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É Natal! Deus se faz menino, Para nos ensinar a recomeçar sempre, como uma criança. Em cada Natal, renasce a esperança! Deus se faz filho de Maria e José, Para valorizar a missão do pai e da mãe e para nos mostrar que devem sempre amar, respeitar e amparar os nossos pais. Eles são amigos e protetores, indispensáveis ao crescimento de cada um. Em cada Natal, renasce a esperança! Deus se faz família humana, Para nos ensinar a conviver como irmãos. Em cada Natal, renasce a esperança! Nesta noite Santa, Deus revela sua misericórdia, Para despertar em nós a compaixão pelos tristes, doentes, desempregados, moradores de rua, encarcerados, abandonados... Enfim, por todos os que sofrem. Em cada Natal, renasce a esperança! Deus se faz visível, Para nos ajudar a ver o outro, acolher suas alegrias, expectativas e aflições, e nunca fechar os olhos à presença de alguém. Em cada Natal, renasce a esperança! Em Belém, o Menino Deus acolhe os curiosos pastores, seus primeiros visitantes, Para transformá-los em alegres mensageiros do seu nascimento. Em cada Natal, renasce a esperança! Nas vozes dos anjos, Deus convida todas as pessoas de boa vontade, Para que sejam testemunhas do amor e da paz. Em cada Natal, renasce a esperança! A estrela de Belém guia os Magos até Jesus, Para que o reconheçam como Rei, Homem e Deus Salvador. Também nós, neste Natal, renovamos nosso compromisso de acolher Jesus como Senhor da História, Modelo de Ser Humano e Nosso Redentor. É desta forma que renasce a esperança do Natal! Feliz Natal e abençoado Ano Novo São os votos da Diretoria do SINPAIT

É Natal! - SINPAITEdição Nº 274 • Out / Nov / Dez de 2008 ACOMPANHE NOSSO DIA-A-DIA NO SITE: 5O ELO objetivos e ter a melhor disposição de lutar para alcançá-los. …

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  • É Natal!Deus se faz menino,

    Para nos ensinar a recomeçar sempre, como uma criança.

    Em cada Natal, renasce a esperança!

    Deus se faz filho de Maria e José,Para valorizar a missão do pai e da mãe e para nos mostrar que devem sempre

    amar, respeitar e amparar os nossos pais. Eles são amigos e protetores,indispensáveis ao crescimento de cada um.

    Em cada Natal, renasce a esperança!

    Deus se faz família humana,Para nos ensinar a conviver como irmãos.

    Em cada Natal, renasce a esperança!

    Nesta noite Santa, Deus revela sua misericórdia,Para despertar em nós a compaixão pelos tristes, doentes, desempregados,

    moradores de rua, encarcerados, abandonados... Enfim, por todos os que sofrem.

    Em cada Natal, renasce a esperança!

    Deus se faz visível,Para nos ajudar a ver o outro, acolher suas alegrias, expectativas e aflições, e

    nunca fechar os olhos à presença de alguém.

    Em cada Natal, renasce a esperança!

    Em Belém, o Menino Deus acolhe os curiosos pastores, seus primeiros visitantes,Para transformá-los em alegres mensageiros do seu nascimento.

    Em cada Natal, renasce a esperança!

    Nas vozes dos anjos, Deus convida todas as pessoas de boa vontade,Para que sejam testemunhas do amor e da paz.

    Em cada Natal, renasce a esperança!

    A estrela de Belém guia os Magos até Jesus,Para que o reconheçam como Rei, Homem e Deus Salvador.

    Também nós, neste Natal, renovamos nosso compromisso de acolher Jesus comoSenhor da História, Modelo de Ser Humano e Nosso Redentor.

    É desta forma que renasce a esperança do Natal!

    Feliz Natal e abençoado Ano NovoSão os votos da Diretoria do SINPAIT

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    O ELO Edição Nº 274 • Out / Nov / Dez de 2008

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    O ELO EditorialUNINDO PELA INFORMAÇÃO

    Boletim Informativo do SINPAITPublicação Mensal – Distribuição Gratuita

    DIRETOR RESPONSÁVELJesus José Bales

    AssistenteLuci Helena Lipel

    ReportagensDalísio dos Santos – MTb. 7.765

    Jornalista ResponsávelNeltair Pithan e Silva – MTb. 5.840-52

    DIRETORIA EXECUTIVAPRESIDENTE

    Jesus José BalesVice de Política de Classe

    Luci Helena Lipel - José Vieira Rocha Junior1º Vice de Administração

    Solange Aparecida de Andrade - Hilda Engler Raggio Bergamasco2º Vice de Administração

    Erasmo Torres Ramos - Maria Luiza F. de Almeida Vilar Feitosa3º Vice de Administração

    Vera Galvão Moraes - Maria Nilza Bueno da Silveira1º Vice de Planejamento

    Mário Kaminski - Nilsa Maria Leis Di Ciero2º Vice de Planejamento

    Armando Barizan - Yllen Fábio Blanes de Araújo3º Vice de Planejamento

    Renato Miranda de Moraes Carvalho - Antonio Fojo da CostaVice de Normatização

    Regina Candellero Castilho Nami HaddadSandra Morais de Brito Costa

    Vice de ComunicaçãoDalísio Domingues dos Santos - Ivete Cassiani Furegatti

    Vice de CulturaMarco Antonio Melchior - José Maria Coutinho

    Vice Parlamentares Edir José Vernaschi - Oswaldo Roque

    Vice Relações Públicas Suzana Lacerda Abreu de S. Lage

    Maria Aparecida Almeida Dias de SouzaVice Inspeção

    Ruy Antonio de Arruda Pereira - Rubens Chiapeta AlvaresVice Medicina

    Geraldo da Silva Pereira - Ettore Paulo PinottiVice Segurança

    José Antonio Mesquita de Oliveira - Newton Carlos PerisVice Aposentados

    Adriano Salles Toledo de CarvalhoMaria Marly do Nascimento Jungers

    Vice Sindicais Cyro Fessel Fazzio - Erlon Martinho Pontes

    Vice Sociais Darcy Rizzo Hungueria - Jane Claudete da Cunha Duarte

    Vice Interior Eduardo Caldas Rebouças - Décio Francisco Gonçalves da Rocha

    Vice Internacional Nelson Alves Gomes - Luiz Carlos do Prado

    CONSELHO FISCALTITULARES

    Bruno Clemente Domingos, Emilia de Castro Paiva, Felix Suriano Domingues Neto,

    Rubens de Souza Brittes, Wilson Antonio BernardiSUPLENTES

    Ana Maria Fornos Rodriguez, Antonio Picinini, Enio Celso Salgado, Rivaldo Ribeiro da Costa, Tadashi Abe

    SINPAITSindicato Paulista dos Agentes da Inspeção do Trabalho

    Fundado em 19/05/1953R. Avanhandava, 133 – 4º andar – cjs. 41/42

    Centro – São Paulo/SP – CEP: 01306-001Tels: (11) 3214-0750 / 3255-9516 / 3257-5267

    Fax: (11) 3258-5868www.sinpait.com.br / e-mail: [email protected]

    Reprodução: As matérias publicadas só poderãoser reproduzidas com autorização expressa do SINPAIT,

    sujeitando, os infratores, às penalidades legais.Responsabilidades: As matérias assinadas são de

    inteira responsabilidade de seus autores, não refletindo,necessariamente, a opinião do SINPAIT.

    Editoração, Criação e ImpressãoGRAPHCOLLOR Gráfica e Editora Ltda

    (11) 3159-1485 / [email protected]

    Tiragem: 4.000

    A Instrução Normativa nº 01, do Ministério do Trabalho e Emprego, recentemente assina-da, determina o desconto da Contribuição Sin-dical dos servidores e funcionários públicos federais, em 2009. A contribuição correspon-de a um dia de salário de cada AFT ativo, des-contado no contracheque do mês de março e repassada pelo empregador à entidade sindi-cal até 30 de abril. Vale, também, para o sin-dicato patronal, só que correspondente a uma pequena fração percentual do capital declara-do. Mas, no serviço público brasileiro, não há entidade sindical patronal. Seria impensável o sindicalista, Presidente da República, presidir a Confederação Nacional do Serviço Público.

    A organização sindical dos Auditores-Fis-cais do Trabalho começou imperfeita. Apro-vada a Constituição de 1988, que estendeu ao funcionalismo o direito de sindicalização, nossa categoria, até então representada por associações civis regionais, reunidas numa Federação Nacional – FASIBRA -, decidiu pela transformação dessa Federação em Sindicato Nacional, - eis que a categoria é de abran-gência nacional – e as associações regionais transformadas em sindicatos, também regio-nais, ou melhor dizendo, de base estadual.

    De imediato, alguns Estados não aceitaram a transformação local e até hoje se mantém como associações civis. A organização sindi-cal dos AFTs formou-se então, sob a chance-la da incoerência, com um sindicato nacional convivendo com sindicatos estaduais, porém ligados, na prática, pois os presidentes esta-duais, estatutariamente, são Delegados Sin-dicais do SINAIT. Como legalmente as asso-ciações não têm a representação para a ne-gociação coletiva, aceitou-se que o sindicato nacional sempre representasse todos nas questões de nível nacional. Um consenso, às vezes, vacilante, pois em determinadas situ-ações o sindicato nacional entra com ações judiciais em favor dos colegas e o sindicato estadual faz o mesmo e, ao final, decisões judiciais podem ser conflitantes.

    Nos estados, AFTs filiam-se à entidade nacional e não à local, ou ocorre o inverso. Ou, ainda, em gesto generoso o AFT filia-se ao sindicato estadual e ao nacional. Ao mes-mo tempo, e quando a posição é egoísta, o AFT não se filia a nenhuma, ainda que agora esteja exposto ao desconto da Contribuição Social, que é compulsório.

    Essa realidade, um tanto absurda, foi ques-tionada várias vezes. A direção do Sindicato Paulista há vários anos vem reclamando por essa discussão. Esta revista “O ELO” enfocou a

    Como desatar o nó de nossa organização sindical

    questão, por duas vezes, em “editorial”, inclusi-ve ouvindo opiniões técnicas de especialistas. Mas o tema hibernou ao longo dos anos.

    Agora, de modo um tanto surpreendente, é editada a Instrução Normativa nº 01, que atro-pela a todos e obriga definições urgentes. No dia 30 de abril de 2009 o valor da Contribuição Sindical descontada dos AFTs irá para o Sin-dicato Nacional, ou para as entidades estadu-ais? As associações, legalmente, não podem se habilitar a esse recebimento. Nesses casos de dúvida, o empregador, na iniciativa priva-da, faz o depósito em juízo, ou na antiga conta Emprego e Salário, do MTE. E na divergência, a questão vai para o Judiciário, que decide o enquadramento e a destinação dos valores.

    No caso de nossa categoria, toda essa si-tuação, um tanto anômala, finalmente, foi le-vantada no recente ENAFIT, em Florianópolis. Foram debates acalorados, mas sem propos-tas objetivas. Tão somente abriu-se a discus-são, ainda que o tempo seja muito curto para as providências a serem tomadas.

    Uma sugestão seria a transformação do SI-NAIT em FEDERAÇÃO. Na verdade, bastam apenas 05 (cinco) sindicatos para a criação de uma FEDERAÇÃO. Outra solução seria manter o sindicato nacional e os sindicatos estaduais retroagiriam à condição de associações, e seus presidentes, automaticamente, seriam os De-legados Sindicais. E o custeio das associações estaduais? É provável que elas se esvaziassem, com os AFTs filiando-se unicamente à entida-de nacional. “É uma situação complexa. Deve-mos sempre seguir em frente e não voltar para trás”, diz o colega Renato Futuro, Presidente da AGITRA. Na verdade, o nó está dato e desatá-lo não será fácil. No 26º. ENAFIT alguns levan-taram a questão legal da IN no. 01, que pode-ria ser declarada inconstitucional. Na prática, é discussão bizantina, pois se o sindicalismo do serviço público é reconhecido, obviamente tem o direito à Contribuição Sindical, como na iniciativa privada. Uma contribuição amaldiço-ada pelo chamado sindicalismo de vanguarda, mas que hoje, no poder, não abre mão dela. Ainda nos anos 1950, sindicatos operários de São Paulo, sob forte influência do Partido Co-munista Brasileiro, chegaram a decretar greve contra o “famigerado imposto sindical”. Ele era chamado “confisco salarial” dos trabalhadores para sustentar a “elite sindical dos pelegos”. O tempo passou, a cobrança continuou e agora é a categoria dos Auditores Fiscais do Trabalho que se defronta com a questão. O sindicato, para sobreviver, deve ter renda própria. Como consegui-la é dificuldade para todos.

  • Edição Nº 273 • Ago / Set de 2008

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    O ELO

    Cerca de uma centena de Auditores Fiscais do Trabalho, e convidados, prestigiaram a posse da nova diretoria do SINPAIT – Sindicato Paulista dos Auditores Fiscais do Trabalho, ocorrida no dia 15 de outubro passado, no salão de recepções do Hotel Braston, na Rua Martins Fontes, na região Central da capital paulista.

    A solenidade foi comandada pela colega AFT Luci Helena Lipel, que deixava a presidência do Sindicato, passando o cargo ao colega AFT Jesus José Bales. Coube ao colega AFT Erasmo Torres Ramos fazer às vezes de mestre de cerimônia, coordenando as etapas do evento.

    Luci exibiu uma placa, em homenagem ao Presidente Jesus Bales, que será colocada numa das salas do Sindicato, a qual expressa o reconhecimento da categoria pelos longos anos de trabalho e luta que Jesus vem desempenhando, em São Paulo, não só a favor dos Auditores Fiscais, mas na defesa intransigente da Inspeção do Trabalho Brasileira. Ao final foi servido um coquetel, aos presentes, que se prolongou até as primeiras horas da noite.

    A luta sindical

    No seu discurso de posse Jesus fez um retrospecto da vida associativa de nossa categoria, ao longo dos anos, prestando homenagem especial à colega Luci Helena Lipel, ao lembrar o lançamento da revista “O ELO”, nos idos de 1980. “Eu e a Luci éramos do concurso de 1975. Foi por casualidade que o colega Milton Ferreira, então Presidente da AAFITESP – A Associação dos Fiscais da Inspeção do Trabalho que antecedeu o sindicato – ao nos ver passar no velho prédio da DRT, na Rua Martins Fontes, pelo corredor diante da sala onde funcionava a Associação, nos convidou a entrar e presenciar a reunião de diretoria, que se realizava.

    E nessa reunião Milton propunha a criação de um boletim informativo que, também, servisse de aproximação dos colegas. Quem iria fazê-lo? Ninguém se apresentando, eu e a Luci nos comprometemos a assumir a missão. Estava nascendo o ELO.

    Estamos relembrando este episódio, agora, para deixar consignado que apenas cinco anos após nosso ingresso no Ministério do Trabalho é que conseguimos um pouco de espaço na luta em defesa da categoria. A vida nos ensinou que nada cai do céu gratuitamente, em nossas mãos. Temos de estabelecer

    Empossada nova diretoria do SINPAIT

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    O ELO Edição Nº 274 • Out / Nov / Dez de 2008

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    O ELO

    objetivos e ter a melhor disposição de lutar para alcançá-los. A luta classista é árdua. Muitas vezes gera incompreensão, atitudes maldosas, posições equivocadas. Mas quando temos a certeza, a convicção, que estamos fazendo a coisa certa, seguindo pelo caminho correto, nada vai nos abalar, nada vai nos demover no alcance da meta. E a meta é o fortalecimento de nossa categoria. O objetivo maior é a proteção e a expansão da Inspeção do Trabalho em nosso país. Se hoje ela é Instituição Brasileira consolidada, respeitada, de prestígio internacional, é porque todos nós, antes Inspetores do Trabalho, e hoje Auditores Fiscais do Trabalho, lutamos diuturnamente para projetá-la, para dignificá-la, para aperfeiçoá-la. Ao longo dos últimos cinqüenta anos, tendo como marco o primeiro concurso público para admissão de Fiscais do Ministério do Trabalho, em 1955, as constantes gerações de colegas Auditores do Trabalho foram deixando seu legado positivo, foram construindo os alicerces e assentando os tijolos deste grandioso e sólido edifício, que é a Auditoria Fiscal do Trabalho, no Brasil.

    Essa verdade histórica não pode ser omitida. É um reconhecimento que se impõe pela grandeza, pela nobreza, do árduo trabalho feito, desde os colegas pioneiros, de 1955. Infelizmente, hoje vemos a banalização dos mais caros valores humanos. A herança deixada por grupos idealistas, que produziram tanta coisa boa para categoria, é esquecida, deixada na vala comum. De modo proposital, ou não, com maldade, ou sabe-se lá por qual razão, há alguns que querem sempre atacar, tanto o sindicato, quanto a Inspeção do Trabalho, denegri-la, apequená-la. Estão dentro dela, vivendo dela, pouco, ou nada fazendo, a favor dela, mas estão sempre de dedo em riste para acusar, ofender, falar mal. Formam a vanguarda da negação, da frustração, da estagnação.

    Teriam de responder à famosa frase do Presidente Kennedy, em sua posse: “Neste momento difícil, não perguntem o que a nação pode lhes oferecer, mas o que cada um pode oferecer de melhor à nação”. É esse sentimento nobre de doação que deve nos conduzir, na batalha diária de nossa categoria.

    Cabe a cada um de nós, Auditores Fiscais do Trabalho, só a nós, por meio de nossa conduta, nosso trabalho constante, manter sólida e respeitada, a Inspeção do Trabalho, no Brasil. Se nossa Instituição for sempre forte, nossa categoria também o será. E essa é a razão de ser de nosso sindicato e de nossa presença, aqui, como dirigentes.

    É legitima a cobrança dos colegas em relação ao trabalho da diretoria. Mas quem não participa, quem faz da crítica apenas exibicionismo, mera vaidade pessoal, aí perde o moral para criticar, mesmo porque nunca contribuiu, nunca ofereceu uma sugestão, por mais modesta que seja.

    Assim, reafirmamos nossa disposição de muito trabalho, muita dedicação, na condução das atividades do SINPAIT, sempre ao lado dos colegas Auditores em todas suas necessidades, e reconhecendo a imensa honra, que nos é dada, de representar os Auditores e Auditoras Fiscais do Trabalho no Estado de São Paulo”, destacou Jesus.

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    O ELO Edição Nº 274 • Out / Nov / Dez de 2008

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    nos painéis, tanto da área de Legislação, como de Saúde e Segurança. A dificuldade de espaço restrin-ge a divulgação detalhada de todos os painéis, do 26° ENAFIT, nesta edição.

    O 27° ENAFIT, no ano que vem, será em Belém do Pará.

    O trabalho em equipe

    O trabalho em equipe, com o fim da Auditoria Fis-cal individual, solitária, é o novo modelo que a SIT está indicando para a Inspeção do Trabalho Brasileira, esperando contar com a adesão dos AFTs. O anúncio foi feito pela colega AFT Ruth Beatriz Vasconcelos Vilela, Secretária de Inspeção do Trabalho, ao fazer exposição no plenário do 26° ENAFIT.

    Também se manifestou, no mesmo painel, o co-lega AFT do Piauí, Francisco Luis Lima, que preside a Confederação Ibero-Americana de Inspetores do Trabalho. A manifestação de Francisco Luis foi im-portante por enfocar constantes violações às compe-tências legais do Auditor Fiscal do Trabalho, como, por exemplo, praticados por agentes do Ministério da Saúde, que insistem em fiscalizar empresas nas áre-as de Saúde e Segurança, ou mesmo do Ministério Público do Trabalho, ou de Juízes do Trabalho, que às vezes fazem interferências indevidas na Auditoria Fiscal do Trabalho.

    Considerando o momento de transição vivido pela categoria, uma vez que a adoção do sistema de re-muneração, por meio de subsidio, causou modifica-ções na forma de avaliação do trabalho fiscal, a Se-cretária Ruth Vilela afirmou que a hora é propicia para se introduzir uma nova forma operacional, baseada no trabalho em equipe, e não mais no trabalho indi-vidual. Citou a experiência dos grupos de fiscalização móvel, que atuam no Combate ao Trabalho Escravo.

    ENAFIT

    O fim da GIFA e o trabalho em equipeFotos: Arquivo SINPAITMesmo sob as chuvas intensas, que provoca-ram uma grande tragédia em várias cidades de Santa Catarina, o 26° ENAFIT, realizado de

    23 a 28 de novembro passado, em Florianópolis, foi muito rico nos debates, passando a limpo alguns dos principais temas que tocam de perto a Inspeção do Trabalho e a categoria dos AFTs brasileiros.

    A Secretária Ruth Beatriz Vilela sugeriu mudança no modelo de fiscalização, adotando o trabalho em equipe; a discussão dos programas de fiscalização do FGTS também foi muito produtiva, deixando bas-tante evidente que o FGTS continua sendo um dos principais sustentáculos da Auditoria Fiscal Brasileira; o debate sobre Saúde e Segurança também motivou os presentes, ainda que fosse levantada, novamen-te, uma questão muito antiga, e contraditória, que se

    refere à separação dos AFTs, de Saúde e Segurança, dos AFTs de Legislação, chegando a ser feita propos-ta da recriação da Secretária de Fiscalização em Saú-de e Segurança no MTE; também a questão da orga-nização sindical provocou discussões apaixonadas, agora que a Instrução Normativa n° 01 obriga o des-conto da Contribuição Sindical do servidor público já em 2009; o SINAIT lançou a campanha institucional do ano que vem, que enfoca a questão do trabalho escravo, no Brasil.

    O encerramento do 26° ENAFIT contou com a presença do Ministro do Trabalho e Emprego, Car-los Lupi, que foi homenageado pela categoria com uma grande placa de metal, pelo modo solidário e receptivo como tem tratado os Auditores Fiscais do Trabalho.

    Nesse encontro de Florianópolis, a principal quei-xa dos AFTs foi contra a não realização de capacitação e seminários técnicos de atualização. Uma prática ne-cessária, porém, quase esquecida. A representação paulista lamentou a ausência de AFTs de São Paulo

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    O ELO

    mais complexas, fazer a discussão com o colega, para assistí-lo, tecnicamente, em algum esclareci-mento necessário. Era comum o coordenador formar grupos de três, ou quatro Fiscais, quando o processo era mais complicado, ou trabalhoso. Às vezes o co-ordenador acompanhava o “comando”, ou ia junto com o colega, quando ocorria ameaça de obstrução, ou qualquer outro tipo de dificuldade criada pelo em-pregador. Esse sistema durou vários anos e enquanto perdurou mostrou desempenho positivo. Talvez fos-se praticado nos demais Estados. Atualmente, o prin-cipal obstáculo à fiscalização, unicamente em equipe, é a grande demanda do “varejo” que, quase sempre, acaba atropelando o próprio planejamento.

    Capacitação

    Enfatizando que a proposta de adoção do trabalho em equipe está sendo colocada em forma de deba-te, para a categoria, que deverá, no final, expor sua opinião para comissão técnica da SIT, Ruth disse ter certeza do sucesso da proposta. Contudo, várias ob-jeções foram levantadas.

    A Secretária comentou, também, a atividade de ca-pacitação dos Auditores Fiscais. Lembrou que quan-do o colega Orlando Vilanova foi Secretário da Inspe-ção, criou-se o SFIT - Sistema Federal da Inspeção do Trabalho uma forma de capacitação permanente para os então Inspetores do Trabalho. Com o passar dos anos não houve um acompanhamento constante e, assim, a atualização técnica dos Auditores se enfra-queceu. Ruth disse que gostaria de ver criada a Es-

    A Secretária destacou que nas viagens técnicas que faz ao exterior, não identificou, em nenhum país, uma Inspeção melhor que a brasileira, sobretudo por que em nosso país a Inspeção do Trabalho cumpre integralmente o modelo preconizado pela OIT, que exige independência, autonomia, garantia das prer-rogativas e o ingresso na carreira da Auditoria Fiscal por meio de concurso público. E a remuneração dos Auditores Fiscais do Trabalho, no Brasil, é a maior do mundo, correspondendo ao ganho dos mais altos es-pecialistas da OIT, em Genebra. “São poucos os mo-delos de Inspeção do Trabalho, no mundo, que, em qualidade, se equiparam à nossa, à que fazemos no Brasil”.

    A Secretária também comentou ser muito positi-va a discussão que se faz, no âmbito da inspeção, entre os generalistas, que defendem a obrigação do Auditor Fiscal ser polivalente, atuando em todas as áreas, e os especialistas, que conhecem com mais profundidade setores técnicos da fiscalização, como em Saúde e Segurança. Citou a Europa, onde esse debate também ocorre, e onde a Inspeção do Traba-lho é menos generalista. No Brasil temos implantada a carreira única, generalista, mas com a garantia da especialização, inclusive com a preocupação de se manter proporcional o número de generalistas e es-pecialistas, legislação, Saúde e Segurança.

    Grupo móvel

    Destacando que a experiência dos grupos móveis de fiscalização rural deram certo por vários aspectos, mencionou que um deles é o modo altamente posi-tivo que a sociedade acolhe o combate ao chamado trabalho escravo, uma chaga social que se manteve encoberta por muito tempo, no Brasil, mas que foi desnudada pela ação da Fiscalização do Trabalho. Outro motivo desse sucesso é que as equipes se re-portam diretamente ao órgão central, à SIT, que, ao contrário das regionais, goza de maior estabilidade administrativa e menos pressão, de situações locais. E os grupos móveis se reúnem periodicamente, para avaliações. Mencionou contudo que o mesmo traba-lho - Fiscalização Rural - desenvolvido nas regionais, também é de boa qualidade.

    São Paulo já teve experiência parecida

    Em São Paulo, AFTs mais veteranos, do concurso de 1975, lembram que naquela época os então Fiscais do Trabalho, sorteados para o setor, tinham um coor-denador. Esse coordenador era indicado pela chefia, que escolhia, geralmente, o mais experiente. Cabia a ele fazer a distribuição processual e, nas questões

    ENAFIT

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    cola de Inspeção do Trabalho do Brasil. Também che-gou a analisar a possibilidade de trazer para o nosso país uma filial do Centro de Treinamento da OIT, de Turim, na Itália. Sugeriu, ainda, que seria útil a cria-ção de um instituto especializado, no universo traba-lhista, não só para atualizar os Auditores Fiscais, mas oferecer curso prático a profissionais e sindicalistas que tem participação constante nas atividades traba-lhistas. Se os cursos para freqüência externa fossem pagos, o Instituto seria auto-sustentável, garantindo a boa qualidade de seus serviços. Na opinião da Se-cretária, a capacitação não se faz, necessariamente, na sala de aula, na forma tradicional do aprendizado. Ela pode ocorrer na própria experiência prática, de cada um, sobretudo com reuniões técnicas, que são mais produtivas. Na história da educação, nos cursos de pedagogia, menciona-se que a palavra academia vem do filosofo grego Academus, que pregava suas idéias, a seus jovens seguidores, sempre andando e conversando com eles nos jardins de sua casa, na Athenas Clássica, o “Jardim de Academus”.

    Questionamentos

    Vários colegas fizeram perguntas, algumas apon-tando contradições na proposta do trabalho em equipe. O colega AFT Miguel, da Bahia, perguntou, por exemplo, se o trabalho em equipe não se choca com o grande número de processos de denúncias, geralmente colhidas nos plantões de OP, ou reque-rimentos do Ministério Público do Trabalho, pedidos de fiscalização dos sindicatos e mesmo solicitações de fiscalização pelo judiciário, boa parte delas com a chancela de “urgente”; vários colegas questionaram a falta de treinamento, de seminários de atualização; a colega Rosângela, do Pará, pediu uma uniformiza-ção urgente de procedimentos, nas regionais, a volta do treinamento aos AFTs, sobretudo para melhorar a qualidade dos relatórios fiscais e pediu apoio de todos para impedir o retorno de ex-Superintendente Regional, no Pará, que quando ocupou o cargo teve conduta reprovável, no caso PAGRISA, chegando a fazer ameaças a Auditores Fiscais, que atuam no Combate ao Trabalho Escravo, no interior do Pará. Demitido por agir de modo incorreto, agora busca, ostensivamente, apoio político, garantindo que vol-tará a ser Superintendente Regional do Trabalho, no Pará. Para Rosângela, o cargo de Superintendente Regional deve ser privativo de funcionário de carreira do MTE. O colega AFT Lourival, que preside a Asso-ciação dos Auditores Fiscais do Maranhão, também pediu a realização de treinamentos, ou cursos de atu-alização, porque são imprescindíveis para o Auditor Fiscal bem desempenhar suas funções no dia-a-dia.

    A Secretária Ruth Vilela respondeu a todas as ques-tões, lembrando que a política do MTE, desde 2003, é de eliminar o “atendimento de varejo” - com exceção dos casos que atingem o patrimônio do trabalhador, ou que o expõe a iminente e grave risco – porém, fora desses casos, que são a maioria, o fundamental é prio-rizar o planejamento anual. E justificou que o número reduzido de Auditores Fiscais é um motivo a mais para o trabalho em equipe, porque ele atomiza os recursos humanos disponíveis. Concorda que a fiscalização, em áreas específicas, deve ter, sempre, Auditor familiariza-do com ela. Para a fiscalização do FGTS o ideal é quem tenha bons conhecimentos contábeis, goste do traba-lho com números. Admitiu que ocorrem conflitos de natureza institucional, sobretudo entre a Fiscalização do Trabalho e o Ministério Público do Trabalho, mas as divergências não são acentuadas. A SIT não tem ficado passiva, e se de um lado procura solução ami-gável, de outro reage com a dureza necessária, quan-do são flagrantes os abusos de alguns procuradores. Mencionou que essa relação deve ser bem conduzida, pela importância de suas implicações, na Inspeção. Se antes a parceria era mais forte com outras áreas, ou hoje ela é mais necessária junto ao Ministério Público do Trabalho e o Poder Judiciário. Nesse aspecto res-saltou ser fundamental o trabalho bem conduzido pelo Auditor Fiscal, pois alguns relatórios de fiscalização mal feitos, um auto de infração lavrado o modo con-fuso, configuram verdadeiro desastre, pois não darão ao procurador, ou ao juiz, os elementos de prova que necessitam para a denúncia, ou julgamento. Assim, a melhor resposta, quando ocorre o enfrentamento, é a apresentação de trabalho revestido de normalidade e perfeição, o que, aliás, só faz dignificar a categoria dos Auditores. O fundamental é que todos tenham o mesmo padrão de qualidade, uma certa uniformidade de procedimentos, mas, de qualquer forma, é inaceitá-vel que algum procurador sugira determinado Auditor, para certo trabalho, ou vete outro. Ruth disse concor-dar quanto ao cargo de Superintendente Regional do Trabalho ser privativo de funcionário de carreira do MTE, mas entende que isso, apenas, não é suficiente. É necessário que o cargo não seja preenchido por indi-

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    sério aviltamento salarial. Nesses países não há es-tatísticas sobre acidentes de trabalho, nem cursos de capacitação. Na Argentina a situação não é muito diferente. Na Bolívia e Equador a Inspeção do Traba-lho praticamente não existe. No Peru o governo quer municipalizar a Inspeção do Trabalho, que mesmo fe-deral, já é muito frágil.

    Ainda sobre as pressões suportadas pelos AFTs brasileiros, Francisco Luis denunciou que agentes do Ministério da Saúde querem fiscalizar as em-presas em Saúde e Segurança, sem qualquer apoio legal para isso. Procuram forçar essa situação por-que, conseguindo um fato consumado, correrão ao Judiciário pleiteando equiparação de vencimentos com os AFTs. Mas há outras áreas oficiais que tam-bém assediam as competências da Auditoria Fiscal do Trabalho, nem sempre tendo como objetivo al-cançar melhoria salarial. Sobre isso, o colega AFT Jesus José Bales, Presidente do Sindicato Paulista dos Auditores Fiscais do Trabalho, denunciou que em São Paulo funciona uma Delegacia de Polícia Estadual, criada para atuar na investigação de pos-síveis delitos ocorridos em acidentes de trabalho, cujos policiais, ao invés de se aterem ao inquérito do acidente, vão rotineiramente às empresas e se apresentam para fazer a fiscalização trabalhista, exi-gindo, inclusive, o livro de Inspeção do Trabalho, onde fazem anotações. Jesus disse que esse proce-dimento está causando revolta, junto aos AFTs, e o fato já foi encaminhado, em forma de denúncia, ao Ministro Carlos Lupi, mas, ao que consta, a conduta ilegal desses policiais continua mantida.

    cação político-partidária, pois ai o nomeado ficará com sua independência comprometida.

    Confederação Ibero-Americana

    O colega AFT Francisco Luis Lima, do Piauí, Presi-dente da Confederação Ibero-Americana de Inspeto-res de Trabalho, apresentou várias situações graves, em que colegas Auditores foram pressionados du-rante ação fiscal, e fez relato pessimista da situação da Inspeção do Trabalho na América Latina. Lamen-tou que Superintendências Regionais do Trabalho continuem loteadas politicamente, entregues a pes-soas estranhas ao MTE e, no mais das vezes, sem qualificação para o cargo. Reconheceu que apesar do imenso esforço da Auditoria Fiscal do Trabalho, em muitas regiões do Brasil, seja no Piauí, ou mesmo nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, ainda ocorrem a mancha do trabalho infantil e a chaga do trabalho escravo, quase sempre escondidos em grotões ru-rais, ou nos porões e galpões fechados, nas grandes cidades.

    Destacou que a situação das relações de trabalho na América do Sul, salvo poucas exceções, continu-am precárias e alguns países não mostram preocu-pação com isso, mantendo simulacro de Inspeção Trabalhista. O Paraguai, por exemplo, tem 40 inspe-tores, que ganham 500 dólares por mês, não gozam de estabilidade, não há concurso público, nem plane-jamento técnico, ou operacional. O Uruguai tem 70 inspetores, e a situação não é muito diferente, com

    ENAFIT - Chuva até na abertura

    O 26º ENAFIT, em Florianópolis, coincidiu com uma época de chuvas constantes em todo o Estado de Santa Catarina, provocando situações trágicas em algumas regiões, como Blumenau, com mais de 90 mortes ocorridas por soterramentos, desabamen-tos e alagamentos. Chegou a ser decretado estado de emergência em algumas cidades. Chovia forte

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    quando o grupo paulista do SINPAIT se dirigia para a solenidade de abertura do ENAFIT, no Centro de Convenções de Florianópolis, na noite de 23 de no-vembro passado.

    A cerimônia inaugural do 26º ENAFIT foi presidi-da pelo colega AFT Antonio Carlos Costa, presidente da Associação dos Auditores Fiscais do Trabalho do Estado de Santa Catarina. Após o canto do Hino Na-cional, ocorreram vários discursos, sendo o primeiro deles da AFT Ruth Vilela, Secretária de Inspeção do Trabalho do MTE. Ela fez saudação rápida aos presen-tes, destacando que vivemos momento de transição, esperando que o Encontro Nacional dos Auditores Fiscais, compreendendo essa conjuntura, incentive debates sobre as questões de momento, produzindo sugestões e posicionamentos que fortaleçam a Ins-peção do Trabalho no Brasil.

    A presidente do SINAIT, Rosa Maria Campos Jor-ge, fez discurso mais longo e no início criticou o Go-verno, enfatizando que antes da posse o Presidente Lula, e o PT, apresentavam-se como defensores dos servidores públicos, mas, depois de terem o poder nas mãos, mudaram de posição. Nessa altura Rosa Jorge lembrou a longa greve geral dos Auditores Fis-cais do Trabalho – 49 dias – para pressionar o go-verno a, pelo menos, abrir diálogo com a categoria. Isso teria motivado a geração de nova política sala-rial para os Auditores Fiscais criando-se a forma de “subsídio”, na verdade a única solução apontada pelo governo.

    O AFT Antonio Carlos Costa fez o último discurso, saudando os presentes, discorrendo sobre a impor-tância da Inspeção do Trabalho que, em nosso país, apresenta-se como das mais ativas e criativas, e se projeta como instituição de vanguarda em todo o mundo. O Presidente catarinense conclamou os Au-ditores Fiscais a ter maior participação na luta clas-sista, destacando ser legítimo o pleito daqueles que buscam maior espaço de atuação na categoria.

    Após, foi exibido um vídeo sobre o trabalho es-cravo. O ponto alto da festa inaugural foi a magnífi-ca apresentação de bailarinos e bailarinas da Esco-la Nacional de Teatro do Ballet Bolshoi, sediada em

    Joinville. Numa performance que arrancou intensos aplausos da platéia, os artistas apresentaram trechos de conhecidas obras do balé clássico mundial. A es-cola de Ballet Bolshoi, de Santa Catarina, foi criada em Joinville por um dos filhos do conhecido líder co-munista brasileiro Luiz Carlos Prestes, mediante con-vênio com entidade russa.

    Durante a cerimônia ocorreram alguns pequenos equívocos, no roteiro de apresentações, sendo que algumas representações lamentaram que parte das bandeiras dos estados, que ornamentavam a parede de fundo, do salão, tivesse ficado numa área escura, quase sem iluminação, e, assim, com dificuldade de serem vistas.

    A festa que abriu o 26º ENAFIT teve, como par-te final, o tradicional jantar de confraternização – muito delicioso, elogiado por todos – seguido do animado baile, que avançou nas primeiras horas da madrugada, esquentando a noite de garoa fria de Florianópolis.

    A capital catarinense, ternamente conhecida como “Floripa”, é cidade formada numa grande ilha, e seu nome homenageia o então Presidente da República, o alagoano Floriano Peixoto (cidade de Floriano). É uma bonita cidade, com cerca de 500 mil habitantes, onde a beleza de suas praias, a Lagoa da Conceição, os excelentes restaurantes, o bom clima, o baixo índi-ce de violência, e a boa infra-estrutura urbana, permi-tem excelente qualidade de vida a seus moradores.

    Até fins do século XIX a capital catarinense era Desterro, terra natal do conhecido poeta Cruz e Sou-za. Santa Catarina recebeu importantes correntes imigratórias européias, na segunda metade do século XIX, sobretudo alemãs e austríacas. Blumenau, hoje talvez a principal cidade do Estado, foi fundada por alemães, liderados pelo médico Herman Blumenau, que, depois, lhe deu o nome. Uma pequena cidade do interior, chamada Três Tílias, é tipicamente aus-tríaca. Perto dela está Fraiburgo, a capital da maçã, com cenário urbano que retrata as pequenas cida-des alemãs. Hoje essa região catarinense, sobretudo

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    por suas festas típicas, como a “Oktoberfest”, recebe grande número de turistas, não só brasileiros, como, também, do exterior.

    Destaque-se, ainda, a região do vale do Itajaí, mui-ta rica, de economia exuberante. Santa Catarina é um dos maiores produtores de camarão do Brasil. Possui, também, grande produção de carnes nobres, para ex-portação, sediando as duas principais indústrias de carnes do Brasil, a Sadia e a Perdigão, que projetam várias cidades, como Chapecó. E no aspecto histórico destaca-se a cidade de Laguna, terra da heroína Anita Garibaldi e que foi duramente atacada, na guerra do Paraguai, apesar da corajosa resistência que manteve contra os invasores, episódio que inspirou o livro “A Retirada de Laguna”, de Afonso Taunay. Infelizmente as chuvas intensas provocaram o caos em Blumenau, Itajaí, Pomerode, e várias outras cidades, que ficaram isoladas, com queda de barreiras nas estradas. Os ena-fiatianos fizeram doações aos flagelados, associando-se à dor das famílias catarinenses que tudo perderam nas enchentes. Os AFTs doaram cerca de duzentas cestas básicas e muitos galões d’água.

    grão (SRTE/Centro). Os expositores foram os cole-gas Fernando Donato Vasconcelos, do Mato Gros-so, Marcell Fernandes Santana, do Espírito Santo e Marcos Lisboa Miranda, de Pernambuco, todos brilhantes em suas análises.

    O AFT Fernando (médico) comentou as várias formas operacionais da Inspeção do Trabalho, cha-mando de “sistema rígido” aquele que separa os grupos de legislação e os de saúde e segurança, e o modelo flexível – “AFT flex”, que se dispõe a atuar em todas as áreas.

    É a eterna discussão entre generalistas e especia-listas. Mencionou que acidentes do trabalho mata-ram 30 mil trabalhadores brasileiros nos últimos dez anos, e “só isso justifica dar à saúde e segurança a mesma prioridade que vem sendo dada a algumas área da Inspeção”. Mencionou que a fiscalização precisa de especialistas em vários atributos, mesmo nas NRs, e que não é possível desperdiçar talentos, como um AFT super-especializado em caldeiras, ser deslocado para diligenciar em trabalho escravo, ain-da que faça isso por opção. Fernando defendeu a criação da Revista da Inspeção do Trabalho, e a “re-fundação” da Fundacentro, para que ela não perca sua razão de ser.

    O colega AFT Marcell, citando estatísticas de acidentes do trabalho, em nosso país, destacou que nem sempre a Inspeção do Trabalho é direcio-nada para as áreas críticas onde, efetivamente, é necessária a presença do auditor. Questionou se a Inspeção do Trabalho desenvolvida nos últimos dez anos, em saúde e segurança, influiu numa real melhoria nos ambientes de trabalho. Entende que a boa ação fiscal somente é possível dentro de pla-nejamento técnico, feito com critérios objetivos e, principalmente, cumprido, para que se possa fazer a avaliação posterior.

    De momento o planejamento é golpeado por vá-rios fatores, como as inúmeras demandas vindas do Ministério Público do Trabalho, sendo algumas totalmente inúteis; demandas, muitas vezes inex-pressivas, vindas dos sindicatos, principalmente em épocas de eleições sindicais. Demandas excessivas da Justiça do Trabalho, e até pedidos de comandos, pela Polícia Federal, em ações que pouco tem a ver com a Inspeção do Trabalho. “É óbvio que nosso objetivo primordial é reduzir os acidentes, e, assim o número de trabalhadores mortos, ou mutilados”.

    Sugeriu que seja construída uma cadeia de interação, dentro da Inspeção do Trabalho, para que não se perca o volume extraordinário de conhecimentos, já acumu-lados, vez que as constantes aposentadorias de AFTs, especialistas em saúde e segurança, poderão deixar no esquecimento esse formidável patrimônio científico.

    Saúde e Segurança

    O colega AFT, da área de segurança, Lourival da Cunha Souza, Presidente da Associação dos AFTs do Maranhão, coordenou o painel “Contexto atual das ações do MTE na área de segurança e saúde: uma discussão necessária”.

    Ainda que o plenário não contasse com número de AFTs à altura desse importante debate técnico, foram levantadas questões polêmicas, sempre la-tentes na categoria, mesmo que de solução difícil. De São Paulo estavam presentes, da área de saú-de e segurança, o colega médico Ettore (GRTE/Sul/Capital) e a colega engenheira Mônica Hahne Ne-

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    Marcelo Amorim Ferrari, do Mato Grosso; à tarde ocorreram três painéis: “A exploração do Trabalho Infantil”, onde participou Marta Pires, de Goiás, e “Lei Orgânica do Fisco”, onde participou a presidente Rosa Maria Campos Jorge e “As aposentadorias dos Auditores Fiscais do Trabalho em face da MP 440/08”, sendo que os dois últimos foram também, os temas da plenária de política de classe, coordenada pelo AFT José Ivan Pugliese, da Bahia e secretariada pelo AFT José Augusto de Paula Freitas, de Minas Gerais.

    Na quarta-feira o painel matinal foi sobre “Os ele-mentos de convicção na lavratura de autos de infra-ção: controvérsias”, que teve as colegas AFTs Lilian Carlote Resende, de Santa Catarina, Luciana Camar-go, do RGS e Maria Tereza Pacheco Jensen, no Para-ná. Nesse painel o colega AFT Ironzé, agora em Santa Catarina, propôs que os autos de infração não mais sejam lavrados em papel-moeda, mas sim em papel timbrado, autenticado, do MTE, se possível com có-digo de barra, e também acabar com a menção de ementas. Numa única peça seriam descritos todas as infrações constatadas, o que simplificaria e agilizaria o procedimento fiscal, não sendo mais necessária, por exemplo, a relação nominal de empregados em cada auto.

    Nossa organização sindical

    À tarde foi o painel “Relações sobre a nossa orga-nização sindical”, que teve a participação dos colegas AFTs José Antonio Pastoriza Fontoura, do Rio Grande do Sul e a Presidente Rosa Maria Campos Jorge; esse também foi o tema da plenária de política de classe, questão que suscitou muitas opiniões, muitas discus-sões, mas sem solução imediata, ficando em aberta a decisão que a categoria deve tomar, ou seja, manter o SINAIT, e regredir os sindicatos estaduais à Associa-ção, ou evoluir o SINAIT para federação, com a repre-sentação estadual mantida unicamente por sindicatos.

    O colega Marcos Lisboa também analisou o confli-to entre AFTs generalistas e especialistas, entenden-do que ele não se sustenta. Justificou dizendo que os pressupostos da fiscalização são garantir o trabalho seguro, legal e decente. Na ação de campo o auditor tanto pode atuar como “generalista”, ou como “espe-cialista”, pois o caso prático é que definirá o tipo mais adequado de intervenção.

    Marcos acha que o mais importante, no momento, é garantir um quadro razoável de AFTs em saúde e se-gurança, pois só em Pernambuco 70% dos Auditores da SEGUR estão saindo para a aposentadoria. Também considera que a forma atual de avaliação favorece a visão “generalista”. Alertou que já se fala em colocar a área de Saúde e Segurança no Direito Ambiental do Trabalho e que a reforma trabalhista, cuja discussão está sendo retomada, já sugere alterar o capítulo V da CLT. Destacou que a categoria tem de estar atenta, com grupos acompanhando os debates no Congres-so, e barrar todo ataque do SUS, ou de outros órgãos, às competências da Inspeção do Trabalho.

    Gerou muita polêmica, no plenário, proposta para a recriação da Secretaria de Saúde e Segurança, no MTE. Ao final a maioria rejeitou a sugestão, mas apontou como fundamental maior valorização da SST, dentro da SIT.

    Os colegas Ettore e Mônica (SP) defenderam a criação de um site altamente profissionalizado, que expresse com clareza as posições e o que a fiscaliza-ção vem fazendo em saúde e segurança.

    Programação técnica

    O painel “trabalho escravo: degradação da con-dição humana” abriu a programação técnica do 26º ENAFIT, e contou com a participação do AFT José Lu-ciano Leonel de Carvalho, de Goiás. Pouco antes foi lançada a campanha institucional do SINAIT: “Quem procura trabalho não pode encontrar escravidão”. E foi apresentado o vídeo “Ação dos AFTs no combate ao trabalho escravo”.

    O painel vespertino, na segunda-feira, foi “Audi-toria Fiscal do Trabalho: Garantia e Defesa do Traba-lhador”, com participação da Secretária Ruth Beatriz Vilela e do AFT Francisco Luis Lima (Piauí); sobre o mesmo tema ocorreu a plenária de política de clas-se, já no final da tarde, prejudicada pelo adiantado da hora.

    Na terça-feira de manhã houve o painel “Fiscaliza-ção e Arrecadação do FGTS: Modernização e inteli-gência Fiscal”, com os AFTs Carlos Alberto Carneiro, do Piauí, Lauro Nogueira Neto, do Rio de Janeiro e

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    que, no século XIX, seria a maior riqueza econômica de nosso país.

    Ato de repúdio

    A seguir o plenário fez ato de repúdio à Assem-bléia Legislativa de Minas que, acolhendo proposta do deputado Inácio Franco, homenageou o prefeito de Unaí, Astério Mânica, que responde a processo como mandante da chacina que tirou a vida dos co-legas AFTs Erastóstenes, João Batista e Nelson, e o motorista Ailton, do MTE. Crimes bárbaros praticados há 04 anos e 10 meses, mas cujos mandantes conti-nuam soltos, ainda que plenamente identificados.

    Após a Presidente do SINAIT fez a entrega sim-bólica das cestas básicas aos catarinenses atingidos pelas enchentes. Elas foram adquiridas por meio de coleta feita junto dos Auditores, presentes ao ENAFIT, cabendo à sra. Dalva Dias, Secretaria de Promoção Social do governo de Santa Catarina, proceder o re-cebimento, encaminhando as cerca de duzentas ces-tas básicas e galões d’água às regiões atingidas pela catástrofe das enchentes e deslizamentos, no vale do Itajaí.

    O colega AFT Airton Lopes, de Santa Catarina, foi quem coordenou esse belo gesto dos AFTs brasilei-ros, presentes em Florianópolis.

    Na mesa estavam dois colegas AFTs, agora supe-rintendes regionais: Samuel, de Goiás, e Valdinei, do Mato Grosso.

    O Ministro Carlos Lupi

    A surpresa mais agradável do 26º ENAFIT ocorreu no seu final. Na manhã da sexta-feira, quando ocor-ria a sessão de encerramento, surgiu no plenário o Ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi. Muito simpático, foi cumprimentando a todos, chamando alguns pelo nome, e, na saída, posou para inúmeras fotografias ao lado de colegas.

    Na quinta-feira de manhã foi o painel “Contex-to atual das ações do MTE na área de segurança e Saúde: uma discussão necessária, com partici-pação dos AFTs Fernando Donato Vasconcelos, do Mato Grosso, Marcelo Fernandes Santana, do Espírito Santo, e Marcos Lisboa Miranda, de Per-nambuco; a seguir houve plenária de Política de Classe sobre esse assunto, com a coordenação do AFT Carlos Roberto Dias, da Bahia e a Secretaria com a AFT Nilza Maria Paula Pires, do Distrito Fe-deral; à tarde houve a Tribuna Livre, coordenada pelo colega AFT Luis Alves de Freitas Lima, do Ce-ará. Luis denunciou que num protesto, diante da Superintendência Regional do Trabalho, em Forta-leza, sindicalistas da CUT, comandando grupo de pessoas grosseiras, fizeram pesadas ofensas não só ao superintendente regional, mas a toda a Au-ditoria Fiscal do Trabalho, inclusive com palavrões e calúnias, motivo pelo qual propôs que o SINAIT não se filie a qualquer central sindical; a propósito, outro colega AFT disse que as centrais sindicais es-tão decadentes, algumas envolvidas em denúncias graves, e perdem cada vez mais a representação dos trabalhadores; após houve o painel “A Refor-ma trabalhista e a Garantia de Trabalho Recente”, com participação do Deputado Eduardo Valverde (PT/RO) e os AFTs Jair Teixeira dos Reis, do Espírito Santo e Rosa Maria Campos Jorge.

    Encerramento

    Na sexta-feira houve a plenária de encerramento, coordenada pelo AFT Francisco Luis Lima, do Piauí e secretariada pela AFT Mônica Fregapani, de Santa Catarina, com a votação das proposições e moções; o colega AFT Antonio Carlos Costa, Presidente da AFITESC, leu a carta de Florianópolis.

    Belém sediará o próximo ENAFIT

    O plenário aprovou a escolha de Belém do Pará (candidato único) para sede do 27º ENAFIT, no ano que vem. O colega AFT Paixão, Presidente dos Audi-tores Fiscais do Pará, falou da alegria e emoção dos AFTs paraenses em receber os colegas de todo o Brasil. Foi exibido um vídeo mostrando as belezas da cidade de Belém e de várias regiões paraenses.

    No Brasil-Colônia essa região era o Grão-Pará, que por sua importância tinha um vice-governador que se reportava diretamente ao rei de Portugal, em Lisboa. Foi um desses administradores coloniais do Pará, Domingos de Mello Palheta, quem trouxe da Guiana Inglesa sementes de café (em fins do século XVIII), in-troduzindo a célebre rubiácea em território brasileiro

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    O colega Auditor-Fiscal do Trabalho, aposentado, Ives Milton Ramagem Paz, de Joinville, Santa Catarina, que em 1998 lançou excelente livro de contos, com o título “Contando Histórias”, informou que está trabalhando em novo livro, que pretende concluir logo, ainda que não tenha data para o lançamento. Ives, que teve seu início literário participan-do de duas antologias, que reuniram trabalhos de contistas catarinenses, afirmou que tem a literatura escorrendo como o sangue nas veias. “Sou leitor constante. Sempre fiz da leitura, sobretudo dos clássicos, um dos maiores prazeres da vida. Foi essa tendência que me impulsionou a também escrever. Não tenho temática específica, mas os temas sociais, a vivência, que já me vai um pouco longa, as viagens, são minhas inspirações”.

    Ives, que estava acompanhado da esposa, dona Záira, falou à reportagem do ELO no saguão do Hotel Ibis, em Florianópolis, durante o 26º ENAFIT. O colega Ives e a es-posa Záira vão completar 55 anos de casados. Eles têm três filhos. Entrou no Ministério do Trabalho em 1953, num tempo pioneiro, quando as Delegacias Regionais tinham pouco mais de dois ou três anos de existência. Além de pequeno período em Lages, sempre trabalhou em Join-ville. Vivenciou toda a evolução da Inspeção do Trabalho, em Santa Catarina, numa época em que quase nada havia e as próprias seções iam sendo implantadas, na medida em que determinada lei criava um novo serviço. O próprio

    Colega AFT Ives – mais um contista

    sindicalismo era incipiente, restrito às grandes cidades e o trabalho rural começava a sair da informalidade total, com os primeiros contratos de trabalho anotados em CTPS pe-los fazendeiros.

    No campo literário, Ives Paz diz ter uma grande influ-ência de Machado de Assis, cuja obra não só conhece to-talmente, como relê, com freqüência, os principais livros. Menciona, ainda, alguns autores preferidos, como o russo Anton Checov, o francês Guy de Maupassant, a neozelan-desa Catherine Mansfield e a quase grande unanimidade da língua portuguesa, Eça de Queiroz.

    O colega Ives, de fala pausada, não esconde o entusias-mo, e mesmo a emoção, ao comentar seus autores predile-tos. “A literatura me fascina” finalizou ele.

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    Lupi emocionou-se com a grande placa que re-cebeu do SINAIT, externando os agradecimentos da categoria pelo modo sempre solidário como tem tratado os pleitos da Auditoria Fiscal do Trabalho. O texto da placa consubstancia trecho de discurso do Presidente Getúlio Vargas, pronunciado no Es-tádio de São Januário, no Rio de Janeiro, no dia 1º de maio de 1940. O Ministro disse que colocará a placa em seu gabinete, no Ministério do Trabalho, em Brasília, para inspirá-lo em todas as decisões.

    No discurso de agradecimento o Ministro Carlos Lupi enfatizou que não há Estado, sem seus fun-cionários. Que no Brasil, infelizmente, criou-se uma certa cultura de hostilidade aos servidores públi-cos, sempre acusados de tudo de ruim que ocorre no país. Mas salientou que o corpo de servidores do MTE é muito bom, produtivo, prestativo e faz a máquina administrativa funcionar de modo nor-mal.

    Dirigindo-se aos Auditores Fiscais do Trabalho disse que só neste ano 300 mil brasileiros já tiveram a CTPS anotada, e esse fato, altamente auspicioso,

    deve-se à ação dos Auditores Fiscais do Trabalho. “Vocês são sérios, responsáveis, competentes”.

    Lupi disse que estava em Florianópolis, tam-bém, para encaminhar ajuda às famílias catari-nenses duramente atingidas pelas enchentes, so-bretudo para a liberação do FGTS a essas famílias que tudo perderam na catástrofe que se abateu sobre o vale do Itajaí.

    (texto: Dalísio dos Santos)

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    “Abraçar esses amigos e amigas tão queridos, rever colegas que, às vezes, ficamos anos sem ter contato, é a principal razão, o principal motivo de estarmos aqui, no almoço de fim de ano”, disse, emociona-do, o colega AFT Robério Caffagni, Gerente Regional do MTE em São José do Rio Preto. Ele foi um dos vários Auditores que vieram de longe, percorrendo cerca de 700 quilômetros, para participar do almoço de confraternização natalina, promovido pelo SINPAIT no último dia qua-tro de dezembro.

    A reunião festiva contou com cerca de 150 Auditores e Auditoras Fiscais do Trabalho, inclusive com a superintendente regional, colega Lucíola Rodrigues Jaime. Preocupados com o fortalecimento da catego-ria, alguns Auditores, já veteranos, como o Armandinho Garcia e a Maria Clara Treffner, lembraram a importância de motivaram os colegas mais novos, dos concursos mais recentes, para que também participem de encontros, como este. “Afinal, o futuro é muito mais deles, que nosso.

    O Ministério do Trabalho só tem a ganhar com a chegada de novos Auditores. Eles são o sangue novo que vem rejuvenescer, e engrande-cer a Inspeção do Trabalho Brasileira. Inspeção à qual muitos dos que estão aqui, dedicaram toda sua vida profissional”.

    Homenagens

    Como sempre faz, a diretoria do SINPAIT prestou homenagens há colegas AFTs que, ao longo do ano, se destacaram por meio de traba-lhos técnicos voltados à Inspeção do Trabalho. Sob o comando do co-lega Jesus Bales, presidente do SINPAIT, os homenageados presentes receberam o bonito troféu, dentre eles o colega Celso Gambale, da Gerência de Santo André, que é mais antigo Auditor Fiscal do Traba-lho, do Brasil, em atividade. O colega Makoto Sato, Superintendente substituto e Chefe da Fiscalização na Superintendência – centro (área central da capital); colega Antonio Baptista Gonçalves Júnior, Chefe do Setor de Planejamento, que tem feito trabalho muito importante para o estabelecimento das prioridades da Ação Fiscal; e o colega Nelson Alves Gomes, hoje pertencente à atual diretoria do SINPAIT, aposen-tado após 56 anos de serviço público e que, injustiçado, com redução dos proventos, por ter saído na compulsória, iniciou uma luta solidária, dentro da Coordenadoria de Recursos Humanos do Ministério do Tra-balho e do Ministério do Planejamento, em Brasília e, após muita insis-tência e muita argumentação, provou a justiça de sem pleito e acabou atendido, o que estendeu essa decisão a todos os colegas aposenta-dos que estavam, como ele, recebendo proventos muito inferiores aos dos demais colegas.

    O homenageado não é avisado com antecedência

    O Presidente Jesus fez questão de afirmar que os nomes dos cole-gas homenageados são escolhidos após consulta à Diretoria, mas, eles não são avisados antecipadamente. Tanto isso é verdade que, temos troféus de anos anteriores a serem entregues e também deste ano, muitos não vieram recebê-los.

    A pedido da colega Luci, o colega AFT Mario Scanavinno, gerente em Barretos, por exemplo, se dispôs a levar os troféus para os colegas Evair de Jesus Zago, Gilmar Pereira da Silva, Job Epaminondas das Ne-ves e Luciano Moysés.

    Ao longo deste ano os Auditores da Agência de Barretos, ainda que formando um grupo muito reduzido, tiveram uma produção fiscal destacada, sobretudo no setor sucro-alcooleiro e da laranja.

    Rever colegas, objetivoprincipal da confraternização

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    A fiscalização do Trabalho rural no estado de São Paulo, ganha uma projeção especial, tanto por sua atuação preventiva, na área de saúde e segurança, como no combate ao trabalho degradante. Sobretudo na época de safra é preciso ação fiscal redobrada contra agenciadores de mão de obra. Eles recrutam trabalhadores em regiões distantes, que são colocados nas propriedades rurais em condições muito ruins de sobrevivência. Ficam alojados inadequados, sem água corrente, traba-lhando sem EPIs e, o que é mais revoltante, no final da safra podem acabar abandonados pelos agenciadores, que fogem, após receber o valor do contrato, deixando de pagar os trabalhadores. Há movimen-to, com adesão dos sindicatos, de trabalhadores rurais, no sentido de que os tomadores, empregadores rurais, somente contratem mão de obra com empresas de reconhecida idoneidade. E que o pagamento do contrato seja feito na presença dos trabalhadores, com o imediato repasse do dinheiro (salário) a cada um deles.

    Nova diretoria

    Em outubro passado houve eleição para nova diretoria do SINPAIT, eleita chapa única encabeçada pelo AFT Jesus José Bales, que tomou posse em outubro. Desta vez Jesus não discursou durante o almoço natalino. Preferiu falar em forma alegórica, mencionando como exem-plo, um trecho do livro “O vendedor de sonhos”,de Augusto Cury, para lembrar a importância da humildade, da solidariedade e, principal-mente, da fé e da tolerância. “Mais que ideologias e marketing político, o que vale é a crença nos valores nobres do ser humano. Infelizmente, hoje, a aparência conta mais que o conteúdo. A mentira dita mil vezes, com cinismo, passa a ser considerada verdade”.

    Jesus informou, aos colegas, ter criado quatro grupos de direto-res, que vão cuidar do acompanhamento das questões de política de classe, da estrutura da fiscalização do trabalho, das reuniões sociais, do

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    contato com o interior e da administração do sindicato. Espera contar com participação maior dos colegas e se empenhará na adesão de no-vos associados. “Quem tem consciência classista, mesmo não gostan-do de alguns diretores, filia-se ao sindicato. Faz isso porque sabe que o sindicato é o maior instrumento de luta no alcance de conquistas para a categoria. Mas se é lamentável colegas auditores não se associarem, é inaceitável a conduta daqueles que, sendo sócios, abandonam o sin-dicato. A estes faltará sempre respaldo moral para qualquer crítica à diretoria”, destacou Jesus. Cercado de colegas que indagavam sobre a nova forma de vencimentos – o subsídio – Jesus pediu que tenham calma e acompanhem de perto os acontecimentos. “É claro que haverá uma forma de avaliação do trabalho do AFT. Isso é justo e necessário. Mas a categoria deve ser ouvida pela SIT e estar preparada para ofere-cer sugestões práticas, se forem solicitadas”.

    Crise e Desemprego

    Em várias rodas de AFTs o assunto foi a crise mundial que está atingindo em cheio as economias nacionais do primeiro mundo. “O Brasil continua mantendo sólidos seus fundamentos econômicos, mas essa alta vigorosa do dólar deixa claro que o Brasil acabará atin-gido. O pessoal mais bem informado, que freqüenta nossa repartição, traz, a cada dia, notícias de grandes empresas que estão entrando em férias coletivas e, para o início do ano, pode haver novidades ruins, com cortes de pessoal. Mas de prático, ainda não há nada”, disse o colega Eduardo Rebouças, da GRTE/Osasco. “O medo do desempre-go assusta de novo. Muitos empregados já estão perdendo o sono”, afirmou o colega aposentado João Víspico. E o veterano colega Ca-lixto Soubihe, ouvindo essa afirmação, lembrou um filme clássico, de Hollywood, dos anos 1950, o “salário do medo”: “O trabalhador con-vive com o medo, com a pressão, de todas as formas. Quem assistiu o “salário do medo”, viu o pânico que se apoderava dos caminhoneiros que transportavam nitroglicerina para as explosões, na abertura das minas, no interior da Bolívia. As estradas eram péssimas, serpentean-do abismos, nas encostas dos Andes. Os comboios seguiam muito devagar e bastava um passar sobre uma pedra mais dura, sacudindo a carga explosiva, para todo mundo entrar em pânico. Era um traba-lho de alto risco, mas que dava um bom ganho por viagem”. O colega Calixto não só gosta muito de cinema, como é bastante conhecedor dessa arte, que acompanha desde a juventude.

    Outra colega sempre cercada de amigas e amigos era a auditora Darcy Rizzo Hungueria. Ela fez recente viagem ao Japão e à China e tem sempre relatos muito interessantes de tudo que viu “tudo na Chi-na é grande. Por ter cerca de um bilhão e trezentos milhões de pessoas a população chinesa necessita de uma presença total, do Estado, para suprir as necessidades básicas. E a crise econômica também chegou para eles. Nestes últimos dez anos aumentou muito o fluxo de traba-lhadores rurais para as cidades. Agora, com a queda produção, o de-semprego pode mandar esses milhões de trabalhadores de volta ao campo”, explicou Darcy.

    Ao final do almoço, continuaram em um bate-papo, com mui-to saudosismo e muita história os colegas Caffagni, Taques (São José do Rio Preto), Paes (Indaiatuba), Luci e Jesus. Essa conversa durou até às 18:00 horas.

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    O colega AFT Ricardo Davi Diba, sediado na agência de Poços de Caldas/MG (do concurso de 1994), estava presente no 26º ENAFIT, em Florianópolis, e ficou muito feliz ao rever amigos Auditores de São Paulo, pois, ao ser nomeado, trabalhou durante algum tempo na DRT/Central, na rua Martins Fontes, na capital paulista.

    Ricardo Diba afirmou que nessa área, do sul de Minas, a de-manda maior é para a fiscalização rural. Essa região é, atualmente, a maior produtora de café, do Brasil. As propriedades são, geral-mente, de médio e grande porte e a atividade fiscal torna-se mais intensa durante o período da colheita, que se estende de março até novembro, ou dezembro. A maioria da mão-de-obra é local, porem também há mobilização de trabalhadores vindos de regi-ões mais distantes, mas sempre dentro do próprio Estado. Poucas vezes ocorrem denúncias contra “gatos”, pessoas que agenciam trabalhadores, geralmente desonestos.

    Diba destacou que há informalidade, porém, no mais das vezes, os empregados são registrados. Contudo há problemas nas áreas de saúde e segurança. Nem sempre os alojamentos obedecem os pa-drões mínimos de conforto e asseio, bem como há falta de EPIs. As-sim, a ação Fiscal, quando necessário, torna-se bastante rigorosa. Ela sempre obriga empregadores a cumprirem as normas que regulam a proteção do trabalhador. Além dos extensos cafezais, como em Guaxupé, há, também, um vasto cinturão verde, com produção em larga escala de hortaliças, sobretudo de tomates, a qual é enviada diariamente aos “CEASAS” de Campinas e São Paulo. Como nas cul-turas de café, a Fiscalização do Trabalho também atua, com regulari-dade, nas propriedades de hortaliças, sempre buscando combater a informalidade e proteger a saúde dos trabalhadores, principalmente obrigando empregadores a manter formas de prevenção de aciden-tes, e manuseio correto de equipamentos e produtos químicos.

    As longas distâncias em Roraima

    Justamente com Ricardo Diba estava o colega Evandro Alonso Martins, 33 anos, concurso de 2003, atualmente lotado na Superin-tendência de Goiás, em Goiânia, onde é analista de processo.

    No entanto, o começo de carreira Evandro foi uma experiên-cia muito rica. Ele foi designado para Roraima, onde trabalhou até 2007, ou seja, quatro anos de fiscalização de campo no Es-tado Roraimense. Ele informou que lá são, em média, dez Audi-tores Fiscais do Trabalho e, assim, cada um tem de fazer todos os serviços que aparecem, pois a necessidade obriga essa poli-valência. A informalidade mantém-se muito alta em Roraima. As distancias são grandes, as estradas são danificadas de modo constante pelas chuvas, dificultando o trânsito de veículos e o acesso aos locais de trabalho, sobretudo na zona rural. Nas áreas urbanas a principal atividade econômica vincula-se à construção civil e nas áreas rurais são o cultivo de arroz e a exploração da ma-deira, com muitas madeireiras. Como se trata de madeira para a celulose, os bosques quase sempre são de acácias. A fiscalização tem direcionado mais força para as atividades das madeireiras, na região central e sul do Estado em direção ao Amazonas. Os Auditores têm de esperar a diminuição das chuvas para viajar ao

    Colheita do café mobiliza fiscalização no sul de Minas

    interior, nas fiscalizações rurais. “Gostava de fiscalizar em Roraima e também estou muito feliz com o trabalho que estou fazendo em Goiânia. Ainda é início de carreira, mas sinto que a Inspeção do Trabalho é fascinante”, diz Evandro Martins. Antes de ser apro-vado no concurso para AFT ele era funcionário do TRT – 2ª Re-gião, em São Paulo.

    A falta de AFTs

    Nas conversas com colegas AFTs, de vários Estados, a repor-tagem ao O ELO registrou que uma queixa constante é o número reduzido de Auditores Fiscais, para uma demanda de serviço cada vez maior, nas superintendências regionais. Há agências fechadas, e outras na iminência de fechar, por falta de AFTs e funcionários.

    Exemplo disso foi mencionado pelo colega Auditor Fiscal Cláudio Almir da Silva, de Cruz Alta, no Rio Grande do Sul. Cláu-dio não só é o chefe, como único funcionário da Agência do MTE na cidade. Já com a contagem de tempo completa, para aposen-tadoria, ele não quer se aposentar para que a agência de Cruz Alta não seja fechada. “Essa situação me traz muita angústia. São muitos anos aqui. Quero me aposentar, mas não queria que mi-nha cidade ficasse sem a repartição do Ministério do Trabalho”, diz o veterano colega Cláudio Almir . Com orgulho ele lembra que Cruz Alta é terra natal de Érico Veríssimo, um dos maiores escritores brasileiros.

    Alojamentos

    A colega AFT Marta Britto, mineira de Juiz de Fora, também do concurso de 2003, ficou dois anos no Estado do Acre e depois foi transferida para Minas Gerais, atuando, hoje, na Gerência de Gover-nador Valadares. Quando foi levantada a questão das condições de conforto nos alojamentos rurais, sobretudo o controvertido uso da rede de dormir, ela lembrou que nem sempre é possível exigir a cama convencional, porque o trabalhador muitas vezes não acei-ta. Quando há beliches, os trabalhadores correm para ficar com as camas de baixo para estender a rede. É uma questão cultural. O fa-moso escritor e folclorista do Rio Grande do Norte, Câmara Cascu-do, chegou a fazer um trabalho muito sério, e bonito, sobre a rede de dormir nos hábitos da gente nordestina. A escritora cearense Raquel de Queiroz também falava de sua preferência em dormir em rede. Contudo há certa divergência nas duas normas regula-mentadoras que versam sobre a questão, sendo que uma delas, a 31, chega aceitar o uso da rede, e a 18, não.

    A colega Marta disse que na região de Governador Valadares há uma situação atípica com os pescadores do Rio Doce. Para ob-ter o seguro desemprego, durante o período da Piracema (época da desova, quando a pesca é proibida) gente que nunca foi pes-cador consegue a carteirinha profissional de cadastramento, e se apresenta para receber o auxílio. Quem faz esse cadastramento são as colônias de pesca, ao longo do rio. Como esse tipo de frau-de está crescendo, já há sugestão para que o seguro-desempre-go somente seja pago mediante outra forma de prova do efetivo exercício da atividade de pesca.

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    Sob o título “Críticas e sugestões ao anteprojeto de lei que versa sobre contratação de serviços terceiri-zados, elaborado pelo MTE”, um grupo de 45 Auditores Fiscais do Trabalho de Minas Gerais distribuiu um documento técnico, aos participantes do 26º ENA-FIT, em Florianópolis, firmando posição a respeito e apontando todos os equí-vocos contidos nessa proposta do Mi-nistério do Trabalho e Emprego. A cole-ga Dolores Jardim leu um resumo dessa crítica na plenária do ENAFIT, durante a tribuna livre, destacando que o funda-mental é extinguir a prática da terceiri-zação porque, na verdade, já ficou pro-vado que ela nega direitos básicos dos trabalhadores, fragiliza as relações de emprego e atenta contra a organização do trabalho e a organização sindical.

    A colega Rosa Maria Campos Jorge, Presidente do SINPAIT, concordando com a crítica dos Auditores mineiros, disse que foi à SIT, para se inteirar des-se projeto, e lá foi informada que a Se-cretaria nada sabia a respeito, pois não foi consultada sobre o estudo. Consta que o anteprojeto foi elaborado pela Secretaria de Relações do Trabalho e enviado diretamente ao Ministro Car-los Lupi, para o encaminhamento final. Se aprovado, não só ampliará a tercei-rização de atividades, como enfraque-cerá a Auditoria Fiscal do Trabalho.

    Salário equitativo

    O documento dos colegas mineiros – um memorial bem fundamentado – faz várias críticas e sugestões para me-lhorar a proposta governamental. Re-produzimos um trecho das sugestões:

    Inicialmente, sugere-se que o ante-projeto de lei acolha o conceito de sa-lário equitativo, determinando que nos casos de terceirização lícita, os traba-lhadores da empresa contratada devem perceber remuneração equivalente à percebida pelos empregados da mesma categoria da empresa tomadora, inclu-

    Terceirização: AFTs de MG criticam proposta do MTE

    sive os direitos previstos no respectivo instrumento normativo coletivo apli-cável aos trabalhadores da tomadora, como: salário base, adicionais, gratifica-ções, prêmios, salários in natura, etc.

    Conforme acima mencionado, as questões relativas à saúde e segurança no trabalho sofrem grande impacto com a terceirização. Não basta obrigar as con-tratadas ao cumprimento das normas de saúde e segurança. O anteprojeto deve estabelecer que o gerenciamento dos riscos, e, portanto, a melhoria do meio e das condições trabalho, sejam de res-ponsabilidade da tomadora de serviços, enquanto gestora e responsável primeira pelo efetivo cumprimento de todas as obrigações relativas à saúde e seguran-ça no trabalho, atingindo todos os seres humanos que laboram inseridos em seu processo produtivo e em seu benefício.

    A responsabilização da tomadora de serviços, beneficiária final dos ser-viços dos trabalhadores terceirizados, e responsável pela contratação e fisca-lização dos serviços da empresa tercei-rizante, deve ser sempre solidária, em harmonia com o disposto no artigo 942 do Código Civil, norma que assegura uma proteção mais ampla e efetiva ao trabalhador.

    Sugere-se que sejam acrescentados no anteprojeto de lei alguns dispositivos à proteção dos trabalhadores tempo-rários, haja vista as inúmeras fraudes perpetradas neste tipo de contratação precária. Seria salutar inserir no ante-projeto as seguintes alterações: Revo-gação da Lei 6.019/74, possibilitando a contratação por prazo determinado nas hipóteses previstas no artigo 2º da Lei 6.019/74, somente mediante a con-tratação direta pela empresa tomadora de serviços nos moldes do artigo 443 da CLT, mas somente quando a prestação se der na atividade fim. A contratação por prazo determinado na atividade meio, poderá ocorrer por intermédio de empresa prestadora de serviços, nos li-mites acima expostos.

    Os Auditores-Fiscais do Trabalho, reunidos no 26º ENAFIT, em Florianópolis, não esconderam a revolta contra deputados estaduais mineiros e aprovaram moção de repúdio pelo fato de a As-sembléia Legislativa de Minas Gerais ter outorgado ao Sr. Astério Mânica, Prefeito de Unaí (MG), me-dalha de honra ao mérito, uma das honrarias mais importantes do Estado Mineiro. Mânica foi recebido em sessão solene, no Legislativo Mineiro, em no-vembro último, para receber a insígnia.

    A categoria dos auditores-fiscais do traba-lho passou a recolher adesões para um abaixo assinado a ser enviado à Assembléia de Minas Gerais, pedindo o cancelamento dessa outorga, pela indignidade do homenageado.

    Como se sabe os irmãos Astério e Norberto Mânica, opulentos fazendeiros em Unaí, interior de Minas, foram apontados como mandantes da bárbara chacina de Unaí, em 2004, quando as-sassinos de aluguel mataram quatro funcionários do Ministério do Trabalho e Emprego, sendo três auditores-fiscais e um motorista, todos fuzilados friamente, à queima roupa, dentro da viatura ofi-cial do órgão. O crime teria ocorrido em repre-sália pelo fato de que os colegas fiscalizavam fazendas nessa região, entre elas propriedades dos irmãos Mânica, considerados os maiores produtores de feijão do mundo.

    A chacina foi tão violenta que alcançou repercussão internacional e intervenção da Or-ganização Internacional do Trabalho junto ao governo brasileiro, denunciando a fragilidade da segurança pessoal que oferece aos agentes pú-blicos em atividade de campo.

    Astério e Norberto chegaram a ser presos. Contudo, para escárnio do Estado brasileiro de Direito, Astério, mesmo preso, manteve-se como candidato a Prefeito de Unaí, foi eleito e saiu di-reto da cela para assumir o cargo de Prefeito, em meio à grande manifestação popular.

    Agravando o deboche, neste ano Mânica foi reeleito prefeito de Unaí. Esses fatos infames, mais que tripudiar sobre a memória de nossos colegas assassinados, agridem os mais caros sentimentos de todo o povo brasileiro. Compõem o retrato lamentável da situação violenta e desres-peitosa que predomina no país. E, prova disso, é a homenagem da Assembléia Legislativa de Mi-nas Gerais ao Prefeito Astério Mânica. A brava, patriótica e solidária gente mineira não merecia essa humilhação de seus Deputados Estaduais.

    O jornal “Folha de São Paulo”, na edição do dia 28.11.08, publicou nota de protesto da UNA-FISCO SINDICAL/SP contra a homenagem que os Deputados Estaduais de Minas Gerais pres-taram ao Prefeito de Unaí.

    AFTs repudiam ato do

    legislativo mineiro

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    O ELO

    O presidente Evo Morales mostra-se cada vez mais determinado a impedir a presença econômica brasileira na Bolívia. Desta vez, como relatou a jornalista Denise Chrispim Ma-rin, na edição de 05/09/2008, do jornal O Estado de São Paulo, o governo bo-liviano contratou, sem qualquer licita-ção, o consórcio canadense Tecsul para projetar e construir a usina hidrelétrica do Cachanela Esperanza, no Rio Beni, um afluente do Rio Madeira, próximao à divisa com o Brasil. Pelo acordo de Mo-rales e a Tecsul, o projeto deve ser en-tregue até julho de 2009, e a hidrelétrica estará pronta em meados de 2015.

    Com essa iniciativa o presidente Morales rechaçou a proposta do gover-no brasileiro de construir essa hidrelé-trica numa forma de projeto binacional, servindo como forma de compensação aos supostos prejuízos que poderiam ser gerados pelas futuras usinas de Jirau e Santo Antonio, que serão construídas no Rio Madeira, em Rondônia. O gover-no de Morales vem tentando obstruir esses dois projetos brasileiros, alegan-do prejuízos ambientais na área bolivia-na de fronteira. E justamente para criar caso com o Brasil, a empresa boliviana de eletricidade (ENDE), que é a estatal de energia do país, contratou a mesma Tecsul para elaborar relatório sobre o impacto ambiental que as represas de Jirau e Santo Antonio poderão causar no território boliviano. A Bolívia, cujo governo vive dizendo que o país é po-bre, porque é explorado pelo Brasil, vai torrar U$ 8 milhões, com a Tecsul, para consumar mais essa provocação.

    Conforme o relato da jornalista Denise Chrispim Marin, o Itamaraty interpretou a decisão do governo Mo-rales como clara aversão a qualquer cooperação do Brasil no setor de ener-gia elétrica, ainda mais que se trata do aproveitamento hídrico do Rio Madei-ra. O governo brasileiro, tentando abrir diálogo para o amplo esclarecimento da questão, marcou reunião com os di-rigentes bolivianos para agosto passa-

    Governo de Evo Morales continuahostilizando o Brasil

    do, mas o governo Morales protelou o encontro para novembro. O Canadá, ou a Tecsul, nunca tiveram presença eco-nômica, ou social, na Bolívia. Já o Brasil, ainda hoje, é um dos principais países que investem na Bolívia e a Petrobras, mesmo extorquida pelo governo de Evo Morales, em parte de seus ativos, ainda é a empresa estrangeira que mais paga impostos ao Governo Boliviano. Sem contar as centenas de bolivianos que rotineiramente atravessam a fron-teira para viver e trabalhar no Brasil.

    O gás

    Outro golpe que o governo bolivia-no desfechou contra o Brasil, foi no setor do gás natural. Foram os pesquisadores brasileiros, ainda nos anos 1970, que descobriram as formidáveis jazidas de El Mutum, no departamento de Santa Cruz. Foi a Petrobras quem instalou e desenvolveu os principais campos de extração de gás, na Bolívia, arcando com todos os gastos. Foi o Brasil que cons-truiu o imenso gasoduto que liga Santa Cruz De La Sierra a Paulínia, em São Pau-lo. O Brasil sempre pagou à Bolívia o pre-ço fixado nos acordos bilaterais e nunca deixou de fazer pesados investimentos no país, mesmo porque o gás natural, mesmo sendo muito importante para o abastecimento do Brasil, Argentina e Chile, tornou-se o principal produto na sustentação econômica da Bolívia.

    Eleito presidente, em primeiro de maio de 2006 Evo Morales confiscou as instalações da Petrobras nos campos de San Alberto e San Andres, fazendo ocupação militar dessas propriedades, e praticamente expulsando os brasilei-ros. Essas duas áreas de produção são fundamentais no fornecimento exter-no do gás. Como Morales atuou aber-tamente sob inspiração do presidente Hugo Chaves, da Venezuela, aceitou a presença de técnicos venezuelanos, da PDVSA, para substituir os brasileiros, e reativar a extração do gás. A presença venezuelana fracassou. Um ano depois

    a produção caiu e ameaçou entrar em colapso. O governo boliviano, então, reaproximou-se dos brasileiros, visando consertar a situação, mas sem alterar o confisco patrimonial que praticara con-tra a Petrobras.

    Em 27 de agosto último o presiden-te Evo Morales estava na Líbia, acertan-do com o ditador Mohamar Khadafi, a entrega da exploração do gás boliviano para empresas Líbias. Isso ocorrendo, nova frente de tensão abre-se para o Brasil. Nosso país ainda tem, infelizmen-te, 40% de seu consumo interno de gás natural, dependendo de importação da Bolívia. Se já vem sendo extremamente difícil a negociação com os dirigentes bolivianos, certamente com os líbios não será diferente. Sobretudo porque os dirigentes bolivianos e líbios colo-cam, com destaque, os componentes político e ideológico, nas negociações comercias, quando a relação de comér-cio, entre países, está acima de qualquer imposição dessa natureza. Vende quem quer, compra quem precisa.

    Piorando o quadro, internamente a Bolívia dilacera-se na luta política entre o presidente Evo Morales e os governadores de cinco, dos principais departamentos, que lhe fazem opo-sição. É o choque racial que divide a Bolívia em duas: os indígenas, da parte alta e os “cambas” (mestiços) que estão nas planícies, o coração econômico do país. Há mais de dois anos o país vive clima de guerra civil. Morales somente impõe sua autoridade na região An-dina (nos altiplanos), onde é maior a presença indígena, sobretudo de sua etnia Aimará. O presidente não é res-peitado nos ricos departamentos de Santa Cruz, Pando, Beni, Tarija, a região da “meia lua”, que sustenta o país, e há pouco seu helicóptero não foi autori-zado a descer em Cochabamba. Santa Cruz é que tem os principais campos de gás e, para pressionar o governo de Morales, está ameaçando paralisar a produção, o que seria um desastre para Brasil e Argentina. (D.S.)

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    Em crise, GEAP modifica cobrança extinguindo pisos e tetos

    O Conselho Deliberativo da Fun-dação – GEAP, reunido em Brasília, em 13 de novembro último, decidiu fixar um valor fixo, por benefício, para o pagamento mensal dos planos. A partir de agora não há, mais, piso e teto, o que atinge, princi-palmente, servidores de baixa renda que tem muitos familiares inscritos.

    O GEAP-Saúde passa a custar R$ 115,19, por beneficiário, o GEAP-Clássi-co passa a custar R$ 80,47 por benefici-ário. A cobrança dos novos valores en-tra em vigor em 1º de janeiro de 2009.

    O colega AFT José Nonato Moreira Aquino, da Paraíba, que representa os servidores no Conselho da GEAP, disse que essa foi a única alternativa para conter o crescimento do déficit, da instituição, e um possível colapso no atendimento dos associados.

    Os planos de saúde da GEAP aco-lhem servidores públicos federais de vários ministérios e autarquias, inclu-sive do MTE. Uma possível suspensão do atendimento levará ao desespero milhares de famílias de servidores federais, pois, até aqui, mesmo com deficiências, os planos de saúde da GEAP tem sido a salvação dos servido-res filiados. Se numa situação limite os servidores perderem a GEAP, a maioria ficará sem nada, pois não terá meios para se inscrever em outro plano de saúde, vez que hoje esse serviço é dos mais caros no país.

    Em São Paulo o atendimento hos-pitalar, sobretudo de urgência, está cada vez mais precário.

    Eis a nota divulgada pela direção da GEAP, informando sobre a alteração na cobrança dos planos:

    “Na data de ontem 13/11/08, o Con-selho Deliberativo da GEAP aprovou um novo modelo contributivo da GEAP, vi-sando a sustentabilidade da Fundação.

    O Conselho Deliberativo da Funda-ção, após analisar exaustivamente vá-rios cenários de modelo de contribuição, o perfil dos assistidos e , principalmente,

    uma série histórica de cinco anos sobre a sustentabilidade do custeio do plano GEAPSaúde, verificou que hoje é impos-sível manter o modelo contributivo atu-al, sem gerar desequilíbrio financeiro, distorções e injustiças.

    Com isso, decidiu por extinguir os pi-sos e tetos e estipular para o custeio dos planos um valor fixo, por beneficiário inscrito, independente da idade, confor-me os seguintes parâmetros:

    GEAPSaúde – R$ 115,19, por beneficiário•GEAPClássico – R$ 80,47, por beneficiário•GEAPEssencial – R$ 68,01, por beneficiário•GEAPReferência – R$ 54,50, por beneficiário•

    Os novos valores serão cobrados a partir de janeiro de 2009.

    É importante conscientizar os nossos assistidos que as medidas visam sanear as crises orçamentárias, originárias de dé-ficits nos custeios, provocados pelos cres-centes custos assistenciais, pelo aumento da expectativa de vida e, conseqüente, en-velhecimento da carteira de assistidos.

    Os pisos e tetos foram uma solução no passado, mas hoje tornaram-se fonte de reclamação dos servidores, pois tam-bém geram distorções e injustiças. Pela regra os assistidos não contribuem com o mesmo percentual, principalmente os que têm família ou salários maiores, ficando o plano pouco atrativo para as pessoas jovens e sem família.

    Outra questão que onera os custos do plano é o número de familiares colo-cados como dependentes de titular, pois este contribui com um valor equivalente ao plano para uma pessoa. Por exemplo, considerando um servidor com salário de R$ 1.950,00 e seis dependentes, ele paga uma única contribuição de R$ 156,00 (8% do salário limitado a pisos e tetos).

    Todas essas questões, ao longo dos anos, geraram um déficit financeiro crônico na Fundação o que tem provo-cado instabilidade e conseqüente que-da de qualidade no atendimento, uma vez que a instituição tem dificuldade de honrar seus pagamentos no prazo con-tratual acordado.”

    O colega Auditor-Fiscal da Receita Federal, aposentado, Paulo Jobim, foi escolhido pelo Prefeito eleito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, para ser o Secretário Municipal de Administra-ção.

    Quando Francisco Dornelles foi Ministro do Trabalho, no segundo mandato do Presidente Fernando Henrique, Paulo Jobim foi o Secretá-rio Executivo do Ministério. Posterior-mente, quando Dorneles se afastou para reassumir a Cadeira de Deputado Federal, Jobim assumiu como Ministro do Trabalho, cargo que ocupou até o final do Governo.

    Jobim, que fez toda sua carreira pública como auditor da antiga Re-ceita Federal, deixou sua passagem pelo Ministério do Trabalho marcada por gestão muito competente e de excelente diálogo com os Auditores-Fiscais. Numa de suas viagens a São Paulo fez questão de visitar o SINPAIT, ocasião que manteve longa conversa com os dirigentes paulistas.

    Jobim, enquanto esteve no Mi-nistério do Trabalho e Emprego, foi sempre um colega e amigo prestativo. Foi por essa ocasião que a categoria alcançou sua principal conquista: a elevação à condição de Auditor-Fiscal do Trabalho. Esse fato não só dignifi-cou a Inspeção do Trabalho brasileira, como fez justiça, equiparando-nos aos colegas da Receita e da Previdência. E, nos deu, principalmente, uma re-muneração digna, o que a categoria levou anos de luta para alcançar. Por isso, nós aqui de São Paulo, ficamos felizes em saber que Paulo Jobim será Secretário da Administração, na Prefei-tura do Rio de Janeiro. Temos certeza de que desenvolverá, nesse cargo, um excelente trabalho, sobretudo por sua larga experiência e competência no trato da coisa pública.

    Jobim nomeado Secr