Setembro de 1998 Responsabilidade Civil do Médico Acadêmica: Flávia Karina da Costa Orientador:...

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Setembro de 1998

Responsabilidade Responsabilidade Civil do MédicoCivil do Médico

Acadêmica: Flávia Karina da CostaAcadêmica: Flávia Karina da Costa

Orientador: Paulo Marcondes Orientador: Paulo Marcondes BrincasBrincas

Copyright (C) 1998 LINJUR. Proibidas alterações sem o consentimento por escrito dos autores. Reprodução / Distribuição autorizadas desde que mantido o “Copyright”. É vedado o uso comercial sem prévia autorização por escrito dos autores.

Responsabilidade Civil do Médico 2

Atualmente, grande é a importância da responsabilidade civil por dirigir-se à restauração de um equilíbrio patrimonial e moral desfeito e à redistribuição da riqueza de conformidade com os ditames da justiça, tutelando a pertinência de um bem, com todas as suas utilidades, presentes e futuras, a um sujeito determinado

IntroduçãoIntrodução

Responsabilidade Civil do Médico 3

O interesse em restabelecer o equilíbrio violado pelo dano é a fonte da responsabilidade civil

Fonte da Responsabilidade Fonte da Responsabilidade CivilCivil

Responsabilidade Civil do Médico 4

Na responsabilidade civil são a perda ou a diminuição verificadas no patrimônio do lesado ou do dano moral que geram a reação legal, movida pela ilicitude da ação do autor da lesão ou pelo risco

Fatos Geradores da Fatos Geradores da Reação LegalReação Legal

Responsabilidade Civil do Médico 5

A finalidade precípua da responsabilidade civil é a reparação do dano causado a outrem, desfazendo tanto quanto possível seus efeitos, restituindo o prejudicado ao statu quo ante

Finalidade da Finalidade da Responsabilidade CivilResponsabilidade Civil

Responsabilidade Civil do Médico 6

Tal Obrigação de Ressarcir o Tal Obrigação de Ressarcir o Prejuízo Causado pode Originar-Prejuízo Causado pode Originar-se:se:

a) da inexecução do contrato;a) da inexecução do contrato; b) da lesão a direito subjetivo, sem que b) da lesão a direito subjetivo, sem que

preexista entre lesado e lesante preexista entre lesado e lesante qualquer relação jurídica que a qualquer relação jurídica que a possibilitepossibilite

Responsabilidade Civil do Médico 7

Se todas as pessoas estão subordinadas à preceituação genérica, algumas se encontram adstritas a normas específicas, reguladoras de sua profissão, arte ou ofício

Preceituação EspecíficaPreceituação Específica

Responsabilidade Civil do Médico 8

A responsabilidade civil do médico, no Brasil, é regulada pelo CC (arts. 159, 1537, 1538, 1539 e 1545), pelo § 6º do art. 37 da CF e pelo art. 14, caput e § 4º do Código do Consumidor

Legislação EspecíficaLegislação Específica

Responsabilidade Civil do Médico 9

“ Os médicos, cirurgiões, farmacêuticos, parteiras e dentistas são obrigados a satisfazer o dano, sempre que a imprudência, negligência ou imperícia, em atos profissionais, resultar morte, inabilitação de servir, ou ferimento”

Art. 1545 do Código CivilArt. 1545 do Código Civil

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Apesar de o Código Civil Brasileiro colocar a responsabilidade médica dentre os atos ilícitos, não mais acende controvérsias caracterizar-se a responsabilidade médica como contratual

Natureza JurídicaNatureza Jurídica

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Poderá, mesmo assim, existir responsabilidade médica que não tenha origem no contrato. Ex: O médico que atende alguém desmaiado na rua

Exceção à Exceção à Responsabilidade Responsabilidade

ContratualContratual

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A obrigação de reparar o dano, entretanto, sempre existirá, seja produzida dentro do contrato ou fora dele

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Contudo, o fato de se considerar como contratual a responsabilidade médica não tem, ao contrário do que poderia parecer, o resultado de presumir a culpa

Presunção da CulpaPresunção da Culpa

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O médico não se compromete a curar, mas a proceder de acordo com as regras e os métodos da profissão

Obrigação de MeioObrigação de Meio

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Exceção apenas para o caso dos cirurgiões plásticos cosmetológicos e anestesiologistas, onde a finalidade da prestação é o resultado

Obrigação de ResultadoObrigação de Resultado

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Assentados no conceito de responsabilidade contratual, os doutrinadores decompõem as obrigações do médico em:

Obrigações MédicasObrigações Médicas

a) deveres de conselho;a) deveres de conselho; b) cuidados e assistência;b) cuidados e assistência; c) abstenção de abusos e desvios de poderc) abstenção de abusos e desvios de poder

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Em virtude de estarmos diante de um contrato, não há como presumir a culpa médica. Cabendo ao autor a prova de que o médico agiu com culpa

Ônus da ProvaÔnus da Prova

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As Infringências As Infringências Contratuais Decorrem deContratuais Decorrem de

OmissãoOmissão ImprudênciaImprudência NegligênciaNegligência ImperíciaImperícia

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Falta de cuidado capaz de determinar responsabilidade por culpa. Ex: erros de diagnósticos, tratamento impróprio ou inadequado, falta de cuidados indispensáveis, falta de higiene

NegligênciaNegligência

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É descautela, descuido, prática de ação irrefletida ou precipitada, sem as necessárias precauções, resultante de imprevisão do agente em relação a ato que podia e devia pressupor

ImprudênciaImprudência

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É ignorância, incompetência, desconhecimento, inexperiência, inabilidade, imaestria na arte ou profissão

ImperíciaImperícia

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Exigências legais:

Caracterização da Caracterização da Responsabilidade Civil Responsabilidade Civil

MédicaMédica

O agente. Podendo somente ser médicoO agente. Podendo somente ser médico O ato. O dano deverá ser conseqüente a um O ato. O dano deverá ser conseqüente a um

ato médico lícitoato médico lícito A culpa. Em qualquer de suas modalidades:A culpa. Em qualquer de suas modalidades:

– ImprudênciaImprudência– NegligênciaNegligência– ImperíciaImperícia

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Caracterização da Caracterização da Responsabilidade Civil Responsabilidade Civil

MédicaMédica

O dano. O resultado lesivo; eO dano. O resultado lesivo; e e) O nexo de causalidade. É a relação de e) O nexo de causalidade. É a relação de

causa e efeito entre a ação ou omissão do causa e efeito entre a ação ou omissão do agente e o agente e o damnum damnum verificado. Vem verificado. Vem expresso no verbo causar, utilizado no art. expresso no verbo causar, utilizado no art. 159 do CC159 do CC

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Os danos médicos indenizáveis, podem ser físicos (ou corporais), materiais ou morais

Danos MédicosDanos Médicos

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Assumem maior relevância. O prejuízo corporal se compõem de elementos variáveis, indenizáveis separadamente, conforme a invalidez, p. Ex., seja parcial, total, permanente ou temporária

Danos FísicosDanos Físicos

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São, em sua maioria, conseqüências de danos físicos: lucros cessantes, despesas médico-hospitalares, medicamentos, etc

DANOS MATERIAISDANOS MATERIAIS(OU PATRIMONIAIS)(OU PATRIMONIAIS)

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Consiste em determinar o quantum, em pecúnia, que incumbirá ao causador despender em prol do lesado

LIQUIDAÇÃO DO DANO LIQUIDAÇÃO DO DANO MÉDICOMÉDICO

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Se não houver adimplemento espontâneo da obrigação assim tornada certa, recorrer-se-á à execução

ExecuçãoExecução

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No que pertine aos danos de índole patrimonial, sobrevindo morte, privam-se os beneficiários da renda auferida pelo falecido e aí surge dano também indenizável

Morte do PacienteMorte do Paciente

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No caso de erro profissional em que resultar morte do paciente, a indenização constituirá nas despesas de tratamento que tenha tido o falecido, seu funeral, luto da família, assim como nos alimentos a quem a vítima os devia

Morte do PacienteMorte do Paciente

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Em caso de morte, aplicam-se as disposições do art. 1537, do CC, e art. 602, do CPC. Este artigo da Lei processual não incide quando o réu é pessoa jurídica de direito público interno

Morte do PacienteMorte do Paciente

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Incluem os danos estéticos, a dor sofrida, o profundo mal-estar advindo de danos causados à esfera das relações sexuais, a frustração pela abrupta cessação de uma atividade profissional e uma infinidade de outras situações, sobretudo vinculadas aos direitos da personalidade

Danos MoraisDanos Morais

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No que pertine aos gastos com funeral, deve-se ter em conta a limitação ditada pela própria situação social da vítima

FuneralFuneral

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As despesas com funeral incluem gastos com o velório, féretro, transporte, aquisição de terreno em cemitério e, até lápide adequada à condição econômico-social do extinto – tudo evidentemente comprovado

FuneralFuneral

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Não é apenas o pretium doloris; refere-se à ausência do ente querido, aos danos decorrentes da privação do convívio do desaparecido, no seio familiar

Luto FamiliarLuto Familiar

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No caso de ferimento ou outra lesão à saúde, o culpado indenizará o ofendido nas despesas de tratamento e lucros cessantes, até o fim da convalescença (art. 1538, CC), atualizado monetariamente o débito (Súmula 562, STF)

Lesões à SaúdeLesões à Saúde

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Deverá ser arbitrado pelo juiz, como determinado art. 1553 do CC. Insta frisar que não se trata de liquidação por arbitramento, regrada no CPC

Liquidação do Dano Liquidação do Dano MoralMoral

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Incumbe ao julgador, ele próprio, não a um árbitro, estranho ao juízo, estipular um valor certo à guisa de dano moral

Dano MoralDano Moral

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Como a fixação do montante dessa compensação, no direito pátrio, é remetida ao prudente arbítrio do juiz, não se encontra uniformidade nessas determinações

Dano MoralDano Moral

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Admitindo-se que os rendimentos auferidos pelo chefe de família, um terço é consumido com suas próprias despesas, a pensão mensal será de dois terços da renda comprovada da vítima, na data do evento

Pensão AlimentíciaPensão Alimentícia

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A pensão sempre será expressa, na sentença, em número certo de salários mínimos, sobre os quais incidem os aumentos, evitando-se assim complexos cálculos de atualização e outros inconvenientes

Pensão AlimentíciaPensão Alimentícia

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Deve-se constituir um capital, representado por imóveis ou títulos da dívida pública, que assegure o cabal cumprimento das prestações vincendas, na forma do art. 602, do CPC

Constituição de Constituição de CapitalCapital

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A prescrição regula-se pelo art. 177, do CC – vintenária

PRESCRIÇÃOPRESCRIÇÃO

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Contra a União, Estados e Municípios, porém, a prescrição se dá em 5 anos, a teor do art 1º, do Dec. 20.910, de 06.01.32

PRESCRIÇÃOPRESCRIÇÃO

Responsabilidade Civil do Médico 45

Quando se trata de responsabilidade civil ex delicto, havendo já decisão condenatória criminal, o prazo prescricional passa a fluir da data do trânsito em julgado da sentença que confere à vítima título executivo

PRESCRIÇÃOPRESCRIÇÃO

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BibliografiaBibliografia

DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. 8 ed. São Paulo: Saraiva, 1994. v.7: Responsabilidade.

KFOURI Neto, Miguel. Responsabilidade Civil do Médico. São Paulo: RT, 1994.

RODRIGUES, Sílvio. Dreito Civil. 14 ed. São Paulo: Saraiva, 1995. v.4: Responsabilidade Civil.

STOCO, Rui. Responsabilidade Civil e Sua Interpretação Jurisprudencial. 2 ed., São Paulo: RT, 1995.

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Aluna: Flávia Karina da CostaProfessores: Aires José Rover

Olsen da VeigaSemestre: 98.1e-mail: a94105227@ccj.ufsc.br

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