26
1 Direito Coletivo

1 Direito Coletivo. 2 Introdução Etimologia D. Sindical: Têm caráter eminentemente subjetivo, pois leva em conta o sujeito do direito. D. Coletivo: Têm

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: 1 Direito Coletivo. 2 Introdução Etimologia D. Sindical: Têm caráter eminentemente subjetivo, pois leva em conta o sujeito do direito. D. Coletivo: Têm

1

Direito Coletivo

Page 2: 1 Direito Coletivo. 2 Introdução Etimologia D. Sindical: Têm caráter eminentemente subjetivo, pois leva em conta o sujeito do direito. D. Coletivo: Têm

2

IntroduçãoEtimologia

D. Sindical: Têm caráter eminentemente subjetivo, pois leva em conta o sujeito do direito.

D. Coletivo: Têm caráter objetivo, pois leva em conta o interesse que

é coletivo.

É Ciência?

Corrente 1: Não, este é ramo do D. Trabalhista, pois são os mesmos

direitos só que em caráter coletivo.

Corrente 2: Sim, é ciência autônoma, pois tem princípios, sujeitos e

estrutura própria.

Page 3: 1 Direito Coletivo. 2 Introdução Etimologia D. Sindical: Têm caráter eminentemente subjetivo, pois leva em conta o sujeito do direito. D. Coletivo: Têm

3

Conceito: É ramo do direito que traz um conjunto de regras,

princípios e institutos que regularão as relações entre seres

coletivos trabalhistas, como: sindicatos dos empregados, de um

lado, e empregador ou sindicato dos empregadores, do outro.

Sujeitos: Neste ramo os trabalhadores agem através dos sindicatos (organizações associativas de caráter profissional), já os empregadores podem produzir atos coletivos por si só ou por meio de seu sindicato.

3

Page 4: 1 Direito Coletivo. 2 Introdução Etimologia D. Sindical: Têm caráter eminentemente subjetivo, pois leva em conta o sujeito do direito. D. Coletivo: Têm

4

Princípios

1) Pri. da liberdade associativa sindical: (art. 8, V, CF) “ninguém é

obrigado a se filiar ou manter-se filiado” a pessoa pode fazer parte de

uma categoria, mas isso não obriga que se filie ao sindicato.

Obs: O sindicato trabalha para toda categoria, sendo filiado ou não (art.

5, III) por isso não pode exigir filiação para lutar por interesses.

2) Pri. da autonomia sindical: (art. 8, I, CF) O Estado não poderá

intervir na administração interna do sindicato, e a lei não poderá exigir

autorização para sua fundação.

Exceção: o único limitador é a necessidade de registro no ministério do

trabalho.

Page 5: 1 Direito Coletivo. 2 Introdução Etimologia D. Sindical: Têm caráter eminentemente subjetivo, pois leva em conta o sujeito do direito. D. Coletivo: Têm

5

Questão: O art. 522 da CLT define que a diretoria do sindicato será

de 7 a 3 membros e o conselho fiscal de 3 eleitos pela Assembleia

Geral, essas regras adentram na administração interna do sindicato,

neste caso fere o Princípio?

Não, pois a súmula 369, II, do TST diz que foi recepcionado pela CF

de 88.

“II - O art. 522 da CLT, que limita a sete o número de dirigentes

sindicais, foi recepcionado pela Constituição Federal de 1988”

5

Page 6: 1 Direito Coletivo. 2 Introdução Etimologia D. Sindical: Têm caráter eminentemente subjetivo, pois leva em conta o sujeito do direito. D. Coletivo: Têm

6

3) Pri. da equivalência dos contrastes coletivos: (art. 8, VI, CF) O

artigo exige a presença de sindicatos nas negociações coletivas de trabalho

(acordo ou convenção).

Convenção coletiva (art. 611 da CLT): é acordo de caráter normativo

entre 2 sindicatos ( dos empregados e dos empregadores).

Acordo Coletivo (art. 611, § 1 da CLT): é acordo de caráter normativo

entre um sindicato (que será dos empregados) e uma ou mais empresas

(ou seja, o empregador).

Sendo assim, via de regra o sindicato é

obrigatório nas convenções e acordos coletivos.

Page 7: 1 Direito Coletivo. 2 Introdução Etimologia D. Sindical: Têm caráter eminentemente subjetivo, pois leva em conta o sujeito do direito. D. Coletivo: Têm

7

Exceção: O art. 617 “caput” e § 1:

Os empregados poderão iniciar o acordo coletivo com a empresa, mas antes de finalizar devem enviar resolução escrita ao sindicato;

O sindicato tem prazo de 8 dias para assumir a direção das

negociações;

Se findado o prazo, e existir federação deve ser enviado e em 8 dias

de prazo;

Se não responder no prazo, e existindo a confederação esta terá

mesmo prazo;

Se ninguém responder poderão os interessados prosseguirem diretamente na negociação até o final, ou seja, mesmo sem o sindicato.

Page 8: 1 Direito Coletivo. 2 Introdução Etimologia D. Sindical: Têm caráter eminentemente subjetivo, pois leva em conta o sujeito do direito. D. Coletivo: Têm

8

4) Pri. da criatividade jurídica da negociação coletiva: É a

criatividade para se fazer norma entre as partes, pois este é ambiente

para criação de maiores garantias aos trabalhadores.

Limites: Temos 2 tipos de normas trabalhistas:

A) Normas de indisponibilidade absolutas: São aquelas que não podem

ser alteradas, mesmo por acordo coletivo ou convenção.

As garantias do art. 7 da CF, convenções da OIT e normas sobre a

saúde, segurança e higiene do trabalho.

Obs: A OJ 342, I do SDI- 1 traz exemplo: é invalida cláusula de acordo

ou convenção que gere supressão ou redução de intervalo

intrajornada, pois é medida de higiene, saúde e segurança do trabalho.

B) Normas de disponibilidade relativa: São aquelas que podem ser

acordadas em parte por acordo ou convenção coletiva. 8

Page 9: 1 Direito Coletivo. 2 Introdução Etimologia D. Sindical: Têm caráter eminentemente subjetivo, pois leva em conta o sujeito do direito. D. Coletivo: Têm

9

Organização Sindical A) Confederações (art. 535 CLT): São formados por no mínimo 3

federações e tem sede na capital Federal.

B) Federação (art. 534 CLT): São formados por no mínimo 5

sindicatos;

C) Sindicato (art.511 CLT): O art. 511, caput, define como:

associação pra fins de estudo, defesa e coordenação de

interesses econômicos ou profissionais de todos que, exerçam, respectivamente, a mesma atividade ou profissão similares ou conexas.

D) Centrais sindicais (lei 11.648/08): A entidade de

representação dos trabalhadores, constituída em âmbito nacional, como

ente associativo privado, composto por organizações sindicais de trabalhadores e que atenda os requisitos de filiação mínimos legalmente estabelecidos.

9

Page 10: 1 Direito Coletivo. 2 Introdução Etimologia D. Sindical: Têm caráter eminentemente subjetivo, pois leva em conta o sujeito do direito. D. Coletivo: Têm

10

Confederação

Federação

Sindicatos

Centrais Sindicais

3 ou mais

5 ou mais

Page 11: 1 Direito Coletivo. 2 Introdução Etimologia D. Sindical: Têm caráter eminentemente subjetivo, pois leva em conta o sujeito do direito. D. Coletivo: Têm

11

Estudo das centrais sindicais:

As centrais sindicais não tem poder de representação, ou seja, não participam de negociação coletiva. Seus membros não tem estabilidade.

Mas após a lei, as centrais sindicais entraram para a organização

sindical, todavia apenas aquelas que têm os 4 requisitos do art. 2:

Page 12: 1 Direito Coletivo. 2 Introdução Etimologia D. Sindical: Têm caráter eminentemente subjetivo, pois leva em conta o sujeito do direito. D. Coletivo: Têm

12

Requisitos:I) Filiação de 100 sindicatos distribuídos por 5 regiões;

II) Sendo que desses sindicatos de pelo menos 3 regiões com 20 sindicatos por região;

III) De todos os sindicatos seja pelo menos de 3 setores de atividade econômicas;

IV) E essa atividade representem 7% do total de empregador

sindicalizados em âmbito nacional.

Obs: Cabe ao ministério do trabalho fiscalizar a existência dos 4

requisitos. 12

Serviço, matéria prima ou

transformação!

Page 13: 1 Direito Coletivo. 2 Introdução Etimologia D. Sindical: Têm caráter eminentemente subjetivo, pois leva em conta o sujeito do direito. D. Coletivo: Têm

13

Categoria Espécies

A) Categoria Econômica: (art. 511, §1 CLT) “a solidariedade de interesse econômico dos que empreendem atividades idênticas, similares ou conexas”.

São categorias de empregadores com mesmo ramo ou ramos

semelhantes. Mesma atividade e mesmo objeto social ou atividade

fim.

Ex.: sindicato dos metalúrgicos.

Page 14: 1 Direito Coletivo. 2 Introdução Etimologia D. Sindical: Têm caráter eminentemente subjetivo, pois leva em conta o sujeito do direito. D. Coletivo: Têm

14

B) Categoria profissional ou sindicato vertical: (art. 511, §2

CLT) “Similitude de condições de vida oriundas da profissão na

mesma atividade econômica ou semelhantes ou conexas”.

Neste caso leva em conta a categoria pela atividade preponderante do empregador.

Ex: Se trabalha diretamente na produção será metalúrgico ou é

porteiro da metalúrgica, ainda assim, é do sindicato de metalúrgica.

Esse é chamado de sindicato vertical, pois atinge todas as empresas

economicamente afins.

Page 15: 1 Direito Coletivo. 2 Introdução Etimologia D. Sindical: Têm caráter eminentemente subjetivo, pois leva em conta o sujeito do direito. D. Coletivo: Têm

15

C) Categoria diferenciada ou sindicatos horizontais: (art. 511,

§3 CLT)

“Se forma dos empregados que exerçam profissões ou funções diferenciadas por força de estatuto profissional

especial e CLT, em consequência de condições singulares ”.

Neste caso, leva em conta a função que o empregado exerce. Mas

para ser tem que haver alguns requisitos.

Page 16: 1 Direito Coletivo. 2 Introdução Etimologia D. Sindical: Têm caráter eminentemente subjetivo, pois leva em conta o sujeito do direito. D. Coletivo: Têm

16

Requisitos, para ser categoria diferenciada

1) Ser empregado;

2) Ter estatuto profissional especial, ou seja, ter

profissão regulada por lei;

3) Condições de vida singulares = é aquele empregado

que se destaca por sua função, ou seja, que é identificado por

sua função.

É chamado de sindicato horizontal porque se estende no

mercado e não em uma empresa

Ex: advogados.

Page 17: 1 Direito Coletivo. 2 Introdução Etimologia D. Sindical: Têm caráter eminentemente subjetivo, pois leva em conta o sujeito do direito. D. Coletivo: Têm

17

Liberdade Sindical Conceito: O direito de trabalhadores e os empregadores se

associarem, livremente, a um sindicato, sendo que todo aquele que

tem interesse profissional ou econômico a ser discutido poderá

reunir-se num sindicato.

I)Sistemas:A) Autônomo = Liberdade plena, onde nenhum órgão estatal

interfere no sindicato.

B) Heterônomo = Liberdade limitada, onde há interferência de

órgão estatal no sindicato.

17

Page 18: 1 Direito Coletivo. 2 Introdução Etimologia D. Sindical: Têm caráter eminentemente subjetivo, pois leva em conta o sujeito do direito. D. Coletivo: Têm

18

C) Híbrido ou Misto = No Brasil vigora o sistema misto, apesar de

ser resguardada a liberdade, esse é limitada ao registro no órgão, e a

contribuição sindical compulsória, deve ser prevista na data e valor

na lei.

No Brasil art. 8, I da CF:

“É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:

I- a lei não pode exigir autorização do estado para a fundação de sindicato, salvo registro no órgão, vedada interferência e a intervenção”.

Page 19: 1 Direito Coletivo. 2 Introdução Etimologia D. Sindical: Têm caráter eminentemente subjetivo, pois leva em conta o sujeito do direito. D. Coletivo: Têm

19

I) Aspectos da liberdade sindical:A) Individual = São liberdades da pessoa do empregado.

A.1- Liberdade de trabalhar- Só passa a ser parte de uma

categoria quando trabalha.

A.2- Liberdade de filiação- Se optar por trabalhar a pessoa poderá

optar por filiar-se ou não ao sindicato de sua categoria (art. 8, V da

CF).

B) Coletivo = São liberdades da coletividade.

B.1- Liberdade de associar- Hoje, pode-se criar ou não uma

associação profissional antes de criar um sindicato.19

Page 20: 1 Direito Coletivo. 2 Introdução Etimologia D. Sindical: Têm caráter eminentemente subjetivo, pois leva em conta o sujeito do direito. D. Coletivo: Têm

20

B.2- Liberdade de organização- É faculdade do sindicato se auto-

organizar. Entretanto, essa sofreu grande limitação. A súmula 369, II

do TST, revela que “O art. 522 da CLT, que limita à 7 o número de

dirigentes sindicais, foi recepcionado pela CF”, logo, denota que essa

limitação e por tanto, outras limitações (como art. 538 CLT) são

recepcionados pela CF de 88. Assim, a liberdade de organização é

limitada pela lei.

B.2-Liberdade de administração- A utilização e gastos das

receitas do sindicato caberão somente a ele.

B.3- Liberdade de atuação- Será o próprio sindicato que decidirá

como e quando agirá.20

Page 21: 1 Direito Coletivo. 2 Introdução Etimologia D. Sindical: Têm caráter eminentemente subjetivo, pois leva em conta o sujeito do direito. D. Coletivo: Têm

21

Distinções importantes:A) Unicidade sindical = (art. 8, II da CF) só poderá haver um

sindicato por categoria dentro de uma base territorial, ou seja,

apenas um sindicato por base territorial.

Base Territorial:é o limite geográfico de atuação do sindicato, o

mínimo legal é do município, mas o máximo é nacional.

O controle será feito pelo Ministério do Trabalho.

B) Pluralidade Sindical = Neste sistema não há limites para

número de sindicatos.

C) Unidade sindical = Neste, existe apenas um sindicato, mas

isso se dá por opção dos empregados e não por imposição da lei.

21

Page 22: 1 Direito Coletivo. 2 Introdução Etimologia D. Sindical: Têm caráter eminentemente subjetivo, pois leva em conta o sujeito do direito. D. Coletivo: Têm

22

Solução de Conflitos 1) Autotutela: Ocorre quando o próprio sujeito busca afirmar,

unilateralmente, seu interesse, impondo- à parte contestante. Essa

forma de solução é normalmente vedada, salvo os casos legais, um

exemplo é a greve, todavia, o lockout é vedado.

2) Autocomposição: Quando o conflito é solucionado pelas

próprias partes, sem a intervenção de terceiros.

Modalidade de autocomposição:

A) Renúncia = quando o titular do direito se despoja dele, por

ato unilateral. Ou seja, já tinha certeza de seu direito e

concomitantemente desiste dele.

22

Page 23: 1 Direito Coletivo. 2 Introdução Etimologia D. Sindical: Têm caráter eminentemente subjetivo, pois leva em conta o sujeito do direito. D. Coletivo: Têm

23

A) Aceitação =quando a outra parte perde e a primeira não reage

a esse pedido aceitando sua alegação. Direito do outro e há omissão

do seu pedido.

B) Transação = as partes solucionam o conflito através da implementação de concessões recíprocas.

3) Heterocomposição: Ocorre quando há intervenção de um agente exterior a relação. Ou seja, um terceiro que poderá ou não ter poderes decisórios e coercitivos para solucionar o conflito.

Modalidades de Heterocomposição:

A) Jurisdição = é o poder do estado de solucionar o conflito a

partir do poder judiciário. 23

Page 24: 1 Direito Coletivo. 2 Introdução Etimologia D. Sindical: Têm caráter eminentemente subjetivo, pois leva em conta o sujeito do direito. D. Coletivo: Têm

24

A) Conciliação = as partes agem na solução dirigidos por um

terceiro sem poder decisório. Ex: o juiz quando propõe e homologa

acordos na justiça do trabalho. Obs: o magistrado não é obrigado a

homologar.

B) Mediação = um terceiro aproxima as partes conflituosas e

instiga sua composição.

Atenção:Hoje, não existe a compulsoriedade da mediação do

Ministério do Trabalho no caso de sindicato e empresa.

24

Page 25: 1 Direito Coletivo. 2 Introdução Etimologia D. Sindical: Têm caráter eminentemente subjetivo, pois leva em conta o sujeito do direito. D. Coletivo: Têm

25

A) Arbitragem= Quando as partes escolhem um árbitro para

solucionar o conflito através de laudo arbitral.

No Direito Individual do Trabalho: O art. 1 da lei 9307/96 diz

que, a arbitragem se aplica a direitos patrimoniais disponíveis, logo,

não se aplica ao direito individual, pois esse tem por princípio a

indisponibilidade de direitos.

Salvo duas exceções:

• No caso de Portuário (lei 8630/93) em que é obrigada a arbitragem

de ofertas finais.

• No caso os membros do MPT atuando como árbitros em líder

individuais. 25

Page 26: 1 Direito Coletivo. 2 Introdução Etimologia D. Sindical: Têm caráter eminentemente subjetivo, pois leva em conta o sujeito do direito. D. Coletivo: Têm

26

No Direito Coletivo do Trabalho: O mecanismo arbitral é

plenamente aplicável ao direito coletivo do trabalho, já que, a própria

CF no art. 114 diz que, se frustrada a negociação, poderão as partes

juscoletivas tentar a arbitragem.

Obs: Se no acordo ou convenção houver cláusula compromissória

será o meio arbitral obrigatório à solução dos conflitos.

26