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Direito Coletivo
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IntroduçãoEtimologia
D. Sindical: Têm caráter eminentemente subjetivo, pois leva em conta o sujeito do direito.
D. Coletivo: Têm caráter objetivo, pois leva em conta o interesse que
é coletivo.
É Ciência?
Corrente 1: Não, este é ramo do D. Trabalhista, pois são os mesmos
direitos só que em caráter coletivo.
Corrente 2: Sim, é ciência autônoma, pois tem princípios, sujeitos e
estrutura própria.
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Conceito: É ramo do direito que traz um conjunto de regras,
princípios e institutos que regularão as relações entre seres
coletivos trabalhistas, como: sindicatos dos empregados, de um
lado, e empregador ou sindicato dos empregadores, do outro.
Sujeitos: Neste ramo os trabalhadores agem através dos sindicatos (organizações associativas de caráter profissional), já os empregadores podem produzir atos coletivos por si só ou por meio de seu sindicato.
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Princípios
1) Pri. da liberdade associativa sindical: (art. 8, V, CF) “ninguém é
obrigado a se filiar ou manter-se filiado” a pessoa pode fazer parte de
uma categoria, mas isso não obriga que se filie ao sindicato.
Obs: O sindicato trabalha para toda categoria, sendo filiado ou não (art.
5, III) por isso não pode exigir filiação para lutar por interesses.
2) Pri. da autonomia sindical: (art. 8, I, CF) O Estado não poderá
intervir na administração interna do sindicato, e a lei não poderá exigir
autorização para sua fundação.
Exceção: o único limitador é a necessidade de registro no ministério do
trabalho.
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Questão: O art. 522 da CLT define que a diretoria do sindicato será
de 7 a 3 membros e o conselho fiscal de 3 eleitos pela Assembleia
Geral, essas regras adentram na administração interna do sindicato,
neste caso fere o Princípio?
Não, pois a súmula 369, II, do TST diz que foi recepcionado pela CF
de 88.
“II - O art. 522 da CLT, que limita a sete o número de dirigentes
sindicais, foi recepcionado pela Constituição Federal de 1988”
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3) Pri. da equivalência dos contrastes coletivos: (art. 8, VI, CF) O
artigo exige a presença de sindicatos nas negociações coletivas de trabalho
(acordo ou convenção).
Convenção coletiva (art. 611 da CLT): é acordo de caráter normativo
entre 2 sindicatos ( dos empregados e dos empregadores).
Acordo Coletivo (art. 611, § 1 da CLT): é acordo de caráter normativo
entre um sindicato (que será dos empregados) e uma ou mais empresas
(ou seja, o empregador).
Sendo assim, via de regra o sindicato é
obrigatório nas convenções e acordos coletivos.
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Exceção: O art. 617 “caput” e § 1:
Os empregados poderão iniciar o acordo coletivo com a empresa, mas antes de finalizar devem enviar resolução escrita ao sindicato;
O sindicato tem prazo de 8 dias para assumir a direção das
negociações;
Se findado o prazo, e existir federação deve ser enviado e em 8 dias
de prazo;
Se não responder no prazo, e existindo a confederação esta terá
mesmo prazo;
Se ninguém responder poderão os interessados prosseguirem diretamente na negociação até o final, ou seja, mesmo sem o sindicato.
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4) Pri. da criatividade jurídica da negociação coletiva: É a
criatividade para se fazer norma entre as partes, pois este é ambiente
para criação de maiores garantias aos trabalhadores.
Limites: Temos 2 tipos de normas trabalhistas:
A) Normas de indisponibilidade absolutas: São aquelas que não podem
ser alteradas, mesmo por acordo coletivo ou convenção.
As garantias do art. 7 da CF, convenções da OIT e normas sobre a
saúde, segurança e higiene do trabalho.
Obs: A OJ 342, I do SDI- 1 traz exemplo: é invalida cláusula de acordo
ou convenção que gere supressão ou redução de intervalo
intrajornada, pois é medida de higiene, saúde e segurança do trabalho.
B) Normas de disponibilidade relativa: São aquelas que podem ser
acordadas em parte por acordo ou convenção coletiva. 8
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Organização Sindical A) Confederações (art. 535 CLT): São formados por no mínimo 3
federações e tem sede na capital Federal.
B) Federação (art. 534 CLT): São formados por no mínimo 5
sindicatos;
C) Sindicato (art.511 CLT): O art. 511, caput, define como:
associação pra fins de estudo, defesa e coordenação de
interesses econômicos ou profissionais de todos que, exerçam, respectivamente, a mesma atividade ou profissão similares ou conexas.
D) Centrais sindicais (lei 11.648/08): A entidade de
representação dos trabalhadores, constituída em âmbito nacional, como
ente associativo privado, composto por organizações sindicais de trabalhadores e que atenda os requisitos de filiação mínimos legalmente estabelecidos.
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Confederação
Federação
Sindicatos
Centrais Sindicais
3 ou mais
5 ou mais
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Estudo das centrais sindicais:
As centrais sindicais não tem poder de representação, ou seja, não participam de negociação coletiva. Seus membros não tem estabilidade.
Mas após a lei, as centrais sindicais entraram para a organização
sindical, todavia apenas aquelas que têm os 4 requisitos do art. 2:
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Requisitos:I) Filiação de 100 sindicatos distribuídos por 5 regiões;
II) Sendo que desses sindicatos de pelo menos 3 regiões com 20 sindicatos por região;
III) De todos os sindicatos seja pelo menos de 3 setores de atividade econômicas;
IV) E essa atividade representem 7% do total de empregador
sindicalizados em âmbito nacional.
Obs: Cabe ao ministério do trabalho fiscalizar a existência dos 4
requisitos. 12
Serviço, matéria prima ou
transformação!
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Categoria Espécies
A) Categoria Econômica: (art. 511, §1 CLT) “a solidariedade de interesse econômico dos que empreendem atividades idênticas, similares ou conexas”.
São categorias de empregadores com mesmo ramo ou ramos
semelhantes. Mesma atividade e mesmo objeto social ou atividade
fim.
Ex.: sindicato dos metalúrgicos.
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B) Categoria profissional ou sindicato vertical: (art. 511, §2
CLT) “Similitude de condições de vida oriundas da profissão na
mesma atividade econômica ou semelhantes ou conexas”.
Neste caso leva em conta a categoria pela atividade preponderante do empregador.
Ex: Se trabalha diretamente na produção será metalúrgico ou é
porteiro da metalúrgica, ainda assim, é do sindicato de metalúrgica.
Esse é chamado de sindicato vertical, pois atinge todas as empresas
economicamente afins.
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C) Categoria diferenciada ou sindicatos horizontais: (art. 511,
§3 CLT)
“Se forma dos empregados que exerçam profissões ou funções diferenciadas por força de estatuto profissional
especial e CLT, em consequência de condições singulares ”.
Neste caso, leva em conta a função que o empregado exerce. Mas
para ser tem que haver alguns requisitos.
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Requisitos, para ser categoria diferenciada
1) Ser empregado;
2) Ter estatuto profissional especial, ou seja, ter
profissão regulada por lei;
3) Condições de vida singulares = é aquele empregado
que se destaca por sua função, ou seja, que é identificado por
sua função.
É chamado de sindicato horizontal porque se estende no
mercado e não em uma empresa
Ex: advogados.
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Liberdade Sindical Conceito: O direito de trabalhadores e os empregadores se
associarem, livremente, a um sindicato, sendo que todo aquele que
tem interesse profissional ou econômico a ser discutido poderá
reunir-se num sindicato.
I)Sistemas:A) Autônomo = Liberdade plena, onde nenhum órgão estatal
interfere no sindicato.
B) Heterônomo = Liberdade limitada, onde há interferência de
órgão estatal no sindicato.
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C) Híbrido ou Misto = No Brasil vigora o sistema misto, apesar de
ser resguardada a liberdade, esse é limitada ao registro no órgão, e a
contribuição sindical compulsória, deve ser prevista na data e valor
na lei.
No Brasil art. 8, I da CF:
“É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:
I- a lei não pode exigir autorização do estado para a fundação de sindicato, salvo registro no órgão, vedada interferência e a intervenção”.
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I) Aspectos da liberdade sindical:A) Individual = São liberdades da pessoa do empregado.
A.1- Liberdade de trabalhar- Só passa a ser parte de uma
categoria quando trabalha.
A.2- Liberdade de filiação- Se optar por trabalhar a pessoa poderá
optar por filiar-se ou não ao sindicato de sua categoria (art. 8, V da
CF).
B) Coletivo = São liberdades da coletividade.
B.1- Liberdade de associar- Hoje, pode-se criar ou não uma
associação profissional antes de criar um sindicato.19
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B.2- Liberdade de organização- É faculdade do sindicato se auto-
organizar. Entretanto, essa sofreu grande limitação. A súmula 369, II
do TST, revela que “O art. 522 da CLT, que limita à 7 o número de
dirigentes sindicais, foi recepcionado pela CF”, logo, denota que essa
limitação e por tanto, outras limitações (como art. 538 CLT) são
recepcionados pela CF de 88. Assim, a liberdade de organização é
limitada pela lei.
B.2-Liberdade de administração- A utilização e gastos das
receitas do sindicato caberão somente a ele.
B.3- Liberdade de atuação- Será o próprio sindicato que decidirá
como e quando agirá.20
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Distinções importantes:A) Unicidade sindical = (art. 8, II da CF) só poderá haver um
sindicato por categoria dentro de uma base territorial, ou seja,
apenas um sindicato por base territorial.
Base Territorial:é o limite geográfico de atuação do sindicato, o
mínimo legal é do município, mas o máximo é nacional.
O controle será feito pelo Ministério do Trabalho.
B) Pluralidade Sindical = Neste sistema não há limites para
número de sindicatos.
C) Unidade sindical = Neste, existe apenas um sindicato, mas
isso se dá por opção dos empregados e não por imposição da lei.
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Solução de Conflitos 1) Autotutela: Ocorre quando o próprio sujeito busca afirmar,
unilateralmente, seu interesse, impondo- à parte contestante. Essa
forma de solução é normalmente vedada, salvo os casos legais, um
exemplo é a greve, todavia, o lockout é vedado.
2) Autocomposição: Quando o conflito é solucionado pelas
próprias partes, sem a intervenção de terceiros.
Modalidade de autocomposição:
A) Renúncia = quando o titular do direito se despoja dele, por
ato unilateral. Ou seja, já tinha certeza de seu direito e
concomitantemente desiste dele.
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A) Aceitação =quando a outra parte perde e a primeira não reage
a esse pedido aceitando sua alegação. Direito do outro e há omissão
do seu pedido.
B) Transação = as partes solucionam o conflito através da implementação de concessões recíprocas.
3) Heterocomposição: Ocorre quando há intervenção de um agente exterior a relação. Ou seja, um terceiro que poderá ou não ter poderes decisórios e coercitivos para solucionar o conflito.
Modalidades de Heterocomposição:
A) Jurisdição = é o poder do estado de solucionar o conflito a
partir do poder judiciário. 23
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A) Conciliação = as partes agem na solução dirigidos por um
terceiro sem poder decisório. Ex: o juiz quando propõe e homologa
acordos na justiça do trabalho. Obs: o magistrado não é obrigado a
homologar.
B) Mediação = um terceiro aproxima as partes conflituosas e
instiga sua composição.
Atenção:Hoje, não existe a compulsoriedade da mediação do
Ministério do Trabalho no caso de sindicato e empresa.
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A) Arbitragem= Quando as partes escolhem um árbitro para
solucionar o conflito através de laudo arbitral.
No Direito Individual do Trabalho: O art. 1 da lei 9307/96 diz
que, a arbitragem se aplica a direitos patrimoniais disponíveis, logo,
não se aplica ao direito individual, pois esse tem por princípio a
indisponibilidade de direitos.
Salvo duas exceções:
• No caso de Portuário (lei 8630/93) em que é obrigada a arbitragem
de ofertas finais.
• No caso os membros do MPT atuando como árbitros em líder
individuais. 25
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No Direito Coletivo do Trabalho: O mecanismo arbitral é
plenamente aplicável ao direito coletivo do trabalho, já que, a própria
CF no art. 114 diz que, se frustrada a negociação, poderão as partes
juscoletivas tentar a arbitragem.
Obs: Se no acordo ou convenção houver cláusula compromissória
será o meio arbitral obrigatório à solução dos conflitos.
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