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SANÇÕES, CRIMES E PRESUNÇÕES TRIBUTÁRIAS Módulo I TRIBUTO E SEGURANÇA Aula 7 : SANÇÕES, CRIMES E PRESUNÇÕES TRIBUTÁRIAS Juliana Furtado Costa Araujo Doutora em Direito Tributário pela PUC/SP Procuradora da Fazenda Nacional Chefe da Divisão de Defesa em 2° grau da PRFN/3ª Região São Paulo, 02 de julho de 2011.

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SANÇÕES, CRIMES E PRESUNÇÕES TRIBUTÁRIAS

Módulo I TRIBUTO E SEGURANÇA

Aula 7: SANÇÕES, CRIMES E PRESUNÇÕES TRIBUTÁRIAS

Juliana Furtado Costa AraujoDoutora em Direito Tributário pela PUC/SP

Procuradora da Fazenda NacionalChefe da Divisão de Defesa em 2° grau da PRFN/3ª Região

São Paulo, 02 de julho de 2011.

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Norma Jurídica - Estrutura mínima = H C

Dado um fato “F” deve-ser a consequência “C”.

Hipótese ou Antecedente: descreve um fato de possível ocorrência no mundo fenomênico.

Consequente: prescreve a relação jurídica que irá se instaurar se o fato previsto na hipótese vier a ocorrer no mundo fenomênico.

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“norma primária e norma secundária (de direito processual) compõem a bimembridade da norma jurídica: a primária sem a secundária desjuridiciza-se; a secundária sem a primária reduz-se a instrumento, meio, sem fim material, a adjetivo sem o suporte do substantivo” (Lourival Vilanova)

•Norma primária – dispositiva e sancionatória.

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• Exemplos:• Norma primária dispositiva: H - Ser proprietário de bem imóvel no

perímetro urbano do município de São Paulo no dia 01 de cada ano, deve ser, C - a obrigação do proprietário pagar ao fisco municipal a importância de 1% do valor venal do imóvel.

• Norma primária sancionadora: H - Se o proprietário não efetuar o pagamento no dia 30 de janeiro, deve ser, C - a obrigação do proprietário pagar ao fisco municipal a multa de 20% do valor devido à título de tributo

• Norma secundária: H - Se o proprietário não pagar o tributo nem a multa, deve ser, C - a faculdade do fisco municipal ingressar ao judiciário, para que este exija coercitivamente o cumprimento das obrigações por parte do sujeito passivo.

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H C

Norma Jurídica de Direito Material Tributário (norma primária dispositiva)

Hipótese ou Antecedente: descreve um fato econômico de possível ocorrência no mundo fenomênico (evento – fato gerador).Consequente: prescreve a relação jurídica que irá se instaurar entre o particular e o Fisco se o fato previsto na hipótese vier a ocorrer no mundo fenomênico.

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H C

Norma Jurídica de Direito Penal Tributário como sanção administrativa (norma primária sancionadora)

Hipótese ou Antecedente: descreve o não cumprimento (ilícito tributário) da conduta prevista no consequente da norma de direito material tributário (evento – fato gerador da sanção).Consequente: prescreve a relação jurídica que irá se instaurar entre o particular e o Fisco em que o sujeito passivo (contribuinte) tem o dever de cumprir uma prestação sancionadora - MULTA. .

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Rj

S S’Relação jurídica LINEARLINEAR

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H C v H C

fato econômico Sa Sp - C Sa Sp

norma primária dispositivanorma primária dispositiva norma primária sancionadora norma primária sancionadora

N. J. D. M. T. N. J. D. PENAL T.

$ $

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Norma Jurídica de Direito Penal Tributária – como Sanção Administrativa

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- Não prestação do tributo- Não cumprimento dos deveres instrumentais

- Omissão em prestar as informações à fiscalização

H – ilícito tributário H – ilícito tributário

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Norma Jurídica de Direito Penal Tributária – como Sanção Administrativa

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Reforçar a eficácia dos deveres jurídicos estabelecidos da norma primária dispositiva

FunçãoFunção

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Norma Jurídica de Direito Penal Tributária – como Sanção Administrativa

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Multas Apreensão de mercadorias

Regime Especial

Espécies de sançãoEspécies de sanção

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H C -C C’

Norma Jurídica de Direito Processual (norma secundária)

Hipótese ou Antecedente: toma o fato do não-cumprimento da relação jurídica prescrita no consequente da norma de direito material dispositiva e sancionadora.

Consequente: prescreve a relação jurídica que irá se instaurar entre o (i) sujeito-contribuinte e o juiz e (ii) entre o sujeito-fisco e o juiz. Relação jurídica ANGULARANGULAR.

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Juiz Rj

S S’Autor Réu

Relação jurídica ANGULARANGULAR

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NORMA JURÍDICA COMPLETA =

Norma Jurídica de Direito Material(norma primária dispositiva) + (norma primária sancionadora)

+ Norma Jurídica de Direito Processual

(norma secundária - sanção)

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H C v H C

fato econômico Sa Sp - C J ilícito tributário Autor Réu

N. J. D. M. N. J. D. P.

$

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Processo de Positivação- percurso (processo – sucessão de atos) que as normas percorrem, mediante a ação humana, em busca da efetivação da regra de conduta. O fim é a satisfação da obrigação tributária. CICLO DE VIDA da O.T.- avanço da norma em seu mais alto grau de generalidade no sentido do comportamento das pessoas mediante normas individuais e concretas.- condição necessária da progressão: inadimplemento da prestação pecuniária- no âmbito do Direito Tributário passa por duas etapas:

ADMINISTRATIVA JUDICIAL

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Instituição do tributo (REMIT – n.g.a.)

Constituição do crédito tributário (n.i.c.-constitutiva)

Lançamento Autolançamento

Inscrição na Dívida Ativa (n.i.c.-executiva)

Extinção da obrigação tributária (n.i.c.- extintitiva)(art. 156, CTN)

11ªª ETAPA ETAPA

2ª ETAPA2ª ETAPA

3 ª ETAPA3 ª ETAPA

4 ª ETAPA4 ª ETAPA

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• Classificação das infrações – subjetivas e objetivas

• Infração tributária – o fato jurídico ilícito, decorrente do não cumprimento do dever jurídico prescrito no conseqüente de uma norma primária dispositiva

tributária.

• Responsabilidade por infração – objetiva (art.136 CTN)

• Infrações tributárias e crimes contra a ordem tributária

Infrações no Direito Tributário

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• Sanção tributária – é a relação jurídica que se instaura com a verificação do fato jurídico do descumprimento de uma obrigação ou dever tributário.

• Ambigüidade do termo (i) a relação jurídica consistente na conduta reparadora; (ii) a relação jurídica que habilita o sujeito ativo a exercitar seu direito subjetivo de ação e (iii) a relação jurídica preceituada na sentença condenatória. •Em sentido estrito: RJ prescrita no consequente da norma secundária , onde o Estado juiz obriga o implemento da conduta inobservada. •Espécies: punitivas e indenizatórias

Sanções no Direito Tributário

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Crimes contra a ordem tributária

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Regra Matriz de Incidência Penal

HipóteseHipótese – descreve a ocorrência de um fato ilícito criminoso (TIPO penalTIPO penal)

ConsequenteConsequente – prescreve uma pena não determinada

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Regra Matriz de Incidência Penal - Crimes contra a ordem tributária:

critério material – ação a ser realizada por quem sofrerá os efeitos penais (verbo + complemento + subjetividadesubjetividade)

critério temporal – delimita o momento em que se deve considerar ocorrida a ação do c.m.

critério espacial – delimita o lugar em que a ação é considerada ocorrida

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HipóteseHipótese

composição

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Regra Matriz de Incidência Penal - Crimes contra a ordem tributária:

critério pessoal s.a.: titular do direito subjetivo de exigir o cumprimento da pena (E); s.p.: titular do dever

jurídico de cumprir a pena

critério objetacional: permite identificar o objeto da relação jurídica de direito penal - qualificação: informações sobre a prestação penal – multa e/ou pena privativa de liberdade; - quantificação: limite máximo e mínimo da pena (subjetividade do juiz)

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ConsequenteConsequente

composição

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- Regra Matriz de Incidência Penal - HIPÓTESE:

critério temporal – não é identificado no próprio artigo que fixa o tipo penal

Tempo do crime“Art. 4º, DL 2848/1940 - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado.”

critério espacial - não é identificado no próprio artigo que fixa o tipo penal

Lugar do crime“Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.”

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Positivação dos crimes contra a ordem tributária:

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Linguagem competenteN.I.C.

JUIZJUIZ

Autoridade competente

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Linguagem competente

N.I.C.

HipóteseHipótese – descreve o fato ilícito criminoso ocorrido no espaço e no

tempo

JUIZJUIZ

Consequente Consequente – prescreve uma pena determinada e individualizada

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JUIZJUIZ

Autoridade competente

Positivação da obrigação tributária

N.I.C.- constitutiva o.t.

Positivação do crime contra a ordem tributária

N.I.C.- constitutiva crime

Autoridade competente

FiscoFiscoContribuinteContribuinte

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SANÇÕES, CRIMES E PRESUNÇÕES TRIBUTÁRIAS

HIPÓTESE inadimplemento

O.T.

N.I.C.- constitutiva crime

Constituição Constituição definitivadefinitiva do C.T. do C.T.

pressuposto

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- Constituição Constituição definitivadefinitiva do C.T do C.T – quando ocorre:

auto de infração constituído e notificado ao contribuinte?

depois de encerrada a esfera ADM?

- O que impede o ajuizamento da ação penal:

a pendência do processo ADM?

a existência de causa suspensiva da exigibilidade?

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Momento consumativo dos crimes contra a ordem tributária prescritos no art. 1º. da Lei 8.137/90 e 337-A do Código Penal:

- a consumação de tais crimes se verifica no momento em que o crédito tributário é constituído.

- o direito/dever do Ministério Público propor a ação penal nasce, nos termos do art. 41 do Código de Processo Penal, com a consumação do suporte fático penal. Assim sendo, a partir da constituição do crédito tributário, se verificado todos os demais pressupostos da hipótese penal tributária, estaria o Ministério Público autorizado a instaurar a ação penal.

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- Entendimento do STF: - Inicialmente, questão tratada como disputa de poder entre a administração fazendária e os integrantes do Ministério Público.- Existiria autonomia das esferas penais e administrativas.- A ação penal destes crimes é pública e incondicionada, não havendo necessidade de esgotamento da esfera administrativa para propositura da ação penal.- Mudança de entendimento (HC n.º 81.611-8 DF)- Necessidade de existência do crédito tributário como condição de procedibilidade da ação penal. - A consumação de crime contra a ordem tributária (tipificado no art. 1º da Lei n.º 8.137/90) pressupõe a constituição definitiva do crédito tributário, que só ocorre com a decisão administrativa.

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- Nossa opinião:- Basta o lançamento com a notificação devida. Este é o

momento da consumação do suporte fático penal tributário.

- O Ministério Público tem o direito/dever de propor a ação penal.

- Possibilidade de aguardar o término do processo administrativo ou até do judicial (se houver), pois contra este direito/dever não está correndo o prazo prescricional em decorrência do art. 116, I do Código Penal.

“a prescrição penal não corre enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que dependa o reconhecimento da existência do crime”

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-- Caso proposta a ação penal, a existência de impugnação administrativa pode servir como fundamento de suspensão do processo como questão prejudicial.

- Art. 93 CPP. “Se o reconhecimento da existência de infração penal depender de decisão sobre questão diversa da prevista no artigo anterior, da competência do juízo cível, e se neste houver sido proposta ação para resolve-la, o juiz criminal poderá, desde que essa questão seja de difícil solução e não verse sobre direito cuja prova a lei civil limite, suspender o curso do processo, após a inquirição das testemunhas e realização das outras provas de natureza urgente”

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Denúncia espontânea

Art. 138, CTN:“Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração.Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração.”

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Denúncia espontânea – N.J.

SANÇÕES, CRIMES E PRESUNÇÕES TRIBUTÁRIAS

HipóteseHipótese – se ocorrer a denúncia espontânea da infração + pagamento do tributo + juros + antes do início da fiscalização

Consequente – exclusão da responsabilidade pela prática do ilícito tributário

então deve-ser

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CTN distingue duas classes de fatos sociais:

os decorrentes de atos lícitos, os quais estão inseridos no conceito de tributo, por expressa determinação legal;

os decorrentes de atos ilícitos, os quais estão fora do conceito de tributo, por expressa prescrição do CTN.

TRIBUTO = prestação pecuniária decorrente de ato lícito (art. 3º, CTN).

MULTA = prestação pecuniária decorrente de ato ILÍCITO (definido em lei).

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Denúncia espontânea

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SANÇÕES, CRIMES E PRESUNÇÕES TRIBUTÁRIAS

Denúncia espontânea

•Multa de mora, punitiva ou ambas?(Ambas – AgRg no Resp 919886 SC)

•Parcelamento e exclusão da multaart. 155-A § 1.º (introduzido pela Lei Complementar 104/01): “Salvo disposição de lei em contrário, o parcelamento do crédito tributário não exclui a incidência de juros e multas”. (Não exclui – Resp 378.795 GO e 1102577 DF)

•Sumula 360/STJ“o benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo”.

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• PRESUNÇÕES - eficiente meio contra as fraudes fiscais, já que, nessas circunstâncias, o sujeito pratica o ilícito de forma a dificultar a produção de provas diretas

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• Nada presumem juridicamente. Estabelecem como verdadeiro fato cuja ocorrência é indiretamente provada.

• Faticamente, tanto as presunções quanto as provas diretas (perícias, documentos, depoimentos pessoais etc.) apenas “presumem”. Só a manifestação do evento é atingida pelo direito e, portanto, o real não há como ser alcançado de forma objetiva.

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PRESUNÇÃO - DEFINIÇÃO

(i) Enunciado prescritivo

(ii) Espécie de prova indireta

(iii) Composto por um fato indiciário que implique a existência de um outro fato, indiciado

(iv) Que todos os fatos sujeitem-se à produção de provas contrárias à existência fática dos eventos nele descritos.

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ÔNUS DA PROVA

Não é alterado pela presunção, pois todas as partes permanecem com a obrigação de provar os fatos relacionados com suas afirmações.

Quem alega a ocorrência do fato indiciado deve provar a ocorrência dos indícios.

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INDÍCIOS - características

gravidade - intensidade da probabilidade, ao convencimento que as presunções proporcionam

precisão - exatidão, definição. São precisos os indícios em relação aos quais não se pode deduzir mais que um único fato

concordância - todos os indícios convergem para o mesmo resultado

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Defesas do contribuinte

O prejudicado com a presunção deve provar, alternativa ou conjuntamente, a inocorrência:

(i) dos indícios, do fato indiciado e a existência de diversos indícios em sentido contrário; ou

(ii) questionar a razoabilidade da relação jurídica de implicação.

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N.G.A.

FICÇÃO JURÍDICA PRESUNÇÃO JURÍDICA

N.I.C.

regras de direito material que criam uma verdade legal não

coincidente à realidade fenomênica

raciocínio lógico pelo qual de um fato conhecido, cuja existência é

certa, infere-se outro fato desconhecido de existência

provável

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espécies

Presunção Jurídica

HOMINISou simples

Legal

AplicadorN.I.C.

LegisladorN.G.A.

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espécies

Presunção Jurídica Legal

Juris Tantum Juris et de Jure

admite prova em contrário

NÃO admite prova em contrário

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PRESUNÇÃO ABSOLUTA

• A presunção denominada “absoluta” não é verdadeira presunção, por não ser espécie de prova, mas qualificação material de fatos jurídicos.

• É inconstitucional para a criação de obrigações tributárias

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PRESUNÇÕES RELATIVAS

• Admitidas em direito tributário (praticamente pacífico no Judiciário) para os fins de constituir relações jurídicas

• Admitem prova contrária

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PRESUNÇÕES HOMINIS

•Enunciado revelador de raciocínio lógico presuntivo.

•Aplicador da norma, a partir do conhecimento de indícios, da inexistência de provas em sentido contrário a eles, e da relação de implicação estabelecida segundo o que ordinariamente acontece, forma sua convicção, declarando normativamente a existência de fato.

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CARACTERÍSTICAS DAS PRESUNÇÕES HOMINIS

1) Permitem a livre convicção acerca dos vestígios

2) São ilimitadas e previamente indeterminadas

3) Têm por fundamento de validade a CF

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4) Não ferem a causalidade normativa

5) Devem ser sempre motivadas

6) Veiculam conclusões certas

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OBRIGADA!

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