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Página 1 As verdades sobre a Videira Quinta-feira, 05 de junho de 2014. Texto Bíblico: João 15: 1 – 8. “Eu Sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor” (v.1). Todos os anos, os judeus celebravam a Páscoa com uma festa que durava uma semana – era a observação combinada da Festa da Páscoa e da Festa dos Pães Asmos. Por cerca de dois mil anos, eles faziam uma pausa anual para celebrar a libertação de seus ancestrais do Egito e sua instalação, pela mão de Deus, na terra prometida. Jesus reuniu seus discípulos numa sala especialmente preparada para aquilo que ele sabia ser seu último momento junto ao grupo, antes de sua morte. Nessa refeição final, que celebrava a fidelidade de Deus a Israel, Jesus resumiria seu ensino, prepararia seus discípulos para levar seu ministério adiante e daria um novo significado aos rituais da celebração da Páscoa. Depois de reiterar as profecias sobre como chegaria à morte, Jesus voltou a um tema anterior para ilustrar de que maneira continuaria seu relacionamento com os discípulos. “Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor” (Jo 15: 1).

[Sermão] As verdades sobre a Videira - Blog de Linaldo

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Disponibilização do sermão que está publicado em meu blog pessoal. Para acessar o blog, segue o link: http://www.linaldolima.com

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As verdades sobre a Videira

Quinta-feira, 05 de junho de 2014.

Texto Bíblico: João 15: 1 – 8.

“Eu Sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor” (v.1).

Todos os anos, os judeus celebravam a Páscoa com uma festa que durava uma semana – era

a observação combinada da Festa da Páscoa e da Festa dos Pães Asmos. Por cerca de dois

mil anos, eles faziam uma pausa anual para celebrar a libertação de seus ancestrais do Egito

e sua instalação, pela mão de Deus, na terra prometida. Jesus reuniu seus discípulos numa

sala especialmente preparada para aquilo que ele sabia ser seu último momento junto ao

grupo, antes de sua morte. Nessa refeição final, que celebrava a fidelidade de Deus a Israel,

Jesus resumiria seu ensino, prepararia seus discípulos para levar seu ministério adiante e

daria um novo significado aos rituais da celebração da Páscoa.

Depois de reiterar as profecias sobre como chegaria à morte, Jesus voltou a um tema

anterior para ilustrar de que maneira continuaria seu relacionamento com os discípulos. “Eu

sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor” (Jo 15: 1).

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No Antigo Testamento, a vinha¹ é frequentemente usada para representar Israel, plantadas

e cuidadas pelo Todo-Poderoso como lavrador (Is 5: 1; Sl 80: 8 – 16; Jr 2: 21). Entretanto,

Israel provou ser uma videira selvagem e infrutífera.

Comparando a parábola da vinha com as outras, veremos uma dramática mudança nas

imagens. Nesta versão relatada por João, Jesus assumiu o lugar de Israel, afirmando ser a

videira saudável e autêntica que a nação havia deixado de ser.

O propósito da parábola de Jesus é ensinar os crentes a viver como cidadãos do novo reino

por meio da aplicação de um conceito que ele chamou de permanecer. A razão de Deus ter

plantado a videira na terra prometida – a mesma razão pela qual qualquer pessoa planta

uma videira – era a produção de frutos. Nesse quesito Israel fracassou e feio. Do mesmo

modo, muitos cristãos deixam de permanecer e, portanto, não produzem coisa alguma.

1. A produção de frutos.

Normalmente, os cristãos presumem que a produção de frutos é responsabilidade deles,

algo que devem fazer como gratidão por aquilo que Cristo lhes fez. Tentam ser bons,

amáveis, corretos, generosos e fiéis – ter todas as qualidades que definem Jesus. Eles se

esforçam muitos e, por fim, terminam fracassando, se condenam, prometem melhorar,

tentam de novo... E falham mais uma vez.

Quando percebem que não poderão satisfazer o padrão de qualidade que impuseram a si

mesmos, duas coisas excludentes podem acontecer: Ou eles abaixam o padrão, ou se

distraem com atividades que criam a ilusão de sucesso. Essa pode ser uma boa descrição do

relacionamento que temos com Deus.

2. O fruto (Jo 15: 2).

A parábola em questão envolve três personagens: A videira (Jesus, “eu sou”), o agricultor

(“meu Pai”) e os ramos (seus seguidores). Sua interpretação exige que apreciemos a riqueza

das imagens presentes na história sem enxergar mais do que o autor tinha em mente.

Olhemos para uma coisa por muito tempo, e ficaremos com aquilo impresso em nossa

imaginação. Sendo assim, devemos evitar ver mais do que aquilo que a parábola diz. Jesus

não identifica o que o fruto representa. Alguns sugeriram que o fruto de um crente é outro

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crente – em outras palavras, uma pessoa opta por colocar sua fé em Jesus Cristo como

resultado da influência de um crente. Talvez Jesus tivesse pensado nisso, mas também pode

ter pensado em outra coisa. O fato é que a Bíblia não identifica qual é o fruto. Ponto.

O apóstolo Paulo usou a imagem de fruto para descrever as qualidades de caráter que

marcam um crente sadio e maduro. Ele listou um número de qualidades de Cristo em sua

carta aos Gálatas (Gl 5: 22 – 23).

Nas figuras bíblicas, o fruto é a indiscutível prova de identidade. Por exemplo, uma pessoa

destreinada terá dificuldade para diferenciar uma macieira de uma pereira. Mas, se os ramos

estiverem repletos de pêras, ninguém terá dúvidas sobre a identidade da árvore. Além disso,

uma colheita abundante é sinal indiscutível de saúde. Qualquer um sabe que uma grande

quantidade de frutos suculentos e deliciosos só pode vir de uma planta forte e sadia.

3. O segredo da produção abundante (Jo 15: 4 – 5).

Observemos um detalhe interessante nessa parábola: Jesus não ordenou que os crentes

produzissem fruto. O fruto é propósito do ramo, mas não é sua responsabilidade. O ramo

não pode produzir coisa alguma sozinho. Todavia, se permanecer ligado à videira, ele

receberá seiva, alimento, força... Enfim, tudo aquilo de que precisa. Se permanecer

conectado à videira, ele ficará cheio de uvas.

O foco de uma atividade cristã não é o enorme esforço para produzir o fruto, mas para

manter sua conexão limpa e forte com Jesus Cristo. A maneira mais básica e efetiva de se

fazer isso é absorver o ensinamento da Palavra de Deus, aqueles velhos e bons 66 livros da

Bíblia. E, esse ensinamento não se absorve por osmose, mas lendo, pensando, aplicando,

perguntando, memorizando e falando sobre ela (a Palavra de Deus) para outras pessoas.

4. O que significa “não permanecer em mim”? (Jo 15: 6).

Alguns já sugeriram que alguém que “não permanecer em mim (Cristo)” é um crente que

deixou de ser fiel e perdeu sua salvação. Mas Jesus disse que ninguém pode ser salvo e

depois deixar de sê-lo (Jo 10: 27 – 29). Outros propõem que aquele que “não permanecer”

nunca foi um crente genuíno – como aqueles que rejeitaram jesus totalmente ou os que

simplesmente professam crer, mas não acreditam de fato.

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Porém, o contexto de toda a ilustração de Jesus está concentrado e limitado aos crentes.

Para comprovação, tomamos como base o texto de Jo 15: 2, que fala de todo ramo que está

“em mim”, o que presume a existência de um relacionamento. E quanto aos ramos secos? A

questão é simples: Os agricultores os colocam de lado, porque eles estão mortos. Ramos

secos não prestam para nada.

O fato é que alguém que deixa de permanecer é uma pessoa que tenta transformar seu

próprio caráter para produzir as qualidades de Cristo, sem que tenha uma conexão com Ele.

Isso é inútil. Na verdade, é um plano perfeito para murchar e secar. Viver a vida longe da

completa dependência de Cristo é como construir uma casa com madeira seca e quebradiça

e, então, preencher as paredes com palha para isolamento. Uma simples fagulha e... A casa

pega fogo.

5. Os resultados da produção abundante (Jo 15: 7 – 8).

À medida que o crente permanece – ou seja, continua mantendo uma conexão vital com

Jesus Cristo –, ele começa a dar o fruto das qualidades de Cristo. O cristão é transformado

de dentro para fora. Sua mente se concentra no tipo de pensamentos que Deus tem. O

coração do crente começa a bater em perfeito ritmo com o do Pai, de modo que seus

desejos refletem os desejos de Deus. Quando isso acontece, pelo menos quatro resultados

são obtidos, a saber:

a) As orações são respondidas. Se estivermos conectados á videira e nos tornarmos

cada vez mais semelhantes a Jesus, nossas orações não serão egoístas, mas serão o

tipo de pedido que ele faria;

b) Deus é glorificado. À medida que exibirmos o caráter de Jesus e obedecermos a seus

mandamentos da mesma maneira que Ele obedeceu ao Pai, Deus receberá todo o

crédito. Ele se alegra em nos ver refletindo seu caráter e, em resposta, procura

oportunidades para demonstrar amor por seus filhos;

c) O amor é estimulado. Quando permanecemos em Cristo, as qualidades de caráter

que honram o Senhor começam a surgir, do mesmo modo que as uvas crescem

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naturalmente de um ramo saudável e bem enxertado. Porque Deus é amor (1Jo 4: 8),

outros notarão essa qualidade divina desenvolvendo-se dentro de nós;

d) A alegria será transbordante. A alegria não tem nada a ver com a felicidade

superficial ou exultação passageira. Ao contrário, é um contentamento profundo que

transcende as circunstâncias difíceis e extrai o máximo prazer de toda boa

experiência. Não se trata apenas de sorrir. Mas permanecer em Cristo nos inspira a

sorrir como nunca fizemos antes. A alegria profunda e sincera vem de completa

segurança e confiança – mesmo em meio à provação.

Finalizando, há um ditado que reflete bem o último dos quatro resultados da produção

abundante, que fazemos questão de citá-lo como fechamento dessa reflexão. Ele diz que “a

alegria é a bandeira que tremula no castelo do nosso coração, anunciando que o rei está

presente”.

#PermaneçamosEmCRISTO!

Por Linaldo Lima

(Sermão baseado nas lições extraídas do livro “Jesus, o maior de todos” / Charles R. Swindoll;

Mundo Cristão, 2008 - (Série heróis da fé)).

Blog Oficial: http://www.linaldolima.com

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¹Vinha – 1. Terreno plantado de videiras.