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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE COMUNICAÇÃO DISCIPLINA: COM 104 - COMUNICAÇÃO E TECNOLOGIA DOCENTE: ANDRÉ LEMOS DANILO LUIZ SANTOS RIBEIRO DANILO PESTANA GUERREIRO GABRIEL AMARAL PIRES MOISÉS COSTA PINTO VANDER LUÍS BATISTA A INTERNET E SUAS ESPECIFICIDADES: UMA FERRAMENTA DE SEGMENTAÇÃO DE PÚBLICO

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIAFACULDADE DE COMUNICAÇÃO

DISCIPLINA: COM 104 - COMUNICAÇÃO E TECNOLOGIADOCENTE: ANDRÉ LEMOS

DANILO LUIZ SANTOS RIBEIRODANILO PESTANA GUERREIRO

GABRIEL AMARAL PIRESMOISÉS COSTA PINTOVANDER LUÍS BATISTA

A INTERNET E SUAS ESPECIFICIDADES: UMA FERRAMENTA DE SEGMENTAÇÃO DE PÚBLICO

SALVADOR2009

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DANILO LUIZ SANTOS RIBEIRODANILO PESTANA GUERREIRO

GABRIEL AMARAL PIRESMOISÉS COSTA PINTOVANDER LUÍS BATISTA

A INTERNET E SUAS ESPECIFICIDADES: UMA FERRAMENTA DE SEGMENTAÇÃO DE PÚBLICO

Monografia apresentada como trabalho para a disciplina de Comunicação e tecnologia (COM 104) da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia

Docente: Prof. André Lemos

SALVADOR

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2009

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.........................................................................................

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2 PANORAMA HISTÓRICO....................................................................6

3 INTERNAUTAS: O SUCESSO SE DEVE A ELES .......................................8

4 INTERNET COMO CONCORRENTE DOS MEIOS MASSIVOS .............11

5 A INTERNET E SUAS ESPECIFICIDADES COMO MEIO DE

COMUNICAÇÃO .........................................................................................13

6 SEGMENTAÇÃO DO PÚBLICO ATRAVÉS DA INTERNET.... .............14

7 CONCLUSÃO .........................................................................................16

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .........................................................17

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Resumo: A popularização da Internet vem trazendo grandes avanços no processo da comunicação. Com a segmentação do público os usuários são atendidos mais especificadamente de acordo com suas próprias necessidades o que os atrai, cada vez mais, para o uso dessa nova mídia que já pode ser pensada como concorrente direto dos meios clássicos.

Palavras-chave: Internet, comunicação, usuários, segmentação.

Abstract: The popularization of the Internet is bringing great advances in the process of communication. By targeting the public users are more specifically addressed in accordance with their own needs what attracts, increasingly, for the use of this new medium that can already be thought of as direct competitor of the traditional means.

Key-Words: Internet, communication, users, targeting.

“Antes o mundo era pequeno

Porque Terra era grande Hoje mundo é muito grande

Porque Terra é pequena Do tamanho da antena parabolicamará

Ê volta do mundo câmará, Ê mundo dá volta câmará!”

Gilberto Gil.

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1 INTRODUÇÃO

Esse artigo tem por objetivo fazer um estudo das potencialidades da Internet como

uma ferramenta estratégica de comunicação para se atingir segmentos de públicos e

mercados.

De acordo com Povoa (2000), a Internet vem, ao longo desses anos, se tornando o

maior e mais eficiente canal de distribuição na história, e, com isso, altera profundamente a

maneira de difundir informação e de se relacionar com o seu público.

A Web possibilitou que novas formas comunicacionais fossem empregadas na

sociedade, a exemplo de como os próprios internautas produzissem aquilo que seria lido e

consumido. E não se trata apenas de criar, mas até mesmo escolher o que e como tal

produto ou informação será consumido, isso faz com que os usuários tenham um livre

acesso a conhecimentos específicos e possam trocar informações relevantes diretamente

entre si. Isso acaba se tornando uma diferenciação e uma nova alternativa para suprir

necessidades que não eram oferecidas pelos meios midiáticos tradicionalmente conhecidos.

Em um primeiro momento, será feito nesse trabalho uma breve contextualização da

história da Grande Rede, depois falaremos da relação do internauta com a Web e como esse

acesso ficou mais democrático.

Na segunda parte do trabalho será estudada a Internet como um meio de

comunicação e as suas especificidades, como ela está tirando a audiência dos veículos de

comunicação tradicionais e, por último, como a Internet consegue ter uma comunicação

com os nichos. Com esse artigo poderá se estudar e conhecer as características da Internet

como uma ferramenta eficiente em estratégias de comunicação direcionada.

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2 PANORAMA HISTÓRICO

“Baudelaire afirmou em seu ensaio sobre a era moderna que a condição essencial da humanidade é a metamorfose. Tendo isto em vista, pode-se dizer que essas mutações da sociedade se concretizam porque há uma série de elementos que, ao mesmo tempo, transformam os homens e são transformados por eles, em uma simbiose plena e aparentemente natural de interação”. (PINO, 2007)

As conexões estão em todos os momentos da vida humana, somos interligados com

redes e círculos de todos os tipos, tamanhos e perspectivas. Há físicos que afirmam que

cada átomo do universo tem ligação com todos os outros espalhados pelo cosmo e, ao que

parece, o homem sempre buscou essa possibilidade de relação com os seus demais.

O homem através da história sempre viveu buscando a redes que o ligassem a

outros homens. A vida em comunidade (ou comuna) parte destes princípios básicos, que

podem ser enumerados como sendo: o do compartilhamento (de informações, por exemplo)

e do trabalho colaborativo, de acordo com André Lemos (2004). Através de redes de

relacionamentos. Com esse intuito surgiu a Internet. Ela revolucionou a maneira de ver a

modernidade (ou o quê hoje denominamos ser a pós-modernidade), ajudando a resgatar o

que há de primordial na sociedade para a formação das identidades culturais: os

intercâmbios. Para Frano (2008), as relações em rede foram transfiguradas a partir da

personalização e participação, suas características principais, assim como o poder da

liberdade e da expressividade, que difere radicalmente da perspectivas dos meios de

massivos de informação, como a TV e o Rádio, por exemplo. Ao longo desses anos, ela

vem se tornando o maior e mais eficiente canal de distribuição na história, e, com isso,

altera profundamente a maneira de difundir informação e de se relacionar com o seu

público.

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Na web, as relações humanas podem ser virtualmente reproduzidas e, pode-se

dizer, até digitalmente vivenciadas.

Criada no final da década de 60 nos Estados Unidos, a Internet tinha naquele primeiro

momento a intenção, primordial, de servir a pretensões militares. Com o passar do tempo

ela começou a ser pensada numa tecnologia mais aberta (por muitos considerada o mais

bem sucedido projeto de software livre criado) destinada também ao domínio público. Isso

aconteceu na década de 1990 com a criação do Projeto WWW (World Wide Web) do físico

inglês Tim Bernes-Lee. Mas, apesar, das redes de comunicação entre computadores já

existirem desde 1969 e no decorrer dos anos 1970 já existirem comunidades interativas de

cientistas e hackers, para a sociedade em geral a Internet só nasceu em 1995 com o “boom”

dos computadores pessoais.

Em 1996, o uso da palavra Internet tinha se estabelecido na linguagem popular, e

conseqüentemente, havia se tornado erroneamente um sinônimo em referência a World

Wide Web.

Nascia, então, um inovador ambiente tecnológico, um meio de comunicação, uma

nova mídia moderna. Há apenas alguns anos a Internet que fornecia somente poucas

informações e dados, com o contínuo crescimento nos avanços tecnológicos passou a

oferecer diversos serviços de interatividade e entretenimento.

“A Internet tem possibilitado a formação de novas formas de interação, organização e atividades sociais, graças as suas características básicas, como o uso e o acesso difundido. Redes sociais, como Facebook, o MySpace e o Orkut têm criado uma nova forma de socialização e interação”. (WIKIPEDIA, 2000).

Muito dessa sua rápida ascensão de popularidade deve-se ao fato da Internet mudar,

através de sua tecnologia, a perspectiva da audiência em relação ao conteúdo. A Web

passou a ser como propõe o pesquisador Alex Primo, “celebrada por sua tecnologia pull (o

conteúdo é “puxado” pela audiência), que se opunha ao modelo push (o conteúdo é

“empurrado” até a audiência) da mídia massiva”, segundo Primo (2007)

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O que era apenas um ambiente pouco explorado e usado, sobretudo, por pessoas que

tinham uma afeição especial com a informática pesquisadores e estudantes, se tornou

atualmente a rede de informações que mais cresce no mundo.

Vivendo uma fase, denominada de “Web 2.0”, baseada na cooperação e relações entre

usuários, não de grandes redes, mas, de micro-redes de interesses e associações comuns,

onde a troca de conhecimento não vê contrastes sociais, onde há uma extraordinária

potencialização da cultura científica em caráter mundial, a Internet torna-se parte integrante

e indissociável, que para Lemos (2004), a “cultura do copyleft”, cultura da troca e

compartilhamento em comunidade, que rasteja com a humanidade destes os tempos mais

remotos.

A rede não possui aqui um dispositivo fechado, mas lugar de passagem e de contato, crescendo em valor de acordo com o crescimento de número de seus utilizadores. Ela é pela dinâmica de suas interações, não sendo assim, fechada a priori, conformando dinamicamente e sendo conformada de forma complexa pela sociedade e, conseqüentemente, por todo o campo comunicacional. Da cultura de massa centralizada, massiva e fechada estamos caminhando para uma cultura copyleft, personalizada, colaborativa e aberta. (LEMOS, 2004)

3 INTERNAUTAS: O SUCESSO SE DEVE A ELES

O mundo obteve um avanço memorável ao longo desses anos em termos de usuários

e nunca se passou tanto tempo conectado como na contemporaneidade.

A Internet, no Brasil, deu seus primeiros passos em 1995 através do Ministério da

Comunicação e do Ministério de Ciência e Tecnologia que visava montar a estrutura

necessária para disponibilizar o acesso à sociedade brasileira. Só no período entre 1996 e

1997 foi, de acordo com os dados fornecidos pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil, que

o país obteve um espantoso crescimento, de 170 mil (janeiro/1996) para 1,3 milhão

(dezembro/1997).

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Com base nos dados da pesquisa realizada pelo Ibope Nielsen Online, há uma

estimativa de que exista 62,3 milhões de brasileiros com acesso à Internet (incluindo os

ambientes: residência, trabalho, escolas, lan-houses, bibliotecas e telecentros). Dados que

garantem ao país o quinto lugar em número total de internautas, atrás apenas de China (285

milhões), Estados Unidos (234,4 milhões), Japão (89 milhões) e Índia (86.2 milhões)

Segundo dados revelados, os 62,3 milhões de usuários, ficam, em média, 40 horas e 41

minutos conectados, ocupando a liderança no quesito horas navegadas.

Ainda de acordo com a pesquisa, os países que mais se aproximam do Brasil em

permanência de horas on-line por usuário, são: Estados Unidos, Reino Unido e França,

respectivamente. Durante o tempo em que permanecem na rede, os brasileiros têm

consumido um maior número de informação em sites com conteúdo financeiro. Outros

setores com grande destaque são os de viagem e turismo, automotivo e de noticias e

informação.

Há poucos anos havia mais brasileiros conectados no exterior do que cidadãos

ligados à Rede dentro do próprio país. Sendo que em 1998 o Brasil tornou-se o maior grupo

de usuários de Internet da América Latina, afirma Povoa (2000).

No Brasil, o acesso a Internet de qualidade, banda larga, ainda é elitizada e com

elevados custos. As empresas brasileiras não possuem grande capacitação técnica para uma

efetiva distribuição do acesso à rede, atendendo somente alguns consumidores que podem

pagar elevados preços e que moram em lugares geograficamente privilegiados. Para Mario

Jockymann o serviço de ADLS, oferecido atualmente no país, além de ser completamente

inadequado, a confiabilidade do mesmo com quedas seguintes das conexões faz com que o

Brasil coloque-se atrás no ranking de países com sistemas confiáveis e eficientes.

Entretanto, se o serviço de banda larga no país é bastante defasado, o preço pago por esse

serviço, de péssima qualidade, é demasiadamente caro. As empresas desse setor acabam

repassando para o consumidor todo o investimento feito nessa área pouco difundida no

país. O brasileiro chega a pagar, por uma mesma conexão, cerca de 1300% a mais do que

usuários na Europa, segundo dados da editora Abril.

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Visto todos esses problemas de disponibilidade e altos custos começou a crescer,

surpreendentemente, as casas de acesso à Internet. As chamadas lan-houses ou cibercafés

oferecem hoje às pessoas que não tem oportunidade o contato com a rede - a proliferação

desses estabelecimentos é maior nas comunidades de baixa renda. Essas empresas mesmo

visando o lucro não deixam de democratizar o acesso. Com o preço médio de R$ 1,00 a

hora (realidade do Estado da Bahia) os freqüentadores dessas casas, em sua maioria

crianças e adolescentes, têm a possibilidade de navegar na web como qualquer outra pessoa

do mundo. Seja em casa, no trabalho ou na lan-house vale observar que o acesso à Grande

Rede cresce em todos os lugares tomando grandes proporções e, com isso, faz que a

Internet venha a está entre os mais importantes meios de comunicação.

Desde a década de 1990, quando a Internet foi trazida para o país a web ganhou

diferentes nomes e seus serviços foram aperfeiçoados. Uma característica que marcou a

web 1.0, no período do seu surgimento, foi o fato de possuir sites estáticos, que pouco

interagiam com o usuário. Seu principal trunfo era a quantidade de informações

disponíveis, conhecida também por ser uma grande biblioteca digital disponível. Algumas

mudanças ocorreram a partir de então. Tanto estruturalmente, como na sua nomenclatura.

Se, a principio, usava-se o termo web 1.0 e acessávamos páginas que permaneciam com as

mesmas informações e onde não havia a possibilidade do visitante modificar ou contribuir

com novos e diferentes dados, hoje é comum a utilização do termo web 2.0. Diferente da

primeira versão, propõe ao usuário uma maior participação, interatividade. Esse termo

passou a ser utilizado em 2004, criado por Tim O’Reilly, mas apesar da nova terminologia,

as mudanças são apenas nas interfaces com os usuários.

“Web 2.0 é a mudança para uma Internet como plataforma, e um entendimento das regras para obter sucesso nesta nova plataforma. Entre outras, a regra mais importante é desenvolver aplicativos que aproveitem os efeitos de rede para se tornarem melhores quanto mais são usados pelas pessoas, aproveitando a inteligência coletiva" (O’REILLY, 2006)

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A nova denominação serviu para distinguir da Word Wild Web, sendo assim a web

2.0 sua segunda geração. Temos como bons exemplos para ilustrar esse novo conceito a

Wikipedia, enciclopédia criada na rede com a participação direta e efetiva dos internautas

que postam e editam as informações encontradas na página, o Youtube, onde o usuário pode

assistir e postar vídeos diversos na rede e os sites de relacionamento, como o Orkut, o mais

famoso deles no Brasil, onde os internautas criam comunidades para interagir com pessoas

de interesses afins.

Apesar de ainda não ser uma realidade, já fala-se em uma terceira geração da

Internet a web 3.0. Idealizado com base nas modificações já realizadas pela atual web 2.0,

difere na medida em que além da interação com a rede o internauta passaria a ter um

computador “pensante”. Uma espécie de “web inteligente”. O software teria a capacidade

de interpretar os conteúdos em rede podendo, dessa maneira, ser mais específico nos

resultados de uma pesquisa realizada.

Mesmo não sabendo ao certo quando essa nova fase será implantada, Jonh Markoff,

jornalista norte-americano difusor do termo web 3.0, afirma que "Esse nível de inteligência

artificial, com máquinas pensando em vez de seguir simples comandos, tem encantado

pesquisadores por mais de meio século". Os avanços são rápidos e Markoff ainda acredita

que a web 3.0 compreenderá um conjunto de tecnologias com sistemas mais eficientes onde

o computador organizará e analisará as informações da rede de forma mais inteligente.

Necessitando menor esforço do usuário e com resultados mais específicos na realização de

pesquisas. As diferentes nomenclaturas empregadas têm um caráter muito mais funcional.

4 INTERNET COMO CONCORRENTE DOS MEIOS MASSIVOS

A Internet não tem um proprietário definido, é livre. Qualquer pessoa que tenha

acesso pode inserir nela material e qualquer outro usuário pode acessá-lo. Com isso, a

Internet acaba, de certa forma, democratizando o processo comunicativo.

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No Brasil, os meios de comunicação de massa estão nas mãos de políticos e da

burguesia brasileira. “Eles cumprem um papel decisivo para a manutenção da alienação

coletiva, desviando e distorcendo a realidade e mostrando-se como única verdade

possível”.¹

A Internet por ser um meio que permite a interatividade, faz com que o usuário

deixe de ser apenas receptores passivos e torne possível certa desmonopolização dos meios

comunicacionais. “As novas mídias, tem a tendência a eliminar todos os privilégios de

formação e, com isso também o monopólio cultural da inteligência burguesa”, garantiu

Enzensberger (2003)

Todos esses problemas, o crescente número de usuários e as oportunidades que a

Internet nos trás é possível perceber uma significada perda da fidelidade dos consumidores

para com os meios clássicos.

De acordo com o Mapa da Exclusão Digital, divulgado em abril pela Fundação

Getúlio Vargas, 40 milhões de brasileiros têm acesso a Internet em casa. Já a circulação

média de jornais no Brasil atinge 6,42% da população adulta, segundo dados da Associação

Mundial de Jornais. Há de se ressaltar ainda o fato de a grande maioria dos leitores de

jornais impressos que utilizam a rede, ficam parte do tempo lendo jornais on-line quando

estão conectados.

Um estudo feito pelo instituto Datanexus e divulgado pela Folha de São Paulo

revela que a Internet está tirando a audiência da TV, seus dados mostram que o novo

veículo “já é concorrente direto” da televisão. Tomando como referencia a população da

Grande São Paulo o instituto afirma; que entre os que não têm a internet em casa se gasta

12% de seu tempo vendo televisão. Já as pessoas que têm dedicam 9,4% do seu tempo à

TV. A nível nacional os números são ainda mais surpreendentes. O instituto Deloitte, em

pesquisa divulgada no mês de março, constatou que o brasileiro, em média, passa três vezes

mais conectado a Grande Rede do que assistindo televisão, por semana. Para a maioria dos

pesquisados, a Internet já superou, e muito, a televisão no quesito entretenimento.

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As estatísticas mostram também que as pessoas que têm internet e os que não tem

começam a se distanciar a partir das 13h. O pico ocorre às 21h20. Nesse horário, 23,5% da

população sem internet está vendo TV, contra apenas 15,8% dos que tem acesso à Rede,

segundo Castro (2007)

Os meios de comunicação como nós conhecemos não devem desaparecer. O que

ameaça ocorrer é um equilíbrio dinâmico, como já aconteceu com o cinema, teatro, rádio

etc. A televisão, por exemplo, não vai perder seu poder, mas mudará de status, tornando-se

mais uma mídia.²

5 A INTERNET E SUAS ESPECIFICIDADES COMO MEIO DE COMUNICAÇÃO

Para Castells (1999) “essa tecnologia é mais que tecnologia. É um meio de

comunicação, de interação e organização social”.

A Internet é uma grande rede de informações, porém, não convêm dizer que ela é

um meio de comunicação de massa. Os medias massivos, segundo o Dicionário de

Comunicação, falam para uma audiência numerosa, heterogênea, dispersa geograficamente

e anônima, exercendo, principalmente, uma comunicação de um só sentido, ainda que

possuam algum sistema de feedback (índices de audiência, por exemplo).

Para André Lemos, a comunicação de massa publiciza fatos a partir de centros

editores fazendo com que a indústria cultural opere por fluxo de comunicação “um para

todos”, garantindo o poder sobre a emissão. Lemos diz ainda que com a Internet pode-se

agora agir de forma interativa e imediata, sendo também potenciais emissores no processo.

Esta experiência, no entanto, é diferente, como já foi visto, daquela das mídias massivas

como a televisão, o rádio ou jornais. Por suas características singulares a Internet permite

que a audiência trace seu próprio caminho para o acesso aos conteúdos, determinando

quando e quais informações querem receber. A sua postura não é mais de mero receptor

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passivo. Em outras palavras, sai o espectador e entra em cena o usuário. Sai à comunicação

de massa e entra a interpessoal, afirma Monteiro (2001).

Além disso, a Internet possibilita a conexão das pessoas de forma imediata e diversas

formas, desde uma troca de textos instantâneos, ou um vídeo conferência. Para Bernardo

Kucinski, a Internet é uma nova mídia que possibilita um alcance gigantesco, onde as

respostas são velozes e direta, e “a interlocução total”.

“Como mídia, ou meio de comunicação social, a internet se apresenta em várias formas: blogs, sites e portais, que são amplos espaços com grande número de conteúdo e informações, inclusive publicidade e programas de venda direta.” (KUCINSKI, 2005)

A comunicação ciberespacial pode até atingir diversos receptores simultaneamente,

mas o público não é mais anônimo, suas ações na rede permitem a personalização do

conteúdo para cada receptor e suas necessidades. As empresas que acabam transmitindo

essas mensagens “personalizadas” usam essa estratégia porque sabem que é ainda mais

fácil para internauta desviar de sua propaganda.

Com e web 2.0 e a 3.0 (também chamada de web semântica) as possibilidades de a

rede detectar as suas necessidades é, e será ainda maior. Na web 3.0 as pesquisas além de

apresentarem para a pessoa o que ela esta pesquisando, apresentará também assuntos que se

relacionem com o interesse da pesquisa.

Para Pereira e Moraes (2003), a informação se torna cada vez mais personalizada e

individualizada. Isso possibilitou a sua diferenciação e subseqüente transformação da mídia

de massa em segmentada. O caráter massivo dos meios cede lugar à heterogeneidade.

6 SEGMENTAÇÃO DO PÚBLICO ATRAVÉS DA INTERNET

Quando de um único lugar se consegue atingir grupos específicos classificados de

acordo com características próprias e preferências similares têm-se uma comunicação

segmentada.

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É o que acontece com a Internet, onde seus produtos não se originam de uma fonte

cultural e, além disso, fornece em geral, serviços especializados a vários pequenos

segmentos de público. Com isso, a distribuição de produtos de áudio, vídeo e impressos

num canal comum, muitas vezes em formatos interativos e bidirecionais, dão aos

consumidores mais controle sobre quais serviços eles recebem, quando obtê-los e em que

forma, de acordo com Dizard (1998).

A Internet consegue segmentar seu público dando a eles diferentes enquadramentos.

Com base no livro: A Anatomia da Internet, de Marcelo Povoa, pode-se exemplificar

utilizando a questão das vendas na Web.

As vendas na Rede tendem a serem personalizadas, adaptando-se ao perfil de cada

consumidor. Em teoria, quanto mais o indivíduo usar uma site de comércio, mais

informações deixarão registradas sobre gostos e preferências. Com esta informação em

mãos, web sites de comércio pode estabelecer relações personalizadas com seus clientes.

Por exemplo, se um internauta for a um site de CDs e comprar ao longo de três meses,

dois títulos da Marisa Monte e um de Caetano Veloso estará indicando que possivelmente

gosta de MPB. Esta impressão poderá ser reforçada, pois o servidor registrou que em cada

visita desse internauta ao site, cerca de 70% do seu tempo é empregado na área de MPB.

Da próxima vez que esse mesmo internauta voltar ao site, verá, na primeira página, uma

oferta de um novo lançamento desse gênero musical.

Povoa (2000), ainda diz que um web site pode capturar informações sobre o perfil e o

comportamento de todos os seus usuários, provendo uma interface personalizada com

ofertas e propagandas para cada um de seus clientes. Com isso, pode-se observar que a

internet, através da comunicação segmentada, consegue atingir com particularidade seus

receptores.

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O acesso é apenas uma parte do que pode ser utilizado pelo internauta. O usuário

quando ingressa numa comunidade em alguma rede social ele passa também, de forma

voluntária ou não, a se enquadrar em nichos.

7 CONCLUSÃO

Pode-se perceber ao longo desse trabalho como a Internet é uma ferramenta eficaz

quando o assunto é comunicação segmentada. Passado por um panorama histórico e

conhecendo as características da Internet foi possível estudar e conhecer as estratégias para

se ter uma comunicação direcionada. Aumento da interatividade, fácil obtenção do

feedback, competência no direcionamento do conteúdo, produtos e informações produzidos

pelos próprios internautas, além do baixo custo de armazenamento e divulgação foram

algumas das principais características apresentadas nesse artigo.

Foi mostrado como a comunicação de massa vem perdendo força perante um

público mais difícil de ser atingido. Além disso, os altos custos das mídias tradicionais

tornam-se inviáveis para algumas empresas. Assim, a comunicação direcionada a nichos

surge como opção para aqueles que buscam atingir um público específico.

A partir do momento que na Rede o usuário tem a opção de escolher o que vai

consumir, como vai e em que horário criam-se então os nichos sociais - setor onde se

congregam pessoas de interesse em comum. Como por exemplo, os grupos e listas de

discussões para tratar de interesses exclusivos, a comunicação por e-mail através dos

Newsletters que empresas usam para falar regularmente com os seus clientes em potencial,

sites de vendas, clãs de jogos on-line e também as redes sociais. Tudo isso faz com que a

Internet, em comparação aos outros veículos, acabe sendo o meio de comunicação que

possui mais recursos e possibilidades para atender seus consumidores, justamente, por

conseguir os diferentes enquadramentos de público.

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