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UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO Curso de Arquitetura e Urbanismo Nanci Aparecida Justiniano TEATRO FLUTUANTE ITINERANTE Um Instrumento de Cultura e Lazer Para o Rio Tiete Município de São Paulo São Paulo 2012

TCC - Nanci Justiniano - Teatro Flutuante Itinerante

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Memorial de Projeto do Trabalho Final de Graduação apresentado ao curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Nove de Julho, para obtenção do grau de Arquiteto e Urbanista.

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Page 1: TCC - Nanci Justiniano - Teatro Flutuante Itinerante

UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO

Curso de Arquitetura e Urbanismo

Nanci Aparecida Justiniano

TEATRO FLUTUANTE ITINERANTE

Um Instrumento de Cultura e Lazer Para o Rio Tiete

Município de São Paulo

São Paulo

2012

Page 2: TCC - Nanci Justiniano - Teatro Flutuante Itinerante

UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO

Curso de Arquitetura e Urbanismo

Nanci Aparecida Justiniano

TEATRO FLUTUANTE ITINERANTE

Um Instrumento de Cultura e Lazer Para o Rio Tiete

Município de São Paulo

Memorial de Projeto do Trabalho Final de Graduação

apresentado ao curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade

Nove de Julho, para obtenção do grau de Arquiteto e Urbanista, sob a

orientação do Professor Dr. Gerson Moura Duarte.

São Paulo

2012

Page 3: TCC - Nanci Justiniano - Teatro Flutuante Itinerante

JUSTINIANO, Nanci Aparecida.

Teatro flutuante Itinerante: um instrumento de cultura e lazer para rio Tiete. São

Paulo, Universidade Nove de Julho ( curso de arquitetura e urbanismo) 2012.

105 paginas

1. Arquitetura flutuante; 2. Cultura; 3. Teatro (*) CDD- 725.82

Page 4: TCC - Nanci Justiniano - Teatro Flutuante Itinerante

- 1 -

FOLHA DE IDENTIFICAÇÃO DA BANCA

NOME DO AUTOR: Nanci Aparecida Justiniano

DATA DA REALIZAÇÃO DA BANCA: 04/12 /2012

TITULO DO TRABALHO: TEATRO FLUTUANTE ITINERANTE: Um Instrumento Cultura e Lazer Para o Rio Tiete

BANCA EXAMINADORA:

PROFESSOR ORIENTADOR: Prof. Dr. Gerson Moura Duarte

PROFESSOR PARTICIPANTE UNINOVE: Prof. Rômulo do Amaral Russi

PARTICIPANTE CONVIDADA: Arquiteta Marcia Cristina Setsuko Wada Harada

Page 5: TCC - Nanci Justiniano - Teatro Flutuante Itinerante

- 2 -

RESUMO

Este trabalho divide-se em duas partes: uma geral ilustrando as características culturais do rio Tietê e outra específica sobre

Teatro flutuante.

Na primeira parte, preocupamo-nos em abordar a importância do rio Tietê como eixo estruturante para o desenvolvimento

urbano da cidade de São Paulo e importante caminho indutor para a urbanização do interior do Estado e a forma como foi utilizado

pelos bandeirantes. Demonstramos como o mesmo caminho, percorrido com tantas glórias e conquistas, passou a ser um caminho

destruído e sem vida, até ao seu esquecimento como fonte utilizável de navegação no percurso urbano da cidade de São Paulo.

Na segunda parte, fundamentada em pesquisas feitas pela autora junto aos órgãos competentes, bibliografias e mídias

demonstramos que apesar de ao longo do tempo ter sido levado à morte é possível fazer com que o rio Tietê volte a suas

características de oferecer cultura e lazer à população paulistana e com isso, propõe-se um projeto singular, um teatro flutuante

itinerante, que visa contribuir para devolver à vida o rio Tietê e integrá-lo ao cotidiano da cidade. A singularidade do projeto proposto

trará uma nova imagem ao trecho urbano do rio Tietê, devolvendo a nossa cidade e seus cidadãos a sua identidade original.

Palavras-chave: 1. Arquitetura flutuante; 2. Cultura; 3. Teatro

Page 6: TCC - Nanci Justiniano - Teatro Flutuante Itinerante

- 3 -

A Deus, ao meu marido Mario Augusto, meus filhos Gabriel Vinícius e Maria Antonia e a meu pai Clemente.

Page 7: TCC - Nanci Justiniano - Teatro Flutuante Itinerante

- 4 -

AGRADECIMENTOS

Agradeço em primeiro lugar a Deus que durante todo esse tempo me preservou e esteve comigo, principalmente nos

momentos que me faltavam forças. A minha família pela paciência, o auxilio, o incentivo e carinho constantes e incondicional.

Agradeço a todos que me ajudaram, incentivaram e estimularam no desenvolvimento deste trabalho, principalmente aqueles que

estiveram mais próximos nesses últimos meses:

Ao meu orientador Professor Gerson Moura Duarte pelo incentivo e a interatividade em todas as etapas do trabalho.

A Professora Maria Eugenia Ximenes que desde o início acreditou no meu trabalho me incentivou e não me deixou desistir.

Ao Engenheiro e professor Eduardo Mercuri pelo respeito que teve ao meu trabalho, a paciência e auxílio nas questões

estruturais.

A Professora Eliana Maria Zmyslowski pelo carinho, a paciência e o auxílio nas questões de luminotécnica e iluminação

cênica.

Ao arquiteto Osmar Panegassi por acreditar no meu trabalho, pelo valioso incentivo e disposição em auxiliar no

desenvolvimento do trabalho.

Ao Marcelo Poncci Bandeira gerente de atendimento do Departamento de Hidrovia do município de São Paulo pelo auxilio

nas pesquisas sobre a navegabilidade do rio Tietê.

Ao Ricardo Peres, diretor de teatro alternativo atualmente em “ As notas de Luiza” de Louise Coehm, pela ajuda na questão

de definição do palco de arena.

Page 8: TCC - Nanci Justiniano - Teatro Flutuante Itinerante

- 5 -

SUMÁRIO

Introdução -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 11

1. Rio Tiete --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 14

1.1 Um olhar sobre o Tietê -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 16

1.2 Histórico -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 18

1.2.1 O rio que a cidade e a cidade de São Paulo -------------------------------------------------------------------------------- 19

1.2.2 O sufoco do rio ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 20

1.2.3 O renascimento de um gigante ------------------------------------------------------------------------------------------------- 21

1.3 O rio Tietê sob o olhar de Mario de Andrade ---------------------------------------------------------------------------------------------- 22

1.3.1 Meditando sobre o tema através de um Poema ---------------------------------------------------------------------------- 24

1.4 Propostas ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 25

1.4.1 Esforços entusiastas --------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 25

1.4.2 Ações concretas em favor do rio ----------------------------------------------------------------------------------------------- 26

1.5 Tema ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 27

1.5.1 Tipologia ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 27

1.5.2 Conceituação do Tema ------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 27

1.6 Algumas referências no Brasil ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 28

Page 9: TCC - Nanci Justiniano - Teatro Flutuante Itinerante

- 6 -

1.7 Estudos de casos -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 29

1.7.1 Teatro Del Mondo ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 29

1.7.1.1 Plantas, cortes e elevações ----------------------------------------------------------------------------------------- 30

1.7.1.2 Ilustrações---------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 32

1.7.1.3 Considerações sobre esse estudo de caso --------------------------------------------------------------------- 33

1.7.2 Water Cube--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 34

1.7.2.1 Considerações sobre esse estudo de caso --------------------------------------------------------------------- 36

1.7.3 Rotterdam Floating Pavilion – Pavilhão de exposições-------------------------------------------------------------------- 37

1.7.3.1 Considerações sobre esse estudo de caso---------------------------------------------------------------------- 30

2. Localização para a proposta final-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 40

2.1 Trecho de intervenção------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 40

2.1.2 Trecho com indicação das pontes---------------------------------------------------------------------------------------------- 41

2.2 Características da área de intervenção---------------------------------------------------------------------------------------------------- 42

2.2.1 Distritos pertencentes às subprefeituras-------------------------------------------------------------------------------------- 42

2.2.2 Projeção de crescimento populacional---------------------------------------------------------------------------------------- 43

2.2.3 Considerações sobre as características da área de intervenção------------------------------------------------------- 44

2.3 Análise do entorno------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 45

Page 10: TCC - Nanci Justiniano - Teatro Flutuante Itinerante

- 7 -

2.3.1 Uso do solo predominante-------------------------------------------------------------------------------------------------------- 45

2.3.2 Mapa da rede hídrica estrutural + áreas verdes---------------------------------------------------------------------------- 46

2.3.3 Mapa da rede viária estrutural--------------------------------------------------------------------------------------------------- 47

2.3.4 Mapa estrutural do transporte público----------------------------------------------------------------------------------------- 48

2.4 Legislação de referência---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 49

2.4.1 Considerações sobre esta Lei--------------------------------------------------------------------------------------------------- 50

2.5 O local---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 53

2.5.1 Trecho com indicação dos pontos de parada do teatro------------------------------------------------------------------- 53

2.5.2 Características dos pontos de parada----------------------------------------------------------------------------------------- 54

2.5.3 Ponto 1 -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 54

2.5.4 Ponto 2--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 55

2.5.5 Ponto 3 -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 56

3. A proposta ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 57

3.1 Índices urbanísticos----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 58

3.2 Programa de necessidades e dimensionamento---------------------------------------------------------------------------------------- 59

3.2.1 Teatro flutuante --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 59

3.2.2 Edifício de apoio técnico --------------------------------------------------------------------------------------------------------- 60

Page 11: TCC - Nanci Justiniano - Teatro Flutuante Itinerante

- 8 -

3.2.3 Funcionograma --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 61

3.3 Partido --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 62

4. Materiais e soluções adotadas --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 63

4.1 Uso da edificação------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 63

4.1.1 Vagas de estacionamento-------------------------------------------------------------------------------------------------------- 64

4.1.2 Dimensionamento da caixa d´água-------------------------------------------------------------------------------------------- 65

4.2 Circulação vertical e horizontal-------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 66

4.2.1 Elevador------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 66

4.2.2 Escadas------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 67

4.2.3 Saídas de emergência------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 68

4.4.5 Lanchas de socorro---------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 69

4.3 Equipamentos------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 70

4.3.1 Pistão hidráulico e estaca--------------------------------------------------------------------------------------------------------- 70

4.3.2 Segurança e salvatagem---------------------------------------------------------------------------------------------------------- 71

4.3.3 Poste de facilidades---------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 72

4.4 Resíduos sanitários----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 73

4.5 Energia elétrica---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 73

Page 12: TCC - Nanci Justiniano - Teatro Flutuante Itinerante

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4.6 Sistema de fechamento do teatro flutuante----------------------------------------------------------------------------------------------- 74

4.6.1 Fluoropolímero (ETFE etileno-tetrafluorotileno)----------------------------------------------------------------------------- 74

4.6.1.1 Tabela de apontamento das características e propriedades do material--------------------------------- 76

4.6.1.2 Instalação das membranas infláveis------------------------------------------------------------------------------- 77

4.7 Passarelas---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 78

4.7.1 Passarela sobre a marginal e passarela de ligação----------------------------------------------------------------------- 78

4.7.2 Considerações sobre a passarela---------------------------------------------------------------------------------------------- 79

4.8 Edifício de apoio--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 80

4.8.1 Sistema estrutural e materiais aplicados------------------------------------------------------------------------------------- 81

4.9 Iluminância interna------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 82

4.9.1 Tabela de cálculo luminotécnico------------------------------------------------------------------------------------------------ 83

4.9.2 Cálculo para iluminação cênica------------------------------------------------------------------------------------------------- 84

4.9.3 Iluminação geral -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 85

4.9.4 Distribuição das luminárias------------------------------------------------------------------------------------------------------- 86

5. Considerações finais---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 87

6. Referências bibliográficas---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 88

7. Apêndices------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 92

Page 13: TCC - Nanci Justiniano - Teatro Flutuante Itinerante

- 10 -

7.1 Entrevistas relacionadas ao rio Tietê em são Paulo------------------------------------------------------------------------------------ 92

7.1.2 Entrevistas relacionadas às dimensões do rio Tietê em são Paulo---------------------------------------------------- 93

7.1.3 Entrevistas relacionadas ao barco Almirante do Lago-------------------------------------------------------------------- 94

8. Anexos---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 95

8.1 Alckmin quer barco turístico no Tietê------------------------------------------------------------------------------------------------------- 95

8.2 Risco de atraso na limpeza do Tietê faz Estado cobrar Sabesp-------------------------------------------------------------------- 97

8.3 Sabesp afirma que prazo para limpar Tietê será cumprido--------------------------------------------------------------------------- 100

8.4 Altura regulamentada das pontes, viadutos e passarelas---------------------------------------------------------------------------- 101

8.4.1 Marginal Tietê sentido Castelo Branco/ Airton Senna--------------------------------------------------------------------- 101

8.4.2 Marginal Tietê sentido Airton Senna/ Castelo Branco--------------------------------------------------------------------- 102

Page 14: TCC - Nanci Justiniano - Teatro Flutuante Itinerante

- 11 -

INTRODUÇÃO

Inspirada pela história do rio Tietê, que tanto serviu à cidade e ao Estado, foi esquecido e hoje volta a atrair olhares mais

cuidadosos de profissionais que entendem o seu potencial e o valorizam. O foco deste trabalho é o desenvolvimento de um projeto

conceitual que visa trazer uma reflexão sobre o uso do rio Tietê. O trabalho consiste numa proposta de implantação, sem

possibilidade de compromisso imediato, pois depende das condições do rio para ser implantado, a que se implementar a

consolidação do cenário de despoluição do rio, bem como, após mudanças na legislação ambiental para APPs(área de proteção

permanente) que incidem na execução de um equipamento público e de lazer dessa envergadura. Já considerando as intervenções

propostas e em desenvolvimento, sendo o rio um marco na paisagem cria-se um ponto de interesse e atração, tanto para os

moradores lindeiros como para a população em geral. A busca de uma conexão entre o rio e a cidade é o elemento principal para o

desenvolvimento do projeto. A singularidade do projeto proposto trará uma nova imagem ao trecho urbano do rio Tietê, promovendo

a união do rio com um equipamento de lazer diferente dos padrões convencionais, devolvendo a nossa cidade e seus cidadãos a

sua identidade original.

O projeto inverte a idéia do rio como um espaço sem qualidade urbana de uso, dessa forma, o rio Tietê, passa a ser

identificável ao longo do trecho urbano do município, não mais com olhar negativo, despertando em seus moradores o sentimento

de pertencimento ao rio e de reconstrução de sua identidade, vivenciando de maneira não convencional a arte, a cultura e o lazer

para isso, faz-se a inserção de um teatro, não às margens, mas no leito do rio e a população da cidade é convidada a ir ao rio.

O PNV - Plano Nacional de Viação (Lei 5.917/73) e o PNVNI - Plano Nacional de Vias Navegáveis Interiores (PL 1.176/95),

ambos elaborados pelo Ministério dos Transportes, consideram o Rio Tietê por inteiro, com cerca de 1.000 km navegáveis e

potencialmente navegáveis, desde Mogi das Cruzes, próximo à sua nascente, até a sua foz no Rio Paraná, incluindo o percurso

dentro malha urbana de São Paulo.

Page 15: TCC - Nanci Justiniano - Teatro Flutuante Itinerante

- 12 -

A recente conclusão das obras de Ampliação da Calha do Rio Tietê para fins de controle de cheias, e o Programa de Obras

de Controle da Poluição do rio para melhorar de forma gradativa as águas do rio Tietê, em desenvolvimento, abrem a perspectiva da

utilização do rio Tietê no trecho urbano do município, para usos múltiplos. Após as obras na calha, executadas pelo DAEE, um

trecho de 41 km, entre as barragens Edgard de Souza e Penha, já é totalmente navegável viabilizando a interligação de transporte

cultural entre as zonas Leste e Oeste de São Paulo usando o rio como instrumento condutor.

Na medida em que etapas do programa de melhoramento das águas do rio vão se concretizando, viabilizam-se propostas que

venham a fazer da cidade uma melhor convergência de transporte e população, construindo-se caminhos para a integração e a

convivência dos mesmos, como, por exemplo, a criação de uma hidrovia urbana que venha trazer vantagens e benefícios para a

cidade e seus cidadãos. O Tietê é um rio paulistano e está inserido na história da cidade e é preciso incentivo para que seja feitas

intervenções culturais no seu leito e às suas margens, além de reestruturação da infraestrutura existente, para que uma parte tão

importante da cidade não fique ociosa.

A falta de atrativos aliada á dificuldade de ligação entre um lado e outro da malha urbana, empurra a população para longe do

rio e com isso não desenvolve o sentido de pertencimento do rio à cidade e aos seus cidadãos. É justamente esse o objetivo

principal deste projeto, criar para a cidade de São Paulo e seus moradores uma identidade a ser construída através da cultura, e da

incorporação do Rio Tietê como um elemento integrador e condutor, gerando uma centralidade que converge múltiplos usos

sustentados pela oferta de diferentes modalidades.

Com isso, a inserção de um equipamento teatral no leito do rio, justifica-se pelo contingente da população dos bairros

margeantes e pela escassez de um equipamento de cultura, público ou privado, nas imediações do mesmo.

Page 16: TCC - Nanci Justiniano - Teatro Flutuante Itinerante

- 13 -

São Paulo é um dos principais centros de produção teatral do país. A cidade dispõe de 246 salas adequadas a montagens

teatrais, que atraem público proveniente não apenas do município, mas também de cidades do interior do Estado e de todo o País,

caracterizando um fluxo de turismo cultural dirigido especificamente a este tipo de espetáculo. Há um total de 52.370 assentos

disponíveis em teatros no município. A maioria dos estabelecimentos é mantida por instituições de cunho privado e concentra-se nos

bairros da Bela Vista, da República e na região da Avenida Paulista (subprefeituras Sé e Pinheiros). O setor público mantém uma

rede de 36 salas dedicadas às artes cênicas, das quais 18 são municipais. Destas, várias estão localizadas em bairros distantes da

área mais central da cidade.

Page 17: TCC - Nanci Justiniano - Teatro Flutuante Itinerante

- 14 -

1. RIO TIETÊ

Figura 1 – O caminho do Tietê no Estado de são Paulo Fonte: http://www.sp-turismo.com/mapa.htm

Destaque para o rio que corta o Estado

exibindo seus poucos meandros em busca de

descanso no Oceano, contando a história da

cidade de São Paulo e fazendo história pelas

regiões por onde passa, gerando o

desenvolvimento no interior do Estado.

Sua importância é contada pela própria

história, foi caminho usado pelos Bandeirantes

em suas expedições rumo ao interior em busca

de riquezas, gerando, com isso, a colonização

dessas regiões, abrindo caminho para as

Monções, nome dado às expedições de

comércio com destino ao sertão.

O rio Tietê é um rio paulista, nascido no

interior, paulistano por natureza e brasileiro por

devoção.

Page 18: TCC - Nanci Justiniano - Teatro Flutuante Itinerante

- 15 -

1.1 UM OLHAR SOBRE TIETÊ

O caminho do Tietê dentro da cidade de São Paulo.

Figura 2 – Percurso do rio na cidade de São Paulo Fonte: http://www.sp-turismo.com/mapa.htm

O rio que desfila pela cidade buscando

atenção outrora perdida.

Caminhando a passos moderados o rio vai

atravessando a cidade de Leste a Oeste

tentando se mostrar, se fazer enxergar.

Nesse caminho encontra obstáculos,

dificuldades, quase não aparece ou quase

não o notam. Onde está a sua gente?

Esqueceram será dos seus encantos?

O rio que tanto se dedicou ao povo desta

cidade, hoje espera que este mesmo povo

possa mudar sua história e devolvê-lo à

vida.

Cebolão

Parque Ecológico

do Tietê

Page 19: TCC - Nanci Justiniano - Teatro Flutuante Itinerante

- 16 -

Como objeto de estudo para a elaboração da proposta, foi escolhido a área do rio Tietê e sua várzea. Primeiro busca-se

compreender os projetos de intervenção realizados no rio e na sua várzea buscando a retificação e despoluição do rio tornando-o

navegável novamente. Compreender tais projetos é muito importante para que se conheça as características de lazer do rio na sua

origem antes de se tornar um local inadequado para o lazer. Isso vai dar subsídios para a implantação da proposta.

O rio Tietê conta a história da cidade, foi fundamental na ocupação da região. No inicio do século XX a cidade sofreu uma

rápida expansão urbana que despertou o interesse dos especuladores em tornar a área urbanizável levando a cidade a outro

sofrimento, o da especulação do solo urbano de capital. Ainda, assim, no inicio do século XX, havia atividades de lazer no rio como a

prática de esportes e regatas oferecidas por clubes instalados nas margens do rio como é o caso do clube regatas do Tietê figura 4,

a Associação atlética de São Paulo figura 5 e o Clube Espéria no Tietê figura 3, que até 1945 incentivavam competições de natação

e remo sendo interrompidas nesse período, pois as águas já haviam se tornado inadequadas para tal uso. O crescimento rápido e

desordenado da população levou o rio, então a ser usado como canal para a deposição da sujeira da cidade e não mais como fonte

de vida e lazer.

O rio e sua várzea foi violentamente sufocado pela aceleração do crescimento desordenado da população, a industrialização,

os automóveis e a necessidade de um sistema viário que privilegia os automóveis, eliminando, a principio, qualquer possibilidade de

vida passível de um dia ser recuperada.

Com o crescimento da indústria automobilística o rio ficou preso entre duas grandes avenidas, cortando qualquer vínculo com

a população, impedindo-a de participar da vida do rio em sua vocação mais nobre, a de oferecer lazer, prática de esporte, pesca,

seus clubes de regatas, seus barcos e etc. Tudo parecia ser tragado pela força da industrialização. O rio foi se perdendo da história

da cidade, dele só restavam as lembranças dos mais saudosos ou aquelas descritas em livros de autores mais entusiastas ou até

mesmo nas propostas utópicas de profissionais sonhadores.

Page 20: TCC - Nanci Justiniano - Teatro Flutuante Itinerante

- 17 -

Com o passar do tempo, sentindo o sufocamento que rio vinha sofrendo, houve a conscientização de alguns e então foram

apresentados planos e propostas numa tentativa de salvar o que restava do rio e dar a ele novos usos.

Reconhecendo o potencial que rio tinha para ajudar a cidade economicamente ou urbanisticamente ou culturalmente ou

simplesmente traçando um desenho bonito de se ver numa São Paulo tão apaixonante, surgiram alguns projetos

impressionantemente utópicos para transformar a imagem negativa que o rio, mesmo que sem pedir, transmitia a seus moradores e

a seus visitantes.

Com isso o rio passa por diversas fases ao longo dos anos, e para um melhor entendimento apresenta-se um breve histórico

do rio mais Paulistano dos rios.

Figura 3- Sede do Clube Espéria - década de 20 (acervo Clube Espéria)

Fonte: http://www.ecotiete.org.br/cultural/museu_hist.htm Extraído em 27/07/2012 -17h30min Por Fausto Henrique Gomes Nogueira

Figura 4 – Clube de Regatas Tietê Fonte: http://www.artigosecronicas.com.br/sao-paulo-ontem-e-hoje/ Extraído em: 27/07/2012 – 18h 03min Por Sonia Costa

Figura 5– Associação Atlética de São Paulo - 1916

Fonte: http://www.ibamendes.com/2011/08/fotos-antigas-do-rio-tiete-iv.html Extraído em: 27/07/2012 – 18h12min Por Iba Mendes

Page 21: TCC - Nanci Justiniano - Teatro Flutuante Itinerante

- 18 -

1.2 HISTÓRICO

Não só de uma cidade, não só de um Estado, mas de um povo.

O rio Tietê é um típico paulista interiorano que nasce em uma pequena cidade chamada Salesópolis na serra do mar a 22 km do

litoral e a 140 km da capital paulista.

Ele nasce aqui, ver figura 6, a água brota em vários olhos d´água, mas contraria o seu

curso natural deixando o seu berço e saindo para o interior do sudeste em direção ao noroeste

do Estado. Ele vai embora cruzando as fronteiras de São Paulo e aconchegando-se nos braços

do rio Paraná numa impressionante imagem como mostra a figura 7. Daí para frente ele segue

como rio Paraná até chegar a Bacia do Prata e finalmente ao Oceano Atlântico onde descansa

depois de percorrer mais de 5.000km.

Figura 7 – O encontro dos rios Tietê e Paraná Fonte: http://www.aipomesp.com.br/colonias.html Extraído em 20/04/2012 -21h0min - Direitos da foto: Robson Leandro

Figura 6 – Nascente do rio Tietê

Fonte: Nanci Justiniano - em 18/03/2012

Page 22: TCC - Nanci Justiniano - Teatro Flutuante Itinerante

- 19 -

1.2.1 O RIO E A CIDADE DE SÃO PAULO

O rio Tietê se entregou aos paulistanos, se deu à cidade de São Paulo tudo que era possível dar, abriu caminho para que os

corajosos Bandeirantes desbravassem os sertões e dessem ao Estado a forma que ele tem hoje, abasteceu a província com seus

peixes, serviu como meio de transporte de pessoas, mercadorias, foi local para reunião de lavadeiras, local de passeio, lazer e

pratica de esportes. Doou-se com tamanha força, forneceu água para que os caçadores de progresso fossem saciados na sua

busca por riquezas, entregou o seu leito para que fosse usado como estrada para os que sonhavam com um futuro grandioso, doou

o barro para que casas fossem edificadas, mas a sua doação mais nobre foi se entregar para o deleite de todos quantos o

procurasse para o prazer, a diversão e a convivência com a família e os amigos, sem se esquecer dos que queriam se relacionar

com ele apenas por esporte.

Figura 8 – Natação e remo no rio Tietê(anos 30) Figura 9 – Encontro de lavadeiras

Fonte: http://arvoresvivas.wordpress.com/page/8/?pages-list - Extraído em 22/04/2012 Fonte: idem figura 8 - Extraído em 22/04/2012

Page 23: TCC - Nanci Justiniano - Teatro Flutuante Itinerante

- 20 -

1.2.2 O SUFOCO DO RIO

Como os que se doam sem pensar em si, sofreu as dores causadas pela ação do homem que tomou o seu espaço, gemeu,

se contorceu resistiu bravamente conservando uns pedacinhos intactos como a sua nascente, mas chegou a um ponto aonde já não

encontrava mais forças para resistir e pediu ajuda. A urbanização desenfreada aliada a falta de politicas públicas que orientassem a

implantação de indústrias e a construção em áreas de mananciais levou o rio

antes fonte de lazer e convivência ao horror que mostra a figura 10. Assim era o

Tietê nos anos 90: um depositário de lixo urbano, dado por muitos, como morto,

totalmente sem esperança de sobreviver a esse caos. O rio tão grandioso sentia

o peso de ser paulistano a cada quilo de resíduos que recebia em seu leito.

Como águas, tão frágeis, e tão fortes poderiam suportar tamanha

pressão? Não poderiam. E a resposta poderia ser vista e sentida por qualquer

que passasse as suas margens. Já não era mais possível olhar para o rio sem

sentir o horror que era transmitido pelo lixo e o mau cheiro que agora o cobria.

O rio pedia socorro enquanto muitos lhe viravam as costas.

Figura 10 - Poluição extrema do rio Tietê.(anos 90) , A nova função que a cidade deu ao rio: deposito de lixo, mau cheiro e repudio. Fonte: http://g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo/foto/0,15616394-EX,00.jpg

Extraído em 22/04/2012

Page 24: TCC - Nanci Justiniano - Teatro Flutuante Itinerante

- 21 -

1.2.3 O RENASCIMENTO DE UM GIGANTE

Com o passar do tempo, sentindo o sufocamento que rio vinha sofrendo, houve a conscientização de alguns e então foram

apresentados planos e propostas numa tentativa de salvar o que restava do rio e dar a ele novos usos. O desejo de salvar aquele

que teve seu destino cruelmente traçado ao nascer, mobilizou a população e a mídia numa pressão social para despoluição do rio,

alcançando mais de um milhão de assinaturas em um abaixo assinado, iniciando assim, o Projeto Tietê – Sabesp, um programa de

saneamento básico ambiental referência como um dos maiores do País com o objetivo de coletar e tratar o esgoto da região

metropolitana de São Paulo. Após vinte anos, várias ações surtiram efeito, como o aumento da coleta e tratamento de esgoto,

reduzindo a mancha numa extensão de 160 quilometros. Agora o rio já pode começar ser visto com um pouco mais de sensibilidade

e menos de horror. (Fonte: http://site.sabesp.com.br/site/imprensa/noticias-detalhe.aspx?secaoId=66&id=2872)

Page 25: TCC - Nanci Justiniano - Teatro Flutuante Itinerante

- 22 -

1.3 O RIO TIETÊ SOB O OLHAR DE MÁRIO DE ANDRADE

“Água do meu Tietê,

Onde me queres levar? Rio que entras pela terra E que me afastas do mar” “Meu rio, meu Tietê, onde me levas? Sarcástico rio que contradizes o curso das águas E te afastas do mar e te adentras na terra dos homens, Onde me queres levar?” “E os lindos versos que falam em partir e nunca mais voltar? Rio que fazes terra, húmus da terra, bicho da terra, Me induzindo com a tua insistência turrona paulista Para as tempestades humanas da vida, rio, meu rio!... Já nada me amarga mais a recusa da vitória Do indivíduo, e de me sentir feliz em mim. Eu mesmo desisti dessa felicidade deslumbrante, E fui por tuas águas levado, A me reconciliar com a dor humana pertinaz, e a me purificar no barro dos sofrimentos dos homens...”.

“...Mas porém, rio, meu rio, de cujas águas eu nasci, Eu nem tenho direito mais de ser melancólico e frágil, Nem de me estrelar nas volúpias inúteis da lágrima!

“...Eu vejo; não é por mim, o meu verso tomando As cordas oscilantes da serpente, rio. Toda a graça, todo o prazer da vida se acabou...”

“Isto não são águas que se beba, conhecido, isto são Águas do vício da terra. Os jabirus e os socós Gargalham depois morrem. E as antas e os bandeirantes e os ingás,

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Depois morrem. Sobra não. Nem siquer o Boi Paciência Se muda não. Vai tudo ficar na mesma, mas vai!... e os corpos Podres envenenam estas águas completas no bem e no mal.

“Si as tuas águas estão podres de fel E majestade falsa? A culpa é tua Onde estão os amigos? Onde estão os inimigos? Onde estão os pardais? e os teus estudiosos e sábios, e Os iletrados? Onde o teu povo?” “ Mas as águas, As águas choram baixas num murmúrio lívido, e se difundem Tecidas de peixe e abandono, na mais incompetente solidão”

“É noite... Rio! meu rio! meu Tietê! É noite muito!... As formas... Eu busco em vão as formas Que me ancorem num porto seguro na terra dos homens.”

(Mário de Andrade, A Meditação sobre o Tietê 1944/45) Figura 11- imagem disponível em google imagens -

http://luluyse.blogspot.com.br/2011/11/mario-de-andrade.html extraída em 02/06/2012 – 23h29min

Page 27: TCC - Nanci Justiniano - Teatro Flutuante Itinerante

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1.3.1 MEDITANDO SOBRE O TEMA A PARTIR DE UM POEMA

Esta meditação remete a um grito desesperado de socorro, buscando salvação antes de se ver sem esperança alguma. Um

grito de alerta através de um poema.

Na busca desenfreada pelo progresso, a industrialização abafou a voz do rio no poema apaixonante deste que era um dos

mais apaixonantes poetas. Entende-se que mesmo olhando para suas águas agonizantes, era possível enxergar o potencial deste

grandioso rio que já na década de 40 espremia-se entre o progresso e a necessidade de respirar, entre o crescimento desordenado

de uma cidade sem limites e o desejo de liberdade de seguir naturalmente o seu curso.

É preciso voltar os olhos ao rio e reconhecer a sua grandiosidade e o seu potencial de ajudar a cidade e o seu povo, seja

economicamente, urbanisticamente ou culturalmente ao invés de denegri-lo e afastar a sua gente.

Assim, a união do rio com um equipamento urbano de lazer que foge totalmente dos padrões convencionais de vivenciar a

cultura, pode abrir caminhos para que novas propostas sejam feitas e novos usos sejam dados ao rio. Com a proposta de um teatro

flutuante itinerante, que visa contribuir para devolver á vida ao rio Tietê e integrá-lo ao cotidiano da cidade busca-se um

levantamento de referências que fundamentam a definição e a criação do projeto proposto.

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- 25 -

1.4 PROPOSTAS

1.4.1 ESFORÇOS ENTUSIASTAS

Desde a década de 20 são retratados esforços de profissionais que colocaram suas experiências em projetos de revitalização,

recuperação e reinserção do rio Tietê a cidade. Abaixo, relaciona-se algumas propostas de Arquitetos Urbanistas em ordem

cronológica:

1925 – Francisco Saturnino Rodrigues de Britto propõe drenar a várzea com o objetivo de conter as inundações;

1928 – João Florence de Oliveira Cintra e Lisandro Pereira da Silva, propõe retificar o leito do rio reduzindo 46km do percurso

original a fim de conter as inundações projetou diques e o aprofundamento da calha do rio;

1977 – Ruy Ohtake propõe proteger o rio através do parque ecológico do Tietê, incluindo toda a extensão do rio;

1980 – Paulo Mendes da Rocha propõe criar uma cidade porto-fluvial, através de um sistema fluvial e alimentação do sistema

ferroviário;

1996 – Marcos Acayaba propõe urbanizar a área do rio, através de edifícios-ponte conectando os dois lados do rio excluindo o

trafego pesado;

1996 – Bruno Padovani propõe reverter o processo de degradação do meio ambiente através de despoluição, redesenho do sistema

metropolitano de transporte fluvial individual e de cargas e a criação de lagos artificiais;

1998 – Alexandre Delijaikov propõe promover a integração urbanística da cidade com a criação da orla fluvial integrando o rio com a

cidade dando ênfase a função de porto fluvial, parque e habitação.

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- 26 -

1.4.2 AÇÕES CONCRETAS EM FAVOR DO RIO

1992 – O governo do Estado iniciou o Projeto Tietê Vivo, ainda em execução, tendo como objetivo a ampliação da coleta e do

tratamento de esgotos da população da região metropolitana de São Paulo, redução dos poluentes nos rios e córregos afluentes e

melhoramento da qualidade da água do Tietê. Divididos em etapas, o projeto já passou pela 1ª que foi entregue em 1998.

2002 – O governo do Estado anuncia o início das obras de rebaixamento da calha do rio Tietê, iniciando, assim segunda fase, o

projeto de despoluição do rio, que foi entregue em 2007.

2007 - Foi implantado o projeto de paisagismo nas margens do rio Tietê para integrar as margens do rio à paisagem urbana da

cidade, impedir ocupações irregulares e reforçar os cuidados ambientais.

2009 – O governo anuncia o Projeto Nova Marginal Tietê que inclui novas faixas à marginal com o objetivo de melhorar a fluidez

desta que é uma das vias mais congestionadas da capital paulista.

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- 27 -

1.5 TEMA

Teatro Flutuante Itinerante – Um instrumento de lazer para o rio Tietê

1.5.1 TIPOLOGIA

Teatro de Arena – Espaço teatral aberto ou fechado com palco abaixo da platéia que tem a visão do todo

1.5.2 CONCEITUAÇÃO DO TEMA

O desenvolvimento da sociedade atua diretamente na modificação do panorama mundial. O crescimento populacional tem

forçado o homem a buscar novas alternativas para moradia, esporte e lazer adaptando-as a ambientes antes não considerados,

como o aquático envolvendo rios, lagos e mares, usando de tecnologia que tem sido desenvolvida a fim de viabilizar tais

alternativas. Muitos são os projetos de construções flutuantes como igrejas, escritórios, residências, restaurantes, hotéis, portos,

supermercados, hospitais, universidades, estacionamentos, ilhas, vilas e até cidades inteiras, alguns utópicos outros prontos a

serem utilizados e outros já sendo utilizados com bastante êxito.

O despertar para a importância do rio Tietê e as inúmeras possibilidades de uso que ele oferece busca-se um levantamento

para que possamos entender a análise que será feita, para a definição e criação do projeto.

Os edifícios que tem suas estruturas projetadas com a tecnologia atual, ainda são vulneráveis aos fenômenos atmosféricos,

aliado a isso a escassez do solo tem levado muitos países a buscar tecnologias alternativas para estruturação de suas edificações,

alternativas, essas, que passam pelo conceito de arquitetura flutuante. Este conceito que a principio pode parecer estranho a

conceitos conservadores de habitar, definitivamente pode vir a inspirar o futuro das habitações e da arquitetura.

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1.6 ALGUMAS REFERÊNCIAS QUE UTILIZAM O CONCEITO DE ARQUITETURA FLUTUANTE NO BRASIL

No Brasil a arquitetura flutuante é muito tímida. Aos poucos está se despontando na região Amazônica em forma de pontos

turísticos como restaurantes, hotéis e centros de pesquisa.

Hotel Othon Jungle Palace – Amazonas Brasil

Figura 12 - Vista expandida Figura 13 - Fachada do hotel Fonte: imagens extraída do site: http://www.amazonlodges.net/ http://www.bresil-decouverte.com/hotels/hotels_Bresil/ jungle-othon- palace - 28/10/2012 – 19h17min Amazonie/Amazonie+Jungle/Amazon+Jungle+Palace

O Othon Jungle Palace é um hotel flutuante que fica ancorado a 50 km de

Manaus na margem esquerda do Rio Negro no coração da floresta

Amazônica, a maior floresta tropical do mundo. O hotel foi todo construído

sobre uma extensa balsa de aço, e é ecologicamente correto por não poluir

ou interferir na exuberância da natureza. O projeto foi todo desenvolvido

para estar em harmonia com a natureza. O mirante oferece uma bela vista

para o Rio Negro e a floresta podendo também, admirar o nascer do sol.

CASA FLUTUANTE

Figura 14 – Fachada Fonte: http://raisisdoser.blogspot.com.br/2012/01/reserva-

no-am-ganha-casa-flutuante.html - Por: Celina Lago – 28/10/2012 - 21:00 h

Construída na Reserva de Desenvolvimento

Sustentável Amanã, no Amazonas para receber

pesquisadores, a casa flutuante tem capacidade para

abrigar até 20 pessoas. A casa tem 12m de largura

por 18m de comprimento, a eletricidade é gerada a

partir de luz solar, a água é coletada da chuva e do

próprio rio, as telhas são feitas de plástico PET.

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1.7 ESTUDOS DE CASOS

Diante da conceituação e do tema escolhido para o desenvolvimento deste trabalho, opta-se por fazer estudo de casos em

algumas edificações que usam da tecnologia desenvolvida para arquitetura flutuante. A escolha desses projetos teve por objetivo o

de extrair elementos que possam fundamentar e respaldar o projeto proposto

1.7.1 TEATRO DEL MONDO

Figura. 15 - Implantação Fonte: imagens extraída do site: http://www.designlaboratory.com/ courses/a222.f95/a222.f95.finex.delic.html - 12/03/2012 -13h30min

Ficha técnica: Localização: Veneza, Itália Data: 1979 Tipo de edifício: Teatro temporário Arquiteto: Aldo Rossi Sistema de construção: Estrutura metálica tubular, madeira Clima: Mediterrâneo Contexto: Flutuar sobre aguas, beira mar urbano Estilo: Moderno Plástica: Forma lúdica, uma torre sobre uma plataforma Capacidade: 250 espectadores

Construído para a Bienal de Veneza em 1979, essa obra do arquiteto italiano Aldo Rossi caracteriza-se pelo emprego de formas arquetípicas numa tentativa de buscar uma conexão com a memória coletiva do ambiente urbano. O arquiteto busca um resgate da história da cidade e essa obra alcança um silêncio que lhe permite fazer parte da nossa memória. Inspirada nos cinemas populares, flutuantes do sec. XVIII o teatro dá uma impressão de sonho em sua simplicidade formal e suas cores ousadas onde a simplificação dos elementos arquitetônicos dá uma sensação de saudades.

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1.7.1.1 PLANTAS, CORTE E ELEVAÇÃO

Figura 16 – Croqui do autor Fonte: imagem extraída do site: http://www.designlaboratory.com/courses/a222.f95/a222 .f95.finex.delic.html - 12/03/2012 – 13h30

Figura 17 – Croqui do autor Fonte: imagem extraída do site: http://www.questoesdeconcursos.com.br/pesquisar/ prova/ fcc-2009-trt-3a-regiao-mg-analista-judiciario-arquitetura?page=7&pp=&pv=920 - 25/10/2012

Figura. 18 - Vista frontal Fonte: imagens extraída do site: http://www.designlaboratory.com/courses/ a222.f95/a222.f95.finex.delic.html - 12/03/2012 – 13h30min

Figura. 19 - Esqueleto da estrutura metálica Fonte: imagens extraída do site: http://www.designlaboratory.com/ courses/a222.f95/ a222. f95.finex.delic.html - 12/03/2012 – 13h30min

“O Teatro del Mondo foi inaugurado oficialmente em Veneza em 11 de novembro de 1979, no lado oposto da Alfândega, para a Bienal de Teatro / Arquitetura. A idéia da Bienal foi recordar os teatros flutuantes que eram tão característicos de Veneza, no século 18, mantendo o conceito de edifício-com-barca”.

“Construído nos estaleiros Fushina, o Teatro foi rebocado através de Veneza por rebocador. O edifício foi construído sobre vigas de aço, soldados juntos para formar uma jangada. O topo do cubo dá acesso a uma varanda com vista para a Giudecca, em San Marco, quase no mesmo nível que a estátua da fortuna que fica no edifício da Alfândega. A estrutura de aço tubular é revestida com madeira, tanto dentro como fora”. - Gianni Braghieri. Aldo Rossi: Obras e Projetos. p116.

Fonte: Extraído do site: http://www.greatbuildings.com/buildings/Il_Teatro_del_Mondo.html Acessado em 12/03/2012 – 13h30min

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LEGENDA

Arquibancada nível inferior

Figura. 20 – Planta nível 1 - imagem extraída do site: http://www.designlaboratory.com/courses/a222.f95/a222.f95.finex.delic.html - 12/03/2012 – 13h30min

Figura. 21 – Planta nível 2 - imagem extraída do site: http://www.designlaboratory.com/courses/a222.f95/a222.f95.finex.delic.html - 12/03/2012 – 13h30min

Acesso às arquibancadas

Acesso principal

Escada de acesso aos níveis superiores

Balcão superior

Acesso à torre

Balcão

Acesso ao balcão

Estrutura metálica

O arquiteto fez uso generoso do aço em todo o edifício

que foi construído sobre uma plataforma flutuante, formando um

paralelepípedo central de base quadrada medindo 9,5x9,5 com

11m de altura e uma cobertura formando um octógono com 6m

de altura que também foi desenvolvida com estrutura metálica e

zinco. O palco na área central e arquibancadas paralelas o teatro

foi construído com capacidade para 400 expectadores sendo 250

sentados.

A

B

C

D

E

F

G

H

A

B

C

D

G

H

F

E

I

I

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1.7.1.2 ILUSTRAÇÃO

Figura 22 - Corte longitudinal e corte transversal http://www.designlaboratory.com/courses/a222.f95/a222.f95. finex.delic.htm - 12/03/2012 – 13h30min

Fig. 23 – Edifício sendo construído http://www.designlaboratory.com/ courses/a222.f95/a222.f95.finex.delic. htmAcessado em: 12/03/2012

Fig. 24 – Cobertura - imagem extraída do site: http://www.designlaboratory.com/courses/a222.f95/ a222.f95.finex.delic.html - Acessado em: 12/03/2012

Figura 25 – Perspectiva

Figura 26 – Vista superior

Figura 27 – Vista interna com incidência de luz

Figura 28 – Vista interna da disposição da plateia

Figura 29 - Vista interna da caixa superior

Page 36: TCC - Nanci Justiniano - Teatro Flutuante Itinerante

- 33 -

1.7.1.3 CONSIDERAÇÕES SOBRE ESTE ESTUDO DE CASO

A simplicidade formal da arquitetura característica do arquiteto Aldo Rossi foi plenamente expressa nesta obra. Um edifício

em forma de torre tendo como pano de fundo os canais de Veneza. A simplicidade da forma de ângulos retos sendo quebrada por

um volume octogonal de cobertura, e as cores utilizadas no acabamento conferiu ao teatro uma imagem de sonho, projeto este, que

enfatizava uma visão pós-moderna de resgate historicista, diferindo da proposta desse Trabalho Final de Graduação que propõe um

projeto contemporâneo em acordo com as especificidades locais.

A obra de Aldo Rossi foi fundamental na escolha do tema para o projeto a ser desenvolvido, possibilitando a sua evolução,

retratando a busca de uma conexão entre o rio e a cidade como elemento principal para o desenvolvimento do projeto. O fator de

referência é a aplicação do conceito de arquitetura flutuante uma vez que o projeto a ser desenvolvido fará uso deste conceito.

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1.7.2 WATER CUBE (CUBO D´ÁGUA )

Figura 30- Transparência do material

Figura 31 – Transparência sendo quebrada pela luz

Ficha técnica: Localização: China Data: 2008 Tipo de edifício: Estádio Olímpico Arquiteto: PTW Architect e Ove Arup Sistema de construção: estrutura em aço revestida com etileno-tetrafluoretileno (ETFE), Área construída: 79,5 mil m2 Tempo de construção: 04 anos Estilo: Contemporâneo

O Centro Nacional de Natação, também conhecido como Water Cube (Cubo de Água), é considerado um dos símbolos das

Olimpíadas de Pequim 2008, na China, o espaço reúne arquitetura e arte. A transparência, caracterizada pelo revestimento, pode

ser percebida quando um jogo de luzes azuis internas entre as camadas fazendo uma composição arquitetônica reflete no exterior

dando o efeito de bolhas d’água – Figura 31. O edifício tem sua estrutura em aço revestida com etileno- tetrafluoretileno (ETFE),

material transparente que é empregado na construção devido a sua resistência às intempéries. – Figura 30

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Figura 32 – Fonte: F:\Cubo D'Água - China\#Sites\Bird's Nest and the Water Cube – Emchina2010.htm –acessado em: 26/10/21012

Figura 33 - Imagem: Google imagens - Disponível em: http://www.woww.com.br/2008/08/ pequim- 2008-centro-aqutico-nacional -o.html - Crédito: woww - acessado em 18/09/2012 - 23:30h

Figura 34 – Composição colorida Fonte: http://www.portobello.com.br/blog/decoracao/parque-aquatico-nacional-de-peguim/- acessado em: 10/11/2012

Devido ao revestimento de alta tecnologia em ETFE, o Cubo foi projetado para funcionar como uma estufa gigante. Cerca de

90% da energia solar que incide sobre o edifício é captada – o que permite o aquecimento da área interior e da água das piscinas.

Estima-se que este conceito sustentável tem o poder de reduzir o consumo de energia na área de piscinas em até 30%. Outra

vantagem da energia solar é que ela assegura que a edificação seja bem iluminada durante o dia, com os níveis adequados de

conforto visual. Neste sentido, a economia pode chegar a 55%.

O projeto ainda tem como filosofia central a inclusão de sistemas eficientes de conservação de água. A água no norte da

China é um produto valioso e Pequim atualmente carece de recursos hídricos para satisfazer a demanda. A combinação de baixa

disponibilidade de água, elevados níveis de utilização, a poluição e os fatores climáticos contribuem para a inerente necessidade de

desenvolver sistemas eficazes para maximizar a reutilização e oportunidades de reciclagem. No Cubo, a idéia é reutilizar e reciclar

80% de toda a água armazenada a partir da captação do telhado, sistemas de piscinas e fluxos por terra. O projeto prevê economia

em todo o sistema de abastecimento de água e na rede de esgotos.

Fonte: F:\Cubo D'Água - China\#Sites\Construção e Negócios - Editoral Magazine.htm - Texto: Aline Cunha - Fotos: PTW Architects/Vector Foiltec/Blain Crellin

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- 36 -

1.7.2.1 CONSIDERAÇÕES SOBRE ESTE ESTUDO DE CASO

A concepção estrutural da obra é baseada numa formação de bolhas dando aparência de que a obra foi feita de forma

aleatória. É construída com duas ou mais películas de ETFE fechadas no seu perímetro e presas ao sistema de fixação perimetral. A

transparência do material pode ser percebida na parte interna e na parte externa do edifício. Durante o dia é possível obter claridade

e conforto visual e pode mudar de cor conforme a projeção de luz.

A aparência insólita esconde uma interessante trama geométrica que pode ser encontrada em sistemas naturais como: as

células e as estruturas moleculares como mostra as figuras 32 e 33.

O fator que relaciona o Cubo D´água com o projeto proposto é a utilização do material, as almofadas de membranas

compostas por finas películas de ETFE e pneumaticamente pressurizadas são utilizadas como revestimento de parte da vedação e

cobertura. A leveza do material associado com uma estrutura metálica em tramas garante segurança, estética, e o interessante é

que o revestimento acompanha o desenho da trama que pode variar conforme projeto arquitetônico.

Page 40: TCC - Nanci Justiniano - Teatro Flutuante Itinerante

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1.7.3 ROTTERDAM FLOATING PAVILION – PAVILHÃO DE EXPOSIÇÕES

Figura 35 – Vista geral http://thegreentake.wordpress.com/2010/10/18/rotterdam/ acesso 24/09/2012 – 14h15min

Ficha Técnica

Local: Porto Rijnhaven Rotterdam, Holanda Projeto arquitetônico: Grupos de arquitetos DeltaSync e Arquitetos Domínio Público Sistema construtivo: Estrutura geodésida em aço Revestimento: Folhas de ETFE (03 camadas) O pavilhão é constituído por três meias esferas interligadas, sendo que a maior possui um raio de 12m sendo a área total de aproximadamente 46 por 25 metros. O pavilhão flutuante pode ser alugado para recepções e outros eventos. O pavilhão apresenta exposições sobre a mudança da água de Rotterdam, clima, gestão e energia.

Figura 36 - Vista do acesso principal Figura 37 - Vista iluminação noturna Figura 38 - Detalhe do pavilhão ancorado e a passarela de acesso

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Para manter o peso para baixo a um nível mínimo, as cúpulas foram revestidas com película de ETFE especial que é

aproximadamente 100 vezes mais leve do que o vidro. "Como resultado, a construção cúpula pesa apenas 35 quilogramas por

metro quadrado." As folhas de ETFE foram esticadas sobre a estrutura de aço. O projeto foi desenvolvido de forma flexível para

caber em mais de um lugar conforme a necessidade. O deslocamento do edifício se dá através de rebocador.

O complexo abriga entre outros espaços, salas para conferências, espaço para café, um teatro com capacidade para 150

expectadores e o Centro nacional de Aguas.

Figura 39 - Detalhe interno da ligação entre as esferas Figura 40 - Detalhe da abertura em veneziana Figura 41 - Vista interna do teatro

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1.7.3.1 CONSIDERAÇÕES SOBRE ESTE ESTUDO DE CASO A concepção estrutural geodésica que forma a obra usa além de alta tecnologia sustentável como sistema de captação de

energia solar a aplicação da película de ETFE na vedação e cobertura o que garante conforto térmico e visual além de uma leveza

impressionante dado ao fato de o material aplicado, se comparado ao vidro é 100 vezes mais leve.

Estas construções têm um grande potencial para o futuro sendo um passo para a urbanização flutuante e um exemplo da

utilização intensiva do espaço urbano.

A relação desta obra com o projeto proposto é a utilização do espaço aquático, a aplicação do material de vedação e

cobertura e a destinação, uma vez que o espaço se destina também a palestras e apresentações à população, além de ser um

ponto de atração turística.

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2. LOCALIZAÇÃO PARA A PROPOSTA FINAL

O Rio Tietê faz parte da história da cidade de São Paulo, um marco do seu desenvolvimento, do seu crescimento e de suas

conquistas. Seu traçado urbano formando um eixo de configuração para as atividades econômicas é conveniente à arte e a cultura

fomentando o turismo.

2.1 TRECHO DE INTERVENÇÃO

A proposta é que o teatro percorra o trecho compreendido entre a Ponte Imigrantes Nordestinos, próximo ao Parque

Ecológico do Tietê, e a Ponte da Vila Guilherme com três pontos para atracação como mostra a figura abaixo.

Figura 42 – Indicação do trecho de intervenção Imagem: Google maps – intervenção: Nanci Justiniano

3

2

1

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2.1.2 TRECHO COM INDICAÇÃO DAS PONTES

Figura 43 – Pontes existentes no trecho

A indicação das pontes, pensadas exclusivamente para os automóveis, nos mostra que elas são para o pedestre, o único

elemento de conexão entre os dois lados da marginal do rio Tietê, com isso, o rio ladeado pelas marginais ficou obrigado a se afastar da sua gente e carregar o título de barreira quase que intransponível ao pedestre.

Imagens: http://maps.google.com.br/maps?hl=ptBR&q=ponte+janio+quadros+sp&bav=on.2,or.r_gc.r_pw.r_qf.&biw=1366&bih=559&wrapid=tlif134488064510310&um=1&ie=UTF-8&sa=N&tab=wl Acessado em: 13/08/2012 – 16h36minh - Intervenção Nanci Justiniano

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2.2 CARACTERÍSTICAS DA ÁREA DE INTERVENÇÃO

Para melhor entendimento da área de intervenção insere-se os dados demográficos da cidade de São Paulo-SP, segundo o censo 2010 – IBGE, e dos bairros margeantes ao trecho do rio Tietê objeto de estudo.

População 2010 11.253.503

Área da unidade territorial (Km²) * 1.523,278

Densidade demográfica (hab/Km²) 7.387,69

2.2.1 DISTRITOS PERTENCENTES ÀS SUBPREFEITURAS

Localização dos Distritos que integram e limitam a área de inserção do projeto.

Subprefeituras

Distritos Área (km²)

População (1996)

População (2000)

População (2010)

Densidade Demográfica (Hab/km²)

Penha

Cangaíba 16,00 127,206 137,243 136.623 8.539

Penha 11,30 128,451 124,392 127.820 11.312

TOTAL 17,30 255,657 261,635 264.443 15.857

Vila Maria

Vila Guilherme

6,90 55,049 50,090 54.331 7,874

Vila Maria 11,80 118,014

113,944 113.463 9,616

TOTAL

18,70 173,063 164,844 167.794 8,972

Mooca

Belém 6,00 43,974 39,712 45.057 7,510

Pari 2,90 17,491 14,877 17.299 5.965

Tatuapé 8,20 80,678 79,418 91.672 11.180

TOTAL 7,10 142,143 134,007 154.028 9.007

Fig. 44 – Dados indicadores da área de estudo consultados no site http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/subprefeituras/subprefeituras/dados_demograficos/index.php?p=12758

Page 46: TCC - Nanci Justiniano - Teatro Flutuante Itinerante

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2.2.2 PROJEÇÃO DE CRESCIMENTO POPULACIONAL

Residente por Grupo de Idade e Sexo - Projeção Populacional por Faixa Etária e Sexo – Munícipio de São Paulo – 2012 Distritos Total

MSP 0 a 4 anos

5 a 9 anos

10 a14 anos

15 a19 anos

20 a24 anos

25 a 29 anos

30 a 34 anos

35 a39 anos

40 a44 anos

45 a49 anos

50 a54 anos

55 a59 anos

60 a64 anos

65 a69 anos

70 a74 anos

75 a 79anos

80anos oumais

MSP 11.353.750 570.181 914.472 876.253 850.354 999.714 1.083.363 1.019.130 896.966 820.551 749.303 673.329 552.650 426.314 304.556 238.873 172.047 205.693

Belém 45.892 2.098 2.929 2.604 2.697 4.120 4.908 4.377 3.509 2.966 3.057 2.734 2.475 1.865 1.426 1.332 1.177 1.621

Homens 22.245 1.066 1.486 1.320 1.364 2.071 2.453 2.173 1.734 1.449 1.459 1.284 1.148 857 641 586 499 655

Mulheres 23.647 1.033 1.443 1.284 1.333 2.049 2.455 2.204 1.775 1.517 1.598 1.450 1.327 1.009 784 746 678 966

Cangaíba 135.462 6.506 10.814 10.793 10.507 12.343 12.585 11.416 10.441 9.936 9.423 8.278 6.626 5.070 3.792 2.792 1.995 2.145

Homens 66.191 3.305 5.487 5.472 5.314 6.205 6.290 5.668 5.160 4.854 4.499 3.887 3.074 2.328 1.706 1.229 847 867

Mulheres 69.271 3.202 5.327 5.321 5.194 6.137 6.296 5.748 5.281 5.082 4.924 4.391 3.552 2.742 2.085 1.563 1.148 1.278

Pari 17.711 875 1.338 1.179 1.261 1.714 1.711 1.429 1.295 1.215 1.106 977 756 722 531 554 414 634

Homens 8.602 445 679 638 638 862 855 710 640 594 528 459 351 331 239 244 176 256

Mulheres 9.109 431 659 624 624 852 856 720 655 622 578 518 405 390 292 310 238 378

Penha 127.598 5.313 8.416 8.035 8.295 10.340 11.286 10.496 9.469 9.329 9.243 8.544 7.192 6.013 4.549 4.127 3.199 3.752

Homens 61.784 2.698 4.270 4.074 4.194 5.199 5.641 5.211 4.679 4.557 4.413 4.012 3.337 2.761 2.047 1.816 1.358 1.517

Mulheres 65.814 2.614 4.146 3.961 4.100 5.141 5.646 5.285 4.789 4.772 4.830 4.532 3.856 3.251 2.502 2.311 1.842 2.236

Tatuapé 93.660 3.258 5.283 5.067 5.469 6.910 7.860 7.735 7.272 7.144 7.620 6.861 5.801 4.448 3.494 3.168 2.642 3.628

Homens 45.144 1.655 2.681 2.569 2.766 3.474 3.928 3.840 3.594 3.490 3.638 3.222 2.691 2.043 1.572 1.394 1.121 1.466

Mulheres 48.516 1.603 2.603 2.498 2.704 3.436 3.932 3.895 3.678 3.654 3.982 3.639 3.110 2.406 1.922 1.774 1.521 2.162

Vila Guilherme

54.841 2.300 3.664 3.408 3.384 4.431 5.083 4.929 4.242 3.759 3.698 3.618 3.091 2.468 1. 925 1.706 1.390 1.744

Homens 26.558 1.168 1.859 1.728 1.712 2.228 2.540 2.447 2.097 1.836 1.766 1.699 1.434 1.133 866 751 590 705

Mulheres 28.283 1.132 1.805 1.680 1.673 2.204 2.543 2.482 2.146 1.923 1.933 1.919 1.657 1.335 1.059 955 800 1.039

Vila Maria 112.558 5.626 9.272 8.559 8.580 10.487 11.191 9.834 8.446 7.720 7.137 6.426 5.189 4.032 2.994 2.671 1.974 2.421

Homens 54.956 2.858 4.704 4.340 4.339 5.273 5.593 4.882 4.174 3.772 3.407 3.017 2.407 1.852 1.347 1.175 838 978

Mulheres 57.602 2.768 4.568 4.219 4.241 5.215 5.598 4.951 4.272 3.949 3.730 3.408 2.781 2.180 1.647 1.495 1.136 1.442

Fonte Básica: IBGE - Projeção: Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano/SMDU – Departamento de Estatística e Produção de Informação/Dipro

Page 47: TCC - Nanci Justiniano - Teatro Flutuante Itinerante

- 44 -

2.2.3 CONSIDERAÇÕES SOBRE AS CARACTERÍSTICAS DA ÁREA DE INTERVENÇÃO

Com base nos dados do censo de 2010 – IBGE e a projeção da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano/SMDU –

Departamento de Estatística e Produção de Informação/Dipro, percebe-se que a análise da SMDU prevê um crescimento

populacional para 2012, de 1% para o município de São Paulo, já as subprefeituras as quais pertencem os bairros que margeantes a

área de projeto, com exceção da Mooca que apresenta um crescimento de 2,1%, a Subprefeitura da Vila Maria/Vila Guilherme e a

Subprefeitura da Penha mostram uma pequena queda de 1%.

Page 48: TCC - Nanci Justiniano - Teatro Flutuante Itinerante

- 45 -

2.3 ANÁLISE DO ENTORNO

2.3.1 USO DO SOLO PREDOMINANTE - SUBPREFEITURAS DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO - 2008

No detalhe do mapa de usos, percebe-se que a predominância é para os usos residencial horizontal médio e alto padrão seguido por um misto de residencial com indústrias e armazéns. Há, ainda, uma pequena faixa localizada a sudoeste da subprefeitura da Penha e a sudeste da subprefeitura de Vila Maria que não contém informações de seus usos. As informações de predominâncias dos usos do solo vêm a justificar e fundamentar a inserção de um equipamento de uso público na região.

Figura 45 – usos do solo Fonte:http://ww2.prefeitura.sp.gov.br/secretarias/desenvolvimento urbano/mapa/06_Uso_solo.jpg

Page 49: TCC - Nanci Justiniano - Teatro Flutuante Itinerante

- 46 -

2.3.2 MAPA DA REDE HÍDRICA ESTRUTURAL, PARQUE E ÁREAS VERDES

Figura 46 – rede hídrica Fonte:http://ww2.prefeitura.sp.gov.br/secretarias/desenvolvimento urbano/mapa/06_Uso_solo.jpg

No detalhe do mapa da Rede Hídrica Estrutural que indica a localização dos parques e áreas verdes, percebe-se a existência de um parque em cada sub-regional. Na Sub-regional da Penha temos o Parque Ecológico do Tietê, Na Sub-regional da Mooca temos o Parque do Piqueri e na Sub-regional da Vila Maria/Vila Guilherme, o Parque de Vila Guilherme.

O mapa mostra também que existe a preocupação com a implantação de caminhos verdes nos córregos que desembocam no rio Tietê como é o caso dos córregos do rio Tiquatira, do rio Aricanduva e o córrego Novo Mundo e a preocupação com a contenção de enchentes com a implantação de 02 piscinões no córrego Rincão, localizado na Radial Leste, próximo da área de estudo.

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- 47 -

2.3.3 MAPA DA REDE VIÁRIA ESTRUTURAL

Figura 47 – rede viária

No detalhe do mapa Viário do Munícipio de São Paulo, percebe-se que o sistema viário municipal é suficiente para garantir o acesso do pedestre ao local do projeto. O tráfego de ônibus nas ruas e avenidas dentro da área de projeto, com exceção da via marginal expressa, é bastante intenso, com pontos de ônibus para carga e descarga de passageiros muito próximos um do outro. Fonte:http://ww2.prefeitura.sp.gov.br/secretarias/desenvolvimento urbano/mapa/06_Uso_solo.jpg

Page 51: TCC - Nanci Justiniano - Teatro Flutuante Itinerante

- 48 -

2.3.4 MAPA DA REDE ESTRUTURAL DE TRANSPORTE PÚBLICO

Figura 48 – transporte público Fonte:http://ww2.prefeitura.sp.gov.br/secretarias/ desenvolvimentourbano/mapa/06_Uso_solo.jpg

O detalhe do mapa destacando os corredores de ônibus dentro da área de estudo e os que tem maior proximidade.

Page 52: TCC - Nanci Justiniano - Teatro Flutuante Itinerante

- 49 -

2.4 LEGISLAÇÃO DE REFERÊNCIA

Lei Federal nº 4.771/65 – cap. II – seção I - da delimitação das Áreas de Preservação Permanente, alterada pela

Lei nº 12.727, de 2012.

Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteção da vegetação, Áreas de Preservação Permanente e as Áreas de Reserva

Legal; a exploração florestal, o suprimento de matéria-prima florestal, o controle da origem dos produtos florestais e o controle e

prevenção dos incêndios florestais, e prevê instrumentos econômicos e financeiros para o alcance de seus objetivos.

Segundo a Resolução CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) Nº 303/2002 em seu Art. 3° (item Ib) constitui

Área de Preservação Permanente a área situada em faixa marginal, medida a partir do nível mais alto, em projeção horizontal, com

largura mínima, de 50 metros para cursos d´água com larguras variando de 10 a 50 metros de largura.

Ainda, a Resolução CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) nº 369/ 2006 - Publicada no DOU(Diário Oficial

da União) no 61, de 29 de março de 2006, Seção 1, páginas 150 – 151 dispõe sobre os casos excepcionais, de utilidade pública,

interesse social ou baixo impacto ambiental, que possibilitam a intervenção ou supressão.

Ainda na Seção III - Da implantação de Área Verde de Domínio Público em Área Urbana, no Item II, fala da aprovação

pelo órgão ambiental competente de um projeto técnico que priorize a restauração e/ou manutenção das características do

ecossistema local, e que contemple medidas necessárias para manutenção. E no Item III fala dos percentuais de impermeabilização

e alteração para ajardinamento limitados a respectivamente 5% e 15% da área total da APP inserida na área verde de domínio

público entendo:

Page 53: TCC - Nanci Justiniano - Teatro Flutuante Itinerante

- 50 -

§ 1o Considera-se área verde de domínio público, para efeito desta Resolução, o espaço de domínio público que

desempenhe função ecológica, paisagística e recreativa, propiciando a melhoria da qualidade estética, funcional e ambiental da

cidade, sendo dotado de vegetação e espaços livres de impermeabilização.

§ 2o O projeto técnico que deverá ser objeto de aprovação pela autoridade ambiental competente, poderá incluir a

implantação de equipamentos públicos, entre outros:

a) mirantes;

b) equipamentos de segurança, lazer, cultura e esporte;

c) bancos, sanitários, chuveiros e bebedouros públicos;

d) rampas de lançamento de barcos e pequenos ancoradouros.

2.4.1 CONSIDERAÇÕES SOBRE ESTA LEI

A Lei em referência é uma Lei Federal, portanto destinada a ser aplicada em diversas situações sem atender casos

específicos, como seria o caso nesta proposta. Apesar da mesma prevê adequação de leis municipais, justamente em virtude de

especialidades locais, ela é incapaz de abarcar a diversidade brasileira.

A atual legislação estabelece parâmetros, definições e limites referentes às APPs, tanto para domínio rural como urbano e

constitui o principal aparato legal vigente sobre o tema. A questão principal é que a atual legislação não foi inspirada pela realidade

urbana, com isso inviabilizando a implantação em tais áreas de projetos planejados e dotados de adequados controles ambientais,

como o desta proposta, além de induzir a ocupações irregulares, do tipo sub-habitações, causando um maior comprometimento dos

recursos naturais e da qualidade ambiental dessas áreas.

Page 54: TCC - Nanci Justiniano - Teatro Flutuante Itinerante

- 51 -

A aplicabilidade da legislação não reflete a dinâmica urbana, haveria de se produzir uma nova legislação especificamente

voltada ao espaço urbano de tratamento legal diferenciado para as APPs, principalmente de faixas marginais de cursos d’água que

promovesse, inclusive, a consciência ambiental junto à população. Nesse sentido é preciso educar, mostrar, valorizar os recursos

naturais, estejam eles preservados ou necessitados de recuperação. Promovendo esta consciência ambiental melhor serão

cumpridas as atribuições ambientais de regulação entre outros, o lazer, o embelezamento da paisagem urbana e a aproximação dos

cidadãos com a natureza.

Especialmente sobre o rio Tietê, ressalta-se a sua importância para a cidade de São Paulo e a necessidade que ele volte a

figurar no cotidiano da sociedade como um bem a ser valorizado a ponto de se tornar um patrimônio que gere orgulho a população

paulistana. Nesse sentido, propõem-se o uso do rio através da implantação de um equipamento de lazer em seu leito que busca

resgatar a relação da cidade com o mesmo.

O CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) nas Resoluções nº 303/2002 e 369/ 2006 já citadas deixa uma

brecha para que se pense em uma legislação ambiental que regulamente melhor as APPs e nesse espaço é providencial a base

para a inserção da proposta a ser desenvolvida.

O projeto proposto mira e busca a necessidade de produção de uma legislação ambiental municipal que regulamente às

APPs de faixas de proteção ao longo dos cursos d’água especificamente voltada à realidade urbana da cidade de São Paulo. Uma

legislação que a partir das características próprias do espaço urbano seja capaz de analisar a relação com as formas de apropriação

do espaço urbano, de contemplar e assegurar atributos ambientais indispensáveis à qualidade de vida da população paulistana com

isso viabilizando a implantação da proposta.

Page 55: TCC - Nanci Justiniano - Teatro Flutuante Itinerante

- 52 -

Lei Est. n. 1172/76, esta lei disciplina o uso do solo para a proteção dos mananciais, cursos e reservatórios de água e demais

recursos hídricos de interesse da Região Metropolitana da Grande São Paulo, em cumprimento ao disposto nos incisos II e III do

artigo 2º e inciso VIII do artigo 3º da Lei Complementar nº 94, de 29 de maio de 1974, onde são declaradas áreas de proteção e,

como tais reservadas, as referentes aos mananciais, cursos e reservatórios de água e demais recursos hídricos de interesse da

Região Metropolitana da Grande São Paulo entre outros o rio Tietê, até a confluência com o rio Botujuru, no município de Moji das

Cruzes(Item XV).

Lei 898/75, Esta Lei normatiza a construção de ancoradouros de pequeno porte. Em seu Artigo 10 - Parágrafo único, ela

diz que é permitida, observado o disposto no parágrafo único do artigo 3º da mesma Lei, a construção de ancoradouros de pequeno

porte, rampas de lançamento de barcos, praias artificiais, pontões de pesca e tanques para piscicultura.

Lei Federal n. 9.537/97, dispõe sobre a segurança do tráfego aquaviário em águas sob jurisdição nacional e dá outras

providências em seu Art. 2º ela fala sobre navegação interior, ou seja, rios, lagos e represas.

NORMAM-02/DPC(Diretoria de Portos e Costas) - Mod. 1, fala sobre as Normas da Autoridade Marítima para embarcações

empregadas na navegação interior.

Page 56: TCC - Nanci Justiniano - Teatro Flutuante Itinerante

- 53 -

2.5 O LOCAL

2.5.1 TRECHO COM INDICAÇÃO DOS PONTOS DE PARADA DO TEATRO

Os pontos foram escolhidos como diretrizes de projeto podendo ser moldados em outros pontos conforme a configuração

local.

Figura 49 - Trecho de intervenção

3 – Ponte da Vila Guilherme

2 – Parque do Piqueri

1 – Ponte dos Imigrantes Nordestinos

Fonte: Google Earth - arquivo e intervenção de Nanci Justiniano

3

2

1

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- 54 -

2.5.2 CARACTERÍSTICAS DOS PONTOS DE PARADA A localização dos terrenos apresentados em cada ponto para edificação de apoio serve como diretrizes de projeto e vão ficar

em nível de estudo preliminar.

2.5.3 Ponto 1

Vista aproximada

Localizado na Rua Vitória Calegari esquina com a Rodovia Airton Senna da Silva, Distrito de Cangaíba, o terreno pertence à Ecopistas, empresa do grupo EcoRodovias, administradora da SP-15 marginal Tietê (trecho leste) e SP-70 Rodovia Airton Senna e hoje uma parte do mesmo funciona como um depósito aberto de resíduos asfálticos.

Figura. 50 – Ponto 1 Fonte: http://www3.prefeitura.sp.gov.br/DU0107_MDC/paginaspublicas/index.aspx

N Esc. 1:1000

N

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- 55 -

2.5.4 Ponto 2

Vista aproximada

Para a implantação da edificação de apoio no ponto de parada

número 02, sugere-se que se edifique dentro do próprio parque

tendo em vista a existência de edificações de suporte como

vestiários, sanitários, guarita e estacionamento sendo o último

localizado na frente do parque com aproximadamente 100 vagas

a 45º. O parque localiza-se na Av. Cda. Elisabeth de Robiano

(Marginal Tietê) esquina com a rua Tuiuti, no bairro do Tatuapé.

Figura. 51 – Ponto 2 Fonte: http://www3.prefeitura.sp.gov.br/DU0107_MDC/paginaspublicas/index.aspx

N

N

Esc. 1:1000 N

Page 59: TCC - Nanci Justiniano - Teatro Flutuante Itinerante

- 56 -

2.5.5 Ponto 3

Vista aproximada

Localizado na Rua Carlos de Campos

esquina com a Av. Presidente Castelo

Branco (Marginal Tietê) na alça de acesso

a Ponte da Vila Guilherme no bairro do

Pari.

Figura 52 – Ponto 3 Fonte: http://www3.prefeitura.sp.gov.br/DU0107_MDC/paginaspublicas/index.aspx

Esc. 1:1000 N

Page 60: TCC - Nanci Justiniano - Teatro Flutuante Itinerante

- 57 -

3. A PROPOSTA

Compreendido a área de estudo, e os projetos já propostos, e as referências encontradas, faz-se a elaboração de um projeto que visa uma reflexão sobre o uso do rio como fonte de cultura e lazer em um espaço provocativo, navegando em seu leito.

A Política Nacional de Recursos Hídricos (lei nº 9.433, de 08/01/1997), considera as águas um bem público e um recurso

natural limitado, cujo uso deve ser racionalizado de maneira a permitir o acesso do maior número de pessoas e com diversas finalidades, incluindo inclusive (Capítulo II, Artigo 2º) o transporte aquaviário na utilização integrada dos recursos hídricos, visando o desenvolvimento sustentável.

Com base na noção de uso múltiplo das águas estabelecido pela PNRH, a proposta trata de um teatro de arena sobre uma estrutura flutuante que percorrerá o leito do rio a partir das proximidades do parque ecológico do Tietê até a Ponte da Vila Guilherme com pontos para ancoragem e conexão da estrutura flutuante com a estrutura física, modulados conforme desenho urbano apresentado nos locais onde serão edificados.

Para o desenvolvimento do projeto escolheu-se o ponto número 01 localizado à Rua Vitória Calegari esquina com a Av.

Morvan Figueiredo (marginal Tietê sentido Castelo Branco), próximo ao Parque Ecológico do Tietê, no distrito de Cangaíba pertencente à subprefeitura da Penha.

Figura 53 – Local para implantação da edificação de apoio Fonte: http://www3.prefeitura.sp.gov.br/DU0107_MDC/ paginaspublicas/index.aspx

Foto 1 - Entorno visto de sobre a ponte Fonte: Nanci Justiniano

Foto 2 - Margem do rio

Fonte: Nanci Justiniano

Foto 3 - Bairro da Penha e Cangaíba ao fundo Fonte: Nanci Justiniano

2 LOCAL

3

1

N

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- 58 -

3.1 ÍNDICES URBANÍSTICOS

Considerou-se para o desenvolvimento deste trabalho, um ponto para ancoragem localizado próximo ao Viaduto Imigrantes

Nordestinos.

Figura 54 - Sistema de fluxos Figura 55 - usos e ocupação do solo local Fonte: Estudos Nanci Justiniano Fonte: Estudos Nanci Justiniano

Page 62: TCC - Nanci Justiniano - Teatro Flutuante Itinerante

- 59 -

3.2 O PROGRAMA DE NECESSIDADES E DIMENSIONAMENTO

3.2.1 TEATRO FLUTUANTE

A partir de estudos realizados para a elaboração da proposta chegou-se ao programa de necessidades, abordados na

proposta. Teatro Flutuante Itinerante - Capacidade para até 160 espectadores

Tabela 1. Ambientes destinados aos artistas e técnicos, ficando o público limitado a platéia e sanitários.

ÁREA = 331.00 M2

SETOR DE ACESSO AO PUBLICO

AMBIENTE ÁREA (m2)

1º PAVIMENTO Platéia 173.00 1º PAVIMENTO Sanitários 15.00

SETOR ARTÍSTICO

2º PAVIMENTO AMBIENTE ÁREA (m2)

1º PAVIMENTO Palco 77.50 1º PAVIMENTO Camarim 20.00 2º PAVIMENTO Cabine comandande 17.50

Sanitários 3.50 SETOR DE APOIO TÉCNICO

2º PAVIMENTO AMBIENTE ÁREA (m2)

2º PAVIMENTO Cabine de Som 10.50 1º PAVIMENTO Casa Máquinas 9.00 2º PAVIMENTO Caixa D’água 5.00

Page 63: TCC - Nanci Justiniano - Teatro Flutuante Itinerante

- 60 -

3.2.2 EDIFÍCIO DE APOIO TÉCNICO ADMINISTRATIVO Tabela 2. Ambientes idealizados para ser parte integrante dos espaços fixos(estações de acesso ao teatro) modulados conforme o desenho urbano

apresentado nos locais onde serão edificados. As passarelas não constam como um item do programa, pois elas se adaptarão ao trecho e ao vão aonde serão instaladas.

ÁREA (medidas internas excluindo o mirante)= 595 M2

SETOR ADMINISTRATIVO -

AMBIENTE ÁREA (m2)

1º PAVIMENTO Administração 16.00 1º PAVIMENTO Secretaria 18.00 1º PAVIMENTO Sanitários 27.00

SETOR DE SERVIÇOS

AMBIENTE ÁREA (m2)

1º PAVIMENTO Zeladoria 10.00 1º PAVIMENTO Almoxarife 12.00 1º PAVIMENTO Estacionamento 63 vagas 1º PAVIMENTO Refeitório 15.00 1º PAVIMENTO Segurança 8.00 1º PAVIMENTO Monitoramento 8.00 1º PAVIMENTO Vestiário 7.00 1º PAVIMENTO Sanitários 8.00

SETOR DE ACESSO AO PUBLICO

AMBIENTE ÁREA (m2)

3º PAVIMENTO Acesso principal - Mirante 358.00 2º PAVIMENTO Foyer 235.00 2º PAVIMENTO Café 64.00 2º PAVIMENTO Souvenir 33.00 1º PAVIMENTO Bilhetria 14.00 1º PAVIMENTO Catracas 14.00 2º PAVIMENTO Sanitários 26.00 1º PAVIMENTO Hall 80.00 2º PAVIMENTO Caixa d´água 4.33

Page 64: TCC - Nanci Justiniano - Teatro Flutuante Itinerante

- 61 -

3.2.3 FUNCIONOGRAMA

Acesso Principal

Mirante

Foyer Café Souvenir Sanitários Jardim

Hall

Sanitários Administração Secretaria Segurança Monitoria

Almoxarife

Vestiário Catraca acesso

ao Teatro

ao Teatro

Zeladoria

Bilheteria Sanitários Refeitório

Píer

Sanitários Plateia Palco Cabine Som

Camarim

Sanitário

Cabine Comando

Cx. D’água Casa Máquinas

Page 65: TCC - Nanci Justiniano - Teatro Flutuante Itinerante

- 62 -

3.3 PARTIDO

A busca de uma conexão entre o rio e a cidade, priorizando retomar a interação outrora perdida, foi o ponto inicial deste

projeto. Nesse aspecto, o teatro como equipamento agregador, localizado no leito do rio aparecerá com formas simples, limpas e

puras, constituído por um casco de alumínio onde nasce um paralelepípedo com arestas arredondadas fazendo alusão a um barco.

Todo o equipamento é envolvido por almofadas de ar fixadas em uma trama de alumínio que forma a estrutura.

Page 66: TCC - Nanci Justiniano - Teatro Flutuante Itinerante

- 63 -

4. MATERIAIS E SOLUÇÕES ADOTADAS

Para a escolha dos materiais, dimensionamento dos ambientes, circulação e soluções adequadas para o

desenvolvimento da proposta fez-se um estudo considerando a classificação da tipologia e usos da edificação.

4.1 USO DA EDIFICAÇÃO: De acordo com o Código de Obras do município de São Paulo (Lei Nº 11.228, de 25 de

junho de 1992) no capitulo 8.8 - Locais de reunião, inclui-se as edificações destinadas a abrigar eventos geradores de público,

dentre outros, os seguintes tipos:

a) Cinemas, auditórios, teatros ou salas de concerto;

Com base nessa Lei e pela finalidade do projeto que se propõe e conforme o disposto no capitulo 12.6.1- tabela para cálculo

de lotação e desenvolvido o programa de necessidades chega-se a um dimensionamento total de 926.00m2 de área construída

incluindo o edifício de apoio técnico e o teatro flutuante.

OCUPAÇÃO M² POR PESSOA

LOCAIS DE REUNIÃO

Setor para público em pé 0,40

Setor para público sentado 1,00

Atividades não específicas ou administrativas 7,00

Page 67: TCC - Nanci Justiniano - Teatro Flutuante Itinerante

- 64 -

4.1.1 VAGAS PARA ESTACIONAMENTO

Tabela 13.3.4-Porcentagem de vagas destinadas a deficientes físicos e motocicletas

Estacionamento Deficientes Físicos Motocicletas

Privativo até 100 vagas -x- 10%

Privativo mais de 100 vagas 1% 10%

Coletivo até 10 vagas -x- 20%

Coletivo mais de 10 vagas 3% 20%

Parâmetros adotados no Município de São Paulo – Índice de vagas em pólo gerador de tráfego

TIPO DE POLO GERADOR QUANTIDADE DE VAGAS

Local de reunião, culto, cinema, teatro, etc. 1 vaga/40m2 A.C.

Fonte: Apostila fornecida pela Prof.ª Valéria Nagy para desenvolvimento de trabalho acadêmico

Considerando os parâmetros adotados no Município de São Paulo, tabelas 13.2, 13.2.1, e 13.3.2, a localização do projeto, a

finalidade do projeto, a acessibilidade e para maior conforto dos usuários adotou-se o numero de 63 vagas com as seguintes

dimensões:

39 vagas grandes= 2.50mx5.50m 05 agas para PNE= 3.50mx5.50m 16 vagas para motos = 1.00mx2.00m 03 vagas para ônibus = 8.90mx4.50m

Page 68: TCC - Nanci Justiniano - Teatro Flutuante Itinerante

- 65 -

4.1.2 DIMENSIONAMENTO PARA CAIXA D´ÁGUA

A Norma que fixa as exigências à maneira e os critérios para projetar as instalações prediais de água fria, atendendo às

condições técnicas mínimas de higiene, economia, segurança e conforto aos usuários, é a NBR 5626 – Instalação Predial de Água

Fria.

De acordo com a NBR 5626 para calcular e dimensionar a caixa d´água de um edifício de teatro, considera-se o consumo

médio por assento de 02 litros/dia. As edificações com área total construída menor que 750 m2 e/ou menor que 12 metros de altura

exigem-se extintores, portanto para o projeto proposto (área construída = 926m2) sendo 595m2 para o edifício de apoio e 331m2

para o teatro flutuante. Por tanto, por se tratar de dois edifícios distintos com medidas diferenciadas e ambos não atingem a

metragem quadrada de 750m e a altura de 12m, não se faz necessário à instalação do reservatório inferior e nem o percentual para

a reserva de incêndio. A área do mirante não se integra a área construída por tratar-se de área descoberta.

Para o cálculo de consumo de água e dimensionamento do reservatório levou-se em conta o número de assentos: 160

assentosx2 litros por dia = 320L como o reservatório deverá atender por 02 dias calcula-se 320 litrosx2 dias= 640L para cada

edifício, neste caso seria uma caixa d´água com capacidade para 1500L, como se trata de dois edifícios sugere-se duas caixas

d´água com capacidade para 500 litros para o teatro flutuante e uma caixa d´água com capacidade para 750 litros para o edifício de

apoio, ambas sendo instaladas em um ambiente específico com acessos para manutenção explicitados nas plantas.

Capacidade em

litros

Dimensão em metros Peso em quilos

A B C D E Caixa vazia Caixa cheia

500 0,72 0,58 1,24 1,22 0,95 10,50 510,50

750 0,91 0,73 1,37 1,35 1,00 14,50 764,50

Fonte: Fortlev

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- 66 -

4.2 CIRCULAÇÃO VERTICAL E HORIZONTAL O acesso ao teatro se dá através da estrutura elevada que constitui a passarela utilizando escada e elevador. Para a escolha

do tipo de acesso foi dada uma atenção maior à dificuldade de acesso por portadores de necessidades especiais com a adoção do

sistema de circulação vertical também através de elevador.

4.2.1 ELEVADOR

Para maior conforto dos usuários optou-se pelo uso de elevador panorâmico com capacidade para 20 passageiros que atenda

as especificações técnicas estabelecidas pela NBR 9050, mas que acima de tudo atenda as necessidades dos passageiros

portadores de necessidades especiais ou não portadores, com eficiência e conforto em conformidade com a ABNT NBR NM

313:2007 que dispõe sobre elevadores de passageiros – Requisitos de segurança para construção e instalação – Requisitos

particulares para a acessibilidade das pessoas, incluindo pessoas com deficiência.

Figura 56 – Vista externa

Figura 57 – Vista interna

CARACTERÍSTICAS:

Fabricante: Alfabra Elevadores

Dimensões: 1600mmx2000mm

Capacidade para 1.500kg

Fonte: http://www.alfabra.com.br/elevadores-panoramicos/elevadores-panoramicos-belle-vision.html#

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- 67 -

4.2.2 ESCADAS

Adotou-se para o projeto a circulação horizontal (corredores) entre 1,20m e 1.50m e a circulação vertical (escadas) com as dimensões abaixo:

Escada Teatro Flutuante Largura: 1.22 e= 0.17 p= 0.32 patamar= 1.28

Escada de acesso localizada no estacionamento Largura: 1.20 e= 0.18 p= 0.32 patamar= 1.20

Fonte: Estudos Nanci Justiniano

Page 71: TCC - Nanci Justiniano - Teatro Flutuante Itinerante

- 68 -

4.2.3 SAIDAS DE EMERGENCIA: Conforme tabela abaixo:

Fonte: Apostila fornecida pela Prof.ª Valéria Nagy para desenvolvimento de trabalho acadêmico

Escada Saída de emergência Distância percorrida = 15m

De saída da

edificação (piso de

descarga)

4

5m

45m F

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- 69 -

4.2.4 LANCHAS DE SOCORRO

Para o resgate e a realização de atendimentos de emergência adotou-se o sistema de lanchas de socorro com características de navegabilidade adequada ao rio Tietê. Com programa adaptado, elas transportariam equipes de bombeiros e para-médicos para resgate e socorro de vítimas no rio.

Figura 58 - Exemplo de lancha de socorro

Page 73: TCC - Nanci Justiniano - Teatro Flutuante Itinerante

- 70 -

4.3 EQUIPAMENTOS

4.3.1 Pistão Hidráulico e Estaca

O embarque e desembarque se dará através de uma plataforma instalada no píer. Em época de chuva, no caso de o rio ficar acima do nível mínimo propõem-se um sistema de estaca vertical que se conecta a plataforma através de pistões hidráulicos e conforme o nível da água sobe e desce é acionado o sistema de guincho hidráulico, como os usados nas balsas.

Figura 59 – Sistema hidráulico usado na balsa de travessia Guarujá/Santos Fonte: Nanci Justiniano – Outubro/2012

Figura 60 – Exemplo de estaca Fonte:http://www.amilibiamarinas.com.br/produtos.portasdeacesso.html

Figura 61 – Âncora Fonte: http://www.eboat.com.br/opensite/ancoras

CARACTERÍSTICAS

Modelo: Danforth Material: Alumínio

Obs. Âncora destinada aos fundos de areia, lama ou cascalho,

Tabela para âncoras de alumínio.

Peso do

ferro

Comprimento do

barco em pés

Diâmetro da

corrente (mm)

4 lbs. até 16 6

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- 71 -

4.3.2 SEGURANÇA E SALVATAGEM

O teatro será equipado com 200 coletes salva-vidas, a capacidade máxima da embarcação e bóias conforme a NORMAM 5/DPC.

Figura 62 – Colete salva-Vidas

CARACTERÍSTICAS

Modelo: Tipo Canga (águas interiores e abrigadas)

Figura 63 – Bóia

CARACTERÍSTICAS Distribuidor: APL Equipamentos de segurança Equipamento: Bóias Material: Produzidas em poliuretano expandido injetado em carcaça de polietileno fundido com proteção UV. Possuem de 4 alças de cabo náutico flutuante inserido na Classe II (com refletivos) Diâmetros: de 50 e 60 cm.

Figura 64 – Defensas

CARACTERÍSTICAS Distribuidor: APL Equipamentos de segurança Material: poliuretano expandido contendo em seu interior um cilindro de espuma de polietileno de baixa densidade que fixa uma corda em sisal responsável pela estrutura interna e resistência a tração Largura: 60cm Altura: 16cm Peso Líquido: 1.350 Kg Peso Bruto: 1.380 Kg Embalagem: 0.030 Kg – Saco Plástico Obs. Equipamento para proteção da embarcação contra impactos e atrito junto a outras embarcações e píeres ou atracadouros.

Fonte: http://www.aplequipamentos.com.br/

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- 72 -

4.3.3 POSTES DE FACILIDADES Instalados no píer o poste de facilidades (armário de serviços) auxilia quando o teatro está ancorado

Figura 65 - poste de serviços Figura 66 - Extintor de incêndio Fonte: http://www.amilibiamarinas.com.br/produtos.portasdeacesso.html -

CARACTERÍSTICAS

Armário de serviços para acomodação de tomada elétrica, torneira, mangueira, medidores de água e luz, iluminação indireta e caixa com disjuntores podendo ser instalados pontos de cabo de tv e telefone figura 65. Armário para acomodação de extintor de incêndio e bóia figura 66. Marca: Amilibia Marinas

Modelo: Guadiana - 90/2

Estrutura: Alumínio 4mm

Base: Alumínio 8mm

Acabamento: Fibra de vidro e resina de poliéster

Visor: Metacrilato 3mm

Torneira: Inox

Dimensões: Altura 0,93cm e seção 230x180mm

Page 76: TCC - Nanci Justiniano - Teatro Flutuante Itinerante

- 73 -

4.4 RESIDUOS DOS SANITÁRIOS Segundo a Política Nacional de Resíduos Sólidos (lei nº 12.305 de 2 de agosto de 2010), o gerenciamento integrado incluindo

coleta, transporte, transbordo, e tratamento deve ter destinação final ambientalmente adequada.

Para evitar a poluição do rio, os detritos são descarregados por uma embarcação especial por meio de uma conexão com um

sistema de esgoto.

4.5 ENERGIA ELÉTRICA

A energia consumida no teatro será produzida por meio geradores instalados na embarcação

Page 77: TCC - Nanci Justiniano - Teatro Flutuante Itinerante

- 74 -

4.6 SISTEMA DE FECHAMENTO DO TEATRO FLUTUANTE

4.6.1 FLUORPOLÍMERO (ETFE - etileno-tetrafluoretileno)

Dentre os diversos materiais que podem compor o sistema de fechamento em tramas escolheu-se o Fluorpolímero (ETFE -

etileno-tetrafluoretileno) por ser um material leve e baixo custo ambiental.

Os Fluorpolímeros usados atualmente em construção incluem os PTFE, ETFE,

TFA/PFA, THV, FEP que são mais conhecidos por suas marcas como Teflon, Hostaflon,

Polyflon, Toyoflon or Tedlar. São materiais extremamente resistentes aos ataques químicos

e biológicos e também à exposição continuada às condições atmosféricas e aos raios

ultravioleta sendo desnecessário qualquer tipo de revestimento para preservar a manta

destes materiais que funcionam como uma superfície à prova d´água.

Figura 67 – Vista aproximada

As características do material

• resistente às intempéries naturais e artificiais • resistência >50 N/mm² • resistência ao gelo até -160ºC

• elevada penetração de luz incluindo radiação solar (UV) • resistência ao granizo em conformidade com o SIA V280 e EN 13583 • classe de incêndio B1, irrigação não combustível até 250ºC • soldável • estruturas primárias mais leves possibilitando variados efeitos arquitetônicos • boa acústica com pouco tempo de reverberação • excelente isolamento térmico

Page 78: TCC - Nanci Justiniano - Teatro Flutuante Itinerante

- 75 -

Em razão da flexibilidade e da orientação das juntas de solda, as almofadas podem ser modeladas quase que sem limites em

formas de base triangular, losangos, curvas, redondas, quadradas, possibilitando uma variedade de formas, que contribuem para

enriquecer os mais simples projetos arquitetônicos, dando uma notável expressividade. A largura das almofadas pode chegar a 4,9m

sem qualquer esforço adicional sendo que o comprimento não se limita, além disso elas podem ser fixadas numa estrutura primária

leve ou diretamente às cordas. Exigindo uma inclinação de pouquíssimos graus a acumulação de águas da chuva pode ser evitada.

A polarização pneumática com um sistema de ar a baixa pressão impede batimentos ou vibração das membranas e confere

às almofadas uma forma estável. As almofadas são incorporadas de modo rotativo sobre uma tubulação num perfil de liga metálica

leve, este perfil aparafusado a uma construção primária fornece uma estrutura onde as almofadas são esticadas.

Fonte: Google pesquisas - http://www.vector-foiltec.com/en/home.html - Acesso em 24/09/2012

Page 79: TCC - Nanci Justiniano - Teatro Flutuante Itinerante

- 76 -

4.6.1.1 TABELA DE APONTAMENTO DAS CARACTERÍSTICAS E PROPRIEDADES DO MATERIAL

Construção Filme de Fluoropolímero

(ETFE)

Construção Filme de Fluoropolímero

(ETFE)

Uso em coberturas

e fachadas

Permanente interno + extremo Cores Transparentes, cores brancas

com possibilidade de coloração

através de impressão

Propriedades

especiais

Material padrão de alta

qualidade, usada em

construções pneumáticas

Propriedade auto limpante Excelente por possuir

superfícies antiaderentes e

deslizantes

Impermeável Sim Resistência a químicos Excelente

Inflamabilidade Incombustível Peso(km/m2) 0,05 a 2,0

Resistencia a raios

UV

Excelente por ser estável e

resistente ao envelhecimento

causado por raios UV

Resistência à tração(N/5cm) 300 a 600

Durabilidade 20 a 30 anos Maleabilidade Incapaz

Translucidez Até 96% Reciclabilidade Excelente

Reflexão da luz Até 60% Temperatura recomendável

para construções

Limites não estabelecidos

Tabela adaptada – Por Nanci Justiniano Fonte: Google pesquisas - http://www.vector-foiltec.com/en/home.html Acesso em 24/09/2012

Page 80: TCC - Nanci Justiniano - Teatro Flutuante Itinerante

- 77 -

4.6.1.2 INSTALAÇÃO MEMBRANAS INFLÁVEIS

Figura 68 – A montagem da estrutura do Édem Project Figura 69 – A montagem da estrutura do Édem Project

Figura 70 – A montagem da estrutura do Édem Project Figura 71 – A montagem da estrutura do Édem Project

Fonte: DINIZ, João Valle. Estruturas Geodésicas: Estudos retrospectivos e proposta para um espaço de educação ambiental. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação do Departamento de Engenharia Civil da Escola de Minas da Universidade Federal de Ouro Preto, como parte integrante dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Engenharia Civil, área de concentração: Construção Metálica. Disponível em PDF em Google pesquisas. Ouro Preto, 2006.

O fechamento do teatro se dará por meio de painéis

de ETFE transparente, formando almofadas de ar, os

painéis serão cortados e soldados em uma moldura de

alumínio com forma hexagonal e colocados um a um,

fixados com clips sobre a estrutura modulada de

seções retangulares ocas de 0.50cmx1.30cm como

no exemplo abaixo.

Cada travesseiro é ligado a um sistema de

aeração (fig. 71). A pressão dentro dos travesseiros é

de cerca de 300 Pa. A altura máxima do travesseiro

inflado é de 10 a 15% de sua extensão máxima e a

espessura entre 50μm a 200μm

Page 81: TCC - Nanci Justiniano - Teatro Flutuante Itinerante

- 78 -

4.7 PASSARELAS

4.7.1 PASSARELA SOBRE A MARGINAL E PASSARELA DE LIGAÇÃO Para o desenvolvimento da passarela de acesso localizada sobre a marginal procurou-se atender a maior variedade possível

de potenciais usuários, para isso, foi considerado alguns parâmetros antropométricos de dimensionamento relevantes para portadores de deficiência ambulatória em conformidade com a NBR 9050.

Figura 72 - Parâmetros antropométricos relevantes para portadores de deficiência ambulatória. Fonte: NBR 9050

Para o dimensionamento adotou-se a medida de 3.00m de largura para 3.50m de altura, considerando o tráfego ao mesmo tempo, de duas cadeiras de rodas confortavelmente, para o guarda corpo adotou-se a medida de h=1.00m exercendo a função de proporcionar segurança no trajeto e impedir quedas acidentais pelas laterais da passarela, a função do guarda corpo é a mesma tanto para os portadores de necessidades especiais como para os não portadores. Para o piso foi considerado que tenha superfície regular, estável e antiderrapante, sob quaisquer condições climáticas, para tanto, optou-se por um piso com as seguintes características e especificações do fabricante: • Fabricante: Madereira Base Sólida do Brasil • Madeira maciça de massaranduba com anti derrapante, madeira beneficiada com bordas arredondadas • Largura 14cm e espessura de 2cm • Cor pardo esverdeado sem cheiro resistente a cupins, brocas, fungos, insetos e às intempéries do tempo e durabilidade de 20 a 40 anos.

Page 82: TCC - Nanci Justiniano - Teatro Flutuante Itinerante

- 79 -

4.7.2 CONSIDERAÇÕES SOBRE AS PASSARELAS Reuniu-se informações, imagens e modelos de diferentes passarelas como referências de modelo arquitetônico com atenção

especial aos modelos presentes no Brasil o que permitiu conhecer algumas passarelas interessantes e obter parâmetros para a

elaboração do projeto da passarela em questão. Entre várias referências arquitetônicas, a que mais se aproximou do modelo

desejado foi a passarela de Curitiba que faz ligação entre o Shopping Center Mueller e o estacionamento, a passarela possui

estrutura metálica em alumínio e vista panorâmica e está suspensa a 8,50 metros do nível da rua.

Para elaboração da passarela adotou-se estrutura de alumínio com pilares tubular de 14” e 10“, vigas tubulares de 10”,

diagonais de 4” e treliça tubular de 2”. Para a cobertura painéis de alumínio composto com estrutura calandrada. As dimensões dos

painéis variam entre 1.40m e 1.50 de comprimento e largura igual a 1.20m aplicados nas passarelas, mirante e caixa de escadas.

A escolha dos materiais que compõem a passarela teve como base aspectos estéticos, arquitetônicos e construtivos

resistência, durabilidade e conforto visual.

Page 83: TCC - Nanci Justiniano - Teatro Flutuante Itinerante

- 80 -

4.8 EDIFÍCIO DE APOIO

4.8.1 SISTEMA ESTRUTURAL E MATERIAIS APLICADOS Para o edifício de apoio foi adotado o sistema de fundação tipo radier em razão da capacidade de carregamento permissível

do solo ser baixa, estruturação metálica com pilares de 14” e vedação em alvenaria e vidro estrutural de 12mm. Para maior proteção

da laje de radier e do solo optou-se pelo uso de manta de polietileno de alta densidade.

Segundo a NBR-6122 (NB-51) que dispõe sobre projeto e execução de fundações, os terrenos com forte presença de

umidade ou próximo a córregos são classificados como sendo de argila mole ou muito mole, portanto necessitam de estudo de solo

no local para determinar a espessura da laje de radier. Abaixo esquema de fundação.

Figura 73 – esquema da laje de radier Fonte: www.fkcomercio.com.br/dicas_para_fundacao.html - Acessado em 25/11/2012

Figura 74 – esquema da laje de fundação

Fonte: Estudos Nanci Justiniano

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- 81 -

4.9 ILUMINÂNCIA INTERNA

A Norma que estabelece os valores de iluminâncias médias mínimas em serviço para iluminação artificial em interiores, onde se realizem atividades de comércio, indústria, ensino, esporte e outras é a NBR 5413.

Para a iluminação do Teatro Flutuante e do Edifício de Apoio de acordo com a Tabela 2 - Fatores determinantes da iluminância adequada, escolheu-se luminárias com as características descritas abaixo e distribuídas conforme necessidade de cada ambiente como mostra a tabela de cálculo.

Luminária: FBS 322 em mm

Marca: Philips

Linha: LED - D’ECO Light Collection

Modelo: FBS322 máscara anti-ofuscamento

Materiais e Corpo: Chapa de Alumínio

Acabamentos: Refletor: Alumínio com Acabamento Metalizado

Máscaras: Alumínio com Acabamento Metalizado

Montagem: Embutir no teto, em nichos de Ø200mm

Lâmpada: 2xPL-C/4P26W/840 EB

Fluxo Luminoso: 2 x 1800 lm

Para plateia e os demais ambientes do teatro escolheu-se a luminária com as seguinte característica: Modelo: LuxSpace BBS481 3000K Fluxo Luminoso: 1 x 1100 lm

Figura 75 – modelos de luminárias Fonte: Google pesquisas - catálogo Philips

Para obter uma iluminação adequada a cada ambiente e a quantificação de luminárias elaborou-se um cálculo de iluminância

como mostra a tabela a seguir:

Sendo:

Nº. E x S

X F.U X F.M

S = Área

E = Quantidade de Lux

= Fluxo da Lâmpada

F.U = Fator de Utilização

F.M= Fator de Manutenção

Page 85: TCC - Nanci Justiniano - Teatro Flutuante Itinerante

- 82 -

4.9.1 TABELA DE CÁLCULO LUMINOTÉCNICO

AMBIENTE QUANT. LÂMPADAS AMBIENTE QUANT. LÂMPADAS

TEATRO FLUTUANTE Platéia 173.00m

2 Casa de Máquinas 9.00m2

Nº. 150x173.00 = 25950 (1x1100)x0.5x0.8=440

60 Nº. 150x9.00 = 1350 (1x1100)x0.5x0.8=440

03

Palco – 77.50m2 Caixa d´água – 5.00m

2

Nº. 500x77.50 = 38750 (2x1800)x0.5x0.8=1440

28 Nº. 150x5.00 = 750 (1x1100)x0.5x0.8=440

02

Camarim – 20m2

Nº. 150x20.00 = 3000 (1x1100)x0.5x0.8=440

07 EDIFÍCIO DE APOIO

San. Camarim – 3.50m2 Administração – 16.0m

2

Nº. 150x3.50 = 525 (1x1100)x0.5x0.8=440

02 Nº. 200x16.00 = 3200 (2x1800)x0.5x0.8=1440

03

San. Platéia – 15.00m2 Secretaria – 18.00m

2

Nº. 150x15.0 = 2250 (1x1100)x0.5x0.8=440

06 Nº. 200x18.00 = 3600 (2x1800)x0.5x0.8=1440

03

Cabine Cmte. – 17.50m2 Conj.Sanitário – 27.00m

2

Nº. 300x17.50 = 5250 (1x1100)x0.5x0.8=440

12 Nº. 150x27.00 = 4050 (1x1100)x0.5x0.8=440

10

Cabine Som – 10.50m2 Zeladoria – 10.00m

2

Nº. 300x10.50 = 3150 (1x1100)x0.5x0.8=440

07 Nº. 200x10.00 = 2000 (2x1800)x0.5x0.8=1440

02

Page 86: TCC - Nanci Justiniano - Teatro Flutuante Itinerante

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AMBIENTE QUANT. LÂMPADAS AMBIENTE QUANT. LÂMPADAS

Almoxarife – 12.00m2 Hall 80.00m

2

Nº. 200x12.00 = 2400 (2x1800)x0.5x0.8=1440

02 Nº. 100x80.00 = 8000 (1x1100)x0.5x0.8=440

18

Refeitório 15.00m2 Souvenir – 33.00m

2

Nº. 150x15.00 = 2250 (1x1100)x0.5x0.8=440

06 Nº. 500x33.00 = 16500 (2x1800)x0.5x0.8=1440

12

Segurança – 8.00m2 Café – 64.00m

2

Nº. 200x8.00 = 1600 (2x1800)x0.5x0.8=1440

01 Nº. 200x64.00 = 12800 (1x1100)x0.5x0.8= 440

30

Monitoramento – 8.00m2 Foyer – 235.00m

2

Nº. 200x8.00 = 1600 (2x1800)x0.5x0.8=1440

01 Nº. 100x235.00 = 23500 (1x1100)x0.5x0.8= 440

54

Vestiário – 7.00m2 Escadas – 37.20m

2

Nº. 200x7.00 = 1400 (1x1100)x0.5x0.8= 440

03 Nº. 100x37.20 = 3720 (1x1100)x0.5x0.8= 440

09

Conj. Sanitário – 8.00m2 Guarita – 12.53m

2

Nº. 150x8.00 = 1200 (1x1100)x0.5x0.8=440

03 Nº. 200x12.53 = 2506 (1x1100)x0.5x0.8= 440

04

Bilheteria – 14.00m2 Conj. Sanitário – 26.00m

2

Nº. 500x14.00 = 7000 (2x1800)x0.5x0.8=1440

05 Nº. 200x26.00= 5200 (1x1100)x0.5x0.8= 440

12

Catracas – 14.00m2 Caixa d´água – 4.33m

2

Nº. 300x14.00 = 7000 (2x1800)x0.5x0.8=1440

05 Nº. 150x4.33 = 649.50 (1x1100)x0.5x0.8= 440

02

Page 87: TCC - Nanci Justiniano - Teatro Flutuante Itinerante

- 84 -

4.9.2 CÁLCULO PARA ILUMINAÇÃO CÊNICA

Para iluminação focada, ou seja, a iluminação do espaço cênico elaborou-se um cálculo específico. Primeiro escolheu-se o

tipo de equipamento a ser usado em seguida calculou-se como mostra a tabela a seguir:

Figura 76 – Canhão Set Light – Par 20 Fonte: http://www.induspar.com/loja/produto-101201-2856- Acessado em 17/11/2012 - 13h53min

Figura 77 - Espetáculo de Dança Fonte: www.luxious.com/portifolio www.blainekimball.com/images/theater_lighting.jpg Imagem extraída da apostila preparada para trabalho acadêmico fornecida pela prof. Eliana

Fonte: Estudos Nanci Justiniano

Com esse resultado o posicionamento dos focos serão sobrepostos e posicionados em varas em duas centrais, assim é

possível se ter uma idéia do comportamento da iluminação na área do palco.

Page 88: TCC - Nanci Justiniano - Teatro Flutuante Itinerante

- 85 -

4.9.3 ILUMINAÇÃO GERAL

Para o Mirante ajardinado, as passarelas de ligação e sobre a marginal, o estacionamento escolheu-se uma luminária com as

seguintes características:

Powercore eWReach

Figura 78 - Fonte: Google pesquisas - catálogo philips

Marca: Philips

Luminária: 2700K HALF 8G

Corpo: Alumínio

Lente: Vidro Temperado

Alimentação: 100 – 240 VAC, 50 – 60 Hz

Potência: 250 W

Lâmpada: 1 x 52LED

Fluxo Luminoso: 1 x 4321 lm

Para o deck de madeira que faz o caminho de acesso sobre o mirante e o deck do píer escolheu-se a luminária com as

seguintes característica:

Amazon LED

Figura 79 - Fonte: Google pesquisas - catálogo philips

Marca: Philips LEDs: 1 LED

Corpo: Alumínio

Proteção: IP65 e IK10 (resistente a 1000Kg)

Alimentação: 230/240 VAC, 50 – 60 Hz

Potência: 0,25W

Temperatura: -20°C a 35°C

Vida útil: 50.000 h L70% @ 25ºC

Page 89: TCC - Nanci Justiniano - Teatro Flutuante Itinerante

- 86 -

4.9.4 DISTRIBUIÇÃO DAS LUMINÁRIAS TEATRO FLUTUANTE

EDIFÍCIO DE APOIO

Fonte: Estudos Nanci Justiniano

Page 90: TCC - Nanci Justiniano - Teatro Flutuante Itinerante

- 87 -

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Todas as considerações efetuadas neste memorial de projeto no decorrer de seu desenvolvimento são respeitadas e

providas, atuando como diretrizes e restrições do mesmo. O trabalho encerra-se nesse nível de desenvolvimento, nível equivalente

a pré projeto para um Trabalho de Final de Graduação. Buscou-se reunir o maior número de informações com maior relevância para

o desenvolvimento do projeto, ao dimensionamento estrutural, às técnicas construtivas e a escolha dos materiais. Entende-se que a

partir do tema escolhido, das informações expostas nesse memorial de projeto seja possível a tomada de decisão por parte das

entidades competentes quanto a viabilização de realização da proposta.

Este Trabalho Final de Graduação buscou, como se afirma logo no início, o desenvolvimento de um projeto em nível de pré

projeto. Acredita-se que se tenha alcançado o que se esperava obtendo um nível de detalhamento compatível com um pré projeto

visto que houve a preocupação com cada etapa de desenvolvimento do projeto com muita intensidade de trabalho, entretanto

reconhece-se que de fato não se esgotou todas as possibilidade de desenvolvimento. Entende-se como intensidade de trabalho todo

o esforço realizado buscando reunir, desenvolver e analisar as informações e as tomadas de decisão relativas ao projeto. Para tanto

foram realizadas pesquisas de referências bibliográficas sobre os assuntos abordados, entrevistas com professores, profissionais da

área e representantes de órgãos públicos, visitas técnicas em barcos e lanchas no município de Santos e Guarujá, no rio Tietê,

visitas a campo nos locais a serem articulados os ancoradouros e reuniões semanais com orientador para apresentação de material

desenvolvido, esclarecimentos e tomadas de decisão.

O reconhecimento de que não se esgotaram todas as possibilidades de desenvolvimento se dá pelo fato da complexibilidade

do projeto, a falta de referência local, o inaudito da proposta e a falta de experiência no desenvolvimento de um projeto desta

natureza, entende-se, entretanto como natural dada a condição de graduanda a que me encontro.

Conclui-se, portanto, que este trabalho significou uma grande oportunidade de aprendizado, pela dinâmica da proposta

complementando a carreira Acadêmica.

Page 91: TCC - Nanci Justiniano - Teatro Flutuante Itinerante

- 88 -

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Apostila de uso acadêmico - Projeto Resgate e Desenvolvimento de Técnicas Cênicas – Projeto multimídia de Arte –

Consultado em: agosto/2008.

ARAÚJO, Viviane Miranda; BARRANCO, Rafael Messora; FIORANI, Lucas Anastasi; GONZAGA JUNIOR, Randal Giotto;

MARZIONNA Fabio Ferreira, SILVA NETO, José Resende da. Passarela em Estrutura Metálica. Trabalho de formatura I e II

desenvolvido para a EPUSP- Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, disponível em PDF em Google pesquisas. São

Paulo, 2004

DINIZ, João Valle. Estruturas Geodésicas: Estudos retrospectivos e proposta para um espaço de educação ambiental.

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação do Departamento de Engenharia Civil da Escola de Minas da

Universidade Federal de Ouro Preto, como parte integrante dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Engenharia Civil,

área de concentração: Construção Metálica. Disponível em PDF em Google pesquisas. Ouro Preto, 2006.

FERREIRA, Emerson J. Hodrovia Urbana – Rio Tietê. 2009. 57p. Monografia(conclusão do curso de graduação em

Arquitetura e Urbanismo) – Universidade Nove de Julho, São Paulo, 2009.

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http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/subprefeituras/subprefeituras/dados_demograficos/index.php?p=12758 Consultado

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http://ww2.prefeitura.sp.gov.br/secretarias/desenvolvimentourbano/mapa/06_Uso_solo.jpg.

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LABPROJ-2 Grupo de pesquisa Metrópole Fluvial. Estudos de Pré-Viabilidade do Hidroanel Metropolitano de São Paulo.

Estudo desenvolvido pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. São Paulo, 2011. Documentação

cedida pela Secretaria de Logística e Transportes Departamento Hidroviário através da pessoa do sr. Marcelo Poncci Bandeira

gerente de atendimento – março/2012.

LABPROJ-2 Grupo de pesquisa Metrópole Fluvial. Articulação Urbana Dos Estudos De Pré-Viabilidade do Hidroanel

Metropolitano de São Paulo. Estudo desenvolvido pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. São

Paulo, 2011JULHO. Documentação cedida pela Secretaria de Logística e Transportes Departamento Hidroviário através da pessoa

do sr. Marcelo Poncci Bandeira gerente de atendimento – março/2012.

FISHER, Joachim – Água/Water Architecture Compact – H.F.Ullmann, ed. 2009.

LAKATOS, Eva Maria e Marconi Marina de Andrade, Metodologia do Trabalho Científico; Procedimentos básicos,

Pesquisa bibliográfica, projeto e relatório, Publicações e Trabalhos Científicos, São Paulo, Atlas, 1987 – 4ª edição Revista e

Ampliada.

Page 94: TCC - Nanci Justiniano - Teatro Flutuante Itinerante

- 91 -

NEVES, Laert Pedreira, Adoção do partido na arquitetura, Salvador, Edubra, 1998 – 2ª ed.

ORNELAS, Isabela Gonçalves; PIRES Simone Campos; SANTOS Beatriz Gonçalves dos, STERNADT, Cristina. Arquitetura

Flutuante –Trabalho de edificação I desenvolvido para a o curso de Arquitetura e Urbanismo da UFSC- Universidade Federal de

Santa Catarina, disponível em PDF em Google pesquisas, Santa Catarina, 2008.

PESSOA, Denise F., Utopia e Cidades: Proposições. São Paulo: AnnaBlume, 2006.

PINHEIRO, Maria A. S. - Cultura e Lazer no Rio Tietê – O resgate de uma referência - 2008. Monografia(conclusão do

curso de graduação em Arquitetura e Urbanismo) – Universidade Nove de Julho, São Paulo, 2008.

Portal Emplasa – Disponível em: http://www.emplasa.sp.gov.br/emplasa/gsp/gsp.asp - Acesso em 06/04/2012 – 12:00h.

SABESP. O Projeto Tietê. Disponível em: http:/www.projetotiete.com.br/projetotiete/rio_tiete/percurso/percurso.asp - Acesso

em: 06 mar 2012.

SANTANA, Walter A. Caracterização dos elementos de um projeto hidroviário, vantagens, aspectos e impactos

ambientais para a proposição de metodologias técnico-ambientais para o desenvolvimento do transporte de cargas nas

hidrovias brasileiras. Disponível em: http://www.uff.br/engevista/3_6Engevista6.pdf - Acesso em: 06 março 2012.

Page 95: TCC - Nanci Justiniano - Teatro Flutuante Itinerante

- 92 -

7. APÊNDICES

7.1 ENTREVISTAS RELACINADAS AO RIO TIETÊ EM SÃO PAULO CONCEDIDAS POR OCASIÃO DE VISITA EM CAMPO

7.1.2 Entrevista concedida à Nanci Justiniano sobre as dimensões da eclusa do cebolão.

Entrevistado: Sidney Camilo

Profissão: Engenheiro Civil

Empresa: EMAE- Empresa Metropolitana de Água e Energia

Data: Setembro/2012

Pergunta: O que é uma Eclusa?

Resposta: É como se fosse um elevador aquático, que sobe ou desce as embarcações para vencerem desníveis do rio.

Pergunta: Como funciona?

Resposta: A eclusa é como uma grande câmara de concreto com dois grandes portões de aço, e quando a embarcação

entra os portões são fechados. Quando a embarcação passa do ponto mais baixo para o mais alto a água entra e eleva a

embarcação e assim o inverso, quando a embarcação passa do ponto mais alto para o mais baixo a água escoa e a embarcação

desce com toda segurança.

Pergunta: Qual é a dimensão?

Resposta: Esta eclusa (eclusa do cebolão) tem mais ou menos 120m de comprimento com 12m de largura e 10m de altura

Pergunta: Um barco consegue atravessar a eclusa?

Resposta: Sim, mas precisa ter no máximo 10m de boca para fazê-lo com segurança.

Page 96: TCC - Nanci Justiniano - Teatro Flutuante Itinerante

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7.1.3 Entrevista concedida à Nanci Justiniano sobre as dimensões do rio Tietê.

Entrevistado: Antônio Pereira do Nascimento

Profissão: Contra Mestre

Empresa: TIISA- Triunfo Iesa Infraestrutura S.A.

Data: Setembro/2012

Pergunta: Qual a largura do rio Tietê?

Resposta: ~30 a 50 metros

Pergunta: E a profundidade?

Resposta: ~ 5m

Pergunta: Com que calado um barco pode trafegar pelo rio com segurança?

Resposta: ~1,5m

Pergunta: Quais os obstáculos que uma embarcação encontra no percurso do rio entre a barragem do Cebolão e a barragem

da Penha?

Resposta: Bom do lado direito do rio sentido Castelo Branco próximo ao Parque do Piqueri passa um gasoduto da Sabesp

nesse caso a embarcação precisa se desviar para o outro lado, no caso da Ponte Cruzeiro do Sul onde há um grande pilar central a

embarcação pode se desviar tanto de um lado como do outro. Já na ponte do Tatuapé existe a interferência de rochas e neste caso

a embarcação pode passar pelo centro do rio.

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7.1.4 Entrevista concedida à Nanci Justiniano sobre as dimensões do barco Almirante do Lago que trafega no rio Tietê.

Em visita ao barco Almirante do Lago de propriedade do sr. Andrelino Novazzi, realizada em setembro de 2012 entrevistamos

o sr. Enimar Felizardo da Cunha (Bio), encarregado da empresa Transrio Engenharia que nos acompanhou durante a visita a

embarcação.

Na ocasião constatamos que a embarcação possui as seguintes características:

- Capacidade para 200 passageiros + tripulação

- 26.5m de comprimento com 7.00m de largura, calado de 1.50m, tijuda de 1.00m e um mastro de 3.00m de altura;

- O barco possui dois motores Péricles 140 hp e um gerador 58kb que ficam acomodados na casa de máquinas, há também

um sistema de ar condicionado central com condensadores externos;

- Possui sanitários masculino, feminino e para portadores de necessidades especiais com total acessibilidade inclusive

plataforma elevatória para acesso aos desníveis entre um convés e outro;

- Os sanitários possuem uma caixa de contenção em aço com capacidade para 1500l que quando enchem são esvaziadas

através do sistema de sucção por caminhões especiais para tal serviço;

- O barco é dotado de bar, uma pequena copa, espaço para eventos e uma caixa d´água externa com capacidade para 2000l;

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8. ANEXOS

8.1 ALCKMIN QUER BARCO TURÍSTICO NO TIETÊ

Reportagem publicada em: Estadão.com.br/ São Paulo em 18 de setembro de 2012 Para governador, é possível ter passeios como os do Rio Sena, em Paris, em até três anos; só faltam tratamento da água e

fim de cheiro ruim.

Por Camila Brunelli - O Estado de S. Paulo

SÃO PAULO - Em três anos, o Rio Tietê terá passeios de bateau mouche como os do Rio Sena, de Paris, segundo o

governador Geraldo Alckmin (PSDB). Nesta terça-feira, 18, durante a apresentação de uma das 564 obras em andamento da

terceira fase do Projeto Tietê, Alckmin disse que, com a conclusão dessa etapa de despoluição, prevista para 2015, as águas do

Tietê estarão sem odor e já terão alguma vida aquática. Por isso, seria possível, segundo ele, que o curso das águas se tornasse um

novo ponto turístico da cidade.

Alckmin visitou obra da tubulação que levará esgoto de 80 mil imóveis

"Navegação já tem. Você pode pegar um barco e ir da barragem da Penha até Santana de

Parnaíba (na Grande São Paulo) em razão da eclusa no Cebolão. O problema é tirar o odor, é

tratar esgoto", disse Alckmin. "Hoje, o odor é muito forte. Em 2015, já estaremos sem odor e,

aí, a gente pode ter um bateau mouche, pode ter turismo, pode ter barco, e em poucos anos.

O rio não estará oxigenado, mas já estará sem odor. Um bateau mouche no bom sentido,

claro", disse o governador, referindo-se ao acidente do dia 31 de dezembro de 1988, quando a

superlotação e falhas na estrutura de uma embarcação causaram o naufrágio, minutos antes

do Réveillon, na entrada da Baía de Guanabara, no Rio. Dos 153 passageiros, 55 morreram.

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- 96 -

Segundo Alckmin, seria possível navegar o Tietê entre as Barragens de Pirapora do Bom Jesus e da Penha. Nesse ponto, deve ser construída uma nova eclusa, informou o governador. O projeto executivo está na Assembleia Legislativa.

Coleta. O Projeto Tietê, iniciado em 1992, entrou em sua penúltima fase em 2009. A intenção é que ao fim dessa etapa a coleta de esgoto na Região Metropolitana de São Paulo suba de 84% para 87% e o tratamento, de 70% para 84%. A capital, segundo Alckmin, atingiria o índice de 94% de coleta de resíduos.

Alckmin anunciou na manhã desta terça-feira, 18, a construção de uma tubulação de 2,2 quilômetros para evitar que o esgoto dos coletores cheguem até o Rio Pinheiros. Trata-se de um interceptor - um tubo de 1,5 metro de diâmetro -, no qual todos os coletores de esgoto de ligações de 80 mil residências dos bairros de Vila Andrade, Panamby e Real Parque vão desembocar.

Desse interceptor, uma ligação de 203 metros de extensão deverá passar por baixo do Rio Pinheiros. Ao chegar à tubulação do outro lado da margem, o esgoto será bombeado para percorrer mais 23 km, até a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) em Barueri, na Grande São Paulo, que terá a capacidade dobrada.

O custo da obra é de R$ 17,8 milhões. O valor de todas as 564 obras da terceira fase que já estão em andamento - 45% do total da etapa - é de US$ 1,8 bilhão. O restante das obras da terceira fase do projeto ainda está em fase de licitação ou elaboração de projeto.

Regular. O governador lembrou também que lançou um programa para contemplar famílias com renda abaixo de três salários mínimos. "Muitas vezes, nós investimos bilhões em rede de esgoto, estações elevatórias, emissários e a pessoa não faz a ligação porque não tem R$ 1.700 para a obra, pedreiro, material etc." Por meio do projeto Se Liga na Rede, o valor será custeado 80% pelo governo do Estado e 20% pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).

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8.2 RISCO DE ATRASO NA LIMPEZA DO TIETÊ FAZ ESTADO COBRAR SABESP

Reportagem publicada em: Folha de São Paulo em 27 de outubro de 2012

Por: Emilio Sant'anna

A possibilidade de atraso nas obras de despoluição do rio Tietê levou a Cetesb (agência ambiental paulista) a cobrar

formalmente a Sabesp, estatal de saneamento ligada ao governo de SP, para que os prazos sejam cumpridos.

Sabesp afirma que prazo para limpar o Tietê será cumprido

Análise: Projeto para limpar Tietê sofre com descontinuidade

Em documento, enviado no dia 3 deste mês à presidente da Sabesp, Dilma Pena, a Cetesb pede a "readequação do

cronograma de obras" para que a terceira fase do Projeto Tietê seja concluída até 2015.

O projeto prevê a despoluição total do rio até 2020, quando ele deverá deixar de receber esgoto in natura. Até 2015, quando

deve acabar a terceira fase, a meta é elevar a coleta de esgoto na Grande São Paulo de 85% para 87%, e o tratamento de 72% para

84%.

No ofício, a Cetesb pede a apresentação do novo cronograma e questiona a Sabesp quanto ao cumprimento do prazo, fixado

em decreto de junho de 2012 do governador Geraldo Alckmin (PSDB).

O decreto institui a "Estratégia para o Desenvolvimento Sustentável do Estado de São Paulo 2020", com base nas premissas

traçadas pela Rio+20, conferência ambiental ocorrida este ano no Rio.

Segundo a Cetesb, a Sabesp precisa concluir a fase 3 até 2015, apesar de a empresa de saneamento ter dito que o decreto

não estabelece metas e sim "diretrizes", que não demandam a mudança do cronograma das obras.

O documento da Cetesb foi assinado pelo então diretor-presidente em exercício da agência, Nelson Bugalho.

Page 101: TCC - Nanci Justiniano - Teatro Flutuante Itinerante

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PROMOTORIA

"Desde o final da etapa 1 do Projeto Tietê, a Sabesp vem postergando o cronograma estabelecido. Em razão disto, foi

estabelecido um decreto estadual", diz o promotor responsável pelo caso, José Eduardo Ismael Lutti.

O documento da Cetesb é parte do inquérito civil instaurado pelo Ministério Público. "A Sabesp, mais uma vez, pede

prorrogação. O que ela está dizendo para a Cetesb é 'não vou cumprir e não quero que você me multe'."

Sabesp, Estado, Prefeitura de São Paulo e BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) --que financia o projeto-- são

alvos de uma ação civil pública movida pela Promotoria do Meio Ambiente.

A ação pede reparação de R$ 11,5 bilhões por danos ambientais causados pelo despejo de esgoto sem tratamento nos rios

da região metropolitana de São Paulo.

A ação foi proposta após o fracasso da tentativa de assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta entre a Sabesp e a

Promotoria.

Dos R$ 11,5 bilhões da indenização pedidos pelo Ministério Público, R$ 4,5 bilhões são referentes aos danos ambientais

causados pelo não tratamento do esgoto.

Os R$ 7 bilhões restantes são referentes ao potencial de energia elétrica que a usina hidrelétrica Henry Borden, em Cubatão,

deixou de gerar desde 1992, ano em que o Projeto Tietê começou a ser implantado pelo governo.

A usina deveria ser abastecida pela represa Billings, mas como a água do Tietê não pode ser bombeada para a represa --

devido à poluição--, não há vazão suficiente para produzir energia elétrica.

No dia 4 deste mês, a Justiça negou liminar ao Ministério Público, mas o mérito da ação ainda será julgado.

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PROMESSAS

Iniciado há 20 anos, o Projeto Tietê recebeu investimentos de R$ 3,2 bilhões até hoje. A fase 3 tem aporte previsto de mais

R$ 3,6 bilhões.

A meta original era chegar a 100% do esgoto coletado e tratado na região metropolitana em 2018. Após uma revisão, a data

foi alterada para 2020.

Nesse tempo, não foram poucas as promessas em relação ao rio. Em 1992, o então governador Luiz Antonio Fleury Filho

disse que um dia beberia a água do rio e que na sua gestão a poluição do Tietê seria reduzida em 50%.

No mês passado, Alckmin anunciou que o rio deve perder o seu mau odor até 2015, ano em que também será possível

encontrar ao menos um tipo de peixe, mais resistente, nadando em suas águas.

Page 103: TCC - Nanci Justiniano - Teatro Flutuante Itinerante

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8.3 SABESP AFIRMA QUE PRAZO PARA LIMPAR O TIETÊ SERÁ CUMPRIDO

Reportagem publicada em: Folha de São Paulo em 27 de outubro de 2012

A terceira fase do Projeto Tietê deve ser entregue em 2015, afirma a Sabesp.

A empresa diz que o cronograma respeita o decreto que institui a Estratégia para o Desenvolvimento Sustentável do Estado

de São Paulo e que a troca de ofícios citada pela reportagem é uma entre muitas e exemplo do acompanhamento natural do projeto

pela Cetesb.

Sobre a ação civil pública, a Sabesp informa que ainda não foi citada e, quando for, "prestará todas as informações ao Poder

Judiciário, da mesma forma que responde ao Ministério Público."

A empresa afirma que o Termo de Ajustamento de Conduta não foi assinado por entender que "não haveria conduta a ser

ajustada" e que isso "foi ratificado pela Procuradoria-Geral do Estado".

Mesmo assim, a Sabesp diz que jamais se negou a fornecer qualquer informação à Promotoria.

"Cetesb e Sabesp mantêm relação respeitosa e constante troca de informações."

Segundo a empresa, a Cetesb rotineiramente realiza a fiscalização e o monitoramento de lançamentos de efluentes

industriais e urbanos em todos os municípios da Região Metropolitana de São Paulo.

A nota ainda afirma que o projeto completo tem previsão de execução em menos de três décadas, tempo bem inferior a

experiências internacionais similares.

O rio Sena, em Paris (França), teve um projeto de despoluição de 70 anos; o Tâmisa, em Londres (Inglaterra), de cem anos, e

o rio Potomac, em Washington (EUA) está em processo de despoluição desde 1972.

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8.4 ALTURA REGULAMENTADA E SINALIZADA DAS PONTES, VIADUTOS E PASSARELAS

8.4.1 Marginal do Tietê - Sentido: Castelo Branco / Ayrton Senna

PONTE PISTA ALTURA

REGULAMENTADA

PONTE PISTA ALTURA

REGULAMENTADA

Fepasa Ac. Castelo Branco Expressa Não Bandeiras Expressa 4,50

Vd. Castelo Branco Expressa Não Bandeiras Local 4,80

Vd. Castelo Branco Auxiliar Não Bandeiras Auxiliar 4,50

Vd. Castelo Branco Local 5,80 Cruzeiro Do Sul Expressa 4,80

Remédios Expressa 5,50 Cruzeiro Do Sul Local 4,50

Remédios Local 6,10 Vila Guilherme Expressa 6,00

Remédios Auxiliar 5,70 Vila Guilherme Local 4,70

Nova Fepasa Expressa Não Vila Maria Expressa 4,60

Nova Fepasa Local Não Vila Maria Local 4,50

Anhanguera Expressa 4,60 Fernão Dias Expressa Não

Anhanguera Local 4,50 Tatuapé Expressa 4,30

Vd. Bandeirantes Expressa Não Tatuapé Local 4,35

Velha Fepasa Expressa 4,60 Aricanduva Expressa 4,70

Velha Fepasa Local 4,70 Aricanduva Local 4,90

Velha Fepasa Saída Rod. Bandeirantes

4,60 Gen. Milton Tavares Souza Expressa Não

Piqueri Expressa 5,10 Gen. Milton Tavares Souza Local Não

Piqueri Local 4,70 Gen. Milton Tavares Souza Expressa Não

Freguesia Do Ó Expressa 4,90 Gen. Milton Tavares Souza Local Não

Freguesia Do Ó Local 4,40 Nova Pompéia Expressa Não

Limão Expressa 4,50 Pass. Nova Pompéia Expressa 5,10

Page 105: TCC - Nanci Justiniano - Teatro Flutuante Itinerante

- 102 -

8.4.2 Marginal Tietê: Sentido Ayrton Senna / Castelo Branco

PONTE PISTA ALTURA REGULAMENTADA

PONTE PISTA ALTURA REGULAMENTADA

Imigrantes Nordestinos Única Não Velha Fepasa Expressa Esq. 5,10 / Dir. 4,70

Tatuapé Expressa 5,70 Velha Fepasa Local 4,50

Tatuapé Local 5,80 Velha Fepasa Auxiliar 4,40

Fernão Dias Expressa Não Venha Fepasa Ac.Rod. Bandeirantes 4,60

Fernão Dias Local 5,10 Venha Fepasa Ac. Rod.Marginal 5,00

Dutra Expressa 4,80 Bandeirantes Expressa Não

Dutra Local 4,80 Bandeirantes Local 6,40

Vila Maria Expressa Esq. 6,10 / Dir. 5,90 Bandeirantes Ac.Expressa/Local da Castelo Branco 6,20

Vila Maria Local 4,50 Anhanguera Expressa 6,20

Vila Maria Auxiliar 4,50 Anhanguera Local 5,10

Vila Guilherme Expressa 5,20 Nova Fepasa Expressa Não

Vila Guilherme Local 4,60 Nova Expressa Local Não

Vila Guilherme Auxiliar 5,00 Remédios Expressa 5,80

Cruzeiro do Sul Expressa 4,80 Remédios Local Não

Cruzeiro do Sul Local 4,60 Remédios Ac. Castelo Branco 5,60

Cruzeiro do Sul Auxiliar 4,50 Pass. Nova Pompéia Expressa Não

Bandeiras Expressa 4,90 Nova Pompéia Expressa Não

Bandeiras Local 4,60 Fepasa Saída Cebolão Não

Bandeiras Auxiliar 4,60 Viaduto Castelo Branco Local 5,30

Vd. Olavo Fontoura Única 3,80

Casa verde Expressa 5,20

Casa Verde Local 4,30

Casa Verde Auxiliar 5,30

Limão Expressa Esq. 4,60 / Dir. 4,70

Limão Local 4,90

Limão Auxiliar 4,70

Freguesia Do Ó Expressa Esq. 4,70 / Dir. 4,60

Freguesia Do Ó Local 4,50

Freguesia Do Ó Auxiliar 4,60 Fonte:CETSP