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O Pai fica com os filhos, quer adverti-los dos perigos… Em Sua casa poderão encontrar aquela felicidade que procuram em outros lugares. Mas cada filho é livre: pode corresponder ou rejeitar esse amor. A LIBERDADE DO HOMEM DIANTE DE DEUS A LIBERDADE DO HOMEM DIANTE DE DEUS Por isso é que, pela intensidade desse amor divino, os nossos pecados são para Ele causa de divino sofrimento. Deus, criador do céu e da terra, escolheu ser, em primeiro lugar e acima de tudo, um Pai. Quantos trabalhadores na casa do meu Pai têm pão em abundância, e eu aqui a morrer de fome!

2 Lc 15 Os Dois Filhos

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O Pai fica com os filhos, quer adverti-los dos perigos… Em Sua casa poderão encontrar aquela felicidade que procuram em outros lugares.

Mas cada filho é livre: pode corresponder ou rejeitar esse amor.

A LIBERDADE DO HOMEM DIANTE DE DEUSA LIBERDADE DO HOMEM DIANTE DE DEUS

Por isso é que, pela intensidade desse amor divino, os nossos pecados são para Ele causa de divino sofrimento.

Deus, criador do céu e da terra, escolheu ser, em primeiro lugar e acima de tudo, um Pai.

Quantos trabalhadores na casa do meu Pai têm pão em abundância, e eu aqui a morrer de fome!

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Sim, Deus sofre quando os filhos o honram só com os lábios e não com o coração. Conhece-os profundamente, mas não pode obrigá-los a amar.

Deus é Pai: por isso, os pecados dos filhos lhe penetram no coração.

Não há luxúria, cobiça, ira, ressentimento, ciúmes ou vingança nos filhos perdidos que não lhe cause uma dor imensa.

É a partir do coração que o Pai abraça toda a dor humana e chega até aos filhos.

O PECADO DO HOMEM FERE O CORAÇÃO DE DEUS

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Um Pai que se compadece pelos filhos perdidos e esperando o seu regresso para lhes falar ao coração, com amor, … e para que, cansados, repousem nos seus ombros.

É nesse Deus de amor que nós acreditamos: um Pai que abraça os filhos com misericórdia, sem forçar ninguém.

Um pai que não castiga porque os filhos já receberam demasiados castigos por causa dos seus caprichos.

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Foram as mãos desse Pai que me abençoaram no preciso momento em que fui concebido,

As suas mãos deram-me as boas vindas quando nasci, sustentaram-me junto ao peito maternal, alimentaram-me e deram-me calor.

As suas mãos protegeram-me em momentos de perigo e consolaram-me em momentos de dor. Disseram-me adeus e deram-me as boas vindas.

Sim, foram as mãos de Deus, mas também as mãos dos meus pais, professores, amigos, superiores e de todas as pessoas que Deus pôs no meu caminho para me lembrar como vivo em segurança.

ABENÇOADO E ACOLHIDO CARINHOSAMENTE

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O filho mais novo, juntando tudo, partiu para uma terra longínqua e por lá esbanjou tudo quanto possuía, numa vida desregrada. (Lc 15,13)

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Estou espantado por continuar a receber os dons de Deus, a saúde, os dons intelectuais e afectivos, e continuar a utilizá-los egoisticamente, para impressionar os outros, para me afirmar, … em vez de os utilizar para a glória de Deus.

Vejo-me como o filho mais novo:

E assim afasto-me do Pai, levo os Seus dons, para a terra distante, e ponho-os ao serviço do mundo que os explora e nem sequer reconhece o seu verdadeiro valor.

Vivo neste mundo sem Deus, convicto que posso viver sozinho, sem precisar de ninguém, pensando só em mim, e sendo totalmente independente.

Eis a minha verdadeira rebelião, o meu não rotundo ao amor do Pai.

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Procurei longe, afastei-me e perdi.

Quero voltar para casa, confiar na voz do Pai que me chama «amado».

Agora o Pai diz-me: «Em casa encontrarás um abrigo seguro, lá receberás o Meu Amor que preenche teu coração; lá, em casa, finalmente encontrará descanso o teu coração inquieto!»

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O filho mais novo perdeu tudo: dinheiro, amigos, reputação, dignidade, paz interior …

Sim, perdeu tudo, mas não perdeu a consciência de “ser filho” … por isso resolveu voltar.

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28Encolerizado, não queria entrar; mas o seu pai, saindo, suplicava-lhe que entrasse. (Lc 15,28)

Ele não sabia o que tinha acontecido. O Pai não teve tempo de o avisar. A sua alegria era tão grande que mal podia aguardar…

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O Pai transborda de alegria pelo regresso do filho mais novo, mas não se esquece do mais do velho.

O REGRESSO DO FILHO MAIS VELHOO REGRESSO DO FILHO MAIS VELHO

O filho mais velho, entre ciúmes e amargura, só percebe que se presta mais atenção ao seu irresponsável irmão do que a ele. Chega à conclusão de que o Pai gosta mais do irmão do que dele.

No entanto o coração do Pai não esta dividido. A reacção livre e espontânea do Pai não inclui nenhuma comparação. Pelo contrário, deseja que também este participe na sua alegria.

quando chegou, também para ele, o Pai deixou tudo, saiu fora para o receber e pediu-lhe que se juntasse à fazer festa com seu irmão.

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Sempre fui obediente, nunca sai de casa, não perdi tempo, nem desperdicei dinheiro … fui responsável, tradicional, caseiro … mas agora vejo os meus ciúmes, a minha ira, susceptibilidade, obstinação, ressentimento e, sobretudo, o meu subtil farisaísmo.

Fiquei em casa e trabalhei, mas nunca saboreei de verdade a alegria de ser filho.

VEJO-ME COMO O FILHO MAIS VELHO

por isso, em vez de me sentir grato pelos privilégios que recebi, converti-me numa pessoa ressentida.

Sim, tenho ciúmes dos meus irmãos e irmãs mais novos que tão à aventura têm andado e que, apesar de tudo, foram tão calorosamente recebidos.

Ressentimento ou gratidão? A mim escolher

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O filho mais novo pecou numa forma visível: mal gastou o dinheiro, o tempo, os amigos, até o seu próprio corpo. Insurgiu-se pela luxúria e pela cobiça. Depois arrependeu-se, voltou …

Mas o pecado do filho mais velho é muito mais difícil de identificar. Ele é um “filho exemplar”. Mas não compreende a alegria do pai pelo regresso do irmão mais novo … de repente, aparece aquela pessoa ressentida, orgulhosa, severa e egoísta que estava escondida nele, que foi crescendo com os anos, tornando-se mais forte e poderosa.

O extravio do filho mais velho é tão difícil de reconhecer precisamente por estar estreitamente ligado ao desejo de ser bom e virtuoso.