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Texto adaptado de: http://audio.tutsplus.com/articles/general/10-cures- for-a-songwriting-slump/ 10 Dicas para escrever letras em momentos de bloqueio criativo Cedo ou tarde, até mesmo o escritor mais inspirado e prolífero irá tropeçar/equivocar/topar com aquele abismo terrível assustador conhecido como “writer’s block” (o “bloqueio do escritor”, ou “bloqueio criativo”). Chamá-lo de assustador certamente não é um exagero quando alguém está tentando conseguir/obter/ganhar contrato, deixar um editor feliz, ou na melhor das hipóteses, manter os direitos autorais lucrativos fluindo. A voz da derrota mexe com qualquer escritor no mesmo ponto, primeiro como um murmúrio e depois como um grito cortante. “Você perdeu! Você nunca mais vai escrever outra canção! O suco que outrora fluía agora secou como um arroio no filme Boêmios Berrantes!” Mas não tema. Logo abaixo estão dez métodos garantidos para te ajudar a se aprofundar numa canção de um ângulo que você não esteve antes. Só de fazer uma mudança simples como esta, uma forragem para seu cérebro fértil e criativo rolará numa maré de genialidade musical. A respiração irá voltar ao normal e tudo estará certo com o mundo novamente... até a próxima vez! 1 – Faça uma pergunta Have You Never Been Mellow? ” Essa canção “movida a pergunta” escrita por John Farrar é um exemplo. O fato de a pergunta ser incomum não machucou. Nesse exemplo, a pergunta se encaixou mais em um refrão do que no começo da canção. Não nada de errado em escrever o refrão primeira, especialmente se você não costuma escrever nessa ordem. Sacuda sua metodologia um pouco. Começar sua canção com uma pergunta interessante no começo do verso também funciona bastante. Talvez continuar fazendo isso no decorrer da canção, mas repetindo as primeiras palavras da pergunta faz ela terminar diferente. A repetição parcial adiciona um gancho mesmo se houver um gancho separado no refrão.

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10 Dicas Para Escrever Letras Em Momentos de Bloqueio Criativo Traduzido

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Texto adaptado de: http://audio.tutsplus.com/articles/general/10-cures-for-a-songwriting-slump/

10 Dicas para escrever letras em momentos de bloqueio criativo

Cedo ou tarde, até mesmo o escritor mais inspirado e prolífero irá tropeçar/equivocar/topar com aquele abismo terrível assustador conhecido como “writer’s block” (o “bloqueio do escritor”, ou “bloqueio criativo”). Chamá-lo de assustador certamente não é um exagero quando alguém está tentando conseguir/obter/ganhar contrato, deixar um editor feliz, ou na melhor das hipóteses, manter os direitos autorais lucrativos fluindo. A voz da derrota mexe com qualquer escritor no mesmo ponto, primeiro como um murmúrio e depois como um grito cortante.

“Você perdeu! Você nunca mais vai escrever outra canção! O suco que outrora fluía agora secou como um arroio no filme Boêmios Berrantes!”

Mas não tema. Logo abaixo estão dez métodos garantidos para te ajudar a se aprofundar numa canção de um ângulo que você não esteve antes. Só de fazer uma mudança simples como esta, uma forragem para seu cérebro fértil e criativo rolará numa maré de genialidade musical. A respiração irá voltar ao normal e tudo estará certo com o mundo novamente... até a próxima vez!

1 – Faça uma pergunta“Have You Never Been Mellow?” Essa canção “movida a pergunta” escrita por John Farrar é um exemplo.

O fato de a pergunta ser incomum não machucou. Nesse exemplo, a pergunta se encaixou mais em um refrão do que no começo da canção. Não nada de errado em escrever o refrão primeira, especialmente se você não costuma escrever nessa ordem. Sacuda sua metodologia um pouco.

Começar sua canção com uma pergunta interessante no começo do verso também funciona bastante. Talvez continuar fazendo isso no decorrer da canção, mas repetindo as primeiras palavras da pergunta faz ela terminar diferente. A repetição parcial adiciona um gancho mesmo se houver um gancho separado no refrão.

Reserve um tempo e faça surgir uma questão que traga o ouvido do ouvinte na direção do rádio. Deixe coisas como “você quer se casar comigo?” na poeira proverbial aonde elas pertencem...

A música “What Are You Doing The Rest Of Your Life?” (Alan and Marilyn Bergman), é muito mais interessante! Deixe o ouvinte sinceramente intrigado o bastante para continuar ligado e ouvindo a resposta da pergunta que você pôs, mesmo que no fim você falhe em respondê-la e a deixe intrigantemente não-resolvida.

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2 – Use um suporte

Uma das canções mais únicas de George Strait’s foi centrada ao redor de uma cadeira. Gentilmente acusando uma mulher de ter roubado a sua cadeira num bar, o cantor revela um novo jeito de afetar uma mulher. Os compositores Dean Dillon e Hank Cochran aplicaram esse método integralmente e chegaram na lista das 100 melhores músicas Country de todos os tempos. Nada mal para uma cadeira ordinária comum! A decepção suave e brincalhona faz o ouvinte sorrir, especialmente quando é finalmente revelado que o rapaz tinha contado uma lorota e a cadeira nunca foi dele. Nessa música, a cadeira foi simplesmente um motor de arranque para uma conversa que eventualmente leva à promessa de relacionamento.

Talvez o suporte seja a bengala do seu avô, uma árvore onde você esculpiu suas iniciais quando era criança, ou um cabelo louro que vagou até chegar na sua jaqueta e causou todo o tipo de problemas. As possibilidades são infinitas. Eu gosto de usar um suporte no qual eu não tenho nenhuma noção preconcebida e ver se consigo fazer a coisa funcionar. Anos atrás eu escrevi uma música sobre uma cédula de um dólar que uma anotação escrita para uma criança que havia perdido um dente. A criança da canção está aflita pela sua nova aparência vazia. Ao tirar a cédula debaixo do seu travesseiro, ele lê:

“Tem alguma coisa faltando. Há um buraco grande. Mas o tempo vai preenchê-lo. Apenas tenha um pouco de fé. Continue acreditando até lá. Algum dia você sorrirá novamente.”

É desnecessário dizer que o dinheiro é gasto e viaja por muitas mãos com sua mensagem tendo significados diferentes para cada recipiente. No fim, ela ironicamente encontra seu caminho de volta para as mãos daquele garoto, agora um homem crescido, que perdeu a mulher que ele ama. Soa improvável? Com certeza, mas quem quer houver coisas mundanas? Foi uma canção agradável de se escrever e alcançou as páginas amarelas do meu caderno de ofício. Boas ideias geralmente parecem saber aonde ir por si só e nós simplesmente devemos ser o ar controlador de tráfego guiando elas para a aterrissagem.

3 – Enderece um objeto inanimado

Esse método é similar ao método do suporte, mas nesse caso o lugar ou a coisa é endereçado como se tivesse ouvidos próprios. John Denver suplicou com as estradas do campo para “levá-lo para casa” em seu hit escrito com os amigos Bill e Taffy Danoff. Mesmo o clássico “Moon River” (cantado por Andy Williams e composto

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por Johnny Mercer e Henry Mancini) é um belo exemplo dessa técnica. Em um clima nostálgico, o cantor conversa com um rio sobre suas esperanças e sonhos.

Se esse estilo for menos usado do que um dia foi, está na hora de um ressurgimento. Chame seus sapatos gastos para o carpete por serem tão agitados/inquietos! Diga às rodas do seu carro para continuarem rodando para te tirar do lugar em que você está. Acuse seus olhos por vagarem mais do que deveriam e arruinarem tantos relacionamentos. Melhor ainda, faça você mesmo surgirem conversas ainda mais incomuns. Uma vez que você tirar da coleira esse método, você se encontrará olhando de relance ao seu redor por coisas a serem endereçadas. Um banco de parque, uma fita vermelha, um prego enferrujado, tudo pode virar novos amigos que você não encontrou até agora.

Uma variação dessa técnica é conversar na voz do objeto. Um co-compositor meu escreveu uma canção na qual ele falava na voz de uma barstool (velha cadeira rotativa de bar) e compartilhava algumas das coisas que a banqueta testemunhou durante os anos. A música é cheia de imagens ricas e coloridas.

4 – Um momento no tempoQuando Stephanie Bentley e Holly Lamar escreveram o hit da banda Faith Hill, “Breathe“, eles acertam em

cheio em termos de criação e imortalização um momento. A canção é impressionante pela sua crueza. Só o som da respiração de seu amante já mexe com o cantor a ponto de sentir uma mágica genuína em um curto período de tempo. Os tempos do pulsante amor e atração certamente não são os únicos tipos de momentos a se considerar.

As possibilidades são tão infinitas quanto as emoções e as situações. No momento em que a pessoa inicialmente se confronta com sua mortalidade, o sentimento encantador na meia noite quando a chuva está caindo no telhado, ou a breve pausa na margem de um rio com um anzol amarrado no dedão do pé de alguém são todos pontos de evocação no tempo para centrar uma letra ao redor. Mantenha a revelação grande e o espaço de tempo pequeno. Esse método é sobre vinhetas tão vivas e singulares que valem a pena serem mencionadas.

5 – Focalize numa única palavra repetidaEu sempre amei o hit “Still”, de Lionel Richie. Há pouquíssimas repetições na música com os três refrões

tendo frases diferentes. Mas no final de cada um deles, a palavra “ainda” permanece tão elegante quanto um monumento de bronze.

A escassez desse gancho de uma só palavra dá ainda mais peso do que daria como parte de uma frase.Ela retrata um amor que não acabará apesar das circunstâncias, de maneira simples e memorável.Falando de coisas menos profundas, o hit Water, de Brad Paisley, examina o caso amoroso vitalício do

cantor com o H2O em toda sua glória diversificada. Os compositores Paisley, Chris DuBois, e Kelley Lovelace

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usaram isso para expressar tudo sobre a luxúria da pescaria. Aqui, o método faz piada com uma travessura ousada através das ondas sonoras.

No método do suporte, acima mencionado, o nome do suporte não é necessariamente repetido ou recorrente no mesmo ponto na canção. Ele só pode ser mencionado uma vez ou outra. É aí que está a diferença. O suporte nada mais é do que um assunto onde a canção está centrada. Entretanto, o posicionamento da palavra repetida é a chave, quando utilizada a técnica de palavra repetida.

6 – Empregue o uso de uma sequênciaE se o primeiro verso de uma canção começar com quilometragem nos 25 km/h, o segundo verso com 37

km/h, e o terceiro verso com 46 km/h? A sensação de passagem do tempo é criado dando ao ouvinte a sensação de estar numa estrada. A canção pode até ter três minutos, mas as mudanças que acompanham ela são implícitas. Talvez, nesse cenário, o cantor está determinado a deixar alguém, mas conforme a distância aumenta, a resolução enfraquece.

Dando outro exemplo, os dias da semana funcionam bem. Segunda-feira é um dia em que a maioria de nós se encontra numa mentalidade bem diferente do que na sexta-feira, com a quarta-feira marcando o começo da descida ladeira abaixo pela semana. A mudança das estações pode ser evocativa em termos de momórias. A altura de uma árvore pode marcar o tempo num lugar estático. Exemplos menos óbvios são páginas de um diário, capítulos de um livro, ou pontos de referência familiares pela estrada que nos lembram da nossa infância.

Uma sequência de canções ouvidas num jukebox poderiam ser usadas para marcar os altos e baixos de um relacionamento.

“It Was A Very Good Year” é parte de uma velha canção que usa a idade para pintar/ilustrar um quadro melancólico das fases da vida de um homem em termos de mulher. Ivor Davies escreveu essa canção começando cada verso com a mesma frase, seguida de um número diferente. A canção é um clássico até hoje.

Apesar da sequência específica utilizada, o posicionamento, novamente, é a chave para ajudar o ouvinte a sentir e experimentar o movimento junto com o cantor.

7 – Liberte-se do ouvinteEsse método é um pouco mais desafiador de se executar bem. Os primeiros exemplos que vêm em mente são

mais exagerados, então eu não vou mencionar títulos de músicas específicos. Nesses casos, o que parece ser a descrição de um carro é mais tarde relevado ser a descrição de uma mulher. Ofensivo? Pode ser!

Talvez uma frase como “eu tinha”, com sua conotação geralmente negativa, na verdade venha a significar algo positivo. Os versos poderiam ser usados para fazer declarações que poderia ser levadas em ambos os lados, mas tenderiam para o negativo. O refrão então revela todas as coisas boas que o cantor “teve” com a pessoa na qual esteve falando. Comece o refrão com “eu já tinha” para juntar tudo isso de uma vez.

Quem não adora um romance onde o autor te leva ao caminho da primavera, fazendo você sentir certeza de onde está sendo levado, só para descobrir que você estava totalmente desligado? Canalize o seu romancista interior e deixe rolar. Não é fácil, mas às vezes você só precisa dar um pontapé e a musa irá te guiar em direção á solução perfeita.

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8 – Lista de lavanderia

“Fifty Way to Leave Your Lover” (de Paul Simon) é um dos meus exemplos favoritos da lista de lavanderia. Essas canções são mais fáceis de escrever do que a maioria porque elas dependem da diversão de uma lista colorida para exemplificar a história.

Pegando outro extremo, eu cresci angustiadamente cansado de canções em que o refrão é é cheio de longas listas de nomes de cidades. Eu até mesmo conheço uma em que a lista não tem virtualmente nada a ver com os versos!

O brilhante Gary Burr escrevei uma “canção-lista negra” para Patty Loveless. A canção se chama “Think About Elvis” e o título é apenas a primeira de uma longa e maluca lista de desvio/distrações/prazeres que a cantora emprega para se distrair dos objetos de seus afetos.

Se você tentar a sorte com esse método, seja escandaloso e gregário. O que pode estar faltando na sua canção em questão de profundidade pode ser compensado com pura maluquice.

9 – Jogue numa conversa“Operator“, gravada e composta pelo maravilhoso Jim Croce, é um bom exemplo desse método. A canção se

inicia endereçando uma telefonista e requisitando sua assistência. Ela não tem muito a ver com a história da música, mas a chamada telefônica ajuda a dar à história uma perspectiva e cria um visual.

Eu gosto especialmente de canções em que o verso começa dando uma resposta a uma pergunta desconhecida. Imagine um diálogo entre duas pessoas, sério ou descontraído, e simplesmente começa com uma linha interessante em algum lugar no meio. Deixe a história se desenvolver conforme você vai indo e não sinta a necessidade de saber antecipadamente. Deixe a conversa ditar seu próprio destino.

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10 – Fuja do seu “molde”

Se você é um escritor-staff de Nashville, você provavelmente deve fazer boa parte das suas composições numa sala fechada no escritório. Após algum tempo ele se torna tão inspirador quanto os sofás velho e mofados que tipicamente residem lá. Caia na estrada e leve seu trabalho para outro lugar. Estacione a sua carcaça próxima a um rio, leve seu caderno de ofício a um playground cheio de gente, ou absorva a energia da calçada de uma cidade grande.

Eu adoro escrever na batida do limpador de para-brisa enquanto dirijo numa pista chuvosa em dia de chuva. Eu acelero eles e diminuo quando preciso. “Bobby McGee” (de Kris Kristofferson), gravada por Janis Joplin, sempre vem em mente quando eu emprego meu baterista movido a combustível. O objetivo aqui é tirar você da sua zona de conforto e despertar sentimentos menos familiares. É difícil imaginar escrever uma grande canção sobre um dia melancólico no oceano enquanto se está sentado num lugar sem costa marítima com as persianas fechadas.

Outro despertador excelente consiste em empregar um instrumento diferente do usual. Pianistas são geralmente presos a baladas. Aprenda alguns acordes de guitarra. Quem usa palheta deveria usar gaita de vez em quando. Também descobri que um elemento extremamente libertador é escrever na sua cabeça sem usar nenhum instrumento. Adoro fazer isso enquanto faço longas caminhadas pelas florestas sozinho. Certifique-se de trazer algum dispositivo de gravação pequeno ou pelo menos papel e caneta. Canções têm um jeito de “evaporar” e pode ser devastador quando a memória não nos obedece.

Fechando o raciocínioSem sombra de dúvidas, você pode surgir com mais variações nesse tema além dos 10 sugeridos aqui. A

questão é fazer o que você fazer de maneira diferente e assim conseguir resultados diferentes. Assim como um bom prosador varia sua estrutura de sentença durante um parágrafo, um bom compositor deve variar seus métodos dentro do seu catálogo. Períodos de seca na criatividade de uma pessoa podem estímulo períodos de divagação que podem ser positivos Nas palavras do venerável J.R.R. Tolkien,

“Nem todos os que vagam estão perdidos”