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MANUAL PRÁTICO DE AVALIAÇÃO E CONTROLE DE VIBRAÇÃO — PPRA —

Manual Prático De Avaliação E Controle De Vibração

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MANUAL PRÁTICODE AVALIAÇÃO E

CONTROLE DE VIBRAÇÃO

— PPRA —

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MANUAL PRÁTICODE AVALIAÇÃO E

CONTROLE DE VIBRAÇÃO

— PPRA —

2ª edição

TUFFI MESSIAS SALIBA

Engenheiro Mecânico; Engenheiro de Segurança do Trabalho;Advogado; Mestre em meio ambiente; Ex-professor dos cursos de

Pós-Graduação de Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho;Diretor Técnico da ASTEC Ltda.

Colaboradoras

MÁRCIA ANGELIN CHAVES CORREA

Engenheira de Segurança do trabalho

MARIA BEATRIZ DE FREITAS LANZA

Engenheira de Segurança do Trabalho

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Índice para catálogo sistemático:

EDITORA LTDA.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

R

Rua Jaguaribe, 571CEP 01224-001São Paulo, SP — BrasilFone (11) 2167-1101www.ltr.com.brProdução Gráfica e Editoração Eletrônica: RLUXProjeto de capa: FÁBIO GIGLIOImpressão: PIMENTA GRÁFICA E EDITORAMarço, 2013

Todos os direitos reservados

Saliba, Tuffi MessiasManual prático de avaliação e controle devibração : PPRA / Tuffi Messias Saliba. —2. ed. — São Paulo : LTr, 2013.

Bibliografia1. Direito do trabalho 2. Programa de Prevençãode Riscos Ambientais 3. Vibração — ControleI. Título.

12-15283 CDU-34:331.471

1. Programa de Prevenção de Riscos Ambientais :Controle de vibração : Direito do trabalho34:331.471

Versão impressa - LTr 4778.5 - ISBN 978-85-361-2484-1

Versão digital - LTr 7529.1 - ISBN 978-85-361-2506-0

Page 5: Manual Prático De Avaliação E Controle De Vibração

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SUMÁRIO

PARTE I

1.1. Considerações .................................................................................... 9

1.2. Definições e parâmetros utilizados .................................................... 10

1.2.1. Classificação das vibrações ..................................................... 11

1.2.2. Intensidade de vibração — Aceleração .................................. 12

1.2.3. Aceleração r.m.s. (raiz média quadrática) .............................. 13

1.2.4. Frequência ................................................................................ 14

1.2.5. Banda de frequência em terça de oitava ................................ 15

1.2.6. Aceleração ponderada nas frequências ................................. 15

1.2.7. Máximo Valor de Vibração — MTV .......................................... 16

1.2.8. Fator de crista ............................................................................ 16

1.2.9. Aceleração equivalente ponderada ........................................ 16

1.2.10. Aceleração normalizada para jornada .................................. 17

1.2.11. Aceleração total ou soma resultante dos eixos .................... 18

1.2.12. Grupo homogêneo de exposição .......................................... 19

1.2.13. Ciclo de trabalho ..................................................................... 19

PARTE II

CRITÉRIO LEGAL

2.1. Critério NR-15 ...................................................................................... 20

2.2. Outras normas legais sobre vibração ................................................. 21

PARTE III

VIBRAÇÃO DE CORPO INTEIRO

3.1. Direção da vibração ............................................................................. 23

3.2. Efeitos sobre a saúde .......................................................................... 24

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3.3. Aceleração ponderada ........................................................................ 24

a) Ponderação nas frequências — Norma ISO 2631/85 .................. 24

b) Ponderação nas frequências — Norma ISO 2631-1: 1997 .......... 26

3.4. Avaliação ocupacional da vibração de corpo inteiro — critério daNorma ISO 2631-1: 1997 .................................................................... 28

a) Limite de tolerância ......................................................................... 28

b) Valor da aceleração a ser comparado com o limite ..................... 30

c) Valor da Dose de Vibração — VDV ................................................ 31

3.5. Avaliação ocupacional da vibração de corpo inteiro — Critério Co-munidade Europeia ............................................................................. 32

3.6. Avaliação ocupacional da vibração de corpo inteiro — Critério NHO-09da FUNDACENTRO ............................................................................. 32

3.7. Avaliação ocupacional da vibração de corpo — Critério da ACGIH ..... 33

3.8. Aceleração total ou vetor soma dos eixos .......................................... 37

3.9. Aceleração equivalente e normalizada .............................................. 38

PARTE IV

VIBRAÇÃO LOCALIZADA OU MÃOS E BRAÇOS

4.1. Direção da vibração ............................................................................. 40

4.2. Efeitos sobre a saúde .......................................................................... 40

4.3. Avaliação ponderada ........................................................................... 42

a) Ponderação nas frequências — Norma ISO 5349/86 e ACGIH..... 42

b) Ponderação nas frequências — Norma ISO 5349-1:2001 ............ 42

4.4. Avaliação ocupacional de vibração de mão e braço — Critério daNorma ISO 5349-1:2001 ..................................................................... 44

4.5. Avaliação ocupacional da vibração de mão e braço — Norma ISOISO 5349/86 e ACGIH .......................................................................... 45

4.6. Avaliação ocupacional da vibração de mão e braço — Critério daComunidade Europeia e NHO-10 ...................................................... 47

4.7. Aceleração total ou vetor soma dos eixos .......................................... 47

4.8. Aceleração equivalente e normalizada .............................................. 48

PARTE V

INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO

5.1. Medição de corpo inteiro ..................................................................... 50

5.2. Medição de mão e braço ..................................................................... 52

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PARTE VI

PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO

6.1. Metodologia .......................................................................................... 55

6.2. Aplicação prática .................................................................................. 56

a) Vibração de corpo inteiro ................................................................ 56

b) Vibração de mão e braço ................................................................ 60

PARTE VII

AVALIAÇÃO DE VIBRAÇÃO PARA FINS DE CONFORTO

7.1. Conforto e percepção .......................................................................... 62

7.2. Dose do Movimento de Enjoo — MSDV ............................................ 64

7.3. Vibração de edifícios ............................................................................ 66

a) Considerações ................................................................................. 66

b) Limite de percepção — ISO 2631-1:1997 — Anexo C ................. 66

PARTE VIII

AVALIAÇÃO DE VIBRAÇÃO PARA FINS DE INSALUBRIDADEE APOSENTADORIA ESPECIAL

8.1. Insalubridade ....................................................................................... 67

a) Vibração de corpo inteiro ................................................................ 68

b) Vibração localizada ......................................................................... 69

8.2. Aposentadoria especial ....................................................................... 70

PARTE IX

MEDIDAS DE CONTROLE

9.1. Medidas de controle coletivas ............................................................. 73

a) Velocidade de deslocamento ......................................................... 74

b) Manutenção ..................................................................................... 75

c) Ferramentas antivibratórias ............................................................ 75

d) Substituição do processo ou método de trabalho ........................ 75

9.2. Medidas administrativas ou de organização do trabalho ................. 75

a) Equipamentos de Proteção Individual — EPI ............................... 76

b) Controle médico .............................................................................. 76

c) Monitoramento ................................................................................. 77

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APÊNDICES

Apêndice I — Modelo de laudo de avaliação de vibração ...................... 79

Apêndice II — Norma Regulamentadora — NR-09 — Programa de Pre-venção de Riscos Ambientais — PPRA ........................... 81

Apêndice III — Norma Regulamentadora — NR-12 — Anexo V ............. 87

Apêndice IV — Decreto n. 3.048/99 — Regulamento da PrevidênciaSocial ................................................................................ 87

Apêndice V — Convenção n. 148 da OIT .................................................. 91

Bibliografia .................................................................................................. 99

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PARTE I

1.1. Considerações

A exposição ocupacional à vibração não é tão estudada quanto osoutros agentes, todavia, sua ocorrência nos locais de trabalho é bastantefrequente. Os efeitos desse agente na saúde humana são consideráveis,sendo necessários, portanto, avaliação e controle. Desse modo, dandocontinuidade a série de manuais práticos, nessa obra, será abordado ofator de risco vibração.

A Convençãon.158 da OIT ratificada pelo Brasil e promulgada pormeio do Decreto n. 93.413 de 15.10.86 determina que a legislação nacionaldeva dispor sobre a adoção de medidas no local de trabalho para prevenire limitar os riscos profissionais à vibração e para proteger os trabalhadorescontra tais riscos.

O Ministério do Trabalho e Emprego nas NR-15 e NR-09 trata dessefator de risco; entretanto, como veremos posteriormente, a NR-15, anexo 8,determina que a avaliação da exposição ocupacional de vibração deveráser feita com base nas normas ISO 2631:1997 e 5349 e suas substitutas.Considerando que essas normas não estabelecem limites certos edeterminados, os profissionais da área encontram muita dificuldade noprocedimento de avaliação e interpretação correta da caracterização dorisco de exposição ocupacional a esse agente. Assim, ao estabelecer essaregra, o MTE deveria, no mínimo, disponibilizar essas normas, mesmo quede forma simplificada, para os profissionais. No entanto, a nosso ver, amelhor alternativa seria o MTE editar Instrução Normativa, com base nasnormas da ISO, visando facilitar e esclarecer tecnicamente a aplicação dasmesmas. No ano de 2012, a FUNDACENTRO editou a NHO 09 — Avaliaçãoocupacional a vibrações de corpo inteiro e NHO 10 — Avaliação da exposiçãoocupacional a vibrações em mãos e braços (tratadas respectivamente nositens 3.6. e 4.6 deste livro), todavia, a NR-15, anexo 8 permaneceestabelecendo os critérios das normas ISO 2631 e 5349.

Desse modo, essa omissão do poder público competente emnormalizar de forma clara a matéria torna a avaliação ocupacional davibração rara. Assim, o PPRA e PCMSO das empresas normalmente

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omitem esse agente, além disso, nas ações trabalhistas de insalubridade,bem como nos processos administrativos de aposentadoria especial, acaracterização da possível exposição à vibração também é prejudicadaem razão da dificuldade dos profissionais em aplicar os critérios deavaliação das normas ISO citadas anteriormente.

Para o higienista Irlon Cunha,”a ausência de quaisquer abordagensem relação à exposição dos trabalhadores à vibração, conformeverificado junto às empresas avaliadas e seus respectivos PPRAs,indica a necessidade de intervenção por parte dos diversos fatoresque atuam no âmbito dessas empresas de forma a dar visibilidadeao agente e promover à sua prevenção e controle. Do ponto de vistalegal, o agente deveria ser abordado nos PPRAs. A sua ausênciaresulta em falha grave no processo de reconhecimento do risco”(1).

Por tudo exposto, o maior prejudicado é o trabalhador, vez quedificilmente irá conseguir o benefício de aposentadoria especial e adicionalde insalubridade por esse agente e, mais grave ainda, a falta deregulamentação adequada, resulta em omissão e ausência de açõespreventivas da exposição ao agente vibração nos PPRAs e PCMSOs.

Portanto, esse manual visa a fornecer orientações básicas e práticasna avaliação ocupacional e controle da vibração, analisando a metodologiae o critério de avaliação das normas ISO mencionadas na NR-15.

1.2. Definições e parâmetro utilizados

A vibração é um movimento oscilatório de um corpo por causa deforças desequilibradas de componentesrotativos e movimentos alternadosde uma máquina ou equipamento. Se o corpo vibra, descreve ummovimento oscilatório e periódico, envolvendo deslocamento num tempo.Teremos, então, envolvida no movimento, uma velocidade, aceleração efrequência (número de ciclos completos/minuto). Desse modo, na avaliaçãoda exposição a esse agente, é necessário coletar informações dessesparâmetros, especialmente da aceleração e frequência da vibração.

A Convenção 148 da OIT estabelece que o termo “vibrações”compreende toda vibração transmitida ao organismo humano porestruturas sólidas e que seja nociva à saúde ou contenha qualquer outrotipo de perigo.

(1) CUNHA, Irlon Ângelo da. São Paulo. Tese (doutorado) Escola Politécnica daUniversidade de São Paulo — Departamento de Engenharia de Minas e de Petróleo —Ed. Ver. — São Paulo, 2006. p. 139.

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1.2.1. Classificação das vibrações

— Vibração ocupacional de corpo inteiro

São vibrações transmitidas ao corpo como um todo, geralmentepor meio da superfície de suporte, tal como pé, costas, nádegas de umhomem sentado ou na área de suporte de uma pessoa reclinada, comopor exemplo: caminhão, trator, empilhadeira, ônibus, trem, entre outros.Os operadores desses equipamentos recebem a vibração em todo corpotransmitida pelo assento.

— Vibração ocupacional mão e braço ou localizada

São vibrações que atingem certas partes do corpo, principalmentemãos, braços e outros. Como os sistemas corpo inteiro e braços/mãossão mecanicamente diferentes, deverão ser estudados separadamente,como por exemplo: operador de martelete pneumático, operador delixadeira, operador de motosserra, entre outros.

— Vibração para fins de conforto

Em certas atividades, a vibração pode causar desconfortointolerável em uma situação, ser agradável ou desejada em outras. Logo,os valores de conforto dependem de vários fatores, alguns até subjetivos.Desse modo, a ISO 2.631 não estabelece limite para o conforto, limitando--se apenas a indicar valores de acelerações em que as reações daspessoas são prováveis. Exemplo: viagem em veículos.

— Vibração para fins de conforto da comunidade (meio ambiente)

São as vibrações capazes de provocar desconforto e perturbaçãodo sossego público, como, por exemplo, aquelas percebidas emestruturas de prédios devido a fontes externas.

— Vibração de máquinas

São as vibrações produzidas pelas máquinas que podem indicarproblemas de manutenção. Assim, os técnicos de manutenção preditivadevem medir a vibração e comparar os valores com as normas técnicaspertinentes.

Na avaliação ocupacional da vibração vários fatores influenciamna caracterização do risco, entre os quais destacamos:

— intensidade;

— frequência;

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— direção da vibração;

— tempo de exposição, entre outros.

1.2.2. Intensidade de vibração — Aceleração

Como a vibração é um movimento oscilatório, para sua quantificaçãosão utilizados os parâmetros deslocamento, velocidade e aceleração.Na higiene ocupacional, normalmente a avaliação da vibração é feita pormeio da aceleração do movimento em m/s2 ou em dB. O nível deaceleração da vibração r.m.s. (raiz média quadrática) em decibel écalculado de acordo com a fórmula 1.

NA = 20 log A dB (1) A

o

Sendo:

A — Aceleração

Ao — Nível de aceleração de referência igual a 10-6 m/s2

Exemplo:

Um medidor de vibração registra aceleração de 1,0 m/s2, o valorem dB é igual a:

NA = 20 log 1 = 120 dB (2) 10-6

A tabela a seguir mostra a correspondência entre alguns valoresde aceleração em m/s2 e dB

Aceleração em m/s2

1,0

10

0,5

0,1

0,78

Aceleração em dB

120

140

113,9

100

117,8