3
DELIBERAÇÃO Nº 12070/14 Proc. TCM nº 12070/14 – Denúncia Denunciante: Paulo Roberto dos Santos - Cidadão Denunciado: Pedro Jackson Brandão Almeida - Prefeito Município: Itapé Exercício Financeiro: 2013 Relator: Cons. Paolo Marconi Esta denúncia foi oferecida pelo cidadão Paulo Roberto dos Santos contra o Prefeito de Itapé, Pedro Jackson de Almeida Brandão, que em 2013 teria desviado em proveito econômico de terceiros parte do combustível destinado ao abastecimento da frota da Prefeitura, adquirido por intermédio do Pregão Presencial n. 70/2013 num total de R$ 494.817,85. O denunciante apontou que veículos particulares foram abastecidos com combustível comprado com verbas públicas , o que teria sido descoberto por meio do Sistema Integrado de Gestão e Auditoria (SIGA). Segundo ele, ao informar no Sistema os veículos abastecidos em 2013, o Prefeito registrou placas que, no Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN), referiam-se a veículos particulares, alguns dos quais objeto de roubo. PLACAS APONTADAS PELO DENUNCIANTE MWM- 2013 DMI-3003 DMI- 3004 BRK-0406 MCO-500G ANO- 2013 BPY- 1700 Distribuída a denúncia por sorteio para esta Relatoria, o Prefeito foi notificado (Edital n. 277/2014 – DOE de 26/11/14) e apresentou defesa em que alegou que as "placas" apontadas pelo denunciante, na verdade, correspondiam aos números de registro de máquinas pesadas, como retroescavadeiras, e não a placas propriamente ditas. Expôs que na Bahia máquinas pesadas não possuem placa registrada, razão por que, em virtude de o SIGA exigir um número de registro dos veículos abastecidos com combustível comprado pela Prefeitura, torna 1

12070 14.odt (1)

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: 12070 14.odt (1)

DELIBERAÇÃO Nº 12070/14 Proc. TCM nº 12070/14 – DenúnciaDenunciante: Paulo Roberto dos Santos - CidadãoDenunciado: Pedro Jackson Brandão Almeida - PrefeitoMunicípio: ItapéExercício Financeiro: 2013Relator: Cons. Paolo Marconi

Esta denúncia foi oferecida pelo cidadão Paulo Roberto dos Santos contra o Prefeito de Itapé, Pedro Jackson de Almeida Brandão, que em 2013 teria desviado em proveito econômico de terceiros parte do combustível destinado ao abastecimento da frota da Prefeitura, adquirido por intermédio do Pregão Presencial n. 70/2013 num total de R$ 494.817,85.

O denunciante apontou que veículos particulares foram abastecidos com combustível comprado com verbas públicas, o que teria sido descoberto por meio do Sistema Integrado de Gestão e Auditoria (SIGA). Segundo ele, ao informar no Sistema os veículos abastecidos em 2013, o Prefeito registrou placas que, no Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN), referiam-se a veículos particulares, alguns dos quais objeto de roubo.

PLACAS APONTADAS PELO DENUNCIANTEMWM-2013

DMI-3003 DMI-3004

BRK-0406 MCO-500G ANO-2013

BPY-1700

Distribuída a denúncia por sorteio para esta Relatoria, o Prefeito foi notificado (Edital n. 277/2014 – DOE de 26/11/14) e apresentou defesa em que alegou que as "placas" apontadas pelo denunciante, na verdade, correspondiam aos números de registro de máquinas pesadas, como retroescavadeiras, e não a placas propriamente ditas.

Expôs que na Bahia máquinas pesadas não possuem placa registrada, razão por que, em virtude de o SIGA exigir um número de registro dos veículos abastecidos com combustível comprado pela Prefeitura, torna

1

Page 2: 12070 14.odt (1)

necessária a composição de um código aleatório, tal como feito por ele no presente caso.

Os autos foram encaminhados ao Ministério Público Especial de Contas, que se manifestou favorável à improcedência da presente denúncia, nos termos do Parecer n. 14/2015, da lavra do Dr. Guilherme Macedo.

O MPEC reconhece que há controvérsia considerável a respeito da exigência do emplacamento de máquinas pesadas e conclui que do conjunto probatório "verifica-se a verossimilhança dos argumentos do Gestor, dada a presença das notas fiscais e dos respectivos códigos de identificação dos veículos".

É o relatório.

VOTO

A denúncia deve ser julgada improcedente, pois, segundo a prova dos autos, as irregularidades apontadas não passaram de equívocos compreensíveis do denunciante na análise das informações contidas no SIGA.

O Prefeito apresentou documentos, dentre os quais extratos do SIGA, fotos e notas fiscais (fls. 19-38), que comprovam que as sete placas apontadas pelo denunciante são, na realidade, números de registro de "máquinas pesadas", obrigatoriamente criados na hora do cadastramento, no SIGA, dos veículos abastecidos com combustível comprado pela Prefeitura.

Conforme ressaltado pelo MPEC, as alegações do Prefeito são verossímeis, já que os autos demonstram, inclusive, a lógica usada por ele na criação dos números de registro, a exemplo do MWM-2013, em que as letras se referem à marca de uma retroescavadeira; e os números, ao ano do abastecimento.

Ante o exposto, com base no art. 1º, XX, da Lei Complementar n. 6/91 c/c os arts. 9º e 10, § 3º, da Resolução n. 1.225/06, votamos pelo conhecimento e pela improcedência desta denúncia, com o arquivamento dos autos.

Ciência aos Interessados.

SALA DAS SESSÕES DO TRIBUNAL DE CONTAS DOS MUNICÍPIOS, em 01 de abril de 2015.

Cons. Francisco de Souza Andrade NettoPresidente

2

Page 3: 12070 14.odt (1)

Cons. Paolo MarconiRelator

Este documento foi assinado digitalmente conforme orienta a resolução TCM nº01300-11. Para verificar a autenticidade deste, vá na página do TCM em www.tcm.ba.gov.br e acesse o formato digital assinado eletronicamente.

3