Normas gerais de direito tributário

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AULA 10 - PUC/SP Cogeae. Normas Gerais em Matéria Tributária. Charles William McNaughton

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NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO

CHARLES WILLIAM McNAUGHTON

PROBLEMAS

• QUAL A FUNÇÃO DA NORMA GERAL DEDIREITO TRIBUTÁRIO NO SISTEMA TRIBUTÁRIONACIONAL

• QUAL SUA RELAÇÃO COM OUTRAS NORMASDO SISTEMA JURÍDICO

• COMO RECONHECER UMA NORMA GERAL DE DIREITO TRIBUTÁRIO

• IDEIA CENTRAL: A RELAÇÃO ENTRE NORMASGERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO E OUTRASNORMAS NÃO SE CARACTERIZA COMO MERAREPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIA MAS SIM APARTIR DE UM VÍNCULO HIERÁRQUICO.

FUNÇÃO DE NORMAS

MENSAGEM

(O QUE)

EMISSOR RECEPTOR

(QUEM) (PARA QUEM)

CANAL – VEÍCULO NORMATIVO

• VÍNCULO HIERÁRQUICO ENTRE DUAS NORMAS N E N’:

• N define, totalmente ou parcialmente, afunção atribuída a N’.

FEDERAÇÃO

• - ESPÉCIES DIFERENTES DE EMISSORES(UNIÃO, ESTADOS, MUNICÍPIOS E DISTRITOFEDERAL)

• - REPARTIÇÃO DE MATÉRIAS (O QUE)DESTINADA A CADA EMISSOR;

• - ÂMBITO TERRITORIAL DE VIGÊNCIADEFINIDO PARA CADA EMISSOR

• ARTIGO 18 DA CF

• Art. 18. A organização político-administrativada República Federativa do Brasil compreendea União, os Estados, o Distrito Federal e osMunicípios, todos autônomos, nos termosdesta Constituição.

• ISONOMIA ENTRE EMISSORES DECORRENTES DA REPARTIÇÃO MATERIAL DE COMPEÊNCIA.

REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIA

• COMPETÊNCIA PRIVATIVA DA UNIÃOEXPRESSA: (ARTIGO 22 DA CF) – MATÉRIASLEGISLATIVAS DESTINADAS À UNIÃO

• COMPETÊNCIA COMUM: OBJETIVOS E AÇÕESQUE PODEM SER ALCANÇADOS OUPRATICADOS DE FORMA COMUM POR TODASAS PESSOAS POLÍTICAS DE DIREITO PÚBLICOINTERINO

• COMPETÊNCIA CONCORRENTE: MATÉRIASLEGISLATIVAS QUE PODEM SER TRATADAS PORUNIÃO, ESTADOS E DISTRITO FEDERAL, TAL COMODIREITO TRIBUTÁRIO.

• A COMPETÊNCIA DA UNIÃO É DE INSTITUIRNORMAS GERAIS. OS ESTADOS FICAM COMCOMPETÊNCIA SUPLEMENTAR PARA INSTITUIRNORMAS GERAIS, QUE TERÃO SUA EFICÁCIASUSPENSA COM O ADVENTO DA LEI“FEDERAL”, NO QUE LHE FOR CONTRÁRIO.

• COMPETÊNCIA ESTADUAL (ARTIGO 25): TUDO OQUE NÃO FOR VEDADO PELA CONSTITUIÇÃO (OUSEJA, O QUE NÃO FORATRIBUÍDO, EXPRESSAMENTE, A OUTRA PESSOAPOLÍTICA).

• COMPETÊNCIA DOS MUNICÍPIOS (ART. 30):ASSUNTOS DE INTERESSES LOCAIS ESUPLEMENTAR A LEGISLAÇÃO DO ESTADO.INSTITUIR E ARRECADAR TRIBUTOS DE SUACOMPETÊNCIA.

• DIVISÃO FUNCIONAL:

• NORMAS DA ORDEM TOTAL

• NORMAS DA ORDEM PARCIAL

• QUANTO AO DESTINATÁRIO:

• NORMAS DE ORDEM TOTAL: GARANTEM AUNIDADE DO ESTADO FEDERATIVO AODELIMITAR FUNÇÕES ATRIBUÍDAS ÀS NORMASDE ORDENS PARCIAIS.

• NORMAS DE ORDEM PARCIAL: VINCULAMAPENAS AUTORIDADES JURÍDICAS INSERIDASPELA PRÓPRIA PESSOA POLÍTICA QUE ASEDITOU.

• NORMAS DE ORDEM TOTAL (PARA QUEM)

• UNIÃO ESTADOS MUNICÍPIOS

• QUANTO AO EMISSOR:

• NORMAS DA ORDEM TOTAL: EMITIDA PORÓRGÃOS CENTRAIS DA FEDERAÇÃO(CONGRESSO NACIONAL ETC.)

QUANTO À MATÉRIA:

• NORMAS DE ORDEM TOTAL TÊM UM ÂMBITODE COMPETÊNCIA MATERIAL INDICADO PELACF. EXEMPLO: NO EXERCÍCIO DECOMPETÊNCIA CONCORRENTE, AS NORMASGERAIS EDITADAS PELA UNIÃO SÃO NORMASDE ORDEM TOTAL.

• NORMAS DE ORDEM PARCIAL: PARTE DECOMPETÊNCIA EXPRESSA, PARTE DECOMPETÊNCIA SUPLEMENTAR OUCOMPLEMENTAR.

• Na esfera do direito tributário, a Constituiçãoatribuiu à Lei Complementar, que institui normade ordem total, uma competência materialampla e vaga.

• Há duas restrições fundamentais: a norma daordem total não deve instituir tributos; não deveveicular isenções ou benefícios fiscais, salvo noscasos expressamente previstos pela Lei Maior.

• ART. 150 § 6.º Qualquer subsídio ouisenção, redução de base de cálculo, concessãode crédito presumido, anistia ouremissão, relativos a impostos, taxas oucontribuições, só poderá ser concedido mediantelei específica, federal, estadual oumunicipal, que regule exclusivamente as matériasacima enumeradas ou o correspondente tributoou contribuição, sem prejuízo do disposto no art.155, § 2.º, XII, g.

• ARTIGOS 145, 148, 149, 153, 154, 155 E 156DA CF DISPÕEM QUE OS IMPOSTOS SÃOINSTITUÍDOS PELAS PRÓPRIOS ENTESPOLÍTICOS.

NORMA GERAL DE DIREITO TRIBUTÁRIO

• Art. 146. Cabe à lei complementar:

• I - dispor sobre conflitos de competência, emmatéria tributária, entre a União, os Estados, oDistrito Federal e os Municípios;

• II - regular as limitações constitucionais aopoder de tributar;

• III - estabelecer normas gerais em matéria delegislação tributária, especialmente sobre:

CONFLITOS DE COMPETÊNCIA

• NOCÕES ELEMENTARES: TODO O SIGNOPRESSUPÕE SIGNIFICAÇÕES POSSÍVEIS ASEREM OUTORGADAS.

• NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO QUEDISPÕEM SOBRE CONFLITOS DECOMPETÊNCIA VISAM A SEDIMENTARINTERPRETAÇÕES DOS SIGNOSCONSTITUCIONAIS, IMPEDINDO QUEINTERPRETAÇÕES DISTINTAS GEREMCONFLITOS DE COMPETÊNCIA.

• AS NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIOQUE DISPÕEM SOBRE CONFLITOS DECOMPETÊNCIA DEVEM ELIMINAR POSSÍVEISINTERSECÇÕES QUE SERIAM DECORRENTESDA INTERPRETAÇÃO DIFERENTES (E POSSÍVEIS)DE TEXTOS CONSTITUCIONAIS; OU PODEMCRIAR ESSAS INTERSEÇÕES, QUANDO NÃOVEDADO PELO TEXTO CONSTITUCIONAL.

LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR

• PREVISTAS NOS ARTIGOS 150 A 152 DA CF.

• PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS:

• LEGALIDADE, ISONOMIA, IRRETROATIVIDADE, ANTERIORIDADE, NÃO-CONFISCO, PROIBIÇÃO DE LIMITAÇÕES AO TRÁFEGO DE PESSOAS OU BENS.

• IMUNIDADES

• PREVISÃO DE LEI DETERMINANDOESCLARECIMENTO SOBRE IMPOSTOSINCIDENTES EM MERCADORIAS E SERVIÇOS.

• PROIBIÇÃO DE ISENÇÕES HETERÔNEMAS.

• SUBSTITUÇÃO PROGRESSIVA E IMEDIATARESTITUIÇÃO.

• PROIBILÇAO DE INSTITUIÇÃO DETRIBUTO QUE NÃO SEJA UNIFORME EMTODO O TERRITÓRIO NACIONAL OU QUEIMPLIQUE DISTINÇÃO OU PREFERÊNCIAEM RELAÇÃO A ESTADO, AO DF OU AMUNICÍPIO ADMITIDA A CONCESSÃO DEINCENTIVOS FISCAIS DESTINADOS APROMOVER O EQUILÍBRIO DODESENVOLVIMENTO SÓCIO-ECONÔMICOENTRE AS DIFERENTES REGIÕES DO PAÍS;

• PROIBIÇÃO DE TRIBUTAÇÃO DA RENDA DASOBRIGAÇÕES DA DÍVIDA PÚBLICA DOS ESTADOS, DODISTRITO FEDERAL E DOS MUNICÍPIOS, BEM COMO AREMUNERAÇÃO E OS PROVENTOS DOS RESPECTIVOSAGENTES PÚBLICOS, EM NÍVEIS SUPERIORES AOS QUEFIXAR PARA SUAS OBRIGAÇÕES E PARA SEUS AGENTES;

• PROIBIÇÃO DE INSTITUIÇÃO DE ISENÇÕES DE TRIBUTOSDA COMPETÊNCIA DOS ESTADOS, DO DISTRITO FEDERALOU DOS MUNICÍPIOS.

• VEDAÇÃO DE ESTADOS DISTRITO FEDERAL EAOS MUNICÍPIOS ESTABELECEREMDIFERENÇA TRIBUTÁRIA ENTRE BENS ESERVIÇOS, DE QUALQUER NATUREZA, EMRAZÃO DE SUA PROCEDÊNCIA OU DESTINO.

Questão Polêmica

• Imunidade sobre patrimônio, renda ouserviços dos partidos políticos, inclusive suasfundações, das entidades sindicais dostrabalhadores, das instituições de educação ede assistência social, sem finslucrativos, atendidos os requisitos da lei;

• “(...) o que a Constituição remete à leiordinária, no tocante à imunidade tributáriaconsiderada, é a fixação de normas sobre aconstituição e o funcionamento da entidadeeducacional ou assistencial imune; não, o quediga respeito aos lindes da imunidade, que,quando susceptíveis de disciplinainfraconstitucional, ficou reservado à leicomplementar. Pleno, julgado em 27/08/1998,DJ 13-02-2004 PP-00010 EMENT VOL-02139-01 PP-00064)”

• Art. 14. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é subordinado à observância dos seguintes requisitos pelas entidades nele referidas:

• I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título; (Redação dada pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)

• II - aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos institucionais; III -manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão.

• § 1º Na falta de cumprimento do disposto nesteartigo, ou no § 1º do artigo 9º, a autoridadecompetente pode suspender a aplicação dobenefício.

• § 2º Os serviços a que se refere a alínea c doinciso IV do artigo 9º são exclusivamente, osdiretamente relacionados com os objetivosinstitucionais das entidades de que trata esteartigo, previstos nos respectivos estatutos ou atosconstitutivos.

NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO EM SENTIDO ESTRITO

• III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre:

• a) definição de tributos e de suas espécies, bemcomo, em relação aos impostos discriminados nestaConstituição, a dos respectivos fatos geradores, basesde cálculo e contribuintes;

• b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição edecadência tributários;

• c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativopraticado pelas sociedades cooperativas.

• TEORIA TRICOTÔMICA X DICOTÔMICA OU MONOTÔMICA

• d) definição de tratamento diferenciado efavorecido para as microempresas e para asempresas de pequeno porte, inclusive regimesespeciais ou simplificados no caso do impostoprevisto no art. 155, II, das contribuiçõesprevistas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e dacontribuição a que se refere o art. 239.(Incluído pela Emenda Constitucional nº42, de 19.12.2003)

• Parágrafo único. A lei complementar de que trata o inciso III, d, tambémpoderá instituir um regime único de arrecadação dos impostos e contribuiçõesda União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, observado que:(Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

• I - será opcional para o contribuinte; (Incluído pela Emenda Constitucional nº42, de 19.12.2003)

• II - poderão ser estabelecidas condições de enquadramento diferenciadas porEstado; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

• III - o recolhimento será unificado e centralizado e a distribuição da parcela derecursos pertencentes aos respectivos entes federados será imediata, vedadaqualquer retenção ou condicionamento; (Incluído pela Emenda Constitucionalnº 42, de 19.12.2003)

• IV - a arrecadação, a fiscalização e a cobrança poderão ser compartilhadaspelos entes federados, adotado cadastro nacional único de contribuintes.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

• Art. 146-A. Lei complementar poderáestabelecer critérios especiais de tributação,com o objetivo de prevenir desequilíbrios daconcorrência, sem prejuízo da competência dea União, por lei, estabelecer normas de igualobjetivo. (Incluído pela Emenda Constitucionalnº 42, de 19.12.2003)

Elementos que facilitam reconhecer uma NGT

• NORMA QUE TRATA DE TRIBUTOS DEUNIÃO, ESTADOS E MUNICÍPIOS, SEM INSTITUIRQUALQUER DESSES TRIBUTOS.

• LEI COMPLEMENTAR QUE TRATE DE LIMITAÇÃOCONSTITUCIONAL AO PODER DE TRIBUTAR

• NORMA QUE TRATE DECRÉDITO, OBRIGAÇÃO, PRESCRIÇÃO EDECADÊNCIA, SEM VINCULAÇÃO A TRIBUTOESPECÍFICO.

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