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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
AVM FACULDADE INTEGRADA
A ANP e o Conteúdo Local: os desafios para as
concessionárias de E&P
Por: Leonardo Ferreira Onofre
Orientador
Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço
Rio de Janeiro
2012
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
AVM FACULDADE INTEGRADA
A ANP e o Conteúdo Local: os desafios para as
concessionárias de E&P
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Gestão no Setor Petróleo e
Gás.
Por: Leonardo Ferreira Onofre
3
AGRADECIMENTOS
Aos professores do Instituto A vez do
Mestre, aos alunos e pessoas que, direta
e indiretamente, contribuíram para a
confecção desse trabalho acadêmico.
5
RESUMO
A Cláusula de Conteúdo Local está inclusa nos contratos de
concessão para a exploração e produção de petróleo e gás natural, firmados
entre as empresas vencedoras nas rodadas de licitações e a Agência Nacional
do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). A preferência à contratação
de fornecedores localizados em território brasileiro é assegurada por esta
Cláusula sempre que suas ofertas apresentem condições de prazo, preço e
qualidade equivalentes às de fornecedores estrangeiros. São várias as causas
que levam as concessionárias de E&P ao não cumprimento da cláusula
contratual de Conteúdo Local da ANP, sobretudo as oriundas do
desconhecimento das regras definidas no contrato, das avaliações incorretas
ou imprecisas dos investimentos locais realizados e do fato do Conteúdo Local
não ser uma atividade pertencente ao negócio das empresas. As penalidades
do não cumprimento da cláusula contratual de Conteúdo Local implicam em
penalidades relevantes descritas no próprio contrato. A alteração das regras do
Conteúdo Local tornando-as flexíveis, a simplificação das exigências e a
possibilidade das multas serem convertidas em investimentos de pesquisa e
desenvolvimento de novos projetos e novos equipamentos, podem tornar este
dispositivo contratual mais objetivo e eficaz.
6
METODOLOGIA
A metodologia utilizada destina-se a apoiar os profissionais da área
de E&P de petróleo e gás natural orientando sobre a importância que a ANP
atribui ao Conteúdo Local, tornando evidente a forma como os índices
ofertados pelas proponentes nas licitações influenciam no processo de
julgamento das propostas nos diversos leilões promovidos pela Agência e
como superar os obstáculos e cumprir a cláusula contratual de Conteúdo Local
da ANP que obriga as concessionárias de E&P a adquirir bens e serviços de
fornecedores brasileiros.
A opção metodológica de elaboração da dissertação reside nos
métodos dedutivo, indutivo e hipotético-dedutivo. O estudo teve como base
pesquisa bibliográfica e documental realizada com base nas publicações da
revista Brasil Energia, no portal de notícias Energia Hoje
(www.energiahoje.com), no site da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural
e Biocombustíveis - ANP (www.anp.gov.br), no site Petrobras
(www.petrobras.com.br), no site da Organização Nacional da Indústria do
Petróleo (novosite.onip.org.br), no site do Programa de Mobilização da
Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural – PROMINP
(www.prominp.com.br), no site do Banco Nacional do Desenvolvimento
Econômico e Social – BNDES (www.bndes.gov.br), no site Portal Naval
(www.portalnaval.com.br), além da experiência de alguns profissionais atuantes
no mercado de petróleo e gás natural.
A proposta deste trabalho é esclarecer e complementar a escassa
literatura existente pontos pertinentes ao assunto, visando ser uma leitura
básica para a iniciação ao estudo mais aprofundado sobre alguns pontos do
tema “Conteúdo Local”.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I – Conceito de Conteúdo Local 09
CAPÍTULO II - Requisitos Contratuais 16
CAPÍTULO III - Cálculo do Conteúdo Local 23
CAPÍTULO IV - Procedimento Para a Certificação 38
CAPÍTULO V - Simplificação das Exigências 52
CONCLUSÃO 54
BIBLIOGRAFIA 55
ÍNDICE 57
8
INTRODUÇÃO
A presente monografia visa avaliar e compreender a Certificação do
Conteúdo Local perante as diretrizes impostas pelos contratos de concessão
da ANP onde obriga as concessionárias de E&P a adquirir bens e serviços de
fornecedores brasileiros e como superar os obstáculos e cumprir a cláusula
contratual de Conteúdo Local. O não cumprimento da cláusula contratual de
Conteúdo Local implica a incidência de penalidade relevantes descritas no
próprio contrato de concessão, que prevê a aplicação de multas proporcionais
ao total de investimentos realizados nos blocos arrematados. O estudo está
dividido em cinco capítulos, a seguir sumarizados.
O primeiro capítulo traz o conceito de Conteúdo Local, marcos
principais, objetivos e aplicação, sua legalidade e o CL em outros países.
O segundo capítulo faz menção da preferência na contratação dos
fornecedores nacionais quando em igualdades de condições com fornecedores
estrangeiros, da necessidade do Conteúdo Local ser atendido e das multas
aplicáveis quando do não cumprimento da cláusula contratual.
O terceiro capítulo trata da documentação envolvida no processo e
da Cartilha de aferição dos percentuais de Conteúdo Local, onde a mesma
cobre três situações singulares ou em conjunto: bens, serviços e bens de uso
temporal.
O quarto capítulo trata dos procedimentos para a certificação do
Conteúdo Local e faz menção as empresas Certificadoras.
O último capítulo analisa de forma concisa meios para a aferição do
Conteúdo Local de forma simplificada.
Por fim, faz-se um fechamento conclusivo do trabalho.
9
CAPÍTULO I
CONCEITO DE CONTEÚDO LOCAL
Segundo Cavanha Filho (2012) nos anos 1980, o Brasil viveu uma
época chamada “nacionalização”, que contou com diferentes esforços na
produção brasileira de bens para as atividades de petróleo locais. Aceitava-se
até pagar um pouco mais por um equipamento aqui construído. Isso fez nascer
inúmeras plantas fabris no país, gerou conhecimento e empregos, embora nem
todas as ações foram essenciais e duradouras.
No início dos anos 90 houve uma ruptura de conceito. A tese, à
época, era de que apenas o mercado aberto e a competição pura resolveriam
quem e onde produziria cada recurso demandado. De todo o esforço anterior
restaram poucos sobreviventes, e nem todos com fôlego para enfrentar escala
e tecnologias dos fabricantes internacionais.
Nos últimos anos foi concebido um novo esforço de nacionalidade,
com a denominação Conteúdo Local. A ANP define valores mínimos para as
operadoras nas fases exploratória e de desenvolvimento da produção, e esses
índices fazem parte das concessões de óleo e gás. Tais percentuais mínimos
de fabricação em solo nacional são repassados ao mercado fornecedor. Os
provedores de primeiro contato desdobram as exigências aos seus
subfornecedores de partes, peças, componentes, serviços, todos buscando
alternativas nacionais, calculando e exercitando as aproximações sucessivas
de custos, percentuais, multas e tempos.
É certo que a definição de percentuais mínimos permite indicar a
direção, mas não contém todos os ingredientes necessários para a geração
local sustentada e a retenção de capacidades e competências no país. A
qualquer mudança política ou do humor de gestores, todos os planos e
investimentos podem ser ameaçados.
10
Pelo simples fato da falta de definição para o Conteúdo Local, o
tema tem sido tratado como um percentual, ou seja, uma fórmula matemática
tem servido de base para obtenção dos números. Na verdade, segundo
Quintans (2007), podemos definir o Conteúdo Local como: “um processo de
estímulo, uma orientação política, com o intuito de ampliar a capacidade de
fornecimento brasileiro, para o desenvolvimento da indústria local de bens e
serviços, a ponto de gerar competitividade a níveis internacionais, renda,
emprego, novos insumos e tecnologias no Brasil”. Infelizmente ocorre um
equívoco na abordagem do tema, pois o conceito tem sido tratado como uma
indicação de proporções e métodos extremamente mecanizados.
Antes do surgimento dos Regulamentos Técnicos da ANP, o
conceito real de Conteúdo Local se dava ao fomento e ao aumento da
capacidade de fornecimento nacional, após, o Regulamento de Auditoria de
certificação da ANP definiu que: “Conteúdo Local: é a porcentagem dos gastos
realizados em aquisições de bens, bens de uso temporal e serviços locais
realizados conforme aplicação da Cartilha de Conteúdo Local em relação aos
gastos totais daquela fase, etapa ou item da planilha respectiva, anexa ao
Contrato de Concessão”.
O mercado de petróleo e gás ainda tem outras definições para o
Conteúdo Local, conforme o PROMINP (2008), onde define:
A parcela de participação da indústria nacional no fornecimento de bens e serviços para um determinado empreendimento é denominada de Conteúdo Local. Ou seja, quando uma plataforma ou refinaria, por exemplo, possui um alto índice de Conteúdo Local, significa que os bens e serviços utilizados em sua construção são, em grande parte, de origem nacional, e não importados (PROMINP, 2008).
Com o monopólio do mercado de E&P, antes de existir o Conteúdo
Local nos leilões da ANP o incentivo ao desenvolvimento e a competitividade
da indústria nacional já era praticado pela Petrobras. A Rodada 1 de licitações
da ANP foi um marco para a cadeia produtiva, de mercadorias e serviços, na
indústria do petróleo e gás. A edição da Lei 9.478/97, mais conhecida como Lei
11
do Petróleo, foi criada com o objetivo de romper com o monopólio exercido
pela Petrobras e a partir de então, deu-se o que podemos chamar de um
grande divisor de águas na exploração e produção de petróleo e gás natural.
Na Petrobras já havia uma preocupação com a contratação de fornecedores
locais, pois já havia por parte da empresa e do governo uma certa
preocupação com o desenvolvimento da indústria local embora houvesse a
possibilidade de empresas estrangeiras participarem dos processos de E&P de
petróleo e gás natural.
Atualmente o Conteúdo Local pode ser representado, de uma forma
abrangente, pela seguinte fórmula:
CL = INV. LOCAL x 100
INV. TOTAL
Onde,
CL = Conteúdo Local
INV. LOCAL = Investimento Local
INV. TOTAL = Investimento Total
1.1 – Marcos principais do Conteúdo Local
Nas primeiras quatro rodadas1 de licitações da ANP, não houve
exigência prévia mínima para determinação do Conteúdo Local. As ofertas
foram feitas livremente para valores de bens e serviços adquiridos de
empresas localizadas no Brasil.
Na quinta e sexta rodadas2, ocorreram modificações nas regras de
Conteúdo Local, onde se passou a exigir um percentual mínimo de Conteúdo
1 As rodadas 1, 2, 3 e 4 ocorreram em 1999, 2000, 2001 e 2002 respectivamente. 2 As rodadas 5 e 6 ocorreram em 2003 e 2004 respectivamente.
12
Local diferenciados para blocos localizados em terra, blocos localizados em
águas rasas e para blocos localizados em águas profundas. Diferentes
atividades específicas das fases de exploração e desenvolvimento
respectivamente, serviram como base para compor a pontuação das ofertas de
percentuais de Conteúdo Local.
Na sétima rodada3, novas mudanças foram introduzidas nas regras
de Conteúdo Local passando-se a limitar as ofertas a valores mínimos e
máximos. Nessa rodada passou-se a considerar a localização dos blocos
segundo quatro critérios: em terra, águas rasas com lâmina até 100 metros,
águas rasas com lâmina entre 100 e 400 metros e águas profundas com
lâmina acima de 400 metros. Uma relação contendo itens e subitens tanto para
a exploração como para o desenvolvimento constou de uma planilha, com
percentual mínimo para cada um desses itens e subitens, onde cada empresa
ofertou valores de Conteúdo Local e atribuiu pesos para cada um deles.
A pontuação de Conteúdo Local global tanto para a exploração
como para o desenvolvimento foi resultado da somatória da multiplicação das
ofertas de percentuais de Conteúdo Local para itens e subitens pelos
respectivos pesos.
Outra novidade da rodada foi a publicação da Cartilha de Conteúdo
Local como ferramenta única e oficial de medição do Conteúdo Local
contratual onde as regras continuaram em vigor na oitava, nona e décima
rodadas4.
Na figura abaixo, podemos demonstrar, resumidamente, a evolução
da história do Conteúdo Local no Brasil e seus principais eventos:
3 A rodada 7 ocorreu em 2005. 4 As rodadas 8, 9 e 10 ocorreram em 2006, 2007 e 2008 respectivamente.
13
Figura 1 – Marcos principais do Conteúdo Local (extraída de MILLENIUM, 2012, p.2)
1.2 – Objetivos e aplicação do Conteúdo Local
O objetivo do Conteúdo Local é aumentar a parcela de participação
da indústria nacional no fornecimento de bens e serviços para um determinado
empreendimento no setor de petróleo e gás em uma base competitiva. Quando
uma plataforma, navio ou outro projeto possui um alto índice de Conteúdo
Local significa que os bens e serviços utilizados em sua construção são, em
grande parte, de origem nacional, e não importados.
Os objetivos e o conceito do Conteúdo Local seriam facilmente
confundidos se não existisse uma fórmula para determiná-lo. A aplicação do
Conteúdo Local é uma tentativa de substituir as importações de mercadorias e
serviços e transformar o mercado nacional, pouco explorado, em um mercado
vibrante e competitivo. Dito isto, podemos afirmar que o Conteúdo Local é uma
ferramenta política protecionista ao conteúdo nacional.
Também faz parte do escopo do Conteúdo Local o aumento da
capacidade de fornecimento local e o aumento da competitividade da indústria
nacional, até que esta possa ser competitiva a nível internacional.
14
Com o passar do tempo a ANP passou a exigir compromissos firmes
de Conteúdo Local os quais, inclusive, passaram a ser decisivos na definição
dos vencedores das rodadas de licitação patrocinadas pelo Governo Brasileiro.
A cláusula contratual que trata do Conteúdo Local aplica-se, a partir
da 7ª rodada para licitação dos blocos, exclusivamente aos contratos de
concessão para exploração e pré-produção de petróleo e gás natural, firmados
ou aditivados, depois de 11 de setembro de 2008, entre quaisquer empresas
participantes da cadeia de valor vencedoras nas Rodadas de Licitações e a
ANP.
1.3 – Legalidade do Conteúdo Local no Brasil
O termo “legalidade” não se aplica ao Conteúdo Local porque o
Conteúdo Local não é “legal” e sim meramente contratual, porém podemos
afirmar que o Conteúdo Local encontra algum “suporte” no artigo 1° da Lei do Petróleo5, o que significa que está amparado nos seguintes objetivos da
política nacional:
I. Preservar o interesse nacional;
II. Promover o desenvolvimento, ampliar o mercado de trabalho e
valorizar os recursos energéticos; e
III. Atrair investimentos na produção de energia.
Na esfera de atribuições da política nacional de petróleo, gás natural
e biocombustíveis, a ANP, é responsável por garantir o suprimento de
derivados do petróleo, gás natural e seus derivados, e biocombustíveis em
todo território nacional, e na proteção dos interesses dos consumidores quanto
a preço, qualidade e oferta de produtos.
5 BRASIL. Lei n° 9.478 de 06 de agosto de 1997.
15
De acordo com Quintans (2010), a maior dúvida que persiste é se a
obrigatoriedade do cumprimento do Conteúdo Local é uma matéria reservada
a lei ou se é uma mera obrigação contratual?
Ainda segundo Quintans (2010), O direito da auto-regulamentação
da ANP autoriza criar normas de aplicação geral para os concessionários e
seus fornecedores, que não tem origem em nenhuma lei formal?
Através de via contratual, a ANP, instituiu o Conteúdo Local como
um fator de competição entre os licitantes, na busca de fomentar o
desenvolvimento do setor petrolífero na industrial nacional.
A obrigação contratual segue o princípio da livre concorrência e as
funções de incentivo e planejamento para o setor público e privado, mas há
uma diferença muito grande entre observar preceitos constitucionais e ter
regulamentação pautada na lei formal.
1.4 – Conteúdo Local em outros países
Certamente que os modelos de Conteúdo Local não são iguais em
diversos países do mundo, e se falando em modelo brasileiro, nada se
compara à metodologia implantada para apurar o Conteúdo Local.
O modelo brasileiro não é igual a nenhum outro lugar no mundo.
Suas planilhas e cartilhas foram idealizadas no passado para avaliar
empréstimos e investimentos.
Em nenhum outro lugar no mundo foram encontrados indícios que
comprovassem a exigência de Conteúdo Local na fase de exploração.
16
CAPÍTULO II
REQUISITOS CONTRATUAIS
Desde as primeiras rodadas de licitações a ANP procurou as
empresas interessadas em firmar os contratos de concessão a fim de
desenvolver atividades de exploração de petróleo e gás no Brasil, valorizar a
oferta de Conteúdo Local durante as fases de exploração e desenvolvimentos
das áreas oferecidas em leilão. Tempos mais tarde, o Conteúdo Local, passou
a ser exigido com rigidez pela ANP inclusive tornou-se determinante na
definição dos vencedores nas rodadas de licitação.
Os compromissos assumidos pelas empresas vencedoras dos
leilões promovidos pela ANP de acordo com os contratos firmados com o
Governo Brasileiro sofreram mudanças ao longo do tempo, mas que de fato
mudou, foi a forma como a ANP passou a fiscalizar o cumprimento dos
compromissos assumidos, principalmente aqueles referentes aos percentuais
mínimos de investimentos através da utilização de bens e serviços tomados
junto a cadeia de produção nacional.
2.1 - Conteúdo Local Mandatório
Uma vez firmados os contratos de concessão, os compromissos de
CL assumidos pelos concessionários, devem ser cumpridos rigorosamente de
forma a garantir aos fornecedores brasileiros amplas e iguais condições de
concorrência com as demais empresas convidadas a apresentar propostas de
venda de bens e prestação de serviços.
O cumprimento dos percentuais mínimos de investimentos
oferecidos durante a fase de exploração e desenvolvimento deve ser
comprovado pelos concessionários.
17
O não cumprimento dos percentuais mínimos de investimentos
oferecidos durante as fases de exploração e desenvolvimento na aquisição de
bens e serviços locais, automaticamente, incide a aplicação e
consequentemente o pagamento da multa prevista em contrato pelo
concessionário à ANP, que são equivalentes ao valor faltante para atingir o CL
oferecido.
2.2 – Comprovação do Conteúdo Local
Uma vez iniciado o processo de fiscalização do Conteúdo Local pela
ANP, a empresa notificada tem 30 dias para apresentar toda documentação
necessária à comprovação da cláusula contratual que se refere ao Conteúdo
Local. Caso o concessionário não possua toda documentação comprobatória a
empresa concessionária poderá encontrar problemas e terá poucos dias para
apresentar uma defesa coerente.
Os concessionários que não realizarem os percentuais de Conteúdo
Local ofertados estarão sujeitos às seguintes penalidades:
a) Se o percentual de Conteúdo Local não realizado (NR%) for
inferior a 65% do valor oferecido, a multa (M%) será de 60%
sobre o valor do Conteúdo Local não-realizado;
b) Se o percentual de Conteúdo Local (NR%) for igual ou superior a
65% do valor oferecido, a multa será crescente, partindo de 60%
e atingindo 100% do valor do Conteúdo Local oferecido, caso o
percentual de Conteúdo Local não realizado seja de 100%.
Nos contratos mais recentes, a partir da sétima rodada, a aplicação
dos percentuais da multa sobre o Conteúdo Local não realizado são
extremamente claros e concisos em relação à punição pelo não comprimento
da cláusula contratual do CL e pode ser resumido da seguinte forma:
18
20.7 Caso, ao final da Fase de Exploração de qualquer dos Blocos integrantes da Área de Concessão ou ao final da Etapa de Desenvolvimento de Produção de qualquer Campo integrante da Área de Concessão, as aquisições de bens e serviços junto a Fornecedores Brasileiros durante tal Fase ou Etapa não atingirem as porcentagens estabelecidas nos parágrafos 20.2 (a) e 20.2 (b), aferidas conforme disposto nas normas regulatórias editadas pela ANP, o Concessionário pagará à ANP uma multa, dentro de 15 dias contados da notificação. Esta multa é aplicada da seguinte forma: se o percentual de Conteúdo Local não realizado (NR%) for igual ou superior a 65% do valor oferecido, a multa será crescente, partindo de 60% e atingindo 100% do valor do Conteúdo Local oferecido, no caso o percentual de Conteúdo Local não realizado seja de 100% (ANP, 2005).
O critério de multas, proposto pela ANP, é resumido da seguinte
forma:
Se 0 < NR(%) < 65% è M(%) = 60%
Se NR (%) >= 65% è M(%) = 1,143 NR(%) – 14,285
0 40 60 80 100% do Conteúdo Local Não-Realizado - (NR%)
Mul
ta -
(M%
)
100
80
60
40
20
20
Figura 2 – Multa de Conteúdo Local aplicada aos contratos de concessão (extraída de
QUINTANS, 2010, p.94)
Ainda segundo a ANP, o mesmo critério será aplicado quando do
não cumprimento do percentual de Conteúdo Local mínimo proposto para itens
19
e subitens, mesmo que seja realizado o percentual de Conteúdo Local global
contratado.
O critério de multa proposto foi estabelecido de maneira a
desencorajar fortemente o não-cumprimento do Conteúdo Local em valores
superiores a 2/3 (dois terços) do valor ofertado por ocasião da licitação
(Millenium, 2012).
2.3 – Medição do Conteúdo Local
A cartilha da ANP foi especialmente desenvolvida para o cálculo do
Conteúdo Local conforme explanação da PROMINP:
A exigência de Conteúdo Local Mínimo nos contratos de concessão de blocos exploratórios da ANP provocou a necessidade de criação de uma metodologia única de medição deste índice. Desta forma, em julho de 2004 foi lançada a Cartilha de Conteúdo Local do Promimp, que define uma metodologia para o cálculo do índice de Conteúdo Local de bens, sistemas e serviços relacionados à indústria do petróleo e gás natural, baseada na metodologia de financiamento de bens do BNDES (PROMINP, 2008).
Ainda segundo o PROMINP (2008), a Cartilha passou a ser exigida
pela ANP a partir da 7ª Rodada de Licitação, em 2005, sendo anexada do
contrato de concessão. Em 2007, a Cartilha foi retirada do contrato e
incorporada a um regulamento da ANP possibilitando, no momento da
medição, a utilização da versão atualizada da Cartilha.
Anteriormente a Cartilha de Conteúdo Local mais parecia
adaptações de contratos financeiros do que qualquer outra coisa. A falta de
norma, a falta de conceito e o fato de ser algo novo trouxeram com ela um
elemento novo: a rejeição.
20
Mesmo correndo o risco de ser rejeitado, muitas empresas foram
convidadas a participar do lançamento do Projeto e, entendendo ou não o
conteúdo da cartilha, as empresas convidadas aprovaram sua utilização.
Com o lançamento do pré-edital em abril de 2005, juntamente com a
minuta do contrato de concessão, os problemas para os intérpretes da
Cartilha, começaram a surgir. A princípio a Cartilha seria apenas uma
ferramenta para otimizar a participação da indústria nacional e já passava a ser
um instrumento de medição e apuração de Conteúdo Local.
Em 16 de agosto de 2005 foi publicado o Edital da 7ª Rodada e
continha a obrigação do Concessionário, para fins de aferição do cumprimento
dos percentuais de investimentos locais, de utilizar a metodologia contida na
Cartilha do Conteúdo Local de bens, sistemas e serviços relacionados ao setor
de petróleo e gás natural. Com o intuito de não gerar dúvidas a respeito da
Cartilha, a mesma passou a integrar o contrato de concessão. A seguir, o texto
do referido edital da ANP:
1.3 Aferição e Sistema de Certificação do Conteúdo Local 1. Para efeito de aferição do cumprimento dos percentuais de investimentos locais oferecidos pelo concessionário, será utilizada a metodologia contida na Cartilha do Conteúdo Local de bens, sistemas e serviços relacionados o setor de petróleo e gás natural (ANEXO III do Contrato). 2. Para efeito de cálculo dos percentuais de Conteúdo Local efetivamente realizados, os bens ou serviços que apresentarem Conteúdos Locais inferiores a 10% serão considerados como sendo bens ou serviços integralmente importados, ou seja, com 0 (zero) % de Conteúdo Local. Como exceção a esta regra, serão considerados apenas os itens de aquisição sísmica e de afretamento de sonda para projetos offshore e o sub-item brocas.
3. Cada concessionário será responsável pelas informações referentes ao Conteúdo Local, devendo prever em seus contratos de compra de bens e serviços que os fornecedores certifiquem seus produtos e mantenham todas as informações necessárias para aferição do Conteúdo Local. Esta certificação se dará na forma do item subsequente.
21
4. O compromisso do Concessionário quanto à aquisição local de bens e serviços será comprovado junto à ANP pela apresentação de certificados de conteúdo nacional. 5. O concessionário de E&P deverá solicitar aos seus fornecedores de bens e serviços às devidas certificações de seus produtos. Além disso, os fornecedores poderão, por sua livre iniciativa, buscar antecipadamente a certificação de seus produtos. 6. As atividades de certificação serão executadas por entidades devidamente qualificadas e credenciadas pela ANP, com base em critérios previamente definidos pela própria Agência (ANP, 2005).
Por imposição da ANP, os concessionários devem solicitar aos seus
fornecedores, nacionais e estrangeiros, a certificação de seus bens e serviços
e que mantenham as informações necessárias para aferição do Conteúdo
Local. A seguir, a forma como os concessionários devem se comportar:
I. apresentação de certificados de conteúdo nacional a ANP;
II. solicitar aos seus fornecedores de bens e serviços as devidas
certificações de seus produtos, autorizando aos fornecedores a
busca antecipada da certificação de seus produtos; e
III. determinou que as atividades de certificação serão executadas por
entidades devidamente qualificadas e credenciadas pela ANP, com
base em critérios previamente definidos pela própria Agência.
A tabela a seguir se refere ao Edital da 7ª Rodada, que tem se
mantido até as rodadas atuais:
Mínimo (%) Máximo (%) Mínimo (%) Máximo (%)Águas Profundas:
profundidade > 400 m37 55 55 65
Águas Rasas: 100 m < profundidade < 400 m
37 55 55 65
Águas Rasas: profundidade < 100 m
51 60 63 70
Terra 70 80 77 85
Fase de Exploração Etapa de DesenvolvimentoLocalização do Bloco
Figura 3 – Tabela de percentuais de Conteúdo Local (extraída de QUINTANS, 2010, p.89)
22
Na 7ª Rodada de Licitações, todas as empresas foram às cegas
para licitação, sem qualquer orientação sobre a certificação e sem qualquer
instrumento de aferição do Conteúdo Local pela Cartilha.
Na rodada, os concessionários, caso fossem multados, certamente
reverteriam as multas no Judiciário, pois ainda não existiam normas e
empresas certificadoras (QUINTANS, 2010, p.89).
A metodologia de aferição do Conteúdo Local, utilizando a Cartilha,
prevalece até as rodadas atuais, porém mais flexível conforme lembra
Quintans:
O comportamento da ANP pareceu mais flexível em relação aos preços e prazos ofertados pelos fornecedores nacionais, tanto é que – desde que solicitado pelo Concessionário – a ANP poderia autorizar – excepcionalmente – a contratação de determinados bens ou serviços específicos no exterior, liberando o Concessionário da obrigatoriedade de cumprir o correspondente percentual de Conteúdo Local (Quintans, 2010, p.91).
Durante os trabalhos de Exploração e Desenvolvimento, se por
motivos justificados forem necessários ajustes quanto o cumprimento de
Conteúdo Local de itens e subitens específicos da planilha, os
Concessionários poderão acordar com a ANP eventuais alterações. O
Concessionário, no entanto, continua obrigado a cumprir o percentual global de
Conteúdo Local oferecido na licitação para a atividade em questão.
A ANP também passou a admitir certas compensações, ou melhor,
a transferência de valores, em reais, da etapa de exploração para a etapa de
desenvolvimento caso, na Fase de Exploração, o Concessionário venha a
executar investimentos locais que resultem em um percentual de Conteúdo
Local superior ao oferecido na licitação.
23
CAPÍTULO III
CÁLCULO DO CONTEÚDO LOCAL
A ferramenta desenvolvida para o cálculo do percentual de
Conteúdo Local é a Cartilha de Conteúdo Local.
A Cartilha de Conteúdo Local é o Anexo III do Regulamento ANP nº.
06/2007 que define os critérios e procedimentos para as atividades de
Certificação de Conteúdo Local, aprovado pela Resolução ANP nº. 36 de
13/11/2007, e em vigor a partir de 11 de setembro de 2008.
Art. 1º. Fica aprovado o Regulamento ANP nº. 6/2007 que define os critérios e procedimentos para execução das atividades de Certificação de Conteúdo Local. Art. 2º. Fazem parte dessa Resolução os seguintes documentos: a) Regulamente de Certificação de Conteúdo Local b) Anexo I – Certificado de Conteúdo Local c) Anexo II – Relatório Trimestral de Certificação d) Anexo III – Cartilha de Conteúdo Local Art. 3º. Durante a fase de transição até o Regulamento de Certificação de Conteúdo Local em anexo entre em vigor, para efeito de comprovação de Conteúdo Local serão considerados os valores declarados nos Relatórios conforme estabelecido no Regulamento de Investimentos Locais de Exploração e Desenvolvimento (ANP, 2007).
A Cartilha de Conteúdo Local (2007) deixa bem claro os direitos e
deveres de todos os envolvidos no processo de certificação:
É importante salientar que a metodologia apresentada na Cartilha é totalmente baseada em custos, documentação e informações de caráter exclusivo e sigiloso de fabricantes, fornecedores, sub-fornecedores e prestadores de serviços, e será instrumento de trabalho de todos os presentes na cadeira produtiva do setor. Cabe ressaltar que essas serão as responsáveis pela prestação de informações, pelo cálculo dos Conteúdos Locais e pela manutenção da documentação comprobatória a ser apresentada, caso necessário, para efeito de apuração e aferição dos resultados dessa apuração (ANP, 2007).
24
A Cartilha de Conteúdo Local, basicamente, cobre 3 (três) diferentes
situações singulares:
Ø Conteúdo Local de Bens;
Ø Conteúdo Local de Serviços; e
Ø Conteúdo Local de Bens de Uso Temporal.
A Cartilha de Conteúdo Local também cobre situações combinadas
do tipo: Bens e Serviços (sistemas e subsistemas)6.
Conforme lembra Quintans (2010), depois que são inseridas as
informações nas planilhas, o cálculo do Conteúdo Local, em si, é automático e
fica determinado automaticamente na planilha.
3.1 – Critérios, instruções e fórmula para apuração de
Conteúdo Local de bens
Segundo a Cartilha de Conteúdo Local da ANP (2007), o Conteúdo
Local de bens (CLb) é aplicável para equipamentos e materiais e deverá ser
calculado pela fórmula a seguir:
CLb = 1 – X * 100
Y
6 Sistema – reunião coordenada e lógica de um grupo de equipamentos, máquina, materiais independentes e serviços associados que, juntos, constituem um conjunto intimamente relacionado e que funcionam como estrutura organizada destinada a realizar funções específicas. Corresponde, por exemplo, à plataforma, petroleiro ou navio do apoio offshore como um todo. Subsistema – um sistema que é parte integrante de um sistema maior. Corresponde, por exemplo, aos módulos de uma plataforma, petroleiro, navio de apoio offshore e outros.
25
O Conteúdo Local deverá ser calculado levando-se em
consideração:
X = VALOR DOS COMPONENTES IMPORTADOS (em R$), inclusive matéria
prima, somando-se:
a) Valor CIF (Cost, insurance and freight. Custo, seguro e frete. Termo
usado em comércio internacional. O preço CIF de um bem é o seu
preço incluindo os custos de chegada ao seu destino, acrescido do
respectivo Imposto de Importação, dos componentes importados
diretamente pela fabricante e incorporados ao bem; para a conversão
de moedas, deverão ser utilizadas as taxas de câmbio vigentes na data
de emissão da Nota Fiscal de venda do bem; caso o bem ainda tenha
sido faturado, poderão ser utilizadas as datas referentes a Declaração
de Importação, ou a sua cotação com o provável fornecedor
internacional, desde que as mesmas não tenham ocorrido há mais de 6
(seis) meses da apresentação do cálculo do Conteúdo Local;
b) O valor CIF, acrescido do respectivo Imposto de Importação, dos
componentes importados diretamente pela compradora e incorporados
ao bem; para a conversão de moedas, deverão ser utilizadas as taxas
de câmbio vigentes na data de emissão da Nota Fiscal, de venda do
bem; na falta da informação do valor CIF, deverá ser utilizado o preço
constante na Nota Fiscal de compra do componente, excluído IPI e
ICMS, ou a sua cotação com o provável fornecedor local; neste caso
somente deverá ser preenchida a coluna “Valor CIF + Imposto de
Importação unitário (R$)" da planilha;
c) O Valor dos componentes importados por terceiros e adquiridos no
mercado interno pela fabricante ou comprador, excluídos IPI e ICMS;
neste caso somente deverá ser preenchida a coluna “Preço de
aquisição total (R$)” da planilha;
26
d) Valor da parcela importada dos componentes adquirido no mercado
interno pelo fabricante ou comprador, excluído IPI e ICMS; neste caso
somente será preenchida a coluna “Preço de aquisição total (R$)” da
planilha.
Caso existam, os valores das parcelas nacionais de fornecimentos
realizados por fabricantes nacionais, poderão ser deduzidos do valor da
parcela importada, tendo-se por base apenas o valor originalmente faturado
pelo fabricante nacional do bem exportado ou incorporado ao fornecimento
estrangeiro.
Y = PREÇO DE VENDA DO BEM EFETIVAMENTE PRATICADO, excluídos IPI
e ICMS; nos casos em que os bens não forem comercializados pelo próprio
fabricante, dever-se considerar o preço de venda para o respectivo distribuidor
ou empresa que venha a comercializá-los, ainda que o mesmo tenha sido
contratado junto à empresa localizada no exterior.
A Cartilha de Conteúdo Local determina que poderá ser solicitado o
recálculo do Conteúdo Local, quando os preços praticados para os
componentes nacionais ou importados estiverem, de forma significativa, em
desequilíbrio econômico em relação aqueles praticados no mercado
internacional e nacional; nesses casos, serão ponderados os valores dos
componentes importados de forma a garantir a apuração do Conteúdo Local
baseada na prática de um preço adequado (preço de referência).
A critério do avaliador, com base na fórmula do item 1 e nas
definições abaixo, desde que haja cotação do bem no mercado internacional:
X = VALOR DOS COMPONENTES IMPORTADOS, inclusive matéria-prima,
somando-se:
a) Valor FOB (Free on board. Livre a bordo, não importando o modo de
transporte, preço no porto de embarque direto do vendedor para o
27
comprador) dos componentes importados diretamente pela fabricante e
do comprador e incorporados ao bem;
b) Valor FOB dos componentes importados diretamente pela compradora e
incorporados ao bem;
c) Valor dos componentes importados por terceiros e adquiridos no
mercado interno pela fabricante, excluindo-se IPI e ICMS;
d) Valor da parcela importada dos componentes adquiridos no mercado
interno pela fabricante, excluindo-se IPI e ICMS.
Os valores nos sub-itens a, b, c e d acima deverão ser convertidos
para uma mesma moeda, utilizando as taxas de câmbio vigentes na data de
emissão da Nota Fiscal de venda do bem.
Y = VALOR FOB PARA EXPORTAÇÃO DO BEM, observando-se que:
a) Caso sejam praticados níveis de preços diferenciados entre
componentes importados e equipamentos/bens completos, deverá ser
feita uma ponderação entre os deferidos valores a fim de que os
descontos aplicados sejam exatamente os mesmos;
O valor acima referido deverá ser convertido para uma mesma
moeda, utilizando as taxas de câmbio vigentes na data de emissão da Nota
Fiscal de venda do bem/equipamento.
b) Caso seja necessária a conversão de moedas, deverá ser utilizada a
data da Nota Fiscal de venda do bem.
Para fins de Conteúdo Local a documentação utilizada deverá ser
mantida de forma acessível a fim de que, caso necessário, promova-se a
comparação e avaliação desse processo. Sendo assim, deverá ser
28
apresentada a demonstração do cálculo dos referidos conteúdos locais,
acompanhada dos seguintes documentos:
a) Relação, em folha separada, de todos os componentes importados
utilizados, indicando procedência, fabricante, marca e respectivos
valores FOB, CIF e CIF acrescido do imposto de importação;
b) Relação, em folha separada, dos principais componentes nacionais
utilizados, indicando fabricante, marca, valor da parcela importada, valor
da parcela nacional e peso;
c) Comprovação dos valores dos componentes importados e do bem
completo.
Mesmo que a comprovação seja de responsabilidade do
Concessionário, a guarda da documentação comprobatória do cálculo do
Conteúdo Local será objeto de negociação entre comprador e fornecedores
assegurando-se que a apresentação das mesmas ao avaliador seja fornecida
sempre solicitada pelo mesmo. Esses documentos deverão ser mantidos para
fins de comprovação por um período de 5 (cinco) anos a contar do término do
contrato firmado com a ANP.
É necessária, para comprovação dos Conteúdos Locais calculados,
a apresentação de cópias dos seguintes documentos:
a) para os componentes importados:
• extrato da Declaração de Importação e seus anexos;
• documento fiscal ou, caso ainda não tenha sido emitido, fatura
do exportador;
• documentos fiscais, ou caso ainda não tenham sido emitidos,
faturas referentes aos componentes importados adquiridos no
País;
29
b) para os componentes nacionais:
• documentos fiscais ou, caso ainda não tenham sido emitidos,
faturas referentes aos componentes nacionais;
c) para o bem completo:
• documento fiscal ou, caso ainda não tenha sido emitido, fatura
do fabricante nacional;
d) para bem completo importado, quando for o caso:
• documento fiscal ou, caso ainda não tenha sido emitido, fatura
de fabricante no mercado internacional para exportação;
• lista de preços de fabricante no mercado internacional para
exportação;
• documento fiscal ou, caso ainda não tenha sido emitido, fatura
do fabricante nacional para exportação.
e) quaisquer outros documentos pertinentes ao processo.
A seguir a planilha utilizada pela ANP como ferramenta para
aferição de Conteúdo Local de bens de acordo com a Cartilha de Conteúdo
Local:
30
Ferramenta para Cálculo do Conteúdo Local de Bens
Cliente
Fornecedor
Bem
Identificação (código do material)
Quantidade
Valor FOB unitário
(moeda de origem)
Valor FOB Total
(moeda de origem)
Valor CIF unitário
(moeda de origem)
Valor CIF total (moeda de origem)
MoedaValor CIF unitário
(R$)
Imposto de Importação
(R$)
Valor CIF + I.Importação
unitário(R$)
Valor CIF + I.Importação
total (R$)
Preço de aquisição
unitário s/IPI e s/ICMS
(R$)
Preço de aquisição
total s/IPI e s/ICMS
(R$)
Fornecedor FabricanteDOCUMENTO
(DI/NF)
( a ) ( b ) ( c ) ( d ) ( e ) ( f ) ( g ) ( h ) ( i ) ( j ) ( k ) ( l ) ( m ) ( n ) ( o ) ( p )
Diretamente pelo Comprador
- - - - - - - - - -
- - - - - - - - - -
- - - - - - - - - -
- - - - - - - - - -
- - - - - - - - - -
- - - - - - - - - - 1
Diretamente pelo Fabricante
- - - - - - - - - -
- - - - - - - - - -
- - - - - - - - - -
- - - - - - - - - -
- - - - - - - - - -
- - - - - - - - - - 1
Por terceiros e adquiridos no mercado interno pelo Fabricante ou Comprador
- - -
- - -
- - -
- - -
- - -
- - - 1
Por terceiros e incorporados a itens adquiridos no mercado interno pelo Fabricante ou Comprador
- - -
- - -
- - -
- - -
- - -
- - - 1
Componentes Nacionais
- - -
- - -
- - -
- - -
- - -
- - -
1
LEGENDA
Conteúdo Local
NÃO APLICÁVEL
NÃO APLICÁVEL
NÃO APLICÁVEL
NÃO APLICÁVEL
NÃO APLICÁVEL
COMPONENTES
NÃO APLICÁVEL
NÃO APLICÁVEL
NÃO APLICÁVEL
NÃO APLICÁVEL
NÃO APLICÁVEL
NÃO APLICÁVEL
Data da emissão da Nota Fiscal de venda
Principal moeda de origem
Taxa de conversão para R$
Informações sobre produtos, quantidades, preços, fornecedores, fabricantes e tipos de documentos.
Resultados decorrentes das fórmulas encontradas na planilha. Não pode ser digitado (cálculo automático).
VALOR TOTAL DOS COMPONENTES IMPORTADOS (R$)
NÃO APLICÁVEL
NÃO APLICÁVEL
0,00%
PREÇO TOTAL DE VENDA DO BEM (valor da NF)
CONTEÚDO LOCAL % (CLb)
-
NÃO APLICÁVEL
NÃO APLICÁVEL
-
NÃO APLICÁVEL
NÃO APLICÁVEL
PREÇO DO BEM COMPLETO, SEM IPI E ICMS
VALOR DO IPI
VALOR DO ICMS
NÃO APLICÁVEL
NÃO APLICÁVEL
NÃO APLICÁVEL
NÃO APLICÁVEL
NÃO APLICÁVEL
NÃO APLICÁVEL
NÃO APLICÁVEL
NÃO APLICÁVEL
NÃO APLICÁVEL
NÃO APLICÁVEL
NÃO APLICÁVEL
NÃO APLICÁVEL
NÃO APLICÁVEL
Figura 4 – Planilha de cálculo de Conteúdo Local de bens (extraída de ANP, 2007, p.40)
3.2 – Critérios, instruções e fórmula de cálculo do Conteúdo
Local de contratação de bens para uso temporário
De acordo com a Cartilha de Conteúdo Local da ANP (2007), o
Conteúdo Local de contratação de bens para uso temporário, será mensurado
através do Conteúdo Local (CLb) do bem objeto de tal atividade.
31
O Conteúdo Local de contratação de bens para uso temporário será
equivalente ao Conteúdo Local apurado (CLa) para o bem utilizado, desde que
a empresa realizadora de atividade seja inscrita no CNPJ:
CLa = CLb
O valor da parcela nacional a ser atribuído para essas atividades
será, portanto:
Valor da Parcela Nacional = CLb * X
Onde:
CLb = Conteúdo Local do bem contratado para uso temporário
X = Valor do contrato de utilização do bem para uso temporário
Caso o bem utilizado seja de procedência externa, o Conteúdo Local
da atividade (CLa) será igual a zero, e o valor integral do contrato será
considerado como parcela importada.
A seguir a planilha utilizada pela ANP como ferramenta para
aferição de Conteúdo Local de bens de uso temporário de acordo com a
Cartilha de Conteúdo Local:
32
Ferramentas para Cálculo de Conteúdo Local - Bens de Uso Temporal
Cliente
Fornecedor
Bem Utilizado
Identificação (código do material)
Quantidade
Valor FOB unitário
(moeda de origem)
Valor FOB Total
(moeda de origem)
Valor CIF unitário
(moeda de origem)
Valor CIF total (moeda de origem)
MoedaValor CIF unitário
(R$)
Imposto de Importação
(R$)
Valor CIF + I.Importação
unitário(R$)
Valor CIF + I.Importação
total (R$)
Preço de aquisição
unitário s/IPI e s/ICMS
(R$)
Preço de aquisição
total s/IPI e s/ICMS (R$)
Fornecedor FabricanteDOCUMENTO
(DI/NF)
( a ) ( b ) ( c ) ( d ) ( e ) ( f ) ( g ) ( h ) ( i ) ( j ) ( k ) ( l ) ( m ) ( n ) ( o ) ( p )
Diretamente pelo Comprador
- - - - - - - - - -
- - - - - - - - - -
- - - - - - - - - -
- - - - - - - - - -
- - - - - - - - - -
- - - - - - - - - -
- - - - - - - - - - 1
Diretamente pelo Fabricante
- - - - - - - - - -
- - - - - - - - - -
- - - - - - - - - -
- - - - - - - - - -
- - - - - - - - - -
- - - - - - - - - -
- - - - - - - - - - 1
Por terceiros e adquiridos no mercado interno pelo Fabricante ou Comprador
- - -
- - -
- - -
- - -
- - -
- - -
- - -
- - - 1
Por terceiros e incorporados a itens adquiridos no mercado interno pelo Fabricante ou Comprador
- - -
- - -
- - -
- - -
- - -
- - -
- - - 1
Componentes Nacionais
- - -
- - -
- - -
- - -
- - -
- - -
- - -
1
LEGENDA
Conteúdo Local
NÃO APLICÁVEL
NÃO APLICÁVEL
NÃO APLICÁVEL
NÃO APLICÁVEL
NÃO APLICÁVEL
NÃO APLICÁVEL
NÃO APLICÁVEL
NÃO APLICÁVEL
NÃO APLICÁVEL
NÃO APLICÁVEL
NÃO APLICÁVEL
NÃO APLICÁVEL
NÃO APLICÁVEL
NÃO APLICÁVEL
NÃO APLICÁVEL
NÃO APLICÁVEL
NÃO APLICÁVEL
PREÇO DO BEM COMPLETO, SEM IPI E ICMS
VALOR DO IPI
VALOR DO ICMS
NÃO APLICÁVEL
NÃO APLICÁVEL
NÃO APLICÁVEL
NÃO APLICÁVEL
Informações sobre produtos, quantidades, preços, fornecedores, fabricantes e tipos de documentos.
-
VALOR TOTAL DOS COMPONENTES IMPORTADOS (R$)
NÃO APLICÁVEL
NÃO APLICÁVEL
0,00%
PREÇO TOTAL DE VENDA DO BEM (valor da NF de aquisição do bem)
CONTEÚDO LOCAL % (CLb)
-
Resultados decorrentes das fórmulas encontradas na planilha. Não pode ser digitado (cálculo automático).
Data da emissão da Nota Fiscal de venda
Principal moeda de origem
Taxa de conversão para R$
COMPONENTES
NÃO APLICÁVEL
NÃO APLICÁVEL
NÃO APLICÁVEL
NÃO APLICÁVEL
NÃO APLICÁVEL
NÃO APLICÁVEL
NÃO APLICÁVEL
NÃO APLICÁVEL
NÃO APLICÁVEL
NÃO APLICÁVEL
NÃO APLICÁVEL
NÃO APLICÁVEL
NÃO APLICÁVEL
Figura 5 – Planilha de cálculo de Conteúdo Local de bens para uso temporário (extraída de
ANP, 2007, p.41)
33
3.3 – Critérios, instruções e fórmula de cálculo do Conteúdo
Local de subsistemas e sistemas
CLb = 1 – X * 100
Y
Y = PREÇO TOTAL DO SUBSISTEMA/SISTEMA (em R$), entregue e em
condições de funcionamento, ainda que não tenha sido objeto de compra única
(turn-key/EPC7), somando-se, portanto, os valores de todos os contratos de
fornecimento e prestação de serviços que, juntos, comporão o
subsistema/sistema, excluindo-se o valor dos sobressalentes, IPI e ICMS,
ainda que o mesmo tenha sido contratado junto à empresa localizada no
exterior;
X = VALOR DA PARCELA IMPORTADA (em R$), considerando os valores de
todos os contratos de fornecimento e prestação de serviços que, juntos,
comporão o subsistema/sistema:
a) No caso de importação direta, valor CIF (em R$), acrescido do
respectivo Imposto de Importação:
• das matérias-primas importadas;
• dos materiais importados;
• dos componentes importados e incorporados a cada
equipamento integrante do bem;
• dos equipamentos ou subsistemas/sistemas completos
importados diretamente e incorporados ao subsistema, inclusive
software.
7 Tipo de obra contratada que é entregue ao contratante em pleno funcionamento.
34
b) No caso de compra no mercado interno, valor (em R$) excluindo-se IPI
e ICMS:
• das matérias-primas importadas;
• dos materiais importados;
• dos componentes importados e incorporados a cada
equipamento integrante do bem;
• dos equipamentos ou subsistemas/sistemas completos
importados e incorporados ao subsistema/sistema, inclusive
software.
c) Valor da parcela importada dos equipamentos adquiridos no mercado
nacional (em R$), excluindo-se IPI e ICMS, seguindo a metodologia
adotada para cálculo do Conteúdo Local de equipamentos.
d) Valor (em R$) dos serviços atrelados à produção do
subsistema/sistema, inclusive software, pagos em moeda estrangeira.
e) Valor (em R$) da parcela importada dos serviços atrelados à produção
do subsistema/sistema, inclusive software, pagos em Reais, excluindo-
se ISS.
A seguir a planilha utilizada pela ANP como ferramenta para
aferição de Conteúdo Local de subsistemas e sistemas de acordo com a
Cartilha de Conteúdo Local:
35
Ferramenta para Cálculo do Conteúdo Local
de Subsistemas e Sistemas
Cliente
Fornecedor
Escopo de fornecimento
( a ) ( b ) ( c ) ( d ) ( e ) ( f ) ( g ) ( h ) ( i ) ( j ) ( k ) ( l ) ( m ) ( n )
RELAÇÃO DE EQUIPAMENTOS, BENS OU SUBSISTEMAS CUJOS RESPECTIVOS
FABRICANTES APRESENTARAM DADOS DE CL
- - - -
- - - -
- - - -
- - - -
- - - -
- - - - 1
DEMAIS EQUIPAMENTOS, BENS E SUBSISTEMAS
- - - - - - - - - - -
- - - - - - - - - - -
- - - - - - - - - - -
- - - - - - - - - - -
- - - - - - - - - - -
- - - - - - - - - - - 1 -
TOTAL EQUIPAMENTOS, BENS E SUBSISTEMAS - - - - - -
MATERIAIS
- - - - - - - - - - -
- - - - - - - - - - -
- - - - - - - - - - -
- - - - - - - - - - -
- - - - - - - - - - -
- - - - - - - - - - -
1
TOTAL DE MATERIAIS - - - - - -
SOBRESSALENTES
- - - - - - - - - - -
- - - - - - - - - - -
- - - - - - - - - - -
- - - - - - - - - - -
- - - - - - - - - - -
- - - - - - - - - - - 1
TOTAL DE SOBRESSALENTES - - - - - -
NÃO APLICÁVEL
Data base do contrato
Principal moeda de origem
Parcela Nacional
(R$)
Parcela Importada
(R$)
Taxa de conversão para R$
Total contratado
(na moeda de origem)
DESCRIÇÃOValor CIF
(R$)
Valor CIF+Imposto
de Importação (R$)
Total contratado (R$)
Total contratado (R$)
sem IPI e ICMSValor FOB
(na moeda de origem)
MoedaImposto de Importação
(R$)
NÃO APLICÁVEL
NÃO APLICÁVEL
Fornecedor
Parcela importada diretamente
NÃO APLICÁVEL
NÃO APLICÁVEL
NÃO APLICÁVEL
Fabricante Valor CIF (na moeda de
origem)
Figura 6 – Planilha de cálculo de Conteúdo Local de subsistemas e sistemas (extraída de ANP,
2007, p.43) 3.4 – Critérios, instruções e fórmula de cálculo do Conteúdo
Local de serviços
O Conteúdo Local em serviços, inclusive software, será mensurado
através do índice de custo de utilização de mão-de-obra local na prestação dos
serviços (ILS). O ILS deverá ser aplicado ao valor do serviço contratado,
excluído o ISS, para apuração do Conteúdo Local em serviços.
36
a) O Índice de Custo de Utilização de Mão-de-obra Local em Serviços
(ILS), ou seja, o Conteúdo Local de Serviços (CLs) deverá ser calculado
pela fórmula abaixo, desde que a empresa prestadora de serviços seja
inscrita no CNPJ:
CLs = X * 100
Y
b) O CLs será calculado considerando-se a respeito do serviço:
Y = CUSTO TOTAL DA MÃO-DE-OBRA NECESSÁRIA OU EFETIVAMENTE
UTILIZADA NA REALIZAÇÃO DO SERVIÇO COMPLETO
X = CUSTO DA MÃO-DE-OBRA NACIONAL NECESSÁRIA OU
EFETIVAMENTE UTILIZADA NA REALIZAÇÃO DO SERVIÇO COMPLETO
Caso o serviço seja prestado por empresa não inscrita no CNPJ, ou
seja, faturado em moeda estrangeira, o seu valor será considerado totalmente
importado. Entretanto, caso existam, os custos com mão-de-obra nacional
decorrentes da sub-contratação de empresas nacionais ou de autônomos
utilizados para a realização do serviço, poderão ser contabilizados como
parcela nacional – “X”, tendo-se por base apenas os custos que foram
efetivamente incorridos e comprovados.
A seguir a planilha utilizada pela ANP como ferramenta para
aferição de Conteúdo Local de serviços de acordo com a Cartilha de Conteúdo
Local:
37
Ferramenta para Cálculo do Conteúdo Local - Serviços
Cliente Data base do contrato
Fornecedor Principal moeda de origem
Escopo de fornecimento Taxa de conversão para R$
( a ) ( b ) ( c ) ( d ) ( e ) ( f ) ( g ) ( h ) ( i ) ( j ) ( k ) ( l ) ( m )
SERVIÇOS CONTRATADOS EM R$
- - - - 0,0000 - -
- - - - 0,0000 - -
- - - - 0,0000 - -
- - - - 0,0000 - -
- - - - 0,0000 - -
- - - - 0,0000 - -
1
SERVIÇOS CONTRATADOS EM MOEDA ESTRANGEIRA
- - - - - - 0,0000 - -
- - - - - 0,0000 - -
- - - - - - 0,0000 - -
- - - - - - 0,0000 - -
- - - - - - 0,0000 - -
- - - - - - 0,0000 - - 1
Total do Contrato - - - - - 0 - -
NÃO APLICÁVEL
Fornecedor Custo Total de Mão-de-
Obra (R$)
Custo Total de Mão-de-Obra Local
(R$)
NÃO APLICÁVEL
NÃO APLICÁVEL
NÃO APLICÁVEL
NÃO APLICÁVEL
NÃO APLICÁVEL
NÃO APLICÁVEL
ILS (Índice de Custo de Utilização de MDO Local em Serviços)
Total contratodo em moeda
estrangeira (R$)
Parcela Importada Total(R$)
Parcela Nacional (R$)Custo Total da Mão-
de Obra (moeda de origem)
Cálculo do ILS
MoedaDESCRIÇÃOTotal contratado
(R$)
Total contratado (R$)
sem ISS
Total contratado em moeda estrangeira (moeda de origem)
NÃO APLICÁVEL
NÃO APLICÁVEL
NÃO APLICÁVEL
NÃO APLICÁVEL
NÃO APLICÁVEL
Figura 7 – Planilha de cálculo de Conteúdo Local de serviços (extraída de ANP, 2007, p.42)
38
CAPÍTULO IV
PROCEDIMENTO PARA A CERTIFICAÇÃO
A Certificação de Conteúdo Local foi criada pela ANP com o objetivo
de estabelecer as condições legais para a realização das rotinas que envolvem
as exigências da Cláusula 20 dos contratos de concessão instauradas a partir
da Sétima Rodada de licitações. Após o processo de consultas públicas, o
Sistema de Certificação de Conteúdo Local foi regulamentado em 16 de
novembro de 2007.
O Sistema determina a metodologia para a certificação e as regras
para o credenciamento de empresas certificadoras junto à ANP. As empresas
credenciadas serão responsáveis por medir e informar à ANP o Conteúdo
Local de bens e serviços contratados pelas empresas concessionárias para as
atividades de exploração e desenvolvimento da produção de petróleo de
petróleo e gás natural.
Apenas em abril de 2008 é que foi publicado o credenciamento da
1ª empresa credenciada pela ANP para exercer atividade de certificadora de
Conteúdo Local.
A Certificação deve conter a seguinte declaração, segundo o
ANEXO I – CERTIFICADO DE CONTEÚDO LOCAL8, contido no
REGULAMENTO ANP Nº. 6/2007, publicado com a RESOLUÇÃO ANP Nº. 36,
DE 13.11.2007, DOU de 16.11.2007, contendo, ainda carimbo e assinatura da
empresa certificadora:
8 Modelo do Certificado de Conteúdo Local estabelecido pela ANP conforme Resolução n.º 36 de 2007.
40
A metodologia da Cartilha de Conteúdo Local é baseada nas
informações dos fornecedores e, segundo o item 5 da Cartilha anexa à
Resolução ANP nº. 36/2007, os contratos e documentos devem ficar
guardados por 5 (cinco) anos a contar do fim do contrato do Concessionário
com a ANP, que diz o seguinte:
Ainda que a comprovação seja de responsabilidade do Concessionário, a guarda da documentação comprobatória do cálculo do Conteúdo Local será objeto de negociação entre comprador e fornecedores (e sub-fornecedores) assegurando-se que a apresentação das mesmas ao avaliador seja fornecida sempre que solicitada pelo mesmo. Esses documentos deverão ser mantidos para fins de comprovação por um período de 5 (cinco) anos a contar do término deste Contrato firmado com a ANP (ANP, 2007).
O fornecedor deverá, junto com sua nota fiscal, enviar o Certificado
de Conteúdo Local de cada produto discriminado na referida nota. Apenas
para os bens ou produtos que obedecem algum tipo de padronização e que
são produzidos em série, não havendo alteração percentual de 10% do valor, é
que poderá ser aceita a certificação original, que terá validade máxima de 4
(quatro) anos, anexando a cada nova nota fiscal emitida uma cópia do
Certificado de Conteúdo Local original, de cada produto e, ainda, uma
declaração de não alteração do respectivo bem em relação à certificação
originalmente realizada.
Para conseguir a certificação, concessionários e fornecedores, terão
que firmar contrato com a Certificadora autorizada pela ANP e o referido
contrato deverá conter, sem exceção, as seguintes características:
a) Bem, bem de uso temporal, serviço, subsistema, sistema ou conjunto de
sistema a ser certificado, claramente definido;
b) Cronograma de execução dos trabalhos;
c) Cláusula informando que todo o trabalho será desenvolvido conforme o
presente regulamento;
41
d) Identificação do pessoal da Certificadora envolvido na execução dos
trabalhos;
e) Identificação do pessoal da contratante responsável pela condução dos
trabalhos;
f) Definição dos procedimentos de acesso, verificação e análise da
documentação a ser analisada, dos processos produtivos necessários à
elaboração do produto a ser certificado, dos componentes constituintes
do produto a ser certificado e dos componentes terceirizados e/ou sub-
contratados e respectiva documentação;
g) Valores e condições comerciais do contrato de certificação; e
h) Código de identificação do contrato.
Após firmar o contrato a certificadora terá 30 (trinta) dias para
informar à ANP os principais dados do concessionário, as atividades e objetos
de certificação.
A ANP emitirá um código de identificação da certificada e informará
à Certificadora.
As Certificadoras deverão manter um registro permanente de todos
os certificados emitidos, que deverão conter no mínimo o seguinte:
a) número de certificado;
b) o requerente do mesmo;
c) o produto a que se refere;
d) o valor de Conteúdo Local;
e) a razão social do cliente
f) a data de emissão; e
g) a validade.
As certificadoras devem adotar os critérios e métodos da Cartilha
para o cálculo do Conteúdo Local, seja para bens, bens de uso temporal,
serviços, subsistemas, sistemas e conjunto de sistemas relacionados às
atividades de exploração e produção de petróleo e gás natural.
42
4.1 – Credenciamento das empresas para certificação
A Resolução ANP nº. 37/2007 aprovou o regulamento ANP nº.
7/2007 que define os critérios e procedimentos para cadastramento e
credenciamento de entidades para Certificação de Conteúdo Local.
Os valores dos investimentos realizados nas aquisições de bens e
serviços contratados após a data de entrada em vigor da certificação, 11 de
setembro de 2008, que estiver apropriado como nacional nos relatórios de
investimentos só será considerado, para fins de atendimento ao compromisso
de Conteúdo Local contratual, se estiver acompanhado do respectivo
certificado de Conteúdo Local.
A seguir, as empresas certificadoras credenciadas na ANP:
CÓDIGO DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE
EMPRESA CREDENCIADA
Ge001 Geologia e geofísica
Ability Certificadora e Consultoria Ltda
ABS Group Services do Brasil
Câmara Consultoria
CCL Certificadora de Conteúdo Local
Det Norske Veritas - DNV
Falcão Bauer Centro de Tecnologia
Galena Engenharia
Instituto Latinoamericano de la Calidad - Inlac
Kopsia Engenharia e Telecomunicações
Millenium Consultores Empresariais - Millenium
NSG Consultoria
Registro Brasileiro de Navios e Aeronaves - RBNA
SGS do Brasil - SGS
TerratekTecnologia Ltda
Pe001 Sonda de perfuração
Ability Certificadora e Consultoria Ltda
ABS Group Services do Brasil
Bureau Veritas do Brasil Sociedade Classificadora - BV
Câmara Consultoria
CCL Certificadora de Conteúdo Local
Det Norske Veritas - DNV
Galena Engenharia
Kopsia Engenharia e Telecomunicações
43
Instituto Latinoamericano de la Calidad - Inlac
Millenium Consultores Empresariais - Millenium
NSG Consultoria
Openseas Engenharia Naval
Registro Brasileiro de Navios e Aeronaves - RBNA
SGS do Brasil - SGS
TerratekTecnologia Ltda
TÜV Rheinland
Pe002 Apoio logístico e operacional
Ability Certificadora e Consultoria Ltda
ABS Group Services do Brasil
Bureau Veritas do Brasil Sociedade Classificadora - BV
Câmara Consultoria
CCL Certificadora de Conteúdo Local
Certifix Consultoria e Gestão Ltda
Det Norske Veritas - DNV
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Galena Engenharia
Instituto Latinoamericano de la Calidad - Inlac
Kopsia Engenharia e Telecomunicações
Millenium Consultores Empresariais - Millenium
NSG Consultoria
Openseas Engenharia Naval
Registro Brasileiro de Navios e Aeronaves - RBNA
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TerratekTecnologia Ltda
Pe003 Perfuração, completação e avaliação de poços
Ability Certificadora e Consultoria Ltda
ABS Group Services do Brasil
Bureau Veritas do Brasil Sociedade Classificadora - BV
Câmara Consultoria
CCL Certificadora de Conteúdo Local
Det Norske Veritas - DNV
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Millenium Consultores Empresariais - Millenium
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Registro Brasileiro de Navios e Aeronaves - RBNA
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En001 Engenharia básica e de
Ability Certificadora e Consultoria Ltda
ABS Group Services do Brasil
44
detalhamento Bureau Veritas do Brasil Sociedade Classificadora - BV
Câmara Consultoria
CCL Certificadora de Conteúdo Local
Certifix Consultoria e Gestão Ltda
Det Norske Veritas - DNV
Falcão Bauer Centro de Tecnologia
Galena Engenharia
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Kopsia Engenharia e Telecomunicações
Millenium Consultores Empresariais - Millenium
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Openseas Engenharia Naval
Registro Brasileiro de Navios e Aeronaves - RBNA
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En002 Gerenciamento, construção, montagem e comissionamento
Ability Certificadora e Consultoria Ltda
ABS Group Services do Brasil
Bureau Veritas do Brasil Sociedade Classificadora - BV
Câmara Consultoria
CCL Certificadora de Conteúdo Local
Certifix Consultoria e Gestão Ltda
Det Norske Veritas - DNV
Falcão Bauer Centro de Tecnologia
Fundação Carlos Alberto Vanzolini
Galena Engenharia
Instituto Latinoamericano de la Calidad - Inlac
Kopsia Engenharia e Telecomunicações
Millenium Consultores Empresariais - Millenium
NSG Consultoria
Openseas Engenharia Naval
Registro Brasileiro de Navios e Aeronaves - RBNA
SGS do Brasil - SGS
TerratekTecnologia Ltda
TÜV Rheinland
En003 Sistemas elétricos, de controle, instrumentação e medição
Ability Certificadora e Consultoria Ltda
ABS Group Services do Brasil
Bureau Veritas do Brasil Sociedade Classificadora - BV
Câmara Consultoria
CCL Certificadora de Conteúdo Local
Certifix Consultoria e Gestão Ltda
Det Norske Veritas - DNV
45
Fundação Carlos Alberto Vanzolini
Galena Engenharia
Instituto Latinoamericano de la Calidad - Inlac
Kopsia Engenharia e Telecomunicações
Millenium Consultores Empresariais - Millenium
NCC Certificações
NSG Consultoria
Registro Brasileiro de Navios e Aeronaves - RBNA
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TÜV Rheinland
En004 Sistemas de telecomunicações
Ability Certificadora e Consultoria Ltda
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Bureau Veritas do Brasil Sociedade Classificadora - BV
Câmara Consultoria
CCL Certificadora de Conteúdo Local
Certifix Consultoria e Gestão Ltda
Instituto Latinoamericano de la Calidad - Inlac
Kopsia Engenharia e Telecomunicações
Millenium Consultores Empresariais - Millenium
NCC Certificações
NSG Consultoria
SGS do Brasil - SGS
Registro Brasileiro de Navios e Aeronaves - RBNA
TÜV Rheinland
Es001 Oleodutos, gasodutos e tanques de armazenamento
Ability Certificadora e Consultoria Ltda
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Câmara Consultoria
Det Norske Veritas - DNV
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Galena Engenharia
Instituto Latinoamericano de La Calidad - Inlac
Kopsia Engenharia e Telecomunicações
Millenium Consultores Empresariais - Millenium
NSG Consultoria
Registro Brasileiro de Navios e Aeronaves - RBNA
SGS do Brasil - SGS
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TÜV Rheinland
Es002 Bombas e transferência
Ability Certificadora e Consultoria Ltda
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46
Câmara Consultoria
CCL Certificadora de Conteúdo Local
Certifix Consultoria e Gestão Ltda
Det Norske Veritas - DNV
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Instituto Latinoamericano de la Calidad - Inlac
Kopsia Engenharia e Telecomunicações
Millenium Consultores Empresariais - Millenium
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Up001 Unidades de compressão
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Up002 Unidades de geração e energia elétrica
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Fundação Carlos Alberto Vanzolini
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47
Up003 Unidades e geração e injeção de vapor
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Up004 Unidades de tratamento e injeção de água
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Es003 Equipamentos e controle submarinos: linhas rígidas, flexíveis, umbilicais e manifolds
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Es004 Monobóias e quadro de bóias
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48
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Up005 Sistema de processamento e tratamento de óleo
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Up006 Sistema de processamento e tratamento de gás natural
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Up007 Construção naval (casco, turret, ancoragem e sistemas navais)
Ability Certificadora e Consultoria Ltda
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Câmara Consultoria
CCL Certificadora de Conteúdo Local
49
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Kopsia Engenharia e Telecomunicações
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Up008 Segurança Operacional
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CCL Certificadora de Conteúdo Local
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Falcão Bauer Centro de Tecnologia
Fundação Carlos Alberto Vanzolini
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Instituto Lationoamericano de la Calidad - Inlac
Kopsia Engenharia e Telecomunicações
Millenium Consultores Empresariais - Millenium
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En005 Obras civis e utilidades
Ability Certificadora e Consultoria Ltda
ABS Group Services do Brasil
Bureau Veritas do Brasil Sociedade Classificadora - BV
Câmara Consultoria
CCL Certificadora de Conteúdo Local
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Fundação Carlos Alberto Vanzolini
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Kopsia Engenharia e Telecomunicações
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NSG Consultoria
50
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Figura 9 – Empresas Certificadoras Credenciadas na ANP (extraída de ANP, 2012, p.1)
As concessionárias e fornecedores devem se manter atualizados em
relação às certificadoras, buscando no site da ANP as informações sobre as
credenciadas, suspensões e descredenciamento.
A ANP se compromete a manter no seu site a relação atualizada de
entidades credenciadas como certificadoras, informando as áreas de atuação e
as eventuais suspensões e advertências, pois o descredenciamento faz com
que o nome seja retirado da relação.
4.2 – Procedimentos de auditoria de Conteúdo Local
Auditar uma empresa significa examinar suas atividades de forma
sistêmica. A auditoria avalia se os procedimentos utilizados estão em
conformidade com os objetivos da sociedade. No caso de auditoria externa
deve ser independente e no caso de auditoria interna deve promover relatórios
e procedimentos, de forma que a empresa possa seguir as regras impostas
pela lei, pela sociedade ou pela própria empresa.
Após a emissão da Resolução ANP nº. 38 de 13 de novembro de
2007, que aprovou o Regulamento nº. 8/2007, a ANP passou a definir os
critérios e procedimentos de auditoria nas empresas de certificação de
Conteúdo Local.
A auditoria realizada pela ANP terá como objetivo:
a) verificar a regularidade e a conformidade da documentação,
procedimentos e processos internos adotados nas atividades de
certificação;
51
b) verificar a conformidade da documentação e procedimentos referentes à
certificação de determinado produto;
c) certificar-se quanto à correta aplicação das normas atuais e do
Regulamento de Certificação de Conteúdo Local.
A realização de auditorias pela ANP poderá ocorrer a qualquer
tempo, desde que a certificadora seja notificada com prazo mínimo de 30 dias
para que a certificadora possa providenciar os documentos necessários.
O processo de auditoria será realizado nas próprias dependências
da ANP ou nas dependências da credenciada.
52
CAPÍTULO V
SIMPLIFICAÇÃO DAS EXIGÊNCIAS
Ao avaliarmos a competitividade dos fornecedores com relação aos
principais bens e serviços, ficam evidentes suas limitações para atender a
demanda de bens e serviços nacionais.
Novas descobertas, a necessidade do desenvolvimento da produção
com novas tecnologias, novos serviços, materiais e equipamentos necessários
para novos projetos e a necessidade de superação dos que alimentam a
cadeia nacional geram a busca de novos fornecedores, onde quer que eles
estejam, alterando substancialmente os índices de compras locais.
Os custos financeiros e a carga tributária das empresas são outros
elementos que influenciam os índices de aquisições de bens, serviços e mão-
de-obra no Brasil.
No Brasil, a competitividade industrial é afetada pela excessiva
carga tributária, custo elevado do financiamento, câmbio desfavorável, bem
como por carências de atualização tecnológica.
O Conteúdo Local no Brasil é elevado e a entrada de novos
operadores independentes tem aumentado a demanda por bens e serviços
num ritmo superior à capacidade de atendimento por parte das empresas
instaladas regionalmente.
Os fornecedores brasileiros precisam alcançar os padrões
internacionais de qualidade, preço, prazo de entrega e também de
procedimentos e padrões comportamentais éticos, para serem competitivos.
No Brasil, como se sabe, não há uma política industrial definida para
o segmento de petróleo e o entra-e-sai de governantes não reduz as despesas
públicas fazendo com que os empresários e o povo sofram com grandes
cargas tributárias, sem a devida retribuição do Estado.
A globalização dos mercados faz com os empresários arrisquem
mais, no sentido de procurarem alcançar a qualidade e a tecnologia de ponta,
sob pena de verem suas demandas reduzidas, pelo aparecimento de novos
entrantes em cada mercado, cada vez mais preparados tecnologicamente,
53
com boas propostas de redução de custos. O resultado dessa busca produz o
desenvolvimento de países e de determinados mercados.
5.1 – Aliviando a regra de Conteúdo Local
É difícil comparar modelos que não são iguais, pois, nada se
compara ao modelo brasileiro como metodologia implantada para apurar
Conteúdo Local. O Conteúdo Local brasileiro não é igual a nenhum outro no
mundo, com suas planilhas e cartilhas elaboradas no passado para avaliar
empréstimos e investimentos. Em nenhum outro lugar no mundo ocorre a
exigência de Conteúdo Local na fase de exploração.
A ANP já aplicou multas a diversas empresas por descumprimento
das metas de conteúdo nacional. Pela regra atual, qualquer descumprimento
da meta é punido com a mesma multa.
Uma empresa que não comprou nada no mercado interno, mesmo
tendo se comprometido a adquirir 100% dos bens e serviços no País, recebe a
mesma punição aplicada a outra que não cumpriu a meta por 2% ou 3%.
A ANP pretende simplificar as exigências para a comprovação dos
índices de conteúdo nacional e também transformar as multas aplicadas em
determinados casos - de descumprimento por pequena margem, por exemplo -
em um sistema de créditos, a serem investidos em alguns segmentos da
indústria que fornece para o setor petrolífero.
Atualmente, a multa é recolhida por meio de um documento
genérico - a Guia de Recolhimento da União (GRU) -, que a transfere para a
conta única da União. Por isso, o dinheiro demora muito para chegar à ANP. A
ideia da Agência é que a empresa multada recolha o valor para uma
determinada conta de desenvolvimento da ANP, e aponte em qual projeto
industrial relacionado pela agência pretende aplicar o dinheiro.
54
CONCLUSÃO
Ao tratar-se de Conteúdo Local, neste trabalho foi possível avaliar
que a forma que a ANP escolheu para determinar o Conteúdo Local é muito
onerosa e complexa, principalmente se considerarmos que o Conteúdo Local
está sendo exigido até a fase de exploração.
O Conteúdo Local não tem definições precisas nas regras editadas
e que sempre foi tratado, no passado, como uma fórmula, mesmo depois da
criação da ANP.
O Conteúdo Local trata-se de um processo de estímulo, ao
fornecimento de bens e serviços brasileiros, em prol do desenvolvimento da
indústria local de bens e serviços, para a geração de emprego e renda. O
Conteúdo Local, de certa forma, pode ser referido como um processo de
substituição de importações visando à ampliação da capacidade de
fornecimento local, para atingir níveis internacionais de competição
empresarial.
A enorme carga tributária que enfrentam os empresários brasileiros
de todos os segmentos da indústria afeta diretamente a competitividade
industrial.
A falta de investimentos em estudos e a conseqüente lentidão no
desenvolvimento de novos métodos, bens e produtos, aliados aos altíssimos
custos nacionais nos leva à total privação tecnológica.
Concessionárias e fornecedores de bens e serviços devem
continuar propondo o debate e o diálogo aberto com a ANP de forma a buscar
possíveis soluções para que o Conteúdo Local seja mantido como um
fomentador para a indústria nacional, mas sem que seja critério de julgamentos
das ofertas nas rodadas de licitações.
É sabido que o Conteúdo Local surgiu nos leilões das concessões
da ANP sem um planejamento adequado e sofreu diversas alterações ao longo
dos anos, com uma natureza mista entre matéria regulada pela ANP e a
obrigação contratual, porém sempre haverá tempo para reestruturá-lo e dar
início a um novo tempo sem vícios e imperfeições legais.
55
BIBLIOGRAFIA
ANP, 2007. Conteúdo Local. Disponível em: http://www.anp.gov.br. Acesso em:
20/03/2012.
BARRETO, Carlos Eduardo Paes. A Saga do Petróleo Brasileiro. São Paulo:
Nobel, 2001.
CARDOSO, Luiz Cláudio. Petróleo: do poço ao posto. Rio de Janeiro:
Qualitymark, 2005.
GUTMAN, José. Tributação e outras obrigações na indústria do petróleo. Rio
de Janeiro: Freitas Bastos, 2007.
MARTINS, Daniela Couto. A regulação da indústria do petróleo segundo o
modelo constitucional brasileiro. Belo Horizonte: Fórum, 2006.
MILLENIUM, 2012. Conteúdo Local. Disponível em:
http://www.milleniumconsultores.com.br. Acesso em: 15/02/2012.
PORTAL MARÍTIMO, 2012. Conteúdo Local. Disponível em:
http://portalmaritimo.com. Acesso em: 22/05/2012.
PROMINP, 2012. Cartilha de Conteúdo Local. Disponível em:
http://www.prominp.com.br. Acesso em: 15/06/2012.
QUINTANS, Luiz Cezar P. Sociedades empresárias e sociedades simples. 2ª
ed., Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2006.
QUINTANS, Luiz Cezar P. Direito do Petróleo – Conteúdo Local. Rio de
Janeiro: Freitas Bastos, 2010.
56
RIBEIRO, Marilda Rosado de Sá. Direito do Petróleo: as joint ventures na
indústria do petróleo. 2ª ed., Rio de Janeiro: Renovar, 2003.
SOUTO, Marcos Juruena Villela. Direito Administrativo da Economia. 3ª ed.,
Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2003.
TERRATEK, 2012. Multas e Penalidades. Disponível em:
http://www.terratek.com.br. Acesso em: 30/04/2012.
VALOIS, Paulo. A Evolução do Monopólio Estatal do Petróleo. Rio de Janeiro:
Lumen Juris, 2000.
57
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 02
AGRADECIMENTO 03
DEDICATÓRIA 04
RESUMO 05
METODOLOGIA 06
SUMÁRIO 07
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I
CONCEITO DE CONTEÚDO LOCAL 09
1.1 – Marcos principais do Conteúdo Local 11
1.2 – Objetivos e aplicação do Conteúdo Local 13
1.3 – Legalidade do Conteúdo Local no Brasil 14
1.4 – Conteúdo Local em outros países 15
CAPÍTULO II
REQUISITOS CONTRATUAIS 16
2.1 – Conteúdo Local Mandatório 16
2.2 – Comprovação do Conteúdo Local 17
2.3 – Medição do Conteúdo Local 19
CAPÍTULO III
CÁLCULO DO CONTEÚDO LOCAL 23
3.1 – Critérios, instruções e fórmula para
apuração de Conteúdo Local de bens 24
3.2 – Critérios, instruções e fórmula de cálculo
do Conteúdo Local de contratação de bens para
uso temporário 30
3.3 – Critérios, instruções e fórmula de cálculo
do Conteúdo Local de subsistemas e sistemas 33
58
3.4 – Critérios, instruções e fórmula de cálculo de
Conteúdo Local de serviços 35
CAPÍTULO IV
PROCEDIMENTO PARA CERTIFICAÇÃO 38
4.1 – Credenciamento das empresas para
Certificação 42
4.2 – Procedimentos de auditoria de Conteúdo
Local 50
CAPÍTULO V
SIMPLIFICAÇÃO DAS EXIGÊNCIAS 52
5.1 – Aliviando a regra de Conteúdo Local 53
CONCLUSÃO 54
BIBLIOGRAFIA 55
ÍNDICE 57
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