023 Protocolo de Traumatismo Raquimedular Cervical Tratamento Agudo

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Protocolo de Traumatismo Raquimedular Cervical (tratamento agudo)

023ESTABELECIDO EM 10/05/2008 LTIMA REVISO EM 18/12/2009NOME DO TEMA \\

Protocolo de Traumatismo Raquimedular (tratamento agudo)

RESPONSVEIS UNIDADE \\

Dr. Newton Godoy HJXXIII Dra. Maria Amlia Ferreira Rocha HJXXIII

COLABORADORES \\

Dr. Ricardo Romeiro HJXXIII Csar Guerra (sioterapeuta) HJXXIII

VALIDADORES \\

Comisso Central de Protocolos Clnicos e Sociedade Mineira de Neurocirurgia

INTRODUO / RACIONAL \\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\ O trauma raquimedular apresenta taxa de incidncia em torno de 11 mil casos por ano no Brasil. A leso da medula espinhal acomete pessoas jovens, em sua maioria, na faixa etria entre 18 e 40 anos, tendo como principais causas: acidentes de trnsito, mergulho em guas rasas (vero) e traumatismos por arma de fogo. As intervenes precoces devem minimizar os danos fsicos, psquicos e sociais inerentes patologia. OBJETIVOS \\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\ Sistematizar o atendimento inicial ao paciente vtima de trauma raquimedular; Identicar o nvel da leso; Classicar o grau de acometimento medular; Padronizar aes sequenciais que otimizem a recuperao do paciente, seja cirrgico ou conservador. MATERIAL/PESSOAL NECESSRIO \\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\ 1. Equipe multiprossional e interdisciplinar treinada para o acolhimento do paciente, composta por: mdico clnico, enfermeiro, tcnicos (de radiologia, de enfermagem treinados para remoo, de laboratrio), assistente social, psiclogo, nutricionista e sioterapeuta. 2. Equipe mdica e de enfermagem treinada segundo os preceitos da ATLS; 3. Neurocirurgio; 4. Ortopedista; 5. Urologista; 6. Anestesista com experincia em cirurgia de coluna; 7. Radiologia convencional, tomograa computadorizada, resso nncia magntica; 8. Infraestrutura de bloco cirrgico 24 horas (sala de cirurgia com mesa cirrgica radiotransparente); 9. Intensicador de imagem; 10. Instrumental cirrgico especco para cirurgia de coluna; 11. Equipamentos para ventilao (invasiva e no invasiva); 12. Material para vericao de sinais vitais, balano hdrico, manuteno da higiene e conforto, da integridade cutnea, mobilizao e imobilizao; 13. Cuidados especiais com a alimentao, eliminaes urinrias e intestinais, sono e repouso, secrees respiratrias; ATIVIDADES ESSENCIAIS \\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\ 1. Admisso na sala de emergncia com mobilizao e imobilizao adequadas (realizada pelo mdico de planto na emergncia, com habilitao pelo ATLS); 2. Identicao das comorbidades e outros acometimentos relacionados ao trauma, com exame clnico minucioso; 3. Ateno ao choque medular ou neurognico: hipotenso, bradicardia, vasodilatao; 4. Aplicao da Escala ASIA (se no houver instabilidade clnica) APNDICE I; 5. Instalao de medidas de ressucitao e suporte;

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6. Propedutica imaginolgica: Raio X simples; Raio X funcional; Tomograa; Ressonncia magntica (na suspeita de leses de partes moles). 7. Tomada de deciso: APNDICE II. ITENS DE CONTROLE \\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\ 1. Nmero de complicaes denitivas (paraplegia e tetraplegia) em pacientes socorridos por pessoal treinado x pacientes socorridos por leigos; 2. Nmero de complicaes denitivas em submetidos cirurgia x tratamento conservador. SIGLAS \\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\ TC Tomograa Computadorizada TCCC Tomograa Computadorizada de Coluna Cervical TRM Traumatismo Raquimedular IRM Imagem de Ressonncia Magntica APNDICE I \\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\EXAME NEUROLGICO DO LESADO MEDULAR

Motor Msculos Chaves C5 C6 C7 C8 T1membro superior Total (mximo)

tato leve

toque de agulha

Flexores do cotovelo Extensores do punho Extensores do cotovelo Flexores dos dedos abdutor do poelgar + t =

0 = ausente 1 = diminudo 2 = normal NT = no testvel

D E C2 C3 C4C 5 C6 C7 C8 T1 T2 T3 T4 T5 T6 T7 T8 T9 T10 T11 T12 L1 L2 L3 L4 L5 S1 S2 S3 S4-5

D E

textS3 S4-5

Comentrios 0 = paralisa total 1 = contrao visvel sem movimento articular 2 = movimento ativo sem vencer oposio de fora de gravidade 3 = movimento ativo contra fora da gravidade 4 = movimento ativo contra alguma resistncia 5 = movimento ativo contra grande resistncia NT = no testvel

textS2

L 2 L 3

L 2 L 3 S2

text

L2 L3 L4 L5 S1membro inferior Total (mximo)

Flexores do cotovelo Extensores do joelho Dorso flexores do tornozelo Extensor do Hlux Flexor plantar do tornozelo +(25) (25)

L 4 S1 L5

L 4 S1 L5

=(50)

Contrao anal voluntria (sim/no)

Qualquer sensao anal

+ ndice Motor Total +

= =

ndice toque de agulha ndice tato leve

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Nvel NeurolgicoO segmento mais caudal com funo normal

D Sensitivo Motor

E

Completa ou incompletaIncompleta = qualquer sensao ou funo motora de s4-S5

Zona de preservao parcial

D Sensitivo motor

E

ASIA - Escala de Reduo

GRAU DE FORA MUSCULAR

0 Paralisia total. 1 Contrao visvel ou palpvel. 2 Movimento ativo, amplitude de movimento total se eliminada a gravidade. 3 Movimento ativo, movimento com amplitude normal contra a gravidade. 4 Movimento ativo, total amplitude do movimento, contra gravidade e contra alguma resistncia. 5 Movimento normal, com amplitude normal, contra gravidade e resistncia normal. NT No Testvel devido a fatores como dor, imobilizao ou contratura.ESCALA REDUO ASIA

o A= Completa: Nenhuma funo motora ou sensorial preservada nos segmentos sacrais. o B= Incompleta: funo sensorial, mas nenhuma funo motora est preservada abaixo do nvel neurolgico e inclui o segmento sacral S4-S5. o C= Incompleta: Funo motora preservada abaixo do nvel neurolgico, e mais da metade dos msculos principais abaixo do nvel neurolgico tem um grau de 3 ou 4. o D= Funo motora preservada abaixo do nvel neurolgico e no mnimo metade dos msculos principais; tem um grau de fora de 3 ou mais. o E= Normal: Funes motoras e sensoriais esto normais.SNDROMES CLNICAS

o o o o o

Sndrome Central da Medula Brown-Sequard Sndrome Medular Anterior Cone Medular Cauda Equina

ETAPAS NA CLASSIFICAO

1. 2.

3.

4.

A seguinte ordem recomendada na classicao de indivduos com leso medular Determinar o nvel de perda sensorial dos lados direito e esquerdo. Determinar o nvel motor para os lados direito e esquerdo. Nota: na regio onde no h mitomo a ser testado, o nvel motor presumido como o mesmo do nvel sensitivo. Determinar o nvel neurolgico. Esse o segmento inferior onde as funes motora e sensorial esto normais em ambos os lados, e o mais ceflico dos nveis motores e sensoriais determinados nas etapas 1 e 2. Determinar se a leso Completa ou Incompleta (preservao sacral): se no

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h contrao anal voluntria e toda a sensibilidade de S4 e S5 est abolida e no h sensibilidade anal a leso completa, por outro lado a leso incompleta. 5. Determinar o nvel de diminuio da escala ASIA A leso completa? Se sim, ASIA A Registre o nvel do dermtomo inferior ou mitomo com alguma preservao. A leso incompleta? Sim, contrao anal voluntria ou funo motora por mais de trs nveis abaixo do nvel motor em um dado lado. Esto, no mnimo, metade dos msculos principais abaixo do nvel neurolgico graduados como nvel 3 ou melhor: ASIA = C ASIA = D Se a sensibilidade e funo motora esto normais, ASIA E usada nos testes de avaliao do segmento clnico do paciente quando um indivduo, com uma documentada leso medular, tem recuperado suas funes normais. Se no exame neurolgico inicial do paciente nenhum dcit encontrado, o indivduo est neurologicamente intacto. A escala ASIA no se aplica. APNDICE II \\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\TOMADA DE DECISO

Resposta clnica

Paciente comatoso, confuso ou com fator de distraibilidade.

Paciente responsivo, orientado.

Paciente com concomitante TCE

Sem achados neurolgicos ou clnicos

Achados neurolgicos ou clnicos

TCCC TC de colunacervical e de Crnio

RX de coluna cervical em perfil AP trans-oral

Imagen adequada

Imagen inadequada

Negativo

Positivo ou Suspeito

Achado clnico Negativo

Excludo para leso de coluna cervical

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R E F E R N C I A S \\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\ GRAU DE RECOMENDAO / NVEL DE EVIDNCIA 1. Cervical Spine Immobilization before Admission to the Hospital Neurosurgery, Vol. 50, No. 3, March 2002 Supplemen. 2. PRACTICE MANAGEMENT GUIDELINES FOR IDENTIFYINGCERVICAL SPINE INJURIES FOLLOWING TRAUMA EAST Practice Parameter Workgroup for Cervical Spine Clearance Eastern Association for the Surgery of Trauma1998. 3. Classication of Lower Cervical Spine Injuries Timothy A. Moore, Alexander R. Vaccaro, and Paul A. Anderson, SPINE Volume 31, Number 11 Suppl, pp S37S43 4. Clinical Assessment after Acute Cervical Spinal Cord Injury Neurosurgery, Vol. 50, No. 3, March 2002 Supplement. 5. Guidelines for Management of Acute Cervical Spinal Injuries Neurosurgery, Vol. 50, No. 3, March 2002 Supplement. 6. Management of Acute Central Cervical Spinal Cord Injuries Neurosurgery, Vol. 50, No. 3, March 2002 Supplement. 7. Management of Acute Spinal Cord Injuries in an IntensiveCare Unit or Other Monitored Setting Neurosurgery, Vol. 50, No. 3, March 2002 Supplement. 8. Management of Pediatric Cervical Spine and SpinalCord Injuries Neurosurgery, Vol. 50, No. 3, March 2002 Supplement. 9. The Evolution of Spinal Instrumentation for the Management of Occipital Cervical and Cervicothoracic Junctional Injuries Joseph D. Smucker, and Rick C. Sasso, SPINE Volume 31, Number 11 Suppl, pp S44S52. 10. The Cochrane Database of Systematic Reviews 2007 Issue 1Date of last Subtantial Update: January 02. 2002. D

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