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O Acompanhamento Conjuntural apresenta os dados mais recentes divulgados sobre a atividade econômica brasileira. Em outubro/2011 o acompanhamento informa queda no nível de atividade econômica, puxado, em menor escala, pelo comércio e pela indústria.. Produzido pela FIEB, o documento é mensal e divulgado no portal www.fieb.org.br/suporte_a_negocios, junto com outros documentos analíticos.
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Acompanhamento Conjuntural – 10/2011
FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DA BAHIA Diretoria Executiva Superintendência de Desenvolvimento Industrial
Data de fechamento: 24/10/2011
Queda da indústria desacelera
economia
Os dados mais recentes divulgados sobre a atividade econômica brasileira indicam um crescimento do PIB no terceiro trimestre próximo a zero ou até mesmo negativo, o que aumentaria as chances de um PIB próximo a 3% para 2011. No primeiro trimestre, a economia cresceu 1,2% em relação a 2010, e no segundo, a alta foi de 0,7% sobre o primeiro, descontados fatores sazonais. Se confirmado no terceiro trimestre um PIB negativo ou próximo de zero, a desaceleração da economia terá sido significativa.
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), que serve como um indicador do PIB, caiu 0,53% em agosto comparado ao mês anterior. O Bacen também revisou para baixo a alta de julho frente à junho, de 0,46% para 0,34%, e a queda na atividade de maio foi ampliada de – 0,25% para – 0,33%.
Nos 12 meses de setembro de 2010 à agosto desse ano, o IBC-Br registrou uma alta de 4,07%, inferior ao índice até julho (4,52%) e até junho (4,89%), o que indica continuidade na desaceleração da atividade.
Os setores responsáveis pela recente queda do nível de atividade são, em menor escala, o comércio e a indústria.
Apesar da demanda doméstica, impulsionada pelo consumo das famílias, seguir forte em função da baixa taxa de desemprego, do aumento da renda real e da expansão do crédito, parte dela está sendo direcionada para produtos importados, evidenciado pelo intenso crescimento das importações de bens de consumo nos últimos meses. A Pesquisa Mensal de Comércio do IBGE em agosto registrou queda de 2,3% no volume de vendas do varejo ampliado – que inclui veículos automotores e material de construção – em relação à julho.
A indústria tem sido o setor que mais contribui para a queda da atividade. Segundo o IBGE, no segundo trimestre o PIB industrial cresceu apenas 0,2% em relação ao primeiro. Em julho, a produção industrial cresceu 0,3% no mês e caiu 0,2% em agosto, mantendo praticamente estável o produto (PIM-PF/IBGE).
No acumulado do ano, a indústria geral cresceu 1,4%, com uma contribuição de 2,5% de crescimento da indústria, expondo o fraco desempenho da indústria de transformação. A projeção da CNI para o crescimento do setor industrial em 2011 foi reduzido de 3,2% para 2,2%.
Também chama atenção a queda na taxa de investimento em relação ao ano passado. A formação bruta de capital fixo (FBCF) medida pelo IBGE cresceu apenas 1,2% no segundo trimestre do ano em relação ao trimestre anterior. O mercado espera um crescimento de apenas 5,5% em 2011, comparado a uma projeção de 18% no início do ano e um crescimento de 21,8% em 2010. Tal expectativa é amparada pelo crescimento de 5,6% na produção de bens de capital nos primeiros oito meses do ano frente ao mesmo período de 2010.
João Marcelo Alves
Superintendente de Desenvolvimento Industrial
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Acompanhamento Conjuntural – 10/2011
PIB
O Banco Central e a CNI revisaram para baixo suas estimativas de crescimento da economia brasileira em 2011, de 4% para 3,5% e de 3,8% para 3,4%, respectivamente. A redução é justificada pela crise e a desaceleração da economia internacional, que pode reduzir substancialmente a demanda externa pelos nossos produtos. Um dos setores mais afetados pela queda da atividade será o industrial, especialmente os segmentos orientados à exportação, além daqueles ligados diretamente à taxa de investimento da economia, a exemplo da construção e do setor de máquinas e equipamentos. Por outro lado, a expectativa é que o mercado interno seja preservado e a demanda doméstica continue robusta. Nesse sentido, o Governo Federal aponta com a flexibilização da política monetária pelo Bacen e também com a implementação dos estímulos previstos no Plano Brasil Maior.
Política Monetária
De acordo com o Relatório de Inflação de setembro de 2011, o cenário prospectivo para a inflação apresentaria sinais favoráveis, com evidências de que as restrições de oferta registradas no final de 2010 e inicio de 2011 já tivessem sido incorporadas aos preços ao consumidor. No entanto, o inesperado aumento da inflação de setembro aumentou a incerteza sobre a condução da política monetária do Banco Central e reacendeu a controvérsia sobre a decisão do Copom de reduzir, na reunião do final de agosto, a Selic em 0,5 p.p.
A inflação medida em 12 meses tem aumentado continuamente desde setembro de 2010 e há o temor adicional da recente desvalorização do real frente ao dólar. Por outro lado, os indicadores de PIB e de emprego no Brasil mostram sinais de desaceleração e as previsões apontam para um desempenho muito baixo para 2011 e 2012. A
solução para esse dilema não é trivial e passa por um maior apoio da política fiscal na contenção de gastos e, ao mesmo tempo, maior estímulo à produção, com desoneração dos investimentos. É preciso reforçar sempre a necessidade de o Governo recuperar as propostas de reformas estruturais que estão no Congresso, no sentido de aumentar sistemicamente a competitividade geral da economia.
O IPCA voltou a acelerar em setembro, apresentando alta de 0,53% ante 0,37% em agosto. Os preços dos alimentos continuaram em trajetória ascendente, causando impacto de 0,15 p.p e sendo responsáveis por 28% da alta do índice no mês. Outro grupo que pressionou o IPCA de setembro foi Transportes, que registrou alta de 0,78%. No acumulado dos primeiros nove meses deste ano, o IPCA contabiliza elevação de 4,97%, ficando acima dos 3,60% registrados em igual período de 2010. Em 12 meses o IPCA alcançou 7,31%, o mais alto valor desde 2005, situando-se acima do intervalo superior da meta de inflação.
Política Fiscal
Os resultados consolidados das contas públicas nos primeiros oito
meses deste ano seguem conforme o esperado pelo mercado, na
medida em que a economia realizada pelo governo atingiu 76% da
meta ampliada (R$ 127,8 bilhões). A melhora substancial do resultado
primário no ano decorreu do aumento expressivo das receitas líquidas,
que cresceram quase 20% entre janeiro e agosto. Embora a situação
fiscal esteja sob controle, o agravamento da crise mundial, com o
rebaixamento da nota da dívida de longo prazo dos Estados Unidos
pela Standard & Poor’s, preocupa e poderá provocar a desaceleração
da economia brasileira, além dos seus impactos sobre câmbio, juros e
inflação, variáveis que têm forte influência sobre os resultados das
contas do setor público.
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Acompanhamento Conjuntural – 10/2011
Contas Externas
No acumulado dos primeiros oito meses deste ano, o saldo em conta
corrente, que compreende os resultados da balança comercial e das
contas serviços, rendas e transferências unilaterais, foi deficitário em
US$ 33,8 bilhões. No acumulado dos últimos 12 meses, o déficit
alcançou US$ 49,7 bilhões (2,1% do PIB), confirmando a tendência de
deterioração das contas externas após a crise de 2008, porém num
ritmo menos intenso nos últimos meses. O crescimento dos déficits nas
contas serviços e rendas, em função, respectivamente, da expansão
das remessas de lucros e dividendos e das maiores despesas com
viagens internacionais, explica a evolução negativa do saldo em conta
corrente. A expectativa do mercado é de aumento do déficit em conta
corrente nos próximos meses, alcançando US$ 56,4 bilhões no final do
ano.
As reservas internacionais em agosto totalizaram US$ 353,4 bilhões,
registrando incremento de US$ 7,3 bilhões em relação ao verificado em
junho, resultado da compra líquida de US$ 4,9 bilhões realizada pelo
Banco Central no mercado doméstico de câmbio. Com o agravamento
da crise internacional e a consequente desvalorização cambial
verificada nas últimas semanas de setembro, o mercado revisou para
cima as projeções da taxa de câmbio nos próximos meses. Segundo o
Relatório de Mercado do Banco Central, o mercado espera que o dólar
termine o ano cotado em R$ 1,68, comparado a um valor de R$ 1,60
projetado no mês anterior.
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Acompanhamento Conjuntural – 10/2011
PIB
O Banco Central reduziu a projeção de crescimento do PIB brasileiro em 2011, para 3,5%, no Relatório de Inflação de setembro, contra 4% projetado em junho. A revisão decorre, sobretudo, da deterioração do cenário internacional, que tem reduzido significativamente as projeções de crescimento das principais economias do mundo. No momento, vivencia-se grande incerteza nos mercados sobre a magnitude que a crise pode alcançar na Europa e seu provável alastramento para o resto do mundo. Há inclusive dúvidas sobre a saúde da economia chinesa, que tem servido de lastro da economia global, num momento de fragilidade das economias centrais.
Observando a atual conjuntura, a CNI também revisou sua estimativa de crescimento do PIB para este ano de 3,8% para 3,4%, justificando como segue: “em consonância com a desaceleração da economia global, e a consequente menor expansão dos investimentos, o PIB brasileiro crescerá menos em 2011”.
O crescente nível de insegurança da economia já está afetando os investimentos. Segundo o Banco Central, a taxa de expansão dos investimentos deverá crescer 5,6%, em 2011, contra a previsão anterior de 6,4%. Caso esta previsão seja confirmada, a taxa de investimento da economia brasileira chegaria ao patamar de 18,7% do PIB. A título de referência, estima-se que para manutenção de um nível de crescimento sustentável da economia da ordem de 5% ao ano, faz-se necessária uma taxa de investimento de cerca de 20% do PIB.
Previsivelmente, os setores que são atingidos mais rapidamente pela desaceleração do investimento são o da construção e o de máquinas e equipamentos. Ambos já reportam nível de atividade reduzido neste segundo semestre do ano, em relação ao verificado no ano passado.
O Relatório de Mercado do BC tem registrado contínua revisão para baixo
das expectativas de crescimento da economia brasileira em 2011. O
relatório de 7 de outubro registrou uma expectativa de mercado de
crescimento do PIB de 3,5%, contra 3,51% na edição da semana anterior.
Em relação ao PIB de 2012 a estimativa permaneceu em crescimento de
3,70%.
Os dados do Caged, divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego
(MTE), apontam uma geração líquida de 190,4 mil empregos formais em
julho, contra 140,6 mil no mês anterior. Os setores responsáveis pelo
desempenho no mês foram: Serviços (94,4 mil), Comércio (44,3 mil),
Indústria de Transformação (35,9 mil) e Construção Civil (31,6 mil). Nos
primeiros oito meses do ano, o país gerou um saldo de 1,82 milhão de
postos de trabalho. No acumulado de 12 meses, o saldo registrado foi de
2,09 milhões de empregos gerados. Os dados apontam para uma geração
de empregos inferior à registrada no ano passado, refletindo a
desaceleração da economia.
Política Monetária
De acordo com o Relatório de Inflação de setembro de 2011 (publicação trimestral do Banco Central), o cenário prospectivo para a inflação apresenta sinal favorável, com evidências de que as restrições de oferta registradas no final de 2010 e inicio de 2011 já foram incorporadas aos preços ao consumidor. Para o Banco Central, ainda persiste o descompasso entre a demanda e a oferta, mas a perspectiva é de que essa diferença caia nos próximos meses, pois o nível de utilização da capacidade instalada mostra recuo e já se encontra abaixo da tendência de longo prazo. No mesmo sentido, a trajetória dos preços das commodities experimenta acomodação, compatível com a deterioração do ambiente econômico internacional. A inflação acumulada em doze meses tende a se deslocar na direção da trajetória de metas a partir do quarto trimestre deste ano.
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Acompanhamento Conjuntural – 10/2011
A inflação medida pelo IPCA voltou a acelerar em setembro, apresentando alta de 0,53% ante 0,37% em agosto. De acordo com o IBGE, os preços dos alimentos continuaram em trajetória de crescimento, causando impacto de 0,15 p.p e sendo responsável por 28% do índice do mês. A alta dos preços dos alimentos foi generalizada, com destaque para os maiores aumentos do feijão carioca, açúcar refinado, açúcar cristal, frango e leite. Outro grupo que pressionou o IPCA de setembro foi Transportes, que registrou alta de 0,78% no mês, com destaque para os itens de passagens aéreas e combustíveis (etanol e gasolina). O grupo Habitação também contribuiu fortemente para a inflação de setembro, apresentando alta de 0,71% no mês, com destaque para os aumentos de aluguéis residenciais, gás de botijão e taxa de água e esgoto. No acumulado dos primeiros nove meses deste ano, o IPCA contabiliza elevação de 4,97%, ficando acima dos 3,60% registrados em igual período de 2010. Em 12 meses o IPCA alcançou 7,31%, o mais alto valor desde 2005, situando-se acima do intervalo superior da meta de inflação. O IBGE comunicou que em janeiro de 2012 vai mudar a metodologia de cálculo do IPCA, utilizando a nova base de estruturas de gastos de consumo, geradas a partir dos resultados da Pesquisa de Orçamentos Familiares – POF 2008-2009. A concepção geral do sistema de índices, no entanto, será mantida tanto no que se refere aos procedimentos de coleta, crítica e imputação, quanto ao método geral de cálculo e abrangência geográfica.
A alta inesperada da inflação em setembro aumentou a incerteza sobre a condução da política monetária do Banco Central e reacendeu a controvérsia sobre a decisão do Copom de reduzir na reunião do final de agosto a Selic em 0,5 p.p. O que tem incomodado é o fato de que a inflação medida em 12 meses tem aumentado continuamente desde setembro de 2010 e, em abril deste ano, o índice ultrapassou o limite superior da meta pela primeira vez (o que não acontecia desde julho de 2005). Em adição, há o temor de que a recente desvalorização do real frente ao dólar aumente os preços no atacado e, no médio prazo, esse aumento seja transmitido para o os preços ao consumidor. Por outro lado, os indicadores do PIB e do emprego no Brasil mostram sinais de desaceleração e as previsões apontam para um pior desempenho para 2011 e 2012, correndo abaixo do PIB potencial. De acordo com as previsões do FMI (WEO, de setembro de
2011), o Brasil será o país dos BRICs que apresentará a maior desaceleração e o que crescerá menos em 2011 e 2012.
A solução para o dilema entre conter a inflação e, ao mesmo tempo, fazer o país crescer não é trivial e passa por um maior apoio da política fiscal na contenção de gastos e, ao mesmo tempo, maior estímulo à produção, com desoneração dos investimentos. É preciso reforçar sempre a necessidade de o Governo recuperar as propostas de reformas estruturais que estão no Congresso, no sentido de aumentar sistemicamente a competitividade geral da economia.
A partir de abril deste ano, o IBGE passou a divulgar mensalmente o Índice de Preço ao Produtor (IPP), que mede a evolução dos preços de produtos “na porta da fábrica”, sem impostos e sem frete, de 23 setores da indústria de transformação. O período de divulgação tem defasagem de dois meses. Em agosto de 2011, o IPP registrou alta de 0,20%, ante alta de 0,03% em julho. As quatro maiores variações observadas em agosto se deram entre os produtos compreendidos nas seguintes atividades industriais: fabricação de produtos alimentícios (+3,64%); fabricação de sabões, produtos de perfumaria e higiene pessoal (+3,09%), couros e calçados (+1,54%) e fabricação de produtos do fumo (+1,48%). No ano, o IPP registra alta de 0,79% e no acumulado de 12 meses até agosto, 4,28%.
Política Fiscal
O superávit primário do setor público em agosto alcançou R$ 4,56 bilhões, praticamente no mesmo patamar do registrado em igual mês do ano passado de R$ 5,19 bilhões (ver tabela 1 no anexo). O pagamento de juros no mês montou a R$ 21,7 bilhões, contra R$ 16 bilhões em igual mês do ano passado. Por conta do elevado pagamento de juros, o déficit nominal no mês subiu para quase 5% do PIB. A dívida líquida do setor público em agosto alcançou R$ 1,549 trilhão, equivalente a 39,2% do PIB (redução de 0,2 p.p. em relação ao mês anterior). A dívida bruta, variável utilizada nas
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Acompanhamento Conjuntural – 10/2011
comparações internacionais, alcançou R$ 2,22 trilhões em agosto de 2011 (56,1% do PIB, com queda de 0,1 p.p em relação a julho).
No ano, a economia registrada pelo setor público resultou do esforço de todas as instâncias: governo central, governos regionais e estatais (ver tabela 2 no anexo). Cumpre registrar a redução de 17% do déficit da Previdência na comparação dos primeiros oito meses do ano de 2011 com igual período de 2010.
Em 12 meses, o superávit primário alcança 3,8% do PIB, ficando 0,7 p.p. acima da meta fixada para este ano. O déficit nominal em 12 meses subiu para 2,1% do PIB, com alta de 0,2 p.p em relação ao mês anterior (ver tabela 3 no anexo).
Os resultados consolidados das contas públicas nos primeiros oito meses deste ano são seguem em linha com o esperado, na medida em que a economia realizada pelo governo atingiu 82% dos R$ 117,8 bilhões da meta original e 76% da meta ampliada (o Governo Federal obteve uma receita acima do previsto de R$ 10 bilhões e decidiu utilizar integralmente esse incremento para elevar a meta do superávit primário deste ano, redefinindo-a para R$ 127,8 bilhões). A melhora substancial do resultado primário no ano decorreu do aumento expressivo das receitas líquidas, que cresceram quase 20% entre janeiro e agosto. Nos meses de junho e julho, a Secretaria da Receita Federal contabilizou um arrecadação extra de R$ 15 bilhões, por conta da antecipação de pagamentos feitos por empresas ao Refis da Crise e do pagamento feito pela Vale, no montante de R$ 5,8 bilhões. Embora a situação fiscal esteja sob controle, o agravamento da crise mundial, com o rebaixamento da nota da dívida de longo prazo dos Estados Unidos pela Standard & Poor’s, preocupa e poderá provocar a desaceleração da economia brasileira, além dos impactos sobre câmbio, juros e inflação, variáveis que têm forte influência sobre os resultados das contas do setor público. O Plano Plurianual 2012-2015, recém-enviado ao Congresso, estabeleceu como prioridades: (i) dar continuidade ao padrão de desenvolvimento vigente, (ii) aprofundar os processos de melhoria da distribuição de renda e
da riqueza e (iii) reduzir a pobreza. Na área fiscal, o desafio é manter o programa de redução da dívida pública, ampliando os esforços em melhorar o perfil do endividamento, com redução dos riscos das mudanças nas taxas de juros e, principalmente, nas taxas de câmbio. Após a consolidação desse programa, o foco da política fiscal passa para o crescimento econômico por meio de duas diretrizes: (i) expansão das despesas de transferências de renda para fortalecer o mercado doméstico e (ii) investimentos para melhorar as condições de infraestrutura. Os investimentos na área social (R$ 2,6 trilhões) e em infraestrutura (R$ 1,2 trilhão) terão prioridade. As projeções para o período 2012-2015 contidas no PPA indicam crescimento médio anual do PIB acima de 5%, com investimento crescendo a uma média de 10% ao ano.
Contas Externas
O déficit em conta corrente de US$ 33,8 bilhões no acumulado dos
primeiros oito meses deste ano pode ser explicado pelo saldo negativo do
agregado serviços e rendas, que passou de -US$ 45 bilhões em 2010 para -
US$ 55,7 bilhões em igual período de 2011, em virtude das maiores
remessas de lucros e dividendos, despesas com viagens internacionais,
aluguel de equipamentos, dentre outros. A balança comercial apresentou
superávit de US$ 20 bilhões e o saldo das transferências unilaterais
alcançou US$ 2 bilhões.
A entrada de investimentos estrangeiros diretos (IED) no País alcançou US$
44,1 bilhões, contra US$ 17,2 bilhões no acumulado entre janeiro e agosto
de 2010, destinados principalmente para as seguintes atividades:
telecomunicações; extração de petróleo e gás natural; comércio, exceto
veículos; metalurgia; eletricidade, gás e outras utilidades; bebidas; serviços
financeiros e atividades auxiliares; produtos alimentícios; extração de
minerais metálicos; e atividades imobiliárias. De acordo com a edição de
setembro do Relatório de Inflação do BC, apesar do ambiente de crescente
aversão ao risco, as perspectivas positivas em relação ao desempenho da
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Acompanhamento Conjuntural – 10/2011
economia brasileira continuam atraindo capitais externos em volume
superior à necessidade de financiamento das transações correntes,
viabilizando a elevação das reservas internacionais.
O último Relatório de Mercado do BC apresenta as seguintes projeções
para o ano de 2011: saldo de US$ 26 bilhões na balança comercial, déficit
de US$ 55,8 bilhões na conta corrente e fluxo de US$ 59 bilhões em
investimentos estrangeiros diretos.
Após a forte entrada de dólares registrada nos meses de julho (US$ 15,8
bilhões) e agosto (US$ 4,2 bilhões) e na 1ª quinzena de setembro (US$ 9,1
bilhões), o fluxo de capitais inverteu o sinal, refletindo a fuga de capitais
financeiros no final de setembro. A entrada de dólares no acumulado do ano
até 23/09 superou a saída em US$ 67,9 bilhões, contra US$ 24,4 bilhões
em todo o ano 2010, em função da entrada de US$ 31 bilhões no segmento
financeiro e de US$ 36,9 bilhões no segmento comercial. Nos primeiros oito
meses de 2011, a taxa de câmbio R$/US$ comercial (compra) oscilou entre
1,53 e 1,69, mas, com a deterioração do cenário externo na segunda
metade de setembro, precedida pela redução da taxa Selic e pelas medidas
governamentais para conter o câmbio (a exemplo da instituição do IOF
sobre derivativos), o dólar atingiu o pico de R$ 1,90 em 22/09, levando o
mercado a revisar para cima suas projeções para os próximos meses.
A dívida externa total brasileira alcançou US$ 304,2 bilhões em agosto,
tendo a dívida de longo prazo atingido US$ 251,9 bilhões e a de curto prazo
totalizado US$ 52,3 bilhões. A despeito do mês de agosto ter registrado
retração nas captações líquidas de empréstimos e títulos, por conta do
aumento do IOF sobre ingressos de capitais estrangeiros com prazo de
amortização de até 720 dias, o BC mantém a preocupação quanto ao
grande volume de recursos captados por empresas brasileiras no exterior e
os possíveis impactos do agravamento da crise internacional.
Segundo o Instituto de Finanças Internacionais (IIF, associação que
representa 340 bancos de todo o mundo), o agravamento da crise
internacional não deverá reduzir o fluxo de capitais para os países
emergentes, pois, se de um lado, a maior aversão ao risco reduz os fluxos
de capitais, do outro lado, a manutenção dos juros baixos nos países
avançados estimula os investidores a buscarem retornos mais elevados nos
mercados emergentes. A expectativa do IIF é que o fluxo de entrada de
capital privado no Brasil alcance US$ 140 bilhões em 2011 e US$ 151
bilhões em 2012.
O valor das exportações brasileiras alcançou US$ 23,3 bilhões em
setembro, contra importações de US$ 20,2 bilhões, gerando um saldo
comercial de US$ 3,1 bilhões, contra US$ 3,9 bilhões no mês anterior.
Assim, no acumulado dos primeiros nove meses deste ano, as exportações
alcançaram US$ 190 bilhões, um aumento de 31,1% em relação ao mesmo
período do ano anterior, e as importações, US$ 167 bilhões, uma alta de
26,3% em relação ao mesmo período do ano anterior. O superávit comercial
no acumulado do ano foi da ordem de US$ 23 bilhões, valor US$ 10,3
bilhões superior ao de igual período do ano passado. No período acumulado
de 12 meses até setembro, as exportações alcançaram US$ 247 bilhões e
as importações US$ 216,5 bilhões. Tanto as exportações, quanto as
importações registraram recorde para o período de 12 meses. No final de
setembro, o Banco Central elevou sua projeção para as exportações
brasileiras em 2011 de US$ 250 bilhões para US$ 258 bilhões, alta de
27,7% em relação ao total exportado em 2010 (US$ 202 bilhões).
Petróleo
Nos últimos trinta dias, o mercado internacional do petróleo registrou nova
queda nos preços, após a ligeira alta do mês anterior, que havia sido
provocada pela crise na Líbia. A tendência, no entanto, é de contenção ou
queda nos preços, dado o alastramento de uma crise que pode chegar a
uma recessão global. A crise de gerenciamento das dívidas na Europa,
iniciada na Grécia, afeta agora países de maior economia como a Espanha
e a Itália. De outro lado, os Estados Unidos continuam sem dar sinais de
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Acompanhamento Conjuntural – 10/2011
recuperação econômica, apresentando números elevados de desemprego e
endividamento. Desse modo, não há perspectiva de grandes repiques nos
preços do petróleo, devido à desaceleração do crescimento ou à possível
recessão mundial e seus impactos sobre a demanda de energia. Na
segunda semana de outubro, o petróleo WTI (mercado spot) alcançou US$
84/barril (contra US$ 89/barril, em igual período do mês anterior), enquanto
a cesta OPEP foi cotada a US$ 103/barril (contra US$ 111/barril, em igual
período do mês anterior).
Front Externo
Segue o clima de incerteza em relação à economia mundial, particularmente
em relação ao futuro da Zona do Euro e às novas relações que podem ser
estabelecidas entre os países lideres do bloco e os chamados países
periféricos. De certo apenas a certeza de que nada será como antes. O
estágio atual da crise iniciada com a quebra do Lehman Brothers em
setembro de 2009, vai muito além da Grécia. O problema atual não é
apenas de liquidez por parte dos governos europeus ora em dificuldades, é
de insolvência. Ou seja, não se trata apenas de viabilizar uma transfusão
episódica de recursos para superar problemas imediatos, mas de repensar
todo um modelo.
Os dois países mais ricos da Zona do Euro manifestaram a disposição em
socorrer bancos em dificuldades e assim tentar estancar a crise. Depois de
muitas divergências, os governos da França e da Alemanha finalmente
anunciaram que estão "decididos a fazer o que for necessário" para
recapitalizar os bancos da área da moeda comum europeia. Em sérias
dificuldades e sob ataque dos mercados, as instituições enfrentam
problemas para garantir crédito à economia. As projeções apontam para a
necessidade de um socorro de até € 200 bilhões ao sistema financeiro da
região. Alemanha e França, principais potências europeias, prometeram
propor uma estratégia abrangente para combater a crise da dívida na
cúpula da União Europeia, que foi adiada para 23 de outubro.
Tudo leva a crer que a Grécia deverá receber uma parcela de empréstimos
internacionais no próximo mês para evitar o default da dívida. Após
semanas de revisão das finanças gregas, os inspetores da União Europeia,
do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Central Europeu
autorizaram a parcela de empréstimos de € 8 bilhões que deverá ser paga
no início de novembro, quando tiver a aprovação dos ministros das
Finanças da zona do euro e do conselho do FMI.
A Grécia terá de implementar medidas adicionais para cumprir as metas de
dívida em 2013 e 2014. A avaliação do mercado é que o ímpeto de
privatização e as reformas estruturais do país estão aquém do esperado. Os
planos atuais devem permitir que as metas de dívida do próximo ano sejam
cumpridas. Depois que admitiu que não poderia cumprir o objetivo de déficit
deste ano, há uma aceitação crescente de que o segundo resgate grego
acertado em julho possa não ser suficiente e há pressa agora para reforçar
o fundo de resgate do bloco para socorrer os bancos credores.
Segundo o presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, que também é o
presidente do Conselho Europeu de Risco Sistêmico, criado para evitar uma
repetição da crise financeira de 2008, “a crise atual é sistêmica e deve ser
enfrentada com determinação” e "a alta interconexão do sistema financeiro
da UE levou a um rápido aumento do risco de contágio significativo. Isso
ameaça a estabilidade financeira na UE como um todo e impacta
negativamente a economia real na Europa e além”.
Fontes do setor financeiro afirmam que o regulador europeu exigiu que os
bancos atinjam uma taxa núcleo de capital de pelo menos 7% em uma nova
rodada de testes de estresse internos e os bancos que não consigam
chegar a essa marca seriam convidados a aumentar seu capital. As taxas
de empréstimos interbancários na Europa continuaram a subir em meio a
crescente preocupação sobre a capacidade dos bancos europeus em
operar, apesar da perspectiva de um apoio maciço de liquidez do BCE.
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Acompanhamento Conjuntural – 10/2011
Enquanto isso, o índice de preços ao consumidor da zona do euro registrou
variação de 3% em setembro, enquanto a taxa de desemprego manteve-se
em 10% em agosto.
Segundo a terceira revisão do BEA (Bureau of Economic Analysis), o PIB
norte-americano cresceu 1,3% no 2º trimestre de 2011, contra uma
expansão de 0,4% no 1º trimestre de 2011, em termos anualizados. Tal
resultado representa um crescimento de 0,4 pontos percentuais em relação
à segunda estimativa, divulgada em agosto. Os dados divulgados mostram
que o crescimento foi sustentado principalmente pelo investimento das
empresas, gastos das famílias com serviços, pela elevação das exportações
e pelo aumento dos gastos com defesa do governo federal. Foram
revisados para 0,7% o aumento dos gastos com consumo, contra uma
estimativa anterior de alta de 0,4%. Os investimentos das empresas subiram
10,3% no segundo trimestre, ante estimativa anterior de alta de 9,9%. O
lucro antes de impostos das empresas avançou a uma taxa anual de 0,3%
no segundo trimestre, ante leitura anterior de lucro estável.
De acordo com dados divulgados pelo Departamento do Trabalho dos
Estados Unidos, a economia do país criou 103 mil empregos em setembro.
Tal dado surpreendeu o mercado já que muitos analistas esperavam uma
alta de apenas 60 mil empregos. A leitura para os dois meses anteriores foi
revisada em alta em um total de 99 mil, para mostrar a criação de 57 mil
empregos em agosto e de 127 mil em julho.
O relatório mostrou que o emprego no setor privado aumentou em 48 mil
vagas no mês passado. O setor criou 897 mil vagas desde a mínima recente
registrada em setembro de 2009. O setor de construção mostrou uma alta
dos empregos com 26 mil novas vagas. Já o setor de informação criou 31
mil vagas, impulsionado pela volta dos funcionários da Verizon.
No entanto, o setor manufatureiro, um grande criador de empregos durante
a maior parte da recuperação que começou em meados 2009, registrou
corte de 13 mil empregos em setembro. Enquanto isso, os empregos no
governo diminuíram em 34 mil. O serviço postal também cortou 5 mil vagas.
A taxa de desemprego nos Estados Unidos permaneceu em 9,1% em
setembro, o mesmo nível registrado em agosto.
Segundo dados divulgados pelo National Bureau of Statistics of China, a
produção industrial da China apresentou, em agosto, expansão de 13,5%
em relação ao registrado em igual mês do ano anterior e de 14,2% no
acumulado dos últimos 12 meses. A formação bruta de capital fixo - uma
medida dos investimentos - teve alta de 25% no período de janeiro a agosto
sobre o ano passado, abaixo dos 25,4% dos sete primeiros meses do ano.
O Índice de Preços ao Consumidor da China (IPC) caiu a 6,2% em agosto,
reduzindo em dois décimos o nível que alcançou em julho e que foi o mais
alto dos últimos 37 meses. Em agosto o preço dos alimentos subiu 13,4%,
enquanto em julho alcançou 14,8%, em comparação com o mesmo mês de
2010. A situação preocupa muito o governo chinês, que tinha estimado
apenas 4% de inflação para todo o ano de 2011. Segundo analistas, os
dados de preços de agosto não devem persuadir Pequim a mudar sua atual
política monetária, mas se a crise de dívida na Europa piorar fortemente, o
governo chinês pode ficar menos hesitante em afrouxar a política. A alta
inflacionária fez com que o Banco Popular da China (BPC) aumentasse este
ano em seis ocasiões o depósito compulsório e em três as taxas de juros. A
economia chinesa está desacelerando em função de uma série de políticas
de ajuste e dos problemas de dívida na Europa e nos Estados Unidos. O
dado oficial mais recente em relação à taxa de desemprego da China ainda
é o de 2010: 6,1%.
A China registrou uma forte diminuição do seu superávit comercial em
agosto refletindo a queda das exportações, que haviam atingido um
patamar recorde em julho, e do salto nas importações, indicando que o país
está de fato sentindo os efeitos do fraco crescimento mundial, embora a
demanda interna continue firme.
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Acompanhamento Conjuntural – 10/2011
As exportações da China totalizaram US$ 173,3 bilhões em agosto, abaixo
do recorde registrado em julho, de US$ 175 bilhões. As importações de
agosto atingiram um novo recorde, com US$ 155,6 bilhões, ou seja, 30,2%
a mais do que um ano antes e superando a expectativa de que cresceriam
21,5%. Esse desempenho resultou num superávit comercial de US$ 17,8
bilhões em agosto, uma queda de 43% em relação a julho e a primeira
redução em seis meses.
Os preços das principais commodities importadas pela China, incluindo
petróleo, cobre e minério de ferro, subiram em agosto em relação ao mês
anterior, o que é mais uma evidência de que pais continua seguindo ritmo
forte apesar da redução do crescimento no Ocidente.
Segundo dados divulgados pelo METI (Ministério da Economia, Comercio e
Indústria), em agosto, a produção industrial japonesa cresceu 0,8% em
relação ao registrado no mês anterior e cresceu 0,6% em relação ao
verificado em igual mês de 2010. Os segmentos industriais que mais
contribuíram para o crescimento foram os de equipamentos de transporte,
ferro e aço e partes e componentes eletrônicos. A taxa de desemprego ficou
em 4,3% e o índice de preços ao consumidor registrou alta de 0,2%, ambos
em agosto.
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Acompanhamento Conjuntural –10/2011
A atividade econômica e industrial
esfria num cenário de crise
internacional
Com a crescente degradação do ambiente econômico internacional,
inclusive com o maior risco de recessão global, o cenário previsível para a
economia brasileira é a de desaceleração mais forte do que anteriormente
previsto. Em decorrência deste quadro, o Governo Federal, em trabalho
coordenado entre Ministério da Fazenda e Banco Central, promoveu
medidas de contenção fiscal e iniciou processo de redução da taxa Selic. A
tentativa sinalizada é a de minimizar os danos ao crescimento econômico e
colocar o controle da inflação pela via monetária num plano secundário, já
que a esperada redução da atividade econômica tende a conter as pressões
inflacionárias. Desse modo, a atividade industrial continuará em ritmo
reduzido, com possibilidade de queda, a depender do nível de sucesso das
medidas contidas no Plano Brasil Maior.
Em relação ao câmbio, o mercado enfrentou um período de grande
volatilidade com o agravamento da crise europeia, chegando a trabalhar
com o patamar de R$1,90/dólar. No entanto, o BC interveio promovendo
leilões de "swap" cambial, o equivalente a uma venda de dólares no
mercado futuro, e conseguiu controlar o processo de alta, à medida que os
mercados internacionais também se acalmavam. Atualmente o dólar é
cotado na faixa de R$ 1,75. Apesar dessa forte oscilação, num cenário de
médio prazo, permanece a tendência de valorização do Real, em
decorrência do enfraquecimento das economias avançadas. Nesse
momento de crise internacional, é necessário observar com muita atenção a
questão do câmbio, pois o mercado interno brasileiro tem atraído a entrada
de produtores internacionais que vêem seus mercados nacionais
deprimidos. O processo de valorização do Real provocou uma concorrência
verdadeiramente desleal para a indústria nacional, em face da entrada
facilitada (câmbio valorizado) de produtos importados e o encolhimento das
margens, pela dificuldade de repasse do aumento dos custos de seus
insumos. Nesse sentido, a elevação temporária da cotação do dólar
observada nos últimos 30 dias foi positiva para o setor industrial, em
especial para as empresas exportadoras.
Analisando a conjuntura econômica com foco no setor industrial, observam-
se efeitos diferenciados de acordo com o perfil setorial. Os fabricantes de
bens de consumo, a exemplo de calçados, têxteis e alimentos e bebidas,
tendem a registrar redução no ritmo de crescimento de suas vendas, em
função do impacto negativo da inflação sobre o poder de compra da
população. Esses segmentos trabalho-intensivos têm sofrido com o
processo de valorização cambial que, juntamente ao problema dos elevados
encargos trabalhistas, reduz significativamente a competitividade das
empresas locais em relação aos concorrentes asiáticos.
Por outro lado, os setores industriais capital-intensivos, produtores de bens
tradable ainda se beneficiam dos preços das commodities, que impulsionam
as receitas de segmentos como refino, petroquímico, metalurgia e celulose.
Além disso, as empresas que possuem dívidas denominadas em dólares ou
que possuem elevados coeficientes de importação se beneficiam da
trajetória de valorização do Real.
Tendo em conta os setores industriais locais, observemos as perspectivas
do segmento de fabricação de automóveis. O setor automotivo baiano é
composto por apenas uma montadora (Ford) e seus sistemistas, o que
restringe o desejável adensamento e a chamada “baianização” da cadeia.
Nesse sentido, o recente anúncio do interesse da montadora de origem
chinesa, associada ao empresário brasileiro Sérgio Habib, em se instalar na
Bahia pode trazer um novo panorama para o setor no Estado da Bahia. A
JAC informou um investimento estimado em R$ 900 milhões, com 80% do
capital brasileiro e capacidade de produção de 100 mil veículos/ano. Com a
possível instalação da JAC e a ampliação da Ford, o setor poderá ganhar a
escala necessária para um maior desenvolvimento de fornecedores locais
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de autopeças e serviços. Do ponto de vista conjuntural, o setor automotivo
enfrenta em nível nacional um excesso de produção em relação ao ritmo de
vendas (estoques elevados), criando a necessidade das empresas
promoverem férias coletivas. Na Ford em Camaçari, por exemplo, os
funcionários pararam de trabalhar em 12 de setembro e só retornaram ao
trabalho no dia 10 de outubro. A redução das vendas do setor automotivo,
que vem de um período de resultados extremamente positivos, reflete a
redução da atividade econômica como um todo, com bastante influência do
menor acesso/encarecimento do crédito ao consumidor.
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Acompanhamento Conjuntural – 10/2011
Compõem o presente Anexo os seguintes documentos:
(i) Brasil: Representatividade da Indústria de Transformação (% PIB)
(pág.14);
(ii) Brasil: Composição das Exportações (pág.15);
(iii) Tabelas de Política Fiscal (págs. 16 a 18);
(iv) Brasil e Bahia: Evolução Mensal dos Saldos das Admissões menos
Desligamentos de Trabalhadores regidos pela CLT, no período
janeiro a agosto 2011 (págs. 19 a 20);
(v) World Economic Outlook, setembro de 2011 (pág.21);
(vi) Indicadores de Economias Avançadas (pág. 22);
(vii) Indicadores Econômicos de Países Emergentes (pág. 23); e
(viii) Relatório de Mercado do Banco Central - Expectativas de Mercado
(pág. 24 a 25).
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Relatório de Mercado do Banco Central: Expectativas de Mercado (14/10/2011)
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Acompanhamento Conjuntural (AC) é uma publicação mensal da
Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), produzida pela
Superintendência de Desenvolvimento Industrial (SDI).
Presidente: José de F. Mascarenhas
Diretor Executivo: Roberto de Miranda Musser
Superintendente:
João Marcelo Alves
(Economista, Mestre em Administração pela UFBA/ISEG-UTL,
Especialista em Finanças Corporativas pela New York University)
Equipe Técnica:
Marcus Emerson Verhine
(Mestre em Economia e Finanças pela Universidade da Califórnia)
Carlos Danilo Peres Almeida
(Mestre em Economia pela UFBA)
Ricardo Menezes Kawabe
(Mestre em Administração Pública pela UFBA)
Mauricio West Pedrão
(Mestre em Análise Regional pela UNIFACS)
Everaldo Guedes
(Bacharel em Ciências Estatísticas – ESEB)
Críticas e sugestões serão bem recebidas.
Endereço Internet: http://www.fieb.org.br
E-mail: [email protected]
Reprodução permitida, desde que citada a fonte.