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Anticorpos monoclonais Aula 4 Maio de 2003

Ap4 - Anticorpos Monoclonais

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Aula prática: Anticorpos Monoclonais

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Page 1: Ap4 - Anticorpos Monoclonais

Anticorpos monoclonais

Aula 4

Maio de 2003

Page 2: Ap4 - Anticorpos Monoclonais

Os anticorpos que surgem num animal em resposta a um único antígeno complexo são heterogêneos. São

formados vários clones diferentes de células B que diferenciam-se em plasmócitos, cada um deles

expressando e secretando, respectivamente, um tipo de anticorpo, capaz de reagir com um diferente epítopo no antígeno complexo.

Estes anticorpos são denominados policlonais.

linfócitos/plasmócitos ...

anticorpos

antígeno

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Os anticorpos que surgem a partir de um único clone de células, como, por exemplo, num tumor de plasmócitos

(mieloma) são homogêneos, isto é, são iguais entre si.São ditos anticorpos monoclonais.

Esse histograma mostra uma distribuição típica de afinidades de anticorpos em um antissoro para um determinante antigênico comparando-as com a afinidade única com

que um anticorpo monoclonal se liga ao seu determinante antigênico.

Anticorpo monoclonal

Afinidade de anticorpo (K)

Fração de anticorpo total (%) (escala log)

Plasmócitos derivados de um único linfócito B pro-

duzem anticorpos monoclonais, portanto idênticos entre si.

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O método envolve fusão celular (ou hibridização de célulassomáticas), entre um linfócito B normal produtor de anticorpoe uma linhagem de mieloma , seguindo-se subsequentemente a seleção de células fusionadas que secretem anticorpo da especificidade desejada , derivada do linfócito B normal. Tais

linhagens celulares imortalizadas, produtoras de anticorpos e derivados de fusões, são chamadas hibridomas. Os anticorpos

que elas produzem são anticorpos monoclonais

Células do baço isoladas de camundongo imunizado com antígeno X.

Método de produção de anticorpo monoclonal (tecnologia dos hibridomas)

Antígeno X

Os monoclo-nais têm sido

produzidos prin-cipalmente emcamundongos.

Veja a seguir

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Mistura de células do baço incluindo algumas produtoras de anticorpos anti -X

Linhagem tumoral de mieloma mutante, imortalizada e não cresce em meio seletivo (HAT). É incapaz de produzir anticorpos.

Fusão in vitro

Mistura de células fusionadas e não fusionadas.

Seleção in vitro em meio de cultivo - HAT

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Pesquisa de anticorpo anti- X nos sobrenadantes para posterior expansão dos clones positivos.

Hibridomas produzindo anti corpo anti- X (Ac monoclonal anti-X).

.

Somente células

fusionadas

híbridas

(hibridomas)

crescem.

Preparada a diluição no cultivo de modo que em cada poço fique só uma célula mãe /clone.

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O sucesso dessa técnica depende do desenvolvimento das linhagens de mieloma que cresçam em meio normal de cultura

mas não cresçam em um meio seletivo (HAT - hipoxantina, aminopterina e timidina), porque lhes faltam genes funcionais,

necessários para a síntese de DNA pela via de salvação (genes que codificam as enzimas TK e HGPRT). Esses genes estão presentes

nas células normais, de modo que somente os híbridos e os linfócitos B continuam a crescer no meio seletivo. Após a fusão, a

aminopterina presente no meio bloqueia a síntese de DNA pela via de novo. As células podem então utilizar a via de salvação, já

que o meio é suplementado com timidina e hipoxantina. Como as linhagens mutantes, não expressam as enzimas necessárias para

a referida via de salvação, não vão conseguir sobreviver nesse meio. Como os linfócitos normais possuem vida curta em cultura, somente os clones híbridos sobreviverão e proliferarão secretando

anticorpos com a especificidade da célula mãe que cresceu sozinha e foi selecionada no poço no início do procedimento.

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Via de novo Fosforribosil pirofosfato

+

Uridilato

Nucleotídeos

Via de salvação

Timidina Hipoxantina

timidina cinase (TK)

hipoxantina guanina fosforribosil transferase (HGPRT)bloqueio com

aminopterina

Veja um resumo dos dois caminhos possíveis para a síntese de nucleotídeos pela célula. Se a via de novo estiver bloqueada (como abaixo), só resta a viade salvação:

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A hibridização de linfócitos é o melhor método para produzir um anticorpo monoclonal

contra um determinante antigênico conhecido. Este

anticorpo pode ser usado paraidentificar antígenos desconhecidos presentes

numa mistura, porque cada anticorpo é específico para

apenas um determinante antigênico . Algumas das

aplicações mais comuns dos anticorpos monoclonais incluem

as que se seguem.

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1. Identificação de marcadores fenotípicos únicos para os tipos celulares individuais. A base para a classificação moderna de linfócitos e fagócitos mononucleares é a ligaçãode anticorpos monoclonais população específicos . Estes têmsido usados para definir moléculas típicas de cada célula.

CD3TCR

CD2

CD28

CD5

CD7

CD4

CD8

Th

Tc

MFRCD64

CD32

CD16

HLA-D

CD35

CD11b

LFA-1

Macrófago

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2. Imunodiagnóstico: o diagnóstico de muitas doenças infecciosas e degenerativas, depende da detecção de antí-genos e/ou anticorpos específicos na circulação ou nostecidos, usando anticorpos monoclonais em imunoensaios.

anticorpos monoclonais

soro do paciente contendo antígenocom vários epitoposidênticos

aglutinação

partículas de latexadsorvidas com osmonoclonais

Exemplo: reação de aglutinação em latex

Para a imunodosagem de hormônios, marcadores tumorais e de outrasproteínas séricas, sempre se usa

anticorpos monoclonais

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3.Diagnóstico e terapia de tumores: anticorpos monoclonaisespecíficos para tumores são usados para a detecção de tumores por técnicas de imagens e para a imunoterapia.

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4. Análise funcional de moléculas da superfície celular esecretadas: na pesquisa imunológica, os anticorpos monoclonais que se ligam a moléculas da superfície celulare estimulam ou inibem funções celulares, são instrumentosinestimáveis para definir a função das moléculas de superfície, incluindo os receptores para antígenos . Anticorpos que neutralizam citocinas são usados para detectar a presença e os papéis funcionais destes compostosproteicos in vitro e in vivo .

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A Biologia Molecular tem traçado o caminho para a produção de anticorpos monoclonais (mAc) de

especificidade, afinidade e isotipos definidos. Isto permite aos imunologistas o desenvolvi-

mento de anticorpos de determinada especificidade no camundongo, utilizando-se então os genes que expressam

esta especificidade (genes que codificam VH e VL),para a construção de vetores de clona-

gem e expressão, associando-os aos genes para os domínios constantes de anticorpos humanos.

O mAc resultante (humanizado) é de muito baixa imunogenicidade para a nossa espécie, podendo ser

utilizado em tratamentos específicos.FIM