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COMISSÃO DE AVERIGUAÇÃO PRELIMINAR – FAAC (Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação) - CÂMPUS de BAURU
PROCESSO Nº 935/15
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RELATÓRIO FINAL
Aos vinte e três dias do mês de setembro do corrente ano, na sala de Reuniões
do Departamento de Comunicação Social, reuniu-se a comissão de apuração
preliminar, e o representante da OAB, para oferecer relatório final, que segue lançado
nos termos abaixo alinhavados.
O presente procedimento foi instaurado em razão de notícia trazida pelo Prof.
Dr. Juarez Tadeu de Paula Xavier, em ofício datado de 24 de julho de 2015. Segundo
relato, houve a prática de pichações racistas em face de sua pessoa, contra mulheres
negras da instituição e coletivos de jovens afrodescendentes. O referido ofício informa
que tais atos foram praticados no banheiro masculino de uso comum do DCSO, com
juntada de fotografias, conforme se verifica as folhas de número 03 a 13.
Expedida a portaria FAAC n.64 de 27 de julho de 2015 (fls.14), foi juntado aos
autos ofício n.65/2015 da ordem dos Advogados do Brasil, 21ª Subseção Bauru, com
indicação do Dr. Antônio Carlos da Silva Barros para acompanhar os trabalhos (fls.16).
Em razão de novos fatos verificados no Campus, o vice-diretor da FAAC
determinou a juntada de novos documentos, como se verifica as folhas 17 a 23
apresentadas pelo discente Pedro Borges Franco Zimmerman do Nascimento, do
curso de jornalismo.
Diante de pedido formalizado pela servidora Adriana Marineli Gonçalves Alves
de Souza, a autoridade expediu portaria complementar, com indicação da servidora
Natalia Martin Viola para secretariar a comissão (fls. 24/26).
Em complemento foi juntado outros documentos (Ata de reunião aberta da
Congregação da FAAC do dia 30 de julho de 2015 – fls. 27/30; Moção do
Departamento de Educação Física – fls. 31; Moção de Repúdio da Diretoria da FAAC -
fls. 32 e 32vv; Nota do Diretor da FAAC à comunidade em geral - fls. 33; Nota do GAC -
fls.34; Proposta de Congregação Aberta do Prof. Clodoaldo M. Cardoso - fls. 35).
No dia 06 de agosto de 2015 a comissão se reuniu para instalar os trabalhos,
ocasião em que deliberada a tomada de depoimentos como testemunhas: Prof. Dr.
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Juarez Tadeu de Paula Xavier; funcionária da empresa terceirizada, Sra. Maria Santos
Pereira; a coordenadora do GT do NUPE, Profª. Dra. Andresa Ugaya; representantes
dos coletivos “Kimpa”, “Abre Alas” e “Prisma” (fls.36).
Deferida ainda, a participação dos representantes da OAB/SP, Seccional Bauru,
Dr. Luiz Eduardo Penteado Borgo (OAB 259861/SP) e Dr. Antônio Carlos da Silva Barros
(OAB 114467/SP).
Expedidas as notificações (fls. 37/50), a comissão solicitou a prorrogação dos
trabalhos (fls. 51) com indicação das tarefas realizadas, com deferimento pela
autoridade conforme despacho de fls. 51vv. Na mesma data, a presidente da comissão
encaminhou pedido com solicitações especificas conforme de verifica nas fls. 52,
sendo que a autoridade comunicou as medidas adotadas, conforme despacho de fls.
52vv.
Ainda no dia 31 de agosto de 2015, a comissão realizou oitivas das
testemunhas:
Prof. Dr. Juarez Tadeu de Paula Xavier (fls.53/57);
Funcionária da empresa terceirizada, Sra. Maria Santos Pereira (fls. 58/59);
Funcionária da empresa terceirizada, Sra. Cristiane Aparecida Neves da Silva
(fls. 60/61);
Coordenadora do NUPE, Profª. Dra. Andresa Ugaya (fls. 62/64);
Representante do coletivo “Kimpa”, Leticia Lucas de Maceno (fls.65/66);
Representante do coletivo “Kimpa”, Ana Carolina Moraes (fls. 67/68);
Representante do coletivo “Abre-Alas”, Julia Vieira da Conceição (fls.
69/70);
Além disto, a comissão registrou a ausência de representante do Coletivo
“Prisma” muito embora devidamente notificado (fls. 71); e ainda indicou pontuar
correções e medidas a serem realizadas (fls. 72/73).
Encaminhada a solicitação (fls. 74) foi juntada aos autos a resposta com
documentos (fls. 75/77).
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A comissão tomou conhecimento informal de que a secretária Natalia possuía
informações relevantes pelo que colhido seu depoimento às fls. 78/80, com juntada de
fotografias às fls. 81/85.
Esses foram os trabalhos desenvolvidos pela comissão que passa a relatar e
opinar.
AÇÕES RACISTAS OCORRIDAS NO ESPAÇO DO CÂMPUS BAURU DA UNESP
A Comissão de Apuração Preliminar (CAP), de natureza investigativa em razão
dos fatos e atos racistas praticados no Campus de Bauru e que deram origem ao
Processo nº 935/15, instruído conforme relatos formalizados na documentação que o
institui, através da Portaria FAAC nº 64 de 27 de julho de 2015 e alterada pela Portaria
FAAC nº 69 de 18 de agosto de 2015, composta pelos membros: professora Adjunta
Maria Cristina Gobbi (Departamento de Comunicação Social), professor Dr. Clodoaldo
Meneguello Cardoso (Departamento de Ciências Humanas); servidor Edvaldo José
Scoton (Departamento de Ciências Humanas), servidora Adriana Marineli Gonçalves de
Souza (Observatório de Educação em Direitos Humanos), que por afastamento médico
foi substituída pela servidora Natalia Martin Viola (Departamento de Comunicação
Social), Dr. Luiz Fernando Barcellos (Procurador da Universidade), dos representantes
da Seccional Bauru da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Dr. Luiz Eduardo
Penteado Borgo e Dr. Antônio Carlos da Silva Barros, sob a Presidência da professora
Adjunta Maria Cristina Gobbi, foi instalada no dia 06 de agosto de 2015, na sala 69 da
Central de Salas da UNESP, para averiguar, no prazo de 30 (trinta) dias, a denúncia de
atos racistas ocorridos no mês de julho no banheiro masculino próximo ao
Departamento de Comunicação Social, conforme ofício enviado em pelo professor Dr.
Juarez Tadeu de Paula Xavier, chefe do Departamento de Comunicação Social e
diretamente citado nas inscrições racistas, sem prejuízo da apuração/investigação de
fatos que se ligam ao objeto principal, notadamente na seara dos Direitos Humanos.
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Com essa finalidade, foi estabelecido um plano de trabalho que abrangeu sete
eixos:
Oitiva do professor Dr. Juarez de Paula Xavier;
Oitiva das funcionárias terceirizadas, responsáveis pela limpeza dos
banheiros;
Oitiva dos representantes dos coletivos KIMPA, ABRE-ALAS E PRISMA;
Oitiva do representante do NUPE;
Oitiva de servidores;
Análise do material coletado e definição de ações para o relatório final;
Fechamento do relatório.
Desde a instalação da Comissão várias discussões e propostas de
encaminhamento foram desenvolvidas com o objetivo de averiguar as causas, razões e
consequências das ações de racismo ocorridas no banheiro masculino próximo ao
Departamento de Comunicação Social, buscando definir mecanismos para a completa
extinção de atos dessa gravidade no Câmpus Bauru da UNESP.
A Comissão esteve, durante todo o período, atenta e realizando um esforço
considerável para desdobrar essas atividades de maneira que permitisse a escuta de
todos os interessados e envolvidos no tema: vítimas; profissionais da limpeza,
estudantes, professores, funcionários e todos aqueles que, de alguma forma, tiveram a
disposição para colaborar com a Comissão. Com essa finalidade, os diálogos sempre
foram viabilizados e realizados.
O objetivo das atividades foi o de aprofundar o contato da Comissão com a
realidade, entendendo as ações realizadas, como por exemplo, a limpeza de algumas
inscrições do banheiro e a fixação de cartazes pelo Campus da UNESP. Além disso,
serviram para compartilhar a responsabilidade com todos os membros da Comissão e
permitir uma escuta ativa da maior quantidade possível de pessoas que sentiram
ofendidas ou participaram de forma direta ou indireta em algumas ações referente ao
episódio citado. Nestas oportunidades, foi possível ouvir testemunhos de pessoas que
se sentiram diretamente ofendidas e tomar contato direto com alguns dos problemas
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enfrentados pela comunidade do Câmpus em relações as diversas formas de
preconceitos e discriminação (racial, religioso, de gênero, classe social, homossexual
etc).
Ao vislumbramos o final dos trabalhos dessa Comissão, resta-nos a percepção
de que há muito por ser realizado. Por esse motivo a CAP recomenda diversas
iniciativas para dar sequência a esta trabalho. É notável a falta de um plano de ação,
em nível institucional, ou mesmo de políticas internas para coibir atitudes como as
constatadas e paralelamente realizar ações propositivas no sentido de esclarecer a
comunidade do Câmpus quanto à gravidade dos episódios e desenvolver mecanismos
didático-pedagógicos que possam trazer temas dessa relevância para a discussão
ampla e aberta com toda a Comunidade do Câmpus. Este relatório foi, portanto,
preparado para sintetizar uma quantidade enorme de informação que chegou à
Comissão e recomendar encaminhamentos para toda a Comunidade do Câmpus da
UNESP de Bauru.
É importante reforçar que os atos de racismo averiguados por essa Comissão
teve lugar em uma IES (Instituição de Ensino Superior) pública, no espaço próximo ao
Departamento de Comunicação, onde existem os cursos de Jornalismo, Rádio e
Televisão e Relações Públicas. Embora essa comissão defenda que toda forma de
preconceito e discriminação, praticados em qualquer espaço, seja público ou privado é
abominável, o fato ocorrido dentro de uma IES, em ambiente de formação de
profissionais da área da Comunicação, acende o alerta vermelho de que se faz
realmente necessário e urgente trazer para a discussão e para o debate no espaço
universitário esses temas transversais.
É fato que o Brasil tem, desde 2002, trabalhado com iniciativas e desenvolvido
açõesa na tentativa de promover a igualdade de oportunidade e de inserção de grupos
socialmente excluídos ou discriminados. Uma das ações mais discutidas recentemente
foram as cotas para negros, indígenas e estudantes de escolas públicas. Em 2012 foi
sancionada a Lei 12.711/2012, conhecida como a Lei de Cotas, que garantiu nas
instituições de ensino superior público federal 50% das matrículas por curso e turno
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para essa parcela da população. Como resultado as IES estão recebendo cada vez mais
estudantes oriundos dessa parcela da população. Isso tem possibilitado ampliar
também o número de docentes, estudantes, servidores e funcionários oriundos das
camadas sociais antes excluídas dessa possibilidade.
Do mesmo modo, a sociedade se alimenta cotidianamente de informações
geradas por diversos veículos comunicativos, e o discurso midiático tem um papel
importante na produção e na manutenção de vários tipos de preconceito. Isso reforça
o desenvolvimento de ações afirmativas a serem realizadas no espaço de todas as
Unidades, especialmente por existir no Câmpus de Bauru os cursos de Jornalismo,
Relações Públicas, Rádio e Televisão, e os comunicadores egressos são formadores de
opinião e atores principais na construção subjetiva da realidade midiática.
Para Borges (2012, p. 187-189), por exemplo, o discurso encontrado na mídia
sobre o negro traz uma conotação estereotipada e carregada de estigmas. Para ele,
pensar as representações do negro nos meios de comunicação de massa é uma “[...]
tarefa urgente para a construção de novos códigos identitários que recobrem fatias
expressivas da população. [...] A despeito de algumas mudanças a respeito da imagem
do negro, existe uma matriz que se replica, um padrão que define o lugar do negro no
sistema de representação”. No Brasil tais espaços podem ser estremados como no
esportivo (futebol) e na música (samba), por exemplo. A imagem associada ao negro é
quase sempre ligada à força muscular e na mídia, frequentemente, estão nas páginas
da seção policial ou quando representada nos filmes, minisséries, telenovelas, entre
outras formas de entretenimento, estão em posições de inferioridade em relação aos
demais protagonistas.
Embora atualmente já seja possível encontrar negros trabalhando na imprensa,
isso de maneira alguma pode ser atribuído ao fim do preconceito ou das produções
preconceituosas por parte dos veículos comunicativos. Um exemplo recente, datado
de julho de 2015, foram os comentários racistas expresso na página do Jornal Nacional
no “facebook” contra a jornalista Maria Júlia, da Rede Globo. Outro fato foi a
condenação, em 2009, do jornalista Paulo Henrique Amorim por injuria racial cometida
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contra o colega e também jornalista Heraldo Pereira. Ou ainda o caso das bananas
atiradas no senegalês nas ruas de São Paulo, em setembro de 2015. E poderiam ser
citados muitos outros casos. Isso somente demonstra que o racismo ainda persiste no
Brasil, podendo ocorrer de forma explicita ou velada, através daquilo que chamamos
racismo camuflado.
Diferente fator, igualmente importante e que deve ser mencionado, é que o
relato desses crimes, embora possa parecer amplo e constante, de maneira alguma
ocupam as pautas dos veículos de comunicação, podendo ser considerado incomum,
condenando todo um grupo a uma espécie de ‘invisibilidade’ social. “Não existe uma
cobertura diária sobre o fato de que mais de 841 milhões de brasileiros são tratados de
forma inferior, têm os piores empregos e os piores salários, são barrados ao longo da
vida inteira por barreiras fortes, poderosas e invisíveis a olho nu” (LEITÃO, 2007, p. 44).
Se, por um lado, afiançam alguns pesquisadores, na década de 1960 o espaço
midiático do negro ficava restrito aos papéis de escravos, ‘malandros’ ou profissionais
“[...] com baixo prestígio social, como empregada doméstica ou motorista”, na década
seguinte, “[...] o número de atores negros começou a aumentar” (MIRANDA,
GRIGOLETI; MONEZZI, 2010, p. 3).
Mas foi somente a partir dos anos de 1980, com os processos de
redemocratização, que “(...) a imprensa passou a mudar sua postura. Livre da censura
da ditadura, a mídia assumiu um caráter denunciativo” (MIRANDA, GRIGOLETI;
MONEZZI, 2010, p. 2), onde alguns atos de racismo ocorridos em espaços como
indústria, escolas, praças públicas, cinemas, teatros etc. denunciavam de forma
contundente a violência contra os negros. Assim, com diversas contradições e em
menor ou maior escala, dependendo do veículo midiático, desde a década de 1980 a
mídia vem ampliando a participação do negro em seus produtos jornalísticos e/ou de
entretenimento e as agências de publicidade têm desenvolvido campanhas para esse
segmento. Mas o que se pode assinalar é que muito ainda precisa ser feito.
1 Atualizado para os dias de hoje podemos falar em mais de 100 milhões.
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Outra ação importante ocorrida nessa mesma época foi quando da
comemoração do centenário da abolição dos escravos, o combate ao racismo foi
tratado como tema na Campanha da Fraternidade da Igreja Católica e a “[...]
vencedora do carnaval carioca foi a escola de samba Vila Isabel, que falou do
movimento negro, além de todo um movimento internacional liderado pela ONU para
o fim do Apartheid na África do Sul”. Também a Constituição brasileira de 1988 “[...]
passou a considerar o racismo como crime, o que foi regulamentado no ano seguinte,
pela a Lei 7.716/89 (Lei Caó), do deputado Carlos Alberto Caó”. (MIRANDA, GRIGOLETI;
MONEZZI, 2010, p. 4)
Uma forma de combate ao preconceito é através da ampla discussão e da
reflexão crítica sobre o tema, sendo a universidade e os cursos de comunicação
espaços privilegiados para o desenvolvimento dessas ações. “Quando a mídia opta por
não falar de racismo, deixa de prestar um grande serviço à sociedade no sentido de
contribuir para que o Brasil assuma seus preconceitos [...] falar sobre o preconceito
étnico-racial é um tabu na sociedade brasileira e esse tabu se reflete na mídia”.
(SANTOS, 2014, p. 5). É fundamental que a sociedade entenda que a imagem, por
vezes negativa do negro é uma questão histórica e cultural e “[...] após a abolição, os
negros foram jogados para fora do mercado de trabalho e passaram de escravos para
desempregados, ociosos, inferiores. Nossa cultura construiu o negro numa condição
submissa" (ARAÚJO, 2006, p. 53).
É importante mencionar o fato de que a UNESP aderiu (somente) a partir de
2014 a Política de Cotas, seguindo o modelo das IES federais, para inserção de forma
gradativa de alunos pertencentes a esse segmento social, bem como para aos
estudantes de escola públicas (o ápice de 50% será atingido em 2018). Porém, é
fundamental ressaltar que se trata ainda da única universidade estadual de São Paulo
a adotar o sistema de Cotas para alunos de escola pública, negros e indígenas.
Não obstante, são amplamente conhecidos os episódios de racismo e
discriminação ocorridos na UNESP, em seus diversos Câmpus. Assim, não é possível
esconder que há uma problemática que deve ser amplamente debatida por toda a
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comunidade do Campus de Bauru. “Há um silêncio na universidade. O silêncio faz
parte da estratégia. Só pode mudar se a universidade inteira se mobilizar. Quer dizer, a
pressão dos alunos negros, brancos da escola pública, os professores entrarem no
debate, os departamentos, as faculdades, os próprios conselhos da universidade. As
universidades que entraram nas cotas fizeram isso”. (MUNANGA, 2010, p. 60-61)
Para Barbosa (2011), o tratamento dado ao tema está diretamente ligado às
políticas públicas ou mesmo a falta delas, que estão em uma crescente tensão na
sociedade. “A proposição de políticas públicas feitas pelo governo vem provocando um
deslocamento dos modelos hegemônicos. As ações afirmativas e as cotas chegaram
como um novo fator de tensão e confrontam conceitos como o mito da democracia
racial, racismo e miscigenação. O debate retira o tema do anonimato e envolve a
sociedade. O que causa tensão é a maneira como a mídia aborda o assunto, por meio
de um discurso carregado de ideologia que, conforme Marx tem a função de fazer com
que o homem não se reconheça como sujeito”. (BARBOSA, 2011, p.9)
Finalmente, de acordo com o Relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito
destinada a apurar as causas, razões, consequências, custos sociais e econômicos da
violência, morte e desaparecimento de jovens negros e pobres no Brasil - CPI –
VIOLÊNCIA CONTRA JOVENS NEGROS E POBRES, divulgado no segundo semestre de
2015 na internet, outras ações igualmente importantes vem sendo realizadas desde os
anos de 1980, como por exemplo: a) Marcha Zumbi de Palmares contra o Racismo,
pela Cidadania e a Vida, em 1995, ano de comemoração do tricentenário da morte do
líder negro quilombola Zumbi dos Palmares; b) O Jornal Nacional do Movimento Negro
Unificado - MNU (1985) com a Campanha Reaja a Violência Racial; c) O Jornal Irohín
que denunciou o assassinato de jovens negros, e trouxe a pauta uma concepção de
extermínio da população negra; e d) a participação brasileira na III Conferência
Mundial Contra o Racismo a Discriminação Racial, a Xenofobia e Intolerância Correlata
em 2001 – Durban, África do Sul. (CPI, 2015, 44)
Igualmente, a criação, em 2003, “da SEPPIR – Secretaria de Políticas de
Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República e lhe confere o status de
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Ministério. Bem como avanços nas políticas de direitos humanos, o que possibilitou a
ocorrência de outras mudanças, [...] como a criação da Secretaria Nacional da
Juventude, Secretaria Nacional de Direitos Humanos e Secretaria de Políticas para as
Mulheres. Deu-se início à consolidação de um modelo de participação e controle social
das políticas públicas pela realização de conferências e pelo estabelecimento dos
conselhos de direitos. A forte e vigorosa participação do movimento negro vem
garantindo a permanência do debate das ações afirmativas na pauta política nacional e
a necessidade de aprofundar a reflexão sobre a realidade das juventudes brasileiras
tendo os movimentos sociais de jovens e jovens negros como principais
protagonistas”. (CPI, 2015, 45)
Também o SINAPIR - Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial, que
foi “Instituído pelo Estatuto da Igualdade Racial (Lei nº 12.288/2010), o Sistema
Nacional de Promoção da Igualdade Racial (SINAPIR) foi regulamentado pelo Decreto
n° 8136/2013, assinado pela presidenta Dilma Rousseff na abertura da III Conferência
Nacional de Promoção da Igualdade Racial (III CONAPIR), que ocorreu de 5 a 7 de
novembro de 2013, e pela Portaria SEPPIR n.º 8, de 11 de fevereiro de 2014”. (CPI,
2015, 45)
Há outras ações igualmente importantes, como “(...) o movimento “Reaja ou
será morto, reaja ou será morta”, o ENJUNE – Encontro Nacional de Juventude Negra,
e os blogs e páginas dos movimentos negros nas redes sociais”. (CPI, 2015, 45)
No Câmpus Bauru da UNESP, do mesmo modo, algumas ações vem sendo
realizadas, como a criação dos coletivos KIMBA, ABRE-ALAS e PRISMA, a reorganização
do NUPE, com o apoio da UNESP e da FAAC, a realização do VIII Encontro de Direitos
Humanos da UNESP, ocorrido durante a XVII Jornada Multidisciplinar, no período de 11
a 13 de agosto de 2015, que gerou a “Carta Aberta do VIII Encontro de Direitos
Humanos da UNESP”; os cartazes informativos espalhados pelos Coletivos,
conclamando a comunidade para reflexão dos temas ligados as várias formas de
preconceito e discriminação no Câmpus, entre outras. Também, não se desconhece
que no Estado de São Paulo estão sendo implementadas diversas ações para coibir
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fatos semelhantes que tem ocorrido em todo o Estado, entre as quais o programa de
inclusão de mérito das instituições de ensino superior paulista. Deste modo,
reforçamos que essas ações devem ser ampliadas e a questão do preconceito e da
discriminação, todos os seus efeitos e consequências devem ser debatidos
amplamente.
É importante mencionar que os fatos averiguados são atos que ofendem a
pessoa humana e se constituem em crime, de acordo com a legislação vigente no País.
No caso do professor Juarez, citado nominalmente nas pichações, faz-se basilar
destacar que o mesmo presta relevantes serviços para a comunidade unespiana e
local. No período em que está na UNESP foi coordenador do curso de jornalismo e
atualmente é chefe de departamento, membro atuante de diversas instâncias
colegiadas e responde pela coordenação executiva do NUPE (Núcleo Negro da UNESP
para Pesquisa e Extensão). Sua trajetória contempla, ainda, destacada participação nos
movimentos de combate às diversas formas de preconceito e discriminação, além de
representar a Universidade Estadual Paulista no Conselho Municipal de Cultura. O
professor Juarez apresentou com veemência, para essa Comissão, sua indignação
diante dos fatos. Igualmente importantes e relevantes no cenário de nossa unidade
estão os trabalhos realizados pelas senhoras da limpeza e das alunas que são membros
dos Coletivos, todas ouvidas pela Comissão, que da mesma forma demonstraram
inquietação com as inserções feitas, com a compreensão de que algumas das
expressões pichadas se referiam (individualmente) a cada uma delas, gerando com isso
um sentimento de indignação, revolta e tristeza.
A menção a esses sentimentos se fez necessária, pois a CAP entende e reforça
que a situação ocorreu em um ambiente universitário, espaço privilegiado para
atitudes de respeito à pessoa humana em todos os âmbitos e níveis. Ao mesmo tempo,
é um cenário que oportuniza o desenvolvimento de ações que objetivam o bem
comum e o combate a todas as formas de preconceito, injúria, intolerância e
discriminação, tanto no âmbito da comunidade local interna e externa, como da
sociedade.
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Sob esse prisma, a Comissão, destaca de que foram cometidos dois (02) crimes,
a saber:
a) Injúria Racial constante do artigo 140, § 3º do código penal em face do
Professor Juarez Tadeu de Paula Xavier, em razão da menção de seu nome em uma das
inscrições;
b) Racismo conforme Lei Federal 7716/89 nos termos do artigo 20, diante da
inscrição genérica de intolerância racial.
Defendemos que, de alguma forma, as proposições aqui elencadas possam
colaborar para a definitiva erradicação dos atos de racismo, xenofobia, discriminação
de gênero, opção religiosa e sexual, e de toda espécie de intolerância e discriminação,
no âmbito do Câmpus de Bauru e quiçá que os resultados possam em curto e médio
prazos contribuir para uma sociedade mais justa, inclusiva, cidadã, solidária e
democrática.
Descritas as etapas percorridas e os trabalhos realizados pela Comissão, além
de algumas ponderações sobre conceitos que estão direta ou indiretamente ligados
aos atos de racismo, discriminação e/ou preconceito ocorridos no espaço do Câmpus
da UNESP, em Bauru, a Comissão de Averiguação Preliminar, elenca:
1 Recomendação ao Professor Dr. Juarez de Paula Xavier
Registrar Boletim de Ocorrência e abertura de Inquérito Policial, devidamente
acompanhado do Jurídico da Instituição, referente ao crime de Injúria Racial,
enviando cópias do presente feito para o Delegado Seccional de Polícia, para as
providências cabíveis (Art. 140, § 3º do Código Penal Brasileiro).
Art. 140 – Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro: Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa. § 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena: I – quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria; II – no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria. § 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se considerem aviltantes: Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.
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§ 3º Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião ou origem: (Incluído pela Lei nº 9.459, de 1997) § 3º Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência: (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003) Pena – reclusão de um a três anos e multa. (Incluído pela Lei nº 9.459, de 1997)
2 Recomendação à Assessoria Jurídica da Unesp Bauru
Realizar Boletim de Ocorrência e abertura de Inquérito Policial por parte do
Jurídico da Instituição, referente ao crime de Racismo, enviando cópias do
presente feito para o Delegado Seccional de Polícia, para as providências
cabíveis (Lei 7716/89, artigo 20).
Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia,
religião ou procedência nacional. (Redação dada pela Lei nº 9.459, de 15/05/97).
Pena: reclusão de um a três anos e multa. (Redação dada pela Lei nº 9.459, de
15/05/97).
§ 1º Fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos,
distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de
divulgação do nazismo. (Redação dada pela Lei nº 9.459, de 15/05/97).
Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa. (Incluído pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)
§ 2º Se qualquer dos crimes previstos no caput é cometido por intermédio dos meios
de comunicação social ou publicação de qualquer natureza: (Redação dada pela Lei nº
9.459, de 15/05/97).
Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa. (Incluído pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)
§ 3º No caso do parágrafo anterior, o juiz poderá determinar, ouvido o Ministério
Público ou a pedido deste, ainda antes do inquérito policial, sob pena de
desobediência: (Redação dada pela Lei nº 9.459, de 15/05/97).
I - o recolhimento imediato ou a busca e apreensão dos exemplares do material
respectivo; (Incluído pela Lei nº 9.459, de 15/05/97).
II - a cessação das respectivas transmissões radiofônicas, televisivas, eletrônicas ou da
publicação por qualquer meio; (Redação dada pela Lei nº 12.735, de 2012) (Vigência).
III - a interdição das respectivas mensagens ou páginas de informação na rede
mundial de computadores. (Incluído pela Lei nº 12.288, de 2010) (Vigência).
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3 Recomendações no âmbito da direção das três Faculdades do Câmpus de Bauru: FE
(Faculdade de Engenharia), FAAC (Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação),
FC (Faculdade de Ciências) e ao GAC (Grupo Administrativo do Câmpus)
Instituir um canal de comunicação direto com a Comunidade do Campus para a
realização de denúncias sobre crimes raciais e outras formas de preconceito
e/ou discriminação;
Divulgar amplamente informações sobre as ouvidorias da FAAC e da UNESP no
site institucional e em outros canais de comunicação;
Dar maior visibilidade ao Código de Ética da UNESP, com ênfase às relações
interpessoais democráticas e solidárias na vida acadêmica, envolvendo
professores, alunos e funcionários;
Apoiar ações e iniciativas do NUPE, dos Coletivos e de outros núcleos da
Unidade para o desenvolvimento de atividades acadêmicas, científicas e
culturais, como cursos, workshops, grupos de discussão, seminários, encontros,
entre outros, que possibilitem a discussão ampla e aberta da questão do
preconceito em todos os seus âmbitos, envolvendo alunos, professores e
funcionários técnico-administrativos;
Estimular, promover e apoiar cursos de formação continuada em temas como
as Leis 10.639/03 e 11.645/08, o Estatuto da Igualdade Racial e demais
temáticas relativas à diversidade étnico-racial, com ênfase no enfrentamento
às situações de abuso, discriminação e violências nas abordagens à população
negra do Câmpus;
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Garantir, no âmbito das unidades, toda a assistência e os encaminhados
internos e externos para os casos de denúncia sobre preconceito ou qualquer
outra forma de discriminação;
Incluir nos conteúdos dos concursos públicos matérias relacionadas ao Estatuto
da Igualdade Racial, Lei Maria da Penha, tratados dos Direitos Humanos e
outras leis no âmbito dos direitos das minorias;
Incentivar os diretórios e centros acadêmicos do Câmpus para que apresentem
novas propostas de prevenção e combate à discriminação, ao preconceito e ao
racismo;
Incentivar projetos artístico-culturais nas unidades que promovam atitudes
críticas à cultura da violência e violação de Direitos Humanos na sociedade
brasileira.
4 Recomendações no âmbito da FAAC (Faculdade de Arquitetura, Artes e
Comunicação)
Estimular campanhas, programas e projetos nos espaços da Rádio e da
Televisão UNESP, voltados à promoção da igualdade racial e ao combate a
todas as formas de discriminação e preconceito;
Dar ciência das conclusões da comissão ao interessado.
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5 Recomendação no âmbito das CPP (Comissões Permanente de Pesquisa) do
Câmpus de Bauru
Estimular e a apoiar o desenvolvimento de pesquisas cientificas, nos vários
âmbitos (Graduação e Pós-Graduação), envolvendo docentes e discentes,
sobre a temática.
6 Recomendação no âmbito de Conselhos de Cursos
Promover estudos e debates, em nível de Conselhos de Curso, sobre a
dimensão ética-política do PPP (Projeto Político Pedagógico) de todos os
cursos da universidade (graduação e pós), tendo como base as Diretrizes
Nacionais de Educação em Direitos Humanos (MEC-2012).
7 Recomendação no âmbito do curso de Jornalismo do Campus de Bauru
Estimular a produção por docentes e discentes de artigos que possam
pautar a mídia local e quiçá a nacional sobre a temática.
8 Recomendação no âmbito do NUPE
Estimular a participação de docentes, discentes e servidores técnico-
administrativos nos conselhos da cidade de Bauru que tratam da questão
racial.
9 Recomendação no âmbito dos coletivos
Em função de outras denuncias relatadas para a comissão, que essas sejam
formalizadas em órgãos competentes, como na OAB.
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10 Recomendações à OAB - Subseção de Bauru
Considerando informações relativas a acompanhamento de alunos e alunas
com referência a outros atos ocorridos no âmbito da Universidade ou não,
no sentido de instrumentalização de uma Ouvidoria Externa, composta de
Denúncia a ser objeto de verificação pela OAB, encaminhamento de cópias
do presente feito à Ordem dos Advogados do Brasil, 21ª. Subseção de
Bauru, ao Presidente Dr. Alessandro Biem Cunha Carvalho, visando
abertura de Procedimento junto à Comissão do Negro e Assuntos
Antidiscriminatórios;
Envio de informações sobre os procedimentos desenvolvidos nesta
Instituição à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, ao SOS
Racismo para medidas posteriores junto à Comissão da Instituição
responsável pelo acompanhamento de fatos semelhantes.
Finalmente, a Comissão informa que não logrou êxito em identificar a autoria
das inserções, razão pela qual, recomenda o arquivamento dos autos.
À consideração superior.
Bauru, 23 de setembro de 2015.
COMISSÃO DE AVERIGUAÇÃO PRELIMINAR (CAP)
_____________________________________
Profa. Adj. Maria Cristina Gobbi
Presidente da Comissão de Apuração
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_____________________________________
Prof. Dr. Clodoaldo Meneguello Cardoso
Membro da Comissão de Apuração
_____________________________________
Servidor Edvaldo José Scoton
Membro da Comissão de Apuração
_____________________________________
Servidora Natalia Martin Viola
Secretária da Comissão de Apuração
_____________________________________
Dr. Luiz Fernando Barcellos
Assessor Jurídico
_____________________________________
Dr. Antônio Carlos da Silva Barros
Advogado da OAB-Bauru
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Referências
ARAÚJO, Joel Zito. “Estratégias e políticas de combate à discriminação racial na mídia”. MUNANGA, Kabengele (org). In: Estratégias e políticas de combate ao racismo. São Paulo: Universidade de São Paulo: Estação Ciência, 1996. p. 243–251. BARBOSA, Zilda Martins. Cotas raciais: luta pela auto representação na esfera pública. 2010. Artigo escrito para o VI Encontro de Estudos Multidisciplinares em Cultura. BORGES, Rosane da Silva. Mídia, racismos e representações do outro. In: BORGES, Roberto Carlos da Silva e BORGES, Rosane. (Org.) Mídia e racismo. Petrópolis, RJ: DP et all; Brasília, DF: ABPN, 2012, p. 180 – 202 CPI - CÂMARA DOS DEPUTADOS. Comissão parlamentar de inquérito destinada a apurar as causas, razões, consequências, custos sociais e econômicos da violência, morte e desaparecimento de jovens negros e pobres no Brasil. CPI – VIOLÊNCIA CONTRA JOVENS NEGROS E POBRES. CD157806818471. RELATÓRIO FINAL COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO HOMICÍDIOS DE JOVENS NEGROS E POBRES. Presidente: Deputado REGINALDO LOPES. Relatora: Deputada ROSANGELA GOMES. Brasília, julho de 2015 MUNANGA, Kabengele. Revista Adusp 2010, São Paulo, p. 61, set. 2010. Disponível em <http://www.adusp.org.br/files/revistas/48/r48a10.pdf>. Acesso em: out. 2012 LEITÃO, Mírian. Como o racismo opera na imprensa. In. RAMOS, Silvia. (Org.) Mídia e racismo. Rio de Janeiro: Pallas, 2007. p. 42 – 50. MIRANDA, Giovani Vieira; SILVA, Millena Grigoleti; MONEZZI, Paula Pinto. A identidade do negro e a questão das cotas raciais na mídia brasileira. Trabalho da disciplina de História da Comunicação, ministrada pela professora Dra. Maria Cristina Gobbi, para o curso de Jornalismo do DCSO, FAAC, Unesp, em 2014. SANTOS, Mariza Fernandes dos. Política de cotas nas universidades brasileiras: novo elemento no debate sobre o ensino de Jornalismo e o preconceito étnico-racial no Brasil. Trabalho apresentado no GT de Historia de la Comunicación. Trabalho apresentado no GT de Historia de la comunicación, realizado no Uruguai, no ano de 2014.
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