Upload
dangtruc
View
212
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
tran
ESTUDO INTEGRADO DE
USO E OCUPAÇÃO DO SOLO
E CIRCULAÇÃO URBANA
DA REGIÃO METROPOLITANA
DA GRANDE VITÓRIA
GOVERNO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
SECRETARIA DE ESTADO DE ECONOMIA E PLANEJAMENTO – SEP INSTITUTO JONES DOS SANTOS NEVES ‐ IJSN
RELATÓRIO III
Diagnóstico Consolidado
VOLUME I – Relatório Ambiental Final
Novembro de 2009
ESTUDO INTEGRADO DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E CIRCULAÇÃO URBANA DA REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE VITÓRIA
TECTRAN ‐ Técnicos em Transporte
APRESENTAÇÃO
A TECTRAN apresenta à Secretaria de Estado de Economia e Planejamento (SEP/ES) e ao Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) o Relatório III – Diagnóstico Consolidado – Relatório Ambiental Final relativo ao desenvolvimento dos “Estudos Integrados de Uso e Ocupação do Solo e Circulação Urbana da Região Metropolitana de Vitória (RMGV)”.
O Relatório III foi subdividido em 02 (dois volumes), sendo:
• Volume I – Relatório Ambiental Final
• Volume II – Mapas Ambientais Finais
O presente volume foi estruturado através dos seguintes itens:
‐ Contextualização das Características Ambientais;
‐ Objetivos;
‐ Materiais e Métodos;
‐ Resultados e Discussão;
‐ Considerações Finais.
Esse documento pretende consolidar as informações sobre as características ambientais e reconhecer as áreas de fragilidades ambientais da Região Metropolitana da Grande Vitória, para, assim, balizar a elaboração do Macrozoneamento Metropolitano.
ESTUDO INTEGRADO DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E CIRCULAÇÃO URBANA DA REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE VITÓRIA
TECTRAN ‐ Técnicos em Transporte
EQUIPE TÉCNICA
Arq. Maria Fernandes Caldas – Coordenação Técnica
Ar. Esp. Sérgio Myssior – Coordenação Técnica da Área Ambiental
Arq. Leonardo Furquim Werneck – Coordenação Geral
Arq. Paola Lisboa Codo Dias – Coordenação Executiva
Arq. Me. Eduardo Geraldi – Arquiteto e Urbanista
Bio. Me. Ernesto O. A. Lemes – Biólogo
Bio. Me. Thiago Igor F. Metzker ‐ Biólogo
Geo. Esp. Daniel Martins Sampaio – Geógrafo
Geo. Esp. Michel Jeber – Geógrafo
Soc. Me. Marina Guimarães – Socióloga
Eng. Me. Eduardo Cândido Coelho – Engenheiro de Transportes
Eng. Me. Silvestre de Andrade Puty Filho – Engenheiro de Transportes
Cláudio E. Mattioli Castro – Operador de Software GIS
Heloant Abreu Silva de Souza – Estagiária de arquitetura e urbanismo
Pedro Caiafa – Estagiário de engenharia ambiental
ESTUDO INTEGRADO DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E CIRCULAÇÃO URBANA DA REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE VITÓRIA
TECTRAN ‐ Técnicos em Transporte
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1: Classificação do Relevo ‐ RMGV ...............................................................................................15
Figura 2: Fluxograma metodológico para a análise de conflitos de preservação e zoneamento municipal ..............................................................................................................................................................25
Figura 3: Fluxograma metodológico para a análise de conflitos de preservação e uso e ocupação do solo ..............................................................................................................................................................28
Figura 4: Distribuição dos remanescentes de vegetação nativa na RMGV ...............................................31
Figura 5: Distribuição das áreas alagáveis e das tipologias de APPs relacionadas aos recursos hídricos na RMGV ....................................................................................................................................................34
Figura 6: Distribuição das APPs relacionadas aos recursos hídricos e das áreas alagáveis não sobrepostas às APPs na RMGV ..................................................................................................................................36
Figura 7: Distribuição das Áreas com Relevo Fortemente Montanhoso na RMGV ...................................39
Figura 8: Distribuição das Unidades de Conservação (UCs) na RMGV .....................................................42
Figura 9: Distribuição das Unidades de Conservação não Urbanizáveis e das APAs na RMGV .................45
Figura 10: Distribuição dos Planos de Informação Ambiental na RMGV ..................................................48
Figura 11: Áreas de Preservação Natural Integral e Áreas de Preservação com Ocupação Condicionada segundo Legislação Ambiental Federal ...................................................................................................50
Figura 12: Áreas de Preservação Natural Integral e das Áreas de Preservação com Ocupação Condicionada segundo Legislação Ambiental Federal e Municipal ..........................................................53
Figura 13: Classificação da Correspondência Metropolitana para Zoneamento Municipal ......................56
Figura 14: Identificação de Áreas de Conflito Relacionadas às Bases Ambientais e ao Zoneamento da RMGV ....................................................................................................................................................58
Figura 15: Categorias de Uso e Ocupação do Solo Utilizadas ..................................................................62
Figura 16: Identificação de áreas de conflito relacionadas às bases ambientais e ao uso e ocupação do solo atual da RMGV ...............................................................................................................................64
Figura 17: Áreas de Preservação Integral e áreas de Preservação com Ocupação Condicionada Propostas para a RMGV .........................................................................................................................................67
ESTUDO INTEGRADO DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E CIRCULAÇÃO URBANA DA REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE VITÓRIA
TECTRAN ‐ Técnicos em Transporte
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1: Dados secundários ..................................................................................................................21
Tabela 2: Tipologias de APPs relacionadas a recursos hídricos e faixa marginal ......................................22
Tabela 3: Combinações possíveis para a análise de conflitos ..................................................................26
Tabela 4: Combinações possíveis para a análise de conflitos ..................................................................29
Tabela 5: Área total e percentual de ocupação das formações vegetacionais nativas na RMGV .............32
Tabela 6: Ocupação das APPs relacionadas aos recursos hídricos e das áreas alagáveis não sobrepostas às APPs ‐ RMGV .....................................................................................................................................37
Tabela 7: Área total e percentual de ocupação das áreas com relevo fortemente montanhoso e das APPs de declividade acima de 100%................................................................................................................40
Tabela 8: Área total e percentual de ocupação das UCs na RMGV ..........................................................43
Tabela 9: Área total e percentual de ocupação das UCs não urbanizáveis e das APAs na RMGV .............46
Tabela 10: Área total e percentual de ocupação das Áreas de Preservação Natural Integral e Áreas de Preservação com Ocupação Condicionada segundo Legislação Ambiental Federal .................................51
ESTUDO INTEGRADO DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E CIRCULAÇÃO URBANA DA REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE VITÓRIA
TECTRAN ‐ Técnicos em Transporte
SUMÁRIO
1 Introdução .......................................................................................................................... 6
2 Contextualização ................................................................................................................ 8
2.1 Cobertura Vegetal Nativa ............................................................................................ 8
2.2 Recursos Hídricos ....................................................................................................... 12
2.3 Relevo ........................................................................................................................ 14
2.4 Unidades de Conservação .......................................................................................... 16
2.5 Objetivos .................................................................................................................... 20
2.6 Materiais e Métodos.................................................................................................. 21
2.6.1 Análise e Modelagem dos Planos de Informação Ambiental em Ambiente SIG ................21
2.7 Áreas de Preservação Propostas para o Macrozoneamento da RMGV ..................... 23
2.8 Áreas de Preservação versus Correspondencia Metropolitana para o Zoneamento Municipal ............................................................................................................................. 25
2.9 Áreas de Preservação versus Correspondencia Metropolitana para o Uso e Ocupação do Solo .................................................................................................................................. 27
2.10 Resultados e Discussão .............................................................................................. 30
2.10.1 Análise dos Planos de Informação Ambiental na RMGV – Cobertura Vegetal Nativa na RMGV.............. ...............................................................................................................................30
2.11 Recursos Hídricos na RMGV ....................................................................................... 33
2.12 Relevo Fortemente Montanhoso na RMGV ............................................................... 38
2.13 Unidades de Conservação na RMGV .......................................................................... 41
2.14 Distribuição e Percentual de Ocupação das áreas de Preservação Proposta ............. 47
2.15 Consideraçãoes sobre as Áreas de Preservação Natural Integral do PDM ................ 52
2.16 Análise de Conflitos entre o Atual Zoneamento da RMGV e as Áreas de Preservação Propostas ............................................................................................................................. 55
2.17 Análise de Conflitos entre o Atual Uso e Ocupação do Solo da RMGV e as Áreas de Preservação Propostas ......................................................................................................... 61
2.18 Considerações do Macrozoneamento Proposto a partir das Bases Ambientais ........ 66
2.19 Considerações Finais .................................................................................................. 69
Referências .............................................................................................................................. 71
ESTUDO INTEGRADO DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E CIRCULAÇÃO URBANA DA REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE VITÓRIA
TECTRAN ‐ Técnicos em Transporte 6
1 INTRODUÇÃO
A necessidade de preservação dos recursos naturais é fundamental para a qualidade de vida da sociedade no presente e também para as gerações futuras. Nesse sentido a legislação ambiental vem definir os parâmetros de preservação e proteção específicos para cada componente ambiental, largamente utilizados neste estudo.
Analisando a RMGV, observa‐se que a ocupação urbana está concentrada principalmente ao longo do litoral, havendo diversas áreas predominantemente desocupadas em seu interior, notadamente passíveis de ocupação. Daí, a necessidade de serem realizados estudos ambientais para o planejamento de uma ocupação organizada desses novos espaços. Tais estudos foram feitos utilizando‐se técnicas de geoprocessamento, ferramenta considerada essencial em estudos desta natureza.
Após classificar e modelar os dados, foram determinadas áreas de preservação para subsidiar o macrozoneamento metropolitano, divididas em duas classes: Áreas de Preservação Natural Integral e Áreas de Preservação com Ocupação Condicionada. Esses dados foram cruzados com diversos outros, tais como uso do solo e cobertura vegetal e zoneamento metropolitano. Os métodos utilizados e os resultados atingidos serão discutidos nos capítulos que se seguem.
Entender o crescimento das cidades e as mudanças trazidas pela urbanização é essencial para aqueles que precisam administrar os recursos e prover serviços nestes ambientes. A urbanização acelerada é responsável pelo crescimento desordenado verificado em várias metrópoles, caracterizado por aspectos como infra‐estrutura deficiente, impactos ambientais e ocupações irregulares em áreas de risco.
Por esta razão, é muito importante realizar um planejamento prévio dos vetores do crescimento urbano. Esta medida pode ajudar os governos e iniciativa privada a construírem um modelo de ocupação urbana mais adequado às condições ambientais, considerando seus aspectos físicos, bióticos e sócio‐econômicos.
O desenvolvimento científico e tecnológico ocorrido nas últimas décadas oferece um robusto conjunto de ferramentas e dados para análises rápidas e precisas das possibilidades de crescimento de áreas urbanas. A resolução espacial de imagens de sensoriamento remoto orbital, por exemplo, chega atualmente à escala centimétrica. Além disso, destacam‐se a praticidade e a agilidade dos sistemas de informações geográficas (SIG), os quais podem processar imagens e dados geográficos vetoriais.
Nesse sentido, a partir de interpretação de imagens orbitais e aéreas, e cruzamentos de dados em programas de SIG, apresenta‐se essa análise ambiental integrada, que foi realizada a partir dos seguintes planos de informação ambiental:
• Cobertura Vegetal Nativa
• Recursos Hídricos
• Relevo
• Unidades de Conservação
ESTUDO INTEGRADO DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E CIRCULAÇÃO URBANA DA REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE VITÓRIA
TECTRAN ‐ Técnicos em Transporte 7
Para a realização deste estudo, utilizou‐se bastante o conceito de Áreas de Preservação Permanente (APPs), o qual foi introduzido pelo Código Florestal Brasileiro (Lei Federal n° 4.771 de 1965). As APPs são áreas, cobertas ou não por vegetação nativa, com as funções ambientais de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, de proteger o solo e de assegurar o bem‐estar das populações humanas.
Além do Código Florestal Brasileiro, diversos instrumentos legais tratam das APPs, destacando‐se a Medida Provisória n° 2.166‐67 de 2001 e as Resoluções CONAMA 302 de 2002, 303 de 2002, 369 de 2006, as quais abordam os seguintes aspectos:
• Medida Provisória n° 2.166‐67 de 2001: Altera os arts. 1°, 4°, 14, 16 e 44, e acresce dispositivos à Lei n° 4.771de 1965, que institui o Código Florestal, e dá outras providências.
• Resolução CONAMA n° 302 de 2002: Dispõe sobre os parâmetros, definições e limites de Áreas de Preservação Permanente de reservatórios artificiais e o regime de uso do entorno.
• Resolução CONAMA n° 303 de 2002: Dispõe sobre parâmetros, definições e limites de Áreas de Preservação Permanente.
• Resolução CONAMA n° 369 de 2006: Dispõe sobre os casos excepcionais, de utilidade pública, interesse social ou baixo impacto ambiental, que possibilitam a intervenção ou supressão de vegetação em Área de Preservação Permanente.
ESTUDO INTEGRADO DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E CIRCULAÇÃO URBANA DA REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE VITÓRIA
TECTRAN ‐ Técnicos em Transporte 8
2 CONTEXTUALIZAÇÃO
2.1 COBERTURA VEGETAL NATIVA
Do ponto de vista fitogeográfico, a RMGV está inserida no bioma Mata Atlântica. Diversos instrumentos legais tratam da utilização e proteção da Mata Atlântica. Para o presente estudo destacam‐se:
• Lei Federal n° 11.428 de 2006 (Lei da Mata Atlântica): dispõe sobre a utilização e proteção da vegetação nativa do Bioma Mata Atlântica e dá outras providências.
• Decreto Federal n° 6.660 de 2008: regulamenta dispositivos da Lei n° 11.428 de 2006.
• Resolução CONAMA n° 29 de 1994: define vegetação primária e secundária nos estágios inicial, médio e avançado de regeneração da Mata Atlântica, considerando a necessidade de definir o corte, a exploração e a supressão de vegetação secundária no estágio inicial de regeneração no Estado do Espírito Santo.
De acordo com a Lei da Mata Atlântica, consideram‐se integrantes do Bioma Mata Atlântica as seguintes formações florestais nativas e ecossistemas associados: Floresta Ombrófila Densa; Floresta Ombrófila Mista, também denominada de Mata de Araucárias; Floresta Ombrófila Aberta; Floresta Estacional Semidecidual; e Floresta Estacional Decidual, bem como os manguezais, as vegetações de restingas, campos de altitude, brejos interioranos e encraves florestais do Nordeste.
Na RMGV, de acordo com o Mapa de Aplicação da Lei da Mata Atlântica produzido pelo IBGE (componente do Decreto Federal n° 6.660 de 2008), a cobertura vegetal original é representada pela Floresta Ombrófila Densa, a qual se caracteriza pela presença de árvores de grande e médio porte, além de lianas e epífitas em abundância. Sua ocorrência está ligada ao clima tropical quente e úmido, sem período seco, com chuvas bem distribuídas durante o ano e temperaturas médias variando entre 22 e 25°C.
Além da Floresta Ombrófila Densa, a cobertura vegetal da RMGV também é representada por remanescentes de restingas e manguezais. Estes dois ecossistemas são considerados APPs, conforme Resolução CONAMA 303 de 2002, que apresenta as seguintes definições:
• Manguezal: ecossistema litorâneo que ocorre em terrenos baixos, sujeitos à ação das marés, formado por vasas lodosas recentes ou arenosas, às quais se associa, predominantemente, a vegetação natural conhecida como mangue, com influência flúvio‐marinha, típica de solos limosos de regiões estuarinas e com dispersão descontínua ao longo da costa brasileira, entre os estados do Amapá e Santa Catarina.
• Restinga: depósito arenoso paralelo à linha da costa, de forma geralmente alongada, produzido por processos de sedimentação, onde se encontram diferentes comunidades que recebem influência marinha, também consideradas comunidades edáficas por dependerem mais da
ESTUDO INTEGRADO DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E CIRCULAÇÃO URBANA DA REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE VITÓRIA
TECTRAN ‐ Técnicos em Transporte 9
natureza do substrato do que do clima. A cobertura vegetal nas restingas ocorre em mosaico, e encontra‐se em praias, cordões arenosos, dunas e depressões, apresentando, de acordo com o estágio sucessional, estrato herbáceo, arbustivo e arbóreo, este último mais interiorizado.
De acordo com a Lei da Mata Atlântica, com relação à proteção dos remanescentes florestais, a utilização ou supressão da vegetação nativa se fará de forma diferenciada, quando se tratar de vegetação primária ou secundária, neste caso levando‐se em consideração os estágios de regeneração: inicial, médio ou avançado.
Para o Estado do Espírito Santo, a definição de vegetação primária e de vegetação secundária nos diversos estágios de regeneração é apresentada pela Resolução CONAMA n°29 de 1994. A seguir será descrita algumas das características mais típicas destas vegetações:
• Vegetação primária: é aquela de máxima expressão local, com grande diversidade biológica, sendo os efeitos das ações antrópicas mínimos, a ponto de não afetar significativamente suas características originais de estrutura e de espécies.
• Vegetação secundária ou em regeneração: é aquela resultante de processos naturais de sucessão, após supressão total ou parcial da vegetação primária por ações antrópicas ou causas naturais, podendo ocorrer árvores remanescentes da vegetação primária.
Como já citado, a vegetação secundária é dividida em três estágios de regeneração. Algumas características destes estágios estão descritas as seguir:
• Estágio inicial de regeneração: predominância de indivíduos de porte herbáceo, podendo haver alguns de porte arbustivo e raramente indivíduos de porte arbóreo, com altura média inferior a 3m; ausência de sub‐bosque; espécies pioneiras abundantes.
• Estágio médio de regeneração: fisionomia arbórea e/ou arbustiva predominando sobre a herbácea, podendo constituir estratos diferenciados, com altura média variando de 5 a 13 m; cobertura arbórea variando de aberta a fechada, com a ocorrência eventual de indivíduos emergentes; sub‐bosque presente.
• Estágio avançado de regeneração: fisionomia arbórea dominante sobre as demais, formando um dossel fechado e relativamente uniforme no porte, com altura média superior a 10 m, podendo apresentar árvores emergentes ocorrendo com diferentes graus de intensidade.
A seguir destacamos alguns trechos da Lei Federal n°11.428 de 2006 que são relevantes para o presente estudo:
Art. 11. O corte e a supressão de vegetação primária ou nos estágios avançado e médio de regeneração do Bioma Mata Atlântica ficam vedados quando:
ESTUDO INTEGRADO DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E CIRCULAÇÃO URBANA DA REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE VITÓRIA
TECTRAN ‐ Técnicos em Transporte 10
I ‐ a vegetação:
a) abrigar espécies da flora e da fauna silvestres ameaçadas de extinção, em território nacional ou em âmbito estadual, assim declaradas pela União ou pelos Estados, e a intervenção ou o parcelamento puserem em risco a sobrevivência dessas espécies;
b) exercer a função de proteção de mananciais ou de prevenção e controle de erosão;
c) formar corredores entre remanescentes de vegetação primária ou secundária em estágio avançado de regeneração;
d) proteger o entorno das unidades de conservação; ou
e) possuir excepcional valor paisagístico, reconhecido pelos órgãos executivos competentes do Sistema Nacional do Meio Ambiente ‐ SISNAMA;
II ‐ o proprietário ou posseiro não cumprir os dispositivos da legislação ambiental, em especial as exigências da Lei no 4.771, de 15 de setembro de 1965, no que respeita às Áreas de Preservação Permanente e à Reserva Legal.
Art. 12. Os novos empreendimentos que impliquem o corte ou a supressão de vegetação do Bioma Mata Atlântica deverão ser implantados preferencialmente em áreas já substancialmente alteradas ou degradadas.
Art. 17. O corte ou a supressão de vegetação primária ou secundária nos estágios médio ou avançado de regeneração do Bioma Mata Atlântica, autorizados por esta Lei, ficam condicionados à compensação ambiental, na forma da destinação de área equivalente à extensão da área desmatada, com as mesmas características ecológicas, na mesma bacia hidrográfica, sempre que possível na mesma microbacia hidrográfica, e, nos casos previstos nos arts. 30 e 31, ambos desta Lei, em áreas localizadas no mesmo Município ou região metropolitana.
Art. 20. O corte e a supressão da vegetação primária do Bioma Mata Atlântica somente serão autorizados em caráter excepcional, quando necessários à realização de obras, projetos ou atividades de utilidade pública, pesquisas científicas e práticas preservacionistas.
Art. 21. O corte, a supressão e a exploração da vegetação secundária em estágio avançado de regeneração do Bioma Mata Atlântica somente serão autorizados:
I ‐ em caráter excepcional, quando necessários à execução de obras, atividades ou projetos de utilidade pública, pesquisa científica e práticas preservacionistas;
III ‐ nos casos previstos no inciso I do art. 30 desta Lei.
Art. 23. O corte, a supressão e a exploração da vegetação secundária em estágio médio de regeneração do Bioma Mata Atlântica somente serão autorizados:
I ‐ em caráter excepcional, quando necessários à execução de obras, atividades ou projetos de utilidade pública ou de interesse social, pesquisa científica e práticas preservacionistas;
III ‐ quando necessários ao pequeno produtor rural e populações tradicionais para o exercício de atividades ou usos agrícolas, pecuários ou silviculturais imprescindíveis à sua subsistência e de sua família, ressalvadas as áreas de preservação permanente e, quando for o caso, após averbação da reserva legal, nos termos da Lei no 4.771, de 15 de setembro de 1965;
IV ‐ nos casos previstos nos §§ 1o e 2o do art. 31 desta Lei.
Art. 25. O corte, a supressão e a exploração da vegetação secundária em estágio inicial de regeneração do Bioma Mata Atlântica serão autorizados pelo órgão estadual competente.
ESTUDO INTEGRADO DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E CIRCULAÇÃO URBANA DA REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE VITÓRIA
TECTRAN ‐ Técnicos em Transporte 11
Parágrafo único. O corte, a supressão e a exploração de que trata este artigo, nos Estados em que a vegetação primária e secundária remanescente do Bioma Mata Atlântica for inferior a 5% (cinco por cento) da área original, submeter‐se‐ão ao regime jurídico aplicável à vegetação secundária em estágio médio de regeneração, ressalvadas as áreas urbanas e regiões metropolitanas.
Art. 30. É vedada a supressão de vegetação primária do Bioma Mata Atlântica, para fins de loteamento ou edificação, nas regiões metropolitanas e áreas urbanas consideradas como tal em lei específica, aplicando‐se à supressão da vegetação secundária em estágio avançado de regeneração as seguintes restrições:
I ‐ nos perímetros urbanos aprovados até a data de início de vigência desta Lei, a supressão de vegetação secundária em estágio avançado de regeneração dependerá de prévia autorização do órgão estadual competente e somente será admitida, para fins de loteamento ou edificação, no caso de empreendimentos que garantam a preservação de vegetação nativa em estágio avançado de regeneração em no mínimo 50% (cinqüenta por cento) da área total coberta por esta vegetação, ressalvado o disposto nos arts. 11, 12 e 17 desta Lei e atendido o disposto no Plano Diretor do Município e demais normas urbanísticas e ambientais aplicáveis;
Art. 31. Nas regiões metropolitanas e áreas urbanas, assim consideradas em lei, o parcelamento do solo para fins de loteamento ou qualquer edificação em área de vegetação secundária, em estágio médio de regeneração, do Bioma Mata Atlântica, devem obedecer ao disposto no Plano Diretor do Município e demais normas aplicáveis, e dependerão de prévia autorização do órgão estadual competente, ressalvado o disposto nos arts. 11, 12 e 17 desta Lei.
§ 1o Nos perímetros urbanos aprovados até a data de início de vigência desta Lei, a supressão de vegetação secundária em estágio médio de regeneração somente será admitida, para fins de loteamento ou edificação, no caso de empreendimentos que garantam a preservação de vegetação nativa em estágio médio de regeneração em no mínimo 30% (trinta por cento) da área total coberta por esta vegetação.
ESTUDO INTEGRADO DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E CIRCULAÇÃO URBANA DA REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE VITÓRIA
TECTRAN ‐ Técnicos em Transporte 12
2.2 RECURSOS HÍDRICOS
Quanto à proteção dos recursos hídricos, o Código Florestal (Lei Federal n° 4.771 de 1965) e as Resoluções CONAMA 302 e 303 de 2002 definem diversas APPs. De acordo com a Resolução CONAMA 303 de 2002, constitui APP a área situada:
I ‐ em faixa marginal, medida a partir do nível mais alto, em projeção horizontal, com largura mínima, de:
a) trinta metros, para o curso d’água com menos de dez metros de largura;
b) cinquenta metros, para o curso d’água com dez a cinquenta metros de largura;
c) cem metros, para o curso d’água com cinquenta a duzentos metros de largura;
d) duzentos metros, para o curso d’água com duzentos a seiscentos metros de largura;
e) quinhentos metros, para o curso d’água com mais de seiscentos metros de largura;
II ‐ ao redor de nascente ou olho d’água, ainda que intermitente, com raio mínimo de cinquenta metros, de tal forma que proteja, em cada caso, a bacia hidrográfica contribuinte;
III ‐ ao redor de lagos e lagoas naturais, em faixa com metragem mínima de:
a) trinta metros, para os que estejam situados em áreas urbanas consolidadas;
b) cem metros, para as que estejam em áreas rurais, exceto os corpos d`água com até vinte hectares de superfície, cuja faixa marginal será de cinquenta metros;
A definição das APPs de reservatórios artificiais foi apresentada pela Resolução CONAMA 302 de 2002. No entorno dos reservatórios artificiais, constitui APP a área com largura mínima de (em projeção horizontal medida a partir do nível máximo normal):
I ‐ trinta metros para os reservatórios artificiais situados em áreas urbanas consolidadas e cem metros para áreas rurais;
II ‐ quinze metros, no mínimo, para os reservatórios artificiais de geração de energia elétrica com até dez hectares, sem prejuízo da compensação ambiental;
III ‐ quinze metros, no mínimo, para reservatórios artificiais não utilizados em abastecimento público ou geração de energia elétrica, com até vinte hectares de superfície e localizados em área rural.
As áreas alagáveis são os espaços geográficos susceptíveis a inundação sazonal, especialmente nos períodos chuvosos. Geralmente, essas áreas estão localizadas nas proximidades de cursos de água em áreas de relevo plano (declividades de 0‐3%) a relevo suavemente ondulado (declividades de 3‐8%) (Santos 2007).
ESTUDO INTEGRADO DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E CIRCULAÇÃO URBANA DA REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE VITÓRIA
TECTRAN ‐ Técnicos em Transporte 13
Embora as áreas alagáveis não sejam tratadas diretamente como APPs, elas normalmente estão associadas a algumas tipologias de APPs, como nascentes, cursos d'água, lagos e lagoas.
De acordo com o artigo 3° da Lei Federal n°6.766 de 1979, que dispõe sobre o parcelamento do solo urbano, não será permitido o parcelamento do solo em terrenos alagadiços e sujeitos a inundações, antes de tomadas as providências para assegurar o escoamento das águas.
ESTUDO INTEGRADO DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E CIRCULAÇÃO URBANA DA REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE VITÓRIA
TECTRAN ‐ Técnicos em Transporte 14
2.3 RELEVO
De acordo com a classificação da Embrapa (1979), o relevo pode ser discriminado em seis classes de declividade: relevo plano (0‐3%); relevo suavemente ondulado (3‐8%); relevo ondulado (8‐20%); relevo fortemente ondulado (20‐45%); relevo montanhoso (45‐75%); relevo fortemente montanhoso (>75%). A figura seguinte apresenta a classificação do relevo na RMGV.
Para este estudo é importante salientar as características de áreas com relevo fortemente montanhoso, as quais possuem superfícies escarpadas com médias a grandes amplitudes altimétricas sujeitas, geralmente, a riscos de escorregamento, escoamentos e queda de blocos.
Visando assegurar a estabilidade geológica e segurança das populações humanas, a Resolução CONAMA 303 de 2002, define como APPs áreas de relevo fortemente montanhoso com declividade superior a 100%.
De acordo com Guerra (2001), as APPs de encostas, quando dotadas de vegetação e uma geologia permeável, podem contribuir diretamente para o aumento da taxa de infiltração da água no solo.
ESTUDO INTEGRADO DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E CIRCULAÇÃO URBANA DA REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE VITÓRIA
TECTRAN ‐ Técnicos em Transporte 15
Figura 1: Classificação do Relevo ‐ RMGV
Fonte cartográfica: GEOBASES. Elaboração: TECTRAN.
ESTUDO INTEGRADO DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E CIRCULAÇÃO URBANA DA REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE VITÓRIA
TECTRAN ‐ Técnicos em Transporte 16
2.4 UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
A Lei Federal nº 9.985 de 2000 instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), o qual é constituído pelo conjunto de unidades de conservação federais, estaduais e municipais. São Unidades de Conservação (UCs) os espaços territoriais e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituídas pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção.
As UCs dividem‐se em dois grupos com características específicas: Unidades de Proteção Integral e Unidades de Uso Sustentável. Estes dois grupos compreendem uma série de categorias de UCs, cada uma com características próprias definidas pelo SNUC.
O objetivo básico das Unidades de Proteção Integral é preservar a natureza, livrando‐as, o quanto possível, da interferência humana. Nelas, só se admite o uso indireto dos seus recursos naturais, isto é, aquele que não envolve consumo, coleta, dano ou destruição. Compreendem as seguintes categorias: Estação Ecológica, Monumento Natural, Parque Nacional, Refúgio de Vida Silvestre e Reserva Biológica.
O objetivo básico das Unidades de Uso Sustentável é compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos seus recursos naturais. Elas visam a conciliar a exploração do ambiente com a garantia de perenidade dos recursos naturais renováveis, considerando os processos ecológicos, de forma socialmente justa e economicamente viável. Compreendem as seguintes categorias: Área de Proteção Ambiental, Área de Relevante Interesse Ecológico, Floresta Nacional, Reserva de Desenvolvimento Sustentável, Reserva de Fauna, Reserva Extrativista e Reserva Particular do Patrimônio Natural.
Para a compreensão da importância das unidades de conservação no contexto do planejamento do zoneamento metropolitano da RMGV, algumas características definidas no SNUC para as várias categorias de UCs estão descritas a seguir:
ESTUDO INTEGRADO DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E CIRCULAÇÃO URBANA DA REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE VITÓRIA
TECTRAN ‐ Técnicos em Transporte 17
UNIDADES DE PROTEÇÃO INTEGRAL:
• Estação Ecológica: tem como objetivos a preservação da natureza e a realização de pesquisa científica. É proibida a visitação pública, exceto se com objetivo educacional, conforme definir o Plano de Manejo ou regulamento específico desta categoria. Alterações dos ecossistemas são permitidas nos seguintes casos: medidas que visem à restauração de ecossistemas modificados; manejo de espécies com a finalidade de preservação da biodiversidade biológica; coleta de componentes dos ecossistemas com finalidades científicas.
• Monumento Natural: tem como objetivo básico preservar sítios naturais raros, singulares ou de grande beleza cênica. A visitação pública está sujeita às condições e restrições estabelecidas no Plano de Manejo da unidade, às normas estabelecidas pelo órgão responsável por sua administração e àquelas previstas no regulamento da unidade.
• Parque: tem como objetivo básico a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico. A visitação está sujeita às normas e restrições estabelecidas no Plano de Manejo da unidade, às normas estabelecidas pelo órgão responsável por sua administração, e àquelas previstas em regulamento. As unidades desta categoria, quando criadas pelo Estado ou Município, serão denominadas, respectivamente, Parque Estadual ou Parque Natural Municipal.
• Refúgio da vida silvestre: tem como objetivo proteger ambientes naturais onde se asseguram condições para a existência ou reprodução de espécies ou comunidades da flora local e da fauna residente ou migratória. A visitação pública está sujeita às condições e restrições estabelecidas no Plano de Manejo da unidade, às normas estabelecidas pelo órgão responsável por sua administração e àquelas previstas no regulamento da unidade.
• Reserva Biológica: tem como objetivo à preservação integral da biota e demais atributos naturais, sem interferência humana direta ou modificações ambientais. A exceção fica por conta de medidas de recuperação de seus ecossistemas alterados e de ações de manejo necessárias para recuperar e preservar o equilíbrio natural, a diversidade biológica e seus processos ecológicos naturais. A visitação pública é proibida, exceto a de caráter educacional, segundo o definido em Plano de Manejo da unidade.
ESTUDO INTEGRADO DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E CIRCULAÇÃO URBANA DA REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE VITÓRIA
TECTRAN ‐ Técnicos em Transporte 18
UNIDADES DE USO SUSTENTÁVEL:
• Área de Proteção Ambiental: Área em geral extensa, com certo grau de ocupação humana, com atributos bióticos, abióticos, estéticos ou culturais importantes para a qualidade de vida e o bem‐estar das populações humanas. Tem como objetivos básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais. Podem ser constituídas por terras públicas ou privadas.
• Área de Relevante Interesse Ecológico: Área em geral de pequena extensão, com pouca ou nenhuma ocupação humana, com características naturais extraordinárias ou que abriga exemplares raros da biota regional. Tem como objetivo manter os ecossistemas naturais de importância regional ou local e regular o uso admissível dessas áreas, de modo a compatibilizá‐lo com os objetivos de conservação da natureza. Podem ser constituídas por terras públicas ou privadas.
• Floresta Nacional: Área com cobertura florestal de espécies predominantemente nativas e tem como objetivo básico o uso múltiplo sustentável dos recursos florestais e pesquisa científica, com ênfase em métodos de exploração sustentável de florestas nativas. É permitida a permanência de populações tradicionais que habitam a área, quando de sua criação, conforme determinar o plano de manejo da unidade. A visitação pública é permitida, mas condicionada às normas especificadas no plano de manejo. As unidades desta categoria, quando criadas pelo Estado ou Município, serão denominadas, respectivamente, Floresta Estadual ou Floresta Municipal.
• Reserva de Desenvolvimento Sustentável: Área natural que abriga populações tradicionais, cuja existência baseia‐se em sistemas sustentáveis de exploração dos recursos naturais, desenvolvidos ao longo de gerações e adaptados às condições ecológicas locais e que desempenham um papel fundamental na proteção da natureza e na manutenção da diversidade biológica.
• Reserva da Fauna: Área natural com populações de animais de espécies nativas, terrestres e aquáticas, residentes ou migratórias, adequadas para estudos técnico‐científicos sobe o manejo econômico sustentável dos recursos faunísticos. A visitação pública pode ser permitida, desde que compatível com o manejo da unidade. É proibido o exercício da caça amadorística ou profissional. Poderá haver comercialização dos produtos e subprodutos resultantes das pesquisas, desde que obedeçam ao disposto na legislação brasileira sobre fauna e regulamentos.
• Reserva Extrativista: Área utilizada por populações extrativistas tradicionais, cuja subsistência baseia‐se no extrativismo e, complementarmente, na agricultura de subsistência e na criação de animais de pequeno porte. Tem como objetivos básicos proteger os meios de vida e a cultura dessas populações, assegurando o uso sustentável dos recursos naturais da unidade. A visitação pública é permitida, desde que compatível com os interesses locais e com o disposto no plano de manejo da unidade. A pesquisa é permitida e incentivada, desde que haja prévia autorização do órgão responsável pela administração da unidade.
ESTUDO INTEGRADO DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E CIRCULAÇÃO URBANA DA REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE VITÓRIA
TECTRAN ‐ Técnicos em Transporte 19
• Reserva Particular do Patrimônio Natural: Área privada, gravada com perpetuidade, com o objetivo de conservar a diversidade biológica. Só poderá ser permitida, conforme se dispuser em regulamento, a pesquisa científica e a visitação com objetivos turísticos, recreativos e educacionais.
ESTUDO INTEGRADO DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E CIRCULAÇÃO URBANA DA REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE VITÓRIA
TECTRAN ‐ Técnicos em Transporte 20
2.5 OBJETIVOS
Realizar uma macroavaliação ambiental integrada da RMGV, baseada em dados secundários, para auxiliar na delimitação do zoneamento metropolitano e também na projeção de futuros cenários.
Os resultados obtidos neste estudo estão organizados em quatro etapas:
1ª ETAPA: ANÁLISE DOS PLANOS DE INFORMAÇÃO AMBIENTAL NA RMGV
Apresenta‐se análise dos seguintes planos de informação ambiental na RMGV:
• Cobertura Vegetal Nativa: conhecer a distribuição e a representatividade das florestas, restingas e manguezais;
• Recursos Hídricos: conhecer a distribuição e a representatividade das APPs e das áreas alagáveis;
• Relevo fortemente montanhoso: conhecer a distribuição e a representatividade.
• Unidades de Conservação (UCs): conhecer a distribuição, as categorias e a representatividade.
2ª ETAPA: ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PROPOSTAS PARA O MACROZONEAMENTO DA RMGV
Apresentam‐se a definição, a distribuição e a representatividade das Áreas de Preservação Natural Integral e das Áreas de Preservação com Ocupação Condicionada propostas para o macrozoneamento da RMGV.
3ª ETAPA: ANÁLISE DE CONFLITOS ENTRE O ATUAL ZONEAMENTO DA RMGV E AS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PROPOSTAS
Apresenta‐se análise da ocorrência de conflitos entre o atual zoneamento dos municípios componentes da RMGV e a distribuição das Áreas de Preservação propostas para o macrozoneamento da RMGV.
4ª ETAPA: ANÁLISE DE CONFLITOS ENTRE O ATUAL USO DO SOLO DA RMGV E AS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PROPOSTAS
5ª CONSIDERAÇÕES DO MACROZONEAMENTO PROPOSTO A PARTIR DAS BASES AMBIENTAIS.
ESTUDO INTEGRADO DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E CIRCULAÇÃO URBANA DA REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE VITÓRIA
TECTRAN ‐ Técnicos em Transporte 21
2.6 MATERIAIS E MÉTODOS
2.6.1 Análise e Modelagem dos Planos de Informação Ambiental em Ambiente SIG
A metodologia consiste na aplicação de recursos do geoprocessamento para a constituição de um SIG, visando à organização de bases vetoriais georreferenciados e a confecção de mapas temáticos que retratam os resultados obtidos. Os mapas temáticos representam a aplicação da ferramenta “geoprocessamento” por meio da técnica de cruzamentos e modelagem de mapas.
O programa de geoprocessamento e análise espacial utilizado foi o ARCGIS 9.2 (ESRI).
Os planos de informação ambiental analisados e modelados em ambiente SIG (cobertura vegetal nativa, recursos hídricos, áreas com relevo fortemente montanhoso, unidades de conservação) foram gerados a partir de dados secundários disponibilizados pelo Instituto Jones Santos Neves (IJSN) – GEOBASE, site da SOS Mata Atlântica (http://www.sosmatatlantica.org.br) e bases do Banco de Dados Geomorfométricos do Brasil – TOPODATA (http://www.dsr.inpe.br/topodata/) conforme tabela a seguir:
Tabela 1: Dados secundários
Elaboração: TECTRAN.
Sendo os dados disponíveis em escalas, tipologias e projeções cartográficas diversas, o próximo passo foi efetuar a modelagem dos layers em ambiente SIG, para posteriormente delimitar as APPs e realizar os cruzamentos das bases. Essa modelagem consiste basicamente em corrigir a topologia dos atributos, projetar todos os dados para um único sistema de projeção cartográfica e unir todas as bases no formato da área de estudo (RMGV).
Quanto às APPs relacionadas a recursos hídricos, foram delimitadas as tipologias passíveis de mapeamento a partir das bases secundárias disponíveis, ou seja, que não necessitam de estudos locais para delimitação. Conforme observado na tabela anterior, as bases utilizadas para a delimitação da APPs
Bases DADOS SECUNDÁRIOS
Formatos Escala Máxima Fonte
Cursos de Água Shapefile 1: 5.000 GEOBASES ‐ IJSN
Áreas Alagáveis Shapefile 1: 5.000 GEOBASES ‐ IJSN
Massa de Água Shapefile 1: 5.000 GEOBASES ‐ IJSN
Restingas Arbustivas, Mangues e Matas Shapefile ‐ SOS MATA ATLANTICA
Correspondência Metropolitana – Uso e Ocupação do Solo Shapefile ‐ TECTRAN
Correspondência Metropolitana – Zoneamento Municipal Shapefile ‐ TECTRAN
Uso da Terra e Cobertura Vegetal Shapefile 1: 50.000 GEOBASES ‐ IJSN
Shuttle Radar Topography Mission ‐ SRTM Shapefile Resolução 30
metros TOPODATA ‐ INPE
Imagens (ortofotos) geotiff 1: 5.000 CONDEVIT
Zoneamento Municipal e Usos do Solo Shapefile 1: 50.000 GEOBASES ‐ IJSN
Curvas de Nível com cota altimétrica (Eqüidistância de 5m) Shapefile 1: 10.000 GEOBASES ‐ IJSN
ESTUDO INTEGRADO DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E CIRCULAÇÃO URBANA DA REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE VITÓRIA
TECTRAN ‐ Técnicos em Transporte 22
relacionadas aos recursos hídricos foram as de curso de água e massa de água, as quais foram originalmente produzidas pelo projeto GEOBASES.
Estas APPs foram representadas por meio de faixas marginais de acordo os parâmetros estabelecidos pelas Resoluções CONAMA 302 e 303. A tabela a seguir apresenta as APPs relacionadas a recurso hídricos delimitadas neste estudo e a faixa marginal utilizada para sua delimitação, realizadas com ferramenta de buffer em ambiente SIG.
Tabela 2: Tipologias de APPs relacionadas a recursos hídricos e faixa marginal
Elaboração: TECTRAN.
As delimitações das APPs de declividade acima de 100%, bem como das áreas com relevo fortemente montanhoso (declividades acima de 75%), foram geradas no software ARCVIEW 9.2. A partir do Modelo Numérico de Terreno (MNT) extraído dos dados altimétricos extraídos do Banco de Dados Geomorfométricos do Brasil – TOPODATA‐ (INPE). Este arquivo possui uma resolução de 30 metros e representa dados altimétricos e de declividades compatíveis a escala do estudo metropolitano.
Para a delimitação de APPs relacionadas à cobertura vegetal nativa, foram utilizados os dados de Uso da terra e Cobertura Vegetal e Unidades de Conservação (GEOBASES – IJSN) e os planos de informação ambiental de Restingas Arbustivas e Matas disponibilizados pela Fundação SOS Mata Atlântica, através de seu Portal na internet, conforme observado na tabela Dados Secundários. Do plano de informação “Uso da terra e Cobertura Vegetal”, foram extraídas, através de ferramenta SIG, as áreas correspondentes às restingas herbáceas. Já com dos dados da Fundação SOS Mata Atlântica, foram extraídas as informações espaciais de Mangues, Restingas Arbustivas e Matas. A opção de trabalhar com os dados disponibilizados no Portal SOS Mata Atlântica, se deve à atualização das bases, realizadas pelo referido instituto em 2008.
As áreas alagáveis e as Áreas de Proteção Ambiental – APAS, foram extraídas dos dados fornecidos pelo GEOBASES‐ IJSN.
Tipologia de APP
TIPOLOGIAS DE APPs RELACIONADAS A RECURSOS HÍDRICOS E FAIXA MARGINAL
Faixa Marginal
Cursos de água menores que 10m de largura 30m
Cursos de água entre 10 e 50m de largura 50m
Lagos Rurais com até 20 ha 50m
Lagos Urbanos 30m
Reservatórios Rurais 100m
Reservatórios Urbanos 30m
ESTUDO INTEGRADO DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E CIRCULAÇÃO URBANA DA REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE VITÓRIA
TECTRAN ‐ Técnicos em Transporte 23
2.7 ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PROPOSTAS PARA O MACROZONEAMENTO DA RMGV
Visando o mapeamento das áreas da RMGV que, quanto aos aspectos ambientais e/ou legais, sejam totalmente ou parcialmente restritivas à ocupação urbana, foram propostas duas categorias de áreas de preservação para subsidiar o zoneamento metropolitano: Áreas de Preservação Natural Integral e Áreas de Preservação com Ocupação Condicionada.
DEFINIÇÃO DAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO NATURAL INTEGRAL
As Áreas de Preservação Natural Integral apresentam aspectos ambientais bastante relevantes à preservação dos recursos hídricos, biodiversidade, estabilidade geológica, e paisagem, não sendo indicados à ocupação urbana, devendo prestar‐se exclusivamente à preservação dos recursos naturais. Estão incluídas nesta categoria as APPs, as áreas com relevo fortemente montanhoso e as UCs não urbanizáveis.
Como já explicitado neste estudo, as APPs são representadas pelas tipologias relacionadas aos recursos hídricos, pelos manguezais, restingas e as áreas com declividade acima de 100%.
Embora as APPs de declividade sejam definidas por declividades superiores a 100%, toda área com relevo fortemente montanhoso (declividades superiores a 75%) foi considerada como Área de Preservação Natural Integral. Isso se deve ao fato deste tipo de relevo demandar grandes custos para urbanização, além de envolver maiores riscos a ocupação e ao meio ambiente, como escorregamento, escoamentos e queda de blocos.
As Unidades de Conservação (Ucs) não urbanizáveis incluem todas as categorias de UCs onde não é permitida a ocupação urbana.
DEFINIÇÃO DAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO COM OCUPAÇÃO CONDICIONADA
As Áreas de Preservação com Ocupação Condicionada apresentam aspectos ambientais relevantes, mas não totalmente restritivos a urbanização, e possuem critérios especiais para ocupação urbana. Estão incluídas nesta categoria as florestas, as áreas alagáveis e as Áreas de Proteção Ambiental (APAs).
De acordo com a Lei da Mata Atlântica (Lei Federal n°11.428 de 2006), a utilização e proteção dos remanescentes florestais são reguladas por fatores como estágio de regeneração, presença de espécies em extinção, função de proteção de mananciais, dentre outros. Entretanto, somente a partir de dados primários obtidos a partir de campanhas de campo pode ser realizada uma caracterização dos remanescentes florestais presentes na RMGV.
Para este estudo, devido à impossibilidade de determinação dos fatores que disciplinam a utilização e a proteção da vegetação nativa da Mata Atlântica, as florestas estão sendo integradas nas Áreas de Preservação com Ocupação Condicionada.
ESTUDO INTEGRADO DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E CIRCULAÇÃO URBANA DA REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE VITÓRIA
TECTRAN ‐ Técnicos em Transporte 24
Quanto às áreas alagáveis, de acordo com o artigo 3° da Lei Federal n°6.766 de 1979, que dispõe sobre o parcelamento do solo urbano, não será permitido o parcelamento do solo em terrenos alagadiços e sujeitos a inundações, antes de tomadas as providências para assegurar o escoamento das águas. Devido a isto, elas foram incluídas na Área de Preservação com Ocupação Condicionada.
A APA, de acordo com o SNUC (Lei Federal nº 9.985 de 2000), é a única UC que permite ocupação urbana. Porém, o processo de ocupação deve ser disciplinado, assegurando a sustentabilidade do uso dos recursos naturais.
ESTUDO INTEGRADO DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E CIRCULAÇÃO URBANA DA REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE VITÓRIA
TECTRAN ‐ Técnicos em Transporte 25
2.8 ÁREAS DE PRESERVAÇÃO VERSUS CORRESPONDENCIA METROPOLITANA PARA O ZONEAMENTO MUNICIPAL
A análise de conflitos partiu da necessidade de se identificar áreas cujo atual zoneamento esteja em discordância com relação às áreas de preservação propostas. Essa discordância refere‐se a uma visão oposta de áreas para preservação ambiental com aquelas para ocupação urbana, ou seja, o ideal de preservação das relevâncias ambientais em oposição aos impactos gerados por uma ocupação, que possa ser permitida no zoneamento atual.
Para este fim, foi desenvolvida uma metodologia que cruza espacialmente as áreas de preservação propostas com os zoneamentos a que estão submetidas, os quais foram agrupados em quatro categorias: zonas urbanizáveis, zonas não urbanizáveis, zonas com urbanização condicionada e zonas rurais. O cruzamento desses planos de informações foi feito por meio de uma álgebra de mapas1, cujo resultado identifica áreas que possuem conflito de ocupação, áreas que não possuem conflito e áreas que merecem atenção especial.
Figura 2: Fluxograma metodológico para a análise de conflitos de preservação e zoneamento municipal
Elaboração: TECTRAN.
1 Conjunto de operadores que manipulam campos geográficos (imagens, mapas temáticos e modelos numéricos de terreno).
ESTUDO INTEGRADO DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E CIRCULAÇÃO URBANA DA REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE VITÓRIA
TECTRAN ‐ Técnicos em Transporte 26
As “Áreas com Conflitos” são aquelas urbanizáveis ou com urbanização condicionada, mas que configuram áreas de preservação devido aos seus aspectos ambientais. Da mesma forma, áreas que não são urbanizáveis não possuem conflito mesmo que coincidam com áreas de preservação (“Áreas sem Conflito”). Já as “Áreas com Atenção Especial a ocupação” representam aquelas que são urbanizáveis (com condições especiais ou não) e possuem ocupação condicionada devido às questões ambientais. As combinações possíveis e seus respectivos resultados quanto à ocupação e zoneamento estão apresentados na tabela a seguir.
Tabela 3: Combinações possíveis para a análise de conflitos
Elaboração: TECTRAN.
As áreas com atenção especial merecem destaque, pois possuem sua ocupação condicionada tanto às suas questões ambientais quanto ao seu zoneamento (ou a ambos). Por esse motivo, suas diretrizes devem ser claras de modo a evitar danos ao ambiente ou à propriedade. As áreas identificadas como “Zonas Rurais” foram destacadas nessa análise por possuírem uma característica ímpar para os estudos ambientais: são áreas que, apesar de serem zonas não urbanizáveis, podem receber ocupações e usos que degradam o meio ambiente (como por exemplo, desmatamento e poluição de cursos de água).
Cabe ressaltar que o mapa de conflitos apresenta uma grande extensão de áreas sem classificação, conforme o mapa de Áreas de preservação propostas pelo estudo e as áreas de preservação mapeadas de acordo ao PDM. Estas áreas são aquelas que não possuem informações de zoneamento e/ou não corresponde às áreas de preservação propostas. Ou seja, se um determinado local não foi classificado como “Área de Preservação Natural Integral” e nem como “Área de Preservação com Ocupação Condicionada”, não há como analisar se existe algum tipo de conflito em relação ao seu zoneamento. Do mesmo modo, não se pode discutir o conflito de uma área que foi classificada como “Área de Preservação Natural Integral” ou como “Área de Preservação com Ocupação Condicionada” que não possui informação de zoneamento.
Categorias de Proteção
COMBINAÇÕES POSSÍVEIS PARA A ANÁLISE DE CONFLITOS
Zonas Urbanizáveis Zonas não
Urbanizáveis Zonas com Urbanização
Condicionada Zonas Rurais
Áreas de Preservação Natural Integral
Áreas sem conflito Áreas sem conflito Áreas com conflito Áreas com conflito
Áreas de Preservação com ocupação Condicionada
Áreas com atenção especial a ocupação
Áreas sem conflito Áreas com atenção especial a ocupação
Áreas com atenção especial de ocupação
ESTUDO INTEGRADO DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E CIRCULAÇÃO URBANA DA REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE VITÓRIA
TECTRAN ‐ Técnicos em Transporte 27
2.9 ÁREAS DE PRESERVAÇÃO VERSUS CORRESPONDENCIA METROPOLITANA PARA O USO E OCUPAÇÃO DO SOLO
A análise de conflitos entre as áreas de preservação propostas e o Uso e Ocupação do solo partiu da necessidade de se identificar três importantes características:
• Analisar a pressão de ocupação urbana atual sobre as áreas de preservação propostas;
• Analisar a ocupação urbana em áreas de preservação proposta;
• Verificar as áreas atuais que não apresentam conflitos de uso e ocupação do solo.
O cruzamento das áreas de preservação com o de uso e ocupação do solo possibilita a identificação dos conflitos atuais espacialmente identificados. Esse dado torna‐se fundamental para se conhecer a real situação das áreas de preservação distribuídas na RMGV, bem como, os conflitos ambientais mais expressivos.
Para este fim, semelhantemente a metodologia observada entre as áreas de preservação com os zoneamentos, a metodologia que cruza espacialmente as áreas de preservação propostas com o uso e ocupação do solo foram submetidas às seguintes categorias: Assentamentos Precários, Equipamentos Institucionais, Grandes Equipamentos Econômicos, Vazios Urbanos, Áreas com densidade construtiva e Áreas com Interesse Ambiental. O cruzamento desses planos de informações foi feito por meio de uma álgebra de mapas2, cujo resultado identifica áreas que possuem conflito de ocupação, áreas que não possuem conflito e áreas que merecem atenção especial para áreas ocupadas.
2 Conjunto de operadores que manipulam campos geográficos (imagens, mapas temáticos e modelos numéricos de terreno).
ESTUDO INTEGRADO DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E CIRCULAÇÃO URBANA DA REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE VITÓRIA
TECTRAN ‐ Técnicos em Transporte 28
Figura 3: Fluxograma metodológico para a análise de conflitos de preservação e uso e ocupação do solo
Elaboração: TECTRAN.
As “Áreas com Conflitos” nesta análise são os assentamentos precários, equipamentos institucionais, grandes equipamentos econômicos, áreas com densidade construtiva e vazios urbanos que compreendem áreas de preservação propostas. As “Áreas sem Conflito” são as combinações de áreas de interesse ambiental com as áreas de preservação, e também as zonas de baixa densidade construtiva interceptando com as áreas de preservação com ocupação condicionada. Já as “Áreas ocupadas com atenção especial” representam os assentamentos precários, equipamentos institucionais, grandes equipamentos econômicos, áreas com baixa densidade construtiva e vazios urbanos que compreendem áreas de preservação com ocupação condicionada. As combinações possíveis e seus respectivos resultados quanto à ocupação e zoneamento estão apresentados na tabela a seguir.
ESTUDO INTEGRADO DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E CIRCULAÇÃO URBANA DA REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE VITÓRIA
TECTRAN ‐ Técnicos em Transporte 29
Tabela 4: Combinações possíveis para a análise de conflitos
Elaboração: TECTRAN.
As áreas ocupadas com atenção especial merecem destaque, pois já possuem ocupações em áreas de preservação condicionada. Para estes espaços, convém realizar visitas a campo com o objetivo de identificar possíveis danos ao meio ambiente, e também, verificar possíveis riscos associados à ocupação dessas áreas (Por exemplo, ocupações que compreendem as áreas alagáveis).
Cabe ressaltar que o mapa de conflitos entre as áreas de preservação e uso e ocupação do solo, apresenta uma grande extensão de áreas sem classificação, conforme o mapa de Correspondência Metropolitana para Zoneamento Municipal Classificada. Estas áreas são correspondentes às informações de Áreas Rurais e as Áreas de expansão urbana. De acordo com a classificação feita pela TECTRAN as Áreas Rurais compreendem as regiões pertencentes ao território do Município, fora do perímetro urbano. Já as Áreas de expansão Urbana abrangem as áreas dentro do perímetro urbano que não foram parceladas.
Considerando essas definições, essas categorias não foram cruzadas com as áreas de preservação propostas por não apresentarem informações necessárias para a avaliação de conflitos. Nas áreas rurais, por exemplo, podem existir usos do solo que refletem conflitos ambientais, tais como, supressão de florestas para áreas de pastagens, agricultura, dentre outros.
Categorias de Proteção
COMBINAÇÕES POSSÍVEIS PARA A ANÁLISE DE CONFLITOS
Assentamentos Precários
Equipamentos Institucionais
Grandes Equipamentos Econômicos
Áreas com Densidade Construtiva
Vazios Urbanos
Áreas com Interesse Ambiental
Áreas de Preservação Natural Integral
Áreas com conflito
Áreas com conflito
Áreas com conflito Áreas com conflito
Áreas com conflito
Áreas sem conflito
Áreas de Preservação com ocupação Condicionada
Áreas com conflito
Áreas ocupadas com atenção especial
Áreas sem conflito (baixa densidade)
Áreas com conflito
(média a alta densidade)
Áreas ocupadas com
atenção especial
Áreas ocupadas
com atenção especial
Áreas sem conflito
ESTUDO INTEGRADO DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E CIRCULAÇÃO URBANA DA REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE VITÓRIA
TECTRAN ‐ Técnicos em Transporte 30
2.10 RESULTADOS E DISCUSSÃO
2.10.1 Análise dos Planos de Informação Ambiental na RMGV – Cobertura Vegetal Nativa na RMGV
A análise da cobertura vegetal nativa foi realizada considerando a distribuição e o percentual de ocupação dos remanescentes das seguintes formações vegetacionais: florestas, manguezais e restingas. Para as restingas, foram distinguidas as duas fisionomias em que ela se expressa na RMGV: restinga herbácea e restinga arbustiva.
A distribuição dos remanescentes de vegetação nativa na RMGV está representada na figura a seguir.
ESTUDO INTEGRADO DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E CIRCULAÇÃO URBANA DA REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE VITÓRIA
TECTRAN ‐ Técnicos em Transporte 31
Figura 4: Distribuição dos remanescentes de vegetação nativa na RMGV
Fonte cartográfica: GEOBASES. Elaboração: TECTRAN.
ESTUDO INTEGRADO DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E CIRCULAÇÃO URBANA DA REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE VITÓRIA
TECTRAN ‐ Técnicos em Transporte 32
A partir da figura anterior, as seguintes informações puderam ser extraídas:
• As maiores concentrações de floresta ocorrem nas porções oeste e sudoeste da RMGV, correspondendo aos municípios de Guarapari, Viana e Cariacica. Este dado indica um baixo grau de pressão antrópica sobre as florestas, observado nesses setores. O município de Serra também apresenta alguns remanescentes florestais extensos. Por outro lado, nos municípios de Vila Velha, Vitória e Fundão, a cobertura florestal encontra‐se bastante fragmentada, sendo representada por remanescentes menores;
• As restingas estão presentes em quatro dos sete municípios da RMGV: Guarapari, Vila Velha, Vitória e Serra. A restinga herbácea é mais bem representada do que a restinga arbustiva. As áreas de entorno dos remanescentes de restinga não apresentam remanescentes expressivos de vegetação nativa, o que indica o alto grau de pressão antrópica sobre este ecossistema;
• Os Manguezais estão distribuídos de forma bastante esparsa na RMGV. Contudo, ocorrem duas áreas onde este ecossistema ainda apresenta uma extensão significativa: na porção noroeste do município de Vitória, limitando‐se aos municípios de Serra e Cariacica; na porção sul de Guarapari;
• Comparando as duas áreas que apresentam significativas extensões de mangues, verifica‐se no entorno dos manguezais situados na porção sul de Guarapari, a presença de relevantes áreas com florestas. Já no entorno dos manguezais situados na porção noroeste de Vitória, observa‐se a presença de remanescentes menores. Este fato indica que a porção noroeste de Vitória apresenta um grau de pressão de adensamento urbano maior do que a porção sul de Guarapari;
A tabela abaixo apresenta a área total e o percentual de ocupação das florestas, manguezais e restingas na RMGV.
Tabela 5: Área total e percentual de ocupação das formações vegetacionais nativas na RMGV
Elaboração: TECTRAN.
Formações Vegetacionais OCUPAÇÃO DAS FORMAÇÕES VEGETACIONAIS NATIVAS NA RMGV
Área (ha) RMGV (%)
Florestal 33.120 14,34
Manguezal 2.477 1,07
Restinga Arbustiva 733 0,32
Restinga Herbácea 2.653 1,15
Área Total Remanescentes Vegetação 38.983 16,88
Área Total da RMGV 230.931 100
ESTUDO INTEGRADO DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E CIRCULAÇÃO URBANA DA REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE VITÓRIA
TECTRAN ‐ Técnicos em Transporte 33
2.11 RECURSOS HÍDRICOS NA RMGV
A análise dos recursos hídricos na RMGV foi realizada considerando a distribuição e o percentual de ocupação das áreas alagáveis e das seguintes tipologias de APPs: faixa marginal de 30m para cursos d'água menores que 10m de largura, faixa marginal de 50m para cursos d'água entre 10 e 50m de largura, faixa marginal de 50m para lagos rurais com até 20 ha, faixa marginal de 30m para lagos urbanos, faixa marginal de 100m para reservatórios rurais, faixa marginal de 30m para reservatórios urbanos.
A distribuição das áreas alagáveis e das tipologias de APPs relacionadas aos recursos hídricos está representada na figura seguinte.
ESTUDO INTEGRADO DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E CIRCULAÇÃO URBANA DA REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE VITÓRIA
TECTRAN ‐ Técnicos em Transporte 34
Figura 5: Distribuição das áreas alagáveis e das tipologias de APPs relacionadas aos recursos hídricos na RMGV
Fonte cartográfica: GEOBASES. Elaboração: TECTRAN.
ESTUDO INTEGRADO DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E CIRCULAÇÃO URBANA DA REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE VITÓRIA
TECTRAN ‐ Técnicos em Transporte 35
A partir da figura anterior, as seguintes informações podem ser extraídas:
• Ocorrem cinco grandes concentrações de áreas alagáveis na RMGV. Na porção sul, ocorrem três destas concentrações, situadas nos municípios de Guarapari, Viana e Vila Velha. As outras duas concentrações de áreas alagáveis estão situadas na porção sul do município de Serra e na divisa do município de Serra com Fundão;
• Das cinco concentrações de áreas alagáveis supracitadas, três apresentam rios atravessando toda sua extensão, sendo elas: as áreas situadas nos municípios de Guarapari, Viana e na divisa entre Serra e Fundão. Este fator indica um elevado risco de inundação presentes nessas áreas, considerando a proximidades desses recursos hídricos com as áreas alagáveis;
• Dentre as APPs relacionadas a recursos hídricos, as APPs de cursos d'água menores que 10m de largura são as mais abundantes, estando distribuídas de forma semelhante pela RMGV, com exceção da área que engloba o município de Vitória, a porção sul do município de Serra, a porção norte do município de Guarapari e a porção sudeste do município de Cariacica, onde estão presentes as menores concentrações dos cursos de água observadas na RMGV;
• No município de Fundão ocorre a maior concentração de APPs de reservatórios rurais;
• Ocorrem sobreposições entre as áreas alagáveis e algumas porções de APPs relacionadas a recursos hídricos;
• Dentre as APPs relacionadas aos lagos urbanos, destacam‐se os lagos Maibá (situado a sul de Guarapari), Largo do Juara (situado a sudeste de Serra) e uma concentração de outros lagos sem nome (situados na porção central de Vila Velha). Entre os três lagos supracitados, somente o Largo do Juara, apresenta em seu entorno, consideráveis extensões de áreas alagáveis. Este fator indica que essa região possui um elevado risco a inundação, especialmente nas proximidades deste lago;
• As APPs relacionadas aos reservatórios urbanos, com maiores extensões, estão localizadas na porção sudeste da RMGV, próximo ao limite municipal de Vila Velha e Guarapari;
Com o objetivo de simplificar esta macroavaliação ambiental, a figura seguinte apresenta o mapeamento dos recursos hídricos em apenas duas classes: APPs relacionadas a recursos hídricos, áreas alagáveis não sobrepostas às APPs.
ESTUDO INTEGRADO DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E CIRCULAÇÃO URBANA DA REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE VITÓRIA
TECTRAN ‐ Técnicos em Transporte 36
Figura 6: Distribuição das APPs relacionadas aos recursos hídricos e das áreas alagáveis não sobrepostas às APPs na RMGV
Fonte cartográfica: GEOBASE. Elaboração: TECTRAN.
ESTUDO INTEGRADO DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E CIRCULAÇÃO URBANA DA REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE VITÓRIA
TECTRAN ‐ Técnicos em Transporte 37
A tabela abaixo apresenta a área total e o percentual de ocupação das APPs relacionadas a recursos hídricos e das áreas alagáveis não sobrepostas às APPs na RMGV.
Tabela 6: Ocupação das APPs relacionadas aos recursos hídricos e das áreas alagáveis não sobrepostas às APPs ‐ RMGV
Elaboração: TECTRAN.
Recurso Hídrico
OCUPAÇÃO DAS APPs RELACIONADAS AOS RECURSOS HÍDRICOS E DAS ÁREAS ALAGÁVEIS
Área (ha) % da Área Total RMGV
APPs – Recursos Hídricos 57.190,92 24,77
Áreas Alagáveis não sobrepostas às APPs 7.225,00 3,13
Área Total Recursos Hídricos 64.415,92 27,89
Área Total RMGV 230.931,00 100,00
ESTUDO INTEGRADO DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E CIRCULAÇÃO URBANA DA REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE VITÓRIA
TECTRAN ‐ Técnicos em Transporte 38
2.12 RELEVO FORTEMENTE MONTANHOSO NA RMGV
A análise das áreas com relevo fortemente montanhoso (declividade acima de 75%) foi realizada considerando a distribuição e o percentual de ocupação destas áreas na RMGV. Salienta‐se que as porções com declividade acima de 100%, as quais constituem APPs, foram distinguidas e contabilizadas.
A distribuição das áreas área com relevo fortemente montanhoso na RMGV está representada na figura a seguir.
ESTUDO INTEGRADO DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E CIRCULAÇÃO URBANA DA REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE VITÓRIA
TECTRAN ‐ Técnicos em Transporte 39
Figura 7: Distribuição das Áreas com Relevo Fortemente Montanhoso na RMGV
Fonte cartográfica: GEOBASES. Elaboração: TECTRAN.
ESTUDO INTEGRADO DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E CIRCULAÇÃO URBANA DA REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE VITÓRIA
TECTRAN ‐ Técnicos em Transporte 40
A partir da figura anterior, as seguintes informações podem ser extraídas:
• As maiores concentrações de áreas com relevo fortemente montanhoso, estão situadas nas porções oeste e sudoeste da RMGV, correspondendo aos municípios de Guarapari, Viana e Cariacica;
• Dentre as maiores áreas de concentrações supracitadas, o município de Guarapari, apresenta a maior quantidade de relevo fortemente montanhoso observado na RMGV. Grande parte deste relevo concentra‐se na porção sul ‐ sudoeste do município. Este fato indica grandes dificuldades de expansão urbana direcionada a este setor, devido à presença dessa grande barreira física;
• As menores concentrações de áreas com relevo fortemente montanhoso estão situadas nos municípios de Vitória e Vila Velha. No entanto, conforme verificado no mapa da Classificação do Relevo, os setores a sul de Vitória e norte de Vila Velha apresentam significativo relevo fortemente ondulado a relevo montanhoso;
• Outras duas concentrações de relevo fortemente montanhoso merecem destaque. A primeira delas situa‐se na porção centro‐sul do município de Serra, que correspondem espacialmente a Área de Proteção Ambiental Mestre Álvaro. A segunda concentração situa‐se na porção noroeste do município de Fundão, estando localizada na Área de Proteção Ambiental de Goiapaba‐Açu.
A tabela seguinte apresenta a área total e o percentual de ocupação das áreas com relevo fortemente montanhoso e das APPs de declividade acima de 100%.
Tabela 7: Área total e percentual de ocupação das áreas com relevo fortemente montanhoso e das APPs de declividade acima de 100%
Relevo
OCUPAÇÃO DAS ÁREAS COM RELEVO FORTEMENTE MONTANHOSO E DAS APPs DE DECLIVIDADE ACIMA DE 100%
Área (ha) % da Área Total RMGV
Relevo Fortemente Montanhoso (acima de 75%) 2.240,41 0,97
APPs – Declividades acima de 100% 284,04 0,11
Área Total de Relevo fortemente montanhoso 2.488,00 1,08
Área Total RMGV 230.931,00 100,00
Elaboração: TECTRAN.
O relevo fortemente montanhoso ocupa uma área de aproximadamente 2.240ha, representando 0,97% do território da RMGV. Ressalta‐se que do total de áreas com relevo fortemente montanhoso, cerca de 248 ha são representados pelas APPs de declividade acima de 100%. Desta forma, ocorrem cerca de 1.992 ha de áreas com relevo fortemente montanhoso que não correspondem às APPs de declividade.
ESTUDO INTEGRADO DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E CIRCULAÇÃO URBANA DA REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE VITÓRIA
TECTRAN ‐ Técnicos em Transporte 41
2.13 UNIDADES DE CONSERVAÇÃO NA RMGV
A análise das UCs foi realizada considerando a distribuição e o percentual de ocupação destas áreas na RMGV. A distribuição das UCs na RMGV está representada na figura a seguir.
ESTUDO INTEGRADO DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E CIRCULAÇÃO URBANA DA REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE VITÓRIA
TECTRAN ‐ Técnicos em Transporte 42
Figura 8: Distribuição das Unidades de Conservação (UCs) na RMGV
Fonte cartográfica: GEOBASES. Elaboração: TECTRAN.
ESTUDO INTEGRADO DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E CIRCULAÇÃO URBANA DA REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE VITÓRIA
TECTRAN ‐ Técnicos em Transporte 43
Tratam‐se, portanto, de 20 unidades de conservação, sendo que duas destas não possuem nomenclatura em conformidade com o SNUC: Área de Preservação Permanente Morro do Moreno e Morro do Cruzeiro. As demais unidades de conservação estão distribuídas nas seguintes categorias definidas pelo SNUC: Área de Proteção Ambiental (5 unidades), Estação Ecológica (1 unidade), Parque (10 unidades), Reserva Biológica (1 unidade) e Reserva de Desenvolvimento Sustentável (1 unidade). As categorias de Parque, Reserva Biológica e Estação Ecológica pertencem ao grupo Unidades de Proteção Integral. As Áreas de Proteção Ambiental e Reserva de Desenvolvimento Sustentável pertencem ao grupo de Unidades de Uso Sustentável.
As UCs estão presentes em quase todos municípios da RMGV, exceto Viana. As maiores concentrações de UCs ocorrem nas porções Sul e Leste da RMGV, correspondendo aos municípios de Guarapari, Vitória e Serra.
A tabela a seguir apresenta a área total e o percentual de ocupação de cada UC na RMGV.
Tabela 8: Área total e percentual de ocupação das UCs na RMGV
Unidades de Conservação
(UCs)
OCUPAÇÃO DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO (UCs) ‐ RMGV
Nome Área (ha) % da Área Total RMGV 01 Área de Preservação Permanente Morro do Moreno 80,95 0,035 02 Área de Proteção Ambiental de Goiapaba‐Açu 3.125,30 1,353 03 Área de Proteção Ambiental de Mestre Álvaro 2.505,68 1,085 04 Área de Proteção Ambiental de Praia Mole 436,80 0,189 05 Área de Proteção Ambiental de Setiba 3.882,66 1,681 06 Área de Proteção Ambiental do Maciço Central 915,13 0,396 07 Estação Ecológica Municipal Ilha do Lameirão 1.058,36 0,458 08 Morro do Cruzeiro 208,17 0,090 09 Parque Ecológico Moacir Folego – Lagoa Cocal 3,94 0,002 10 Parque Ecológico Morro do Penedo 14,53 0,006 11 Parque Ecológico Municipal de Jabaeté 39,76 0,017 12 Parque Estadual da Fonte Grande 218,62 0,095 13 Parque Estadual Ilha das Flores 23,12 0,010 14 Parque Estadual Paulo César Vinha 1.531,52 0,663 15 Parque Municipal Morro da Mantegueira 182,81 0,079 16 Parque Municipal Gruta da Onça 6,87 0,003 17 Parque Municipal Morro da Pescaria 61,07 0,026 18 Parque Natural Municipal de Jacarenema 267,87 0,116 19 Reserva Biológica de Duas Bocas 3.081,73 1,334 20 Reserva de Desenvolvimento Sustentável Concha D’ostra 949,19 0,411
TOTAL Área Total das Unidades de Conservação (UCs) 18.594,08 8,052 TOTAL Área Total da RMGV 230.931,00 100,00
Fonte cartográfica: GEOBASES. Elaboração: TECTRAN.
ESTUDO INTEGRADO DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E CIRCULAÇÃO URBANA DA REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE VITÓRIA
TECTRAN ‐ Técnicos em Transporte 44
Como pode ser constatado pelas definições do SNUC, a Área de Proteção Ambiental (APA) é a única categoria de unidade de conservação presente na RMGV que permite ocupação urbana, havendo cinco unidades desta categoria. As demais unidades de conservação presentes não são áreas adequadas à ocupação urbana.
Dessa forma, com o objetivo de simplificar o macrozoneamento ambiental da RMGV, a figura a seguir apresenta a distribuição das UCs em duas classes: UCs não urbanizáveis e APAs, as quais permitem ocupação urbana.
ESTUDO INTEGRADO DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E CIRCULAÇÃO URBANA DA REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE VITÓRIA
TECTRAN ‐ Técnicos em Transporte 45
Figura 9: Distribuição das Unidades de Conservação não Urbanizáveis e das APAs na RMGV
Fonte cartográfica: GEOBASES. Elaboração: TECTRAN.
ESTUDO INTEGRADO DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E CIRCULAÇÃO URBANA DA REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE VITÓRIA
TECTRAN ‐ Técnicos em Transporte 46
A tabela abaixo apresenta a área total e o percentual de ocupação das UCs não urbanizáveis e das APAs na RMGV.
Tabela 9: Área total e percentual de ocupação das UCs não urbanizáveis e das APAs na RMGV
Unidades de Conservação OCUPAÇÃO DAS UCs NÃO URBANIZÁVEIS E DAS APAs
Área (ha) % da Área Total RMGV
Áreas de Proteção Ambiental (APAs) 10.865,57 4,71
UCs não urbanizáveis 7.728,51 3,35
Área Total de UCs não urbanizáveis e APAs 18.594,08 8,05
Área Total da RMGV 230.931,00 100,00
Fonte cartográfica: GEOBASES e SOS Mata Atlântica. Elaboração: TECTRAN.
ESTUDO INTEGRADO DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E CIRCULAÇÃO URBANA DA REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE VITÓRIA
TECTRAN ‐ Técnicos em Transporte 47
2.14 DISTRIBUIÇÃO E PERCENTUAL DE OCUPAÇÃO DAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PROPOSTA
Para o mapeamento das categorias de áreas de preservação propostas, é necessário, primeiramente, realizar um mapeamento integrado dos planos de informação ambiental abordados neste estudo. A figura a seguir apresenta a distribuição de todos os planos de informação ambiental mapeados neste estudo, os quais foram resumidos nas seguintes classes: UCs não urbanizáveis, APAs, áreas com relevo fortemente montanhoso, APPs relacionadas a recursos hídricos, áreas alagáveis não sobrepostas às APPs, remanescentes de vegetação nativa (florestas, mangues, restingas).
ESTUDO INTEGRADO DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E CIRCULAÇÃO URBANA DA REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE VITÓRIA
TECTRAN ‐ Técnicos em Transporte 48
Figura 10: Distribuição dos Planos de Informação Ambiental na RMGV
Fonte cartográfica: GEOBASES. Elaboração: TECTRAN.
ESTUDO INTEGRADO DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E CIRCULAÇÃO URBANA DA REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE VITÓRIA
TECTRAN ‐ Técnicos em Transporte 49
Observa‐se que ocorrem várias sobreposições entre as classes mapeadas. Isso se deve ao fato da co‐existência de classes relacionadas a limites legais, como as APPs e as UCs, e de classes relacionadas à cobertura do solo, como os remanescentes de vegetação nativa, relevo fortemente montanhoso e áreas alagáveis.
Com isso, para o mapeamento das Áreas de Preservação Natural Integral e das Áreas de Preservação com Ocupação Condicionada foram atendidas as seguintes diretrizes: onde há sobreposição de classes pertencentes às duas categorias propostas, deve se manter a categoria mais restritiva, ou seja, a Área de Preservação Natural Integral; onde há sobreposição de classes pertencentes à mesma categoria, ela deve ser mantida.
A figura a seguir apresenta a distribuição das Áreas de Preservação Natural Integral e das Áreas de Preservação com Ocupação Condicionada de acordo com legislação ambiental federal.
ESTUDO INTEGRADO DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E CIRCULAÇÃO URBANA DA REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE VITÓRIA
TECTRAN ‐ Técnicos em Transporte 50
Figura 11: Áreas de Preservação Natural Integral e Áreas de Preservação com Ocupação Condicionada segundo Legislação Ambiental Federal
Fonte cartográfica: GEOBASES. Elaboração: TECTRAN.
ESTUDO INTEGRADO DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E CIRCULAÇÃO URBANA DA REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE VITÓRIA
TECTRAN ‐ Técnicos em Transporte 51
A tabela seguinte apresenta a área total e o percentual de ocupação das Áreas de Preservação Natural Integral e das Áreas de Preservação com Ocupação Condicionada propostas para a RMGV.
Tabela 10: Área total e percentual de ocupação das Áreas de Preservação Natural Integral e Áreas de Preservação com Ocupação Condicionada segundo Legislação Ambiental Federal
Elaboração: TECTRAN.
Categorias de Proteção
ÁREAS DE PRESERVAÇÃO NATURAL INTEGRAL E ÁREAS DE PRESERVAÇÃO COM OCUPAÇÃO CONDICIONADA
SEGUNDO LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL
Área (ha) % da Área Total RMGV
Áreas de Preservação Natural Integral 72.005,97 31,18
Áreas de Preservação com Ocupação Condicionada 45.754 19,81
Área Total da RMGV 230.931 100,00
ESTUDO INTEGRADO DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E CIRCULAÇÃO URBANA DA REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE VITÓRIA
TECTRAN ‐ Técnicos em Transporte 52
2.15 CONSIDERAÇÃOES SOBRE AS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO NATURAL INTEGRAL DO PDM
O mapeamento das categorias de áreas de preservação propostas nesse trabalho, conforme já citado, foram originadas em sua maioria, de bases oficias fornecidas GEOBASES‐IJSN. Como as bases possuem escalas diversas, todo estudo baseou‐se na escala macro para analisar os planos de informação ambiental distribuídos em toda RMGV. Além disso, para este trabalho não foi possível a realização de trabalho de campo para validação das relevâncias ambientais mapeadas, predominantemente através de dados secundários. Por este motivo, podem existir na RMGV outras relevâncias ambientais não levantadas neste estudo macro.
Para o fim de não haver áreas de preservação menores daquelas já previstas nos planos diretores dos municípios da RMGV, e também minimizar a ausência de dados ambientais em escalas maiores, foi feita a sobreposição das áreas de preservação mapeadas pelos municípios com as áreas de preservação propostas por este estudo, para subsidiar o macrozoneamento metropolitano. A figura seguinte destaca as áreas de preservação mapeadas pelos planos diretores.
ESTUDO INTEGRADO DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E CIRCULAÇÃO URBANA DA REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE VITÓRIA
TECTRAN ‐ Técnicos em Transporte 53
Figura 12: Áreas de Preservação Natural Integral e das Áreas de Preservação com Ocupação Condicionada segundo Legislação Ambiental Federal e Municipal
Fonte cartográfica: GEOBASES. Elaboração: TECTRAN.
ESTUDO INTEGRADO DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E CIRCULAÇÃO URBANA DA REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE VITÓRIA
TECTRAN ‐ Técnicos em Transporte 54
A partir da figura anterior, as seguintes informações podem ser extraídas:
• As áreas de preservação mapeadas pelos planos diretores foram somadas às áreas de preservação propostas neste estudo, apresentando uma maior quantidade de áreas ambientais protegidas na RMGV. Isso indica que os municípios realizaram estudos ambientais em escalas maiores do que aquelas trabalhadas neste estudo.
• A maior quantidade de áreas ambientalmente protegidas apresentado pelo PDM, conforme supracitado, indica a presença de relevâncias ambientais não mapeadas neste estudo;
• O município de Guarapari apresenta a maior quantidade de áreas de preservação mapeadas pelo Plano Diretor Municipal – PDM, de toda RMGV, concentradas nas porções sudoeste, oeste, noroeste e norte. Isso pode indicar a presença de grandes áreas com floresta natural em bom estado de conservação nestes setores, pois essas áreas coincidem predominantemente com florestas;
• O município de Fundão apresenta a segunda maior quantidade de áreas de preservação mapeadas pelo PDM, da RMGV. Como a maior parte dessas áreas apresenta cobertura de florestas, semelhantemente em Guarapari, estes espaços podem apresentar relevantes fragmentos florestais em bom estado de conservação;
• Nota‐se que algumas relevâncias ambientais com ocupação condicionada, de acordo com a Legislação Federal, encontram‐se com proteção integral realizada por seu município. Como exemplo, cita‐se a Área de Proteção Ambiental de Goiapaba‐Açu, situada na porção noroeste de Fundão;
• As áreas alagáveis situadas a noroeste de Vitória e na porção sudeste do município Serra, coincidem predominantemente com as áreas de preservação mapeadas pelo PDM. Isso indica uma grande fragilidade ambiental presente neste espaço, associadas a riscos de inundação e impactos que podem afetar diretamente os recursos hídricos locais.
ESTUDO INTEGRADO DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E CIRCULAÇÃO URBANA DA REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE VITÓRIA
TECTRAN ‐ Técnicos em Transporte 55
2.16 ANÁLISE DE CONFLITOS ENTRE O ATUAL ZONEAMENTO DA RMGV E AS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PROPOSTAS
A análise de conflito entre as áreas de preservação propostas e o zoneamento municipal foi realizada considerando a distribuição espacial dos planos de informações ambientais em confronto ao uso e ocupação do solo permitido nos zoneamentos nas áreas propostas em toda RMGV, classificados neste estudo. A figura a seguir apresenta os zoneamentos classificados da seguinte forma: Áreas Rurais, Zonas Não Urbanizáveis, Zonas Urbanizáveis e as Zonas com Urbanização Condicionada.
ESTUDO INTEGRADO DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E CIRCULAÇÃO URBANA DA REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE VITÓRIA
TECTRAN ‐ Técnicos em Transporte 56
Figura 13: Classificação da Correspondência Metropolitana para Zoneamento Municipal
Fonte cartográfica: GEOBASES. Elaboração: TECTRAN.
ESTUDO INTEGRADO DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E CIRCULAÇÃO URBANA DA REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE VITÓRIA
TECTRAN ‐ Técnicos em Transporte 57
A figura seguinte apresenta a identificação espacial das áreas com conflito, sem conflito e aquelas que apresentam uma atenção especial quanto à ocupação.
ESTUDO INTEGRADO DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E CIRCULAÇÃO URBANA DA REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE VITÓRIA
TECTRAN ‐ Técnicos em Transporte 58
Figura 14: Identificação de Áreas de Conflito Relacionadas às Bases Ambientais e ao Zoneamento da RMGV
Fonte cartográfica: GEOBASES. Elaboração: TECTRAN.
ESTUDO INTEGRADO DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E CIRCULAÇÃO URBANA DA REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE VITÓRIA
TECTRAN ‐ Técnicos em Transporte 59
Em relação ao mapa de conflitos (figura anterior), algumas considerações merecem ser feitas:
• A distribuição das classes de conflitos, no geral, é bastante heterogênea;
• O município de Guarapari apresenta uma quantidade de áreas sem conflitos maior do que a dos outros municípios;
• Serra demonstra grandes extensões de áreas sem classificação por falta de dados de zoneamento;
• As áreas rurais, embora não urbanizáveis, merecem atenção especial por possuírem potencial de geração de conflitos ambientais. Principalmente aqueles relacionados à substituição de florestas por pastos e poluição de cursos de água. A porção oeste da RMGV, correspondentes aos municípios de Fundão, Cariacica e Viana merecem uma atenção especial devido à presença do conflito entre Áreas Rurais de Uso Agropecuário com as bases ambientais mapeadas;
• Viana possui poucas áreas sem conflitos e cerca de metade de sua extensão foi classificada como áreas de conflitos e com atenção especial. Este fato indica que o plano diretor deste município pode ter desconsiderado, em seu mapeamento, grande parte de APPs, especialmente aquelas relacionadas aos recursos hídricos. A maior parte do conflito ambiental verificado neste município é o zoneamento de Áreas Rurais de Uso Agropecuário com as APPs relacionadas aos recursos hídricos;
• Vila Velha, Cariacica e Vitória apresentam distribuições mais uniformes das classes de conflitos, embora existam algumas concentrações nos municípios;
• Fundão possui áreas relacionadas aos conflitos distribuídas por toda sua extensão. Entretanto, a maior concentração dessas áreas situa‐se na porção central do município e refere‐se, em maior parte, ao conflito entre APPs relacionadas aos recursos hídricos com Áreas Rurais de Uso Agropecuário;
• Na porção nordeste de Vitória, destaca‐se uma área cujo zoneamento é destinado à instalação de grandes equipamentos econômicos, mas que se encontra em área de restinga.
• Comparando os conflitos existentes nos municípios de Guarapari e Viana, nota‐se uma clara diferença, principalmente, por causa do zoneamento de uso e ocupação do solo. Como são municípios vizinhos, suas características são semelhantes, como pode ser observado no mapa dos planos de informações ambientais. No entanto, os zoneamentos a que essas áreas estão sujeitas são distintos, o que ocasiona pontos de conflitos e incompatibilidades de usos diferentes;
• Na porção leste de RMGV, predominantemente classificada no perímetro urbano, os seguintes conflitos merecem destaque:
‐ Restingas herbáceas com Áreas de Baixa Densidade Construtiva, situadas na porção leste de Guarapari, dentro da APA – Setiba
‐ Restingas herbáceas com Áreas de Alta Densidade Construtiva, Áreas de Baixa Densidade Construtiva com a Unidade de Conservação – Parque Municipal do Morro da Mantegueira e a Área de Proteção Permanente Morro do Moreno situados na porção norte de Vila Velha.
ESTUDO INTEGRADO DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E CIRCULAÇÃO URBANA DA REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE VITÓRIA
TECTRAN ‐ Técnicos em Transporte 60
‐ Restingas herbáceas com Áreas de Média Densidade Construtiva, situado na porção nordeste de Serra, próximo ao limite municipal com Fundão.
ESTUDO INTEGRADO DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E CIRCULAÇÃO URBANA DA REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE VITÓRIA
TECTRAN ‐ Técnicos em Transporte 61
2.17 ANÁLISE DE CONFLITOS ENTRE O ATUAL USO E OCUPAÇÃO DO SOLO DA RMGV E AS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PROPOSTAS
Para a análise de conflito entre as áreas de preservação propostas e o atual Uso e ocupação do solo foi considerando a distribuição espacial dos planos de informações ambientais em confronto ao uso e ocupação do solo atual, produzido pela TECTRAN para toda RMGV. A seguinte apresenta as seguintes categorias de uso, utilizadas para o cruzamento: Assentamentos Precários, Equipamentos Institucionais, Grandes Equipamentos Econômicos, Vazios Urbanos, Áreas com densidade construtiva e Áreas com Interesse Ambiental.
ESTUDO INTEGRADO DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E CIRCULAÇÃO URBANA DA REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE VITÓRIA
TECTRAN ‐ Técnicos em Transporte 62
Figura 15: Categorias de Uso e Ocupação do Solo Utilizadas
Fonte cartográfica: GEOBASES. Elaboração:TECTRAN.
ESTUDO INTEGRADO DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E CIRCULAÇÃO URBANA DA REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE VITÓRIA
TECTRAN ‐ Técnicos em Transporte 63
A figura a seguir apresenta a identificação espacial das áreas com conflito, sem conflito e aquelas que apresentam as áreas ocupadas com atenção especial.
ESTUDO INTEGRADO DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E CIRCULAÇÃO URBANA DA REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE VITÓRIA
TECTRAN ‐ Técnicos em Transporte 64
Figura 16: Identificação de áreas de conflito relacionadas às bases ambientais e ao uso e ocupação do solo atual da RMGV
Fonte cartográfica: GEOBASES. Elaboração: TECTRAN.
ESTUDO INTEGRADO DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E CIRCULAÇÃO URBANA DA REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE VITÓRIA
TECTRAN ‐ Técnicos em Transporte 65
A partir dos dados expressos na figura anterior, as seguintes informações puderam ser extraídas:
• Os conflitos de uso e ocupação do solo atuais estão concentrados, em sua maior parte, no setor leste da RMGV, ao longo do litoral, com exceções a sudeste e na porção central da RMGV;
• A maior concentração de áreas com conflito está situada na porção nordeste e leste da RMGV, que correspondem aos municípios de Serra, Vitória e Vila Velha. Este fator indica a grande pressão de ocupação urbana presente nesses setores;
• Dentre os municípios situados nas áreas com maiores concentrações de conflitos, destaca‐se Vitória, que apresenta a maior incidência de áreas conflitantes, em sua porção nordeste;
• O município de Guarapari apresenta a segunda concentração de áreas com conflitos da RMGV. Neste setor observam‐se os seguintes conflitos: Setor norte do Parque Estadual Paulo César Vinha, parceladas por Vazios Urbanos; partes de áreas de restinga herbácea, parcelada como Vazio Urbano; porções de áreas de restinga arbustiva, parceladas como Vazio Urbano e ocupadas por Adensamento de Baixa Densidade. Esses dados indicam pressão de ocupação urbana presentes na área interna da APA de Setiba e no entorno imediato do Parque Estadual Paulo César Vinha;
• No município de Fundão destaca‐se o conflito situado na porção leste do município. Este setor apresenta porções de restingas herbáceas ocupadas por adensamento de baixa densidade. Este fator indica que grande parte dessa vegetação foi suprimida;
• O município de Serra apresenta zonas de conflitos, mesmo que pouco significativas, em quase toda sua extensão. Na porção sudeste encontra‐se uma expressiva área conflitante, que apresenta ocupação de grandes equipamentos econômicos em áreas de florestas. Este fator indica a supressão de grande parte dessa vegetação neste setor;
• Considerando as áreas de mangues presentes na RMGV, a porção sul de Guarapari merece uma atenção especial. Nas porções internas e também no entorno da área de mangue, pertencente a Reserva de Desenvolvimento Sustentável Concha, apresenta ocupações de áreas de corredores concentradores de atividades, assentamentos precários e parcelamentos de Vazios Urbanos. Estes fatores indicam que partes do manguezal foram suprimidas e, ainda, existe forte pressão por ocupação dessa área.
ESTUDO INTEGRADO DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E CIRCULAÇÃO URBANA DA REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE VITÓRIA
TECTRAN ‐ Técnicos em Transporte 66
2.18 CONSIDERAÇÕES DO MACROZONEAMENTO PROPOSTO A PARTIR DAS BASES AMBIENTAIS
De acordo com JUNIOR (2004), a ocupação desordenada do espaço urbano acarreta uma série de prejuízos para o meio ambiente e consequentemente para as pessoas que residem em áreas urbanas, exigindo uma efetiva intervenção do Poder Público no sentido de melhorar a ocupação desordenada e planejar as ocupações futuras.
Sabendo disso, é fundamental para todo zoneamento urbano, primeiramente, realizar um estudo integrado do uso e ocupação do solo a fim de conhecer as áreas que possuem restrições a ocupação urbana e também aquelas que possuem aptidão para tal. As restrições a ocupação urbana, na maioria das vezes, estão associadas aos seguintes fatores: não ocupação de áreas com grande relevância ambiental, áreas de proteção permanente e áreas que envolvem riscos, como deslizamento de blocos, escorregamentos, inundação, dentre outros. Já as áreas com aptidão a ocupação urbana correspondem geralmente àquelas desocupadas e com baixa expressividade e densidade vegetal, que não envolvem riscos a ocupação e aquelas sem grande relevância ambiental.
Conforme os dados supracitados, o presente estudo propõe duas categorias de preservação ambiental, para subsidiar o macrozoneamento metropolitano. A figura a seguir apresenta as Áreas de Preservação Natural Integral e as Áreas de Preservação com Ocupação Condicionada.
ESTUDO INTEGRADO DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E CIRCULAÇÃO URBANA DA REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE VITÓRIA
TECTRAN ‐ Técnicos em Transporte 67
Figura 17: Áreas de Preservação Integral e áreas de Preservação com Ocupação Condicionada Propostas para a RMGV
Fonte cartográfica: GEOBASES. Elaboração: TECTRAN.
ESTUDO INTEGRADO DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E CIRCULAÇÃO URBANA DA REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE VITÓRIA
TECTRAN ‐ Técnicos em Transporte 68
Em análise à figura anterior, visando à preservação ambiental da RMGV e a minimização dos impactos ambientais decorrentes dos projetos esperados para toda região, sugere‐se a adoção das seguintes recomendações:
• Integrar programas, projetos e atividades de uso, fiscalização e manutenção das áreas de preservação natural integral, a fim de evitar depredação, invasões e poluição dessas áreas. Assim, deve‐se prover o cercamento das unidades de conservação não urbanizáveis, especialmente no entorno da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Concha (situada na porção sul de Guarapari), na porção nordeste de Vitória, que apresentam conflitos conforme já citado;
• Elaborar diretrizes direcionadas para a ocupação de baixa densidade construtiva e populacional no entorno imediato das áreas de preservação natural integral por meio de parâmetros urbanísticos mais restritivos;
• Elaborar diretrizes específicas para as zonas rurais, incluindo a distribuição de cartilhas explicativas e programas de educação ambiental para a população rural; a fim de evitar impactos diretos em áreas ambientalmente frágeis, como Unidades de Conservação não Urbanizáveis, como a Reserva Biológica de Duas Bocas (situada em Cariacica).
• Elaborar diretrizes específicas para as zonas de ocupação condicionada, considerando as questões ambientais. Essas diretrizes merecem ser próprias de cada local, de acordo com suas características físicas, ambientais, sociais, econômicas e urbanísticas;
• Desestimular a ocupação ao longo de vias de ligação intermunicipais, identificando pontualmente locais para comércio e serviços voltados aos usuários da via. Estes locais devem estar afastados de áreas de interesse ambiental;
• Elaborar parâmetros urbanísticos restritivos à ocupação (principalmente à residencial) ao redor de portos que, normalmente, possuem áreas de interesse ambiental a serem preservadas (como os mangues), especialmente no limite municipal de Vila Velha e Vitória;
• Promover a recuperação de Áreas de Preservação Natural Integral que apresentem conflitos com o Uso do Solo atual, conforme apresentado no item.
ESTUDO INTEGRADO DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E CIRCULAÇÃO URBANA DA REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE VITÓRIA
TECTRAN ‐ Técnicos em Transporte 69
2.19 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Tendo como finalidade elaborar uma Macroavaliação Ambiental a partir de dados secundários da RMGV e modelar as bases em conformidade com a legislação ambiental específica, utilizando as técnicas de geoprocessamento, o trabalho contribuiu para discussão e mapeamento das áreas com relevância ambiental.
A adoção das técnicas de geoprocessamento para análises permitiu o tratamento e cruzamentos dos dados necessários para a determinação tanto das áreas de preservação permanente, como também para mapear os conflitos existentes entre os planos de informações ambientais, o zoneamento municipal o uso do solo da RMGV.
Para o estudo das relevâncias ambientais, foi considerada uma escala metropolitana de análise, sendo mapeadas preferencialmente as APPs e outras relevâncias ambientais passíveis de identificação representativa em escala macro. Portanto, existindo outras questões ambientais importantes, é fundamental realizar estudos pontuais para intervenções em toda RMGV.
Para validar os dados ambientais trabalhados em escritório, tornam‐se necessárias visitas a campo, principalmente nas “áreas alagadas” (GEOBASES) cuja metodologia de mapeamento não foi possível acessar. Para este dado é essencial conhecer as datas e as formas de trabalho que originaram a delimitação desta classe. Em busca de suprir esta ausência de informação, realizou‐se a interpretação dos dados com as imagens de satélites disponíveis no estudo, considerando as áreas alagadas como áreas alagáveis, ou seja, espaços geográficos susceptíveis a inundação sazonal, especialmente nos períodos chuvosos.
Entre os planos ambientais relacionados aos recursos hídricos destacam‐se as áreas alagáveis que apresentaram cinco grandes concentrações na RMGV, que correspondem a uma área de 7.255 ha. Das cinco concentrações de áreas alagáveis supracitadas, três apresentam rios atravessando toda sua extensão, sendo elas: as áreas situadas nos municípios de Guarapari, Viana e na divisa entre Serra e Fundão. Este fator indica um elevado risco de inundação presentes nessas áreas, considerando a proximidades desses recursos hídricos com as áreas alagáveis.
As Unidades de Conservação estão presentes em quase todos os municípios da RMGV, sendo que as maiores concentrações ocorrem nas porções Sul e Leste da RMGV, correspondendo aos municípios de Guarapari, Vitória e Serra. Viana foi o único município onde não foi verificada a presença de UCs. Devido a este fato, pode ser interessante mudar o zoneamento de algumas áreas que apresentam ocupação condicionada, para que sejam criados parques ou reservas ecológicas.
Para o mapeamento das Áreas de Preservação Natural Integral e das Áreas de Preservação com Ocupação Condicionada foram atendidas as seguintes diretrizes: onde há sobreposição de classes pertencentes às duas categorias propostas, deve‐se manter a categoria mais restritiva, ou seja, a Área de Preservação Natural Integral. Onde há sobreposição de classes pertencentes à mesma categoria, ela deve ser mantida. Esse processo foi necessário devido à ocorrência de sobreposições dos planos ambientais. Sendo assim, as Áreas de Preservação Natural Integral apresentam área total de 72.005,97 ha e, as Áreas de Preservação com ocupação condicionada, 45. 754 ha.
A fim de compor o mapeamento paras as áreas de preservação propostas neste estudo, foram agrupadas e somadas todas as áreas de preservação mapeadas pelos planos diretores municipais. Com
ESTUDO INTEGRADO DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E CIRCULAÇÃO URBANA DA REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE VITÓRIA
TECTRAN ‐ Técnicos em Transporte 70
isso, a RMGV apresentou uma maior quantidade de áreas ambientais protegidas. Isso indica que os municípios realizaram estudos ambientais em escalas maiores do que aquelas trabalhadas neste estudo.
O município de Guarapari apresenta a maior quantidade de áreas de preservação de toda RMGV, mapeadas pelo Plano Diretor Municipal – PDM. Estas estão concentradas nas porções sudoeste, oeste, noroeste e norte. Isso pode indicar a presença de grandes áreas com floresta natural em bom estado de conservação nestes setores, pois essas áreas coincidem, predominantemente, com as formações florestais. Além disso, todas as áreas de preservação mapeadas nos planos diretores foram integradas nas Áreas de Preservação Natural Integral propostas no presente estudo.
O cruzamento entre as áreas de preservação propostas e a correspondência do zoneamento municipal apresenta conflitos distribuídos de forma heterogênea em toda RMGV. Dentre os conflitos ambientais verificados, destacam‐se aqueles presentes na porção leste da RMGV, que demonstram, em sua maioria, os conflitos de zoneamento em Restingas Herbáceas. A análise desses conflitos contribuiu diretamente para elaboração do macrozoneamento metropolitano, no qual foi possível identificar os conflitos e evitá‐los na nova proposta.
O cruzamento entre as áreas de preservação propostas e o uso e ocupação do solo da RMGV, apresenta, em maior parte, a concentração de conflitos no setor leste da RMGV, ou seja, ao longo do litoral, com exceções das porções sudeste e central. Convém ressaltar que, para esta análise, foi considerado o mapeamento das APPs e relevâncias ambientais de maiores dimensões restritivas, não sendo consideradas as APPs de cursos de água menores que 10 metros de largura (APP 30 metros), devido ao grande número de feições e escala incompatível.
O resultado deste último cruzamento expressa de forma atual a existência de setores sem conflito, com conflito e também aqueles ocupados com atenção especial. Dentre os dados apresentados, destaca‐se a maior concentração de áreas com conflito que correspondem aos municípios de Serra, Vitória e Vila Velha. Este fator indica a grande pressão de ocupação urbana presente nesses espaços e, claro, a não existência de algumas relevâncias ambientais mapeadas, como as restingas e florestas. Destaca‐se, ainda, que o maior conflito ambiental observado foi o de ocupação urbana em restingas herbáceas. Em seguida, há a pressão e até mesmo ocupação em áreas de mangues, especialmente aquelas localizadas na porção sul de Guarapari. A análise desse cruzamento contribuiu para a percepção atual entre ás áreas de preservação versus o uso do solo atual, chamando a atenção para o entorno das áreas ambientalmente frágeis existentes.
Por fim, visando à preservação ambiental da RMGV e a minimização dos impactos ambientais decorrentes aos projetos esperados para toda região, sugere‐se a adoção de políticas ambientais que dêem a sustentabilidade ambiental para as áreas de preservação propostas. Dentre as recomendações destaca‐se a necessidade de integrar programas, projetos e atividades de uso, fiscalização e manutenção das áreas de preservação natural integral, a fim de evitar depredação, invasões e degradação dessas áreas.
Nesse intuito, prever o cercamento das unidades de conservação não urbanizáveis, especialmente no entorno da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Concha (situada na porção sul de Guarapari) e na porção nordeste de Vitória. E para as Áreas de Preservação com ocupação condicionada elaborar diretrizes específicas, que merecem ser próprias de cada local, de acordo com suas características físicas, ambientais, sociais, econômicas e urbanísticas.
ESTUDO INTEGRADO DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E CIRCULAÇÃO URBANA DA REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE VITÓRIA
TECTRAN ‐ Técnicos em Transporte 71
REFERÊNCIAS
Publicações:
EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA – EMBRAPA. Serviço Nacional de Levantamento e Conservação de Solos. In: REUNIÃO TÉCNICA DE LEVANTAMENTO DE SOLOS, 10, 1979, Rio de Janeiro. Súmula...Rio de Janeiro, 1979. 83p.
GUERRA, Antônio José Teixeira; CUNHA, Sandra Baptista. Geomorfologia: uma atualização de bases e conceitos – 4ª ed. ‐ Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2001
JUNIOR, Miguel Etinger de Araújo. Algumas considerações sobre o plano diretor dos municípios e sua importância no processo de construção da cidadania e da democracia. Londrina, 2004.
SANTOS, A.R. ArcGIS 9.1 total: aplicações para dados espaciais. Vitória, ES: Fundagres, 2007.
YANG, X. Satellite monitoring of urban spatial growth in the Atlanta Metropolitan Area, Photogrammetric Engineering & Remote Sensing, v.68,n.7,p725‐734,2002.
Documentos Jurídicos:
BRASIL. LEI no 4.771, de 15 de setembro de 1965 ‐ Institui o Novo Código Florestal.
____________. LEI no 6.766, de 19 de dezembro de 1979 ‐ Dispõe sobre o Parcelamento do solo Urbano e dá outras Providências.
______. LEI no 9.985, de 18 de julho de 2000 ‐ Institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC).
____________. LEI nº 11.428, de 22 de dezembro de 2006 ‐ Dispõe sobre a utilização e proteção da vegetação nativa do Bioma Mata Atlântica, e dá outras providências.
______. RESOLUÇÃO CONAMA n° 357, de 17 de março de 2005, alterada pela Resolução CONAMA n° 370/06 ‐ Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências
______. RESOLUÇÃO CONAMA n° 303, de 20 de Março de 2002 – Dispõe sobre parâmetros, definições e limites de Áreas de Preservação Permanente.
______. RESOLUÇÃO CONAMA n° 302, de 20 de Março de 2002 ‐ Dispõe sobre os parâmetros, definições e limites de Áreas de Preservação Permanente de reservatórios artificiais e o regime de uso do entorno.
____________. RESOLUÇÃO CONAMA n° 29 de 1994: define vegetação primária e secundária nos estágios inicial, médio e avançado de regeneração da Mata Atlântica, considerando a necessidade de definir o corte, a exploração e a supressão de vegetação secundária no estágio inicial de regeneração no Estado do Espírito Santo.
ESTUDO INTEGRADO DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E CIRCULAÇÃO URBANA DA REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE VITÓRIA
TECTRAN ‐ Técnicos em Transporte 72
Publicações eletrônicas:
SOS MATA ATLÂNTICA. Bases georreferenciadas da Cobertura Vegetal do Espírito Santo. Disponível em: <http://www.sosmatatlantica.org.br>. Acesso em: Setembro de 2009.
INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS. Shuttle Radar Topography Mission – SRTM georreferenciada. Disponível em: <http://www.dsr.inpe.br/topodata>. Acesso em: Julho de 2009.