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Doação de terreno vira ação contra ex-prefeito e 10 pessoas Bauru, quinta-feira, 27 de maio de 2010 - Página 17 Aurélio Alonso Bariri – O Ministério Pú- blico Estadual ajuizou ação ci- vil pública por suposto ato de improbidade administrativa contra o ex-prefeito de Bariri Francisco Leoni Neto, sete ex- vereadores, dois vereadores da atual legislatura (entre os quais o presidente da Câmara, Clóvis Bueno) e um empresário por irregularidades na doação de área institucional de lazer de um loteamento para um em- presário construir um barracão industrial. A Câmara aprovou lei na ocasião para permitir que a área de lazer pudesse ser doada, chamada de “desafetação”. A ação também pediu liminar- mente o bloqueio dos bens dos acusados. A ação foi ajuizada no Fórum de Bariri pela 1ª promo- tora de Pederneiras, Rosely Zanetta Barbosa, designada pelo Conselho do Ministério Público. O inquérito civil che- gou a ser arquivado pelo MP de Bariri após assinatura de Ter- mo de Ajustamento Conduta (TAC) com a prefeitura para sanar as falhas na doação do terreno, mas não foi homologa- do pela instância superior. Os outros réus são o atual vereador Claudocir Maccorin, os ex-vereadores Benedito An- tonio Franchini, Donizeti Luiz Pessotto, Jair Roberto Davi- des, José Giovani Barban, Luis Gonzaga Frebaro, Oscar Nau- fal, Rosângela Benedita Dani- el e o empresário dono da con- fecção beneficiada Ismael Sa- bino Viana. Os parlamentares são processados por terem vo- tado a favor de lei que motivou a ilegalidade. O inquérito civil foi ins- taurado a pedido do vereador João Modesto para apuração de eventual infração à Constituci- onal (artigos 180 e seguintes) bem como ao artigo 4º da Lei de Parcelamento do Solo Urbano devido a desafetação de área de lazer para construir barracão industrial. O Conselho Superior do MP (segunda instância da Promotoria de Justiça Esta- dual) entende que havia in- constitucionalidade e ilegali- dade no ato administrativo e nas leis municipais aprova- das por unanimidade pelos vereadores na época. Devido a não homologa- ção do TAC, o inquérito civil foi remetido para a promotora ajuizar a ação civil pública contra os envolvidos o que ocorreu no dia 20 de maio deste ano. Segundo a promo- tora Rosely Zanetta, a ação apura as irregularidades para ressarcirmento dos cofres pú- blicos dos prejuízos, além da aplicação das penas da lei de improbidade que prevê perda Leoni Neto diz que agiu dentro da legalidade O ex-prefeito de Bariri Francisco Leoni Neto afirma que agiu dentro da legalidade na doação do terreno, porque a intenção foi gerar 100 empre- gos à cidade. Por recomenda- ção da Promotoria foi feita licitação e a prefeitura doou outro terreno maior para com- pensar a área institucional doa- da à empresa. Isso teria, segun- do ele, corrigido a desafetação da área institucional, atualmen- te contestada pelo MP. O terreno alvo de polêmi- ca onde construiu um barracão é de 5 mil m 2 , mas houve a doação posteriormente de ter- renos de 11,5 mil m 2 que possi- bilitaram a construção da esco- la municipal Profª Joseane Bi- anco e da praça. “O promotor na ocasião recomendou que fizesse licita- ção para a doação do terreno. A Ex-prefeito nega má-fé suposta falha foi corrigida com as doações dos terrenos”, disse o ex-perfeito. Leoni frisa que as eventu- ais falhas não foram de má-fé e buscou-se o bem estar da co- munidade. Para ele, o TAC assinado com a promotoria so- lucionou os problemas levanta- dos na doação da área quando da representação contra a doa- ção do terreno. “Prova disso que o pro- motor de Bariri determinou o arquivamento por não enxergar ilegalidade. Pretendo utilizar os argumentos dele para me de- fender nesta ação. Acho absur- do alegar improbidade da mi- nha parte. Não houve corrup- ção”, disse o ex-prefeito. A reportagem não conseguiu lo- calizar os demais acusados até o fechamento desta edição. (AA) da função pública (para quem detém cargo), multa civil e suspensão dos direitos políti- cos de 5 a 8 anos, além da proibição de contratar com o Poder Público. A ação civil pública soli- cita para suspender a eficácia das leis aprovadas pelos vere- adores. Iacanga faz projeto para atender pobres Iacanga – O projeto “Conviver para Aprender” foi apresentado nesta semana a técnicos da prefeitura de Ia- canga (50 quilômetros de Bauru) e à comunidade em geral. O objetivo é retirar as famílias que convivem com a pobreza da situação de vul- nerabilidade social por meio de incentivo a hábitos saudá- veis. O trabalho, desenvolvi- do pela assistente social Sil- vana Pultrini de Almeida e pela enfermeira Eloisa Fer- nanda dos Santos Ramos Ro- cia, consiste em atuação pre- ventiva junto às famílias as- sistidas pela rede de prote- ção social do município. Entre os objetivos que o projeto pretende alcançar es- tão o fortalecimento dos la- ços familiares e comunitári- os e a melhora na auto-esti- ma dessas famílias por meio da profissionalização, do tra- balho de prevenção de doen- ças e da sensibilização em relação aos cuidados com o meio ambiente. “A ideia é envolver todos os departa- mentos da prefeitura, através do trabalho dos técnicos e do apoio das lideranças religio- sas, policiais e voluntários da comunidade, preocupados com as causas sociais”, ex- plica a assessoria de impren- sa da prefeitura. Segundo a assistente so- cial Silvana Pultrini de Al- meida, em breve, a popula- ção poderá acompanhar as Douglas Reis atividades desenvolvidas pela equipe pelo site em desen- volvimento. As famílias in- teressadas em participar do projeto podem se inscrever no Centro de Referência da Assistência Social (Cras) do município. O projeto é uma parceria entre o Cras e o Programa de Saúde da Família (PSF) e conta com apoio do Recanto dos Ido- sos e do Departamento de As- sistência Social da prefeitura de Iacanga. (Da Redação) Vereador Clóvis Bueno é acusado na ação

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Doação de terreno vira ação

contra ex-prefeito e 10 pessoas

Bauru, quinta-feira, 27 de maio de 2010 - Página 17

Aurélio Alonso

Bariri – O Ministério Pú-

blico Estadual ajuizou ação ci-

vil pública por suposto ato de

improbidade administrativa

contra o ex-prefeito de Bariri

Francisco Leoni Neto, sete ex-

vereadores, dois vereadores da

atual legislatura (entre os quais

o presidente da Câmara, Clóvis

Bueno) e um empresário por

irregularidades na doação de

área institucional de lazer de

um loteamento para um em-

presário construir um barracão

industrial.

A Câmara aprovou lei na

ocasião para permitir que a área

de lazer pudesse ser doada,

chamada de “desafetação”. A

ação também pediu liminar-

mente o bloqueio dos bens dos

acusados.

A ação foi ajuizada no

Fórum de Bariri pela 1ª promo-

tora de Pederneiras, Rosely

Zanetta Barbosa, designada

pelo Conselho do Ministério

Público. O inquérito civil che-

gou a ser arquivado pelo MP de

Bariri após assinatura de Ter-

mo de Ajustamento Conduta

(TAC) com a prefeitura para

sanar as falhas na doação do

terreno, mas não foi homologa-

do pela instância superior.

Os outros réus são o atual

vereador Claudocir Maccorin,

os ex-vereadores Benedito An-

tonio Franchini, Donizeti Luiz

Pessotto, Jair Roberto Davi-

des, José Giovani Barban, Luis

Gonzaga Frebaro, Oscar Nau-

fal, Rosângela Benedita Dani-

el e o empresário dono da con-

fecção beneficiada Ismael Sa-

bino Viana. Os parlamentares

são processados por terem vo-

tado a favor de lei que motivou

a ilegalidade.

O inquérito civil foi ins-

taurado a pedido do vereador

João Modesto para apuração de

eventual infração à Constituci-

onal (artigos 180 e seguintes)

bem como ao artigo 4º da Lei de

Parcelamento do Solo Urbano

devido a desafetação de área de

lazer para construir barracão

industrial.

O Conselho Superior do

MP (segunda instância da

Promotoria de Justiça Esta-

dual) entende que havia in-

constitucionalidade e ilegali-

dade no ato administrativo e

nas leis municipais aprova-

das por unanimidade pelos

vereadores na época.

Devido a não homologa-

ção do TAC, o inquérito civil

foi remetido para a promotora

ajuizar a ação civil pública

contra os envolvidos o que

ocorreu no dia 20 de maio

deste ano. Segundo a promo-

tora Rosely Zanetta, a ação

apura as irregularidades para

ressarcirmento dos cofres pú-

blicos dos prejuízos, além da

aplicação das penas da lei de

improbidade que prevê perda

Leoni Neto diz que agiu dentro da legalidade

O ex-prefeito de Bariri

Francisco Leoni Neto afirma

que agiu dentro da legalidade

na doação do terreno, porque a

intenção foi gerar 100 empre-

gos à cidade. Por recomenda-

ção da Promotoria foi feita

licitação e a prefeitura doou

outro terreno maior para com-

pensar a área institucional doa-

da à empresa. Isso teria, segun-

do ele, corrigido a desafetação

da área institucional, atualmen-

te contestada pelo MP.

O terreno alvo de polêmi-

ca onde construiu um barracão

é de 5 mil m2, mas houve a

doação posteriormente de ter-

renos de 11,5 mil m2 que possi-

bilitaram a construção da esco-

la municipal Profª Joseane Bi-

anco e da praça.

“O promotor na ocasião

recomendou que fizesse licita-

ção para a doação do terreno. A

Ex-prefeito nega má-fé

suposta falha foi corrigida com

as doações dos terrenos”, disse

o ex-perfeito.

Leoni frisa que as eventu-

ais falhas não foram de má-fé e

buscou-se o bem estar da co-

munidade. Para ele, o TAC

assinado com a promotoria so-

lucionou os problemas levanta-

dos na doação da área quando

da representação contra a doa-

ção do terreno.

“Prova disso que o pro-

motor de Bariri determinou o

arquivamento por não enxergar

ilegalidade. Pretendo utilizar os

argumentos dele para me de-

fender nesta ação. Acho absur-

do alegar improbidade da mi-

nha parte. Não houve corrup-

ção”, disse o ex-prefeito. A

reportagem não conseguiu lo-

calizar os demais acusados até

o fechamento desta edição.

(AA)

da função pública (para quem

detém cargo), multa civil e

suspensão dos direitos políti-

cos de 5 a 8 anos, além da

proibição de contratar com o

Poder Público.

A ação civil pública soli-

cita para suspender a eficácia

das leis aprovadas pelos vere-

adores.

Iacanga faz projeto para atender pobresIacanga – O projeto

“Conviver para Aprender” foi

apresentado nesta semana a

técnicos da prefeitura de Ia-

canga (50 quilômetros de

Bauru) e à comunidade em

geral. O objetivo é retirar as

famílias que convivem com

a pobreza da situação de vul-

nerabilidade social por meio

de incentivo a hábitos saudá-

veis.

O trabalho, desenvolvi-

do pela assistente social Sil-

vana Pultrini de Almeida e

pela enfermeira Eloisa Fer-

nanda dos Santos Ramos Ro-

cia, consiste em atuação pre-

ventiva junto às famílias as-

sistidas pela rede de prote-

ção social do município.

Entre os objetivos que o

projeto pretende alcançar es-

tão o fortalecimento dos la-

ços familiares e comunitári-

os e a melhora na auto-esti-

ma dessas famílias por meio

da profissionalização, do tra-

balho de prevenção de doen-

ças e da sensibilização em

relação aos cuidados com o

meio ambiente. “A ideia é

envolver todos os departa-

mentos da prefeitura, através

do trabalho dos técnicos e do

apoio das lideranças religio-

sas, policiais e voluntários da

comunidade, preocupados

com as causas sociais”, ex-

plica a assessoria de impren-

sa da prefeitura.

Segundo a assistente so-

cial Silvana Pultrini de Al-

meida, em breve, a popula-

ção poderá acompanhar as

Douglas Reis

atividades desenvolvidas pela

equipe pelo site em desen-

volvimento. As famílias in-

teressadas em participar do

projeto podem se inscrever

no Centro de Referência da

Assistência Social (Cras) do

município.

O projeto é uma parceria

entre o Cras e o Programa de

Saúde da Família (PSF) e conta

com apoio do Recanto dos Ido-

sos e do Departamento de As-

sistência Social da prefeitura

de Iacanga. (Da Redação)

Vereador Clóvis Bueno é acusado na ação