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DIREITO TUTELAR DO TRABALHO
Aula 1: Remunerao e salrio I........................................................................................... 2
Introduo............................................................................................................................. 2
Contedo................................................................................................................................ 3
Salrio................................................................................................................................... 3
Casos especiais.................................................................................................................. 3
Natureza jurdica................................................................................................................ 4
Remunerao..................................................................................................................... 5
Gueltas................................................................................................................................. 8
Natureza jurdica................................................................................................................ 9
A guelta nos tribunais..................................................................................................... 12
Posio do INSS quanto a gueltas................................................................................ 12
Repercusses das gueltas nas demais parcelas remuneratrias............................ 13
Concluso......................................................................................................................... 14
Integrao das gorjetas.................................................................................................. 16
Art. 59 e art. 487 da CLT................................................................................................. 16
Gratificao....................................................................................................................... 17
Salrio-base (ou Base)..................................................................................................... 23
Salrio-utilidade............................................................................................................... 24
Aprenda Mais....................................................................................................................... 32
Referncias........................................................................................................................... 33
Exerccios de fixao......................................................................................................... 34
Notas ........................................................................................................................................... 42
Chaves de resposta ..................................................................................................................... 43
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DIREITO TUTELAR DO TRABALHO2
Introduo
A presente aula ter como objeto o estudo de um dos principais temas doDireito do Trabalho: salrio e remunerao.
Saber distinguir cada uma das parcelas que compe o salrio e a remunerao
de suma importncia para os operadores do Direito, como voc, tanto no
momento de elaborar uma inicial ou contestao saber os reflexos que
incidem em cada parcela -, quanto na hora de realizar um acordo saber
exatamente sobre quais parcelas incidiro o imposto de renda e a contribuio
previdenciria.
Objetivo:
1.Conceituar os institutos salrio e remunerao;
2.Saber distinguir cada parcela, o que facilitar no momento de elaborao das
verbas contratuais e resilitrias, fornecendo ferramentas para liquidao e
obteno dos valores envolvidos em uma demanda.
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DIREITO TUTELAR DO TRABALHO3
Contedo
Salrio
Origem: Do Latim: Salarium SalisSal
PecniaPecusBoi
Conceito: O salrio consiste no valor pago pelo empregador, de forma
habitual.
FIXO a contraprestao garantida e invarivel, salvos atrasos e faltas do
empregado.
VARIVEL
aquele submetido a uma condio. Normalmente, produo do empregado,
na qual seu salrio pode variar ms a ms.
Lembre-se de que o empregador deve garantir um mnimo (salrio mnimo),
caso o salrio varivel no atinja o valor do salrio-mnimo.
MISTO
Equivale situao em que h uma parte fixa e outra varivel.
Casos especiais
importante ficar atento aos detalhes envolvidos quando falamos sobre este
tema.
- Nos contratos nulos, estes no produzem efeitos. Portanto, no h de se falar
em salrio, mas em pagamento pelos dias laborados.
- Na terceirizao, a empresa terceirizante a responsvel pelo salrio, e no o
tomador do servio (em regra).
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DIREITO TUTELAR DO TRABALHO4
- No caso do trabalhador eventual, no h de se falar em salrio, pois no
existe relao de emprego. Por exemplo, garota de programa.
- Na subempreitada, a subempreiteira responsvel pelo pagamento. Caso no
pague, a empreiteira ser responsabilizada subsidiariamente.- No trabalho temporrio, a empresa que contrata o empregado temporrio
responsvel pelo salrio. O tomador do servio ter responsabilidade subsidiria
e, em caso de falncia, a responsabilidade do tomador do servio ser solidria.
- Nos grupos econmicos (coordenao e/ou subordinao), a responsabilidade
solidria.
Natureza jurdicaSalrio como mercadoria (preo do labor): no conceito atual, no se engloba
em mercadoria. Esta uma das primeiras correntes e no mais aplicada.
Indenizao pelo labor dispendido (Orlando Gomes): o salrio teria natureza
reparatria de dano. Contudo, pelo que sabemos, em regra, o trabalho no
causa dano. Portanto, no h de se falar em indenizao.
Natureza Alimentar (art. 100, 1 da CF/88): a prpria Constituio Federal de
88 (art. 7. Inciso IV) diz que o salrio no tem apenas a natureza alimentar e
carter de subsistncia, mas tambm atinge outros fins, como habitao,
higiene, transporte educao, entre outros.
Sobre outro aspecto, pode o trabalhador receber salrio e no depender dele
para sobreviver.
Natureza sinalagmtica / comutativacontraprestao: a crtica que se faz aqui
porque, algumas vezes, o salrio devido mesmo quando no h trabalho,
como, por exemplo, os 15 primeiros dias da doena e do acidente de trabalho,
no aviso prvio no trabalhado, nas frias, feriados etc.
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DIREITO TUTELAR DO TRABALHO5
Remunerao
Nos tempos atuais, alguns autores dizem que a remunerao gnero do qual
salrio seria espcie. Todavia, para Riva Sanserrivo, salrio seria gnero do qual
remunerao seria espcie.
A remunerao est prevista no artigo 457 da CLT; refere-se ao valor pago pelo
empregador, alm do Valor pago por 3, em razo do contrato de trabalho (de
forma habitual).
So parcelas que compem a remunerao:
Gorjeta:
Origem
Grcia: peclio era o valor dado aos escravos por bons trabalhos (como
podemos ver aqui, no existe um terceiro).
Roma: valor dado a funcionrios que prestavam bons servios ao Estado
(exemplo: coletor de impostos).Portugus:gorjagarganta.
Majoritria: gratificao (integra o salrio) paga por terceiros, em virtude do
labor derivado do contrato de trabalho.
Srgio Pinto e Sayo Romita: tem natureza de doao, uma vez que no
obrigatria (facultativa).
Conceito
Valor pago por terceiros para auferir vantagens lcitas naquele determinado
servio, de forma habitual. importante salientar que vantagem auferida
diferente de caridade.
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DIREITO TUTELAR DO TRABALHO6
Natureza jurdica
Majoritria:gratificao (integra o salrio) paga por terceiros, em virtude do
labor derivado do contrato de trabalho.
Srgio Pinto e Sayo Romita: tem natureza de doao, uma vez que no obrigatria (facultativa).
Tipos
Compulsria: imprprias ou obrigatrias, cobrada na nota, para a
distribuio entre os empregados. Na doutrina estrangeira, compulsria tem
relao com obrigao legal, diferente da conceituao brasileira.
Espontneas, Prprias ou Facultativas:neste tipo, a gorjeta fica a critrio
do fregus.
Direito Comparado:Europa
- Compulsria: Obrigao legal.
- Espontnea: Costume, cobrada ou no na nota.
Ateno
Couvertartstico: muito se questiona se o couvertartstico ou no gorjeta
compulsria. Primeiramente, temos que verificar se o artista tem ou no
contrato de trabalho com o estabelecimento, pois, se no tiver contrato de
trabalho, no h de se falar em gorjeta, pois nem salrio h, e o dinheiro
do couvertvai direto para o artista. O que causa mais dificuldade no caso
de o artista ter contrato de trabalho com o estabelecimento e o couvertser
obrigatrio.
Para alguns doutrinadores, seria esse couvert um tipo de gorjeta
compulsria, j para http://www.tst.jus.br/ministros/-
/asset_publisher/vKn1/content/18-mauricio-godinho-
delgado?redirect=http%3A%2F%2Fwww.tst.jus.br%2Fministros%3Fp_p_i
d%3D101_INSTANCE_vKn1%26p_p_lifecycle%3D0%26p_p_state%3Dnor
http://www.tst.jus.br/ministros/-/asset_publisher/vKn1/content/18-mauricio-godinho-delgado?redirect=http%3A%2F%2Fwww.tst.jus.br%2Fministros%3Fp_p_id%3D101_INSTANCE_vKn1%26p_p_lifecycle%3D0%26p_p_state%3Dnormal%26p_p_mode%3Dview%26p_p_col_id%3Dcolumn-2%26p_p_col_count%3D3http://www.tst.jus.br/ministros/-/asset_publisher/vKn1/content/18-mauricio-godinho-delgado?redirect=http%3A%2F%2Fwww.tst.jus.br%2Fministros%3Fp_p_id%3D101_INSTANCE_vKn1%26p_p_lifecycle%3D0%26p_p_state%3Dnormal%26p_p_mode%3Dview%26p_p_col_id%3Dcolumn-2%26p_p_col_count%3D3http://www.tst.jus.br/ministros/-/asset_publisher/vKn1/content/18-mauricio-godinho-delgado?redirect=http%3A%2F%2Fwww.tst.jus.br%2Fministros%3Fp_p_id%3D101_INSTANCE_vKn1%26p_p_lifecycle%3D0%26p_p_state%3Dnormal%26p_p_mode%3Dview%26p_p_col_id%3Dcolumn-2%26p_p_col_count%3D3http://www.tst.jus.br/ministros/-/asset_publisher/vKn1/content/18-mauricio-godinho-delgado?redirect=http%3A%2F%2Fwww.tst.jus.br%2Fministros%3Fp_p_id%3D101_INSTANCE_vKn1%26p_p_lifecycle%3D0%26p_p_state%3Dnormal%26p_p_mode%3Dview%26p_p_col_id%3Dcolumn-2%26p_p_col_count%3D3http://www.tst.jus.br/ministros/-/asset_publisher/vKn1/content/18-mauricio-godinho-delgado?redirect=http%3A%2F%2Fwww.tst.jus.br%2Fministros%3Fp_p_id%3D101_INSTANCE_vKn1%26p_p_lifecycle%3D0%26p_p_state%3Dnormal%26p_p_mode%3Dview%26p_p_col_id%3Dcolumn-2%26p_p_col_count%3D3http://www.tst.jus.br/ministros/-/asset_publisher/vKn1/content/18-mauricio-godinho-delgado?redirect=http%3A%2F%2Fwww.tst.jus.br%2Fministros%3Fp_p_id%3D101_INSTANCE_vKn1%26p_p_lifecycle%3D0%26p_p_state%3Dnormal%26p_p_mode%3Dview%26p_p_col_id%3Dcolumn-2%26p_p_col_count%3D3http://www.tst.jus.br/ministros/-/asset_publisher/vKn1/content/18-mauricio-godinho-delgado?redirect=http%3A%2F%2Fwww.tst.jus.br%2Fministros%3Fp_p_id%3D101_INSTANCE_vKn1%26p_p_lifecycle%3D0%26p_p_state%3Dnormal%26p_p_mode%3Dview%26p_p_col_id%3Dcolumn-2%26p_p_col_count%3D3http://www.tst.jus.br/ministros/-/asset_publisher/vKn1/content/18-mauricio-godinho-delgado?redirect=http%3A%2F%2Fwww.tst.jus.br%2Fministros%3Fp_p_id%3D101_INSTANCE_vKn1%26p_p_lifecycle%3D0%26p_p_state%3Dnormal%26p_p_mode%3Dview%26p_p_col_id%3Dcolumn-2%26p_p_col_count%3D37/26/2019 Aula_01 ps trabalho.pdf
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DIREITO TUTELAR DO TRABALHO7
mal%26p_p_mode%3Dview%26p_p_col_id%3Dcolumn-
2%26p_p_col_count%3D3
Godinho, a pessoa vai ao estabelecimento procurando um tipo deservio, como, por exemplo, comida, e l decide se quer ou no usufruir de
outro tipo de servio, como, por exemplo, msica. Portanto, o couvert
artstico nada mais seria que o pagamento por um outro servio utilizado.
Gorjeta Desconhecida: aquela que o empregador no sabe que o
empregado recebe. Mesmo assim, como cabe ao empregador a fiscalizao do
trabalho do empregado, se recebida com habitualidade, integra a remunerao.Nesses casos, a prova fica a cargo do empregado. A gorjeta desconhecida pode
ser lcita, ilcita, proibida ou imoral.
Gorjeta proibida: a que o empregador impede, expressamente, o seu
recebimento, comunicando tal determinao diretamente ao empregado. Em
alguns casos, o cliente tambm avisado. Entretanto, se o empregado de fato
a receber com habitualidade, tambm integrar a remunerao, pois cabe aoempregador a fiscalizao da prestao do servio do trabalhador. Todavia,
nada impede que o empregador puna o empregado que desrespeitou a regra,
podendo at dispens-lo por justa causa. Outra corrente entende que, por ser
proibida, no integra nunca a remunerao.
Gorjeta Ilcita: a propina. Decorre de corrupo, de favorecimento ilegal.
a vantagem em pecnia que o terceiro oferece ao empregado para praticar ato
ilegal contra empregador. Jamais integrar a remunerao, cabendo a dispensa
por justa causa.
Gorjeta Imoral: embora sua concesso no infrinja a lei, violam os bons
costumes, a moral ou demonstra o carter oportunista da pessoa. Por exemplo:
Gndolas de supermercado com mais destaque (no integra).
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Gueltas
O instituto das gueltas originrio do Direito Alemo, da ideia de geld
(dinheiro) e da palavra wechselgeld(troco), conforme Julian Bracks Duarte.
Trata-se de uma verba paga com habitualidade por terceiro ao empregado,
sendo geralmente, um fornecedor, produtor ou distribuidor, com o objetivo de
fomentar as vendas de certo produto, marca ou servio, com a anuncia do
empregador, no exerccio da atividade-fim.
Tal prtica habitual no Brasil, especialmente no setor de servios. Ocorre
frequentemente quando um vendedor sugere um determinado produto econvence o comprador a adquiri-lo. Aps a efetivao deste negcio, o
vendedor recebe do terceiro (fornecedor, produtor ou distribuidor) uma
gratificao pecuniria pela venda.
A prtica das gueltas encontrada nas vendas em farmcias, quando certo
medicamento sugerido, ao invs do genrico. Nas lojas, quando enfatiza-se
os benefcios de certo produto; nos bancos, quando vantagens de determinadocarto de crdito so oferecidas; nos postos de abastecimento, ao sugerir-se o
uso de aditivos; e at em hotis, quando certos estabelecimentos comerciais
e/ou restaurantes so oferecidos.
Valentin Carrion define as gueltas como gratificaes ou prmios oferecidos por
terceiros aos empregados, pela promoo do produto ou marca, mas sem
influenciar a relao empregatcia. Objetivamente, para se entender as gueltas,
h que se vislumbrar um contrato formal e um acordo informal. O contrato
formal o principal e corresponde relao de emprego. J sobre o acordo,
recai uma das grandes discusses: se a relao informal entre o terceiro e o
empregador, que autorizar seu empregado a promover os produtos daquele,
ou se a relao direta entre o empregado e o terceiro, com apenas tolerncia
do empregador. O entendimento deste contrato informal se faz necessrio para
compreender a natureza jurdica do instituto.
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DIREITO TUTELAR DO TRABALHO9
Natureza jurdica
Conforme mencionado, as gueltas prescindem de um contrato principal formal,
que a relao de emprego (pessoalidade, subordinao, habitualidade,
onerosidade e alteridade).
H, ainda, um acordo ou um contrato informal que onde se concentram as
relaes obrigacionais das gueltas. Encontram-se dois posicionamentos quanto
natureza deste contrato.
As gueltas e os contratos informais:
Um primeiro posicionamento entende que a relao se d entre empregado eterceiro, enquanto que o empregador em nada se relaciona com o pagamento
das gueltas, o que deixa evidente que no se trata de verba salarial. J o outro
entendimento vislumbra que a relao se d entre terceiro e empregador,
sendo o empregado executor dentro do contrato empregatcio. Sendo assim, as
gueltas tero natureza remuneratria, como as gorjetas, e refletiro nas verbas
salariais.
Esta discusso se mostra de suma importncia, j que nas reclamaes
trabalhistas em que se pleiteiam as gueltas e seus reflexos, o argumento
utilizado, geralmente, pelo empregador de que no participa desta
contratao, que se estabelece apenas entre os empregados e o terceiro.
Alega-se que se trata de mera faculdade dos empregados promover o produto
e que h apenas a tolerncia de tal prtica e, em sendo assim, o empregador
no poderia se comprometer com o pagamento desta verba e, muito menos,
com os seus reflexos. Outras vezes, chega-se a afirmar que o pagamento ou
feito pelo terceiro diretamente ao empregado, ou feito atravs do
empregador, mas apenas como mero "repasse".
Por outro lado, os empregados apontam como fundamento o fato de a
"contratao" ser feita entre o terceiro e o empregador. Partindo desta
premissa, afirma-se que as gueltas so, na verdade, espcie de comisso, o
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DIREITO TUTELAR DO TRABALHO
que se revela pelo recebimento, por parte do empregador, de uma
porcentagem pela venda total, remunerao esta que repassada aos
empregados, conforme a produtividade, semelhantemente s gorjetas.
Julian Bracks Duarte adiciona, ainda, que sempre que houver uma vantagem ao
empregador, ele sempre ser beneficiado, pois o incentivo s vendas gerar
lucros. Entende-se, ainda, que a prtica das gueltas consequncia da
atividade-fim da empresa e, portanto, de atividade tpica do contrato de
trabalho. No mais, no se deve esquecer que se trata de prtica habitual prever
as gueltas na pr-contratao do empregado como atrativo. Outros
empregadores chegam a abrir at uma conta especial para o depsito dasgueltas, sendo encontradas, ainda, ocasies em que o empregador diminui o
salrio do novo empregado, na perspectiva de suprir com a premiao dos
fabricantes.
Para uma melhor anlise da natureza jurdica do instituto, cabe diferenciar
salrio de remunerao e o enquadramento das gorjetas. Segundo Maurcio
Godinho Delgado, encontra-se na Consolidao das Leis Trabalhistas, no artigo457 caput e seus pargrafos, o gnero remunerao, que compreende todo o
tipo de pagamento contraprestativo decorrente da prestao de servios ou do
contrato de trabalho. A remunerao tem como uma das principais espcies o
salrio, que o conjunto de parcelas contraprestativas decorrentes do contrato
de trabalho pagas diretamente e continuamente pelo empregador. J as demais
parcelas remuneratrias, encontram-se nos pargrafos seguintes,
especialmente no 3, que, inclusive, prev as gorjetas como remunerao.
Historicamente, o instituto da gorjeta trouxe muita discusso quanto sua
natureza.
Como resultado desta discusso, o Decreto-Lei n 229/67 acrescentou o 3,
que considera a gorjeta como a importncia dada pela clientela de forma
espontnea (gorjeta facultativa) ou aquela cobrada compulsoriamente (gorjeta
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DIREITO TUTELAR DO TRABALHO
compulsria), sendo que o empregador dever fazer uma estimativa das
gorjetas habituais (facultativa e compulsria) e constar esse valor na carteira
profissional. Com isso, as gorjetas passaram a incorporar a base de clculo do
salrio mensal do empregado e, portanto, possuem natureza remuneratria.
Amauri Mascaro Nascimento afirma, ainda, que a inteno do legislador era que
as gorjetas integrassem o salrio contratual para diversos fins legais, mas,
como era paga por terceiro, restava como melhor soluo trat-las como
remunerao, para que incidissem os reflexos (13 salrio, frias, adicionais,
horas extras, repouso semanal remunerado, aviso prvio, FGTS), aproximando
a remunerao do salrio. Este dispositivo visava evitar que o empregadortratasse as gorjetas como uma das parcelas do salrio, no permitido que o
empregado ficasse a merc apenas do que obtivesse de terceiros, ou correr o
risco de receber menos que o salrio mnimo legal (Lei n 8.19/92, artigo 6),
indo contrariamente ao disposto no artigo 76 da CLT.
Nesta mesma direo, Alice Monteiro de Barros afirma que as gueltas possuem
os elementos do contrato de trabalho: so pagas com habitualidade, comoincentivo; h a contraprestao, mesmo sendo paga por terceiro; a onerosidade
est na oportunidade de que o empregador d ao empregado para auferi-la.
Desta feita, as gueltas integram a remunerao do trabalhador.
Entretanto, uma segunda vertente interpretativa vislumbra a separao total
entre salrio e remunerao e, com isso, as gorjetas seriam parcelas
estritamente remuneratrias e no produziriam reflexos. Portanto, no haveria
qualquer repercusso no salrio e nem reflexos, principalmente no salrio de
contribuio para fins previdencirios.
A fim de apaziguar esta discusso, o TST emitiu a Smula 354. Conclui-se, a
partir da smula, que as gorjetas refletem no salrio de contribuio
(previdncia), no FGTS, no 13 salrio e frias, mas no refletem nos institutos
expressos. Sendo assim, o TST admitiu que, embora as gorjetas fossem pagas
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DIREITO TUTELAR DO TRABALHO2
por terceiros, deve-se proteger o empregado do risco das mesmas serem
assumidas como parte do salrio e no um adicional, bem como permitir que o
empregado seja beneficiado com a contribuio previdenciria, mas que outros
reflexos fossem retirados, j que no se trata de salrio puro.
A partir da anlise dos institutos das gorjetas e das gueltas, verifica-se que
ambas so contraprestaes dadas por terceiros na constncia do contrato de
trabalho, especialmente na execuo da atividade-fim. Em ambos os casos,
podem ser pagos diretamente ou indiretamente pelo terceiro. Entretanto,
Aparecida Tokumi Hashimo afirma que o que as difere que enquanto as
gorjetas so dadas como retribuio pelo reconhecimento do bom servioprestado, as gueltas so as contraprestaes pelo incentivo no fomento das
vendas de certo produto ou marca.
A guelta nos tribunais
A partir da leitura do PDF, podemos verificar os dois posicionamentos nos
tribunais. H aqueles que defendem as gueltas como um instituto sui generis,
equiparada a prmio e, portanto, incabvel a analogia ao instituto da gorjeta.Outros entendem que as gueltas assemelham-se s gorjetas, pois ambos
englobam valores pagos por terceiros, estranhos relao empregatcia. A
primeira paga por um parceiro ou um fornecedor e a segunda quitada pelo
cliente.
Finalmente, j est pacificado no TST o entendimento da aplicao analgica da
gorjeta Smula 354 do TST s gueltas.
Posio do INSS quanto a gueltas
Recentemente, o site Empresrio On-line, preocupado com o aumento da
prtica das gueltas e seus reflexos, realizou uma consulta junto ao INSS, o qual
apresentou a seguinte resposta:
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DIREITO TUTELAR DO TRABALHO3
Soluo de Consulta n. 460, de 26 de dezembro de 2007. Assunto: INSS:
Salrio-de-Contribuio. Guelta
Os valores pagos por fabricante a vendedores, empregados de seus clientes(varejistas), para a promoo de venda de seus produtos, constitui fato gerador
da contribuio previdenciria, enquadrando-se os vendedores na categoria de
contribuinte individual.
Dispositivos legais: Lei n 8.212/91, art. 12, I, "a", e V, "g"; artigos 21, 22, III,
28, III e 30,
4; Lei n 10.666/03, art. 4O e IN SRP 3, de 2005, art. 65, I e III, "a", 66, I,"b", 69, III, "d", 71, II. Marco Antonio Ferreira Possetti, Chefe da Diviso.
Conclui-se que, alm do dever de registrar as gueltas na CTPS, devem tambm
ser computadas no clculo do salrio de contribuio, conforme a legislao
citada. Dessa forma, quando as gueltas forem concedidas nas sentenas,
caber tambm ao INSS verificar e cobrar pelo recolhimento das mesmas.
Repercusses das gueltas nas demais parcelas remuneratrias
Como bem aponta Julian Bracks Duarte, tratar gueltas como gorjetas,
consequentemente, levam incidncia no 13 salrio, frias, FGTS e
contribuies previdencirias, e traz grandes repercusses nas relaes
trabalhistas. Analisando, sociologicamente, tal situao poder levar o
empregador a decidir por extinguir a prtica ou por fraud-la.
Caso o empregador no permita a prtica, mas tenha conhecimento de sua
existncia, poder chegar at a dispensar os empregados participantes por
justa causa com base no artigo 482, "b" da CLT.
A fraude pode se dar de duas formas: ou no informar o empregado da
existncia e acabando por ret-la para si ou por permitir sua prtica, mas sem
recolher e pagar o que devido.
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DIREITO TUTELAR DO TRABALHO4
Ressalta-se que, pelo posicionamento do TST, a alegao do empregador de
desconhecimento das gueltas entre os terceiros e os empregados irrelevante,
visto que o empregador possui os poderes diretivos, fiscalizatrios,
regulamentar e disciplinar (especialmente o poder fiscalizatrio, que lhe d aresponsabilidade de saber o que se passa em seu estabelecimento e de
controlar tudo o que se passa).
Portanto, se ocorreu a prtica das gueltas, houve o consentimento expresso ou
tcito. Sendo assim, apesar de ser um instituto que beneficia tanto o
empregado, quanto a economia, uma das repercusses possveis da extino
de tal prtica ou da reteno fraudenta, no intuito do empregador no pagar osreflexos.
Concluso
Ressalta-se que, pelo posicionamento do TST, a alegao do empregador de
desconhecimento das gueltas entre os terceiros e os empregados irrelevante,
visto que o empregador possui os poderes diretivos, fiscalizatrios,
regulamentar e disciplinar (especialmente o poder fiscalizatrio, que lhe d aresponsabilidade de saber o que se passa em seu estabelecimento e de
controlar tudo o que se passa).
Portanto, se ocorreu a prtica das gueltas, houve o consentimento expresso ou
tcito. Sendo assim, apesar de ser um instituto que beneficia tanto o
empregado, quanto a economia, uma das repercusses possveis da extino
de tal prtica ou da reteno fraudenta, no intuito do empregador no pagar os
reflexos.
Conforme verificado, foi pacificado pelo TST que as gueltas assemelham-se s
gorjetas, pois ambos englobam valores pagos por terceiros durante o exerccio
da atividade-fim.
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DIREITO TUTELAR DO TRABALHO5
Diferem-se pelos objetivos: enquanto a gorjeta visa retribuir por um servio
prestado de boa qualidade, as gueltas so contraprestaes pela indicao de
certo produto ou marca.
Texto A questo j foi por demais debatida nos tribunais, restando reconhecido
que as gueltas, embora pagas por terceiros, tinham o seu pagamento vinculado
existncia do vnculo empregatcio, devendo integrar a remunerao para
seus efeitos legais.
Assim, conduz concluso de que possuem a mesma natureza jurdica, razo
pela qual aplicvel, por analogia, o entendimento consubstanciado na retromencionada Smula 354 do TST.
Entretanto, o fato de ser pago pelo fornecedor irrelevante, visto que, na
relao empregatcia, h a presuno de que houve anuncia tcita ou
expressa do empregador, decorrente de seus poderes diretivos e fiscalizatrios.
Sendo assim, recaem os reflexos em 13 salrio, frias, FGTS e contribuio
previdenciria.
Apesar da necessidade concreta da proteo do empregado, analisando-se todo
o contexto, especialmente sob o ponto de vista econmico e sociolgico,
vislumbra-se, provavelmente, ou o fim do instituto ou o aumento das fraudes,
em face dos reflexos decorrentes do entendimento de que a natureza jurdica
seja remuneratria.
Enquanto que o entendimento como um instituto sui generis, ou seja, no
equiparada gorjeta, incentiva sua prtica, em decorrncia da no incidncia
de reflexos. Dessa forma, cabe uma reflexo e uma ateno especial a este
instituto.
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Integrao das gorjetas
SUM-354 do TST
A smula se baseou na interpretao literal das palavras utilizadas pelolegislador. Quando a lei se referiu remunerao como base de clculo da
parcela, o pagamento feito por terceiro integrar o salrio. Quando a lei utilizar
expresses salrios, dia normal de trabalho ou hora normal, a gorjeta no
integrar.
As gorjetas no integram a base de clculos do aviso prvio, adicional noturno,
horas extras e repouso semanal remunerado. As gorjetas integram a base declculo do FGTS, 13 (Lei n 4090art. 1) e Frias.
Godinho: Se utilizar salrio, no integra.
Assim:
Remunerao = salrio + 3 (gorjeta); se no tem gorjeta, no tem o que
integrar.
Godinho: O empregado que recebe por hora laborada (horista), as gorjetas
no integram nenhuma parcela.
Art. 59 e art. 487 da CLT
Adicional noturno: de acordo com a Smula 354 do TST, no integra - Art. 73
da CLT
TST Hora Diurna
A hora normal divide-se em:
- Noturna= hora normal + adicional noturno
- Diurna= hora normal
- Mista= hora normal + (hora normal + adicional noturno)
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DIREITO TUTELAR DO TRABALHO7
As gorjetas sempre integram a hora normal, o que elas no integram para se
calcular o valor do adicional noturno. Seria mais ou menos assim: primeiro,
calcula-se o adicional noturno sobre a hora normal e, depois de calculado o
adicional, integram-se as gorjetas na hora normal.
Repouso Semanal Remunerado:a gorjeta tambm no integra o clculo do
RSR (Art. 7 da Lei n 605/49)
Gratificao
Conceito: Plussalarial de carter espontneo, uma vez que no prevista em
lei. Alguns autores defendem que, se criada por lei, no seria espontnea.Portanto, a lei que cria uma gratificao, tornando-a obrigatria,
descaracterizaria a natureza de gratificao.
Um bom exemplo o FGTS da domstica que criada por lei, mais no
obrigatrio (facultativo).
Mas o uso e o costume descaracterizariam a natureza de gratificao?
Em regra, no descaracterizariam a natureza da gratuidade, assim como o
acordo e a conveno coletiva, pois continuaria a ser oferecida de forma
espontnea. So exemplos o 13 Salrio Lei n 4090/62 e o Radialista
que acumula Art. 13 da Lei n 6615/78.
As gratificaes e seus desdobramentos
Tipos de Gratificao:
- Ajustada:
- Tcita: a vontade de se obrigar ao pagamento da gratificao pode estar
implcita na conduta de quem efetua.
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DIREITO TUTELAR DO TRABALHO8
H integrao dessa gratificao no salrio?
- 1 Corrente: Teoria Subjetiva somente as acordadas, ajustadas, tm
natureza salarial, vez que as outras so mera liberalidade.
- 2 Corrente: Teoria Objetiva Tcito ou Expressa, vontade condicionada
(smula 207 do STF e smula 152 do TST).
Acompanham esta corrente: Sussekind, Dlio, Catharino, Orlando Gomes,
Carrion, Godinho, Sanserrivo, Alice Monteiro.
Requisitos para Integrao da gratificao ao salrio do empregado:
1. Periodicidade no pagamento: Apesar da repetio ser anual, todo ano paga.
Ex. 13 salrio (anual).
2. Habitualidade: Pago metade ou mais da metade em um perodo. Quando
paga com habitualidade, a gratificao incide em tudo, inclusive no FGTS e 13salrio.
No habitual - no incide em frias, aviso prvio.
OBS.: Caso o empregado receba uma gratificao peridica (anual), deve incidir
sobre o 13 salrio, mesmo que no se saiba ao certo que o empregado ir
receber novamente essa gratificao no ano seguinte.
Para o TST, integra se for paga com habitualidade e periodicidade
Smulas 102, VI, 226 e 253 do TST.
Diferena de Prmio:
Os prmios so um suplemento salarial que visam recompensar o trabalhador
que teve melhor desempenho ou eficincia no servio.
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Sussekind, Evaristo: Prmio seria individual e gratificao coletiva (smula
209 do STF).
O que quer dizer esta smula (209 STF)? Uma vez atingida a meta, no msseguinte, o empregador no poder deixar de pagar o prmio por nica e
exclusiva vontade (unilateralmente).
Gratificao por Quebra de Caixa:
paga apenas aos empregados que exercem funo de caixa e tem a
finalidade de remunerar a maior responsabilidade que a funo exige, j que o
empregado pode cometer erros involuntrios na contagem do dinheiro, quepodem acarretar em descontos no salrio por diferenas no caixa. Devendo
haver previso contratual para o desconto (Art. 462, 1 da CLT, Smula 247
do TST).
Natureza jurdica:
a) Mera Liberalidade, o empregador no tem obrigao; integraria porque a
gratificao seria espontnea.
b) Sem natureza salarial com carter de compensao Sussekind, Jos
Rodrigues.
Srgio Pinto: Valor pago mensalmente, sem a ocorrncia de dano ou valor
superior ao prejuzo - teria natureza salarial (contradio); o valor da
gratificao tem que ser superior ao dano (prejuzo). Alice Monteiro: Se no
houver autorizao para o desconto de erro de caixa, esta gratificao teria
natureza salarial, uma vez que o desconto ilegal.
Gratificao por Tempo de Servio:
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Normalmente, fixada por ano e visa incentivar ou agraciar o empregado mais
antigo. S devida depois de preenchidos os requisitos, isto , quando o
empregado contar com tempo de servio necessrio para a aquisio do direito.
Anunioum ano
Biniodois anos
Quinquniocinco anos
De acordo com o TST, esta gratificao integra o salrio do empregado (smula
203 do TST) e, portanto, repercute na hora extra (smula 226, 264 do TST), na
gratificao do art. 224, 2 da CLT (smula 240 do TST), mas no no RSR(smula 225 do TST).
Dirias para viagens:
Quanto s dirias para viagens, devero ser maiores que cinquenta por cento
do salrio do empregado (artigo 457, 2o da CLT), quando incorporam-se por
inteiro ao salrio do empregado (Enunciado no 101, TST).
Abonos:
Quanto aos abonos pagos pelo empregador, por terem uma natureza de
recomposio das verbas salariais depreciadas pela inflao, nada mais fazem
que atualizar a contraprestao ofertada pelo empregador ao empregado, em
razo de um contrato de trabalho e, por esta razo, em que pese o histrico de
leis anteriores em contrrio, possuem hoje natureza salarial.
Parcelas no integrantes do salrio (Ajudas de Custo):
Quanto s verbas sem carter salarial, enumeram-se, alm das utilidades
funcionais:
1)As gorjetas, pagas por terceiros ao empregado espontaneamente ou cobrada
pela empresa ao cliente, como adicional nas contas, a qualquer ttulo, e
destinada distribuio aos empregados (artigo 457, 3o, CLT).
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2)As j citadas dirias para viagem, quando no excedentes de 50 % (cinquenta
por cento) do salrio do empregado.
3)
As ajudas de custo, que so verbas pagas ao empregado que transferido deforma definitiva para outro lugar de trabalho (artigo 470, CLT).
4)A participao nos lucros, que no possui natureza salarial (artigo 7o, XI,
CRFB/88; artigo 3o, Lei no 10.101/00).
5)As verbas de representao, uma parcela paga pelo empregador ao empregado
para que ostente um melhor nvel de vida perante terceiros e preserve aimagem do empregador perante estes.
6) Os auxlios para compensar diferenas de caixa (quebras de caixa), verbas
pagas pelo empregador a certos empregados que recebem e do dinheiro em
prol da atividade empresarial e que nas quais podem ocorrer erros (quanto aos
itens 5 e 6, vide Jos Martins Catharino, Tratado, p. 580-581).
7) O seguro-desemprego, parcela paga ao empregado que fica desempregado,
cumpridas certas condies (Lei no 8.900/94; Resoluo no 252/2000 do
CODEFAT, artigo 3o) com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador.
8)
O abono do PIS/Pasep, pago anualmente aos trabalhadores que ganham at
dois salrios-mnimos, quer trabalhem na iniciativa privada, quer trabalhem na
iniciativa pblica (artigo 239, 3o da CRFB/88; c/c artigo 1o, Lei no 7.859/99).
9) As parcelas de alimentao, mesmo que sem carter funcional, se dentro
do Programa de Alimentao Salarial (artigo 3o da Lei no 6.321/76; OJ no 133
da SDI-1 do TST);
10) As parcelas pagas sob o sistema de vale-transporte (artigo 2o, a, Lei no
7.418/85).
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11) O salrio-educao, contribuio social paga pelo empregador Unio
(artigo 212, 5o, CRFB/88; Leis no 9.424/96; art. 3o, Lei no 9.766/98).
12) O salrio-famlia, pago aos segurados de baixa renda do INSS (exceto osdomsticos) por cada filho at catorze anos de idade que estes tiverem (artigo
7o, XII, CRFB/88 c/c artigo 70, Lei no 8.213/91).
13) As contribuies dos empregadores pagas em prol de planos de
benefcios das entidades de previdncia privada (CRFB/88, artigo 202, 2o).
14) A moradia e a infraestrutura bsica cedidas pelo empregador, se
caracterizadas como tais, em contrato escrito celebrado entre empregado eempregador rurais, com testemunhas e notificao obrigatria ao respectivo
sindicato de trabalhadores rurais (artigo 9o, 5o da Lei no 5.889/73,
acrescentado pela Lei no 9.300/96), embora Joo de Lima Teixeira Filho
(Instituies, v.1, p. 671) defenda que esta norma de constitucionalidade
duvidosa, vez que os empregados rurais, desde a Constituio da Repblica de
1988, encontram-se plenamente equiparados aos empregados urbanos (artigo
7o, caput).
15) As gueltas, que, como explica Valentin Carrion (Comentrios, p.
293), so gratificaes ou prmios que terceiros oferecem aos empregados pela
produo, trazendo benefcios queles terceiros, como a parcela que uma
empresa de carto de crdito oferece a empregados de um banco pelas
operaes realizadas para os produtos daquela primeira.
16) A ajuda compensatria mensal que o empregador poder conceder
ao empregado durante o lay off (artigo 476-A, 3o, CLT). Lembre-se apenas
de que as gorjetas, ao contrrio das demais verbas trazidas neste pargrafo,
possuem natureza remuneratria (artigo 457, caput, CLT).
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Salrio-base (ou Base)
Sempre bom lembrar que pode haver um salrio abaixo do salrio-mnimo,
pois o salrio-mnimo referente jornada de 44 horas semanais.
Assim, na jornada de 22 horas semanais, no h de ser respeitado ovalor do salrio-mnimo.
Alguns autores dizem que existe um valor mnimo por hora e que este deve ser
respeitado. Desse modo, qualquer que seja a jornada de trabalho, o pagamento
do salrio nunca poder ser menor que a hora mnima
Como calcular:Pega-se o valor do salrio-mnimo, divide-se pelas 44 horas semanais e
chegaremos neste valor mnimo garantido.
Ex.: salrio-mnimo de R$ 724,00 divididos por 44 horas = 16,45 reais por hora.
Este valor no pode ser reduzido).
O salrio varivel pode ser pago em: Comisso ou Produo (pea outarefa).
Comisso
Geralmente, por venda e por produo (art. 459 da CLT). Aqui, as comisses
devem ser pagas mensalmente, pois estamos diante de salrio e no de
comisso pura art. 466 da CLT).
Como funciona: em uma venda parcelada, o empregado que recebe por
comisso receber a sua tambm ms a ms.
Exemplo:o empregado vende um carro de 120 mil: uma entrada de 60 mil e
os outros 60 mil financiados. Como receber o empregado a sua comisso?
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Este deve receber toda a comisso de uma s vez, porque a parte financiada j
est na sua conta. Como a financiadora j quitou esse dbito, reservou para si
o direito de receber a parte financiada.
Lembre-se sempre de que, caso o empregado no atinja, em comisses, o valor
do salrio-mnimo dever ser garantido pelo empregador. Na prtica, se o
empregado tiver comisses a receber posteriormente, o empregador adianta
este valor para que no tenha que pagar do seu prprio bolso.
Produo (pea ou tarefa)
No salrio por produo, se o empregado produziu 100 peas e dentre elas 80ficaram boas e 20 com defeito, quanto ser devido ao empregado?
OBS.: Salrio misto = fixo + varivel. A parte fixa no precisa ser o valor do
salrio-mnimo, desde que, claro, a parte varivel garanta o salrio-mnimo.
OBS.: Pode-se estabelecer uma comisso de 2% em cima dos lucros de venda
e no somente sobre as vendas? No, pois como a participao nos lucros notem natureza salarial, como afirma a prpria CRFB/88, o empregado no pode
assumir o risco do negcio.
Salrio-utilidade
Conceito:Tudo que no for dinheiro.
A utilidade no se confunde com salrio-utilidade. Para que uma utilidade
fornecida pelo empregador tenha natureza salarial, necessria a sua
concesso habitual, gratuita para o empregado pelo seu trabalho, benfica e
que no haja lei retirando a natureza salarial da parcela.
Por exemplo: A participao nos lucros, onde a prpria CRFB/88 veda esta
natureza.
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DIREITO TUTELAR DO TRABALHO25
Para entender melhor, considere a situao:
900 reais em dinheiro +
300 reais em salo de beleza (se habitual e se for considerado salrio in natura)
= o salrio ser de R$ 1200.
Confira, abaixo, os requisitos envolvidos no salrio-utilidade:
1: Habitualidade
Critrio temporal: metade ou mais da metade do perodo. Quando se olha
para a habitualidade, temos que ter uma viso global da situao, seja ela
semanal, mensal ou anual.
Exemplos: 30 dias de trabalho ganha salrio-utilidade 10 vezes ao ms (o
vale salo de beleza); 30 dias de trabalho ganha 5 vezes o vale-cultura; 30
dias de trabalhoganha 1 vez o vale-cultura.
Todos so exemplos de habitualidade, mas, para ser comprovada esta
habitualidade, devemos verificar os meses seguintes.
O ms que o empregado ganha este vale, j corresponde para o clculo do
ms em que ganhou.
2: Utilidade
No pode ser pago em dinheiro. Para ser utilidade, necessrio ser um plus
(um benefcio) e no ser proibido por lei. Lembre-se de olhar tambm o art.
458, 2 da CLT.
A utilidade no pode gerar vcio Smula 367, II do TST.
OBS.: Tambm tomar cuidado com remdios de uso contnuos, pois como
geram dependncias no podem ser considerados salrio-utilidade. A
dependncia aqui pode ser entendida tanto fsica como orgnica.
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3: Gratuita
Para Sussekind, a utilidade deve ser onerosa para o empregador. O fato de o
empregador no pagar ou um terceiro pagar, para alguns, no descaracteriza a
utilidade.
Desconto em medicamentos pode ser considerado salrio-utilidade?
No, pois os descontos, nesses casos, entende-se como dinheiro.
Devemos tomar cuidado com dois institutos que causam muita confuso, pois
ambos podem ser considerados salrio-utilidade. So eles: Comodato e a
Permuta. No caso da permuta, no se admite a troca por dinheiro. Muitosempregadores usam esses institutos para tentar burlar a lei, porm o TST vem
desconsiderando esses contratos civilista burladores e tem dado ao
empregado como forma de salrio-utilidade.
Exemplo: porteiro de fbrica que recebe um imvel para morar com o pretexto
de apenas tomar conta dos cachorros. Todavia, se algum porteiro faltar e ele
tiver que cobri-lo, ou se os cachorros so um meio de vigilncia da fbrica, jdescaracterizaria o contrato civilista.
Pelo trabalho, no para o trabalho
Veja a Smula 367, I do TST.
No pode ser Contra Legem(Contra Lei)
Para ser utilidade, no pode estar prevista no rol do art. 458 da CLT.
Salrio: princpios e requisitos
Da irredutibilidade salarial:
De acordo com a nossa Constituio Federal (art. 7, inciso VI), o salrio no
pode ser reduzido, salvo conveno ou acordo coletivo. Trata-se de uma das
excees ao princpio protetor, em sentido estrito, mas que busca preserv-lo
em uma noo mais alta, pois a reduo salarial seria negociada na maioria das
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vezes em momentos de crise, com o que esta medida extrema evitaria um mal
maior, qual seja a reduo da empregabilidade.
Entretanto, como lembra Arnaldo Sssekind,1 a garantia constitucional dosalrio-mnimo aos que recebem remunerao varivel (art. 7, VII) se estende
aos que tm seus salrios estipulados por unidade de tempo, sendo limite
negociao coletiva in pejus citada nesta questo, e refora esta tese com a
lembrana da ratificao da Conveno n. 131/70 da OIT pelo Brasil, cujo
artigo II estipula que os salrios-mnimos no podero ser diminudos nem
mesmo por negociao coletiva.
Observa-se que prevalece o entendimento de tambm ser lcito a reduo do
salrio total se for contratada jornada reduzida, de forma que se pague o piso
salarial ou o salrio-mnimo proporcional ao tempo trabalhado (OJ n. 358 da
SDI-1 do TST, art. 58-A, 117 e 118 da CLT, art 7, VI da CFRB).
Por fim, ainda segundo Arnaldo Sssekind, cabe informar que a Constituio
Federal de 1988 adotou apenas em trs hipteses a flexibilizao de suasnormas por negociao coletiva (quais sejam, turnos ininterruptos de
revezamento, irredutibilidade salarial e compensao de horrios na semana
art. 7, VI, XIII e XIV), embora tal autor ache que a Constituio deveria ter
possibilitado legislao ordinria indicar, restritivamente, as hipteses nas
quais as partes, por meio da negociao coletiva, pudessem flexibilizar a
aplicao das normas ditadas pelo poder pblico, fixando apenas os mnimos
que no poderiam ser atacados por tal negociao.
Da igualdade de salrio em atividades idnticas:
A Constituio da Repblica (artigo 7o, XXX) e a CLT (artigos 460 e 461)
estipulam ser direito do empregado a equiparao salarial, como
1SSSEKIND, Arnaldo; MARANHO, Dlio; VIANNA, Segadas et alli. Instituies de direito do trabalho.v. I. 19. ed.So
Paulo: LTr Editora, 2000. p. 414-415.
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desdobramento do princpio da isonomia (artigo 5o, caput, CRFB/88) em seara
trabalhista: se todos so iguais, a trabalho igual, salrio igual.
A equiparao pode ser de salrios e de funes. Na primeira, no se discuteque o empregado exercia aquela funo, pleiteando-se o recebimento do valor
pago a algum que faa servio equivalente ou servio semelhante, uma vez
que no se ajustou salrio para ele.
Quanto a segunda, o empregado busca provar a prpria funo que lhe enseja
a paridade salarial com outra pessoa. Contudo, para se verificar a equiparao
salarial, necessrio preencher certos requisitos, a seguir elencados: a) que opostulante e o paradigma tenham a mesma funo (artigo 461, caput, CLT); b)
que seu trabalho se d na mesma localidade (artigo 461, caput, CLT); c) que
laborem para o mesmo empregador, podendo isto englobar as noes de grupo
econmico e de sucesso de empregadores (artigo 461, caput, CLT); d) que
no haja quadro de carreira homologado pelo Ministrio do Trabalho e
Previdncia Social (artigo 461, 2o CLT c/c enunciado 6 do TST); e) que haja
trabalho de igual valor entre reclamante e paradigma, vale dizer, que o trabalhode ambos tenha a mesma produtividade e perfeio tcnica, bem como que a
diferena entre reclamante e paradigma, na mesma funo, no supere dois
anos (artigo 461, 1o , CLT c/c Enunciado no 135 do TST).
Requisitos: art. 461 da CLT
a) Contemporaneidade:
Cargo vagomesma poca.
Se h criao de um cargo novo no h contemporaneidade, portanto no pode
ter equiparao salarial.
Ex.: O empregado contratado como auxiliar de servio geral promovido para
auxiliar administrativo, mas existe apenas uma vaga para auxiliar
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administrativo. O empregado que exercia anteriormente essa vaga recebia R$
3000, o que no significa que o empregado a ser promovida ir receber o
mesmo valor, pois no h contemporaneidade.
b) Mesmo empregador:
Divergncia: Grupo Econmicoart. 2, 2 da CLT.
Empregador nico: cabe equiparao (MAGANO, Catharino).
Solidariedade distintasmajoritria.
Grupo horizontal ou promiscuo ou coordenao: cabe equiparao.
Vertical ou por subordinao: no cabe equiparao.
Obs.: E no caso de Ciso, Fuso e Incorporao?
Ciso: Depende. Total, no h equiparao; e na parcial, vai depender
entendimento minoritrio, pois, para a maioria da doutrina, so empregadores
distintos e no cabe equiparao.
Fuso: Tem que equiparar se respeitar os requisitos.
Incorporao: Divergncia. Tem entendido (TST) que deve haver equiparao.
Obs.: Sucesso de empresas ou empregador.
O contrato continua vigendo e podendo haver equiparao.
Obs.: Terceirizao.
Divergnciamajoritriavnculo com o tomador.
Lei 6019/74art. 12, I.
Isonomia Equiparao.
GodinhoIsonomia.
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Smula 6, V do TST
SUM-6 do TST - EQUIPARAO SALARIAL. ART. 461 DA CLT (redao do item
VI
Alterada na sesso do Tribunal Pleno realizada em 16.11.2010. Res. 172/2010,
DEJT divulgado em 19, 22 e 23.11.2010:
V - A cesso de empregados no exclui a equiparao salarial, embora exercida
a funo em rgo governamental estranho cedente, se esta responde pelos
salrios do paradigma e do reclamante. (ex-smula n 111 - RA 102/1980, DJ
25.09.1980).
c) Mesma Localidade:
Municpiorevogao do art. 84 ao 111 da CLT.
Smula 6, X do TSTRegio Metropolitana (art. 25, 3 da CRFB/88).
Rio de Janeiroart. 1 da LC 105/02regio metropolitana.
d) Identidade de Atribuies:Smula 6, III e VII do TST.
Divergncia: Alice Monteiro, Magano e Sussekind.
Enfermeira de CTI e berrio, professor.
e)
Dois Anos na Mesma Funo:
Smula 6, II do TST.
Smula 202 do STF.
Perodos descontnuos.
f) Identidade de Produtividade:
Quantidade de trabalho.
g)
Mesma perfeio Tcnica:
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h) Ausncia de Plano de Cargos e Salrios com Alternncia de
Promoo:
Smulas 19/51 e 127 do TST.
Plano de Cargos art. 461,2 e 3 da CLT homologados pelo rgoCompetente .
Smula 06, I e 127 do TSTPreviso de alternnciaexpressa.
i) Readaptado no Serve como Paradigma:
Auxlio doena acidentrio.
Art. 461,4 da CLT.
j) Mesmo Regime Jurdico:
Para haver equiparao salarial, as partes envolvidas devem estar sob o mesmo
regime jurdico - Lei n 9.962/2000.
OJ 297 da SDI-I do TST (Ver smula nova).
Obs.: Reenquadramento e Desvio de Funo.
Reenquadramentover Smula 6, II do TST.Desvio de FunoSmula 363 do TST e OJ 125 da SDI-I (direito ao salrio).
Obs.: Substituio.
Provisriasmula 159, I do TST.
Periodicidade do salrio:
O salrio no pode ser estipulado por perodo superior a 1 (um) ms e deve ser
pago, no mximo, at o 5 dia til do ms subsequente ao vencido. isso o
que determina o artigo 459 e seu 1 da CLT. Ver tambm Smula 381 do
TST, que trata sobre correo monetria do salrio.
Entretanto, para toda regra h uma exceo. As comisses, percentagens e
gratificaes podem ser estipuladas em perodo superior a 1 (um) ms,
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conforme artigo 466 da CLT, posto que elas somente so exigveis depois de
ultimada a transao. Alm disso, o trmino da relao de trabalho no impede
o recebimento de tais comisses e percentagens (art. 466, 2 da CLT).
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De grande importncia so essas indagaes, pois refletem na competncia da justia
que ir julgar o caso. Se for um ntido contrato civilista, Justia Comum. Se for para
burlar a lei e sendo considerado salrio-utilidade, Justia do Trabalho.
Se aplica o salrio-utilidade ao domstico?Em regra, no por fora do art. 2-A,
caputda Lei n 5859/72. A exceo fica por conta do art. 2-A, 1 da Lei n 5859/72.
O art. 81 da CLT permite que o empregador desconte do salrio do empregado a
utilidade fornecida. O desconto uma faculdade e, quando realizado, descaracteriza a
natureza salarial da utilidade (MONTEIRO).
Art. 82, pargrafo nico da CLT o salrio tem de ser pago, no mnimo, 30% em
dinheiro, no pode ser pago somente em utilidades. Tem como intuito evitar o TruckSystem(impede o empregador de descontar 100% do salrio). Nesse sentido, OJ 18
da SDC do TST.
Moradia: O desconto tem que ser significativo, para descaracterizar a moradia como
salrio-utilidade. Se for pelo trabalho, a moradia seria um plus, um benefcio para o
empregado, de forma gratuita (PN 108 do TST). Mas, se a moradia for para o trabalho,
ela no ser considerada um benefcio.
OBS.:Veja a evoluo dos pisos salariais do Estado do Rio de Janeiro para funes,em tese, sem salrio normativo ou acordo coletivo ou conveno coletiva determinando
o salrio-mnimo da categoria (Lei Estadual n 6.402/13; Lei Estadual n 6.163/12; Lei
Estadual n 5.950/11).
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Referncias
CATHARINO, Jos Martins. Tratado jurdico do salrio. So Paulo: LTr
Editora, 1994.
TEIXEIRA FILHO, Joo de Lima; SSSEKIND, Arnaldo; MARANHO, Dlio et alli.
Instituies de direito do trabalho. v. I. 19. ed. So Paulo: LTr Editora,
2000.
CARRION, Valentin. Comentrios consolidao das leis do trabalho. 25.
ed. atual. e ampl. So Paulo: Saraiva, 2000.
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Exerccios de fixao
Questo 1
(Magistratura TRT1 -2010) Assinale a opo CORRETA a respeito de salrio e
remunerao:a) O proprietrio de uma empresa de porte mdio, com 25 empregados, deve,
segundo a legislao, pagar a todos eles, no ms de novembro de cada ano, o
adiantamento do dcimo terceiro salrio.
b) Se, em um restaurante de grande movimento, no se cobra na nota
apresentada aos clientes percentual inerente gorjeta, ento as gorjetas
recebidas pelos garons diretamente dos clientes no integraro sua
remunerao.c) Considere a seguinte situao hipottica. Carlos, arquiteto de uma grande
construtora, contratado em 19/03/2006, desde o incio do pacto laboral at o
dia 26/2/2009 viajou todos os meses e, para isso, recebeu, mensalmente,
dirias que correspondiam, em mdia, a 65% do seu salrio, sendo
desnecessria a prestao de contas dos gastos efetuados nessas viagens. A
partir de maro de 2009, as viagens passaram a ser de responsabilidade de
Aldo, novo arquiteto contratado pela construtora. Nessa situao hipottica, ovalor das dirias deveria integrar o salrio de Carlos, para todos os efeitos
legais, s at o ms de fevereiro de 2009.
d) A gratificao por tempo de servio tem carter indenizatrio e, por essa
razo, no integra o salrio.
a) Opo a)
b) Opo b)
c) Opo c)
d) Opo d)
Questo 2
(Magistratura TRT 1 Regio 2010) Um restaurante cobrava 10% (dez por
cento), nas notas, de seus clientes e distribua a quantia resultante em favor dos
empregados, parte destinada ao pessoal que servia as mesas e parte para o
pessoal da cozinha.
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Dentre as pessoas que participavam do rateio, estava o empregado H. de
Quixeramobim. Este senhor, alm de participar no atendimento das mesas, era o
responsvel pelas compras do restaurante e, para este servio, recebia carro da
empresa. Por um perodo, o carro da empresa esteve em oficina mecnica. Ocitado empregado teve que usar veculo prprio, recebendo da empresa, aps
exibir as respectivas notas fiscais, o reembolso das despesas com combustvel e
manuteno do veculo.
Tendo em mente estas informaes, analise as assertivas abaixo:
Ia quantia rateada definida como gorjeta, tendo por isso natureza de salrio;IIincide sobre a quantia, resultante do rateio, o FGTS;
III como o veculo, cedido pela empresa, era usado para o trabalho, pode-se
dizer que se trata em verdade de salrio pago em utilidade, por conseguinte
devida a incidncia de FGTS;
IV O reembolso das despesas com combustvel e manuteno do veculo tem
natureza tpica de indenizao;
Vincide FGTS sobre esta indenizao.
a) Se corretas todas as assertivas.
b) Se incorretas somente as assertivas I e II.
c) Se incorreta somente a assertiva V.
d) Se incorreta somente a assertiva I.
e) Se corretas somente as assertivas II e IV.
Questo 3
(MAGISTRATURA TRT1, 2010) Em sede de equiparao salarial, marque a
alternativa INCORRETA:
a) No caso do exerccio irregular de funo, que objeto de regulamentao legal,
a equiparao salarial no se pode verificar, sob pena de se atribuir validade ao
exerccio ilegal de profisso.
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b) Em tese, o trabalho artstico no pode ser comparado, j que possui valor
intrnseco e extrnseco.
c) O art. 358 da CLT, que garante o pagamento do mesmo salrio para brasileiro
que exera funo anloga a que exercida por estrangeiro, no tem maisvigncia.
d) O trabalho eventual, por perodo curto e atendendo a circunstncias
excepcionais, desautoriza a equiparao salarial, por se tratar de situao
extravagante, no caracterizando qualquer tratamento discriminatrio.
e) A identidade ou a diferena de nomenclatura do cargo, ocupado pelo
equiparando e pelo paradigma, no influi na aplicao do princpio isonmico.
Questo 4
(MAGISTRATURA TRT2, 2010) Considere as proposies luz da lei e da
jurisprudncia sumulada pelo TST.
I. A lei regula a participao dos trabalhadores nos lucros ou resultados da
empresa, como instrumento de integrao entre capital e o trabalho e comoincentivo produtividade, podendo substituir ou complementar a remunerao
devida a qualquer empregado, constituindo base de incidncia de encargos
trabalhistas, se lhe aplicando o princpio da habitualidade.
II. Nos termos do artigo 458 da CLT, no ter natureza salarial a utilidade
fornecida pelo empregador a ttulo de educao, em estabelecimento de ensino
prprio, compreendendo os valores relativos a uniformes escolares, matrcula,
mensalidade, material didtico e transporte para o local das aulas.
III. O auxlio alimentao fornecido pelo empregador, por meio de tquete, ter
natureza salarial e compor a sua remunerao para todos os efeitos legais,
ainda que a empresa seja participante do Programa de Alimentao ao
Trabalhador - PAT, institudo pela Lei n 6.321/76.
IV. Metade do valor correspondente gratificao natalina dever ser pago
entre os meses de fevereiro e novembro do ano corrente, sendo que a outra
metade dever ser quitada at o dia 31 de dezembro do ano corrente.
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V. Na cesso de empregados, para o exerccio da funo em rgo
governamental estranho cedente, ainda que a mesma fonte responda pelos
salrios do paradigma e do reclamante, fica excluda a equiparao salarial.
a) Esto corretas todas as assertivas.b) Nenhuma assertiva est correta.
c) Apenas as assertivas I, II e V esto corretas.
d) Apenas as assertivas III e V esto corretas.
e) Apenas as assertivas I, II e IV esto incorretas.
Questo 5
(MAGISTRATURA TRT3, 2007) So parcelas no salariais, EXCETO:a) Salrio-famlia.
b) Abono e rendimentos do PIS/Pasep.
c) Gorjetas.
d) Participao nos lucros ou resultados paga, conforme Lei n 10.101/2000.
e) Dirias para viagem que excedam de 50% do salrio percebido pelo empregado
e no se sujeitam prestao de contas.
Questo 6
(MAGISTRATURA TRT2, 2011) A legislao, tanto constitucional como
infraconstitucional, adota diversas medidas de proteo ao salrio, contra
abusos dos empregadores. Abaixo seguem algumas proposies. Aponte a
nica incorreta dentre elas:
a) A Lei n 3.207, de 1957, que regulamenta as atividades dos empregados
vendedores pracistas, assegura a irredutibilidade da remunerao, ainda que a
zona de trabalho do empregado vendedor seja ampliada ou restringida de
acordo com a necessidade da empresa.
b) lcita a reduo geral dos salrios dos empregados de empresa em caso de
fora maior ou prejuzos devidamente comprovados, conforme art. 503, da CLT,
sendo certo que a Constituio da Repblica restringiu essa norma, apenas
assegurando a garantia ao salrio-mnimo legal.
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c) Integra o rol das medidas de proteo ao salrio do empregado, previstas na
CLT, a proibio do truck-system.
d) Os descontos a ttulo de contribuio sindical no s esto reconhecidos pela
CLT, como tambm pela prpria Constituio da Repblica em vigor.
Questo 7
(MAGISTRATURA TRT3, 2009) Assinale a assertiva CORRETA em relao aos
enunciados de I a V, observadas a legislao pertinente e a consolidao
jurisprudencial do c. TST:
I As gorjetas, sejam cobradas pelo empregador na nota fiscal ou oferecidas
espontaneamente pelos clientes, integram a remunerao do empregado, comosumulado pelo c. TST, em sintonia com o caput do art. 457 da CLT.
IIO adicional por tempo de servio integra o clculo da gratificao prevista
no art. 224, 2 da CLT, na forma consolidada em smula do C. TST.
IIIA parcela paga aos bancrios sob a denominao quebra de caixa possui
natureza salarial, integrando o salrio do prestador de servios, para todos os
efeitos legais, de acordo com entendimento sumulado do c. TST.
IV O adicional noturno deve compor a base de clculo do adicional depericulosidade, j que neste perodo o trabalhador permanece sob as condies
de risco, em respeito orientao jurisprudencial do c. TST.
V Ocorrendo a extino do contrato de trabalho antes de 20 de dezembro,
poder o empregador compensar eventual adiantamento da gratificao
natalina realizado no respectivo ano, limitada a compensao ao valor devido
ao mesmo ttulo.
a) Somente um enunciado verdadeiro.
b) Somente dois enunciados so verdadeiros.
c) Somente trs enunciados so verdadeiros.
d) Somente quatro enunciados so verdadeiros.
e) Todos os enunciados so verdadeiros.
Questo 8
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(MAGISTRATURA TRT3, 2009) Assinale a assertiva CORRETA em relao aos
enunciados de I a V, observada consolidao jurisprudencial do c. TST:
I Em face das peculiaridades do trabalho intelectual, no possvel obter
equiparaosalarial em razo da impossibilidade de se mensurar a produtividade e a
perfeio tcnica da capacidade intelectual, como sumulado entendimento do E.
TST.
IIA cesso de empregado no exclui a equiparao salarial, embora exercida
a funo em rgo estranho cedente, se esta responde pelos salrios do
paradigma e do autor, de acordo com entendimento consolidado do c. TST.
III O simples desvio funcional do empregado no gera direito a novoenquadramento, mas apenas s diferenas salariais respectivas,
independentemente da data de incio do desvio de funo, sendo este
entendimento cristalizado em orientao jurisprudencial do TST.
IVPresentes os pressupostos do art. 461 da CLT, irrelevante a circunstncia
de que o desnvel salarial tenha origem em deciso judicial que beneficiou o
paradigma, exceto se decorrente de tese jurdica superada pela jurisprudncia
da Corte Superior ou se oriunda de vantagem pessoal.VO conceito de mesma localidade de que trata o art. 461 da CLT refere-se
ao mesmo municpio ou a municpios distintos que, comprovadamente,
pertenam mesma regio metropolitana, conforme entendimento consolidado
pela Superior Corte Trabalhista.
a) Somente um enunciado verdadeiro.
b) Somente dois enunciados so verdadeiros.
c) Somente trs enunciados so verdadeiros.
d) Somente quatro enunciados so verdadeiros.
e) Todos os enunciados so verdadeiros.
Questo 9
(MAGISTRATURA TRT3, - 2008) Analise as proposies abaixo e assinale a
alternativa CORRETA, conforme sejam verdadeiras ou falsas:
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I - Em caso de resciso de contrato de trabalho, havendo controvrsia sobre o
montante das verbas rescisrias, o empregador obrigado a pagar ao
trabalhador, na data do comparecimento Justia do Trabalho, a parte
incontroversa dessas verbas, sob pena de pag-las acrescidas de 50%. Estaregra no se aplica Unio, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municpios e
as suas autarquias e fundaes pblicas.
II - necessria autorizao do empregado para que o empregador efetue
descontos na folha de pagamento relativos a contribuies devidas ao
Sindicato, salvo quanto contribuio sindical.
III - Constitui crime a reteno dolosa do salrio.
IV - Em caso de dano causado pelo empregado, o desconto salarial ser lcito,desde de que esta possibilidade tenha sido acordada ou na ocorrncia de dolo
do empregado.
V - O salrio-base do contrato ser, obrigatoriamente, estipulado em moeda
nacional, mas a remunerao devida durante a transferncia do empregado
contratado por empresas prestadoras de servios de engenharia, inclusive
consultoria, projetos e obras, montagens, gerenciamento e congneres, para
prestar servios no exterior, computado o adicional de transferncia, poder, notodo ou em parte, ser pago no exterior, em moeda estrangeira.
a) Apenas as proposies II e III so verdadeiras.
b) Apenas as proposies III e IV so verdadeiras.
c) Apenas as proposies I, II e IV so verdadeiras.
d) Apenas as proposies II, IV e V so verdadeiras.
e) Todas as proposies so verdadeiras.
Questo 10
(MAGISTRATURA TRT8, 2008) Com relao ao salrio, CORRETO afirmar que:
a) No considerado salrio-utilidade o fornecimento pelo empregador de
equipamentos e outros acessrios para a prestao do servio, salvo quando
entregues de forma habitual.
b) No tem natureza salarial o pagamento de adicionais de forma habitual,
como ocorre com o adicional por tempo de servio fixado por quinqunio.
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c) Ao contrrio do que ocorre na resciso do contrato de trabalho em que o
menor de 18 (dezoito) anos no pode dar, sem assistncia dos seus
responsveis legais, quitao ao empregador pelo recebimento da indenizao
que lhe for devida, no caso que envolve salrio mensal, deve a ele ser pagodiretamente o valor, posto que goza de autonomia para receber e dar quitao.
d) Sendo idntica a funo a todo trabalho de igual valor, prestado ao mesmo
empregador, corresponder igual salrio, vedada a distino de sexo,
nacionalidade, idade ou tempo de servio.
a) Opo a)
b) Opo b)
c) Opo c)d) Opo d)
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Comutativo: o contrato em que cada uma das partes, alm de receber da
outra prestao equivalente sua, pode apreciar imediatamente essaequivalncia.
o caso da compra e venda em que se equivalem, geralmente, s prestaes
dos dois contratantes, que bem podem aferir a equivalncia. Os contratos
comutativos apresentam grandes semelhanas com os contratos
bilaterais. Existe uma equivalncia entre a prestao (vantagem) e a
contraprestao (sacrifcio). Essa equivalncia subjetiva, existe apenas noesprito dos contratantes, e no necessariamente na realidade, mesmo porque
cada parte juiz de suas convenincias e interesses.
Sinalagmtico: Significa uma relao de obrigao, contrada entre duas
partes de comum acordo de vontades. Cada parte condiciona a sua prestao
contraprestao da outra, ou seja, so contraprestaes recprocas.
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Aula 1
Exerccios de fixaoQuesto 1 - C
Justificativa: Art. 457 1 e 2 da CLT.
Questo 2 - B
Justificativa: I: Incorreta. Ver o art. 457, capute 3, da CLT e a Smula 290
do TST; II: Correta, segundo o art. 15 da Lei n 8.036/90, III Incorreta, pois
o veculo seria salrio-utilidade, caso fosse fornecido pelo trabalho, e no parao trabalho, segundo o art. 458, 2, I, da CLT; IV: Correta, por definio; V:
Incorreta, por no se tratar de remunerao.
Questo 3 - A
Justificativa: Artigo 461, da CLT e Artigo 47 do Decreto Lei n 3688/41.
Questo 4 - B
Justificativa: I: Errada. Ver o art. 3 da Lei n 10.101/2000;
II: Errada. Ver o art. 458, II da CLT;
III: Errada. Ver o art. 3 da Lei n 6.321/76 e a OJ 133 da SDI-1 do TST;
IV: Errada. Ver o artigo 1 da Lei n 4.090/62;
V: Errada. Ver a Smula 6, V, do TST.
Questo 5 - E
Justificativa: Art. 457 1 da CLT.
Questo 6 - B
Justificativa: A: corretaart. 2, 1 da Lei n 3.207/57;
B: incorretaart. 7, inciso VI, da CF;
C: correta462 2 da CLT;
D: corretaart. 462 1 da CLT;
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E: corretaart. 8, inciso IV, da CF e 579, da CLT.
Questo 7 - B
Justificativa: I: incorretoSmula 290 do C. TST e art. 457, da CLT;II: corretoSmula 240, do TST;
III: corretoSmula 247, do TST;
IV: incorretoOJ 259 da SDI-1, do TST;
V: incorretoart. 3 da Lei n 2.749/65.
Questo 8 - D
Justificativa: I: incorretoSmula 6, VII do C. TST;II: corretoSmula 6, V, do TST;
III: corretoOJ 125, da SDI-1, do TST;
IV: correta - Smula 6, VI, do TST;
V: corretoSmula 6, X, do TST.
Questo 9 - E
Justificativa: I: corretoart. 467, da CLT;II: corretoOJ 17 da SDC, do TST e Smula 666 do STF;
III: corretoart. 7. X da CF;
IV: corretaart. 462, 1 da CLT;
V: corretoart. 5 da Lei n 7.064/82.
Questo 10 - C
Justificativa: Art. 539, da CLT.
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