ESTUDO DIRIGIDO - PSICOSSOMÁTICA

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Aula ministrada por Bruno Augusto das Chagas no Instituto Ários Clínica e Pesquisa em Psicanálise e Psicologia que aborda: Estudo sobre os fenomenos psicossomáticos, origem e desdobramentos

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Psicossomática

Tema:

Coordenação Bruno Chagas

“Corpo: envelope psíquico da dor”

Denominações: •somatose (um fenômeno clínico que se expressa no corpo),

• psicossomática,

• doença psicossomática,

• conversão somática,

• manifestação somática,

• manifestação somatoforme,

• transtorno somatoforme,

• distúrbio psicossomático,

• psicopatologia somática.

DSM-IV TRTranstornos Somatoformes : Sugerem

uma condição médica geral, porém não são

completamente explicados por uma condição

médica, pelos efeitos diretos de uma substância

ou por um transtorno mental.

Transtorno de Somatização

-Transtorno Somatoforme indiferenciado

-Transtorno Conversivo

-Transtorno Doloroso

-Hipocondria

-Transtorno Dismórfico

-Transtorno de Somatição sem outra especificação

A) Pelo menos dois anos de sintomas físicos múltiplos e variáveis para os quais nenhuma

explicação adequada foi encontrada;B)Recusa persistente de aceitar a Informação ou o reasseguramento de diversos médicos de que não

há explicação física para os sintomas;C) Certo grau de comprometimento do

funcionamento social e familiar atribuíveis à natureza dos sintomas e ao comportamento

resultante.

DIRETRIZES DIAGNÓSTICA:

Na somatização o sujeito se

encontra no que surge

“somatizado”.

J.-D. Nasio: Um sintoma

é sempre, apesar do fato

de se repetir, algo novo, é

sempre metáfora.

O individuo é uma câmara negra furada por uma

buraquinho que corresponde aos olhos. O interior

é totalmente oposto e diferente do exterior. Há,

portanto, entre o interno e o externo,

a superfície da pele.

SÓ POSSO CONHECER O QUE ESTÁ FORA

DE MIM ATRAVÉS DE REPRESENTAÇÕES, E

ESSAS REPRESENTAÇÕES EXISTEM NO

PSIQUISMO DO SUJEITO, SENDO ESTAS

REPRESENTAÇÕES POSSIBILIDADES DE

CONHECIMENTO.

O movimento pulsional e seus três momentos (movimento de 2 voltas)

A pulsão é um trabalho em espiral, uma perfuração, o movimento pulsional é um

movimento em voltas

Lacan propõe que, em vez de se dizer: olhar, ser

olhado e olhar-se (alias olhar-se é olhar seu corpo)

isto quer dizer que “olhar-se” é equivalente a “ser

olhar”, assim ele propõe a seguinte formula:

“fazer-se”... Fazer-se o quê?

Fazer-se olhar, fazer-se voz, fazer-se cocô, fazer-se

seio...

Pois são deste viés que se formam as formações

do objeto a.

Quando estudamos as doenças psicossomáticas,

ocorre imediatamente a ideia que há um déficit,

há uma falta, há uma dissociação, devemos

portanto pensar o inverso, pois esta manifestação

deve ser observada como algo criativo, como

algo novo que toma consistência.

Uma lesão não é um déficit ou um defeito, é um

engendramento. Lacan aborda sobre a palavra

separare, engendrar; separar é engendrar, mesmo se

às vezes este engendramento (formar/produzir) é

monstruoso, mesmo se se trata de um delírio, de uma

alucinação, é positivo, produtivo porque é algo que sai,

algo que avança, algo que deixa rastro.

Somatizações e as formas de Gozo:

Sobre a hipótese de formações do

objeto a é uma maneira de opor

meios diferentes que temos para

gozar. Temos os seguintes meios de

gozar:

1. Com palavras, com significantes,

com símbolos e isso são

sintomas – um dizer;

2. Com partes do corpo e isso se

chama fantasia – um fazer;

3. A passagem ao ato – é uma ação

• Gozo - é um lugar condensador de grande carga libidinal, que tem o poder de atrair,

de concentrar em torno de si, sendo potencia de perseverança e de persistência

da pulsão.

• Neste contexto podemos compreender também como a interação (de múltiplas

vias) entre prazer e sofrimento mas, sobretudo, o modo de divisão do sujeito.

Segundo o conceito de Minetismo –

animais/plantas que adotam a aparência do

ambiente que os cerca (os das demandas do

meio) – daremos o exemplo de uma borboleta

fêmea que toma a forma, a mesma cor e adota o

mesmo comportamento que uma borboleta de

outro gênero, mas dentro da mesma espécie,

enganando assim as borboletas machos e até

os cientistas que tentavam estudá-la.

O Gozo e sua relação com o

Minetismo

Os três tipos de minetismo:o disfarce, a camuflagem e a intimidação.

A respeito do Minetismo ele tem utilidade na luta pela vida, na seleção natural ou ainda para espantar

predadores , ou seja transformar-se para gerar maior atração do que o aspecto habitual.

A primeira descrição analítica de uma doença psicossomática seria que é uma lesão que não remete a

nada, que se fecha sobre si mesma, a interpretação é exatamente o oposto: ela pode nomear, ela pode interpretar a fantasia, podemos dizer muito a seu

respeito.

Existem sempre nas afecções somáticas

4 ordens particulares:

1. Significantes datais;

2. O sobrenome e o nome vão fazer

eco ao significante que

desencadeiam fenômenos

psicossomáticos;

3. Quanto ao sexo biológico;

4. As holofrases e a produção de

significantes.

As ordens significantes

As ordens e a função do analista

Ao observar estas ordens cabe enquanto

função do analista uma necessidade de

nomear essas formações, dar uma nome a

lesão é fazer com que o paciente possa

retomar uma palavra de algo compacto, isso

não é para que o paciente ache uma nova

teoria sobre seu sintoma, e sim para que

encontre um sintoma novo, no lugar da lesão.

Pois o analista sabe a palavra que falta, ele

representa as palavras que faltam e sua

simples presença dá as condições para que o

paciente nomeie sua lesão.

Assim cabe ao analista decifrar as formações

do inconsciente o que não quer dizer desvelar

o sentido oculto delas, mas sim, permutar um

signo por outro, introduzir uma nova cifra e

compor uma nova sequência de signos.

O louco é alguém livre, bem como aquele que esta

doente de alguma coisa no corpo, mesmo se eles

sofrem, há alguma coisa da ordem da liberdade

que nós não temos, pois eles não tem que se

alienar em um destino a advir eles não tem que

seguir, que esperar, que se apagar em uma cadeia,

em uma historia, em uma repetição.

Eles não se apagam, eles não se afanisam (medo

patologico de se tornar sexualmente impotentes),

eles são:

eu sou onde não penso, o sujeito da lesão do órgão

é um “eu sou a lesão” e o outro “eu sou o gozo”.

“Um deseja e outro alucina, um

deseja e o outro cai enfermo, um

deseja e outro faz passagem ao ato”

Bruno Augusto – Psicanalista e Diretor do Instituto Ários Clínica e Pesquisa em Psicanálise e Psicologia.

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