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“ Ensaio sobre o homem”- Introdução a uma filosofia da cultura humana, de Ernst Cassirer.

“ Ensaio sobre o homem”- Introdução a uma filosofia da cultura humana, de Ernst Cassirer

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“ Ensaio sobre o homem”- Introdução a uma filosofia da cultura humana, de Ernst Cassirer.

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- PREFÁCIO

- PARTE I- O QUE É HOMEM?

CAP. II

- PARTE II- O HOMEM E A CULTURA;CAP. VI, CAP. IX, CAP. XII;

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Prefácio * Autor explica e ilustra sua teoria: Filosofia Das Formas

Simbólicas, escrita à mais de 25 anos.

- Novos problemas= visto de outros ângulos deu origem ao novo livro, mais curto e que discute poucos pontos.

* O novo livro se ocupa de questões psicológicas, ontológicas e epistemológicas.

- Temas aparentemente divergentes que tem como base citações amplas e detalhadas das obras básicas, divididos em capítulos tais como:

* Mito e religião; - Linguagem e arte; * Ciência e história;

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- O autor tem como um dos objetivos tratar todos os temas como um só;

* Caminhos diferentes levando ao mesmo centro, através de uma filosofia de cultura;

- O livro é de interesse geral e não apenas dedicado aos estudiosos e filósofos pois trata dos problemas fundamentais da cultura;

* Leitores em posição de julgamento;

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Parte I- Capítulo II “A Natureza do homem : O

símbolo” -Sistemática biológica de Uexkull

* Uexkull – idealista/fenomenalista/empirista (exclui menções psicológicas e subjetivas)

“Conhecendo a estrutura anatômica de uma espécie animal, possuímos todos os dados necessários para reconstruir seu modo especial de experiência”

- O círculo funcional (sistema receptor e sistema efetuador);

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Ernst Cassirer – O sistema simbólico

“Será possível fazer uso do esquema proposto por Uexkull para uma descrição e caracterização do mundo humano?”

- respostas humanas são claramente diferentes de meras reações orgânicas * existência de um “complicado processo de pensamento” - valor agregado da “realidade material” * homem racional X homem simbólico

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- Mais importante que a “veracidade” ou não dos fatos, seria a influência dos mesmos sobre o “sujeito” * e suas experiências, determinante da sua realidade simbólica.

* Símbolo como produto de toda ação e produção humana (determinado e determinante)

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Parte II- Capítulo VI “A definição do homem nos

termos da cultura humana”

- Nesse capítulo o autor aborda o conceito de homem pensando nas suas criações: linguísticas, artísticas, religiosas, políticas e sociais.

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Parte II- Capítulo XI “A ciência”

- A ciência é a última etapa do desenvolvimento mental do homem, e pode ser vista como a mais alta e mais característica façanha da cultura humana.

 * É a ciência que nos proporciona a garantia de um mundo constante.

"Deem-me um ponto de apoio e eu moverei o universo” Arquimedes

- O processo científico leva a um equilíbrio estável, a uma estabilização e consolidação do mundo de nossas percepções e pensamentos.

 

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- O homem vivia em um mundo objetivo muito antes de viver em um mundo científico, dotados de conceitos míticos ou linguísticos.

* A ciência é a busca de simplificação e do estabelecimento de padrões lógicos capazes de apreender os fenômenos naturais.

- A linguagem é a primeira tentativa do homem no sentido de articular o mundo e suas percepções sensórias.

"No processo de atribuição de nomes testemunhamos a tendência inerradicável, e muito útil, de ver a parecença e expressar similitude nos fenômenos através da similitude nos nomes."

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* Mas o que a ciência procura nos fenômenos é muito mais que a similitude, é a ordem.

- O que é feito inconscientemente na linguagem é pretendido e metodicamente realizado no processo científico.

  * Na época de Pitágoras, a filosofia grega havia descoberto

uma nova linguagem, a dos números. Essa descoberta marcou o momento do nascimento da nossa moderna concepção de ciência.

- Aqui encontramos os primeiros traços de ordem geral na natureza.

 

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* Quando Pitágoras fez sua primeira grande descoberta, descobriu a dependência da altura do som em relação ao comprimento das cordas vibrantes, não foi o fato em si, mas a sua interpretação q se mostrou decisiva para a futura orientação do pensamento matemático e filosófico.

- Se a beleza q sentimos pode ser reduzida a uma simples razão numérica, é o número que nos revela a estrutura fundamental da ordem cósmica.

* Que esse universo fosse um novo universo de discurso, que o mundo do número fosse um mundo simbólico, era uma concepção inteiramente estranha à mente dos pensadores pitagóricos. O símbolo não só explicava o objeto, o símbolo era o objeto.

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- O conjunto da teoria pitagórica do número foi subitamente posto em cheque por um fato novo.

* O aparecimento dos números irracionais. - Nesse caso fica evidente q com a introdução de novas

classes de números, não criamos novos objetos mas novos símbolos.

* A física, por exemplo, tendeu para um único e mesmo ponto, tentou colocar os fenômenos naturais sob o controle do número.

- Na física quântica o simbolismo puro do número substitui e oblitera o simbolismo da fala comum.

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- Devemos referir nossas observações a um sistema de símbolos bem ordenados para poder torná-las coerentes e interpretáveis em termos de conceitos científicos.

  * A epistemologia moderna não sustenta mais essa teoria pitagórica e

platônica do número. não considera a matemática como estudo das coisas, visíveis ou invisíveis, mas como um estudo de relações e tipos de relações.

- O que queremos expressar é que o número é um instrumento para a descoberta da natureza e da realidade.

* O cientista age com base no princípio de que até nos casos mais complicados acabará conseguindo encontrar um simbolismo adequado que permita descrever suas observações em uma linguagem universal e de compreensão geral.

 

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- Na linguagem, na religião, na arte e na ciência, o homem não pode fazer mais do que construir seu próprio universo simbólico que lhe permite entender e interpretar, articular e organizar, sintetizar e universalizar sua experiência humana.

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Sumário e considerações finais

  - Uma filosofia da cultura parte do pressuposto de que o mundo da cultura humana não é um mero agregado de fatos dispersos e separados. Procura entender esses fatos como um sistema, como um todo orgânico...

 * Mas teremos sido capazes de provar esse ponto essencial?   -Não terão todas as nossas análises individuais mostrado

precisamente o contrário?    “Os homens não entendem”, disse Heráclito, “de que modo

aquilo que é puxado para direções diferentes entra em acordo consigo mesmo.

 

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* Se existe um equilíbrio na cultura humana, só pode ser descrito como dinâmico, e não estático; resulta de uma luta entre forças opostas;

  -A definição do homem por Aristóteles como um

“animal social” não é suficientemente abrangente...

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Linguagem:Mito, Arte, Religião, Ciência

* Todo aperfeiçoamento que um organismo possa obter no curso de sua vida individual fica confinado à sua própria existência, e não influencia a vida da espécie. Nem o homem é uma exceção a essa regra biológica geral...

- Em todas as atividades humanas vemos uma polaridade fundamental, que pode ser descrita de várias maneiras. Podemos falar de uma tensão entre estabilização e evolução, entre uma tendência que leva as formas fixas e estáveis de vida e outra que rompe esse esquema rígido.

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O homem fica dividido entre essas duas tendências, uma das quais procura preservar as formas antigas, enquanto a outra esforça-se para produzir novas formas. Há uma luta incessante entre a tradição e a inovação, entre forças reprodutivas e criativas. Esse dualismo é encontrado em todos os domínios da vida cultural;

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* No mito e na religião primitiva, a tendência à estabilização é tão forte que supera totalmente o polo oposto. Esses dois fenômenos culturais parecem ser os poderes mais conservadores da vida humana. O pensamento mítico, por sua origem e princípio, é pensamento tradicional, pois o mito não tem meios de entender, explicar e interpretar a forma presente da vida humana, a não ser remetendo-a a um passado remoto. Aquilo que tem suas raízes nesse passado mítico, que tem sido desde então,e, que existiu desde tempos imemoriais, é firme e inquestionável;

- Para a mente primitiva não há nada mais sagrado que a sacralidade da idade.

* É a idade que confere a todas as coisas, aos objetos físicos e às instituições humanas, seu valor, sua dignidade e seu mérito moral e religioso. Para que seja possível manter essa dignidade, torna-se imperativo preservar a ordem humana na mesma ordem inalterável...

 

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Da premissa do mítico

“Mediocribus esse poetis non di, non homines, non concessere columnae” diz Horácio em sua Ars Poetica ( “ a mediocridade dos poetas não é permitida, nem pelos Deuses, nem pelos homens, nem pelos pilares que sustentam as lojas dos livreiros”)

  - Em nossas teorias estéticas, a diferença entre os poderes

conservador e produtivo de que depende a obra de arte foi sempre sentida e expressada. Em todas as épocas houve sempre uma tensão e um conflito entre as teorias da imitação e da inspiração...

“O gênio”, diz Kant em sua Crítica do Juízo, “é a disposição mental inata (ingenium) através da qual a natureza dá a regra à Arte”...

 

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* A relação entre subjetividade e objetividade, individualismo e universalidade, não é de fato a mesma na obra de arte e na obra do cientista...

  - Tomada como um todo, a cultura humana pode ser

descrita como o processo da progressiva autolibertação do homem. A linguagem, a arte, a religião e a ciência são várias fases desse processo. Em todas elas o homem descobre e experimenta um novo poder, o poder construir mundo só dele, um mundo “ideal”.

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“O dissonante está em harmonia consigo mesmo; os contrários não são mutuamente exclusivos, mas interdependentes: harmonia na contrariedade, como no caso do arco e da lira”.

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Autor

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Principais obras