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1 Rio de Janeiro:: junho/ julho/agosto 2010 :: nº 11 Associação Espiritualista Holocêntrica Cultural e Assistencial - Padre Pio de Pietrelcina Luiz Augusto de Queiroz | Muitos nos perguntam sobre a natureza e o alcance do trabalho de reequilíbrio espi- ritual realizado em nossa Casa, aberto ao público, mensalmente. O nome foi escolhido por nós para caracte- rizar o objetivo principal dessa atividade espiritual. Muitos o conhecem como Anti- Goécia (Goécia é magia negra em grego). Temos preferido o nome REM - Reequilíbrio Espiritual Mensal, porque o trabalho não se restringe a des- fazer processos de magia negra. Nossos amigos espirituais analisam o caso específico de cada uma das pessoas presentes ou das que têm seus no- mes escritos nos papéis de irradiação. Feita esta análise em processos que ainda escapam à nossa compreensão mais ampla, eles atuam não só no “desfazimento” de trabalhos de magia negra, de afastamento de energias negativas ou de espíritos que porventura acompanhem os irmãos a serem atendidos. Isso será sempre a mesma coisa que tratar uma doença física com “sintomáticos”, sem atuar na causa ou nas causas mais profundas. Na espiritualidade do século XXI, não cabe mais a visão simplória de que o mal vem de fora de nós apenas ! Mesmo um trabalho de magia negra só encontra campo para causar estragos, onde suas energias possam se ancorar. E elas só se ancoram em nossas fragilidades, ou seja, nos pontos de desequilíbrio do nosso ser, que são as características do ego: o orgulho, as críticas e os julgamentos; o medo, a ganância, a ava- reza, o querer receber só para si próprio, com indiferença ao próximo; a rejeição, a intolerân- cia, o preconceito, a inveja e o rancor. Esses são os pontos de ancoragem, os apoios cultivados e usados pelas criaturas humanas ao longo da estrada evolutiva, com a origem quase sempre há muitas reencarnações atrás. Desse modo, o trabalho de reequilíbrio, além de afastar as forças externas que nos atingem, busca também, e esse é o principal objetivo, agir lá no mais íntimo de cada um. Os espíritos que trabalham em nossa Casa, tendo estudado cada caso, realizam processos curadores também nas estruturas enodoadas de nossa alma. Mas aten- ção ! Esse processo de cura pode ser compa- rado a sementes lançadas por eles, que devem encontrar em nós terra fértil e pronta a receber a semente que realiza o tratamento interno e fazê-la germinar e crescer, alcançando a cura verdadeira e definitiva. Normalmente, há o alívio imediato decorren- te da retirada de energias de baixo padrão que estão em cada pessoa, seja por magia negra ou por outras razões, como obsessões ou acopla- mento de energias decorrentes de inveja, ma- gia mental, etc. Entretanto, o mais importante é prosseguir fazendo com que as sementes re- cebidas germinem e cresçam lá no íntimo, para então atingir a cura definitiva do processo de desequilíbrio, seja ele expresso na vida da forma que for: doenças físicas, mentais, emocionais, perdas financeiras, relacionamentos difíceis. Fica claro, então, que cabe a cada pessoa que buscar o auxílio espiritual no trabalho de reequilíbrio da Casa de Padre Pio, ter a consci- ência de que é necessário que cada um faça a sua parte. E a parte a ser feita por nós encar- nados, que buscamos auxílio, é ORAR, TER FÉ, PERSEVERAR a cada dia, para implantar em nós as sementes de não julgamento, de perdão, de amor e de compartilhar com o próximo o que desejamos para nós. Quando elas nascem e crescem, nossos amigos espirituais encontram campo aberto para atuar profundamente, des- fazer trabalhos de magia negra e situações de desequilíbrio que causam todo o tipo de mal, cuja origem às vezes remonta a séculos atrás. Cabe ressaltar que não é privilégio da Casa de Padre Pio veicular esse tipo de trabalho, mas aqui o realizamos dentro dessas premissas e da maior delas: O AMOR. Graças ao Altíssimo, temos visto que funciona. NOTA: As sessões de Reequilíbrio Espiritual Men- sal da Casa de Padre Pio acontecem em geral na pri- meira sexta-feira de cada mês. Elas são abertas ao público que deve chegar à Casa entre 17h30 e 18h00, devidamente preparado e usando roupas claras. Editorial PP

11 essencia de luz

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Rio de Janeiro:: junho/ julho/agosto 2010 :: nº 11

Associação Espiritualista Holocêntrica Cultural e Assistencial - Padre Pio de Pietrelcina

Luiz Augusto de Queiroz |

Muitos nos perguntam sobre a natureza e o alcance do trabalho de reequilíbrio espi-ritual realizado em nossa Casa, aberto ao

público, mensalmente.

O nome foi escolhido por nós para caracte-rizar o objetivo principal dessa atividade espiritual. Muitos o conhecem como Anti-

Goécia (Goécia é magia negra em grego). Temos preferido o nome REM - Reequilíbrio Espiritual Mensal, porque o trabalho não se restringe a des-fazer processos de magia negra. Nossos amigos espirituais analisam o caso específico de cada uma das pessoas presentes ou das que têm seus no-mes escritos nos papéis de irradiação. Feita esta análise em processos que ainda escapam à nossa compreensão mais ampla, eles atuam não só no “desfazimento” de trabalhos de magia negra, de afastamento de energias negativas ou de espíritos que porventura acompanhem os irmãos a serem atendidos. Isso será sempre a mesma coisa que tratar uma doença física com “sintomáticos”, sem atuar na causa ou nas causas mais profundas.

Na espiritualidade do século XXI, não cabe mais a visão simplória de que o mal vem de fora de nós apenas ! Mesmo um trabalho de magia negra só encontra campo para causar estragos, onde suas energias possam se ancorar. E elas só se ancoram em nossas fragilidades, ou seja, nos pontos de desequilíbrio do nosso ser, que são as características do ego: o orgulho, as críticas e os julgamentos; o medo, a ganância, a ava-reza, o querer receber só para si próprio, com indiferença ao próximo; a rejeição, a intolerân-cia, o preconceito, a inveja e o rancor. Esses são os pontos de ancoragem, os apoios cultivados e usados pelas criaturas humanas ao longo da estrada evolutiva, com a origem quase sempre há muitas reencarnações atrás.

Desse modo, o trabalho de reequilíbrio, além de afastar as forças externas que nos atingem, busca também, e esse é o principal objetivo, agir lá no mais íntimo de cada um. Os espíritos que

trabalham em nossa Casa, tendo estudado cada caso, realizam processos curadores também nas estruturas enodoadas de nossa alma. Mas aten-ção ! Esse processo de cura pode ser compa-rado a sementes lançadas por eles, que devem encontrar em nós terra fértil e pronta a receber a semente que realiza o tratamento interno e fazê-la germinar e crescer, alcançando a cura verdadeira e definitiva.

Normalmente, há o alívio imediato decorren-te da retirada de energias de baixo padrão que estão em cada pessoa, seja por magia negra ou por outras razões, como obsessões ou acopla-mento de energias decorrentes de inveja, ma-gia mental, etc. Entretanto, o mais importante é prosseguir fazendo com que as sementes re-cebidas germinem e cresçam lá no íntimo, para então atingir a cura definitiva do processo de desequilíbrio, seja ele expresso na vida da forma que for: doenças físicas, mentais, emocionais, perdas financeiras, relacionamentos difíceis.

Fica claro, então, que cabe a cada pessoa que buscar o auxílio espiritual no trabalho de reequilíbrio da Casa de Padre Pio, ter a consci-ência de que é necessário que cada um faça a sua parte. E a parte a ser feita por nós encar-nados, que buscamos auxílio, é ORAR, TER FÉ, PERSEVERAR a cada dia, para implantar em nós as sementes de não julgamento, de perdão, de amor e de compartilhar com o próximo o que desejamos para nós. Quando elas nascem e crescem, nossos amigos espirituais encontram campo aberto para atuar profundamente, des-fazer trabalhos de magia negra e situações de desequilíbrio que causam todo o tipo de mal, cuja origem às vezes remonta a séculos atrás.

Cabe ressaltar que não é privilégio da Casa de Padre Pio veicular esse tipo de trabalho, mas aqui o realizamos dentro dessas premissas e da maior delas: O AMOR. Graças ao Altíssimo, temos visto que funciona.

NOTA: As sessões de Reequilíbrio Espiritual Men-sal da Casa de Padre Pio acontecem em geral na pri-meira sexta-feira de cada mês. Elas são abertas ao público que deve chegar à Casa entre 17h30 e 18h00, devidamente preparado e usando roupas claras.

Editorial

PP

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2 Essência da Luz uma publicação bimestral da Casa de Padre Pio

EXPEDIENTE Essência da Luz é uma publicação da Associação Espiritualista Holocêntrica Cultural e Assistencial - Padre Pio Pietrelcina CNPJ 04.772.688/0001-89 | Periodicidade bimestral | Distribuição interna e gratuita | Tiragem 500 exemplaresRua Assunção, 297 - Botafogo - Rio de Janeiro - RJ - Brasil CEP 22251-030 Telefone: 2286-7760Site: www.padrepio.org.br | Blog: www.casadepadrepio.blogspot.comE-mail: [email protected] / [email protected] Presidente da Casa: Lucia Pires Vice-presidente da Casa: Luiz Augusto de QueirozCoordenação: Rosa Carmen Sá de Alverga Projeto gráfico e diagramação: Bruno Chefer e Raquel Reis Revisão Editorial: Daisy Elísio Apoio: Marcello Braga

AS INFORMAÇÕES FORNECIDAS NOS ARTIGOS, ASSIM COMO REFERÊNCIAS,

SÃO DE INTEIRA RESPONSABILIDADE DOS AUTORES.

Índice

Editorial ................................................................ 01Sabedoria dos Grandes MestresShimon Bar Yochai .................................................. 03Conversando com vocêOs Perigos que nos Cercam ..................................... 04Bhagavad-Gita, canção divinaDepoimentos dos alunos ........................................... 05Mediunidade e espiritualidadeEctoplasma ............................................................. 06Astrologia e AutoconhecimentoVirgem.................................................................... 07Aconteceu Festa Junina e Confraria Social ................................ 08ReflexãoMissão, Vaidade e Responsabilidade ........................ 10Retiro EspiritualMendes .................................................................. 11

Grupos da Casa de Padre PioSala de Passes ......................................................... 12Não Percam!Nosso Lar, o Filme ................................................... 13Portal da GratidãoA Percepção da Graça ............................................. 14Poesia, linguagem da almaElevação ................................................................. 15Coluna LivreMedos .................................................................... 16Cruzadas do Bem ................................................. 17Dúvidas e Questões Perguntas dos leitores ............................................. 18Prece ...................................................................... 20

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Sabedoria dos Grandes Mestres

SHIMON BAR YOCHAI

Um pouco da sua história...

Shimon Bar Yochai foi um rabino e caba-lista hebreu do século II d.C.. Um dos mais consagrados discíplulos de Akiba,

Shimon desenvolveu um forte sentimento anti-romano ao ver seu mestre ser executado por Adriano. Isto fez com que ele fosse per-seguido e condenado à morte. Tendo conse-guido escapar, refugiou-se com seu filho du-rante treze anos em uma caverna da Galileia, dedicando-se completamente ao estudo da Torá. Certamente, Rabi Shimon já havia sido exposto aos ensinamentos místicos judaicos. Mas, enquanto estava na caverna, conta a lenda que ele foi visitado pelo profeta Elias que lhe revelou o Zohar. Ao abandonar seu esconderijo, viveu em várias cidades da Ga-lileia, onde adquiriu reputação de taumatur-go. Rabi Shimon Bar Yochai tornou-se o mais ilustre condutor da Torá de sua geração. Foi o primeiro a conduzir a questão relativa à alma, na dimensão mística da Torá, elucidada como Cabala. Durante as horas que antecederam seu falecimento, em Lag Baômer, ele revelou os segredos mais sublimes da Torá, para asse-gurar que este dia seria sempre uma ocasião de grande júbilo, intocado pela tristeza por cau-sa do período de Ômer e luto por ele.

Livro fechadoO Sefer ha’Zohar é um livro fechado e as

chaves para a sua compreensão permanecem em mãos de um número reduzido de sábios. Esta obra, cujos textos são escritos em hebraico ou em aramaico antigo, pode ser comparada a um sistema codificado, de extrema complexi-dade, que esconde tesouros inestimáveis. Mui-tas das passagens do Zohar são compostas por combinações de alusões fragmentadas, que somente podem ser conectadas por associa-ções secretas. Mas, na realidade, as conexões existem e são bastante claras para aqueles que entendem seu simbolismo e significado. Um sá-bio familiarizado com os segredos místicos da Torá entende perfeitamente seu conteúdo, seu estilo e sua estrutura aparentemente ilógica. Se para os não iniciados muitos de seus ensina-mentos carecem de significado, estes mesmos preceitos são, para os que podem decifrá-los,

a chave para desvendar os maiores e mais pro-fundos segredos da existência e do universo. Rabi Shimon era um daqueles seres perten-centes a um plano espiritual tão elevado que, entre os que estudam a sua obra, são poucos os que conseguem assimilar parte de seus ensi-namentos. Não obstante, mesmo com apenas um pouco desse conhecimento, constroem-se montanhas de sabedoria. Em suma, descobrir o Zohar significa descobrir o nosso mundo in-terior e o nosso potencial ilimitado.

Um grande ensinamento...Qual foi o ingrediente mágico que permitiu

a Rav Shimon Bar Yochai revelar os segredos do universo contidos no Zohar? Genialidade? Sabe-doria? Ambição? A resposta é amor e união. Foi o amor entre seus alunos que abriu os portões divinos, permitindo a revelação da sabedoria. De forma mais específica, foi o fato de eles ama-rem a parte negativa um do outro. Como sabe-mos, é fácil gostar de alguém que faz tudo que queremos, mas não é tão fácil gostar de quem nos incomoda. Se quisermos mesmo ver as coi-sas mudarem neste planeta, temos que investir grande esforço em oferecer bondade e dignida-de a todos. Coloque o foco de sua atenção em uma pessoa que você não suporta e veja o que você pode fazer para derreter o gelo em torno do seu coração. É aí que a magia começa... PP

“Descobrir o Zohar significa des-cobrir o nosso mundo interior e o

nosso potencial ilimitado.”

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4 Essência da Luz uma publicação bimestral da Casa de Padre Pio

Os perigos que nos cercam

Conversando com você

Beth Dias

A tentação é grande. A solidão pesa. Esca-pamos para os “ismos” e procuramos um gru-po que nos acalente o coração e nos dê paz à suposta angústia da solidão. Entramos, com a melhor das intenções. Encontramos amizade, acolhimento, amor e compartilhamento de ideias. Ufa ! Que alívio ! Não mais seremos cha-mados de malucos ! Poder falar à vontade sobre os temas que todos fingem ignorar ou assumem entre quatro paredes, sermos nós mesmos, com todas as nossas ideias e um coração que clama pelo exercício do que lhe é natural, tudo isso é muito saudável. Mesmo assim, ainda estamos num espaço restrito, mas felizes por termos este quinhão de paz.

Uma luz amarela acende ! É preciso ter uma ordem, pois onde muitos se reúnem, desenten-dimentos ocorrem e a desarmonia pode se ins-talar. Também há o perigo da livre interpretação do que é dito nas palestras, cursos, sermões, ou o que quer que seja.

Segundo sinal amarelo: será que vamos aos poucos perdendo nosso próprio pensar ? Onde foi parar nossa capacidade de deixar falar o co-ração ?

Terceiro sinal amarelo: há um conflito no ar ! Nossas crenças, que até então nos mantinham unidos, foram questionadas ! E surge a preocu-pação de regularizar, para que nossas descober-tas não saiam daquele espaço e não se “desvir-tuem”. E, de novo, caímos num mundo de críticas

e julgamen-tos. Reini-ciamos um ciclo do qual q u i s e m o s sair ante-r io rmente , e excluire-mos daque-le grupo os que não mais se en-caixam.

E as histórias se repetem pelo mundo...

É isso mesmo ! A solidão volta a doer. Dói, porque nos faz ver que não somos folhas de uma mesma árvore, mas árvore de uma mesma floresta. Temos nossa própria função, nosso pró-prio pensar, nossa responsabilidade que pode afetar positivamente, ou não, a floresta. Esco-lhas são feitas e há um preço a ser pago. Não devemos ver isto de forma negativa, e sim po-sitiva. Pois pensando bem, depois de todo este processo, achamos o nosso templo que é em nosso coração. Continuaremos a compartilhar, a ter amor por nossos companheiros, a estar aten-tos a todas as lições diárias, mas firmes sobre os nossos pés. E o lugar não mais será importante, pois é conosco, no nosso interior mais profundo que carregamos esta luz que nunca nos deixará.

Muita Paz e Alegria a todos! PP

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Bhagavad-Gita, canção divina

Marcelo Patury

Na edição passada do “Essên-cia da Luz”, foram publica-dos depoimentos de alguns

dos alunos da turma da Bhagavad-Gita, nos quais eles relatam como esses ensinamentos têm transfor-mado as suas vidas. Nesta edição, continuamos com mais alguns de-poimentos.

Esperamos você também nesta turma, às quartas-feiras, de 19h30 às 21h00. Basta chegar e sentar-se.

Maria Margarida:Procurei estudar o Bhagavad-

Gita, porque sou instrutora de Yoga e esta Obra contempla os primeiros ensinamentos acerca desta Ciência milenar.

Tive a felicidade de receber do Universo, como primeiro Mestre, Marcelo Patury. O valor do seu trabalho está em fazer uma leitu-ra do Gita perfeitamente aplicável aos nossos tempos, nos mostrando o valor atemporal e transcendental da Obra.

Na minha opinião, de tudo o que aprendi, o que me tem sido mais valioso é o aspecto do desapego. Por meio das leituras, das instru-ções e reflexões, vamos trilhando e fortalecen-do a nossa aspiração, para que, desse modo, possamos alcançar a nossa essência, que é apenas de luz e de paz.

Marinez Hong Koim:O maior aprendizado para mim tem sido o

de confiar no Supremo e de entregar a Ele a decisão sobre o resultado. Isso tem eliminado ansiedade e angústia e trazido uma paz em meu coração nunca sentida antes. E o mais curioso: tudo o que desejava com ansiedade e controle não acontecia ou vinha através de um esforço muito grande; agora, as graças re-cebidas têm sido imensas e inesperadas.

Paulo Maurício:Eu, que me achava um “monte de coisas”,

hoje percebo claramente que a imagem que tinha de mim estava distorcida. Os estudos da Bhagavad-Gita, às quartas-feiras, me mostra-ram o quanto eu queria controlar e como que a maioria das minhas ações estava compro-metida com os resultados do que eu desejava

alcançar. Analisar o comportamento dos ou-tros pautado no meu certamente é um erro, e eu o fazia muito mais do que pensava fazer. Dessa forma, me tornava um crítico severo e impaciente.

Participo do grupo da Gita há 7 meses, e com certeza o meu maior ganho foi a paz. Atualmente, me sinto em paz comigo mesmo, aplicando os ensinamentos de Krishna em mi-nha vida. Sinto que participo e curto muito mais todos os meus momentos, sabendo que não tenho o controle de tudo que está à mi-nha volta.

Eu não estava à procura de uma religião, mas sabia que faltava alguma “coisa”; e essa “coisa” está sendo preenchida pela Bhagavad-Gita. Bem, eu estou gostando muito mesmo !

Adriana Saavedra:Há quase um ano, faço parte do grupo.

Mesmo com uma dedicação mínima, sinto uma melhora enorme no meu bem-estar. So-mente indo aos encontros, ouvindo, repen-sando e praticando os conceitos, hoje me tornei capaz de vivenciar a paz e a felicidade verdadeiras, mesmo em uma sociedade tão conflituosa como a nossa. Espero continuar aprendendo e evoluindo cada vez mais com o estudo do Bhagavad-Gita.

(Continua no próximo número)

Depoimentos dos Alunos

PP

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6 Essência da Luz uma publicação bimestral da Casa de Padre Pio

Mediunidade e Espiritualidade

Ectoplasma

Nelson Soares

No mundo das manifestações espirituais, vários fatos e fenômenos compõem um vasto conjunto de provas da existência

de uma realidade espiritual e mostram como essas energias conscientes entram em contato com o mundo físico. Uma das mais impressio-nantes manifestações é a formação do ecto-plasma. As ideias apresentadas nos trabalhos de diversos estudiosos levaram à aceitação de que o ectoplasma é gerado mediante uma no-tável interação entre os diversos planos físicos e espirituais, durante a qual as vibrações etéri-cas acumulariam matéria das pessoas envolvidas nas manifestações e reproduziriam as intenções do espírito manifestado de uma forma consis-tente e material.

Os estudiosos concluíram que existe um nú-mero reduzido de pessoas, capazes de produzir casos autênticos de ectoplasmia, mesmo sem ter de recorrer a ritos específicos ou de realizar

sessões espíritas. Acredita-se que os médiuns aproveitam as energias etéricas, magnéticas do seu envolvimento com o mundo espiritual, somadas às vibrações emanadas das pessoas presentes ao experimento, produzindo assim as energias e condições necessárias para a mani-festação. A manifestação de ectoplasma causa esgotamento físico nos médiuns; eles podem, inclusive, perder peso durante os trabalhos, pois cedem parte de sua “energia vital”, para produ-zir e enriquecer a materialização do perispírito.

O ectoplasma (do grego ektos – por fora, e plasma – de forma modelar) é substância amor-fa, vaporosa, com tendência a solidificação pela evolução do fenômeno, tomando forma por in-fluência de um campo organizador específico à mente dos encarnados e desencarnados. Facil-mente fotografado, de cor branca acinzentada, vai desde a névoa transparente à forma tangível; de aspecto semelhante aos tecidos vivos, ofere-cendo sensação de viscosidade e frieza, o ecto-plasma está situado entre a matéria densa e a matéria perispirítica (duplo etéreo). Ele pode ser comparado à genuína massa protoplasmática,

sendo extremamente sensível, anima-do de princípios criativos, que funcionam como condutores de eletricidade e magnetismo, mas que se subordinam, invariavelmente, à vontade do médium, que os exterioriza, ou dos espíritos desencarnados, que sintonizam com a mente mediúnica. O ectoplasma seria substância ori-ginária no protoplasma das usinas celulares. O ectoplasma, doado pelo médium depois da mol-dagem pelo processo de condensação, voltará à sua fonte por mecanismo inverso.

Lembramos aqui alguns pesquisadores: Al-bert Coste em 1895; Alexandre Aksakof em 1895; Paul Gibier em 1898; Williams Crookes em 1899 e 1923; Gabriel Delanne em 1909 e 1911, entre outros. Os autores são categóricos em afirmar a inconteste existência dessa mecâ-nica, onde dois elementos entram, indiscutivel-mente, no processo - o ectoplasma e o agente orientador - para que a moldagem se observe. De um lado, a matéria ectoplásmica, fugaz e vaporosa; do outro, o campo organizador da forma (campo espiritual), à custa do qual o ec-toplasma se distribui em adequada moldagem. O ectoplasma foi analisado por vários pesquisa-dores dos quais destacamos as seguintes con-clusões:

Dr. V. Dombrowsky (Varsóvia) - “O ecto-plasma está constituído de matéria albuminói-de, acompanhado de gordura e de células ti-picamente orgânicas. Não foram encontrados amiláceos e açúcares”.

Dr. Frances (Munich) - “Substância consti-tuída de inúmeras células epiteliais, leucócitos e glóbulos de gordura”.

Dr. Albert Scherenk-Notzing, citado por Charles Richet - “O ectoplasma está constituído por restos de tecido epitelial e gorduras”.

Dr. Hernani G. Andrade - “O ectoplasma é substância formada com recursos da natureza, originando-se dos tecidos vegetais (ectofiloplas-ma) e de origem animal (ectozooplasma) e de origem mineral (ectomineroplasma)”. PP

“As ideias apresentadas nos trabalhos de diversos estudiosos levaram à acei-

tação de que o ectoplasma é gerado mediante uma notável interação entre

os diversos planos físicos e espirituais”

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Astrologia e Autoconhecimento

Rosa Carmen Sá de Alverga

Este ano, o Sol entra em Virgem por volta das 2h30 do dia 23 de Agosto. No he-misfério norte, onde a astrologia baseou

seus estudos, o verão encaminha-se para o seu final. Neste momento, os frutos encontram-se prontos para serem colhidos e servidos a todos os seres vivos da Terra, trazendo-lhes a saciedade e as substâncias necessárias para mantê-los vivos e saudáveis. Este signo é representado por uma vir-gem segurando um ramo de trigo ou uma espiga, que representam o trabalho árduo do plantio e da colheita, que se repete todos os anos. Isto remete ao mito grego de Deméter (Ceres para os roma-nos), a deusa da agricultura, e Perséfone, a filha que ela teve com Júpiter. Perséfone ou Core foi raptada por Plutão (senhor do mundo subterrâneo ou mundo das trevas). Desesperada pela perda da filha, Deméter abandonou sua posição de deusa do Olimpo e afirmou que não permitiria que a vegetação crescesse nem voltaria ao convívio dos imortais enquanto sua filha não lhe fosse entregue de volta. Como a ordem do mundo estivesse em perigo, Zeus (Júpiter) pediu a Plutão que devolves-se Perséfone. Assim, chegou-se a um consenso: daí em diante, a deusa filha passaria seis meses com o companheiro e seis meses com a mãe. A Terra cobriu-se instantaneamente de verde.

Virgem faz parte da tríade do elemento Terra (Touro, Virgem e Capricórnio); na mandala zo-diacal, rege a casa 6 (trabalho, hábitos e saúde). Como um signo de Terra, traz praticidade aos que nasceram sob a sua égide e facilita para que se-jam bem resolvidos no campo material. Virgem é regido por Mercúrio, assim como o signo de Gê-meos, porém, um Mercúrio mais maduro, mais sério, mais exigente. As pessoas nascidas com o sol neste signo costumam ser bons trabalhadores e esperam o reconhecimento disso. Dão impor-tância ao cumprimento do dever, com dedicação integral; o trabalho para elas é sagrado, é um ide-al de vida. Ao invés de vê-lo como um sacrifício, vêem nele um sacro-ofício (um ofício sagrado). Eficientes, podem ser especialistas em várias ca-tegorias de trabalho, principalmente como médi-cos, enfermeiros ou outros profissionais da área da saúde, mas também professores ou matemá-ticos, pois são detalhistas e precisos.

Quando pensamos o que seria um estado de disponibilidade, podemos pensar na atitude de alguém vivendo positivamente a energia virginia-na. Portanto, são muito prestativos, possuem em sua natureza o princípio da boa vontade e, por isso, podem ser às vezes exigidos demais pelos que lhes são próximos e têm dificuldade de dizer

um “não” quando são solicitados. Preocupam-se com a sua saúde e a dos outros. Seguem uma ro-tina de vida criativa que não lhes enfada nem lhes causa estresse, pois sentem prazer em todas as tarefas do dia-a-dia. Cuidam-se bem, procuram ter boa alimentação, cultivam uma boa saúde. Para eles, tudo precisa ser melhorado, aperfeiço-ado. Nessa busca da perfeição, sentem dificulda-de em aceitar os seus erros e os dos outros.

Vivida de forma negativa, a energia de Vir-gem pode provocar uma baixa auto-estima, pois o excesso de exigência consigo mesmo e com os outros faz com que a pessoa nunca esteja sa-tisfeita, aumentando a sua frustração diante de qualquer engano ou erro ou quando não se sente prestigiada. Deprecia-se, fica tímida e desanima-da, sente medo de ser notada. Pode tornar-se um trabalhador compulsivo, nervoso, crítico e julga-dor em excesso. Tem tendência à hipocondria, sai tomando toda sorte de remédios e fica com mania de limpeza ou, ao contrário, torna-se des-leixada e tem pouca higiene. Pode sentir-se vítima e explorada pelos outros. Vive com desorganiza-ção, ociosidade, preguiça, superficialidade e falta de cuidados com a saúde.

Mesmo agindo de forma prática e objetiva, o bom virginiano, em sua busca da perfeição, um atributo celeste, torna-se alguém que desenvol-ve uma elevadíssima procura interior e espiritual. Como signo oposto a Peixes e, ao mesmo tempo, sendo o último signo que se encontra abaixo da li-nha do Ascendente, no meio da jornada zodiacal, depois de Virgem iniciamos uma escalada maior, mais intensa, na nossa busca pelo divino, na nos-sa jornada para a iluminação. Estamos agora em época de colheita! Todas as sementes que plan-tamos nos últimos meses estão espalhando seus frutos em nossas vidas. É um momento de ser-mos receptivos e prestativos, de aprendermos a aceitar os outros como são sem muita crítica, sem grandes exigências, de valorizarmos e agradecer-mos a Deus por cada instante e cada experiência do nosso dia-a-dia, de abrirmos nossos corações e permitirmos que nossos corpos e nossos espí-ritos sejam alimentados por todas as bênçãos e riquezas nascidas da nossa Mãe-Terra. Um mo-mento de depuração e busca de aperfeiçoamen-to, de aprendermos a dar, receber e agradecer!

TRABALHO - APRIMORAMENTO - EFICIÊNCIA - UTILIDADE - SAÚDE - ACEITAÇÃO - BUSCA DA PERFEIÇÃO E DE CONFIANÇA EM SI MESMO - INTERESSE PELA ECOLOGIA

Muita alegria, paz e amor para todos!

O signo de Virgem

PP

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8 Essência da Luz uma publicação bimestral da Casa de Padre Pio

Aconteceu

No mês de junho passado, dois eventos animaram a família e os amigos da Casa de Padre Pio: a já tradicional Festa Junina, no Clube Militar do Jar-dim Botânico, e o jantar da Confraria Social, que teve por título “Santo de

Casa Faz Milagre !” (escolhido pelo Maiko), no restaurante Botequim, em Botafogo.Estes eventos são especiais, fazem parte do nosso calendário e têm como objetivo, além de trazer alegria e oportunidade de confraternização para todos, ainda poder captar recursos para ajudar a Casa de Padre Pio. Eles são sempre promovidos e organizados pelo pessoal da AÇÃO SOCIAL, leia-se, Maiko Pedroso, Adelaide Hortencia, Fátima Braga, Regina Dias, Mirian Valente, Flávia Braga, Mila Dias, Sandra Gullino e vários outros colaboradores e voluntários da Casa. As fotos apresentadas aqui são uma prova do clima Alto Astral que predominou nesses dois encontros festivos, alegres e fraternos.

Santo de casa faz milagre !

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Confraria Socia l

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10 Essência da Luz uma publicação bimestral da Casa de Padre Pio

Reflexão

Missão, Vaidade e Responsabilidade

“Cada um cumpre o destino que lhe cumpre,E deseja o destino que desejaNem cumpre o que deseja,Nem deseja o que cumpre...Que a sorte nos fez postosOnde houvemos de sê-loCumpramos o que somosNada mais nos é dado...”(Fernando Pessoa)

Rosa Carmen Sá de Alverga

Esse poema, do nobre poeta lusitano, nos lembra algo que está sempre em pauta, seja na Casa de Padre Pio ou pelo mundo afora.

Muito se fala de cumprirmos uma missão nes-sa vida. Muitas pessoas, principalmente as espiri-tualizadas, crêem estar encarnadas, aqui em nos-so planeta, para realizar alguma tarefa necessária ao seu desenvolvimento espiritual. Entretanto, há muitas outras que, mesmo sem estar preocupa-das com o destino do espírito, acham-se, ou mais que isso, desejam, sentir-se participantes espe-ciais dessa nossa epopeia humana na Terra. Nos dois casos, estamos buscando um motivo que dê sentido à nossa existência, percebendo que, sem ele, cairíamos no vazio do acaso.

No entanto, a consciência de não estarmos aqui por acaso e de que nossa história possui um roteiro que possa ter sido escrito por uma força maior, invisível e divina, pode nos deixar vaidosos e orgulhosos diante de nossa missão. Nos damos conta de que, embora construída por nós mes-mos, em vidas que se sucedem num processo in-findável de evolução e purificação, essa história tem origem sagrada. E se nossos feitos nos trans-formarem em alguém realmente diferenciado no mundo em que vivemos, numa pessoa fora do comum, carismática, poderosa (no bom sentido), que atraia para si a atenção e a admiração das outras? É aí que entra o perigo de exacerbarmos o orgulho e a vaidade. Qual seria, então, a saída? Ora, pensamos logo: precisamos e devemos evitar esses sentimentos prejudiciais ao nosso trabalho espiritual. Parece fácil, mas sabemos que não é. Não aprendemos ainda como ser, humildemen-te, um excelente profissional, um líder, um mes-tre, um médium, um artista, um Guru e outros

mais, e alguns menos. Mes-mo conhe-cendo várias teorias de como viver as melhores virtudes, na prática, so-mos todos fracos e dese-jamos demais sermos apreciados, coisa que acha-mos ter muito a ver com sermos amados e que, na realidade, pouco tem a ver com amor, pelo contrário. A admiração alheia muitas vezes vem com uma pontinha de despeito; é tolice imagi-nar que venha sempre acompanhada de afeto. Não deveria ser motivo de vaidade, mas nosso ego não resiste e nos iludimos diante de elogios e aplausos.

O problema é complexo: já conheci pessoas cheias de angústia e de dúvidas diante do su-cesso e já ouvi outras dizerem que, no caso de alguém sentir-se orgulhoso do que faz, deveria praticamente renunciar ao seu papel e recolher-se à sua insignificância, para fugir da soberba, que pode criar novos carmas e prejudicar sua evolução. Essa é uma situação difícil de se en-carar com confiança e pode trazer muita insegu-rança, medos e sentimentos de culpa, deixando um gosto amargo em cada conquista.

A questão maior que coloco refere-se ao que seria mais prejudicial em nossa trajetória terrestre: vivenciarmos algum orgulho e uma tola vaidade que não causem desrespeito e me-nosprezo por nossos semelhantes, ou renun-ciarmos à nossa missão nessa vida, missão da qual, provavelmente, já somos devedores e que precisa ser realizada? Para quem acredita em vá-rias vidas e em tarefas a serem cumpridas, se não conseguirmos alcançar a humildade e nem realizarmos os desígnios do alto, vamos conti-nuar em dívida. Qual seria, diante desse dilema, a nossa maior responsabilidade? Sermos o que viemos ser nesse momento da vida, mesmo sem conseguir vencer a tirania do ego, com ou sem vaidade, ou permitirmos que nossas fraquezas humanas paralisem o fluxo energético do nosso destino no planeta Terra?

Alguém possui uma resposta para essa ques-tão crucial? Ou a resposta já se encontra no po-ema citado no início: “Cumpramos o que so-mos, nada mais nos é dado...”

Que o Espírito Santo nos inspire. Luz e amor. PP

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Retiro

JoanaNão sei Explicar...

Uma Sucessão de “Coincidências”,

Voz e Pensamentos,

Visita, Anjo e Sonhos

“Eu Sou a Chama que Queima o Ego”

JoanaNão sei Explicar...

Uma Santa, uma Fogueira e a Atriz,

Alquimia da Alma

A Druideusa me fez Provar um Segundo do Elixir da vida

Eterna

JoanaNão sei Explicar...

O Palco virou Bosque de Carvalhos,

E o Teatro Portal de um Ritual de Libertação

Como Elucidar tanta Magia e Encanto do Encontro?

Ainda Sinto a Força de seu Chamado,

Como um Grito de Fogo no Peito a Abrasar de Amor

JoanaRealmente Eu não sei explicar...

Mas sei Sentir!

Sou Grata Joana.

(Gabriela Linhares)

Mendes - maio de 2010

No último mês de maio, realizamos nosso terceiro Re-tiro Espiritual em Mendes, dessa vez com o tema SOU EGO OU EU SOU. Tudo aconteceu sob a inspi-

ração e orientação do nosso irmão Luiz Augusto. O início foi na noite de sexta-feira. Éramos cerca de 120 pes-

soas, e muitos participantes estavam lá pela primeira vez. O cli-ma de fraternidade e alegria permeou todo o encontro, que teve trabalhos em grupos sobre o tema proposto e apresentações dos mesmos, além de sessões de meditação e orações.

No sábado, houve um profundo mergulho interior na busca de descobrirmos os mecanismos sutis do ego que nos impedem de conviver harmoniosamente conosco mesmo e com o nosso próximo. Fomos acompanhados em vários momentos por lin-das músicas e cantos, por parte do Maurício Duboc e, também, com a participações de Sylvia Becker, Carlos Soares, Claudia Luz e Claudia Leontsinis.

Nessa noite, tivemos ainda a belíssima apresentação teatral de nossa irmã Gabriela Linhares que, em um texto inspiradíssi-mo, representou Joana D’arc, revelando-nos o encontro da santa heroína com a sua essência, que era puro amor, na medida em que ia despindo-se das máscaras do ego, que a ocultavam. Em seguida, acendemos a fogueira para os trabalhos xamânicos e, ao final destes, tivemos o “momento umbanda”, junto às águas.

O encerramento, no domingo, trouxe-nos a mensagem de Eurípedes Barsanulfo, chamando-nos a atenção para quais fer-ramentas estamos utilizando em nosso dia-a-dia, ao conviver com o nosso próximo: ferramentas de união ou ferramentas de separação?

Encontros como esse nos auxiliam a compreender e a ex-perimentar, na prática, o espírito da Casa de Padre Pio: Uma escola de como viver em Deus! Os sentimentos de alegria, con-fiança, amor e fraternidade auxiliam-nos a superar as barreiras das diferenças, na busca da unidade apesar da diversidade. A conclusão é sempre a mesma: o caminho é o amor! Sentido e vivenciado. Porque amar, se aprende amando...(Danielle Monjardim)

Nós levamos para Mendes um traba-lho com o elemento fogo dentro das tradições nativas. Nessas tradições, o fogo significa, dentre outras coisas, purifi-cação e transmutação. O fogo se relaciona com o sagrado, mais do que isso, ele simbo-liza o próprio sagrado. Esse trabalho trouxe para o grupo mo-mentos incríveis de transcendência e ma-gia, uma sensação de estarmos vivendo a conexão com o divino num clima de pureza e simplicidade, provocando sentimentos de alegria e encantamento.

Houve um instante, diante da fogueira, em que foi possível perceber todos os par-ticipantes dançando e cantando como um só corpo, um grande coração pulsando em nossa mãe terra. Foi como vivermos, em conjunto, um processo de renascimento. Po-dia sentir-se o Amor na Unidade. Ao redor do fogo, éramos todos Um !(Jeronimo, Valeria Aigotti, Paul Bernard)

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Grupos da Casa de Padre Pio

Passe: doação de alma para alma

Mauro Affonso

É fato absolutamente indis-cutível a importância que tem sido (e será sempre

muito grande) do passe na Casa Espírita.

O passe é um dispositivo terapêutico de assistência espi-ritual de técnicas, em geral, tão simples que levantam-se dúvidas sobre a validade ou não de tal terapia espírita.

O passe, suas técnicas e seu conhecimento remontam à mais longínqua anti-guidade. Tanto no Anti-go Testamento quanto no Novo Testamento, há inú-meras citações sobre o uso do magnetismo.

A Doutrina Espírita ape-nas estuda o magnetismo e suas aplicações; estuda e continuará estudando suas causas e efeitos, tendo che-gado a grandes conclusões, notadamente no que diz res- peito ao seu uso para o bem dos Espíritos, tanto encarnados quanto desencarnados, dando-lhes emprego sé-rio e útil e incentivando sua prática dentro dos princípios cristãos e nos limites da pureza dou-

trinária espírita, lembrando aos seus praticantes como fez o Cristo: “Dai de graça o que de graça recebestes”. Só será, verdadeiramente, um pas-sista espírita aquele cujas técnicas de magnetis-

mo e seu Proceder Moral se coadunam com a Doutrina Espírita.

Mesmo sendo o passe uma das circunstâncias medi-únicas mais comuns nas Insti-tuições Espíritas, é preciso re-conhecer, tanto pelo estudo quanto pela vivência, quais são seus verdadeiros obje-tivos. Afinal, se fazer é uma

o b r i g a ç ã o , saber fazer é um dever; e fazê-lo corre-tamente no tempo, no m o m e n t o e no lugar certos, é buscar a perfeição.

É pre-ciso apli-

car e usar o passe como quem lida com

uma “coisa santa”, tratando-o e recebendo-o de “maneira religiosa, sagrada”, a fim de que seus reais objetivos, de cura material e, sobre-tudo, psico-espiritual, sejam atingidos em sua plenitude, holisticamente. A faculdade de curar através do passe deriva de uma força excepcio-nal de expansão, mas diversas causas concorrem para documentá-la, principalmente a pureza dos sentimentos, o desinteresse, a benevolência, o desejo ardente de proporcionar alívio, a prece fervorosa e a confiança em Deus, ou seja, em uma palavra: todas as qualidades morais.

O Passista deve ser consciente de que tem no passe uma oportunidade sagrada de praticar a caridade sem mesclas, desde que imbuído do verdadeiro espírito cristão, sem falar na bênção de poder estar em companhia de bons Espíritos que, com carinho, amor, compreensão e humil-dade, se utilizam das ainda limitadas potenciali-dades energéticas do passista, em benefício do próximo e dele mesmo. PP

O passe, suas técnicas e seu conhecimento remontam à mais longínqua antiguidade. Tanto no

Antigo Testamento quanto no Novo Testamento, há inúmeras citações

sobre o uso do magnetismo.

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Não Percam

Wagner de Assis

Coisas do ser humano - quan-do estamos às vésperas de al-gum momento importante de nossas vidas, tendemos a lem-brar o caminho percorrido, as dificuldades encontradas, as pequenas vitórias do dia-a-dia. Por esses dias, quando a data 3 de setembro se aproxima verti-ginosamente, não fujo à regra, e minha mente se torna, ela própria, tela de cine-ma que rememora os eventos que fize-ram com que chegasse nesses dias.

Incrível é que as primeiras “cenas” que apare-cem não são em função do próprio filme. Mas do livro. Quando li Nosso Lar pela primeira

vez, presente de minha mãe, meados dos anos 80, confesso que não pensei que “esse livro da-ria um filme”. Mas minhas impressões ficaram muito marcadas por atributos fundamentais do livro - o novo paradigma de vida que ele apre-sentava, os conceitos modernos de cuidados com a vida, a possibilidade de estarmos sempre prontos a recomeçar, onde quer que fosse.

Minhas lembranças dão um pulo de quase 10 anos. Pelo meio da década de 90, quando meus anseios literários morriam e renasciam sob a forma de roteiros audiovisuais, e eu estudava técnicas e formas, resolvi fazer um “exercício” e fiz uma adaptação totalmente livre do livro para um suposto filme ou especial de televisão. Guar-dei na gaveta depois de terminar, assim como fiz com tantos outros que serviam de aprendizado.

Corta. Em finais de 2004, depois de escre-ver alguns roteiros para cinema e tv, depois de lançar meu primeiro longa-metragem, A Carto-mante, uma adaptação da obra de Machado de Assis, eu achei que poderia dar um passo maior. Mais uma confissão - não me lembro ao certo como cheguei ao Nosso Lar. Mesmo. Talvez te-nha acordado um dia com essa ideia. Ou tenha relido algum capítulo em função de algum estu-do. Uma amiga disse que conhecia a diretoria da Federação Espírita Brasileira. Pedi uma reunião, mas ela nunca me respondeu. Fui fazer um co-mercial e a figurinista disse que conhecia o Re-nato Prieto, e que ele tinha feito a peça muitos

anos antes, talvez pudesse ajudar.O coração se encheu de esperança. Bem,

quando o coração fala, a gente tem que ouvir, não é verdade?

E lá estamos eu e o Renato Prieto sentados na coxia do teatro Vannucci. Meses depois, a cessão dos direitos. Um dia, li numa revista a história de um médico que tinha visto seu pai dois anos após o desencarne. Pensei, talvez ele possa me ajudar. Tinham sido tantas portas ba-tidas até então, nada demais se fosse mais uma. Se fosse um clipe, essa sequência seria a mesma imagem repetida em diferentes portas. Entrei e pedi ajuda. Os olhos do Luiz estavam marejados. Logo depois, muito prazer Padre Pio!

Com o passar do tempo, fui encontrando mais um monte de gente, conhecendo uma di-versidade de pessoas que nos ajudavam de for-mas peculiares. Muitas vieram ajudar no filme. Outras ajudaram de longe. Hoje, às vésperas do filme encontrar tantas pessoas nos cinemas, e novas cenas se formarem nessa história da histó-ria, tenho certeza que esta Casa, aonde os cami-nhos de reencontrar Deus são muitos, também está presente na história da história desse filme. Melhor parar por aqui, senão o relato ficará mui-to extenso.

A todos os membros da Casa de Padre Pio, neste e nos outros planos, fica o eterno obrigado e pedido que não paremos de divulgar e compar-tilhar a história do filme. O final feliz ainda está longe e precisa da participação de todos!

Nosso lar, o filme

PP

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14 Essência da Luz uma publicação bimestral da Casa de Padre Pio

Portal da Gratidão

Denise Cristina Gomes

Desde a Antiguidade, to-das as religiões falam so-bre a “Graça”. O que Ela

seria? Por que é invocada e evo-cada por todos os povos, através dos tempos? Ela seria a manifes-tação de um fenômeno desco-nhecido? Ou poderia se referir a uma simples transcendência do nosso “aqui e agora”? Ou seria mais o uso de uma linguagem metafórica ou simbólica sobre algo não inteligível? Seria um presente, uma benção a nós? Ou a manifestação do “Misté-rio” em nossas vidas?

Constata-se que, mesmo não havendo respostas a essas indagações, o ser humano quer ser Dela merecedor. Já foi dito: “muitos serão chamados, mas poucos serão eleitos”...

Parece-nos, a priori em vão, tentarmos apreender o Mistério pelo qual Ela se manifes-ta. Pois tentar compreendê-La implica em se querer inserir o infinito, o incomensurável no “aprisionamento” da lógica do mundo material (tridimensional) finito. Por isso, intuimos que o fenômeno da “Graça” esteja além de qualquer perspectiva filosófica ou religiosa conhecida, na qual possam se inserir conceitos de merecimen-to, causa e efeito, carma ou quaisquer outros que visem explicar a existência ou a dinâmica desse fato. Se assim percebemos, por que então consideramos importante refletir sobre Ela? Será que poderíamos atraí-la?

Talvez essa resposta esteja relacionada ao fato de que, por Ela não se enquadrar em nossa racionalidade, vamos sendo conduzidos a per-ceber a parcialidade e as limitações de nossos juízos, e consequentemente, vamos deixando

de lado a inquietante prática de julgar a nós mesmos, aos outros, à vida... Passamos a nos posicionar com maior humildade ante a nossa existência, ao procurarmos desenvolver atitudes de contínua aprendizagem e reflexão, facilitado-ras de novas formas de interação com o nosso cotidiano. Mas em contrapartida, não podería-mos nos esquecer de cultivar o desapego a es-ses mesmos conhecimentos, evitando nos dei-xar “aprisionar” em nossas lógicas e erudições, quase sempre percebidas por nós como “verda-des”, até por vezes, inquestionáveis. Significa aprendermos a nos “esvaziar” internamente de nossos questionamentos, certezas ou dúvidas, para nos disponibilizarmos a vivenciar um con-tínuo estado de “disponibilidade” ao Mistério. Assim, nos tornaríamos mais sensíveis para per-ceber a manifestação da Divindade presente em nós. Observaríamos que, ao contrário do que muitos possam pensar, não existe “acaso” em nosso existir, pois ao visualizarmos as “sincro-nicidades”, coincidências significativas entre o que sentimos e certos acontecimentos externos a nós, presentes em nosso cotidiano, constatarí-amos a sutil manifestação da “Graça”, no natu-ral fluir de nossas vidas.

É possível que essa ideia para alguns possa parecer estranha, incompreensível ou até mes-mo fantasiosa; porém, é dessa forma que vamos aprendendo a nos questionar, ao observarmos que somos muito mais que os raciocínios cons-

A percepção da “graça”, o passaporte do “amanhã”...

Significa aprendermos a nos “esvaziar” internamente de nossos

questionamentos, certezas ou dúvidas, para nos disponibilizarmos

a vivenciar um contínuo estado de “disponibilidade” ao Mistério.

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PP

truídos por nossas mentes conduzidas pelos nossos egos.

Passamos toda uma existência sendo orien-tados a nos identificar com nossos pensamen-tos, portanto como de repente aprenderíamos a questioná-los? É difícil aceitar e perceber que transcendemos ao nosso pensar, construído para interagirmos na materialidade onde esta-mos inseridos, embora esse fato já venha sen-do sinalizado por diversos místicos há centenas de anos.

Através de práticas de meditação e de re-laxamento, vamos nos soltando das “amarras mentais e emocionais” nas quais nos achamos presos, assim como por certo os nossos ances-

trais. Por consequência, tornamo-nos mais dis-poníveis ao exercício da intuição, através da qual nos sintonizamos a conhecimentos que, em muito, transcendem a racionalidade conhecida. Assim, estaremos dando início a uma nova tra-jetória: “o caminho de regresso de nossas almas aos seus verdadeiros lares”.

Somos todos seres das estrelas, filhos da “Graça”. Portanto, é chegada a hora de assu-mirmos a nossa Identidade Cósmica... O tempo urge: precisamos nos preparar para entrar em contato com o Divino existente em nós.

Será que a vivência consciente da Graça não nos possibilitaria descortinar o nosso “passapor-te cósmico”?

ElevaçãoCharles Baudelaire

Por sobre pantanais, por sobre vales,Montanhas, bosques, nuvens, mares,Para além do sol e do éter nos ares,Para além dos confins das esferas estelares,

Tu, meu espírito, agilmente te moves,Como um bom nadador, em êxtase nas ondas,Sulcas alegremente a imensidão profundaCom um indizível e másculo prazer.

Voa para além dessas emanações nefastas;Vai te purificar em ares mais sublimes, E bebe, como um licor translúcido e divino,O fogo luminoso no espaço cristalino.

Por trás do tédio e das imensas penasCujo peso torna a existência nebulosa,Feliz daquele que pode com asa vigorosaLançar-se pelas planícies luminosas e serenas;

Aquele cujos pensamentos, como cotovias,Rumo aos céus da manhã, voam livremente.- Que planando sobre a vida, sem esforço entende, A linguagem das flores e das coisas emudecidas !

Poesia, a linguagem da Alma

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16 Essência da Luz uma publicação bimestral da Casa de Padre Pio

Coluna Livre

Rosa Ana Steinsnaider Leitão

Madrugada. Uma criança dorme. De re-pente, seus olhos estão abertos, arre-galados. Quer se livrar das imagens do

pesadelo. Elas continuam presentes nas sombras de seu quarto. Os monstros a rodeiam. Os pio-res, os mais terríveis e mais assustadores estão debaixo da cama e dentro do seu armário. Fabri-cados pelo medo que a imobiliza, a petrifica. Fi-nalmente, o terror se materializa: um grito ecoa na casa toda! O socorro chega finalmente. O pai (seu Herói) fulmina os monstros. A mãe (sua fada-madrinha) chega e a embala em seu colo protetor. A respiração e o coração se acalmam. A LUZ acaba de vez com o medo... naquele mo-mento.

O medo humano básico é o medo do escuro. Tem raízes ancestrais. Existe desde o homem das cavernas. Está no Inconsciente Coletivo. Esse medo fundamental, que surge geralmente en-tre 6 e 8 anos, tem duas vertentes principais: o medo do desconhecido e o medo da morte. O medo é necessário numa certa medida. Em determinadas circunstâncias, funciona como um alerta, um alarme. Aponta limites que, se excedi-dos, podem colocar em risco até mesmo a vida.

O medo é a base de todo o constrangimento. Diferente da ansiedade, gerada internamente, o medo é sempre relacionado a alguém ou a algo externo a nós mesmos. Criamos o medo a partir de nossas próprias convicções e de pensamentos que, segundo nossas crenças, não são corretos ou moralmente apropriados. Não se trata aí de sentir-se culpado, mas de perceber que, se você é o autor, criador de seus medos, só você tem o mesmo poder para acabar com eles. Se você se escravizou, só você pode se libertar. Assumida e conscientizada a autoria, você passa a ser a autoridade que poderá escolher que caminhos, que ferramentas deseja usar para chegar a con-trolar seus medos e também a não permitir que lhe sejam impostos.

O medo está nos olhos de quem vê. Vivemos em uma “Cultura do Medo” ( livro Cultura do Medo, de Barry Glassner, Ed. Francis). Nesta cul-tura, é muito comum se manipular o que é visto. Farsas determinadas a fazer com que os indiví-duos se tomem reféns de toda a sorte de medos que atingem multidões cotidianamente. Ver-dadeiras teias feitas de perigos e pavores. Uma mídia inescrupulosa e oportunista “de plantão” de toda espécie se dedica incansavelmente a ali-mentar de medos populações do mundo, apre-sentando a sua versão dos fatos, escolhendo o que mostrar e como mostrar, sempre em defesa de interesses próprios. Afinal, uma população amedrontada reage e se imobiliza, sendo facil-mente manipulada. Fica sem a força que possibi-lita AGIR para buscar o que lhe interessa de fato. Perde o verdadeiro foco, aquele para o qual de-veria estar atenta e que é realmente perigoso e preocupante. Assim, atualmente, com frequên-cia, tememos o que não deveríamos temer e não tememos o que deveria ser temido. Temos sido enganados e nos enganamos quase sempre, por tudo o que acabamos de observar e muito mais.

Os medos têm aumentado barbaramente neste século 21. É importante retomarmos nos-

Medos

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sa lucidez, mais LUZ para dissiparmos a sombra onde se escondem tantos medos, nos aproxi-marmos mais de nossa própria natureza, ob-servarmos e estarmos mais em contato com a natureza que nos cerca. O sagrado é a Natureza e a Natureza é o sagrado, diz a Sabedoria da Ca-balá Marrutí (essencial). Precisamos saber neste momento planetário o que verdadeiramente é essencial para vivermos, sobrevivermos enquan-to espécie e permitir o mesmo para as próximas gerações. E não será pela cultura do medo que conseguiremos. Um BOM Caminho é adotarmos valores baseados nas virtudes conhecidas por todas as mais antigas linhas espirituais viven-ciadas na atualidade pelo ser humano. E fazer uso de algumas das suas mais importantes fer-ramentas, utilizadas há séculos para conseguir ser, cada vez mais, um melhor receptor da LUZ Espiritual:

Exercícios usando a respiração Exercícios de meditação Exercícios de visualização criativa - fazendo uso da imaginação (uma imagem em ação) Leitura de salmosEstudo de porções bíblicas (semanais) Celebrações espirituais (ritos - com arte, música, dança) Meditar junto à natureza e seus elementos (ar, água, fogo)

Ser e Estar, caminhando na Terra. Presente, cons-ciente, alerta. Com humildade, gratidão por todas as formas de vida (incluindo a sua) e temor (consciência dos seus atos e dos seus efeitos a longo prazo). Saber que todo aprendizado se dá por repetição e paciência.

O medo é um blefe. Do outro lado do medo está o paraíso...

Cruzadas do Bem

HORIZONTAIS2. Capacidade de comunicação com o mundo espiritual4. Universo (do grego)7. Existir8. Crença10. São11. Oposto de trevas12. O mais elevado sentimento do ser humano14. Instituição espiritualista, em Botafogo, Rio de Janei-

ro, cujo lema é “Viver em Deus”17. Ser supremo18. Dívida ou crédito de vidas passadas

VERTICAIS1. Gerar, dar origem3. Livro de André Luis, por Chico Xavier, a ser lançado

em filme setembro próximo4. Recuperação da saúde5. Conhecimento6. Movimento em busca do novo7. Trabalho sem remuneração9. Contentamento13. Prestar serviço14. Música vocal15. Astro central do nosso sistema planetário16. Satélite da Terra

Obs.: As palavras não devem ser acen-tuadas; as respostas com mais de uma palavra devem ser escritas sem espaços entre elas; as soluções estão no blog da Casa.

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18 Essência da Luz uma publicação bimestral da Casa de Padre Pio

Dúvidas e questões

P.: Qual é o sentido do karma? O que é karma pessoal e karma familiar? (Maria Lúcia Ribeiro)

R. Karma vem do Sânscrito e significa literal-mente “ação”, mas com o tempo foi ganhando uma conotação de consequência da ação. Hoje, é aceito que aquilo por que passamos agora é a resultante de um karma passado. No entanto, é fundamental entendermos o karma, não como uma punição, mas como uma oportunidade para nos religarmos a Deus. Atualmente, você, Maria Lúcia, vive um contexto de vida necessário para o seu caminho à Fonte Divina. A meta final não é o cumprimento de seus karmas, mas uni-camente Deus. Portanto, a lei do karma não é, como pensam muitos, algo fixo e inalterável do tipo “aqui se faz, aqui se paga”. Se você atingir o Fim sem o cumprimento do karma, o propó-sito estará cumprido, e o instrumento “karma” torna-se-á desnecessário. A prova disso é um dos ladrões crucificados ao lado de Jesus. De fato, foi ladrão. Ele mesmo disse “...Roubei e pequei; mereço estar aqui moribundo... mas, Este ao meu lado, não fez o mal”. Assim, pela simples presença do Avatar e pela Compreensão Divina que isso lhe proporcionou, este ladrão não terá que assumir um karma futuro de ex-ladrão, vivendo experiências relacionadas a este contexto. O instrumento tornou-se desneces-sário. E, Jesus disse: “Hoje mesmo, você estará comigo no Reino dos Céus”.

Às vezes, grupos, como famílias, países ou mesmo planetas, têm atitudes em comum, com um mesmo nível de pensamentos e sentimen-tos, gerando um karma comum coletivo. Mas, o raciocínio é exatamente o mesmo do karma individual. (Marcelo Patury)

P. Quais são as recomendações que um paciente deve seguir, ao participar de um tratamento espiritual, para que o proces-so de cura possa atingir o melhor resultado possível? (Ricardo Oliveira)

R. É realmente necessário observarmos al-gumas recomendações para nos prepararmos adequadamente e, assim, ajudarmos o nosso processo de tratamento. Quanto à parte física, devemos nos alimentar de comidas leves, sem uso de carnes a não ser de peixes, não ingerir

bebidas alcoólicas, não fumar e, de preferência, não praticar sexo (pelo tipo de energia que se gasta). Pede-se que se use roupas claras na hora da sessão, pois assim a irradiação funciona me-lhor. No preparo mental, devemos evitar discus-sões e brigas, e não falar mal ou julgar os outros. É conveniente também meditar, além de fazer as orações do dia, procurar manter pensamentos positivos e, ao entrar na sala de cura, evitar pen-sar na doença (imagine-se em um jardim, com plena saúde). A espiritualidade sabe melhor do que nós o que precisa ser tratado.

É importante lembrar que a cura é compos-ta por três partes: a atuação do médico físico, o trabalho de reforma íntima de cada um e o tratamento espiritual na sala de cura. O médico trata a doença por meio da medicina tradicional, a reforma íntima trata a origem do desequilíbrio que causou o problema, e a espiritualidade trata do todo. Se o paciente não se modificar, se não quiser buscar ser uma pessoa melhor a cada dia, o problema pode voltar. (Emmanuel Passos)

P. O que significa a palavra dharma? (Dora Ferreira)

R. Dharma é uma daquelas palavras em Sânscrito com um significado muito amplo. No entanto, geralmente é colocado como “aquilo que é o certo”. É fundamental agirmos e pen-sarmos baseado no “certo”; afinal, como seria o mundo se matássemos ou se cobiçássemos a mulher ou o marido do próximo, ou se roubás-semos, ou se desrespeitássemos pais e mães? Até um certo nível de evolução, o cumprimento dos dharmas é bom, mas, após um certo pata-mar, o próprio dharma pode se tornar um apri-sionamento. Ao nos auto-considerarmos dignos de iluminação por já ter cumprido com primor o que é certo, estará então na hora de compre-endermos algo mais. Não está nos “certos” a libertação, mas unicamente em Deus. O nosso processo de libertação do ego vai muito além do cumprimento dos dharmas. Tanto é que, após Moisés que nos trouxe os dharmas, veio Jesus que não desconsiderou os dharmas, mas os transcendeu. Desta forma, falou aos mon-ges: “Vocês estão apenas cumprindo os rituais e os dharmas, mas são hipócritas porque não há Deus em seus corações”. Da mesma forma, ele caminhava ao lado dos que feriam os dhar-

Perguntas dos Leitores

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mas sociais, como a prostituta e o cobrador de impostos. Ele não fez o que parecia ser o certo, libertando, como Moisés, o povo de seus opres-sores, mas lhes ensinou a libertarem-se em Deus diante daquele contexto de opressão. O que se-ria de Jesus sem Moisés, e vice-versa? Eles têm que ser entendidos como Um. Em nosso nível terreno, como chegaríamos à libertação em Deus (moksha) sem antes vivermos e transcen-dermos os dharmas? (Marcelo Patury)

P. Quais são os sentimentos que podem estimular a interferência de obsessores ou abrir brechas para eles? (F. Ghestem)

R. Nos processos de auto-obsessão, as cau-sas podem ser: hipertrofia intelectual ou excesso de imaginação, vida contemplativa ou misticis-mo, esforço introspectivo sistemático, fixações mentais inalteráveis, etc. O doente constrói para si um mundo mental divergente, povoado de ideias fortes ou mórbidas, que se tornam fixas, ou de concepções abstratas ou fantasiosas que

se sobrepõem à Razão. Há também a obsessão externa, causada por entidades desencarnadas ou por larvas (pensamentos, formas) e outras espécies de influenciação telepática.

Todos nós estamos sujeitos a esses “ata-ques”. Nossas imperfeições atraem para junto de nós Espíritos com idênticas imperfeições, ví-cios e falhas morais, tais como: alcoolismo, ma-ledicência, crueldade, sexualismo exarcebado, etc. O mau uso da mediunidade é uma falha que atrai igualmente maus Espíritos. Entretan-to, podemos evitar esses “ataques” através da elevação do pensamento, da oração e da vigília constantes, da prática do Amor incondicional em nosso dia-a-dia.

Para confirmar o que dissemos acima, obser-vemos o que diz Kardec em O Livro dos Espíritos: “...é preciso fazer o bem no limite de suas for-ças, porque cada um responderá por todo o mal que resulte do bem que não haja feito.” E ain-da absorvamos as sábias palavras de Padre Pio: “Somente o amor pode superar o que existe em nós de indomável.” (Daisy Elísio)

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20 Essência da Luz uma publicação bimestral da Casa de Padre Pio

Prece

Salmo 91

Quem habita na morada do Altíssimo, estará sempre sob Sua proteção. Sobre o Eterno declarei: Ele é meu refúgio e minha fortaleza, meu Deus, em Quem de-

posito toda a minha confiança. Ele te livrará do laço do caça-dor traiçoeiro e da peste que assola tenebrosamente. Ele te cobrirá com Suas asas e sob elas encontrarás abrigo seguro. Não temas o terror que campeia durante a noite, nem a fle-cha que busca seu alvo durante o dia, nem a peste que se propaga nas trevas, nem tampouco o destruidor que ataca ao meio-dia. Ainda que tombem mil ao teu lado e dez mil à tua direita, não serás atingido. Somente teus olhos contempla-rão e perceberão a retribuição proporcionada aos ímpios. Pois disseste: “O Eterno é meu refúgio”, e fizeste tua a morada do Altíssimo. Nenhum desastre se abaterá sobre ti e nenhuma calamidade se aproximará de tua tenda. Pois Ele encarrega Seus anjos de cuidarem de ti e de te protegerem por todos os caminhos. Tomar-te-ão nas suas mãos para que não tro-pece teu pé em alguma pedra. Poderás pisar sobre o leão e a víbora, sobre o filhote do leão e a serpente, sem perigo. “Ele se uniu a Mim, portanto o protegerei; mantê-Io-ei a salvo, porque Me ama. Quando Me chamar, hei de responder-lhe; estarei com ele quando enfrentar atribulações; resgatá-Io-ei e farei com que seja honrado. Contemplá-Io-ei com uma longa vida e o farei ver Meu poder salvador”, disse o Eterno.