram-lhes

medicação e consolo, não só exortando-os à compreensão e à serenidade, mas também os acompanhando aos círculos tenebrosos

ou à esfera dos encarnados, para a obra de assistência aos laços afetivos que lhes perturbam o coração.

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Com a visão adaptada à sombra reinante, conseguiam diferençar as figuras lamentáveis e exóticas que os cercavam, agoniadas... Eram mulheres de duro semblante que amiséria desfigurava e homens de fisionomias torturadas pelo ódio epela angústia. Dificilmente poderiam avaliar-lhes aidade, segundo o escalão terrestre. (...)Em quase todos o olhar enraivecido oumedroso revelava a dolorosa fulgura-ção da mente que desceu ao poço daloucura.

“Preces comoventes mistura-vam-se a clamores sinistros de revolta.”

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Livre-arbítrio843. Tem o homem o livre-arbítrio de seus atos?“Pois que tem a liberdade de pensar, tem igualmente a de obrar. Sem o livre-arbítrio, o homem seria máquina.”

Livre-arbítrio843. Tem o homem o livre-arbítrio de seus atos?“Pois que tem a liberdade de pensar, tem igualmente a de obrar. Sem o livre-arbítrio, o homem seria máquina.”

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INDAGAÇÃO DE ANDRÉ:

Por que não acolhê-los ao Templo hospitaleiro, então quase deserto?

Silas, contudo, designando a entrada do edifício que acabaram de deixar, fixou a portaria radiante que, da forte penumbra, mais se afigurava um túnel aberto para a luz, esclareceu:

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RESPOSTA DE SILAS:“ Apenas ingressam no recinto sagrado quantos lhe podem suportar a claridade com o respeito devido. Quase todos os irmãos que se congregam nesta praça trazem mutilações que a perversidade lhes impôs ou são portadores de sentimentos tigrinos que petições comoventes mal encobrem. E, com semelhantes disposições, não resistem ao impacto da claridade dominante, dosada em fotônios específicos a se caracterizarem por determinado teor eletromagnético, indispensável à garantia de nossa casa. Muitos de nossos irmãos, aqui desarvorados, clamam, com a boca, que anseiam pelas vantagens da prece, na intimidade do santuário; no entanto, por dentro, lá estimariam tripudiar sobre o nome sublime de nosso Pai Celeste, no culto à ironia e à blasfêmia. Para que não tumultuem a atmosfera divina que nos cabe oferecer à oração pura e reconfortante, recomendam nossos orientadores que a luz permaneça graduada contra distúrbios e prejuízos, facilmente evitáveis.”

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Hilário, espantado, considerou:

“– Significa isso que somente a sincera compunção da alma entrará em sintonia com as forças eletromagnéticas imperantes no recinto...”

SILAS:

“– Exatamente assim é. – Nossa instituição permanece de braços abertos à provação e ao sofrimento, mas não à rebeldia e ao desespero. De outra sorte, seria condená-la ao aniquilamento e ao descrédito, na região atormentada em que se localiza.”

Muitos Espíritos imploravam socorro a Silas, queos fitava, compadecido, mas sem se deter.

Hilário, espantado, considerou:

“– Significa isso que somente a sincera compunção da alma entrará em sintonia com as forças eletromagnéticas imperantes no recinto...”

SILAS:

“– Exatamente assim é. – Nossa instituição permanece de braços abertos à provação e ao sofrimento, mas não à rebeldia e ao desespero. De outra sorte, seria condená-la ao aniquilamento e ao descrédito, na região atormentada em que se localiza.”

Muitos Espíritos imploravam socorro a Silas, queos fitava, compadecido, mas sem se deter.

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Fatalidade851. Haverá fatalidade nos acontecimentos da vida, conforme ao sentido que se dá a este vocábulo? Quer dizer: todos os acontecimentos são predeterminados? E, neste caso, que vem a ser do livre-arbítrio?

“A fatalidade existe unicamente pela escolha que o Espírito fez, ao encarnar, desta ou daquela prova para sofrer. Escolhendo-a, institui para si uma espécie de destino, que é a conseqüência mesma da posição em que vem a achar-se colocado. Falo das provas físicas,pois, pelo que toca às provas morais e às tentações, o Espírito, conservando o livre-arbítrio quanto ao bem e ao mal, é sempre senhor de ceder ou de resistir. Ao vê-lo fraquejar, um bom Espírito pode vir-lhe em auxílio, mas não pode influir sobre ele de maneira a dominarlhe a vontade. Um Espírito mau, isto é, inferior, mostrando-lhe, exagerando aos seus olhos um perigo físico, o poderá abalar e amedrontar. Nem por isso, entretanto, a vontade do Espírito encarnado deixa de se conservar livre de quaisquer peias.”

Fatalidade851. Haverá fatalidade nos acontecimentos da vida, conforme ao sentido que se dá a este vocábulo? Quer dizer: todos os acontecimentos são predeterminados? E, neste caso, que vem a ser do livre-arbítrio?

“A fatalidade existe unicamente pela escolha que o Espírito fez, ao encarnar, desta ou daquela prova para sofrer. Escolhendo-a, institui para si uma espécie de destino, que é a conseqüência mesma da posição em que vem a achar-se colocado. Falo das provas físicas,pois, pelo que toca às provas morais e às tentações, o Espírito, conservando o livre-arbítrio quanto ao bem e ao mal, é sempre senhor de ceder ou de resistir. Ao vê-lo fraquejar, um bom Espírito pode vir-lhe em auxílio, mas não pode influir sobre ele de maneira a dominarlhe a vontade. Um Espírito mau, isto é, inferior, mostrando-lhe, exagerando aos seus olhos um perigo físico, o poderá abalar e amedrontar. Nem por isso, entretanto, a vontade do Espírito encarnado deixa de se conservar livre de quaisquer peias.”

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Sendo infinita a Justiça de Deus, o bem e o mal são rigorosamente considerados, não havendo uma só ação, um só pensamento mau que não tenha consequências fatais, como não há uma única ação meritória, um só bom movimento da alma que se perca […] Allan Kardec: O Céu e o Inferno. Primeira parte, cap. 7, § n.° 8 (Código Penal da Vida Futura).

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Toda falta cometida, todo mal realizado, é uma dívida contraída que deverá ser paga; se não for em uma existência, sê-lo-á na seguinte ou seguintes, porque todas as existências são solidárias entre si. Aquele que se quita numa existência não terá necessidade de pagar segunda vez. Allan Kardec: O Céu e o Inferno. Primeira parte, cap. 7, § n.° 9 (Código Penal da Vida Futura).

• De duas espécies são as vicissitudes da vida, ou, se o preferirem, promanam de duas fontes diferentes, que importa distinguir. Umas têm sua causa na vida presente; outras, fora desta vida. Remontando-se à origem dos males terrestres, reconhecer-se-á que muitos são consequência natural do caráter e do proceder dos que os suportam. Allan Kardec: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. 5, item 4.

• De duas espécies são as vicissitudes da vida, ou, se o preferirem, promanam de duas fontes diferentes, que importa distinguir. Umas têm sua causa na vida presente; outras, fora desta vida. Remontando-se à origem dos males terrestres, reconhecer-se-á que muitos são consequência natural do caráter e do proceder dos que os suportam. Allan Kardec: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. 5, item 4.

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PERSONAGENS :

Luísa: (Espírito_desencarnado ha algum tempo) Mãe de Marina e de Zilda

Marina: Reencarnada há 30 anos sobre a orientação da Mansão Paz, irmã de mãe de Nilda/Zilda , Esposa de Jorge .

Zilda_( Esposa de Jorge na encarnação anterior sec. XIX)_ comete suicídio após descobrir a traição do Noivo Jorge e Marina sua irmã _ ).

NILDA/Zilda _ Reencarna como filha de Jorge e de Marina . Devido aos suicídio nasce com sequelas neurológicas (Surda/Muda_ mentalmente retardada).

Jorge: atualmente ex-noivo de Zilda e esposo de Marina e pai de Nilda_ devido aos débitos do passado desenvolve a hanseníase .

Andrè Luiz, Silas , Ministro Sânzio,Hilario, Druso_ espíritos trabalhadores do Nosso Lar e de Mansão Paz .

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Senhora desencarnada, com sinais de irreprimível angústia, pede ajuda ao assistente Silas para a filha que pretendia se matar.

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Não seria possível que Deus, soberanamente justo, castigasse suas criaturas por faltas cujo cometimento não dependera delas, nem que asrecompensasse por virtudes de que nenhum mérito teriam. Demais, tal lei seria a negaçãoda do progresso, porquanto o homem, tudo esperando da sorte, nada tentaria para melhorara sua posição, visto que não conseguiria ser mais nem menos. L.E_ 872- _ Da Lei de Liberdade _sobre a fatalidade

Não seria possível que Deus, soberanamente justo, castigasse suas criaturas por faltas cujo cometimento não dependera delas, nem que asrecompensasse por virtudes de que nenhum mérito teriam. Demais, tal lei seria a negaçãoda do progresso, porquanto o homem, tudo esperando da sorte, nada tentaria para melhorara sua posição, visto que não conseguiria ser mais nem menos. L.E_ 872- _ Da Lei de Liberdade _sobre a fatalidade

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O CASO MARINA

Tratava-se de um caso de débito agra-vado, que requeria máxima atençãoe o necessário auxílio. Hilário estavaImpressionado com o número de mu-lheres em trabalho de oração e assis-tência naquelas paragens, o que me-receu de Silas o seguinte comentário:

"Raras esposas e raras mães deman-dam às regiões felizes sem os docesAfetos que acalentam no seio... Oimenso amor feminino é uma das forças mais respeitáveis na Criaçãodivina".

Senhora desencarnada, com sinais de irreprimível angústia, pede ajuda ao assistente Silas para a filha que pretendia se matar.

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NA CASA DE MARINA - moradia constituída de três peças desataviadas e estreitas.

Acompanhando Silas, cuja presença deslocou diversas entidades da sombra que ali se ajuntavam com a manifesta intenção de perturbar,

André e Hilário ingressaram um quarto humilde.

Junto de jovem senhora agoniada e exausta, uma menina de dois a três anos choramingava, inquieta... Via-se-lhe nos olhos esgazeados e inconscientes o estigma dos que foram marcados por irremediável sofrimento ao nascer.

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Marina era caso mais urgente...

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De joelhos, beijava sofregamente a filhinha, mostrando a indefinível angústia dos que se despedem para sempre. Logo após, tomou de um copo em que se encontrava o veneno. Antes, porém, de colá-lo à boca Silas lhe

disse em voz segura:“– Como podes pensar na sombra da morte, sem a luz da oração?”

A infeliz não lhe ouviu a pergunta, mas a frase invadiu-lhe a cabeça qual rajada violenta; seus olhos ganharam novo brilho e o copo tremeu-lhe nas mãos, então indecisas. Silasestendeu-lhe os braços, envol-vendo-a em fluidos anestesiantes de carinho e bondade. Dominada denovos pensamentos, Marina recolocou o recipienteno lugar de antes e, sob a vigorosa influência do Assistente, levantou-se automaticamente, estiran-do-se no leito, em prece:

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UM SUICÍDIO FRUSTADO

“– Deus meu, Pai de Infinita Bondade. Compadece-te de mim e perdoa-me o fracasso! Não suporto mais... Sem minha presença, meu marido viverá mais tranqüilo no leprosário e minha desventurada filhinha encontrará corações caridosos que lhe dispensem amor... Não tenho mais recursos... Estou doente... Nossas contas esmagam-me... Como vencer a enfermidade que me devora, obrigada a costurar sem repouso, entre o marido e a filhinha que me reclamam assistência e ternura?...”

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Silas administrou-lhe passes magnéticos de prostração e, induzindo-a a ligeiro movimento do braço, fez que elamesma batesse com força no copo, derramando o líquidoletal. Reconhecendo no próprio gesto impensado a mani-festação de uma força estranha a entravar-lhe a possibili-dade da morte deliberada, ela passou a orar em silêncio,com evidentes sinais de temor e remorso, atitude mentalessa que lhe acentuou a passividade e da qual se valeuSilas para conduzi-la ao sono provocado.

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Silas emitiu forte jacto de energia fluídica sobre o córtex encefálico dela, e a moça, sem conseguir explicar a si Mesma a razão do torpor que lhe invadia o campo nervoso, deixou-se adormecer pesadamente, qual se houvera sorvido violento narcótico.

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Silas esclarece que se tratava de problema de conta agravada...

Marina viera da Mansão para auxiliar Jorge e Zilda, dos quais se fizera devedora. No século passado, ela se interpusera entre os dois, quando recém-casados, impelindo-os a deploráveis leviandades que lhes valeram angustiosa demência na erraticidade. Depois de longos padecimentos, permitiu o Senhor que os três renascessem no mesmo quadro social, para o trabalho regenerativo. Marina, a primogênita do lar de Luísa, recebera a incumbência de tutelar Zilda, a irmã menor, até que, no caminho de ambas, apareceu Jorge. Zilda e Jorge reatam os elos afetivos do pretérito. Amam-se com fervor e confiam-se ao noivado. Marina, longe de corresponder às promessas esposadas no Mundo Maior, pelas quais lhe cabia amar o mesmo homem, no silêncio da renúnciaconstrutiva, amparando a irmãzinha, outrora repudia-da esposa, nas lutas purificadoras que a atualidadelhe ofertaria, tomada de intensa paixão, passou a se-duzir o rapaz, atraindo para o seu escuso objetivo oapoio de entidades caprichosas e enfermiças, cujacompanhia aliciara sem perceber.

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Dominado, Jorge abandonou o amor de Zilda e passou a simpatizar com Marina, observando que a nova afetividade lhe crescia assustadoramente no íntimo, sem que ele pudesse controlar-lhe a expansão... Em pouco tempo, passaram a manter encontros ocultos, nos quais se comprometeram um com o outro na maior intimidade. Zilda notou o distanciamento do rapaz, mas de nada desconfiou, até que, faltando duas semanas para o casamento, ele rompeu o noivado, confessando que somente poderia casar-se com Marina.

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Alucinada de dor, Zilda matou-se, sendo recolhida por Luísa, sua mãe, que na época já se encontrava na Mansão. Levado o caso até o Ministro Sânzio, determinou ele que Marina fosse considerada devedora em conta agravada por ela mesma e, logo após sua decisão, providenciou para que Zilda renascesse como sua filha, o que ocorreu dois anos após seu casamento com Jorge.

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DAS PENAS E GOZOS TERRESTRESDesgosto da vida. Suicídio

943. Donde nasce o desgosto da vida, que, sem motivos plausíveis, se apodera decertos indivíduos?“Efeito da ociosidade, da falta de fé e, também, da saciedade.“Para aquele que usa de suas faculdades com fim útil e de acordo com as suas aptidões naturais, o trabalho nada tem de árido e a vida se escoa mais rapidamente. Ele lhe suporta as vicissitudes com tanto mais paciência e resignação, quanto obra com o fito da felicidade mais sólida e mais durável que o espera.”944. Tem o homem o direito de dispor da sua vida?“Não; só a Deus assiste esse direito. O suicídio voluntário importa numa transgressão desta lei.”a) - Não é sempre voluntário o suicídio?“O louco que se mata não sabe o que faz.”945. Que se deve pensar do suicídio que tem como causa o desgosto da vida?“Insensatos! Por que não trabalhavam? A existência não lhes teria sido tão pesada.”946. E do suicídio cujo fim é fugir, aquele que o comete, às misérias e às decepções deste mundo?“Pobres Espíritos, que não têm a coragem de suportar as misérias da existência!Deus ajuda aos que sofrem e não aos que carecem de energia e de coragem. As tribulaçõesda vida são provas ou expiações. Felizes os que as suportam sem se queixar, porque serãorecompensados! Ai, porém, daqueles que esperam a salvação do que, na sua impiedade,chamam acaso, ou fortuna! O acaso, ou a fortuna, para me servir da linguagem deles,podem, com efeito, favorecê-los por um momento, mas para lhes fazer sentir mais tarde,cruelmente, a vacuidade dessas palavras.”

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Zilda, hoje chamada Nilda, nasceu surda-muda e mentalmente retardada, em consequência do trauma perispirítico experimentado na morte por envenenamento voluntário. Inconsciente e atormentada nos refolhos do ser pelas recordações asfixiantes do passado recente, chora quase que dia e noite... Alguns anos mais tarde, Jorge foi internado em um leprosário, onde estava em tratamento. Desde então, entre o esposo doente e a filhinha infeliz, Marina, em seu débito agravado, padece o abatimento em que a encontraram, martelada igualmente pela tentação do suicídio.

Felicidade e infelicidade relativas(LE)920. Pode o homem gozar de completa felicidade na Terra?“Não, por isso que a vida lhe foi dada como prova ou expiação. Dele, porém, depende a suavização de seus males e o ser tão feliz quanto possível na Terra.”

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REFLEXÃO DE ANDRÉ:“O problema era doloroso do ponto de vista humano, contudo encerravaprecioso ensinamento da Justiça Divina.”

Silas interessado em conduzir o socorro até ao fim, administrou-lhe novos recursos magnéticos e então Marina ergueu-se em Espírito sobre o corpo somático e pousou na equipe espiritual o olhar vago e inexpressivo... Silas, porém, como a despertar-lhe as percepções do Espírito, afagou-lhe as pupilas, com as mãos aureoladas de fluidos lumiescentes e, de repente, à maneira do cego que retorna à visão, a pobre criatura viu a genitora que lhe estendia os braços amigos e carinhosos.

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DAS PENAS E GOZOS TERRESTRESDesgosto da vida. Suicídio

A vida não cessa e a morte é um jogo escuro de ilusões. Fechar os olhos do corpo não decide os nossos destinos. É preciso navegar no próprio drama ou na própria comédia... Uma existência é um ato, um corpo, uma veste, um século, um dia. E a morte... A morte é um sopro renovador. Mas não vou sofrer com a ideia da eternidade, é sempre tempo de recomeçar!André Luiz _N.Leia mais:

A vida não cessa e a morte é um jogo escuro de ilusões. Fechar os olhos do corpo não decide os nossos destinos. É preciso navegar no próprio drama ou na própria comédia... Uma existência é um ato, um corpo, uma veste, um século, um dia. E a morte... A morte é um sopro renovador. Mas não vou sofrer com a ideia da eternidade, é sempre tempo de recomeçar!André Luiz _N.Leia mais:

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Luisa acolheu-a docemente no colo afetuoso e, mal reprimindo a emoção, disse-lhe:“– Ignoras que a dor é a nossa custódia celestial? (...) Regozija-te no

combate que nos acrisola e salva para a obra de Deus... Não convertas o amor em inferno para ti mesma e nem creias consigas

aliviar o esposo e a filhinha com a ilusão da fuga impensada. Lembra-te de que o Senhor transforma o veneno de nossos erros em remédio

salutar para o resgate de nossas culpas... A enfermidade de nosso Jorge e a provação de nossa Nilda constituem não somente o caminho abençoado de elevação para eles mesmos, mas igualmente para teu espírito que se lhes associa à experiência na trama da redenção!...

Aprende a sofrer com humildade paraque a tua dor não seja simplesmenteorgulho ferido... Olvidaste o culto daoração que o lar te ensinou? Enga-naste-te, assim tanto, para abraçar acovardia como glória moral?”

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“Levanta-te, desperta, luta e vive (...) para recuperar a dignidade feminina que tisnaste com a nódoa da traição... Recorda a irmãzinha que partiu, acabrunhada ao peso do fardo de aflição que lhe impuseste, e paga em desvelo e sacrifício, ao pé da filhinha doente, a conta que deves à Eterna Justiça!... Humilha-te e resgata a própria consciência, com o preço da expiação dolorosa, mas justa... Trabalha e serve, esperando em Jesus, porque o Divino Médico te restituirá a saúde do esposo, para que, juntos, possamos conduzir a pequenina enferma ao porto da necessária restauração.Não penses estar sozinha nas noites em que te divides entre a vigília e a desolação!...Comungamos os mesmos sonhos, partilhamos as mesmas lutas! (...)”

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O Assistente despediu-se de Luísa e afirmou:

“– Louvado seja Deus! Nossa Marina ressurge, transformada.”

FIM09/11/17 Centro Espirita Pena Branca/Casa da

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Luísa ergueu Marina com esforço e, dando a idéia dos calvários maternais que costumam prender as grandes mulheres, depois da morte, conduziu-a

em passos vacilantes até à criança enferma e implorou humilde:“– Filha querida, não procures a porta falsa da deserção... Vive para tua filhinha, como permite o Senhor possa eu continuar vivendo por ti!...”

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Referências Bibliográficas:

1. KARDEC, Allan. O Céu e o Inferno. Tradução de Manuel Justiniano Quintão. 53. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2004. Primeira parte. Cap. 7 (Código Penal da Vida Futura), n.° 8, p. 91.2. Idem - Item 9, p. 91-92. 3. Id. - Item 10, p. 92.4. Id. - Item 31, p.99.5. Idem - O Evangelho Segundo o Espiritismo. Tradução de Guillon Ribeiro. 123. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2004. Cap. 5, item 3, p. 98.6. Id. - Item 4, p. 98-99.7. Idem - O Livro dos Espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. 89. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007, questão 872, p. 447. CAPÍTULO X - DA LEI DE LIBERDADE8. Idem, ibidem - p. 448.9. Idem, ibidem - p. 449-450.10. Idem - O Que é o Espiritismo. 46. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Terceira parte. Cap. 3, questão 134, p. 224.11. SIMONETTI, Richard. Espiritismo, Uma Nova Era. 3. ed. Rio de Janeiro: 1999 (O efeito e a causa), p.136.12. Idem, ibidem - p. 138.13. Idem, ibidem - p. 138-139.14. Idem, ibidem - p. 141.15. XAVIER, Francisco Cândido. Ação e Reação. Pelo Espírito André Luiz. 26. ed. Rio de Janeiro. FEB. 2004. Cap. 12 (Dívida agravada), p. 215-219.16. Idem - Contos e Apólogos. Pelo Espírito Irmão X. 9. ed. Rio de Janeiro. FEB. 2000. Cap. 23 (Dívida e resgate), p. 101-104.17. Idem - Contos Desta e Doutra Vida. Pelo Espírito Irmão X. 11. ed. Rio de Janeiro. FEB. 2004. Cap. 12 (Verdugo e Vítima), p. 59-62.http://bibliadocaminho.com/ocaminho/Tematica/EE/Estudos/EsdePfM10R4.htm